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Problemáticas:

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> A religião
> Diversidade de crenças e cultos 8
> As religiões no Mundo 12
> As manifestações religiosas no Cristianismo 20
> Diálogo inter-religioso 24
> O futuro da religião 26

Consolidação de competências:
> Visita de estudo – A arte religiosa em Portugal 28
> Debate – “O diálogo transversal entre religiões” 29
> Avaliação global 30
> Para saber mais – Bibliografia, Webgrafia e Filmes 32

A crença num ser superior que exerce o poder sobre o destino do mundo e do povo que nele vive é
comum em todas as culturas. Existem, naturalmente, muitas diferenças. As religiões do leste da
Ásia, por exemplo, desenvolveram-se como meros apelos a uma ação ética, como o budismo, ou
como códigos de conduta derivados de grandiosos panteões, como o hinduísmo e o tauismo, ao
passo que as religiões do Médio Oriente acreditam num Deus único e estabelecem regras de modo a
manter um relacionamento com o seu próprio Deus, como acontece no Judaísmo, no Cristianismo e
no Islamismo. É indiferente, porém, se este diz respeito a uma montanha, a um mero sábio, a um Deus
pessoal ou, mesmo, a um Senhor dos Exércitos, visto que as tentativas religiosas de comunicar com
o sagrado são sempre marcadas pelos seus rituais e ritos.
O Livro do Conhecimento, Círculo de Leitores, 2009
6 TEMA-PROBLEMA | 9.3 A EXPERIÊNCIA RELIGIOSA COMO AFIRMAÇÃO DO ESPAÇO ESPIRITUAL NO MUNDO

FIG. 01 | Templo budista em FIG. 02 | Igreja Matriz de Vila FIG. 03 | Taj Mahal, Índia. FIG. 04 | Mesquita, Dubai.
Tóquio, Japão. do Conde, Portugal.

A experiência religiosa é uma ligação profunda entre o ser humano e o

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sagrado, em que o primeiro se anula e perde a sua individualidade. Como o
ser humano vive em sociedade, as comunidades religiosas são também comu-
nidades morais, com os mesmos modelos de vida, evitando tudo o que a reli-
gião, que seguem, condena.
Todas as religiões assentam na existência de duas dimensões do real: a
sagrada e a profana. A dimensão sagrada assume-se como sendo perfeita,
divina, com poderes superiores; já a dimensão profana é a do Mundo em que
vivemos, banal e inferior.
Em cada religião o transcendente assume diferentes formas e figuras: um
só deus, vários deuses, divindades, anjos, espíritos, etc.

FIG. 05 | Estátua de Buda, FIG. 06 | Shiva – Deus hindu, Bangalore, FIG. 07 | Cristo Redentor, Rio de Janeiro, FIG. 08 | Ganesha, Tailândia.
no templo de Ayuthaya, India. Brasil.
Tailândia.

2. Observa as figuras.

2.1. Faz uma pesquisa sobre algumas regiões que professam cada
uma das religiões aí representadas.

2.2. Elabora um planisfério com a sua localização.

3. Identifica outros deuses, anjos e divindades.


ÁREA 3 – O MUNDO | UNIDADE TEMÁTICA 9 – A DESCOBERTA DA CRÍTICA: O UNIVERSO DOS VALORES 7

As religiões têm crenças e ritos próprios. As crenças definem uma conceção Conceitos
particular do sagrado com os seus poderes e as suas virtudes. Os ritos são Crenças – são representações sobre
o sagrado, escritas ou não.
um conjunto de práticas simbólicas através das quais o ser humano entra em
Ritos – são condutas repetitivas e
contacto com o divino. Os ritos, como testemunhos públicos das crenças, codificadas, muitas delas associa-
unem os seus membros, gerando fortes sentimentos de identidade e diferen- das a personagens divinas. Os ritos
ciando-os em termos culturais e sociais de outros grupos. estão, geralmente, carregados de
Estes acontecimentos religiosos são muitas vezes assumidos como aconte- um forte significado simbólico ou
cimentos sociais, tanto no plano pessoal – no nascimento, no casamento, na sagrado e constituem os cerimoniais
que se praticam numa religião.
morte,… – como no plano de comemoração de dias festivos ou de dias de
descanso – feriados religiosos, o sábado ou o domingo, o Carnaval, a Páscoa,
o Natal, o Ramadão, o Novo Ano Chinês,… ou de peregrinações – a Meca, a
Santiago de Compostela, a Fátima, a Jerusalém, a Lourdes ou a lugares históri-
cos por onde passaram profetas,…

FIG. 09 | Procissão cristã da Páscoa em Tlanepantla, México, onde é reconstituída a Via Sacra de Jesus (abril de 2011).

FIG. 10 | Desfile de casamento islâmico no Tajiquistão. FIG. 11 | Devotos a banharem-se em açafrão-da-Índia no


templo Vendimala, Kerala, Índia.

4. Faz um levantamento dos feriados religiosos em Portugal.


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5. Identifica algumas práticas ligadas a essas festas religiosas.


26 TEMA-PROBLEMA | 9.3 A EXPERIÊNCIA RELIGIOSA COMO AFIRMAÇÃO DO ESPAÇO ESPIRITUAL NO MUNDO

O futuro da religião

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Q
Conceitos
Teologia – ciência que estuda Deus, ual será o futuro que a sociedade global reserva à religião? Que mudan-
as divindades e os fenómenos ças estão a acontecer no campo religioso? Porque surgem novas propos-
religiosos. tas religiosas? Como interfere, nas religiões, a mudança sociocultural do
Mundo? Que tendências se projetam para o fenómeno religioso? Todas estas
questões são hoje alvo da Teologia, de grandes pensadores e filósofos, de inú-
meros debates, e tornam-se num dos grandes desafios do Mundo atual.
As sociedades ocidentais e em particular as europeias, encaram hoje a reli-
gião como um assunto que diz respeito a cada cidadão, em que existem valo-
res que devem ser preservados – a vida e a liberdade.
No entanto, esta visão ocidental não tem correspondência em regiões
onde os conflitos são fortes e as perseguições por motivos religiosos
continuam, como é o caso da China e de muitos dos países do conti-
nente africano. O mundo islâmico tem também assistido ao aumento
do fanatismo religioso. Exemplo deste fanatismo é o que alguns líderes
religiosos lançaram à escala global com a denominação de “Guerra
Santa”. Os ataques terroristas, de que foi palco o Mundo, nestes últi-
mos anos, foram muitas vezes reivindicados com sendo de extremistas
islâmicos e fundamentalistas. Estes acontecimentos são, no entanto,
lidos como crimes contra a Humanidade e não, unicamente, como guerras
religiosas.

Instrumentalização das religiões


A religião é um reservatório de identidade, atestando uma especificidade, uma história,
e, por isso, uma memória e uma solidariedade. Ser paquistanês é ser muçulmano, ser tai-
landês é ser budista, ser assírio–caldeu é ser cristão.
FIG. 57 | Atentado às Um fenómeno muito mais contemporâneo é a instrumentalização do religioso
Torres Gémeas, Nova
Iorque, EUA.
pelo político: muitas guerras ditas “de religião” não passam de batalhas políticas que
empunham um estandarte religioso.
As religiões são também, com frequência, vítimas da sua capacidade de mobilização de
pessoas e grupos. Às vezes são elas que tomam a iniciativa, motivando violências por
força da exclusividade intransigente.
O nosso universo é atravessado por três linhas principais de fratura religiosa: a que
separa, na Europa, o mundo católico e o mundo ortodoxo; a que separa, no Médio
Oriente, em África e na Ásia, o mundo muçulmano e o mundo cristão; e a que separa, no
subcontinente indiano, o islamismo e o hinduísmo. Estas diferentes culturas religiosas
podem alimentar conflitos.
Adaptado de: Atlas da Globalização, Le Monde Diplomatique

20. Comenta o texto “Instrumentalização das religiões”.


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Que futuro para a religião?


A evolução mundial nos últimos dois séculos, as alterações demográficas e a emer-
gência do “Terceiro Mundo” determinaram que as igrejas tenham dirigido maiores
atenções relativamente aos países do Sul. Mais de metade dos cristãos estão na Amé-
rica Latina. Em África também se verificou um considerável aumento de cristãos.
Com o seu trabalho missionário, as diversas confissões religiosas cristãs têm desem-
penhado um papel importante nas nações menos desenvolvidas, enquanto fatores de
justiça social e de paz. Na segunda metade do século XX, assistiu-se, porém, a uma
diminuição progressiva do número de fiéis praticantes. No entanto, a perda de influ-
ência das confissões religiosas, por força do fim dos Estados confecionais e do desen-
volvimento da liberdade de expressão do pensamento, tem sido acompanhada pela
expansão de seitas e de orientações religiosas radicais, o que determinou uma nova
atenção para o fenómeno religioso como fator de coesão social.
Adaptado de: Filosofia, Religião e Valores (direção: Guilherme d’Oliveira Martins), Lexi Cultural, 2004

FIG. 58 | Trabalho
missionário com
órfãos, no Quénia,
África.

FIG. 59 | 14.º Dalai Lama Tenzin Gyatso


(Maio de 2008). É reconhecido
internacionalmente como líder
espiritual do Tibete. Considerado por
muitos uma das vozes mais lúcidas e
comprometidas com a paz, procura
estabelecer o diálogo e difundir a
necessidade da compaixão no cenário
mundial contemporâneo.

FIG. 60 | Madre Teresa de Calcutá, ou


Beata Teresa de Calcutá, foi uma
missionária católica de etnia albanesa e
naturalizada indiana, beatificada pela
Igreja Católica em 2003. Considerada
como a missionária do século XX, fundou
a congregação “Missionárias da
Caridade”, tornando-se conhecida, ainda
em vida, pelo cognome de “Santa das
sarjetas”.

21. Após a leitura desta página faz uma pesquisa sobre as obras realizadas pelas missões.
21.1. Redige um texto sobre o trabalho missionário, tendo em conta a religião em que se
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insere.

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