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Curso

Trabalho e Ética
profissional do
Serviço Social
gratuito

07 a 10 de setembro de 2021
SERVIÇO SOCIAL PARA CONCURSOS
@ssparaconcursos

Partilhar conhecimento é bom demais!


Já percebeu que quando compartilhamos
conhecimento ficamos com mais energia e
disposição? A reflexão nos proprociona romper a
nossa individualidade e ampliar nossos horizontes.
O curso de Trabalho e Ética Profissional visa
ampliar os horizontes do trabalho do/a Assistente
Social. Vamos crescer juntas/os?

Profa Shellen Galdino

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Programação

Dia 07 às 19h - Fundamentos do Trabalho no SS

Dia 08 às 19h - Fundamentos da Ética

Dia 09 às 19h - Sujeito ético-político

Dia 10 às 19h - Código de Ética

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FUNDAMENTOS DA ÉTICA
A importância dos

ÉTICA
fundamentos: conhecimento
pressupõe a busca dos
fundamentos e uma
determinada postura
(Barroco, 2010)

▪ Pressuposto teórico-metodológico inscrito em uma perspectiva


ética racionalista, crítica e histórica, orientada pela teoria social
de Marx (Barroco, 2010)
▪ Georg Lukács – ontologia do ser social
▪ Agnes Heller – elementos para compreensão da vida cotidiana

ÉTICA

Ética é práxis – prática social de homens e mulheres,


em suas objetivações na vida cotidiana e em suas
possibilidades de conexão com as exigências éticas
conscientes da genericidade humana

▪ Caminho de análise: para entender os fundamentos da ética, é preciso


A manipulação de variáveis
compreender os fundamentos do ser social (BARROCO, p. 16 , 2010)

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BASES SOCIOHISTÓRICAS
Primeiramente observamos o processo histórico, em que o homem rompe com o
padrão de intercambio imediato com a natureza- ou seja, lidava com a mesma de
forma instintiva, passando a criar mediações, que são os primeiros passos na
construção do novo ser, como hoje nós o conhecemos. (BARROCO, 2010)

A construção do “novo ser” só foi possível graças à construção de um


comportamento ético, sendo assim a ética é responsável pela construção do ser
social, que passa a se relacionar com a natureza de forma diferenciada, pois o
mesmo molda a natureza, conforme sua nova postura. (BARROCO, 2010)

Segundo Barroco (2010, p. 20) “A ética é entendida como modo de ser


socialmente
determinado e tem origem no processo de autoconstrução do ser social.”

O ser social surge a partir do processo de humanização do homem, quando se


torna “autor e produtor de si mesmo” (Barroco, 2010). Ainda segundo Barroco
(2010) o ser social fundamenta-se em categorias ontológicos sociais, pois a
construção dos seus modos de ser são construções sócio-históricas.

E o que ontologia? Ontos: ser e logos: discurso/ estudo, ou seja, é o estudo da


natureza do ser, da existência enquanto ser. E nesse sentido, as bases sócias
históricas da ontologia do ser social é o TRABALHO. (BARROCO, 2010)

▪ O ser social é compreendido como um ser real, concreto e fruto de um processo


histórico. Este, por sua vez, se objetiva pelas vias do TRABALHO, que é uma
atividade consciente de transformação da natureza e ao mesmo tempo de
transformação de si mesmo. (BARROCO, 2010)

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Nesse sentido o homem cria condições materiais para sua sobrevivência


pelas vias do trabalho, de acordo com Marx (1980, p.50) o trabalho é a
“necessidade natural e eterna de efetivar o intercambio material entre o
homem e a natureza, e, portanto, manter a vida humana.” (BARROCO, 2010)

Nesta direção, os homens só podem concretizar as atividades humanas, em


relação com outros homens- reciprocidade social. (BARROCO, 2010)

Os homens necessitam de outros homens para sobreviver, logo a


sociabilidade “é um traço essencial do indivíduo inteiro e penetra em todas as
formas de sua atividade vital.” (Marx, 1974, p. 30)

Logo, construir-se socialmente é ter a capacidade de dominar a natureza, por


exemplo: uma necessidade primária como a fome, torna-se social ao criar
formas diferenciadas de satisfação. . Parafraseando Marx (1970, p. 31):

“A fome é fome, mas se é satisfeita com


carne preparada e cozida e se é ingerida
com a ajuda de garfo e faca é diferente
da fome que é satisfeita devorando carne
crua, destroçada com as mãos, as unhas
e dentes. Não se trata somente do objeto
de consumo, mas também do modo de
consumo, criado pela produção, tanto
em sua forma objetiva como subjetiva. “

É importante salientar que não existe TRABALHO sem projeção


ideal, conforme reitera Marx (1980, p. 202):

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“Pressupomos o trabalho numa forma em que pertence


exclusivamente ao homem. Uma aranha executa operações
semelhantes ás do tecelão e a abelha envergonha mais de um
arquiteto humano com a construção dos favos de suas colmeias.
Mas o que distingue, de antemão, o pior arquiteto da melhor abelha
é que ele construiu o favo em sua cabeça, antes de construí-lo em
cera. No fim do processo de trabalho obtém-se um resultado que no
início deste existiu na imaginação do trabalhador, e, portanto
idealmente.”

Sendo assim o trabalho não se objetiva sem a capacidade


teleológica.

As objetivações criam possibilidades e alternativas de escolhas


(que abrem espaço para a gênese da liberdade), ou seja, escolhas
de valor, mas não necessariamente
de valor moral. E o trabalho coletivo traz consigo exigências de valor
ético: útil ou não válido. (BARROCO, 2010)

De acordo com Barroco (2010) “liberdade é capacidade de escolha


consciente dirigida a uma determinada finalidade e capacidade
prática de criar condições para a realização objetiva das escolhas e
para que novas escolhas sejam criadas.”

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A liberdade pode ser tratada em dois sentidos: negativo e positivo.

A liberdade negativa diz respeito a estar livre de algo, no sentido de


ter alternativas de escolha, que rompam com os limites à liberdade.
A liberdade positiva , tem haver com estar livre para algo, ou seja
estar livre para objetivar algo. (BARROCO, 2010).

A autora também pontua o desenvolvimento da práxis, como


resultado da ampliação das capacidades humano-genéricas. A
práxis seria inclusive a “totalidade das objetivações do ser social...”
(Barroco, 2010).

Logo a ética é compreendida como um momento da práxis em seu


conjunto.

A moral supõe o respeito ao outro (Alteridade) e a responsabilidade.


(BARROCO, 2010)
▪ Forma social de regulação do comportamento coletivo
▪ Problema da correção não está na norma, mas na função social
que exerce
▪ O ato moral exige pensar no outro e sair da condição de sujeito
egoísta. (BARROCO, 2010)

▪ Para materializar as ações ético-morais, a consciência e a


liberdade são ferramentas fundamentais, pois o sujeito ético é
consciente e dotado de vontades, vontade esta que deve ser livre e
ao mesmo tempo ter um mínimo de controle sobre seus impulsos,
isto é, ter autodomínio. (BARROCO, 2010)

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É importante lembrar que os valores morais são resultados das


necessidades históricas dos homens, a fim de regular o
comportamento dos indivíduos e atender as necessidades de
sobrevivência e de defesa da comunidade.

As normas e valores são orientações de valor, são parâmetros para


juízos de valor, que buscam nortear a consciência moral, criando
assim um código moral que se reproduz na vida cotidiana pela
repetição formadora de hábitos e costumes. (BARROCO, 2010).

A medida que a sociedade se desenvolve, o sistema normativo


torna-se mais complexo, uma vez que, com o surgimento da
sociedade de classes e da propriedade privada, novas
exigências fazem-se presentes. Fazendo surgir valores e normas
que necessitam ser legitimados pelo ethos dominante. (BARROCO,
2010)

Na comunidade primitiva a finalidade de integração social era


destinada a coletividade, cuja moral era coletivista, baseada em
valores solidários, no entanto o indivíduo era totalmente
subordinado ao coletivo, de modo que praticamente não existia
individualidade. (BARROCO, 2010)

Quando surge a sociedade de classes e seus antagonismos, a


função normativa da moral assume formas ideológicas, contribuindo
para a justificação de valores e costumes que justificam a ordem
social dominante. (BARROCO, 2010)

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O sujeito nasce em uma sociedade que já conta com um sistema


normativo e com costumes instituídos, através de instituições
básicas, responsáveis pela socialização primária, como escola e
família.

Desse modo, o indivíduo aprende a assimilar uma série de


comportamentos e valores que passam a fazer parte do seu
referencial moral (Código moral que orienta suas escolhas).
(BARROCO, 2010)

Todo indivíduo é singular e humano-genérico. Enquanto ser singular,


volta-se basicamente para as necessidade imediatas de
manutenção da vida: trabalho, satisfação de afetos e carências
básicas. (BARROCO, 2010)

O trabalho possibilita a realização do modo mais elementar de


objetivação da vida cotidiana: autoconservação. (BARROCO, 2010)

O trabalho é parte significativa da vida cotidiana, expressando, em


termos do desenvolvimento humano-genérico, a universalidade do
ser social. (BARROCO, 2010)

No âmbito da vida cotidiana, a consciência do indivíduo singular


está voltada exclusivamente para o eu e não dirigido para o nós,
dificultando assim que o indivíduo se dirija as exigências humano-
genéricas. (BARROCO, 2010)

Sendo assim, ao responder apenas às exigências do eu, tende-se a


interiorizar valores e modos de vida mecânicos e sem crítica.
(BARROCO, 2010)

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A força do hábito nos faz assimilar situações sem nos perguntarmos


por seu sentido, ou mesmo, se elas resultam de uma escolha
verdadeiramente consciente e livre, pois liberdade pressupõe
existência de alternativas. (BARROCO, 2010)

A moral se estrutura através de valores e princípios universais


abstratos apropriados pelos indivíduos em cada formação social
concreta e situação histórica determinada

▪ São princípios e valores ontologicamente objetivos;


▪ Os valores e princípios universais expressam valores objetivos
que se desenvolvem de
modo desigual, em cada momento histórico, a abstração indica
movimento de valor/desvalor, e condições objetivas à sua
realização;
▪ Exemplo da categoria ontológica liberdade
▪ O uso ideológico da moral evidencia a presença da alienação na
objetivação da moral;
▪ A alienação da moral se expressa através do discurso moralista,
movido por preconceitos;
▪ Reprodução de discurso idealista e de forma abstrata, como
irrealizáveis;
▪ Torna-se ideologia porque serve à dominação no processo de
luta social

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A vida cotidiana é o âmbito de validade das normas


concretas (HELLER, 1998)
▪ Função ideológica da moral: todos podem ascender
socialmente, bens leva à felicidade e à liberdade;
▪ Repetição acrítica de valores
▪ Ultrageneralização
▪ Pragmática
▪ Imediaticidade
▪ Espontaneidade
▪ Preconceito é uma forma de alienação moral

A partir das capacidades humano-genéricas:


racionalidade, consciente e criar e escolher valores,
homens e mulheres podem elevar-se a condição
de sujeitos éticos
▪ Sair da singularidade (exigências cotidianas) para
atividades mais enriquecedoras
▪ Para isso tem as seguintes exigências éticas:
autodomínio; consciência moral (alteridade);
responsabilidade; liberdade; constância

A ética exige sociabilidade, exige que o sujeito assuma


responsabilidade por suas escolhas. (BARROCO, 2010)

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▪ E nesse sentido, a ação moral torna-se consciente na medida


que consegue se objetivar através de mediações éticas como
liberdade, sociabilidade e compromisso. (BARROCO, 2010)

▪ A esse respeito a arte e a filosofia contribuem para que o


indivíduo questione, pense e reflita, a respeito da condução de sua
vida, por essa razão a filosofia é lugar de nascimento da ética.
(BARROCO, 2010)

A ética se realiza como saber histórico, tendo por finalidade votar-


se a crítica da moral
cotidiana, a fim de desvelar a sociedade da alienação moral.
(BARROCO, 2010)

▪ Ética é crítica a vida cotidiana, em seus aspectos morais


(discriminatórios e preconceituosos). É ainda reflexão crítica a
cerca dos valores postos em sociedade. (BARROCO, 2010)

A ética profissional é um modo particular de objetivação da


vida ética
▪ Projetos societários – necessidades históricas – legitimidade
profissional;
▪ Ethos profissional – modos de ser profissional
▪ Dimensão filosófica
▪ Moralidade profissional e produto objetivo das ações
profissionais
▪ Código de ética profissional
▪ Permeada por conflitos e contradições – extrapolam a
profissão

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