Economia 11 A utilização de fluxos monetários é

mais vantajosa que a de fluxos reais, uma vez

Os Agentes Económicos e que possibilita a comparação imediata dos

valores envolvidos nos fluxos estabelecidos

o Circuito Económico entre os agentes, pois todos estão expressos

em unidades monetárias, enquanto os fluxos
reais podem surgir em diferentes unidades.
A Atividade Económica e Os
Agentes Económicos O Circuito Económico

Atividade Económica - conjunto de Circuito Económico - representação

operações que visam a produção de bens e
serviços capazes de satisfazer as
necessidades humanas, como por exemplo a
Produção, Distribuição, Repartição e a
Utilização de Rendimentos.
esquemática dos fluxos que se estabelecem
entre os diferentes agentes económicos
(permite representar de forma simplificada a
atividade económica e pôr em evidência a
interdependência)

Agentes Económicos - indivíduo ou entidade Empregos - todas as saídas que representam

que intervém na atividade económica saída de dinheiro (pagamentos)
exercendo pelo menos uma função económica
com autonomia de decisão. Recursos - operações que representam
● Famílias: consumir bens e serviços entrada de dinheiro (recebimentos)
● Empresas Não Financeiras: produzir
bens e serviços não financeiros ❏ Fluxos do Agente Famílias
● Instituições Financeiras: prestar Famílias
serviços financeiros (bancos,
seguradoras) Empregos Recursos
● Estado/ AP: satisfazer as necessidades
às empresas não das empresas não
coletivas e redistribuir o rendimento financeiras: financeiras.
● Resto do Mundo: trocar bens, serviços - despesas de - ordenados
e capitais. consumo - rendas
- investimento - lucros
Microagentes Económicos - quando nos
referimos a um agente económico em às instituições das instituições
financeiras: financeiras:
particular (Banco ES)
- depósitos - juros de
- amortização e depósitos
Macroagentes Económicos - conjunto de juros de - ordenados
agentes que desempenham a mesma função. empréstimos - empréstimos
- prémios de - indemnizações
Fluxos Reais e Fluxos Monetários seguro

ao Estado: do Estado:
Fluxos - relações que se estabelecem entre - impostos - vencimentos
os diferentes agentes - CSS - transferências
sociais
Fluxos reais - circulação de bens e serviços
entre os agentes económicos

Fluxos monetários - valor monetário de bens

e serviços transacionados, expresso em
moeda, cheques, etc.
 ❏ Fluxos do agente Empresas não
Financeiras
❏ Fluxos do agente Instituições
Financeiras
Empresas Não Financeiras

Empregos Recursos Instituições Financeiras

às famílias: das famílias: Empregos Recursos
- ordenados - despesas de
- rendas consumo às famílias: das famílias:
- lucros - investimento - ordenados - depósitos
- juros de - amortização e
às instituições financeiras: das instituições depósitos juros de
- depósitos financeiras: - empréstimos empréstimo
- amortização e juros - investimento - indemnizaçõe - -prémio de
de empréstimo - juros de s seguro
- prémios de seguro depósito
- empréstimos às empresas não das empresas não
- indemnizaçõ financeiras: financeiras:
es - investimento - depósitos
- juros de - amortizações e
ao Estado: do Estado: depósitos juros de
- impostos - despesas de - empréstimos empréstimo
- CSS consumo - indemnizaçõe - prémio de seguro
- subsídios à s
produção
ao Estado: do Estado:
ao Resto do Mundo: do Resto do Mundo: - impostos - depósitos
- valor das - valor das - CSS - amortização e
importações exportações - juros de juros de
depósitos empréstimo
❏ Fluxos do agente Estado - empréstimos - prémios de
seguro

Estado do Resto do Mundo:

- fluxos de
Empregos Recursos compensação

às famílias: das famílias:

- vencimentos - impostos ❏ Fluxos do agente Resto do Mundo
- transferências - CSS
sociais
Resto do Mundo
às empresas não das empresas não
Empregos Recursos
financeiras: financeiras:
- despesas de - impostos às empresas não das empresas não
consumo - CSS financeiras: financeiras:
- subsídios à - valor das - valor das
produção exportações importações
nacionais nacionais
às instituições das instituições
financeiras: financeiras: às instituições
- depósitos - impostos financeiras:
- amortização e - CSS - fluxos de
juros de - juros de compensação
empréstimo depósito
- prémio de seguro - empréstimos
- indemnizações
O Equilíbrio de Recursos e Empregos

Equilíbrio Económico - pressupõe que os

recursos de cada agente sejam,
simultaneamente, os empregos de outros
agentes e que o total de empregos seja igual
ao todas de recursos.

Numa economia, podemos identificar os

fluxos que representam os recursos dessa
economia e a forma como são utilizados (os
empregos). Se monetarizarmos esses
recursos e empregos obteremos o valor do
produto nacional, de rendimento do país e dos
seus empregos - despesa. Estaremos agora
aptos a compreender que este circuito traduz
uma situação de equilíbrio económico entre
recursos e empregos.
As unidades de consumo adquirem o que as
unidades de produção produzem, havendo
assim uma entidade entre o valor do produto
nacional e o valor da sua utilização.

PRODUTO = DESPESA

Da mesma forma, os rendimentos que são

entregues pelas unidades de produção às
unidades de consumo não poderão deixar de
ter um valor idêntico às despesas efetuadas
pelas unidades de consumo.

RENDIMENTO = DESPESA

Assim:

RENDIMENTO = DESPESA = PRODUTO

O equilíbrio económico deve traduzir-se no

facto dos fluxos monetários que dão entrada
em qualquer agente deverem apresentar, em
conjunto, um valor igual ao dos fluxos
monetários que dela saem.
 A Contabilidade Nacional
Noção de Contabilidade
Nacional
Contabilidade Nacional - conjunto de
operações que permite apurar o valor das
diversas grandezas macroeconómicas de um
país, articulando-as através de um sistema de
contas (é uma representação quantificada e
simplificada da economia de um país).
OBJETIVOS:
➔ quantificar a atividade económica de
um país
➔ efetuar comparações no tempo e no
espaço
➔ prever tendências económicas /
acontecimentos futuros
➔ permitir a tomada de decisões com
base em informações rigorosas de
forma fundamentada.
Sistema de Contabilidade Nacional - é um
quadro contabilístico compatível a nível
internacional, que descreve de forma
sistemática e pormenorizada o total de uma
economia (é uma técnica de sistematização de
contas atual).
As instituições responsáveis pelas contas
são o Instituto Nacional de Estatística (INE) o
Banco de Portugal (BP).
CONJUNTO DE OPERAÇÕES DA CN:
● as operações sobre bens e serviços
● as operações de distribuição
● as operações financeiras
Conceitos Necessários
Contabilidade Nacional
Território Económico - território onde os
agentes de um país realizam as suas
atividades produtivas geradoras de riqueza
para esse país mesmo sendo fora dos seus
limites fronteiriços. É constituído pelo:
➢ território geográfico, em cujo interior os
bens, os capitais e os trabalhadores
circulam livremente.
➢ espaço aéreo nacional, as águas
territoriais e os navios e aeronaves
territoriais que se podem encontrar fora
do território geográfico
➢ os enclaves territoriais no estrangeiro
(embaixadas, consulados, bases
militares).
Unidade Residente - agente económico que
mantém uma residência fixa em determinado
território há, pelo menos, um ano.
Unidade Institucional - unidade produtiva
que dispõe de poder de decisão autónomo e
que apresenta contabilidade organizada.
Setor Institucional - conjunto de unidades
institucionais que apresentam características e
comportamentos semelhantes.
↓
critérios de classificação dos setores
institucionais (segundo o SEC)
❖ averiguar se as unidades institucionais
são entidades públicas
❖ determinar se as atividades das
unidades institucionais são mercantis
ou não mercantis
⇩
Sociedades Não Financeiras: são todas as
sociedades públicas e privadas residentes no
país.São produtoras de bens e serviços
comercializáveis não financeiros (=empresas
não financeiras)
quase-sociedades - entidades que,
apesar de não possuírem personalidade
jurídica dispõe de contabilidade organizada,
à sendo geridas como empresas não
financeiras.
Sociedades Financeiras: são sociedades
residentes no país prestadoras de serviços de
intermediação financeira ou exercendo
atividades auxiliares financeiras (instituições
financeiras).

Administrações Públicas: são todas as
unidades residentes produtoras de bens e
serviços não comercializáveis. Possibilitam a
redistribuição do rendimento e da riqueza
nacional.
Famílias: são as pessoas ou grupo de
pessoas com a função de consumir
(residentes no país).
ISFLSF: são as entidades jurídicas ou sociais
com o fim de produzir bens ou serviços sem
fins lucrativos (no âmbito social, cultural ou
recreativo).
Resto do Mundo: são todas as unidades não
residentes que efetuam operações
económicas com os residentes, ou seja, que
estabelecem trocas de bens, serviços e
capitais.
Unidades de Produção Homogénea -
unidades de produção utilizadoras do mesmo
(ou idêntico) processo produtivo e que
produzem bens e serviços similares.
Ramo de Atividade - conjunto de unidades de
produção homogénea.
❏ Método dos Produtos Finais: consiste
na contabilização unicamente dos bens
e serviços que não vão voltar a ser
transacionados no período em causa
(apenas os bens de consumo final).
Produto = ∑ bens vendidos para
consumo final
❏ Método dos Valores Acrescentados:
utiliza-se o conceito de valor
acrescentado que é aplicado a cada
unidade produtiva
Valor Acrescentado - representa o valor que
a empresa acrescenta ao que extrai da
natureza ou ao que já foi criado por outras
empresas
VA = valor das vendas - valor das compras
VAB = VBP - CI
∑ VAB = ∑ VBP - ∑ CI
Produto - valor correspondente à riqueza
gerada pelas unidades institucionais de um
país ao longo de um período de tempo

Óticas de Cálculo do Valor do Produto Produto Bruto e Produto Líquido

Produto Bruto - inclui no seu cálculo o valor

A. Ótica do Produto
das amortizações (CCF)
O produto é obtido da soma de todo o valor
acrescentado da economia, quer de empresas
Produto Líquido - não inclui no seu cálculo o
produtoras de bens finais quer de bens
valor das amortizações
intermédios, analisando o valor do produto
através da participação de cada ramo de
Amortizações - custo associado aos
atividade (permite-nos conhecer o valor do
encargos com reparações, desatualizações,
produto por setor institucional e/ou setor de
envelhecimento de equipamento e
atividade).
infraestruturas (depreciação de capital fixo).
↓
Problema da Múltipla Contagem:
PB > Pl
consiste em registar várias vezes o valor do
mesmo bem ou processo de transformação ao
longo do cálculo do valor do produto

⇩
2 Métodos Para Resolver o Problema

Produto Interno e Produto Nacional


Produto Interno - produto realizado em
território económico nacional,
independentemente de ter sido produzido por
agentes nacionais ou estrangeiros.
Produto Nacional - produto obtido por
agentes com residência em território nacional
há mais de um ano, independentemente de ter
sido realizado em território nacional ou não.
PN = PI + SRRM
PI = PN - SRRM
SRRM (Saldo dos Rendimentos do Resto do
Mundo): corresponde à diferença entre os
rendimentos primários recebidos do resto do
Mundo e os rendimentos primários enviados
para o resto do Mundo.
Produto a Preços de Base, Produto a Preços
de Aquisição e Produto a Preços no Produtor
Produto a Preços de Base (PPB)- produto
contabilizado em função dos custos relativos à
produção dos bens e serviços, não incluindo o
valor dos impostos sobre os produtos líquidos
de subsídios.
Produto a Preços no Produtor (PPP) -
produto valorizado à saída das unidades
produtivas.
PPP = PPB + impostos
Produto a Preços de Aquisição (PPA) -
produto contabilizado em função do valor
entregue pelos compradores.
PPA = PPP + IVA + margens de distribuição
PIB = VAB (a preços base) + impostos
líquidos de subsídios sobre os produtos
Produto a Preços Correntes e Produtos a
Preços Constantes
Produto a Preços Correntes - produto
valorizado a preços nominais (aos preços que
vigoram no período a que se refere e que
incluem o valor da inflação). A sua evolução
corresponde à evolução dos preços (inflação)
➱ medição da taxa de crescimento do PIB
em termos nominais (monetários)
Tx. de Crescimento Nominal =
PPcorren.(ano n) - PPcorren.(ano n-1) x 100
PPcorren. (ano n-1)
Produtos a Preços Constantes - produto
contabilizado aos preços de um ano-base,
tomado como referência, e que serve para
efeitos de cálculo da evolução real da
economia, pois permite retirar o efeito da
inflação (deflacionar). Corresponde à evolução
das quantidades produzidas, eliminando a
interferências dos preços
➱ taxa de crescimento real
P (preços constantes) = PPcorren. x 100
IPC
Tx. Crescimento Real =
PPcons. (ano n) - PPcorren. (ano-1) x100
PPcorren. (ano n-1)
B. Ótica do Rendimento
Permite conhecer o modo como são
distribuídos os rendimentos pelos agentes
gerados na atividade produtiva do país
(repartição dos rendimentos de um país segundo os
fatores produtivos que lhe deram origem).
O Produto é repartido pelos empregados,
pelos empregadores / detentores de capital e
pelas Administrações Públicas.
RENDIMENTO:
❖ Remunerações - rendimentos
provenientes do fator trabalho (o que os
empregadores pagam aos empregados como
retribuição pelo trabalho prestado),
como
ordenados, salários e contribuições
sociais dos empregadores).

❖ Excedente Bruto de Exploração
(EBE) / Rendimento Misto -
rendimentos provenientes do fator
capital + rendimentos dos
trabalhadores por conta própria não
constituídos em sociedade (ex.: juros,
dividendos distribuídos, lucros, rendas
e amortizações).
❖ Impostos sobre a produção e
importação líquidas de subsídios -
pagamentos obrigatórios, depois de
descontados os subsídios, cobrados
pelo Estado ou pelas instituições da UE
que incidem sobre a produção e a
importação de bens e serviços (o
emprego, a propriedade ou a utilização de
edifícios/terrenos).
PIB = Remunerações + EBE/Rendimento
Misto + Impostos sobre a produção e
importação líquidas de subsídios
RNB = PIB (segundo a ótica do rendimento)
+ SRRM
Rendimento Disponível dos Particulares -
rendimento colocado à disposição das famílias
e que na base das decisões de consumo e
poupança.
RDP = remunerações trabalho e capital +
transferências internas (subsídios, abonos,
reformas) e externas (remessas dos/para os
emigrantes) - impostos diretos e
contribuições sociais
C. Ótica da Despesa
Analisar o modo de como esse rendimento
distribuído é aplicado.
DESPESA:
➢ Consumo Total - consumo privado
(despesas efetuadas pelos particulares em bens
e serviços que se destinem à satisfação de
necessidades) e consumo público
(despesas efetuadas pelas AP visando a
satisfação de necessidades coletivas).
➢ Investimento Bruto - formação bruta
de capital fixo (FBCF - investimento em bens
de equipamentos) e variação de
existências (VE - diferença entre os valores
de stocks de produtos)
➢ Exportações - a venda a outros
países; são despesa pois constituem
produto realizado do país, mas não
consumido internamente.
➢ Importações - resultam da aquisição
pelo país de bens e serviços que foram
produzidos noutros países; assim, não
constituem produto do país (não
contam como despesa).
Procura Interna: gastos realizados por todos
os residentes em relação à produção efetuada
nesse território económico.
PI = CT + IB
Procura Global: corresponde a toda a
produção realizada internamente (quer para
consumo interno ou externo).
PG = PI + Ex
Despesa Interna: gastos das unidades
institucionais realizados no interior da sua
fronteira económica.
DI = PG - Im
= CT + IB + Ex - Im
Despesa Nacional: gastos efetuados por
todas as unidades institucionais residentes no
país.
DN = DI + SRRM
Limitações da Contabilidade Nacional
I. A Contabilidade Nacional não
discrimina a natureza dos bens e
serviços
Como só é registado o seu valor, aspetos
como a qualidade de vida da população ou as
suas condições sociais não são avaliadas pela
Contabilidade Nacional.
 II. A Contabilidade Nacional não
contabiliza todas as atividades
existentes

Economia Oficial / Não Paralela

● Informal: trabalho não remunerado
(não é registado). Ex.: voluntariado,
autoconsumo, bricolage, jardinagem,
donas de casa.

● Subterrânea: atividades ilícitas (tráfico

de droga ou de bens falsificados, prática de
medicina ilegal); atividades legais (não
contabilizadas para se evitar o pagamento de
impostos ou para não se ter de cumprir algumas
regras da legislação laboral).

III. A Contabilidade Nacional não regista

as externalidades
Não são considerados os efeitos que advêm
da atividade produtiva, isto é, o impacto que a
ação de um agente económico tem sobre o
bem-estar de outros, que pode ser positivo
(descobertas e invenções realizadas pelos cientistas) ou
negativos (poluição ambiental provocada pelas
fábricas)

O PIB não é um bom indicador de bem-estar

de uma população, pois atende apenas à
produção económica de um país sem atender
aos inconvenientes da mesma.

Para tentar superar algumas dessas

dificuldades usamos o PIB per capita, de
forma a permitir comparações entre países.
Contudo também apresenta inconvenientes:
sendo uma média, esconde as disparidades -
países com valor de PIB per capita
semelhantes podem apresentar níveis de
bem-estar completamente diferentes.

Desta forma, para avaliar o grau de

desenvolvimento de um país devem utilizar-se,
em simultâneo com o PIB, outros indicadores
que ponderem, para além do critério
económico, como o IDH, que avalia também
critérios sociais, políticos, culturais, religiosos,
etc. Apesar de tudo, o PIB não deixa de ser
uma das mais importantes ferramentas de
análise macroeconómica (fundamental para
qualquer nação).
 As Relações Económicas
Com o Resto do Mundo
A Necessidade e a Diversidade
de Relações Internacionais
Comércio Interno: tem lugar dentro de um
país envolvendo apenas alguns agentes
económicos residentes nesse país.
Comércio Externo: designa todas as
transações de bens e serviços entre um país e
os restantes, isto é, realiza-se entre unidades
residentes e não residentes do país.
≠
Comércio Internacional: comércio
estabelecido entre vários países.
Hoje em dia, existe uma elevada
interdependência económica entre países.
Recorre-se ao comércio externo/
internacional porque a produção é insuficiente
para satisfazer as necessidades ou porque o
país, efetivamente, não produz o produto.
O comércio pode ser de bens e serviços,
capitais e (movimentação) de pessoas.
Divisão Internacional do Trabalho: consiste
em cada país especializar-se na produção de
alguns bens e/ou prestação de alguns serviços
obter os outros no mercado externo.
⤷ PORQUÊ a especialização? Devido às
características próprias de cada país, como a
localização, clima, população e recursos
naturais, aspetos estes que facilitam a
produção de certos bens e impedem/dificultam
a produção de outros, o que conduz à
produção em grande produção de um bem e à
escassez de outros.
Vantagem absoluta: quando a produtividade
de um bem é maior e o seu custo de produção
é menor.
Vantagem comparativa: quando o custo
relativo de um bem é mais baixo do que nos
outros países.
CONCLUSÃO Cada país deve se
especializar na produção do bem para qual o
preço relativo seja inferior ao do outro país.
O Registo das Relações
Económicas com o Resto do Mundo
BALANÇA DE PAGAMENTOS
Balança de Pagamentos: sistema de contas
onde se registam os fluxos monetários (de
entrada - créditos - e de saída - débitos)
verificados durante um período de tempo entre
um país e o Resto do Mundo.
Importância: a sua análise permite
retirar algumas conclusões sobre a saúde da
economia nacional nas suas relações com o
Resto do Mundo.
Equilíbrio da Balança de Pagamentos
O saldo da Balança de Pagamentos tem de
estar equilibrado, isto é, o valor dos débitos
tem de ser igual aos créditos, sendo o saldo,
assim, igual a 0.
S. B. Pagamentos = S.B. Corrente + S.B.
Capital + S.B. Financeira + E&O = 0
Indicadores De Análise
➠ Taxa de Cobertura: permite avaliar a
capacidade que uma economia tem de poder
pagar as suas importações com o valor obtido
através das suas exportações.
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎𝑠 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎çõ𝑒𝑠
x 100
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎𝑠 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎çõ𝑒𝑠
- > 100%: o valor das exportações
permite pagar a totalidade das
importações.
- < 100%: o valor das exportações não
dá para pagar as importações, sendo
necessário utilizar as divisas existentes
e/ou contrair empréstimos externos
para o cobrir.
➠ Grau de Abertura da Economia ao
Exterior (GAEE): determina a percentagem do
valor das exportações e importações no total
do PIB, permitindo, assim, ver em que medida
um país está dependente do exterior.
𝑒𝑥𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎çõ𝑒𝑠 + 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎çõ𝑒𝑠
x 100
𝑃𝐼𝐵
➠ Intensidade Exportadora: reflete a
importância/ o peso das exportações na
riqueza nacional.
𝑒𝑥𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎çõ𝑒𝑠
x 100
𝑃𝐼𝐵
Operações de Câmbio
Divisas: unidades monetárias e reservas de
ouro utilizadas no pagamento do comércio
internacional (euro, dólar, iene, libra).
Obtidas a partir
Operações de Câmbio: operação que
consiste na troca de um moeda por outra.
Sendo necessário saber
Taxa de Câmbio: relação de troca que se
estabelece entre duas moedas.
Que é determinada no
Mercado de Câmbios: mercado onde se
trocam moedas (divisas).
Que tem como intervenientes
Exportadores: vendedores de divisas e
compradores de moeda nacional
Importadores: vendedores de moeda
nacional e compradores de divisa.
Desvalorização da Moeda
No caso da desvalorização (moeda perde
◾
valor comparativamente com os restantes)
leva a um aumento das exportações, o
que torna os produtos exportados mais
◾
baratos
leva a uma diminuição das importações, o
que torna os produtos importados mais caros.
Balança Corrente
・proporciona informações sobre o estado da
economia do país (o seu saldo é mais
significativo uma vez que traduz a situação da
economia perante o Resto do Mundo).
・Fluxos: mercadorias, serviços, rendimentos
e transferências correntes.
⇾ saldo positivo: aumento de ativos no
estrangeiro;
⇾ saldo negativo: diminuição de ativos
no estrangeiro (a economia do país financiada
pela poupança externa)
A. Balança de Mercadorias
Registam-se os fluxos relativos às transações
de mercadorias entre o país e o Resto do
Mundo.
Saldo da B.M= Crédito (Exp.) - Débito (Imp.)
⇾ saldo positivo: superavit - o país
exportou mais do que aquilo que importou,
sendo a atividade corrente suficiente para
pagar os encargos assumidos perante o Resto
do Mundo.
⇾ saldo negativo: deficit - o país
importou mais do que o que exportou, pelo
que a atividade corrente não é suficiente para
pagar ao Resto do Mundo, tendo de se utilizar
as divisas ou contrair empréstimo externos.
B. Balança de Serviços
Registam-se os recebimentos provenientes
do Resto do Mundo (em resultado de serviços
de transporte, prémios de seguros e viagens e
turismo) e, inversamente, as saídas de divisas
devido à compra de serviços ao Resto do
Mundo.
Esta balança apresenta um saldo positivo
por influência do turismo.
C. Balança de Rendimentos
Registam-se os fluxos de rendimentos do
trabalho - salários -, do investimento -
propriedades de ativos financeiros - e saída de
divisas para pagamentos de rendimentos
auferidos por não residentes no país.
D. Balança de Transferências
Registam-se os fluxos sem retorno (sem
qualquer contrapartida de mercadorias, de
serviços ou mesmo de aplicações financeiras
e de investimentos.
○ remessas de emigrantes/imigrantes
○ pensões e reformas dos migrantes
que regressam definitivamente ao seu país
○ algumas das transferências
correntes com a UE
○ fluxos financeiros associados à
cooperação com outros estados, as dádivas e
as indemnizações.
Transferências Públicas: quando envolvem o
estado português (Fundos Correntes com a
UE).
Transferências Privadas: quando não
envolvem o estado português (remessas dos
emigrantes, donativos às famílias).
 ➱ saldo positivo, com um recente
crescimento: aumento da emigração (aumento
das remessas).
Balança Capital
Regista os fluxos de capital sem contrapartida
de natureza não corrente, fluxos estes que
são:
◍ transferências de capitais: fundos
provenientes da UE; perdão de uma dívida
a/de um país terceiro.
◍ ativos não produzidos, não financeiros:
・ intangíveis: contratos de
transferência de jogadores de futebol; patente;
marcas; copyright; franchising;
・ tangíveis: aquisição de terrenos e
habitações por embaixadas e instituições
internacionais.
➠ O saldo conjunto da balança
corrente e capital indica se uma economia está
numa situação credora ou devedora: se
apresentar valores positivos, a economia tem
capacidade de financiamento, enquanto que
se apresentar valores negativos a economia
tem necessidade de financiamento.
Balança Financeira
Regista os fluxos de mudança de titularidade
de ativos/passivos financeiros e de
criação/extinção de ativos/passivos
financeiros.
🔿 Investimento direto (IDE): a crédito
representa a compra ou a criação de uma
nova empresa por um investidor não residente
e a débito a aquisição/criação de empresas
localizadas fora do espaço geográfico.
🔿 Investimento de carteira: compra de
produtos financeiros (ações, obrigações) na
Bolsa de Valores de Lisboa por parte de não
residentes.
🔿 Derivados financeiros: compra de
derivados na Bolsa de Valores do Porto.
🔿 Outro investimento: regista os
empréstimos e depósitos.
🔿 Ativos de reserva: regista a crédito os
ativos das autoridades monetárias
considerados reserva e expressos em moedas
de países fora da Zona Euro.
NOTA Os fluxos da balança financeira, ao
contrário da balança de capital, dão origem, no
futuro, a contrapartidas de rendimentos no sentido
inverso (lucros de investimento ou juros de
empréstimos).
Erros e Omissões
Esta “balança”, não se trata de uma
verdadeira balança, resultando, assim, de
acertos verificados de omissões e erros, que
sempre existem, dado o número elevado de
transações.
As Políticas Comerciais e a
Organização Mundial de Saúde - OMC
O Protecionismo
Protecionismo: consiste na aplicação de
barreiras à livre circulação de bens e serviços,
limitando a entrada de bens e serviços
produzidos noutros países.
Medidas para dificultar as importações:
➭ Barreiras alfandegárias: impedimentos
às exportações, erguidos nas fronteiras
estabelecidas entre países.
⤥ barreiras tarifárias: taxas ou custos
adicionais, que são aplicados aos bens
importados (direitos aduaneiros - a países não
pertencentes à UE)
⤥ barreiras não tarifárias:
impedimentos quantitativos às importações,
que não recorrem ao uso da moeda.
• fixação de contingentes/
limites: determinação de um limite máximo
para a importação de um bem/serviço em
função do valor ou quantidade.
• quotas
• embargo comercial:
proibição da entrada do bem - forma extrema
Medidas para facilitar as exportações:
➭ Subsídios às exportações: atribuições
de benefícios sobre os bens e serviços
exportados, proporcionando a redução dos
seus custo de produção
➭ Dumping: consiste na existência de dois
preços para o mesmo bem, um preço interno
elevado e outro externo mais baixo.
➭ Desvalorização da moeda: importações
mais caras e as exportações mais baratas
 Objetivo do Protecionismo ⤳ cooperar com outras organizações
- tornar os bens importado mais As Relações Económicas de
inacessíveis aos consumidores,
protegendo assim a produção interna, Portugal com a UE e com o Resto do
uma vez que os produtos importados Mundo
são, regra geral, mais baratos e de
melhor qualidade. A Criação de Comércio
Consiste no deslocamento da produção
Vantagens: surgimento de “indústrias
doméstica para importações oriundas de um
nascentes”
dos membros do bloco.
Desvantagens: as indústrias consideradas
Surge pela abolição de tarifas aduaneiras
protegidas tendem a acomodar-se aos lucros
em espaços comunitários como a UE, onde se
fáceis, face à proteção que usufruem.
substituem bens com preços mais elevados
pelo novo comércio com preços mais baixos.
Livre - Cambismo
Livre-cambismo: diz respeito a todas as O Desvio do Comércio
trocas efetuadas sem a aplicação de qualquer
Acontece quando, pelo facto de se abolirem
barreira à circulação dos bens entre países.
fronteiras, há uma reorientação do comércio
devido à substituição dos bens com preços
Vantagens
mais elevados.
➘ especialização com base na teoria das
vantagens absolutas
➘ mais crescimento económico
➘ mais concorrência ➘ mais
produção
➘ mais rendimento ➘ mais emprego
➘ mais bem-estar

Inconvenientes
➘ alguns países poderão não ser capazes de
competir com os baixos preços de outros ou
não ter uma indústria tão sólida e desenvolvida

A Organização Mundial do Comércio

OMC: instituição internacional encarregue das
regras do comércio internacional a nível
mundial.
Tem como objetivo controlar o comércio
externo, liberalizando-o, de modo a promover:
❧ a elevação dos níveis de vida e dos
rendimentos
❧ o crescimento económico e do emprego a
longo prazo
❧ uma utilização ótima dos recursos naturais
❧ a facilitação do acesso dos países menos
desenvolvidos ao comércio internacional
através de medidas como
⤳ dirigir acordos comerciais
⤳ dinamizar negociações comerciais
⤳ moderar disputas comerciais
⤳ contribuir para a revisão de políticas
comerciais
 A Intervenção do Estado ESFERAS DE INTERVENÇÃO DO ESTADO
➯ Política: o Estado criou diversos

na Economia mecanismos com vista ao controlo da

execução da leis e das medidas adotadas.
➯ Social: com vista a garantir o bem-estar
de todos os indivíduos, em especial os mais
Funções e Organização do Estado desfavorecidos, o Estado fornece serviços
Estado: é a comunidade constituída por uma essenciais e concede subsídios.
população que, ao fim de garantir a sua ➯ Económica: atua como dinamizador ou
segurança, a justiça e o bem-estar, se apropria regulador da atividade económica, intervindo
de um território e nele institui, por autoridade com vista à sua estabilização e bom
própria, o poder de dirigir os destinos funcionamento.
nacionais e de impôr as normas necessárias
à vida em sociedade. Tem como objetivo a A Estrutura do Setor Público
satisfação das necessidades de toda a
Setor Público
coletividade, garantindo a vida em sociedade.
Setor Público Administrativo (SPA)
Conjunto de serviços que o Estado presta no
ELEMENTOS CONSTITUINTES
desempenho das suas atividades tradicionais
❍ Povo: conjunto de pessoas ligadas por
(justiça, bem-estar, ordem).
laços de nacionalidade
Tem como objetivo a satisfação das
❍ Território: espaço geográfico que inclui o
necessidades coletivas, não visando qualquer
solo, o subsolo, o espaço aéreo e o espaço
obtenção de lucro, tratando-se assim de
marítimo.
serviços de interesse coletivo sem fins
❍ Órgãos de soberania: poder político
lucrativos.
inerente ao Estado (Presidente da República,
Assembleia da República, Governos e
Constituição:
Tribunais).
• administração central (engloba ministérios,
secretarias de Estado)
Poder Político ≠ Soberania
• administração regional ou local
↓ ↓
(autarquias, regiões autónomas)
Poder de criar Poder político sem
• segurança social
regras e de as impor limitações na ordem
• serviços e fundos autónomos
coercivamente interna e externa
(supremo e independente)
Setor Público Empresarial (SPE)
É o setor produtivo do Estado, tendo como
FUNÇÕES DO ESTADO:
objetivo produzir bens e serviços, com fins
◍ política: definição do interesse público,
lucrativos, para a obtenção de níveis
através das opções que o Estado tem de fazer
adequados de satisfação de necessidades.
para adequar os recursos às necessidades da
sociedade - Presidente da República,
Constituição:
Assembleia da República e Governo.
• Setor Empresarial Local
◍ legislativa: elaboração das leis que
• Setor Empresarial do Estado
regulam a vida da comunidade - Assembleia
➝ empresas públicas: empresas
da República (leis) e Governo (decretos-lei)
onde o Estado ou outra entidade pública pode
◍ executiva/administrativa: cumprir e fazer
exercer uma influência dominante
cumprir as leis - Governo
➝ empresas participadas: empresas
◍ judicial: intervenção em matéria de
com uma participação permanente do Estado
resolução de conflitos - Tribunais.
ou de outra entidade pública estatal.

Após o 25 de Abril, houve um grande

crescimento económico devido ao processo
das nacionalizações.
Nacionalização: transferência para o Estado,
com ou sem indemnizações, da propriedade
de empresas que pertencem a privados,
tornando-as propriedade pública nacional.
A partir de 1978, assistiu-se à tendência
inversa: começou um processo de
privatizações e de reprivatizações,
diminuindo, assim, a intervenção do Estado na
economia.
Privatizações: transferência de propriedade
de uma empresa estatal para o setor privado.
Reprivatizações: privatização de empresas
que se tornaram estatais através do processo
de nacionalização.
A Intervenção do Estado Na
Atividade Económica
A. Estado Liberal
Surge como resultado das revoluções
liberais em França e Inglaterra.
Ideia Principal: não intervenção do Estado
na economia.
Características:
➠ propriedade privada dos meios de produção
➠ livre iniciativa e livre concorrência
➠ liberdade das trocas entre países
Funções do Estado Liberal:
➤ garantir a segurança externa
➤ defender a ordem social
➤ defender as liberdades individuais
➤ garantir um bom funcionamento dos
mercados
➤ satisfazer algumas necessidades coletivas
As guerras, a reconstrução do pós-guerra e
crise de 1929-1933 justificaram a intervenção
do Estado na economia.
⇩ III.
B. Estado Intervencionista
O Estado deveria alargar a sua intervenção
a determinadas áreas de cariz, passando a ter
funções como:
➥ estabilização da economia
➥ redistribuição dos rendimentos
➥ fornecimento de bens primários a toda a
população
Funções Económicas do Estado
I. Eficiência
O Estado deve incentivar a utilização racional
e eficiente dos recursos no sentido de
satisfazer o maior número de necessidades
possível ao menor custo.
No entanto, acabam por se gerar
interferências ou desperdícios - falhas de
mercado.
⇘ existência de mercados de
concorrência imperfeita: mercados que não
possuem as condições de concorrência
perfeita (visto no 10º ano).
O Estado deve intervir de forma a repor
a concorrência ou a evitar a concentração,
promulgando leis antimonopólio.
⇘ existência de externalidades: o
impacto que a ação de um agente económico
tem sobre o bem-estar de outros que não
participem nessa ação.
- positivas: descobertas e invenções
científicas
- negativas: poluição provocada pelas
fábricas
⇘ existência de bens públicos: bens
que, devido às sua características, não
apresentam oferta privada, que se destinam a
toda a sociedade (bibliotecas, iluminação
pública, segurança, defesa nacional, estradas)
- não rivalidade: a utilização por uma
pessoa não impede a utilização dos
outros
- não exclusividade: não se pode impedir
o acesso a ninguém a estes bens.
II. Equidade
Para evitar a existência de situações de
desigualdades económicas e sociais o Estado
deverá garantir uma maior equidade entre os
cidadãos, através de uma redistribuição dos
rendimentos (aplicação de impostos
progressivos e subsídios).
Estabilidade
Para evitar situações de instabilidade (forte
desemprego, aumento de preços,
encerramento de empresas ou quebras na
produção) o Estado deve intervir como
estabilizador implementando medidas de
combate ao desemprego e à inflação, de
criação de emprego ou equilibrar as contas
externas.
Instrumentos de Intervenção
Económica e Social do Estado
São os meios que este utiliza para alcançar
os objetivos pretendidos e que foram
previamente fixados.
Planeamento
Permite articular as diferentes iniciativas
públicas e privadas, nos domínios económicos
e sociais, no sentido de potenciar as
capacidades da economia, maximizando a
satisfação das necessidades individuais e
coletivas, com mínimo de recursos materiais,
financeiros e humanos.
Fatores de Adoção do Planeamento
⤳ a múltipla intervenção do Estado através
de empresas públicas e das suas políticas
económicas carece de uma previsão e de uma
coordenação, a nível nacional.
⤳ a dimensão de determinadas empresas
privadas exige uma organização e um estudo
previsional.
⤳ a correção dos desequilíbrios a nível
nacional e internacional.
Tipos de Planos:
➘ de natureza imperativa: são aqueles que
se aplicam ao setor público e, por isso, o
Estado pode impô-los - são obrigatórios.
➘ de natureza indicativa: destinam-se ao
setor privado, não sendo obrigatórios, mas o
Estado incentiva a seguir as suas orientações
através de medidas (benefícios fiscais,
subsídios).
Políticas Económicas e Sociais
Conjunto de atuações desenvolvidas pelo
Estado nas esferas económica e social com
vista a atingir objetivos previamente fixados
(garantir a eficiência, equidade e estabilidade).
Tipos de Políticas:
➭ Estruturais: políticas de médio ou longo
prazo que pretendem alterar as condições de
funcionamento da economia (ex.: para
promover o crescimento económico).
➭ Conjunturais: políticas de curto prazo que
se destinam a corrigir desequilíbrios que se
vão gerando na economia (corrigir desvios que
possam pôr em causa os objetivos de longo
prazo traçados).
➠ Política Monetária: tem como objetivos
garantir a estabilidade dos preços, assegurar o
crescimento económico e o emprego e atuar
sobre o crescimento da massa monetária em
circulação (liquidez), através de instrumentos
como o enquadramento do crédito, operações
de mercado de aberto e reservas obrigatórias.
➠ Política Orçamental: tem como objetivos
a satisfação das necessidades coletivas, a
redistribuição dos rendimentos de modo a
corrigir as desigualdades e a estabilização e
dinamização da economia, através de
instrumentos como a manipulação das receitas
e das despesas
➠ Política Fiscal: é a política mais
importante, porque as autoridades não
poderiam executar nenhuma das suas
políticas sem recursos. Tem como objetivos a
obtenção de verbas, a redistribuição dos
rendimentos, o controlo de diferentes variáveis
económicas e influenciar a organização
empresarial, através de instrumentos como os
impostos.
➠ Política de Redistribuição dos
Rendimentos: tem como objetivo a promoção
da equidade social, através de instrumentos
como a carga fiscal, a fixação de salário
mínimo, a fixação de preços e o sistema da
Segurança Social.
Orçamento de Estado (OE)
É o documento elaborado anualmente pelo
Governo onde se prevêem as receitas e as
despesas a efetuar pelo Estado.
Importância e Necessidade
O OE constitui um instrumento de
intervenção do Estado na esfera económica e
social, já que, através das receitas cobradas e
das despesas efetuadas, o Estado influencia o
comportamento dos agentes económicos e de
toda a atividade económica em geral.
 3 Perspetivas:
➥ económica: o OE constitui uma previsão
anual das receitas e despesas do Estado.
➥ político: o OE tem que ser aprovado pela
Assembleia da República.
➥ jurídico: o OE apresenta-se sob a forma
de lei.
I. Receitas Públicas
○ Patrimoniais: rendimentos gerados pelo
património de que o Estado é proprietário.
○ Coativas/Tributárias: provenientes dos
impostos; taxas e multas.
○ Creditícias: contração de empréstimos.
Multa: prestações pagas ao Estado pelas
famílias e empresas de forma unilateral, com
carácter de sanção.
Taxa: pagamentos efetuados pelas famílias e
empresas ao Estado em troca da utilização de
um serviço.
Imposto: prestações pecuniárias pagas
coercivamente ao Estado pelas famílias e
empresas.
- diretos: incidem diretamente sobre os
rendimentos/património dos agentes
económicos (IRS, IRC)
- indiretos: incidem sobre o consumo ou
despesa efetuada (IVA, ISP, ISV).
Os impostos diretos são socialmente
mais injustos porque tributam igualmente
ricos e pobres.
Critério Económico de Classificação:
➝ receitas correntes: derivam dos
rendimentos criados no período de vigência do
Orçamento e que se prevê que se voltem a
repetir noutros anos (impostos, taxas).
➝ receitas de capital: correspondem às
receitas que podem não se voltar a repetir nos
anos seguintes (venda de património,
obtenção de empréstimos).
II. Despesas Públicas
○ despesas correntes: encargos
permanentes do Estado no desempenho das
suas funções num determinado ano
(pagamento de vencimentos, pensões…).
○ despesas de capital: encargos assumidos
pelo Estado num determinado ano, cujos
efeitos só se prevê que se prolonguem em
anos seguintes (construção de pontes/
estradas).
III. Saldo Orçamental
Saldo Orçamental: diferença entre as receitas
e as despesas públicas.
Tipos de Saldo Orçamental
○ Corrente: envolve as receitas e despesas
correntes.
○ Global: envolve as receitas totais e as
despesas totais.
○ Primário: envolve o saldo global sem os
encargos com o pagamento dos juros da
dívida pública.
Situações de Saldo Orçamental
➤ superavit: R > D
➤ equilíbrio: R = D
➤ deficit: R < D - neste caso, o Estado tem 2
soluções possíveis: ou vende parte do seu
património ou contrai empréstimo
↓
dívida pública
valor total de obrigações, faturas e outros títulos
por liquidar por parte do Estado
- interna: obtidos a residentes no
país
- externa: obtidos no estrangeiro
 A Economia Portuguesa no
Contexto da União Europeia
Noção e Formas de Integração
Económica
Integração Económica: processo de abolição
das barreiras comerciais entre dois ou mais
mercadorias nacionais (países), anteriormente
separados e de dimensões unitárias
consideradas pouco adequadas, unem-se para
formar um só mercado, de dimensão mais
adequada e com características próprias.
Vantagens
◍ maior eficiência na afetação dos recursos
de cada economia
◍ maior possibilidade de alcançar o pleno
emprego dos fatores de produção e de garantir
o crescimento económico
◍ aumento da produção devido à divisão do
trabalho e à especialização efetuada
◍ maior circulação da inovação e dos
avanços tecnológicos
◍ obtenção de economias de escala devido
ao alargamento dos mercados
Desvantagens
◍ perda de receitas fiscais
◍ perda de alguma autonomia
Integração Económica Formal: quando esta
é definida formalmente através do
estabelecimento de acordos entre dois ou
◾
mais países.
Zona de Comércio Livre: trata-se de
um acordo em que os países decidem eliminar
entre si todas as barreiras às trocas
comerciais. No entanto, não há uma pauta
exterior comum a países terceiros (cada país
mantém as suas tarifas no que diz respeito ao
comércio com países terceiros) - EFTA;
◾
NAFTA
União Aduaneira: para além das
condições das zonas de comércio livre, os
países membros ficam obrigados à aplicação
da mesma pauta tarifária no que respeita ao
comércio com países terceiros - CEE;
BENELUX
◾ Mercado Comum: é uma união
aduaneira onde não existem restrições à livre
circulação de capitais, pessoas e serviços (e
não só de mercadorias), o que implica a
adoção de políticas comuns, de forma a
harmonizar os vários espaços económicos e
sociais e a minimizar os impactos da livre
◾
circulação - Mercado Único
União Económica e Monetária: tem
as mesmas características que o Mercado
Comum, acrescido da implementação de um
conjunto de políticas económicas e sociais
comuns, de forma a combater as diferenças
existentes entre os vários Estados-membros e
da introdução de uma moeda única para o
◾
espaço económico - CEE ➝ UE
Integração Económica Total/ União
Política: procede-se à unificação das políticas
económica, monetária, fiscal, cambial,
ambiental,..., que passam a substituir as
políticas nacionais - União Europeia.
Integração Económica Informal: quando dois
ou mais países estreitam as relações
comerciais entre si, sem que tenha sido
estabelecido qualquer acordo escrito entre as
◾
partes.
Sistema de Preferências
Aduaneiras: corresponde à forma mais
simples de integração económica, em que dois
ou mais países concedem apenas entre si um
conjunto de vantagens aduaneiras -
Commonwealth
O Processo de Integração na Europa
No final da 2ª Guerra Mundial, a Europa
encontrava-se completamente destruída, pelo
que era urgente a sua recuperação. Para isso,
era preciso unir os países europeus.
1. Criação da CECA (Comunidade Europeia
do Carvão e do Aço)
- Tratado de Paris, em 1951
- fundado pela Bélgica, Holanda,
Luxemburgo, Itália, França e RFA
Objetivo:
❍ colocar o carvão e o aço (essenciais à
reconstrução da Europa) sob uma gestão
comum, de modo a liberalizar as trocas destes
produtos entre os países signatários.
2. Criação da CEE e da EURATOM
(Comunidade Europeia da Energia Atómica)
- Tratado de Roma, em 1957
Objetivos da EURATOM:
❍ estimular a cooperação no campo da
energia nuclear
❍ assegurar a sua utilização para fins
pacíficos
❍ criar as condições de desenvolvimento de
uma poderosa indústria nuclear
Objetivos da CEE:
❍ criação de uma União Aduaneira e de um
Mercado Comum
❍ adoção de políticas comuns e instituição
de um Banco Europeu de Investimentos (BEI)
⇨ Estagnação da construção da UE nos
anos 70:
⤥ crise petrolífera
⤥ intensificação da concorrência mundial
⤥ pouca flexibilidade do mercado de
trabalho
⤥ menor capacidade de resposta às
alterações da conjuntura internacional
3. Criação do Ato Único Europeu
- em 1986/7, na revisão do Tratado de
Roma
Objetivos:
❍ concretização da criação de um
mercado único (europeu), com a abolição de
todas as barreiras entre os Estados -
membros, permitindo a livre circulação de
mercadorias, pessoas, serviços e capitais
❍ reforço da coesão económica e social,
com a redução das desigualdades entre as
regiões através da aplicação de fundos
estruturais.
❍ reforço da cooperação em matéria
monetária
❍ harmonização das regras de trabalho,
higiene e segurança
❍ reforço da investigação e
desenvolvimento (I & D), de modo a
aumentar a competitividade
❍ proteção do ambiente
❍ reforço das instituições comunitárias
4. Criação da União Política
- Tratado de Maastricht, em 1993
Objetivos:
❍ criação de uma Política Externa e de
Segurança Comum (PESC)
❍ reforço da cooperação nos domínios da
Justiça e Assuntos Internos
❍ instauração de uma cidadania europeia
❍ construção de uma Europa social
❍ novos campos de de ação comunitária
❍ reforço da legitimidade democrática
5. Criação da União Económica e
Monetária
- Tratado de Maastricht, em 1993
Era necessário não só abolir as fronteiras
como derrubar um obstáculo que se colocava
à livre circulação - diferentes moedas de
países-membros.
Para isso, estabeleceu-se uma união
monetária e adotou-se uma moeda única em
todo o espaço da comunidade.
A criação da União Económica e Monetária
deu-se em 3 fases:
I) adoção da legislação e de reformas
direcionadas para a livre circulação de
capitais, pela harmonização do exercício
económico dos diversos Estados-Membros e
pelo acréscimo de verbas direcionadas para a
correção dos desequilíbrios regionais
II) criação do Instituto Monetário Europeu
com vista à fundação do Banco Central
Europeu. Foram definidos os países aptos a
passar à 3ª etapa (cumpriam os critérios de
convergência):
• estabilidade dos preços: taxa de
inflação não superior em 1,5 pontos
percentuais à taxa de inflação média dos três
Estados-membros com melhores resultados
• situação da finanças públicas:
défice não superior a 3% do PIB e a dívida
pública não superior a 60% do PIB
• taxas de câmbio: observância das
margens de flutuações normais, pelo menos
durante 2 anos, sem grandes tensões
• taxas de juro a longo prazo: não
podem exceder em mais de 2% a média da
taxa de juro a longo prazo dos 3 países com
as taxas mais baixas.
 III) Fixação inexorável das taxas de
conversão das moedas nacionais face à
moeda única.
6. Criação da Zona Euro
- espaço comum europeu onde circula a
mesma moeda (o euro)
Responsáveis Pela Política Monetária:
EUROSSISTEMA
➥ Banco Central Europeu: autoridade
monetária dos países que aderiram à moeda
única
➥ Bancos centrais nacionais dos
Estados-Membros
Desafios da União Europeia Na
Atualidade
A. Instituições da UE e Suas Funções
◍ Conselho Europeu
- composto pelos Chefes de Estado e dos
Governos da UE e pelo Presidente da
Comissão Europeia
- funções essencialmente legislativas (é o
órgão orientador, impulsionador e coordenador
das políticas da UE: define as orientações e
prioridades políticas da UE)
◍ Conselho Da União Europeia
- designado anteriormente como Conselho
de Ministros
- composto pelos ministros de cada
Estado-membro responsáveis pelas matérias
inscritas na ordem de trabalhos (agricultura,
educação….)
- funções essencialmente legislativas:
⤳ órgão que representa os interesses
de todos os Estado-membros e é o principal
responsável pela PESC e pela Justiça e
Assuntos Internos
⤳ assegura a coordenação das
políticas económicas gerais dos
Estados-membros
◍ Parlamento Europeu
- composto por 786 deputados
- funções legislativas mas essencialmente
consultivas:
⤳ examinar as propostas da Comissão
⤳ participar nas ações legislativas
através do processo de co-decisão
⤳ investir, controlar e poder demitir a
Comissão
⤳ aprovar e controlar a execução do
Orçamento
⤳ nomear o Provedor da Justiça
◍ Comissão Europeia
- composto por 27 comissários, um de cada
Estado-membro
- é a guardiã dos Tratados
- funções essencialmente executivas:
⤳ redigir as propostas de novas
legislações que apresenta ao Parlamento e ao
Conselho da UE
⤳ garantir a aplicação (cumprimento)
dos Tratados da legislação e das políticas
comunitárias
⤳ controlar a aplicação dos fundos
comunitários
⤳ elaborar e gerir o Orçamento
comunitário
⤳ assegura a representação externa
da UE, exceto no que respeita à Política
Externa e de Segurança Comum.
◍ Tribunal da Justiça
- composto por 27 juízes independentes,
um de cada Estado-membro
- funções essencialmente fiscalizadoras:
⤳ garante a aplicação harmoniosa da
legislação comunitária nos vários
Estados-Membros
⤳ resolve diferendos sobre a
interpretação dos Tratados e da legislação
◍ Tribunal de Contas
- composto por 27 membros, um de cada
Estado-membro
- funções essencialmente fiscalizadoras:
⤳ verifica se os fundos comunitários
estão a ser usados de forma legal e com os
fins previstos
⤳ fiscaliza o controlo do Orçamento
◍ Comité Económico e Social
- composto por representantes dos
empregadores, dos trabalhadores e das
atividades específicas
- funções essencialmente consultivas:
⤳ representa os interesses dos grupos
económicos e sociais
⤳ órgão consultivo que emite
pareceres sobre novas iniciativas da UE sobre
questões da vida económica e social, não
sendo estes pareceres vinculativos
◍ Comité das Regiões
- funções essencialmente consultivas:
⤳ órgão consultivo e pode ser
consultado sobre diversas matérias de
interesse regional e local pelo Parlamento ou
pela Comissão
⤳ pode emitir pareceres não
vinculativos
◍ Banco Central Europeu
- objetivo: garantir a estabilidade dos
preços, de forma a garantir a estabilidade e o
crescimento da economia
- função: gere a política monetária europeia
◍ Banco Europeu de Investimentos (BEI)
- funções:
⤳ concede empréstimos em condições
favoráveis para projetos de investimento de
interesse europeu, especialmente às regiões
mais pobres, que contribuam para a criação de
emprego e fomentem o crescimento
⤳ apoia financeiramente o
alargamento
⤳ financia programas de auxílio ao 3º
mundo.
B. Alargamentos da UE
1957: Bélgica, Holanda, Luxemburgo,
Alemanha, França e Itália
1973: Dinamarca, Irlanda e Reino Unido
1981: Grécia
1986: Espanha e Portugal
1995: Áustria, Finlândia e Suécia
2004: Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Estónia,
Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia e
Rep. Checa
2007: Bulgária e Roménia
2013: Croácia
C. Fundos Estruturais
Com o alargamento da UE, aumentaram as
disparidades regionais, uma vez que grande
parte dos novos Estados-Membros integra as
regiões mais pobres da Europa. Para
responder a este desafio é necessário
proceder ao reajustamento das políticas da
União e dos fundos estruturais, de modo a
promover uma maior coesão económica e
social.
➠ Fundo Europeu de Desenvolvimento
Regional (FEDER): a existência de diferentes
níveis de desenvolvimento leva à existência de
grandes disparidades entre as regiões o que
se traduz em desiguais oportunidades de
acesso ao desenvolvimento pelo que é
necessário dotar as populações das diferentes
regiões da UE das mesmas oportunidades.
⤷ apoia a execução de infraestruturas,
de investimentos produtivos geradores
de emprego, nomeadamente
destinados às empresas e projetos de
desenvolvimento local.
➠ Fundo Social Europeu (FSE):
⤷ apoia a formação, requalificação e
inserção profissional dos desempregados e
das categorias da população desfavorecidas,
financiando ações de formação
⤷ promove ações específicas para a
promoção do emprego dos jovens e das
mulheres.
➠ Fundo Europeu Agrícola de
Desenvolvimento Rural (FEADER):
⤷ apoia o financiamento de melhorias
estruturais na agricultura (casos de
emparcelamento, construção de caminhos,
eletrificações).
➠ Fundo Europeu de Coesão: tem como
objetivo promover o desenvolvimento
económico dos países menos prósperos.
⤷ funciona de modo complementar aos
outros fundos estruturais
⤷ um país beneficia deste fundo
quando o seu PIB (PNB/RNB) é inferior a 90%
da média da UE.
 D. A Afirmação Externa da União
Europeia
Atualmente a UE desempenha um
importante papel no contexto internacional a
par de outros blocos, sendo o maior bloco
comercial do mundo. O processo de
alargamento e de aprofundamento que a
União tem percorrido desde a sua origem tem
permitido a sua reafirmação como potência
mundial, competindo com o Japão e EUA.
O alargamento de 2007 trará maior peso à
UE, o que lhe permitirá obter uma posição
mais favorável nas negociações com os seus
parceiros mundiais, juntos das organizações
do comércio mundial, como a OMC.

Portugal no Contexto da União

Europeia
Com o alargamento da União Europeia a
Leste, o nosso país também enfrenta a
diminuição dos apoios comunitários,
nomeadamente, nas áreas respeitantes à
agricultura e à pesca. Assim é importante
promover a produtividade e a eficiência de
Portugal:
❐ criando condições para atrair
investimento estrangeiro, através da
aplicação de reformas fiscais e laborais, da
desburocratização dos processos
administrativos e de melhorias ao nível da
justiça;
❐ apoiando a formação dos
cidadãos numa perspetiva de longo prazo
(formação para a vida), para melhorar a
produtividade e, simultaneamente, combater o
desemprego;
❐ reforçar a investigação e
desenvolvimento (I&D) nas áreas que podem
permitir o aumento da competitividade, o
surgimento de novas oportunidades de
negócio e o desenvolvimento de projetos de
maior valor acrescentado.