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A Praticagem
do Paraná
e seus pontos de atenção
editorial
Na 62a edição de Rumos Práticos, nossa equipe visitou a Zona de Praticagem de
Paranaguá e Antonina (PR) para retratar os desafios enfrentados pelos práticos
em um dos maiores complexos portuários da América do Sul. É a oitava matéria
da série sobre as ZPs brasileiras.
Nas páginas a seguir, abordamos também os principais pontos discutidos no 25o congresso da
Associação Internacional de Práticos Marítimos (IMPA), no México, ocasião em que o presidente da Pra-
ticagem do Brasil, Ricardo Falcão, foi reeleito, o mais votado entre os vice-presidentes da entidade.
Buscar soluções para problemas comuns é um dos objetivos da IMPA, assim como dos filiados em
seus respectivos países. No Brasil, o Conselho Nacional de Praticagem estuda a padronização do
colete salva-vidas usado pelos práticos, além do desenvolvimento de um capacete apropriado para
o serviço. Adiantamos a proposta nas páginas 18 a 21.
Reproduzimos ainda um artigo publicado na Seaways e assinado pelo autor de Tug Use in Port,
comandante Henk Hensen. No texto, ele destaca a importância da preparação para manobras
emergenciais sem rebocadores e apresenta alguns casos.
Completamos a edição revelando como está o treinamento do canoísta Isaquias Queiroz para as
Olimpíadas de Paris, após a conquista do ouro em Tóquio.
Boa leitura!
Otavio Fragoso é o editor responsável.
Conselho Nacional de Praticagem
diretor vice-presidente
Bruno Fonseca de Oliveira
diretores
Marcello Rodrigues Camarinha
Marcio Pessoa Fausto de Souza
Marcos Francisco Ferreira Martinelli
Rumos Práticos
planejamento
Otavio Fragoso/Flávia Pires/Katia Piranda
edição
Otavio Fragoso
redação
Rodrigo March (jornalista responsável)
MTb/RJ 23.386
revisão
Maria Helena Torres
pré-impressão/impressão
DVZ Impressões Gráficas
capa
foto: Gustavo Stephan
22 Praticagem investe em
sistema de calado dinâmico
no Rio Amazonas
Os superlativos nos
portos paranaenses
8
praticagem no Brasil
praticagem no Brasil 9
O prático Moniz de Aragão lembra que era comum ter que seguir
viagem para outro porto por impossibilidade no desembarque:
margem para erro, e um rebocador escolta a embarcação em todo com um porta-contêineres que apresentou falha de máquinas,
o trecho. Da Ponta do Félix, são praticamente quatro horas de obrigando-o a executar uma manobra de emergência por 25
manobra. De Paranaguá, a média fica entre duas horas e duas minutos. A embarcação tinha 299,98 metros de comprimento e
horas e meia. Uma forte corrente contrária – que, às vezes, chega 40,3 metros de boca, com 11,6 metros de calado. Após a saída do
a 3,5 nós – aumenta o tempo de travessia. terminal, o problema ocorreu na passagem entre as boias 19
e 20, quando o navio ainda estava a três milhas da primeira área
O diretor-presidente da APA, Luiz Fernando Garcia, enaltece o possível para o fundeio de emergência.
trabalho dos práticos:
Imediatamente, Cirio alertou o centro de operações, pediu que as
– A eficiência de um porto passa muito pela praticagem. No âncoras ficassem prontas para largar (caso a situação fugisse de
Paraná, a excelência dos serviços é comprovada pelo baixíssimo controle) e solicitou prontidão de rebocadores. Ele controlou o
índice de acidentes, pelo reconhecimento do mercado e pelo rumo do navio com o restante da velocidade residual que diminuía
cuidado ambiental. A Paranaguá Pilots tem 164 anos e une rapidamente devido à corrente de enchente. Outro desafio foi uma
experiência e inovação, passando por processo contínuo de chuva de verão que se aproximou, reduzindo a visibilidade e com
modernização. Os portos paranaenses ocupam, por três anos rajadas de vento. A embarcação conseguiu navegar mais duas
consecutivos, o primeiro lugar em gestão portuária do Brasil, milhas até parar, momento em que o prático teve que controlar a
segundo o Ministério da Infraestrutura. Paranaguá também é o proa com leme e depois por meio do bow thruster, para evitar
porto público mais bem colocado no Índice de Desenvolvimento colisão com a boia. Os rebocadores, finalmente, chegaram para
Ambiental (IDA) da Antaq, e nos consolidamos como o segundo o auxiliar.
porto mais importante do país. Acredito que o grande diferencial
é a sinergia entre Autoridade Portuária, poder público, pratica- – O rebocador da proa seguiu rebocando pelo centro, para o navio
gem e comunidade portuária. adquirir velocidade, e o da popa se PRÁTICO
posicionou no espelho
ALDO AMORIM de popa,
atuando como leme e propulsor. DESEMBARCA EM PORTOCEL uma
Dessa forma, navegamos
A ocorrência de acidentes ambientais é um dos indicadores do milha final até o ponto de fundeio de emergência – relatou Cirio
IDA da Antaq. Em 2021, o prático Cirio Cipriano evitou um encalhe na época.
praticagem no Brasil 13
Simon Pelletier (Canadá) também foi reeleito presidente da IMPA. Já Alvaro Moreno (Panamá) foi escolhido vice-presidente sênior em
substituição a Jean-Philippe Casanova (França). Ambos não tiveram concorrentes. Completam as vice-presidências Adam Roberts (Austrália),
André Gaillard (França), Sang-Min Goag (Coreia) e Paul Schoneveld (Reino Unido). Os vice-presidentes foram eleitos em meio a oito
candidatos.
Criada em 1971, a IMPA reúne associações de praticagem do mundo inteiro, sendo o Conselho Nacional de Praticagem um de seus filiados
desde 1981. O objetivo da associação é trocar experiências, buscar soluções para problemas comuns e representar os práticos na comunidade
marítima mundial, especialmente na Organização Marítima Internacional (IMO), agência da ONU que regulamenta os procedimentos de
segurança da navegação.
foto: Divulgação
Recentemente, Ricardo Falcão publicou um artigo sobre o tema na entre eles o elétrico. Uma lancha do tipo já está sendo testada.
revista Portos e Navios, em que ressaltou também o aspecto "Os armadores estão trabalhando arduamente na matéria. Não
econômico, além da segurança, no caso de embarcações comple- podemos permanecer no píer vendo-os atuar", afirmou Caubriere.
tamente autônomas: "Navios controlados por inteligência artificial
exigem um nível de sofisticação de hardware e software cujo custo A segurança no embarque e desembarque de práticos também não
de manutenção ainda é infinitamente maior do que o de manter poderia deixar de receber atenção do congresso, dado que 13%
uma tripulação a bordo. Não são economicamente viáveis e não se dos dispositivos de acesso aos navios estavam irregulares na
justificam dentro das margens de erro em que o setor opera. última pesquisa da IMPA. O vice-presidente eleito da associação,
Reduzir os acidentes causados por falha humana é uma solução André Gaillard, secretário-geral da Federação Francesa, revelou as
para um falso problema, já que a indústria trabalha com invejáveis estatísticas de acidentes e incidentes no país nos últimos 20 anos.
99,998% de eficiência." Apesar do índice baixo de acidentes com licença médica, a FFPM
ficou de produzir um vídeo de treinamento para novos práticos após
Os novos combustíveis e a transição energética na indústria uma queda em 2021, seguindo recomendação do Escritório Francês
do shipping, assim como a manobrabilidade de embarcações de Investigação de Acidentes no Mar.
adaptadas ou construídas para poluir menos, foram outros assun-
tos tratados no congresso da IMPA. A queda e morte de um colega em Lisboa, em 2018, foi o foco da
apresentação do presidente da Associação dos Pilotos de Barras e
Henry Caubriere, presidente da Federação Francesa de Práticos Portos (Apibarra) e vice-presidente sênior da Associação de
Marítimos (FFPM), falou sobre o processo de descarbonização na Práticos Europeus (EMPA), prático Miguel Castro. Ele fez uma
praticagem de seu país. Em 2020, foi instalada uma comissão de memória do caso, apontou as lições aprendidas e os avanços após
transição energética. O primeiro passo foi calcular a emissão o acidente.
foto: Fernando Martinho
18
modernização
modernização 19
Conselho Nacional
de Praticagem estuda
padronização de
colete salva-vidas
e capacete
A Diretoria Técnica do Conselho Nacional de Praticagem estuda algum disponível em outro segmento. Apesar de não ser item
o desenvolvimento de um colete salva-vidas padronizado, com obrigatório, o capacete protege de lesões cranianas que podem
recursos tanto para sobrevivência na água quanto para mitigação deixar a vítima desacordada, dificultando mais o resgate.
de traumas em caso de queda do prático na lancha ou no mar.
Segundo o diretor da área, prático Marcio Fausto, se o projeto – Tem que partir do Conselho Nacional de Praticagem incentivar o
avançar, a ideia é partir para o desenvolvimento de um capacete uso do capacete, porque no dia a dia você acaba relaxando. Em
apropriado para a atividade. paralelo, vamos continuar defendendo a importância de investir no
treinamento das tripulações das lanchas e dos operadores das
No seu entendimento, nenhum colete disponível no mercado é estações de apoio (atalaia), pois não se trata apenas de retirar o
100% adequado ao serviço, já que as hipóteses de acidente na homem do mar, mas de prestar os primeiros socorros e encaminhá-
transferência do prático para o navio são peculiares. A intenção lo ao hospital se for o caso. Em São Francisco do Sul, fazemos
é elaborar um protótipo em parceria com o Senai Cimatec, da exercícios integrados, simulando até o chamado da ambulância –
Bahia, referência em inovação. relata Fausto, lembrando ainda o papel do prático para evitar o
acidente. – Por conta do nosso modelo de praticagem, temos
– A maioria dos coletes não dispõe de soluções contra impacto, e interesse em realizar sempre a manobra, muitas vezes explorando
há os que são desprovidos de recursos para sobrevivência na água o limite do risco pessoal. Mas devemos embarcar em condição na
e resgate. Temos práticos que preferem os coletes rígidos, para qual possamos ser resgatados.
evitar o trauma, mas poucos desse tipo têm alça para recolhimento.
Outros se incomodam com o uso de coletes maiores em regiões Responsável pela coordenação do Curso de Atualização para
mais quentes e optam pelos autoinfláveis. Nossa ideia é desen- Práticos (ATPR), por delegação da Marinha, o Conselho Nacional
volver algo customizável, com o máximo de possibilidades para de Praticagem retomou o programa após sua paralisação na pande-
minimizar possíveis choques na queda e para aguardar o salva- mia, iniciando o quarto ciclo que vai até 2026. A reciclagem é obriga-
mento, talvez um híbrido com parte rígida para impactos e outra tória a cada cinco anos, sendo o Brasil referência mundial no tema.
inflável para manter a cabeça suspensa – diz Fausto.
– Foi uma grande vitória esse retorno. Não tivemos uma turma
Segundo o diretor, também está nos planos customizar um cancelada. Estamos homologando o Instituto Praticagem do Brasil
capacete próprio para a praticagem, que não existe à venda. e o seu simulador de manobras, em Brasília, para sediar o curso
Enquanto isso não ocorre, a área técnica pretende recomendar (realizado nas dependências da Marinha e da Fundação Homem do
foto: Divulgação
Mar). Nossa vontade é receber uma turma experimental na capital atualização em modo online e presencial. Eles tiveram aulas sobre
este ano. O ATPR evolui ao longo do tempo. A cada ciclo, temos cartas náuticas, cartas eletrônicas (ECDIS), radares, portable pilot
novidades. Quando começamos, navios autônomos eram um units (PPUs, equipamentos portáteis de navegação eletrônica) e
assunto incipiente, e hoje já temos bastante material a respeito. inglês técnico.
Também aperfeiçoamos o estudo da legislação com alguns
módulos. E queremos modernizar a parte a distância, com uma – Não existe operação boa sem treinamento recorrente com as
plataforma de ensino mais amigável. Considero o curso bem ferramentas adequadas – ressalta o diretor operacional da
completo, indo muito além do que preconiza a Resolução A.960 da Praticagem do Rio Grande, prático Bernardo Ramos.
Organização Marítima Internacional (IMO). Foi feito com carinho
por várias mãos, sob o olhar atento do nosso gerente técnico, No Rio de Janeiro, o prático Marcelo Fricks retomou o adestramento
Raimundo Nascimento. que ministrava aos operadores antes da pandemia. Doze deles foram
reunidos e tiveram aulas teóricas sobre navegação em carta náutica
A capacitação em modelos tripulados reduzidos de navios (optativa e carta eletrônica. Depois, acompanharam duas manobras no simu-
do ATPR) também está novamente disponível, com a possibilidade lador da praticagem: uma entrada de navio-tanque pesado no Porto
de treinamento no Panamá, graças a um entendimento com o Sudeste e uma entrada de porta-contêineres carregado no Canal
Centro de Modelos de Buques em Escala (CMBE). Varrido, no Porto do Rio de Janeiro. Fricks abordou os pontos em que
os operadores podem auxiliar os práticos durante as fainas de
– Existem situações em que não conseguimos treinar no simula- praticagem, como na observação dos limites de corrente na Baía
dor computacional. Não à toa, a Resolução A.960 sugere o de Sepetiba e nos cruzamentos de navios na boca da barra da
treinamento em modelos em escala, de forma a complementar Baía de Guanabara, que devem ser evitados. Com a unificação das
o do computador. atalaias de Mangaratiba e do Rio de Janeiro, a intenção é realizar
a capacitação até três vezes por ano.
Está prevista ainda para Brasília, com duas turmas por ano, a volta
do curso para operadores de atalaia, antes realizado na Fundação – Tive a ideia de usar o simulador para fazer o adestramento. Eles
Homem do Mar. Em algumas zonas de praticagem maiores, esse estavam dentro do navio, vendo como a atalaia age do outro lado
tipo de capacitação é oferecido pelas próprias empresas de do balcão. Foi bastante gratificante. Todos ficaram empolgados,
praticagem. Recentemente, operadores e supervisores da atalaia aprenderam muito e viram como são importantes para o nosso
da Praticagem da Barra do Rio Grande (RS) participaram de uma trabalho.
foto: Divulgação
Um sistema de calado dinâmico está em implantação na barra A iniciativa conta com o apoio técnico da Argonáutica, empresa
norte do Rio Amazonas, por meio de um protocolo assinado entre que nasceu na Universidade de São Paulo (USP) e desenvolveu o
a Cooperativa de Apoio e Logística aos Práticos da Zona de calado dinâmico no Porto de Santos, e do Laboratório de Dinâmica
Praticagem 1 (Unipilot) e o Comando do 4o Distrito Naval. de Sedimentos Coesivos da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ). Todas as informações coletadas são compartilhadas via satélite
O sistema integrado de coleta e processamento de dados calcula o com a Marinha, responsável por autorizar o calado máximo na região.
quanto um navio pode aumentar seu volume submerso, sem risco
de encalhe, considerando informações como intervalos de maré,
fotos: Divulgação
entre outras. O dado é fundamental para ampliar o carregamento
das embarcações, já que a barra norte é um trecho raso e lamoso
de 23 milhas náuticas (42,6 quilômetros) na foz do Rio Amazonas,
que delimita o calado de todos os navios na Bacia Amazônica.
Por enquanto, foram realizados dois testes com 11,75 metros de cala- movimentam constantemente sob as águas, alterando os canais
do. Estão programadas mais duas passagens com 11,80m; quatro com de navegação. Esses investimentos em batimetria e no estudo das
11,85m; e outras quatro com 11,90m para validação deste calado − marés contribuíram para a Marinha aumentar o calado de 11,50m,
todas aproveitando maré de 3,10m ou mais. O trecho requer navega- em 2017, para os 11,90m em fase de testes (ganho de mais de
ção de extrema precisão para que a embarcação não toque o fundo. US$ 1 milhão de carga por navio). A praticagem acredita ser
Por isso, deve ser feito em baixa velocidade, monitorando-se o possível chegar a 12,50m com o avanço do sistema.
tempo todo a folga abaixo da quilha. Acompanham os testes a bordo
um representante da Autoridade Marítima (do Centro de Hidrografia – Temos essa série de testes para consolidar o aumento do calado
e Navegação do Norte) e um inspetor naval PSC (port state control). máximo autorizado para 11,90m. Será um marco que vai poten-
cializar a exportação do agronegócio pelo Arco Norte e a produ-
– O resultado foi bom, o navio passou bem – conta o presidente tividade dos terminais de Itacoatiara (AM), Santarém (PA) e
da Unipilot, prático Adonis dos Santos, que realizou a segunda Santana (AP), promovendo a expansão da hinterlândia (área de
travessia com 11,75m. abrangência comercial) dos portos da Amazônia. O investimento é
custeado pela praticagem, em parceria com a Autoridade Marítima
Para prosseguir com os testes, a Autoridade Marítima prefere – destaca o presidente da Unipilot.
aguardar o funcionamento de um marégrafo na Ponta do Céu, no
Canal Grande do Curuá, a 70 milhas da barra norte. No local, foi O presidente da Praticagem do Brasil, prático Ricardo Falcão, que
iniciado, em 2017, o estudo técnico para implantação do calado também atua na Bacia Amazônica Oriental, lembra que todo o
dinâmico. Os marégrafos da Marinha e da praticagem foram aporte de recursos só é viável porque, nos anos 1960, a Marinha
derrubados por um tronco durante uma pororoca. O aparelho da tornou a praticagem uma atividade privada:
Unipilot estava previsto para ser reinstalado em 31 de agosto.
– Além de suportar o alto custo de funcionamento da atividade,
Outra iniciativa da praticagem fundamental para o sucesso do com lanchas especiais e centros de operações em prontidão 24
projeto é a sondagem regular das profundidades dos rios da região, horas, todas as praticagens fazem pesados investimentos que
de modo complementar às sondagens oficiais. O trabalho é reali- conciliam navegação segura e eficiência. A consequência da
zado há mais de dez anos, sendo crucial para a navegação de decisão da Marinha no passado é vista na qualidade do serviço e
navios mais carregados, porque na Amazônia bancos de areia se na produtividade que ele gera para o país.
Nos anos 1960, o porta-aviões holandês Karel Doorman escalou Intensidade e direção do vento são fatores cruciais em todas essas
no porto de Fremantle, o que demandou manobra de giro com situações. Os ventos que incidem na direção do cais são os mais
assistência de rebocadores. Havia, no entanto, um problema − os problemáticos, sua intensidade deve ser zero ou mínima no caso
rebocadores estavam em greve. As aeronaves foram peadas ao de navios sensíveis ao vento. Ventos de outras direções, contudo,
convés de voo, e o navio foi girado e trazido ao berço empregando podem ajudar na manobra. É importante, portanto, dar uma boa
os motores das aeronaves como “propulsores”. Naturalmente, observada no vento e em suas consequências.
essa não é uma opção para a maioria dos navios que esperam
manobrar com rebocadores e descobrem que não há nenhum Caso não haja rebocadores maiores disponíveis, navios graneleiros
disponível, seja por quebra, emergência, conflito político ou qualquer carregados podem ser manobrados com sucesso empregando
outro motivo. Outras opções, porém, podem ser viáveis, depen- rebocadores de potência inferior à daqueles que normalmente
dendo da situação e da experiência e confiança do comandante. seriam empregados, apenas demorando algum tempo a mais. Isso
pode ser expresso pela fórmula
Em todos os casos, é necessária a presença de práticos experientes,
embora, no caso de uma emergência real, possa vir a ser preciso F=mxa
deixar o porto sem um.
em que 'F' é a força do rebocador, 'm' a massa do navio, e 'a'
Apesar de não haver limitações quanto ao comprimento de navio, a aceleração. Quanto menor a força do rebocador, menor será a
de um ponto de vista prático este artigo considera um compri- aceleração/desaceleração para uma correção de rumo ou redução
mento máximo de cerca de 225m, a menos que seja especificado de velocidade, por exemplo. Navios afetados pelo vento só devem
algo diferente. A praticabilidade da manobra dependerá obvia- ser manobrados quando a força do vento estiver abaixo da soma
mente do traçado do porto e das condições ambientais − um navio das forças dos rebocadores disponíveis.
de 225m pode ser considerado muito grande em alguns portos e
relativamente pequeno em outros.
CONSIDERAÇÕES PARA QUANDO
NÃO HOUVER DISPONIBILIDADE
AVISO DE REBOCADORES
Da mesma forma que os portos diferem, também serão diversifica- Algumas vezes, pode não haver rebocadores disponíveis devido a
das a construção de atracadouros e a disposição de defensas. Em quebra ou greve. Navios maiores, equipados com bow thrusters,
um mesmo porto, as manobras abordadas adiante poderão ser mas que usualmente empregam rebocadores, podem ainda conse-
possíveis em um berço ou terminal, mas não em outro, devido a guir chegar e sair empregando os métodos discutidos adiante.
esses fatores, capazes de avariar o navio. Guindastes que possam
atrapalhar as manobras devem ser removidos a tempo. Do ponto de vista da Autoridade Portuária, recomenda-se que
sejam tomadas medidas apropriadas de modo a remover quaisquer
Além disso, as condições de manobrabilidade devem ser plenas, o possíveis dificuldades que possam afetar navios atracando e desa-
que significa inexistência de limitações ao emprego de máquinas tracando. A chegada e a saída de qualquer navio que habitual-
ou bow/stern thrusters. Hoje em dia, com o aumento da automação mente utilize rebocadores deve ser discutida por comandante,
no funcionamento dos motores, mais da metade dos navios têm prático e Autoridades Portuárias, a fim de determinar quais mano-
limitações no emprego da máquina, mesmo no que diz respeito a bras serão possíveis e sob quais condições.
manobras no porto. Esse é um problema sério e crescente.
Os pontos a considerar com atenção incluem, embora não se limitem a:
1. informação ao controle de tráfego do porto.
28 artigo
PROJETO E INSTALAÇÃO
CHEGADA: ENTRADA DE POPA
NA BACIA DE MANOBRA Ao projetar e instalar um propulsor lateral, o ideal é que:
• a parte superior do bow thruster fique ao menos de meia a uma
Navios com bons bow thrusters (ver página seguinte), como muitos vez o diâmetro do propulsor abaixo da superfície da água;
porta-contêineres, podem facilmente entrar na bacia de manobra. No • a distância da parte mais inferior do túnel à quilha deve ser ao
entanto, manobrar de popa, conforme mostrado na Figura 1, adiante, menos igual ao diâmetro do bow thruster;
tem muitas vantagens. Com velocidade de cerca de 4 nós, o navio • o costado do navio próximo à entrada do túnel deve ser tão
manobra de popa em direção ao berço, governado pelo bow thruster. paralelo quanto possível, tanto vertical quanto longitudinalmente
– de preferência não em forma de V;
Ao se aproximar do berço, dá-se máquina adiante com leme todo a • o comprimento do túnel deve ser de duas a três vezes o seu
bombordo e bow thruster para boreste. O navio pode, então, ser diâmetro; mais do que isso, se o túnel for em forma de V;
manobrado para atracar de forma que se aproxime e atraque em • o hélice deve estar localizado no meio do túnel – ou ele funcio-
paralelo ao berço, com baixa velocidade de aproximação. nará perceptivelmente melhor para um bordo do que para o outro;
• a entrada/saída do túnel deve ser bem arredondada ou chanfrada
para evitar vórtices, que podem causar perda considerável de eficiência;
• muitos túneis têm aberturas em forma de ‘concha’ com chanfros
mais acentuados a ré do túnel, para reduzir a resistência quando da
navegação – essas aberturas dirigirão o fluxo da água adequada-
mente para dentro do túnel quando o navio estiver se movendo a ré;
• grades de proteção em frente à entrada/saída do túnel devem ser
construídas de modo a diminuir a resistência na entrada do túnel
Figura 1: Manobra de ré com bow thruster para entrada em berço quando o navio estiver em movimento, porém interferindo o mínimo
possível no fluxo de entrada da água quando o propulsor estiver em uso;
• stern thrusters geralmente têm menos potência do que bow thrusters.
NAVIO COM SEGUIMENTO A VANTE Ao iniciar um giro, outro efeito neutralizador em atuação também
faz com que o desempenho do bow thruster diminua com o aumento
Um bow thruster perde muita eficiência quando o navio ganha da velocidade a vante – conforme mostrado na Figura 1B.
seguimento a vante. Em geral, a eficiência do propulsor diminui
cerca de 50% a 2 nós, com desempenho mínimo a 5 nós. O bow thruster é posto para boreste e gera a força b. Essa força b
cria um momento de giro a-b, juntamente com uma força lateral
A Figura 1A mostra um navio com seguimento a vante, com o bow (ver seta vermelha). O momento de giro a-b tenta rotar o navio para
thruster para boreste. O bow thruster cria um fluxo de água para boreste.
dentro e para fora do túnel. A figura mostra as áreas de baixa e alta
pressão daí resultantes. A força lateral tenta mover o navio para boreste. Isso é contrariado
pela força hidrodinâmica centrada a vante (ver marcas+), que
Segundo a Lei de Bernoulli, um aumento na velocidade da água tentará girar o navio para bombordo. Essa força hidrodinâmica
resulta em diminuição na pressão da água, e vice-versa. O fluxo aumenta com a velocidade.
acelerado de água para fora do propulsor gera um campo de baixa
pressão ao longo do costado de bombordo a vante. Enquanto o O resultado é que, quando o bow thruster de um navio com segui-
bow thruster tenta mover a proa para boreste, essa área de baixa mento a vante é posto para boreste, simultaneamente:
pressão opera em direção oposta, contrapondo-se a ele. • desenvolve-se um campo de pressão negativa, que se opõe à
atuação do bow thruster;
Quanto maior a velocidade do navio, mais de perto o fluxo da água • a força hidrodinâmica centrada na proa opõe-se à atuação do
seguirá seu casco. A uma certa velocidade (relativamente alta), o bow thruster.
fluxo poderá seguir todo o comprimento do navio, criando um
campo de baixa pressão ao longo de todo seu costado. Isso não Ambos os efeitos aumentam com a velocidade do navio. Como
neutralizará a ação do bow thruster. consequência, o efeito do bow thruster diminui rapidamente com o
aumento da velocidade.
A distribuição do campo de baixa pressão ao longo do costado do
navio afetará o desempenho do bow thruster para girar o navio,
dependendo da velocidade, do calado, do trim e da folga abaixo da NAVIO MOVENDO-SE A RÉ
quilha. Em alta velocidade, poderá até contribuir para o desem-
penho de giro do bow thruster. Quando em movimento a ré, o bow thruster funciona perfeitamente!
Alguns navios têm um túnel antissucção a ré do bow thruster ou Olhando novamente a Figura 1A, quando o bow thruster é acionado
entre dois bow thrusters. Esse túnel conecta os campos de pressão para mover a proa, e o navio está se movendo a ré, o campo de
em ambos os bordos, reduzindo a diferença de pressão bem como baixa pressão criado fora do túnel pelo fluxo não será direcionado
o efeito negativo exercido pelo grande campo de baixa pressão ao longo do costado do navio. Consequentemente, não afetará o
sobre a eficiência do bow thruster. desempenho do bow thruster.
STERN THRUSTER
O stern thruster geralmente tem menos potência do que o bow
força do bow thruster Figura 1B thruster. Toda essa teoria se aplica também a um stern thruster,
porém sua localização torna mais difícil atender aos requisitos de
30 artigo
Em alguns poucos navios com hélice de passo variável, pode ser SAÍDA COM ESPRINGUE DE VANTE
difícil parar com seguimento a ré. Caso se tenha conhecimento
desse problema, ele poderá ser evitado dando-se máquina adiante
E BOW THRUSTER
antecipadamente.
A Figura 3 mostra um método para desatracar de um berço empre-
gando um espringue de vante. Esse método pode vir a ser
Essa manobra de aproximação pode ser realizada desde que os
necessário para navios menores, quando atracados a ré de um
ventos sejam favoráveis e que não haja correntes.
navio grande, por exemplo.
passo direito atracado por boreste. Quando a proa tiver sido sufici-
Situação 1 entemente empurrada para o cais, o espringue poderá ser largado
e dada máquina a ré.
Situação 2
Figura 4: Utilizando o ponto pivô para desatracar (não se deve usar DESATRACAÇÕES EM EMERGÊNCIA
em cais sólido ou fechado)
Em alguns portos, um aviso de tsunâmi poderá obrigar navios a sair
Em situações em que seja viável, todos os cabos são largados, sem assistência de rebocadores. Outros motivos para uma saída de
exceto o espringue de vante. A proa é trazida para o cais (no caso, emergência podem incluir incêndio ou explosão no porto − ou
para boreste) pelo bow thruster. O centro de giro é a bochecha do mesmo conflitos políticos repentinos.
navio, apoiada no cais – o ponto vermelho a vante. Quando a proa
tiver girado suficientemente para boreste, o espringue de vante Em muitos portos, os navios são manobrados de popa em direção
pode ser largado, e o bow thruster posto para bombordo. O navio à bacia de manobra ou a um píer, o que é uma boa política: em
girará então em torno do ponto indicado com um círculo vermelho casos de emergência e quando as circunstâncias permitirem, os
em sua popa. Quando a proa tiver girado suficientemente para navios poderão zarpar facilmente, caso necessário. Para navios
longe, o navio poderá zarpar. atracados em um cais ou píer fluvial, a corrente terá papel impor-
tante quanto a se ou quando um navio poderá partir sem
A razão mais provável pela qual isso não funciona para saída de um rebocadores. Saídas em emergência podem também ser compli-
cais sólido ou fechado é que, à medida que a proa se move para cadas em locais em que tenha que ser providenciada abertura de
longe do atracadouro, a água flui ao longo do casco do navio, pontes e eclusas.
preenchendo a lacuna criada pela proa que se move para fora. Esse
fluxo de água cria uma zona de baixa pressão, em consequência do As coisas ficam mais problemáticas quando navios estão atracados
que o casco do navio é empurrado novamente em direção ao cais. com a proa para dentro. Navios equipados com bow thrusters
podem considerar as possibilidades mostradas acima. Para navios
O que funciona nessa situação é dar máquina devagar atrás e pôr sem bow thrusters, as manobras a seguir podem ajudar.
o bow thruster com toda força para bombordo, uma vez que o navio
esteja na posição 2. Em caso de saída em emergência, provavelmente não haverá amar-
radores disponíveis. Os últimos cabos devem ser dobrados (formando
Devido ao efeito transversal do hélice e do bow thruster, o navio um seio), de modo que possam ser largados do convés do navio.
girará para bombordo e se afastará do cais. Quando a velocidade a
ré for de 1 a 2 nós, poderá ser dada máquina adiante com o bow
thruster para bombordo pelo tempo necessário. O navio poderá NAVIOS MENORES
então zarpar. Se, por alguma razão, a popa chegar muito perto do
cais, pode ser dado leme a boreste. Tenha em mente que essa Um navio pequeno de, digamos, 80 metros de comprimento, atra-
manobra só pode ser efetuada com segurança com um navio com cado com a proa para dentro em uma bacia de manobra, conforme
hélice de passo direito atracado por boreste. mostrado na Figura 6, deve sair empregando um espringue longo.
Saída
PROA PARA DENTRO, Figura 8: Saída de emergência: proa para dentro, navio atracado
NAVIO ATRACADO POR BORESTE por bombordo
O navio pode sair conforme mostrado na Figura 7. Todos os cabos Novamente, a proa é puxada em direção ao cais, com leme todo a
de ré são largados. O espringue de vante é mantido amarrado. Os bombordo e, caso necessário, máquina muito devagar (ver Figura 8).
lançantes de proa são largados, exceto um, da buzina central ou de
bombordo. Com esse cabo, a proa é puxada para terra, e a popa Quando a popa estiver suficientemente para fora, poderá ser dada
girará para longe do cais. Dando-se muito devagar adiante com máquina muito devagar atrás. Observe a popa cuidadosamente,
prudência e com leme todo a boreste (2), a popa pode ser movida visto que o efeito transversal do hélice a puxará em direção ao
ligeiramente mais rápido e mais para longe da terra. O melhor é cais. Tendo o navio girado suficientemente para boreste e para
artigo 33
longe do cais, poderá ser dada máquina adiante, novamente com a Mesmo sendo ainda possível que boa parte do tráfego de entrada
precaução de que a popa seja mantida a safo do cais. O navio e saída de um porto continue ocorrendo quando os rebocadores
deverá, então, seguir para local com espaço suficiente para girar. usuais não estejam disponíveis, as possibilidades aqui discutidas
dependem, em grande parte, da experiência dos práticos. O
Nota: essa manobra só será apropriada se: emprego de rebocadores não é luxo desnecessário. Uma vez que
• não existirem embarcações atracadas a ré do navio; estejam disponíveis, devem ser utilizados.
• o navio puder acessar um local com espaço suficiente para girar
quando tiver deixado o cais. Se esse local não existir, sair sem
rebocadores será muito arriscado.
GERENCIAMENTO DE RISCOS
Manobrar sem rebocadores envolve riscos adicionais. As margens
de segurança são menores e são demandados tempo e planeja-
mento adicionais. Isso inclui a necessidade de investigar com
antecedência se a proa ou a popa poderão ser levadas em direção
ao cais sem provocar avarias ao cais e/ou ao navio.
Publicada originalmente
Particularmente no que diz respeito a manobras em emergência, seria
na revista Seaways,
boa ideia um porto testar manobras de saída de berços críticos sob
do Nautical Institute,
ventos de diversas velocidades e direções, bem como com navios de
em junho de 2022, e
calados diferentes em simulador e com a participação de práticos locais.
reproduzida com a
permissão do autor
Tanto o porto quanto o navio devem sempre ter um plano de con-
tingência preparado, e tanto comandantes como práticos devem
estar preparados para a eventualidade de uma saída em emergência.
www.nautinst.org
34 esporte
Depois de aproximadamente dois meses e meio descansando e sem treinos, após o ouro nos Jogos de Tóquio, o canoísta Isaquias Queiroz
está de volta às competições e segue firme no propósito de tornar-se o maior atleta do Brasil. Atualmente, ele coleciona o ouro, duas pratas
e um bronze, atrás de Robert Scheidt e Torben Grael, com cinco medalhas cada. Para atingir o objetivo de mais dois ouros, Isaquias sabe que
o limite está nos Jogos de Paris, em 2024, pois acredita que não terá mais condições de competir em Los Angeles, em 2028.
O marco dessa trajetória começa no Mundial de Canoagem, em 2023, primeira oportunidade para garantir a vaga para Paris. Na sequência,
virá o Pan-americano, que também credita vaga para as Olimpíadas. Isaquias buscará o ouro novamente no C1 1000 metros e, em dupla,
no C2 500 metros, prova que vai substituir o C2 1000 metros. Este ano, ele foi primeiro lugar na Copa Brasil (C1 1000 metros, C1 500 metros e
C2 500 metros). Já na Copa do Mundo, terminou na segunda (C1 500 metros) e sexta posições (C1 1000 metros). E no Mundial 2022, foi ouro
(C1 500 metros) e prata (C1 1000 metros). Em outubro, disputará os Jogos Sul-americanos.
– Depois do Mundial de 2023, vamos avaliar melhor como está meu rendimento para as Olímpiadas. O nosso objetivo sempre vai ser o
Mundial. Ano que vem, vamos evoluir ainda mais para garantir a vaga direto para Paris – afirma o atleta, patrocinado pela Praticagem do
Brasil desde o ciclo preparatório para os Jogos de Tóquio.
esporte 35
Com campeonatos em diferentes regiões e fora do Brasil, ele pode Olimpíadas de Los Angeles, em 2028, diz que não estará mais em
enfrentar diversos cenários nas competições. Alguns esportes se condições ideais para competir:
beneficiam da realização em ambientes controlados, dentro de
ginásios e piscinas, mas a canoagem ocorre onde existe total – Apesar da pouca idade, na canoa a gente começa e termina novo.
interferência das condições ambientais, principalmente do vento. É uma modalidade que exige muito de corpo, joelhos, coluna e ombros.
– Quando você inicia, só pode remar de um lado. Eu remo do lado A falta do convívio com a família também pesa. Por ter começado
direito. Quando entra um vento do lado esquerdo, é como se fosse muito cedo e abdicado de muitas coisas (na seleção, está desde os
abandonar a prova. Fica meio impossível ganhar desse jeito. Você 15 anos), sente a ausência de momentos sociais e com familiares.
tem que controlar o barco, puxá-lo, é muito ruim – comenta
Isaquias, que não para os treinos devido a condições ruins. – Quero aproveitar mais a família e um pouco a minha vida. Vivi
muito dentro do esporte. Então, depois das Olimpíadas, vou
Em Tóquio, o vento o favoreceu na semifinal e acabou tirando da aproveitar o que construí.
final seu principal rival, o alemão Sebastian Brendel, que rema pela
esquerda. Já na finalíssima, a ausência de vento igualou os com- Isaquias pretende aproveitar seu legado, talvez incentivando
petidores, sobressaindo a preparação de Isaquias na vitória. Dias alguns atletas, diz. A princípio, não deseja ser treinador pela rotina
antes, ele e Jacky Godmann não tiveram igual sorte com o vento intensa que teria, mas mostra gratidão a todos que o apoiaram e
no C2 1000 metros. Apesar disso, conquistaram o quarto lugar. estiveram com ele nesse processo.
Acostumado com as altas temperaturas do Brasil e no centro de – Sem meus treinadores, parcerias e patrocinadores, não seria
treinamento em Lagoa Santa, Minas Gerais, Isaquias reconhece a este cara que todo mundo conhece.
dificuldade em climas frios. Por estar sempre em ritmo muito
intenso de treino, o medalhista tem sua imunidade prejudicada e Segundo o baiano de Ubaitaba, a colaboração dos patrocínios lhe
fica resfriado em viagens. Além disso, temperaturas mais baixas permite focalizar seu treinamento e dar qualidade de vida para ele
exigem mais roupas, que o atrapalham na movimentação do remo. e sua família.
– Se eu for para algum país com bastante sol, é a melhor coisa. Eu falo: – Ter um patrocinador me dá tranquilidade. Tenho um filho que
agora vocês vão sentir como é remar mil metros sob sol quente – brinca. precisa de estudo e uma condição de alimentação que não tive.
Fica muito mais fácil seguir treinando e se dedicando para ganhar
Aos 28 anos, o atleta já pensa no fim da carreira olímpica. Nas medalhas.
SUL EXPORT
fotos: Divulgação
PEDRO LUPPI
LUTO
SALVAMENTO
LIVRO
MAU TEMPO
FAÇA CHUVA OU
FAÇA SOL
Os internautas parecem mesmo gostar de
@freepik
NO EMBALO DAS
TRENDS DA WEB
E entramos na onda de postagens com
fotos randômicas e trilha sonora,
com imagens de embarques e
desembarques feitas durante as visitas da
Rumos Práticos às zonas de praticagem.
Nesse caso, registramos quase seis mil
visualizações com a montagem das
imagens em vídeo.
PLANEJAMENTO PORTUÁRIO
Recomendações para Acessos Náuticos
Planejamento portuário – recomendações para acessos náuticos é uma contribuição de 25 autores com sugestões para
projetos portuários ou para alterações em instalações existentes.
Sob coordenação dos professores Edson Mesquita dos Santos e Sergio H. Sphaier, do consultor naval Mario Calixto e do
prático Marcelo Cajaty, a obra é fruto do trabalho da comissão que elaborou a segunda edição da norma da ABNT sobre
planejamento portuário (ABNT NBR 13246:2017), aprovada e, meses depois, cancelada sem explicação.
O grupo que participou desse trabalho aproveitou o esforço despendido na formatação da norma e produziu um compêndio
com as referências internacionais mais atualizadas. Entre os autores estão projetistas, pesquisadores, engenheiros,
aquaviários, armadores, portuários, práticos e representantes de terminais. Eles se basearam em documentos da Associação
Náutica Internacional (Pianc), no manual do Corpo de Engenheiros do Exército Americano e em recomendações de obras
marítimas da Espanha.
Um dos autores, o diretor executivo da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac), Luís Fernando
Resano, foi quem sugeriu na época a revisão da norma da ABNT, cuja comissão revisora teve o professor Edson Mesquita
como secretário.
Assina o prefácio o ex-presidente do Tribunal Marítimo, vice-almirante Wilson Pereira de Lima Filho. A edição é da
Praticagem do Brasil. O livro está disponível para download gratuito em praticagemdobrasil.org.br