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- Capacitação de Ledores –

Módulo 2

O desafio do Ledor

AMBIENTE

A ação do Ledor pode ser desempenhada em ambientes diversos, que podem ser
classificados em três tipos:

Tem relação direta com um espaço de estudo descontraído, sem intervenção


direta e necessária de outros profissionais.
Biblioteca
As regras de ação são ditadas por um acordo estabelecido entre o Ledor e a
pessoa atendida por ele.
Local onde a ação do Ledor sofre influência direta do professor, tendo como
Sala de Aula objetivo fazer com que a pessoa atendida aproveite ao máximo os materiais
disponibilizados para aquela aula.
Nesse ambiente, as regras são, normalmente, rígidas e o tempo para realização
Ambiente das atividades também é um fator importante a ser observado. O atendimento
Avaliativo do Ledor é feito de modo muito particular quando comparado aos demais
ambientes.

MATERIAL

O material sofre inúmeras variações. Elas estão relacionadas à existência de: texto,
símbolos e imagens.
Há materiais adaptados à ação do Ledor e outros não adaptados. O que queremos dizer
com isso é que, em alguns momentos, a ação do Ledor é confundida coma do adaptador de
materiais e, em outros momentos, com a do audiodescritor.
Precisamos verdadeiramente entender a distinção entre essas funções para podermos
determinar o que fazer diante do material que nos for entregue (a depender ainda do ambiente
em que eu estiver).

PESSOAS

Chegamos ao ponto de partida!


Pessoas...essas são as determinantes de tudo: do bom ambiente de atendimento, da
adequação do material para ação do Ledor e, por que não dizer, do bom atendimento prestado
pelo Ledor.
Isso mesmo: as mesmas pessoas envolvidas no processo podem auxiliar ou prejudicar a
ação do Ledor.
Diante disso, é importante destacar que só agimos ou alteramos nossas escolhas diante da
percepção que temos.
Nossa atenção é seletiva, ou seja, nós temos a tendência a perceber aquilo que estamos

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Caoacitação de Ledores

abertos a perceber! E, por vezes deixamos de “ver” coisas que estão diante dos nossos olhos.
Bem, o primeiro ponto é que nosso cérebro é treinado para filtrar informações e interpretar
apenas aquelas que nos são interessantes no momento ou que estamos preparados para
perceber.
Esse fenômeno é chamado de Sistema de Ativação Reticular, que coloca nossa atenção
máxima em poucas partes de um todo. Um Ledor deve “ampliar” sua atenção e procurar ter
percepção global. Não podemos perder o foco de todos os detalhes durante a atuação.
No dia da aplicação de uma prova escolar, pode ser igual. O nervosismo, os muitos
procedimentos de registro e a preocupação em não gerar desequilíbrio da equidade podem levar
o tiro a sair pela culatra!
Você é o LEDOR, cabe a você perceber a pessoa que está atendendo... principalmente se
ela está confortável e com suas necessidades supridas para que haja um desempenho cognitivo
máximo diante daquela prova.
No atendimento especializado é necessário nos colocarmos na “pele” dos outros (lembra
que falamos de empatia?).
Precisamos “treinar” nossos sentidos para conseguir perceber, sem estereótipos, quais as
verdadeiras necessidades individuais das pessoas que vamos atender.
Embora o cenário de atuação do Ledor, por vezes, não seja um facilitador do trabalho,
precisamos exercer nossas atividades com qualidade. Somos GERADORES DE SOLUÇÕES em
um ambiente que nos oferece desafios e dificuldades!
Para melhor identificar as particularidades do cenário de atendimento do Ledor, precisamos
aumentar o nosso nível de criticidade (sistema de ativação reticular) diante das necessidades de
adaptação. Assim entenderemos quando e por que atuar.
Vamos, então, a alguns conceitos fundamentais:

PALAVRA DEFINIÇÃO
Ação de satisfazer demandas (pedidos). No nosso caso, são solicitações
Atendimento
de acesso, segurança e conforto.
Acesso Uso sem restrições de espaços, equipamentos, informações e serviços.
Barreira Tudo que impede o acesso.
Segurança Ação que garante a integridade física e psicológica das pessoas.
Conforto Garantir espaço físico e mobiliário adequados.
Maneira como recebemos as pessoas, refere-se à cordialidade e
Tratamento
educação.
Suficiência As ações devem ser completas para a solução do problema.
Tempestividade Executar ações no tempo correto e com agilidade.
Bom atendimento É a junção da tempestividade com a suficiência.
Saber como o seu trabalho pode ajudar ou atrapalhar o trabalho dos
Visão sistêmica
outros.
Ação máxima de desempenho em uma atividade que um indivíduo pode
Eficiência
ter.
Eficácia Ação que resolve um problema.
Ação que resolve determinado problema usando o recurso correto,
Efetividade
minimizando o esforço e maximizando o benefício.

Parece muita novidade, mas na verdade não é!


Usamos essas palavras no nosso cotidiano, mas nem sempre sabemos exatamente o que
cada uma significa.
É comum esses termos terem seus significados reais trocados e isso é que gera a confusão.
O que faremos agora é pensar em como agiremos diante delas, como seria o ideal, ou mesmo,
como coloca-las no foco de ação.

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“A forma como escolhemos responder às deficiências meda significativamente, dependendo
se percebemos que alguma coisa está errada com as pessoas com deficiência ou se percebemos
que alguma coisa está errada com um sistema social que incapacita as pessoas.”
Jan VALLE e David CONNOR

Essa premissa faz diferença para melhoria de todo cenário no qual atuamos como Ledores.
Como vimos anteriormente, os fatores ambientais são constituídos pelo ambiente estrutural,
resposta atitudinal e variação de material. Assim, é importantíssimo frisar que esses fatores
ambientais devem ser considerados sob as perspectivas da pessoa para quem a situação está
direcionada, ou seja, o solicitante.
Diante dessa informação, e até mesmo da reformulação de conceitos e paradigmas
próprios, precisamos chamar a atenção para alguns pressupostos legais a fim de falarmos com
maior particularidade sobre o ambiente, as pessoas e o material.
O objetivo é de, basicamente, nortear nossas ações a ponto de entendermos que há
momentos nos quais nossas ações poderão ir de encontro ao que a maioria pretende,
prevalecendo o que a minoria necessita.

Vamos adiante para o estabelecimento da definição


de “pessoa com deficiência” a partir de trechos
legislativos.

“[...] restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou


transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades
essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e
social.”
(Decreto nº 3.956/2001)

O impedimento pode ser permanente ou transitório (ambos os casos podem solicitar auxílio
de Ledor), ou seja, também pode ser considerada pessoa com deficiência aquela que apresente
condição restritiva por acometimento temporário de longo prazo. Veja:

“Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo


prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação
com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.”
(Lei nº 13.146/2015, art. 2º)

A Lei nº 13.146/2015 não deixa clara a definição pretendida, visto que o termo “longo
prazo” tem um conceito subjetivo de entendimento. Assim, o tipo de acometimento e a perda
funcional que ele ocasiona definem exatamente se a pessoa com acometimento temporário pode
exercer os direitos exclusivos das pessoas com deficiência. Vamos salientar trechos importantes
de ambas as leis...

“[...] causada ou agravada pelo ambiente econômico e social”


(Decreto nº 3.956/2001)

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O meio tem influência sobre a representação da deficiência, a limitação da capacidade é


agravada pelo ambiente inadequado, tornando-o a barreira para esses indivíduos.

“[...] o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
participação [...].”
(Lei nº 13.146/2015, art. 2º)

Ainda que tivéssemos a competência para conceituar o termo “pessoa com deficiência”,
existem outros grupos que precisam de atendimento diferenciado...

Deficiência Transtorno Síndrome


Ausência ou insuficiência, Comprometimento de ordem Conjunto de sinais e sintomas
parcial ou total, de um órgão. psicológica e/ou mental. que evidenciam determinada
• Física Ocasiona alterações de condição biológica indepen-
• Visual estímulo cerebral. dente da causa/origem que as
• Auditiva diferencie.
• Intelectual
• Múltipla

Acredito que o melhor a fazer é poder analisar cada caso e então oferecer o melhor
atendimento necessário. A Lei nº 13.146/2015 traz um bom norte do que observar para atuar:

“A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada


por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará:
I. os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II. os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III. a limitação no desempenho de atividades; e
IV. a restrição de participação.”
(Lei nº 13.146/2015, art. 2º, § 1º)

Vamos agora analisar em partes o cenário no qual poderemos estar inseridos como
Ledores.

AMBIENTE

Quando falamos sobre ambiente para atendimento diferenciado, a palavra que


normalmente aparece primeiro em nossa mente é: acessibilidade. Mas o que é um ambiente
acessível? Ou, ainda, como torná-lo acessível?
Para que um espaço seja caracterizado como acessível, são necessárias ações que vão
desde a logística para organizar o encontro (escolhendo local adequado, com transporte público
próximo, cercado por calçadas em rua asfaltada e prédio com rampas ou elevadores, portas e
banheiro adaptados) até a chegada do solicitante ao local.
Podemos encontrar espaços variados que podem ser classificados de diversas formas, a
depender das condições de alterações necessárias para torna-lo ideal, Isso mesmo, o tamanho
do empenho necessário para poder “arrumar” o que estiver “errado” é o que define o ambiente.
A classificação é a seguinte:

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 ACESSÍVEL: Possibilita a utilização autônoma e garante a comodidade e segurança


necessária a todos.
 PRATICÁVEL: Não possui todas as exigências de acessibilidade propostas por lei, mas
permite uma utilização autônoma por qualquer pessoa.
 ADAPTÁVEL: Mediante algumas modificações, torna-se um ambiente Praticável.
 NÃO ACESSÍVEL: Não reúne os requisitos mínimos necessários à acessibilidade.

O Ledor pode assumir a função de observar e eliminar (quando possível) as barreiras que
existem no local de atendimento, pois provavelmente está preparado para perceber essas
necessidades.
Não é incomum o atendimento de mais de uma pessoa utilizando o mesmo espaço (mesmo
que em momentos distintos), demandando variações a depender de qual característica cada um
tiver. E, por vezes, as necessidades poder ser diferentes. Cabe a nós Ledores centrarmos ação
no que é o objetivo do atendimento e eliminar toda barreira referente ao impacto direto na
aprendizagem ou desempenho na avaliação que está sendo realizada.
Com relação à estrutura física, existem ações simples que podemos realizar para tornar o
ambiente mais funcional para todos:
Ao passar pelo caminho usualmente percorrido pelas pessoas a serem atendidas por nós,
devemos verificar a existência de barreiras que atrapalhem a fluidez da locomoção, que não
permitam a passagem autônoma de usuários.
Esse é o caso de objetos como mesas, cadeiras, murais, placas de sinalização, até mesmo
de portas mantidas entreabertas, impedindo ou dificultando a passagem.
A retirada desses obstáculos do local fará com que haja o conforto de todos, diminuindo a
necessidade da busca de novos caminhos para passagem ou mesmo solicitação de auxílio para a
passagem. Dessa forma geraremos autonomia de todos.
Projeções de objetos colados à parede que configurem perigo ao não
serem identificados por aqueles, com deficiência visual que usem ou não
bengala poder ser facilmente sinalizadas, basta colocar uma lixeira
embaixo do objeto projetado para torna-lo identificável por todos (até
mesmo por aqueles distraídos, que acabarão chutando a lixeira e parando
antes de baterem a cabeça no objeto projetado).
A existência de banheiro acessível e sua liberação para o uso sem impedimentos também é
uma excelente ação para tornar um local acessível.
O Ledor atento pode verificar se o local está aberto e desbloqueado (principalmente o
espaço para pessoas com cadeira de rodas) e comunicar, para os responsáveis, qualquer
alteração ou necessidade de retirada de materiais ou abertura de portas antes do início da
entrada dos participantes.
Outro fato observável pelo Ledor é referente ao ambiente a ser usado durante o processo
de leitura. Isso porque o bom aproveitamento do que está sendo lido passa pelo fator da
qualidade do ambiente no que diz respeito ao conforto gerado ao ouvinte para que aproveite ao
máximo o tempo de leitura.
Um dos elementos que influencia a ação do Ledor é a qualidade da iluminação do
ambiente, visto que não só ele, mas também o ouvinte (se tiver potencialidade visual suficiente)
precisarão de iluminação indireta suficiente para enxergar o material de leitura e não cansar os
olhos.
A existência de iluminação de apoio não se configura como barreira, muito pelo contrário,
pode auxiliar na visualização de alguns detalhes do material utilizado.
Outro ponto importante de se verificar é que o ambiente no qual será realizada a ação do
Ledor não pode ser barulhento, pois influenciará no número e qualidade da informação captada
pelo ouvinte.
O Ledor pode solicitar ao responsável pela escola que tenha uma conversa coma turma no
que tange à geração do entendimento das variáveis necessárias para o bom aprendizado do
estudante (colega de turma) que necessita de um atendimento diferenciado.

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Nesse contexto, verdadeiramente teremos o papel de facilitadores, geradores de soluções,


capazes de executar um atendimento de excelência e de fornecer acessibilidade, já que detemos
o conhecimento e olhar voltado para isso, não é?!
Já sobre a ação direta de leitura, temos as seguintes variáveis, já mencionadas, de
ambiente:
1. Biblioteca
2. Sala de aula
3. Ambiente Avaliativo

As variações desses ambientes são percebidas por meio da influência que o Ledor pode ter
diante do material utilizado para leitura ou mesmo das influências externas nessa ação. Neste
curso trataremos apenas do Ambiente Avaliativo:

Ambiente Avaliativo

Nesse ambiente as regras são, normalmente, rígidas e o tempo para realização das
atividades também é um fator importante de ser observado. O atendimento do Ledor é feito de
modo muito particular quando comparado aos demais ambientes.
O tipo de avaliação da qual o solicitante da leitura está participando também faz diferença
para o tipo de atendimento a ser recebido. Podemos classificar o ambiente avaliativo em dois
tipos:
 processos de seleção ou classificação (exemplos: concursos e vestibulares);
 demonstração de aprendizagem (competências e habilidades adquiridas).

Vamos falar primeiro das que objetivam classificar ou selecionar pessoas, como concursos
ou vestibulares. Nessas provas os inscritos são chamados de CANDIDATOS e estão concorrendo
uns com os outros por uma vaga.
Os Ledores, nesses eventos, têm pouca liberdade de adaptação e a atuação é fortemente
limitada pelas regras do exame.
A nossa ação está atrelada ao que foi pedido pelo candidato, por isso não é permitido
fornecer nenhum atendimento além daquele que está estabelecido (inclusive com relação ao
tempo para desenvolver as ações).
Na prática, se alguém deixar de solicitar algo necessário para executar a prova, o Ledor
não está autorizado a auxiliar e sanar o problema. Como o objetivo é classificar, é comum que
os que não conseguirem solicitar com precisão os equipamentos e atendimentos de que
necessitam acabem por ser os primeiros eliminados. Cruel, mas são as regras usadas e pouco
questionadas!
Já nos eventos que objetivam gerar dados de competência, os inscritos são denominados
de PARTICIPANTES, pois não concorrem entre si.
Exemplos: ENADE e ENEM (apesar de esse último ser utilizado por instituições diversas
como vestibular, essa não é a função do evento).
O Ledor possui mais liberdade para adaptar questões ou mesmo fornecer recursos que não
foram solicitados, pois a geração de oportunidade de realização do evento fará com que os
dados sejam fidedignos à realidade.
Na prática: se o participante deixou de solicitar algum tipo de auxílio, equipamento ou
mobiliário na inscrição do evento, o Ledor solicita a autorização do coordenador do local para
atendê-lo. Geralmente, havendo possibilidade de atender ao solicitado de forma responsável, o
pedido é acatado e autorizado pela coordenação o evento.

Diante disso, fica evidente que os cuidados de ação do Ledor são maiores nos Ambientes
Avaliativos e giram em torno basicamente de:
 Tempo para realização da leitura: não há como divagar demais na leitura de uma questão
avaliativa, pois o tempo utilizado para resolver a atividade pode impactar na resolução
das demais.

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 Número de informações adicionais à descrição de uma imagem: três problemas poder ser
causados. Vejamos:
• tempo para realização da atividade – quanto maior o número de informações, mais
tempo demandará para a leitura ser finalizada e o participante filtrar todas as
informações a ponto de responder à questão;
• número de informações muito maior do que é necessário para resolução da questão,
fazendo com que o participante perca o que realmente é relevante de ser observado
para resolver a questão;
• possível resposta da questão sem que para isso o participante demonstre
verdadeiramente seu conhecimento diante da questão proposta.

MATERIAL

Os materiais que servirão de base para a ação do Ledor estão em duas categorias básicas:
adaptados e não adaptados. Parece brincadeira dizer isso, mas não é! Lembra que falamos
sobre a ação do Ledor estar normalmente atrelada à adaptação ou mesmo à audiodescrição?
Então poderemos dizer que o material adaptado é aquele que não gera a demanda de
adaptação ou audiodescrição dele. Mas, como dissemos anteriormente, o ideal é que a
responsabilidade da adaptação não seja do Ledor, pois isso geraria inúmeras complexidades de
ação, um único exemplo disso seria a necessidade de existir um Ledor capacitado em cada área
do conhecimento no dia de uma prova multidisciplinar.
Uma excelente adaptação de material para ação do Ledor, é aquela que exige do
profissional apenas a leitura correta e fluente do que está expresso em palavras, na qual todas
as variações necessárias foram feitas por um especialista na área.

Precisamos dar um alerta neste momento que é muitíssimo importante para não
gerar o entendimento errado do que entendemos por adaptação de material para
ação do Ledor!

A escrita em palavras do que está exposto em símbolos não está diretamente ligado à
eliminação de tudo o que é símbolo ou imagem da prova, MUITO PELO CONTRÁRIO!
Há a necessidade de permanência do que foi adaptado (imagem e símbolo) se não
soubermos exatamente quais as potencialidades visuais da pessoa que receberá o auxílio de
leitura. Ou seja, há pessoas que mesmo com auxílio do Ledor poderão utilizar suas
potencialidades visuais para extrair algumas informações diretamente da imagem (exemplo,
disléxicos), fazendo com que a adaptação se torne um facilitador ou informe determinados
nuances não percebidas pelo indivíduo.
Para tornar o material adaptado para o uso por um Ledor, ele deverá ter a descrição da
imagem acompanhando a imagem. Claro que a adaptação não precisa obrigatoriamente ser no
mesmo papel, mas descrição e imagem devem estar sempre associadas (o que acabará
tornando o material adaptado).
Lembro que não são apenas as imagens que devem ser descritas para adaptação de um
material ao uso do Ledor, mas símbolos e explicações de contexto também.
A adaptação do material não depende apenas de descrever a imagem ou símbolos, mas
também do entendimento do contexto da ação (estudo e avaliação) além de para quem será
destinada a leitura (pessoas com capacidade visual ou não).

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PESSOAS

“As pessoas são muito mais do que junções de características


perceptíveis ou descritíveis. São ações externas e internas somadas,
subtraídas, multiplicadas ou divididas para construir ou desconstruir
o que somos. A complexidade e riqueza que formam uma
personalidade não conseguirão ser tratadas em linhas.”
Karla Negry

É hora de, novamente, pôr em dúvida o que somos e como entendemos o mundo. De
colocar à prova todo o conhecimento que lhe for apresentado, pois é ao refletir sobre algo que
permitimos a existência da trama entre conhecimentos sabidos e adquiridos.

O LEDOR É UM QUESTIONADOR!

O mundo do Ledor é sempre colocado à prova. Suas verdades e sua


maneira de ver o mundo são sempre alteradas por momentos de
inquietude, por se deparar com o inesperado, tendo que solucionar
problemas não vividos anteriormente, problemas sem soluções prontas,
rompendo paradigmas antigos para gerar novos. É estar sempre pronto
para entender e saber agir diante do novo.

Para que possamos quebrar os maus paradigmas e qualificarmos nossa atuação como
Ledores, é necessário:
 confrontar a realidade apresentada como paradigma que temos como base;
 nos permitir criar novos paradigmas, baseados na compreensão completa de nossos atos
e ações como Ledores, pautando nossas atitudes no profissionalismo e na técnica;
 estar preparado para decidir manter-se em um paradigma, modifica-lo ou mesmo deixá-lo
de lado para ação atual.

Um dos paradigmas a ser analisado já no início desta conversa é sobre a capacidade ou


potencialidade das pessoas que solicitam atendimento diferenciado. Elas incialmente já são
declaradas como deficientes antes mesmo de dizerem do que verdadeiramente precisam.
O cenário hoje apresentado para pessoas que apresentam condições diferenciadas nítidas
aos olhos da sociedade é de subjulgamento de sua capacidade. As pessoas com algum tipo de
dificuldade para realizar certas atividades são tidas como incapazes, em uma nítida ação de
preconceito que valoriza o “defeito” em detrimento da pessoa.
No cenário atual são várias as causas que levam as pessoas a terem dificuldades na leitura
de materiais (síndromes, transtornos ou deficiências), mas tais particularidades não podem
configurar uma barreira para o indivíduo nem dificultar o alcance pleno do exercício de seus
direitos.
Toda e qualquer ação desenvolvida pelo Ledor deve ter como objetivo fornecer isonomia,
não de tratamento puto e simples, mas de oportunidade de realização ou de acesso a qualquer
coisa ou lugar.
Então, tomando por base que, como Ledores, trataremos de pessoas que
possuem direitos, deveres, sonhos, personalidade, qualidades, defeitos,
frustações e desejos; que possuem características individuais como quaisquer
outras, buscaremos agora reconhecer as possíveis condições apresentadas
pelos que solicitam o auxílio de leitura.

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Joia! Então sabemos que cada pessoa diante da qual vamos atuar possui características
próprias, não pelo fato de ter deficiência, síndrome ou transtorno; mas sim, pelo simples fato de
ser pessoa.
Pois bem, o enxergar vai muito além do fato de ver. O que quero dizer com isso é que para
uma pessoa estar apta a realizar uma leitura a ponto de não precisar de auxílio, ela deverá ter
intactas todas as funcionalidades da visão. Para que isso ocorra é necessária a verificação de
três áreas:
1. Recepção do estímulo externo
2. Transmissão da informação do cérebro
3. Processamento da informação

Qualquer alteração nessas áreas pode causar mudança na percepção de um texto ou


imagem.
• Ver: Déficit para captar ou transportar os estímulos visuais do globo ocular para o
cérebro.
• Compreender: Déficit no processamento de textos escritos em tinta (decodificação).

Mas, ainda assim, podemos categorizar as pessoas que solicitam o atendimento do Ledor
para melhor traçar estratégias de atuação diante delas e das variações de locais, materiais e
regras existentes. Faremos isso classificando em dois grupos:

Não visual Visual


Pessoas que apresentam potencialidade visual Aqueles que possuem a visão funcional
alterada o suficiente para impedir que enxerguem suficiente para enxergar a prova, mas
funcionalmente o material impresso em tinta. possuem fatores associados que dificultam
fazê-lo de modo autônomo.
Baixa Visão, Cegueira Baixa Visão, Deficiência Física, Autismo,
Dislexia, Deficiência Intelectual, Déficit de
Atenção.
A premissa é de que o ouvinte terá amparo único Essa característica de poder acompanhar
nas informações audíveis dadas pelo Ledor (com a leitura com a visualização do material
honrosas exceções daqueles que utilizam a escrita impresso facilita o auxílio do Ledor, mas
braille para leitura). há observações a serem feitas quanto às
nossas ações.

1. Atendimento Não-Visual

 Cegueira

É aquela pessoa que para enxergar algo que normalmente seria visto a 1 metro de
distância precisará aproximá-lo a, pelo menos, 5 cm.
As pessoas cegas podem apresentar variações relacionadas ao uso do Sistema Braille para
leitura de materiais impressos com essa grafia. Atualmente, pouco são aqueles que foram
treinados para a leitura tátil ou mesmo mantêm a velocidade de leitura utilizando esse método.
Esse é um dos motivos da escolha do auxílio do Ledor para eventos de leitura por essas
pessoas.
Aquele que utiliza a leitura do braille concomitantemente à escuta do que é informado pelo
Ledor, normalmente, o faz apenas para seguir as páginas do texto lido, pois havendo dúvidas
quanto a alguns detalhes (como fórmulas, por exemplo) poderá ele mesmo sanar.
Vale lembrar que as pessoas cegas são excelentes ouvintes e possuem uma boa memória.
Isso é devido ao estímulo que sempre receberam para desenvolver ambas as características.

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 Baixa Visão

É considerada pessoa com baixa visão aquela pessoa que para enxergar algo que
normalmente seria visto a 1 metro de distância precisará aproximá-lo de 30 a 5 cm de seu
rosto.
Há ainda aqueles que apresentam restrição em seu campo visual, ou seja, não possuem
mais de 60% do campo visual preservado. Essa variação de ângulo pode ser entendida não
apenas por ângulos inteiros, mas frações que somam 60%. E, a depender do ângulo de visão
que for perdido, há perda de reconhecimentos diversos (letras, símbolos, cores, ...). Quanto
mais central for o ângulo de visão preservado, maior será a qualidade de reconhecimento
gráfico.
Em resumo, a pessoa com baixa visão possui uma diversidade relacionada ao campo visual
(ângulo de visão) e à acuidade visual (distância de visão), o que gera uma variação de
necessidades.
Para saber se a pessoa com baixa visão a ser atendida por você estará em nosso grupo
titulado “não visual”, será necessário que você a questione sobre o quanto de sua potencialidade
visual está preservada para leitura.
Os que apresentarem potencialidade visual insuficiente para realização com autonomia da
leitura de textos e outros materiais impressos estarão nesse grupo de atendimento.
Aqueles mantidos no grupo dos atendimentos não visuais terão como premissa apenas a
informação audível passada pelo Ledor para ter acesso funcional ao material impresso.

2. Atendimento Visual

 Baixa Visão

Já vimos as características que fazem uma pessoa ser considerada com baixa visão. Temos
agora que falar da variação daqueles que serão tratados como atendimento visual.
Normalmente eles chegam ao local de atendimento sem nenhum tipo de dificuldade, a
ponto de nem mesmo percebermos que possuem deficiência visual. Isso acontece por terem
potencialidade visual suficiente para realização de atividades cotidianas que não demandam a
visualização de pequenas características (lavar louça, desviar de objetos, assistir televisão,
escrever, etc.).
O senso comum acredita que o melhor material impresso direcionado ao uso desse grupo é
o ampliado, mas desconhece a variação de campo visual que aqueles intitulados com baixa
visão podem apresentar.

Material sem Material com


Características do campo visual
ampliação ampliação

Visão tubular: campo visual periférico perdido e


manutenção do campo visual central.

Visão lateral: campo lateral preservado e perda


visual central.

Visão com escotomas: são perdidos trechos do


campo visual total, gerando perda parcial da visão.

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O que precisamos perceber nesses casos é que a baixa visão não estará diretamente
associada à perda de acuidade visual, mas à restrição do campo visual e que quanto maior a
letra do material, pior a visualização, pois será mais difícil aproveitar a área de campo visual
preservada para “encaixar” o maior número de informações nela (a ampliação levaria a ver letra
a letra e não uma palavra inteira).
Além dessa observação quanto ao material utilizado para que a pessoa acompanhe a
leitura feita pelo Ledor (ampliada ou não), há outras.
Uma delas diz respeito à luminosidade. Nesses casos podemos dizer que o principal auxílio
dado pelo Ledor é de manter a pessoa com baixa visão em local onde não haja luminosidade
intensa direta em seus olhos (pois facilmente causará cansaço visual a ponto de fazê-la perder a
potencialidade visual que ainda tem).

 Deficiência Física

São também diversas as características apresentadas pelas pessoas com deficiência física
que podem demandar auxílio para leitura, vejamos algumas delas a seguir.
• Visão Monocular: não é tida como deficiência visual, mas sim física, por atingir apenas um
dos olhos e manter o outro com visão inalterada funcionalmente. Normalmente gera a
necessidade de acompanhamento em razão do cansaço visual. Por isso, demanda a leitura
feita pelo Ledor.
• Perda da funcionalidade ou ausência dos membros superiores: nesses casos a ação do
Ledor vai ser direcionada, muito mais, para o conforto no uso do material. O indivíduo
com essa perda da funcionalidade pode fazer uso de órteses ou próteses que o auxiliem
no trato motor.
• Paralisia Cerebral: possui uma alta variabilidade, podendo apresentar alterações motoras
dos membros superiores e vir acompanhada de distúrbios cognitivos. O atendimento pelo
Ledor vai ser feito diante do que o solicitante pedir ou do que for estabelecido pelo
acompanhante (profissional ou familiar).

 Autismo

Esse é um outro grupo de atendimento bastante diverso por possuir um espectro de


transtornos associados a ele.
Segundo a Lei nº 12.764/2012, “é considerada pessoa com transtorno do espectro autista
aquela portadora de síndrome clínica caracterizada na forma dos seguintes incisos I ou II:
I. deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais,
manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para
interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter
relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;
II. padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades,
manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por
comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de
comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos.”

Mesmo diante dessa determinação de características, notam-se variações imensas entre as


pessoas que se encontram com diagnóstico de autismo, pois há variações de estímulos
recebidos por elas no decorrer de sua vida familiar, social e escolar.
As variações apresentadas por uma pessoa com autismo levam principalmente ao modo de
comunicação que ela utiliza e ao quanto ela deseja se comunicar.
Antes do início de nossas ações frente a alguém que apresente autismo, devemos travar
uma conversa com o objetivo de observar a linguagem preservada no estudante, podendo ser,
basicamente:
• sem prejuízo: a comunicação é direta e aceita pequenas variações de significado.
Devemos evitar ou eliminar o uso de palavras em sentido figurado;

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AEE – a ação do Ledor

• linguagem funcional: destinada a ações diretas, não aceitando muita variação na


comunicação.

Há outras variações no espectro do autismo, mas essas são as principais que permitem a
ação do Ledor. Isso fará toda a diferença no atendimento que faremos.
Outro ponto importante é perceber que em determinados momentos o estudante não
permanece com a atenção voltada para nós, como se não estivesse mais nos ouvindo. Por esse
motivo, devemos, em momentos espaçados, direcionar uma pergunta para perceber se a
atenção dele continua na leitura (“posso continuar a leitura?”, “quer que eu repita algo?”, “vou
prosseguir, tudo bem?”).
Quando perceber que ele está desatento, peça a atenção para você. Normalmente, já na
primeira vez você conseguirá que ele volte a te ouvir. Caso isso aconteça novamente, o mais
provável é que ele não atenda ao seu pedido e queira fazer outra coisa (sair do lugar, organizar
coisas, realizar repetições de sons, olhar para um ponto fixo). Nesse momento, colocamo-nos ao
seu dispor para quando ele quiser voltar à leitura do material (“Qualquer coisa estou aqui por
perto!”).
Não é difícil perceber que a pessoa com autismo age muito melhor diante de determinadas
matérias (ou as de exatas ou as de artes) e isso fará com que se motivem mais para ouvi-las.
É possível que não consigamos aproveitar o máximo do tempo para ler, mas o “pouco”
tempo utilizado será de maior proveito, já que será o momento em que o estudante estará com
a atenção para aquela ação e diminuiremos seu mal-estar.

 Dislexia

A ideia geral sobre a dislexia é o entendimento de que a pessoa possui dificuldade na


identificação das letras e do significado das palavras escritas.
O cérebro de quem não possui dislexia codifica, decodifica e até mesmo altera o que vê
para garantir um significado.
A ação do Ledor nesses casos é de facilitar o entendimento do texto por não haver a
passagem da palavra escrita para a falada; além do auxílio dado diante da transcrição dos
textos ditados pelos estudantes com dislexia.
Devemos também tomar o cuidado de lembrar que embora essas pessoas enxerguem as
imagens, será necessária a intervenção do Ledor em todas aquelas que apresentem letras ou
palavras (por exemplo: gráficos, organogramas, quadrinhos).
Em momentos de avaliação, o mais comum é o pedido de leitura se dar apenas diante de
textos longos.

 Déficit Intelectual

No Decreto nº 5.296/2004, as deficiências intelectuais são assim definidas: “funcionamento


intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e
limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: comunicação;
cuidado pessoal; habilidades sociais; utilização dos recursos da comunidade; saúde e
segurança; habilidades acadêmicas; lazer; e trabalho”.
A distinção entre as pessoas intituladas com deficiência intelectual é imensa e depende até
mesmo dos estímulos dados.
Não há como prever nossas ações diante da pessoa que atenderemos, mas há como
garantir o respeito pelo que ela demonstra precisar.
Os cuidados a serem tomados na ação do Ledor estão relacionados à precisão na passagem
da informação. Quando possível, escolha frases curtas para dizer o que pretende e certifique-se
de que foi entendido.
Há momentos nos quais o necessário é fracionar a informação a ser passada e ao final
retomar a sua totalidade.

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AEE – a ação do Ledor

Nossas ações serão iniciadas pelas escolhas que fizermos diante do que acreditamos que
deveríamos, mas serão alteradas pelas necessidades demonstradas por quem estiver sendo
atendido. Não há um padrão.

 Déficit de Atenção

As ações direcionadas pelo Ledor aos estudantes com essas características devem ser no
sentido da tentativa de manutenção de sua atenção ao que está sendo lido.
O que podemos fazer é dar brevidade às informações sem nos alongarmos nas explicações.
Ou, ainda, certificar-se de que o estudante está prestando atenção no que está sendo dito.
Fazemos isso direcionando perguntas específicas para que ele responda (caso não o faça é
porque não está prestando atenção kkkkk).
Desse modo, detectamos a perda da atenção dele ao que estamos dizendo antes que
tenhamos desenvolvido muitas ideias e ele não as tenha acompanhado.
Então, a cada fim de trecho de leitura, posso perguntar se ele quer que repita algo, ou
mesmo se podemos dar continuidade à leitura.
O local que será utilizado para acompanhamento dele deve ser muito bem escolhido, pois
uma bobeira aos nossos olhos pode ser uma inquietude para ele, tirando sua atenção da leitura.

Precisamos agora nos preparar para ação.

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