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A importância de compreender os processos

psicológicos de aprendizagem
Para contribuir com a aprendizagem de um adulto desenhando treinamentos realmente eficientes
e que se transferem para a prática, é preciso ir além dos entendimentos sobre estilos de
internalizar dados, andragogia e heutagogia. Cada vez mais os profissionais de Treinamento &
Desenvolvimento devem ser capazes de organizar de forma sistemática e intencional o conteúdo a
ser adquirido pelos colaboradores. Diante deste cenário, o conhecimento sobre os processos
psicológicos que envolvem a ação de aprender é um diferencial.
Para Flora Alves, idealizadora da metodologia Trahentem® e CLO da SG – Aprendizagem
Corporativa, nossos sentidos são responsáveis por captar as informações ao nosso redor, e somos
bombardeados por informações o tempo todo. “Cada um dos nossos sentidos tem uma capacidade
de processamento, sendo: visão, 83%; audição, 11%; olfato 3,5%; tato, 1,5% e paladar 1%. Por isso,
quanto maior o grau de envolvimento organizado e significativo dos sentidos, maior a facilidade
para o aprendizado”.
Sabemos que nossos comportamentos são mediados por processos mentais internos, mas quais
são esses processos? Conheça os 8 processos psicológicos básicos.
Percepção – A percepção é a responsável por organizar e dar significado a qualquer estímulo
sensorial. A função desse processo é óbvia: conhecer o ambiente permite nos movermos e
interagirmos com ele, aspectos básicos para alcançar uma adaptação eficiente.
Aprendizagem – Aqui temos o processo pelo qual modificamos e adquirimos conhecimentos,
habilidades, experiências, comportamentos, etc. Ela funciona através do que aconteceu no
passado, aprendemos a relacionar condutas com suas consequências, por isso está intimamente
relacionado com a memória.
Linguagem – A utilidade desse processo é dada por nossa necessidade de manter relacionamentos
sociais complexos que nos permitam sobreviver em um ambiente hostil. A linguagem nos oferece
um modo de comunicação suficientemente amplo para manter as sociedades humanas.
Pensamento – A função do pensamento hoje continua sendo um tema controverso. Isto ocorre, em
parte, devido à confusão terminológica existente ao seu redor. Mesmo assim, a ideia mais aceita é
a de que seu objetivo é atuar como mecanismo de controle diante das situações que nos são
apresentadas.
Atenção – A atenção é o processo encarregado de concentrar nossos recursos em uma série de
estímulos e ignorar o restante. Isso ocorre porque nós recebemos uma grande quantidade de
estímulos que não podemos atender ao mesmo tempo.
Memória – O processo psicológico básico da memória nos permite codificar a informação para
armazená-la e depois recuperá-la. Estamos diante de um processo essencial e muito relacionado
com todos os outros processos.
Motivação – A função da motivação é fazer com que o indivíduo direcione a conduta em direção a
suas metas e objetivos, e para evitar que permaneça parado sem ter qualquer comportamento. É
um processo muito relacionado com a emoção e a aprendizagem.
Emoção – A função da emoção é conseguir dirigir o nosso comportamento de forma rápida e
eficiente. A maioria das decisões carecem da importância necessária para dedicar um tempo e
recursos elevados, e é aí que a emoção atua. É importante entender que qualquer decisão é
mediada por nossas emoções em maior ou menor grau.
Os sentidos são os responsáveis pela construção de mundo das pessoas
Os sentidos são os responsáveis pela construção de mundo das pessoas. Ou seja, são os meios de
processar todas as informações absorvidas (inclusive os conteúdos que se busca aprender). Porém,
em um cotidiano de educação corporativa as soluções de aprendizagem costumam priorizar apenas
um dos sentidos, o que reflete negativamente na receptividade e arquivamento dos dados
recebidos.
E, como é possível reverter a situação? A partir de uma ampla visão do funcionamento dos
processos psicológicos de aprendizagem. Existem dois tipos de memórias que auxiliam o ser
humano a armazenar conteúdos. A Memória de Trabalho é aquela em que se aprende as
informações, mas que são esquecidas em um futuro próximo. Por sua vez, a Memória a Longo
Prazo se refere aos dados que permanecem na mente em um período ilimitado.
“Para que os ensinamentos de um treinamento sejam internalizados à longo prazo pelo aprendiz, a
primeira regra é ser atrativo. Neste sentido, o ideal é investir em soluções que se mostrem útil no
ambiente de trabalho do funcionário porque os adultos prestam atenção somente nas temáticas
convenientes a rotina. Outra sugestão fundamental é procurar gerar conexões entre os
conhecimentos absorvidos e os que serão aprendidos. Em seguida é necessário refletir sobre a
gerência da área cognitiva do aprendiz. É do entendimento científico o fato de que a memória a
curto prazo conta com espaços a serem preenchidos, mas, que se sobrecarregam com facilidade.
Portanto, um caminho a ser tomado pelo designer instrucional é dividir as informações em
pequenas partes e trabalhá-las em doses homeopáticas. Por fim, o foco na prática das habilidades
adquiridas completam o ciclo psicológico da aprendizagem”.

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