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Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem

Direito Ambiental

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Revisão Turbo | 39º Exame de Ordem
Direito Ambiental

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Direito Ambiental
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Sumário

Aula 06/11/2023 – Turno da manhã............................................................................................. 4

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Aula 06/11/2023 – Turno da manhã

1. Direito ambiental na Constituição Federal


*Para todos verem: esquema.

Defender
DEVER
Poder público e
coletividade
Preservar

• Direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado;


• Meio ambiente para os presentes e para as futuras gerações;
• Espaços territoriais e seus componentes especialmente protegidos (são exemplos
APP e RL no código florestal – Lei nº 12.651/12; e as Unidades de Conservação
na Lei nº 9.985/00).
*Para todos verem: esquemas.

AAP
(Área de Preservação
Permanente)
Código Florestal
Lei nº 12.651/12
RL
(Reserva Legal)

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Unidades de SNUC - Sistema


Conservação (UCs) Nacional das
Unidades de
Lei nº 9.985/00 Conservação

Da necessidade do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) ser feito de forma prévia ao


licenciamento ambiental e ao começo de qualquer empreendimento e/ ou atividade
potencialmente degradadora do meio ambiente (art. 225, §1º, IV da CF).
• O art. 225, §3º prevê a tríplice responsabilização em caso de danos ao meio
ambiente.
*Para todos verem: esquema.

Penal Lei n° 9.605/98

Responsabilidade por Lei n° 9.605/98


Administrativa
dano ambiental

Retorno ao "status
quo ante"
Civil
Prestação
pecuniária

• 5 biomas que constituem Patrimônio Nacional.

*Para todos verem: esquema.

A FAMA DO PAI É CONHECIDA

NA ZONA E NA SERRA

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FA: Floresta Amazônica


MA: Mata Atlântica
PA: Pantanal
ZONA: Zona Costeira
SERRA: Serra do Mar

Resolva a questão a seguir:

1) FGV - 2016 - OAB – 19º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Paulo é proprietário de um grande terreno no qual pretende instalar um loteamento, já devidamente
aprovado pelo Poder Público.
Contudo, antes que Paulo iniciasse a instalação do projeto, sua propriedade foi integralmente incluída
nos limites de um Parque Nacional.
Considerando as normas que regem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, é correto
afirmar que

A) Paulo deverá aguardar a elaboração do plano de manejo do parque para verificar a viabilidade de seu
empreendimento.
B) Paulo poderá ajuizar ação com o objetivo de ser indenizado pelo lucro cessante decorrente da
inviabilidade do empreendimento.
C) Caso seu terreno não seja desapropriado, Paulo poderá ajuizar ação de desapropriação indireta em
face da União.
D) Paulo não poderá implementar seu loteamento, mas poderá explorar o ecoturismo na área com
cobrança de visitação.

2. Competências ambientais

Veja o esquema a seguir...

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*Para todos verem: esquema.

Privativa

Legislativas Exclusiva

Concorrente
Competências

Exclusiva
Administrativas
Comum

2.1. Competência legislativa


Privativa:

*Para todos verem: esquema.

Delegável

Art. 22, incs. IV, X, XII, XIV, XVIII e XXVII da CF (águas, energia,
minas, etc)

Delegação aos estados por meio de Lei Complementar

Exclusiva:
*Para todos verem: esquema.

Indelegável

Art. 25, §1º e 30, inc I da CF

Competência residual ou remanescente e Competência de


interesse local

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Concorrente (complementar e suplementar):


*Para todos verem: esquema.

União, Estados e Distrito Federal

Art. 24 da CF

A União faz as regras gerais e os Estados e o DF fazem as


regras específicas

2.2. Competência administrativa


• Exclusiva: art. 21 da CF. Somente a União;
• Comum: art. 23 da CF. União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

2.3. Competência administrativa ambiental


No tocante as competências, é importante destacarmos o princípio da predominância do
interesse e as regras da LC n° 140/11:

*Para todos verem: esquema.

União Estados Munícípios

Interesse em Se o interesse
Interesse não
todo o país ou for de todo o
transbordar os
que importe a estado ou de
limites do
mais de um mais de um de
município;
estado; seus municípios;

Interesse Interesse
Interesse local.
nacional. regional.

Atenção! A modificação na lei de crimes ambientais quanto aos maus-tratosa animais.


A Lei Complementar nº 140/2011 fixa as normas para cooperação entre a União, os

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Estados, o Distrito Federal e os Municípios, para que estes entes federados possam realizar as
ações administrativas decorrentes da competência constitucional material comum sobre o meio
ambiente. A nova lei foi publicada para regulamentar o art. 23, III, VI e VII, e par. ún., da CF/1988.
A LC nº 140/2011 traz instrumentos de cooperação institucional dos quais os entes
federativos poderão se valer.
Dos instrumentos de cooperação institucional da LC nº 140/2011:

Art. 4º Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de
cooperação institucional:
I – consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor;
II – convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos
e entidades do Poder Público, respeitado o art. 241 da Constituição Federal;
III – Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite
do Distrito Federal;
IV – fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos;
V – delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos
previstos nesta Lei Complementar;
VI – delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro,
respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar.

Os entes federados podem delegar a execução de ações administrativas entre os entes


federados.
Art. 5º O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações
administrativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente destinatário da
delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a
serem delegadas e de conselho de meio ambiente.
Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto no
caput, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e
em número compatível com a demanda das ações administrativas a serem delegadas.

Os arts. 6º a 10 da LC nº 140/2011 trazem uma longa relação de competências da União,


dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, em que se repete uma série de critérios que
já estavam fixados pela Resolução nº 237/1997 do CONAMA. A lei dá o nome de ações de
cooperação para esta relação de competências, que é muito importante para as provas de
concursos.
Atenção! É importante a leitura dos arts. 6º a 10 da LC nº 140/2011, pois neles está
estabelecida a competência administrativa dos entes federados, inclusive a competência para o
licenciamento ambiental e o exercício do poder de polícia administrativo.
Da necessidade dos órgãos ambientais cumprirem os prazos estabelecidos para a
realização dos licenciamentos ambientais (art. 14, § 4º da LC nº 140/11):

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Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos para tramitação
dos processos de licenciamento.
§ 4º A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de
120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva
licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão
ambiental competente.

Atenção aos artigos 15 e 17 da LC nº 140/11:

Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas
de licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses:
I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou no
Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou
distritais até a sua criação;
II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o
Estado deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação; e
III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no
Município, a União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um
daqueles entes federativos.
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o
caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar
processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas
pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.
§1º Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental decorrente
de empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao órgão a que se refere o caput,
para efeito do exercício de seu poder de polícia.
§2º Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o ente
federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer
cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para as
providências cabíveis.
§3º O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da
atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades
efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação
ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que
detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput.

Os artigos estabelecem o funcionamento da cooperação entre os entes federados no


exercício das ações administrativas.
ADI 4757 – interpretação conforme a Constituição do: § 4º do art. 14 da Lei
Complementar nº 140/2011 para estabelecer que a omissão ou mora administrativa imotivada e
desproporcional na manifestação definitiva sobre os pedidos de renovação de licenças
ambientais instaura a competência supletiva do art. 15 e (ii) ao § 3º do art. 17 da Lei
Complementar nº 140/2011, esclarecendo que a prevalência do auto de infração lavrado pelo
órgão originalmente competente para o licenciamento ou autorização ambiental não exclui a
atuação supletiva de outro ente federado, desde que comprovada omissão ou insuficiência na
tutela fiscalizatória.

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3. Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e o Sistema Nacional do


Meio Ambiente
O SISNAMA é um conjunto de órgãos oriundos de todos os entes federados, responsáveis
pela proteção e melhoria da qualidade ambiental (art. 6º, caput, da CF/1988).

*Para todos verem: tabela.

Conselho de Governo: auxilia o Presidente da República na formulação


Órgão superior
de políticas públicas ligadas ao meio ambiente.

CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente): suas deliberações,


Órgão Consultivo e
por meio das resoluções do órgão, são fundamentais para a realização dos
Deliberativo
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente.

Ministério do Meio Ambiente (Secretaria do Meio Ambiente da


Presidência da República não existe mais, tornando-se no atual Ministério
Órgão central do Meio Ambiente): é o órgão que centraliza todas as políticas públicas de
meio ambiente.

IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais


Renováveis) e ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da
Órgãos executores Biodiversidade): função de executar e fazer executar a política e as
diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. O ICMBio atua
junto às Unidades de Conservação Federais.

Órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas,


Órgãos seccionais projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a
degradação ambiental.

Órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização


Órgãos locais
dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.

Dos instrumentos da PNMA:


Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente estão nos incisos do art. 9º da Lei
nº 6.938/1981, entre eles: o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, a Avaliação de
Impacto Ambiental (AIA) (EIA/RIMA, plano de manejo, relatório ambiental e outros), o Sistema
Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (SINIMA), Licenciamento Ambiental, o Cadastro

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técnico federal de atividades e instrumento de defesa ambiental, o Cadastro técnico federal de


atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais e instrumentos
econômicos (concessão florestal, servidão ambiental e seguro ambiental) e a garantia da
prestação de informações relativas ao meio ambiente, obrigando o poder público a produzir as
informações, quando inexistentes.

Lei nº 6.938/1981
Art. 9º (...)
XIII – instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro
ambiental e outros.

Pela servidão ambiental o proprietário rural, voluntariamente, renuncia à exploração ou


supressão (de parte) dos recursos naturais localizados em sua propriedade.

Lei nº 6.938/1981
Art. 9º- A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por
instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão
integrante do SISNAMA, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para
preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão
ambiental.

3.1. Avaliação de impacto ambiental (EIA e RIMA)


No tocante ao instrumento denominado EIA/RIMA, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
é um profundo diagnóstico do empreendimento que está em vias de ser licenciado pelo órgão
ambiental competente. Este instrumento avalia os impactos e define as medidas compensatórias
e mitigadoras necessárias para a realização do empreendimento. O Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA) tem por finalidade tornar compreensível para o público o conteúdo técnico do
EIA. Desse modo, em decorrência do princípio da informação, o relatório deve ser objetivo,
sintético e acessível a todos, porém, deve ser um retrato fiel do conteúdo do EIA, exposto de
uma forma menos técnica.

3.2. Licenciamento e licença ambiental


Conceitos da Resolução nº 237/1997 do COMAMA.
Licenciamento ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e
atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente

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poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental,
considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
É instituído em três fases: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de
Operação (LO).
*Para todos verem: esquema.

Licenciamento
ambiental

Licenciamento Licenciamento de Licenciamento de


prévio (EIA/RIMA) instalação operação

Resolva a questão a seguir:

2) FGV - 2013 - OAB – 10º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Na perspectiva da tutela do direito difuso ao meio ambiente, o ordenamento constitucional exigiu o estudo
de impacto ambiental para instalação e desenvolvimento de certas atividades. Nessa perspectiva, o
estudo prévio de impacto ambiental está concretizado no princípio:

A) da precaução.
B) da prevenção.
C) da vedação ao retrocesso.
D) do poluidor-pagador.

Resolva a questão a seguir:

3) Questão adaptada FGV | Revisão Turbo 39° Exame da OAB


Você como advogado(a) foi chamado para uma consultoria ambiental e nela foi explicar que na
constituição federal e seus princípios ambientais, em seu Art. 225, dispõe que todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.
Ao final da sua fala, recebeu a seguinte indagação: “A parte final do dispositivo constitucional deixa claro
que as presentes gerações devem observar a preservação do meio ambiente, adotando políticas
ambientais que permitam às presentes e futuras gerações a utilização do meio ambiente, não podendo
usufruir dos recursos ambientais de forma a privar seus descendentes desses recursos naturais.” Após
esta colocação, qual princípio ambiental é trabalhado pela norma constitucional mencionada no “caput”
do Art. 225 da CRFB/88?

A) Princípio do poluidor-pagador.
B) Princípio solidariedade intergeracional.
C) Princípio da prevenção.
D) Princípio do usuário-pagador.

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4. Da responsabilidade por danos ambientais


4.1. Da responsabilidade civil
A responsabilidade civil ambiental é objetiva, ou seja, não vai se perquirir culpa
quando da análise desta responsabilidade.
Como fundamentos da responsabilidade civil temos: art. 927, parágrafo único, do CC e
art. 14, § 1º da Lei nº 6.938/81.
A teoria do risco integral determina a reparação do dano mesmo que involuntário (a
exceção são os fatos exteriores ao homem) responsabilizando o poluidor por todos os
acontecimentos vinculados ao evento danoso, esta teoria relativiza a importância do nexo de
causalidade para a configuração do dano.
A teoria do risco criado se diferencia da teoria anterior, pois busca aplicar a causa
adequada à existência do evento danoso, esta teoria admite excludentes.

"A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco
integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco
se integre na unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa
responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar
sua obrigação de indenizar" (REsp n. 1.374.284/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 27/8/2014, DJe 5/9/2014).

Questão da inversão do ônus da prova:

Súmula 618 do STJ: A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação


ambiental.

Da responsabilização objetiva, fundamentada na teoria do risco integral, temos


alguns elementos que decorrem desta teoria:
a) Prescindibilidade da investigação da culpa;
b) A irrelevância da licitude da atividade;
c) A inaplicabilidade de algumas excludentes tradicionais e de cláusula de não
indenizar;
d) A responsabilidade solidária do art. 942 do CC.

Da obrigação “propter rem”:

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Súmula 623 do STJ – (Dje 17-12-2018): As obrigações ambientais possuem natureza


“propter rem”, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos
anteriores, à escolha do credor.

Da prescrição das ações de responsabilidade civil:


Quando o objeto da ação é a proteção ao meio ambiente, enquanto bem fundamental
(essencial a sadia qualidade de vida), temos que o pedido de reparação constante na ação
indenizatória será imprescritível, portanto, não caberá prescrição para o pedido de reparação
de danos.
Contudo, se a pretensão reparatória, buscar reparar lesão individual causada de
forma indireta pela poluição, ou pela degradação ambiental, o prazo prescricional será o trienal
do art. 206, § 3º, V do CC.
Posição do STJ:

“É imprescritível a pretensão reparatória de danos ao meio ambiente.” REsp


1081257/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/06/2018,
DJe 13/06/2018; REsp 1641167/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 13/03/2018, DJe 20/03/2018.

STF – Tese de Repercussão Geral nº 999 (RE 654833): É imprescritível a pretensão de


reparação civil de dano ambiental.

Resolva a questão a seguir:

4) Questão adaptada FGV | Revisão Turbo 39° Exame da OAB


A sociedade empresária Delta obteve licença ambiental junto ao órgão público competente do ente
federativo Beta para instalação e operação de um posto de combustível.
Após o início da operação do posto, o cidadão João ajuizou ação popular na defesa do meio ambiente,
alegando e comprovando, de forma inequívoca, que, durante a fase de instalação do empreendimento, a
sociedade empresária Delta promoveu a supressão vegetal de uma área de 10 hectares em área
ambientalmente protegida de Mata Atlântica, sem qualquer tipo de posterior restauração florestal ou
compensação ambiental.
O empreendedor Delta se defendeu alegando que obteve as licenças ambientais necessárias e que foi
fiscalizado pelo órgão ambiental na fase de construção do posto.
Você é questionado como advogado(a) de uma empresa interessada na compra da Sociedade
empresária Delta sobre a viabilidade e a possibilidade de sucesso da pretensão do autor da ação popular
segundo a jurisprudência dos tribunais superiores nacionais.

A) Merece prosperar, pois se aplica a responsabilidade civil objetiva do empreendedor, regida pela teoria
do risco administrativo, que se justifica pelos princípios da prevenção e da precaução, não havendo que
se falar em causas excludentes da responsabilidade, como culpa exclusiva de terceiro.
B) Merece prosperar, pois se aplica a responsabilidade civil subjetiva do empreendedor, regida pela teoria
do risco administrativo, que se justifica pelos princípios da prevenção e da precaução, não incidindo no
caso concreto qualquer causa excludente da responsabilidade.

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C) Merece prosperar, pois se aplica a responsabilidade civil objetiva do empreendedor, regida pela teoria
do risco integral, que se justifica pelo princípio do poluidor-pagador e pela vocação redistributiva do Direito
Ambiental, não havendo que se falar em causas excludentes da responsabilidade.
D) Não merece prosperar, pois, apesar de se aplicar a responsabilidade civil objetiva do empreendedor,
regida pela teoria do risco integral, rompeu-se o nexo de causalidade em razão da licença e fiscalização
a cargo do órgão público competente, de maneira que incide a causa excludente da responsabilidade do
fato de terceiro.

4.2. Da responsabilidade penal da pessoa jurídica por delito ambiental


Para que uma Pessoa Jurídica responda por crime ambiental, dois pressupostos devem
ser preenchidos cumulativamente:
1) A infração penal seja cometida por decisão de seu representante legal ou
contratual, ou de seu órgão colegiado;
2) A infração penal seja cometida no interesse ou benefício da sua entidade.

Lei nº 9.605/98 - CAPÍTULO IV


DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública
incondicionada.
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos
ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal
vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
§ 1º- A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput
deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da
guarda.
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

Resolva a questão a seguir:

5) FGV - 2022 - OAB – 35° Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


A sociedade empresária Beta atua no ramo de produção de produtos agrotóxicos, com regular licença
ambiental, e vem cumprindo satisfatoriamente todas as condicionantes da licença. Ocorre que, por um
acidente causado pela queda de um raio em uma das caldeiras de produção, houve vazamento de
material tóxico, que causou grave contaminação do solo, subsolo e lençol freático. Não obstante a
sociedade empresária tenha adotado, de plano, algumas medidas iniciais para mitigar e remediar parte
dos impactos, fato é que ainda subsiste considerável passivo ambiental a ser remediado. Tendo em vista
que a sociedade empresária Beta parou de atender às determinações administrativas do órgão ambiental
competente, o Ministério Público ajuizou ação civil pública visando à remediação ambiental da área. Na
qualidade de advogado(a) da sociedade empresária Beta, para que seu cliente decida se irá ou não
celebrar acordo judicial com o MP, você lhe informou que, no caso em tela, a responsabilidade civil por
danos ambiental é

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A) afastada, haja vista que a atividade desenvolvida pelo empreendedor era lícita e estava devidamente
licenciada.
B) afastada, pois se rompeu o nexo de causalidade, diante da ocorrência de força maior.
C) subjetiva e, por isso, diante da ausência de dolo ou culpa por prepostos da sociedade empresária, não
há que se falar em obrigação de reparar o dano.
D) objetiva e está fundada na teoria do risco integral, de maneira que não se aplicam as excludentes do
dever de reparar o dano do caso fortuito e força maior.

5. Sistema Nacional das Unidades de Conservação – Lei n° 9.985/00


(SNUC)

SNUC (Lei nº 9.985/00):


A lei que cria o SNUC regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da CF/88, com
destaque para o dever de definir, em todas as unidades da federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, conforme dispõe o inciso III do artigo
constitucional citado anteriormente.
Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do Conama, unidades de
conservação estaduais e municipais que, concebidas para atender a peculiaridades regionais ou
locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser satisfatoriamente atendidos por
nenhuma categoria prevista na Lei nº 9.985/00 e cujas características permitam, em relação a
estas, uma clara distinção.
União, Estados, DF e Municípios, podem instituir unidades de conservação da natureza.
O SNUC é formado pelo conjunto das unidades de conservação de todos os entes federados.
As categorias de unidades de proteção integral são as seguintes: estação ecológica,
reserva biológica e parque nacional, todas elas públicas; já o monumento natural e o refúgio da
vida silvestre podem ser constituídos por áreas pertencentes a particulares (arts. 8º, 9º, 10, 11,
12 e 13 da Lei nº 9.985/00).
*Para todos verem: tabela.

Unidade de conservação Fundamento legal Características


Posse e domínio público, se houver área
Estação ecológica Art. 9 da Lei nº 9.985/00 particular será desapropriada; é proibido
visitação pública; pesquisa científica depende
de autorização prévia.

Posse e domínio público, se houver área


Reserva biológica Art. 10 da Lei nº 9.985/00 particular será desapropriada; proibida a
visitação pública; pesquisa científica depende
de autorização prévia.

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Parque nacional Art. 11 da Lei nº 9.985/00 Posse e domínio público, área particular será
desapropriada; visitação pública está sujeita às
normas e restrições do plano de manejo;
pesquisa científica depende de autorização
prévia.

Pode ser constituído por áreas particulares,


porém a área será desapropriada se houver
incompatibilidade entre os objetivos da área e
as atividades privadas ou não havendo
Monumento natural Art. 12 da Lei nº 9.985/00 aquiescência do proprietário às condições
propostas pelo órgão responsável pela
administração da unidade para a coexistência
do Monumento Natural com o uso da
propriedade; visitação pública está sujeita às
condições e restrições do plano de manejo.

Pode ser constituído por áreas particulares,


porém a área será desapropriada se houver
incompatibilidade entre os objetivos da área e
as atividades privadas ou não havendo
aquiescência do proprietário às condições
Refúgio da vida silvestre Art. 13 da Lei nº 9.985/00 propostas pelo órgão responsável pela
administração da unidade para a coexistência
do Monumento Natural com o uso da
propriedade privada; visitação pública está
sujeita às normas e restrições do plano de
manejo; pesquisa científica depende de
autorização prévia.

As unidades de uso sustentável compatibilizam a conservação da natureza com o uso


sustentável de parte dos recursos naturais. Nestas unidades é admitida a utilização e exploração
de uma parcela dos recursos naturais em regime de manejo sustentável desde que o
zoneamento da área compreendida seja observado, bem como as limitações legais e o plano de
manejo estabelecido para unidade de conservação da natureza.
As categorias que compreendem as unidades de uso sustentável são as seguintes: área
de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico, floresta nacional, reserva
extrativista, reserva de fauna, reserva de desenvolvimento sustentável e reserva particular do
patrimônio natural (arts. 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 e 21 da Lei nº 9.985/00).

*Para todos verem: tabela.

Unidade de conservação Fundamento legal Características


Constituída por terras públicas ou privadas;
nas áreas públicas as condições para
Área de proteção ambiental Art. 15 da Lei nº 9.985/00 realização de pesquisa e visitação são da
responsabilidade do órgão gestor da UC, nas

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privadas cabe ao proprietário estabelecer as


condições de pesquisa e visitação; disporá de
um conselho presidido pelo órgão
responsável por sua administração e
constituído por representantes dos órgãos
públicos, de organizações da sociedade civil e
da população residente;

Área de relevante interesse Art. 16 da Lei nº 9.985/00 Constituída por terras públicas ou
ecológico particulares.

Posse e domínio público áreas particulares


serão desapropriadas; visitação pública é
permitida; é admitida a permanência de
populações tradicionais que a habitam
quando de sua criação; pesquisa é permitida
Floresta nacional Art. 17 da Lei nº 9.985/00 e incentivada; dispõe de um conselho
consultivo; quanto criada por Estados e
Municípios poderão se chamar Floresta
Estadual e Floresta Municipal
respectivamente.

Domínio público, com uso concedido às


populações extrativistas tradicionais;
gerida por conselho deliberativo (CD);
visitação pública é permitida; pesquisa
Reserva extrativista Art. 18 da Lei nº 9.985/00 científica é permitida e incentivada; plano de
manejo aprovado pelo CD; exploração
comercial de recursos madeireiros só será
admitida em bases sustentáveis.

Reserva de fauna Art. 19 da Lei nº 9.985/00 Posse e domínio público; visitação pública
pode ser permitida.

Domínio público; uso de áreas ocupadas


Reserva de desenvolvimento Art. 20 da Lei nº 9.985/00 pelas populações tradicionais; gerida por um
sustentável conselho deliberativo (CD); plano de manejo
c/ zonas.

Área privada; gravada com perpetuidade em


Reserva particular do Art. 21 da Lei nº 9.985/00 registro público; pesquisa científica; visitação
patrimônio natural com objetivos turísticos, recreativos e
educacionais.

Resolva a questão a seguir:

6) FGV - 2019 - OAB – 28º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


O Ministro do Meio Ambiente recomenda ao Presidente da República a criação de uma Unidade de
Conservação em área que possui relevante ecossistema aquático e grande diversidade biológica. Porém,
em razão da grave crise financeira, o Presidente pretende que a União não seja compelida a pagar
indenização aos proprietários dos imóveis inseridos na área da Unidade de Conservação a ser criada.
Considerando o caso, assinale a opção que indica a Unidade de Conservação que deverá ser criada.

A) Estação Ecológica.
B) Reserva Biológica.

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C) Parque Nacional.
D) Área de Proteção Ambiental.

6. Código Florestal (Lei n° 12.651/12)


A legislação sobre florestas é uma competência concorrente da União, dos Estados e do
Distrito Federal com fundamento no art. 24, VI da Constituição Federal, ou seja, no tema das
florestas a União faz as regras legislativas gerais e os Estados fazem as regras específicas que
irão completar e suplementar de acordo com as realidades regionais as normas nacionais
estabelecidas pela União.
A principal e mais importante norma florestal do Brasil é o Código Florestal – Lei nº
12.651/12.
Conceitos importantes constantes na norma federal – Lei nº 12.651/12:
a) Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de
fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
b) Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,
delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de
modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e
a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da
biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora
nativa.

Resolva a questão a seguir:

7) FGV - 2021 - OAB – 32° Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


O Estado Z promulga lei autorizando a supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente
para pequenas construções. A área máxima para supressão, segundo a lei, é de 100 metros quadrados
quando utilizados para lazer e de 500 metros quadrados quando utilizados para fins comerciais. Sobre a
referida lei, assinale a afirmativa correta.

A) A lei é válida, uma vez que é competência privativa dos Estados legislar sobre as Áreas de Preservação
Permanente inseridas em seu território.
B) A lei é válida apenas com relação à utilização com finalidade de lazer, uma vez que é vedada a
exploração comercial em Área de Preservação Permanente.
C) A lei é inconstitucional, uma vez que compete aos Municípios legislar sobre impactos ambientais de
âmbito local.

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D) A lei é inconstitucional, uma vez que é competência da União dispor sobre normas gerais sobre
proteção do meio ambiente.

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Gabaritos das questões:

1–C 2–B 3–B 4–C 5–D

6–D 7–D

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