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REVISÃO DE LITERATURA
RESUMO
Através de uma revisão de literatura procurou-se descrever sobre a cimentação adesiva de restaurações indiretas estéticas
e livres de metal, em comparação com os demais agentes cimentantes. Com base nas informações obtidas chegou-se à
conclusão que a cimentação adesiva é de fundamental importância quando se trata de restaurações metal free.
Palavras-chave: Adesivos dentinários, cimentos resinos, metal free.
ABSTRACT
This literature review related about adhesive strengthens metal free restorations in comparison with the most strengthen
agents. With basis on informations obtained, we conclude that the adhesive strengthen is very important in metal free
restorations.
* Doutor e Mestre em Dentística Restauradora pela Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP.
* Professor titular de Dentística Restauradora da UNIMES - Santos.
* Coordenador do curso de especialização em Dentística Restauradora da ACDBS.
** Especialista em Dentística Restauradora – USP – BAURU.
** Professor assistente de Dentística Restauradora da UNIMES - Santos.
** Professor assistente do curso de especialização em Dentística Restauradora da ACDBS.
*** Especialista em Dentística Restauradora pela ACDBS.
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porcelana, faz-se necessário a aplicação do silano mento da fluidez necessária para cimentação.
uma vez que tal produto promove uma união quí- Estes autores classificaram esses cimentos quanto
mica entre a cerâmica e o cimento resinoso. ao tipo de carga (macropartículas, micro-
SHEET & JENSEN33 (1988), compararam o partículas e híbridos., viscosidade (pesado, médio
comportamento clínico de restaurações indiretas e leve., sistemas de ativação (químico, foto ou
em porcelana com cimentos ionoméricos e com dual. e quanto à presença de monômeros adesi-
cimentos resinosos. Chegaram à conclusão de que, vos na sua composição.
apesar dos cimentos de ionômero de vidro se- Os cimentos resinosos se aproximam muito
rem conhecidos pela sua adesividade às estrutu- aos valores da ADA. Possuem baixa viscosidade,
ras dentárias e por liberar flúor, apresentam um pequena quantidade de partículas (31-66% em
tempo de presa muito longo, solubilidade elevada volume., partículas entre 0,5-15um de tamanho e
nos momentos iniciais da presa e falta de adesão melhores propriedades de escoamento
às porcelanas. (LAMBRECHTS et. al. 23, 1991).
Segundo SHEET & JENSEN33 (1988), como Segundo CHRISTENSEN8 (1991), os cimen-
as restaurações inlay/onlay de porcelana apresen- tos resinosos sofrem contração de polimerização
tam uma fenda superior às demais restaurações podendo ocasionar o rompimento da união en-
indireta deve-se tomar extremo cuidado quando tre a restauração indireta e o dente preparado ou
da escolha do agente cimentante. Baseado nisso então proporcionar a infiltração de fluídos orais,
faz-se uso de um cimento resinoso com maior bactérias e demais substâncias que podem levar à
quantidade de carga (híbridos. e de menor flui- sensibilidade pós-operatória.
dez (viscosidade média ou pesada.. JACOBSEN & RESS 22 (1992), descreveram
BANKS 2 (1990), afirmou que toda cimen- os cimentos resinosos duais como agentes cimen-
tação adesiva deve receber cuidados quanto ao tantes cujo processo de polimerização se dá por
uso do isolamento absoluto, já que o controle da dois meios: físico através da ação da luz do
umidade durante todo o processo é fundamental fotopolimerizador sobre os fotoiniciadores
para que não ocorra perda da longevidade da (canforoquinona. e químico através da reação do
peça cimentada. peróxido de benzoíla com as aminas terciárias.
Segundo ROULET & HERDER 30 (1990), a SWIFT et. al. 36 (1992), preconizaram após o
porcelana é passível de ser condicionada devido jateamento da face interna de restaurações indi-
à sua composição heterogênea. Com condiciona- retas em resina composta, uma intensa lavagem e
dores como o ácido fluorídrico a 9-10% por secagem seguida da aplicação de ácido
dois minutos e meio ou o bifluoreto de amônio fluorídrico entre 9 e 10% por 30 segundos com
a 10% por 30 segundos é possível remover, a finalidade de reforçar a ação do jateamento
seletivamente, componentes da fase vítrea e até mediante a criação de um padrão de irregulari-
mesmo da fase cristalina gerando um padrão de dades que auxilia na adesividade e conseqüente
desmineralização semelhante ao que ocorre com retenção da peça ao dente preparado. Ao anali-
o esmalte dental, melhorando a sua adesividade, sarem a ação desse ácido sobre as resinas com-
Para LAMBRECHTS; et. al. 23 (1991), os ci- postas chegaram à conclusão que tal substância
mentos resinosos nada mais são do que resinas age melhor em resinas compostas macro-
compostas cuja fase orgânica é à base de BIS- particuladas quando comparadas às resinas com-
GMA (bisfenol glicidil metacrilato. ou UDMA postas microparticuladas.
(uretano di-metacrilato. e a fase inorgânica tem BERTOLOTTI 3 (1992), recomendava o ata-
uma menor quantidade de carga visando o au- que ácido da superfície dentinária para a
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cimentação com cimentos resinosos uma vez que merização ocasionando fendas e possível infiltra-
este, além de remover o smear layer promovia ções. Além disso, é indicada a utilização de ci-
um aumento da permeabilidade dentinária e um mentos resinosos com viscosidade média para
aumento da superfície disponível para adesão. que haja um correto assentamento da peça sobre
Com o aumento da permeabilidade dentinária, o o dente preparado
cimento resinoso promovia um selamento den- ANAGNOSTOPOULOS et. al.1 (1993), des-
tinário prevenindo a sensibilidade pós-operatória creveram sobre o silano como uma substância que
e a infiltração bacteriana enquanto que, com o possui radicais organofuncionais, que se unem ao
aumento da superfície disponível para adesão, cimento resinoso, e radicais silicofuncionais, que se
havia uma possibilidade de êxito na cimentação unem à porcelana. Estes autores classificam tam-
pela exposição do colágeno dentinário, favore- bém o silano como hidrolisados e, não
cendo a reação de adesividade. hidrolisados. Nos silanos hidrolisados o produto
JACOBSEN & REES 22 (1992), em análise já vem pronto para o uso sendo pincelado
dos cimentos resinosos, chegaram à conclusão diretamente na peça já previamente jateada e con-
que toda peça indireta, quer seja de porcelana ou dicionada. Já nos silanos não hidrolisados há a
resina composta, deve ser avaliada rigorosamente necessidade de se pincelar ácido fluorídrico na
quanto à adaptação marginal, pois, falhas nesta face interna da peça e, sobre ela, aplica-se o silano
adaptação não deverão ser consertadas com os não hidrolisado que, dentro de dois minutos, pro-
cimentos resinosos. A explicação está no fato de move a hidrólise. Em seguida lava-se e seca-se
que tais cimentos sofrem uma contração de muito bem a peça estando esta pronta para ser
polimerização por apresentarem pequena quanti- cimentada com o cimento resinoso.
dade de carga ao mesmo tempo que, apesar de EL- MOWAFY & BENMERGUI 13 (1994),
serem mencionados como agentes insolúveis, os explicaram que todo cimento resinoso deve apre-
cimentos resinosos sofrem uma certa degradação sentar uma radiopacidade igual ou maior que o
quando expostos ao meio bucal. esmalte com o intuito de se verificar excessos
Segundo PAMEIJER & STANLEY 27 (1992), proximais não detectáveis clinicamente.
se o cimento resinoso dual não for foto- Segundo SCHERRER et. al.32 (1994), a asso-
polimerizado ocorrerá subpolimerização deste e, ciação entre cimentos resinosos e os procedimen-
conseqüentemente, reações pulpares indesejáveis tos atuais de preparo do dente e da porcelana
que, dependendo do grau, poderão forçar um aumentaram, em cerca de 69%, a resistência à
tratamento endodôntico. fratura da restauração quando comparada à
Segundo CHRISTENSEN8 (1993), os cimentos cimentação com cimento de fosfato de zinco.
resinosos são materiais de uso obrigatório no caso HINOURA et. al. 20 (1995), ao analisarem os
de restaurações em porcelana por apresentarem, cimentos resinosos duais, chegaram à conclusão
quando comparados com outros cimentos, que a fotoativação é essencial uma vez que a
biocompatibilidade, resistência mecânica, fácil ma- não fotoativação desses cimentos reduz, em até
nipulação, adesão ao dente e à restauração indireta, 50%, a resistência adesiva da restauração
baixa solubilidade e, principalmente, estética. indireta que foi cimentada.
FARAH & POWERS 14 (1993), indicaram, Segundo GARONE NETTO 18 (1996), a as-
para incrustações em porcelana, a utilização de sociação dos cimentos resinosos com os sistemas
cimentos resinosos com uma certa quantidade de adesivos tornou possível a criação da cimentação
carga (híbrido., pois, se a espessura do cimento adesiva, havendo uma redução drástica na micro-
for grande, pode ocorrer contração de poli- infiltração marginal. Porém, são cimentos caros e
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com técnica extremamente crítica, sujeitos à falha mentos resinosos (Panavia 21, Cement-it, Variolink
por imperícia, além da difícil remoção dos exces- e Nexus., com o uso de sistemas adesivos
sos no ato da cimentação. Como vantagens, os polimerizados e não polimerizados. Após os testes
autores citam o fato desses cimentos serem capa- o autor então conclui: que a resistência é igual
zes de se aderir ao dente, resina composta e por- após 20 minutos e após 24 horas; que a resistência
celanas, além da cimentação adesiva ser uma téc- é igual para os quatro tipos de cimentos resinosos
nica indicada para todos os casos em que a técnica avaliados; que a resistência foi maior quando os
tradicional com cimento de fosfato de zinco falha. adesivos foram fotoativados antes da cimentação
EDUARDO et. al.12 (1998), indicaram os ci- em comparação com o grupo no qual a foto-
mentos resinosos duais para a cimentação de ativação prévia do adesivo não ocorreu; que a
restaurações indiretas em porcelana pois, mes- técnica adesiva empregada foi mais importante que
mo que a luz do fotopolimerizador não atraves- o tipo de cimento resinoso na obtenção de maio-
se totalmente a camada opaca da porcelana, a res valores de resistência adesiva.
polimerização estará garantida nas porções mais Segundo BRAGA 5 (2000), o uso de adesivos
profundas graças à polimerização química. Por do tipo dual-cure ou self-cure na cimentação ade-
outro lado, contra-indicaram os cimentos resi- siva de restaurações indiretas livre de metal mostrou
nosos fotoativados para a cimentação dessas ser menos eficaz, quanto à resistência adesiva, quan-
restaurações, pois a luz não consegue ultrapassar do comparado ao uso de adesivos fotoativados.
a camada opaca presente impedindo sua com- FONSECA et. al.16 (2000), em análise da dure-
pleta polimerização. za superficial e da quantidade de carga de quatro
Segundo TSAI et. al. 39 (1998), em uma cimentos resinosos (3M Scotchbond Resin Cement,
cimentação adesiva, a interface cerâmica X ade- Variolink, Enforce e Dual Cement., chegaram às
sivo X cimento resinoso e dente funciona permi- seguintes conclusões: que houve diferença relevante
tindo que haja, de forma eficiente, a transferência no grau de dureza entre os cimentos resinosos,
de tensões da cerâmica para o dente. sendo que o Scotchbond Resin Cement mostrou-
SWIFT et. al.37 (1998), examinaram o efeito se com dureza superior ao do Variolink. Este por
da combinação entre sistemas de união, cimentos sua vez, mostrou-se com dureza semelhante ao
resinosos e as suas for mas de polimerização Enforce e, estes dois, com dureza maior que o
(autopolimerizáveis versus duais. na força de Dual Cement; que houve diferença relevante na
adesão à dentina. Em seus resultados, a maior quantidade de carga entre os cimentos resinosos,
força de união (15,4 MPa. foi obtido com o uso sendo que o Scotchbond Resin Cement possui
do sistema adesivo Scotchbond de cura dual e quantidade de carga maior que o Variolink, que
cimento resinoso autopolimerizável. Os valores este possui quantidade de carga semelhante ao
de união mais baixos (7,5MPa. foram obtidos Enforce e, estes dois, com quantidade de carga
com o uso do All-bond2/Duo-Link, onde os maior que o Dual Cement; que todos os cimentos
dois sistemas eram de polimerização dual. Esses estudados apresentaram crescente aumento da
resultados mostraram que a interação entre o dureza após sete dias da primeira avaliação, pro-
tipo de sistema adesivo, o cimento resinoso uti- vando que os sistemas de ativação químico e foto
lizado e a forma de polimerização influi de for- dos cimentos resinosos duais funcionam de forma
ma significante na força de união. independente, onde após a fotoativação desse ci-
NOGUEIRA26 (2000), avaliou, in vitro, a re- mento, este adquire uma certa dureza que, durante
sistência à tração da porcelana feldspática à dentina um período de até um mês, será completada pelo
profunda com o uso de 4 tipos diferentes de ci- sistema químico; que o cimento resinoso deve ser
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escolhido com cuidado, devendo-se levar em con- te a união entre peça e o cimento resinoso quando
sideração o seu tipo de carga, ativação e viscosi- o tratamento realizado é o tradicional, ou seja, pelo
dade quando comparado ao tipo de peça que se microjateamento com óxido de alumínio e/ou
pretende cimentar. condicionamento com ácido fluorídrico. Sendo
SANARES et. al. 31 (2001), concluíram que assim, para peças In-ceram (e também os de
alguns adesivos de frasco único são incompatí- Procera All-ceram, que possuem 99% de alumina.
veis com compósitos self-cure, desenvolvendo é recomendado, além do jateamento com óxido de
uma zona de fragilidade entre o adesivo e o ci- alumínio em pó, o microjateamento com partículas
mento resinoso. de sílica seguido da aplicação do silano. Pelo fato da
PRAKKI & CARVALHO 29 (2001), em estu- peça ser submetida ao tratamento com partículas de
dos sobre os cimentos resinosos duais, chegaram sílica, houve um aumento na resistência à tração
às seguintes conclusões: estes cimentos levam van- pois, como a superfície interna passou a ter maior
tagem quanto aos cimentos de polimerização quí- quantidade de sílica, o silano pode reagir com mais
mica no que diz respeito ao tempo de trabalho eficiência à peça, induzindo uma maior adesão da
(que é maior.; que há conversão completa do ci- peça ao dente.
mento quando o mesmo é submetido a VARJÃO et . al. 40 (2003) avaliaram o trata-
fotopolimerização, ocorrendo o contrário quando mento de superfície de restaurações estéticas
o mesmo não é fotopolimerizado, podendo gerar indiretas para cimentação adesiva concluíram que:
problemas pulpares; que há um melhor relaxa- existem poucos trabalhos que apontem qual o
mento do estresse causado pelos efeitos da melhor tratamento de superfície nas restaurações
contração de polimerização; que materiais para em resina composta indireta; que nos sistemas In-
selamento ou cimentações provisórias à base de Ceram e Procera All Ceram estariam indicados o
eugenol devem ser evitados previamente à jateamento como tratamento mecânico e o siste-
cimentação com cimentos resinosos; que o prepa- ma de silanização Rocatec como tratamento quí-
ro do dente e da peça indireta é de fundamental mico; que o tratamento das restaurações cerâmi-
importância para uma boa resistência adesiva da cas com alto conteúdo de sílica com jateamento
mesma; que tais cimentos, bem como os de ou ácido fluorídrico, seguido da aplicação de
polimerização química, sofrem um “período de silano, tem determinado bons resultados e que,
maturação” onde, após ter sido cimentada, a peça os cimentos resinosos como PANAVIA, que
tem sua resistência adesiva sendo aumentada pro- contêm MDP (monômero fosfatado., seriam os
gressivamente, em um período de 24 horas, em mais indicados, independentemente da cerâmica
função da polimerização do sistema químico. e do tipo de tratamento empregados.
MICHIDA et. al.24 (2003), em estudos sobre os SHIMAOKA et. al. 34 (2004) analisaram o
diferentes tratamentos de superfície interna de peças efeito da limpeza cavitária com um detergente
indiretas em cerâmica aluminizada infiltrada de vidro aniônico na cimentação de restaurações indiretas
(In-ceram., chegaram à conclusão que o uso dos de resina composta, quanto a força de união de
sistemas de deposição de sílica como o Rocatec são um cimento resinoso à dentina e concluíram que
essenciais para que a peça, depois de cimentada, a limpeza com Tergentol após a profilaxia com
adquira maior resistência à tração. Estes autores pedra-pomes e água, aumentou a resistência ade-
explicam que, diferentemente da porcelana conven- siva entre o cimento e a dentina tendo ela rece-
cional (feldspática., a porcelana aluminizada infiltrada bido ou não hibridização prévia.
de vidro possui em sua composição, apenas 5% de YOUSSEF et. al 41 (2004) em estudo in vitro,
sílica contra os 85% de alumina, o que comprome- verificaram a interferência do silano na adesão da
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porcelana cimentada com cimento resinoso chega- D’ARCANGELO et. al. 10 (2007), avaliaram
ram a conclusão da utilização da porcelana condi- o efeito do tratamento de superfície das restau-
cionada onde foram comparados 3 grupos: o 1º rações indiretas com a aplicação de ácido
grupo, a peça de porcelana recebeu apenas fluorídrico e silano, microjateamento com óxido
jateamento e ácido; o 2º grupo, além do de alumínio e a associação dos dois métodos
jateamento e ácido, foi silanizado enquanto o 3º citados anteriormente. A conclusão obtida foi
grupo ao invés do silano, recebeu adesivo. Como que o tratamento de superfície dos compósitos
conclusão, observou-se que a utilização do silano são importantes para a adesão das restaurações
sobre a superfície da porcelana condicionada, antes indiretas e que ambos os métodos de tratamento
da aplicação do cimento resinoso, aumentou sig- mostraram resistência adicional significante, em
nificativamente a resistência de união (grupo 2.. destaque ao microjateamento com óxido de alu-
FRANCISCHONE et. al. 14 (2004) concluí- mínio responsável pelas propriedades retentivas
ram que, para os cimentos resinosos a forma de em restaurações indiretas.
polimerização dupla parece ser mais recomenda- PEGORARO et. al 28 (2007), em estudo re-
da, garantindo melhores propriedades mecânicas. latou sobre a importância do tratamento de su-
No entanto, a fotoativação é imprescindível, pois perfície das restaurações estéticas onde o suces-
a fase química não garante completa e dureza so depende da realização deste procedimento.
satisfatória. IBARRA et. al. 21 (2007), relataram o uso de
CHIEFFI et. al 12 (2006), relataram em estudo um cimento resinoso, o Relyx Unicem, que não
que o uso de cimentos temporários livres de exige condicionamento prévio a sua colocação. O
eugenol não causam nenhum efeito negativo so- resultado obtido com as pesquisas mostrou que
bre a adesão do cimento resinoso. o cimento em questão revelou pouca infiltração
HABESKOST et. al. 19 (2007) realizaram um em dentina, comparável com um cimento que
estudo in vitro para testar a força de união para utiliza um adesivo para selar a dentina. Entretan-
esmalte e dentina e o módulo flexural de três to, esse cimento necessita do uso de um adesivo
cimentos resinosos para cimentação de inlay em quando cimentar em esmalte.
cerâmica: Enforce, Relyx Arc e Fill Magic Dual
Cement. Em relação a força de união, o Relyx e * Rocatec: sistema de união adesiva para
o Fill Magic mostraram a força de união mais metais, cerâmicas e resinas, livre de retenções,
alta em relação ao Enforce. Já sobre o módulo formando uma camada silanizada visível sobre as
flexural, o Fill Magic apresentou o mais baixo; estruturas, evitando um aquecimento excessivo,
enquanto o Enforce, o mais alto. Ao final do principalmente das armações metálicas.
estudo concluiu-se que os três cimentos resinosos
tem diferentes propriedades mecânicas. Um DISCUSSÃO
módulo flexural muito alto geralmente resulta no
aumento da resistência a fratura para os dentes De acordo com os vários estudos 8,18,23,33,35
restaurados com peças cerâmicas. pode-se dizer que os cimentos resinosos estão
FONSECA et. al. 16 (2007), concluíram em sempre em constante desenvolvimento e que, na
estudo in vitro que, preparos confeccionados para atualidade, são os cimentos de escolha para a
restaurações indiretas de resina, com envolvimento cimentação estética, uma vez que outros tipos de
de cúspides, não demonstraram vantagens em cimentos não fornecem propriedades semelhantes
proteger o dente restaurado a fratura. às propriedades dos cimentos resinosos. Porém,
para que a restauração cimentada tenha boa
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damental importância em uma cimentação adesi- que este aumenta significantemente a resistência
va3. Para isso é necessário uma boa profilaxia do de união entre a peça e o dente,1.25,30,41. Exceção
dente com pedra pomes e água, além de um se faz às porcelanas de baixo teor de sílica tais
detergente aniônico (tergentol. que garantem um como o In-ceram e o Procera All-ceram. Como
aumento da resistência adesiva entre o cimento e o silano age unindo-se à sílica da porcelana, é
a dentina 28 A seguir, procede-se o condiciona- necessária a deposição de uma camada extra de
mento esmalte/dentina e aplicação do primer e sílica para uma união mais efetiva. Faz-se uso,
bond, de preferência dual. Muito se questiona portanto, de sistemas como o Silicoater ou o
sobre a forma de uso dos adesivos. Alguns estu- Rocatec. Logo após a deposição da camada de
dos5,26 mostram queda na resistência adesiva quan- sílica é que o uso do silano é permitido, bem
do adesivos duais foram utilizados em face dos como do sistema adesivo 24,40.
adesivos fotopolimerizados previamente à Quando se faz a comparação entre cimentos
cimentação. Outros dois estudos 26,36 também resinosos e os cimentos de fosfato de zinco ou
mostraram queda na resistência adesiva: um quan- ionomérios, verifica-se que nenhum desses ci-
do adesivos duais foram utilizados com cimentos mentos são ideais, todos apresentam suas van-
resinosos também duais em face do uso desses tagens e desvantagens. Com vistas ao cimento
mesmos adesivos com cimentos resinosos de de ionômero de vidro, apesar de serem adesivos
polimerização química e, o outro estudo, quando ao dente, de apresentarem coeficiente de expan-
adesivos de polimerização exclusivamente pela luz são térmica semelhante ao dente e de serem ca-
foram polimerizados junto com o cimento resino- pazes de liberar flúor, não se aderem bem às
so em face da polimerização primeiro do adesivo porcelanas, além de serem solúveis aos fluídos
e, depois, do cimento resinoso. Como a linha de bucais nos primeiros momentos de sua presa 33.
cimento corre o risco de ficar muito espessa se o Com relação aos cimentos de fosfato de zinco,
adesivo for fotopolimerizado antes da cimentação, são agentes não adesivos que se solubilizam fa-
opta-se por um adesivo de polimerização dual cilmente quando em contato com fluídos bucais
deixando-se, a critério do operador, a decisão em e não apresentam grande resistência mecânica.
se usar um cimento de polimerização química ou O uso de cimentos resinosos poderia até mes-
dual, mesmo sabendo que o uso de um cimento mo prejudicar a adaptação da mesma, pois a
dual poderá acarretar perda de até 50% na resis- linha de cimento adesivo seria de espessura
tência adesiva da peça cimentada20. maior. Por fim, com os cimentos resinosos,
Da mesma forma que o preparo do dente, o deu-se início à cimentação adesiva, tendo como
preparo prévio da peça é, também, de funda- vantagens a união ao dente e à restauração (in-
mental importância para a resistência adesiva. clusive as de porcelana., insolubilidade aos flu-
Para peças de resina composta, além do micro- ídos bucais, resistência mecânica, estética e capa-
jateamento com o óxido de alumínio em pó, cidade de fixar peças como próteses fixas,
recomenda-se a aplicação do ácido fluorídrico a unitárias, núcleos, adesivas e nos casos em que
10% por 30 segundos (ou o ácido fosfórico a há coroas clínicas curtas ou preparos demasi-
38%, pelo mesmo tempo, seguido da aplicação adamente expulsivos. Sendo citadas como des-
do silano. e do sistema adesivo36. Por fim, para as vantagens técnica difícil de cimentação, custo
peças em porcelana recomenda-se, após o elevado, tempo maior de trabalho, dificuldades
microjateamento com óxido de alumínio em pó, na remoção dos excessos proximais e proble-
aplicação do ácido fluorídrico por dois minutos mas quanto à contração de polimerização 18,32.
e trinta segundos, aplicação do silano, uma vez
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