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Funções Executivas, Habilidades Cognitivas e Aprendizagem
Alessandra Machado

Funções Executivas, também chamadas de controle executivo ou controle


cognitivo, têm sido definidas como um conjunto integrado de habilidades. E, com
o intuito de atingir um objetivo específico, irão permitir o planejamento,
monitoramento e a regulação de diferentes tipos de processos cognitivos,
socioemocionais, motivacionais e comportamentais. (DE FRIAS, DIXON E
STRAUSS,2006; MIYAKE, FRIEDMAN, EMERSON, WITZKI, HOWERTER, et
al, 2000; ROYALL et al., 2002).
Normalmente, elas são requisitadas em situações em que um nível de
consciência e controle cognitivo são necessários, tais como em novas situações
com as quais nos deparamos. Por este motivo, desempenham um papel
biologicamente adaptativo em nosso cotidiano. (DIAMOND, 2013).
O processo de aprimoramento das Funções Executivas é contínuo,
embora diferenciado para seus múltiplos aspectos e parece haver
correspondência com ‘surtos’ de desenvolvimento do córtex pré-frontal, que
ocorrem, por exemplo, entre o nascimento e os 2 anos, dos 6 aos 9 anos, dos
16 aos 19 anos. O córtex pré-frontal é lento em sua maturação e continua a se
modificar significativamente até o final da adolescência por meio dos processos
sinápticos. As Funções Executivas atuam como uma interface entre os
indivíduos e o ambiente com o qual interagem. Por isso, os fatores ambientais
são muito importantes no desenvolvimento das FE, pois influenciam
intensamente as modificações que no sistema nervoso ocorrerão por causa
dessa interação.
Para alguns autores as Funções Executivas podem ser reconhecidas
como quentes e frias. As Funções Executivas quentes são destinadas a resolver
problemas que envolvam aspectos afetivos. Exemplo: tomada de decisão em
uma situação de risco, decidir de pede desculpas ou se briga com alguém,
escolher entre permanecer em um emprego que gera desconforto ou se arriscar
ir para outro emprego ainda desconhecido etc. Já as Funções Executivas frias
são destinadas a resolver problemas que envolvem aspectos mais cognitivos,
menos afetivos. Exemplo: memória operacional exigida ao fazer uma conta

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mentalmente; decidir se um número é par ou ímpar; decidir qual jogo deseja usar
em um determinado momento etc.
As Funções executivas bem desenvolvidas, são ações autodirigidas que
o indivíduo utiliza para se autorregular. O desenvolvimento dessas funções
potencializa o aprimoramento de três importantes capacidades funcionais:
flexibilidade cognitiva, controle inibitório e memória de trabalho.

Flexibilidade Cognitiva
Capacidade que temos de mudar de ideias, roteiro, ações. Pode ser
considerada também como autorregulação. Utilizamos a flexibilidade cognitiva
ou de pensamento quando (por exemplo): precisamos mudar de estratégias,
verificamos a necessidade em modificar um roteiro ou uma rotina, ou mesmo
quando surgem novos dados, novas informações ou novas interferências
emergenciais.
A flexibilidade cognitiva exerce uma ampla função na aprendizagem e na
resolução de problemas. Uma criança que desenvolve a flexibilidade cognitiva
pode possuir as seguintes características:
• Boa flexibilidade mental se adaptando rapidamente às alterações ou
novas situações;
• Paciência para reorganizar um novo planejamento e buscar novos
“caminhos” para a execução de tarefas;
• São capazes de passar de uma atividade para outra com facilidade,
entendendo que cada situação tem seu tempo etc.

Controle Inibitório
A “inibição” é uma das funções cognitivas mais utilizadas em nosso dia a
dia. É a forma em que o cérebro corrige um comportamento que poderia ser
desagradável, além de impedir que estímulos externos ou internos, atrapalhem
o foco e a atenção. É a habilidade de controlar respostas impulsivas ou
automáticas e criar réplicas usando a atenção e o raciocínio. O controle inibitório
é, portanto, a função que permite que tenhamos controle das nossas ações e do
que falamos. Também está relacionada a autorregulação das nossas emoções.

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“O controle inibitório consiste na capacidade em inibir respostas prepotentes
(para as quais o indivíduo apresenta uma forte tendência) ou reações a estímulos
distratores que interrompem o curso eficaz de uma ação, bem como interromper
respostas que estejam em curso." (BERKLEY, 2001 apud COSENZA e
colaboradores, 2014 p.126). Um controle inibitório bem desenvolvido, pode
ajudar a melhorar o comportamento desorganizado e permite um melhor
desempenho acadêmico, no trabalho e na vida pessoal.

Memória de Trabalho ou Memória Operacional


Possui capacidade limitada em relação à quantidade de informações e
tempo de armazenamento, por isso é fundamental estimulá-la, pois essa
memória é de fundamental importância principalmente para o processo de
aprendizagem, uma vez que esta é responsável por sustentar e manipular
informações, integrando-as com os conhecimentos já existentes (conhecimentos
prévios). É a capacidade que temos de "guardar" uma informação por fração de
segundos em nosso cérebro, podendo tais informações serem descartadas ou
não. Sendo consolidadas, tendo significado e mantendo fortalecidas as
conexões, essas informações passam a fazer parte da memória de longo prazo.
O trabalho diferenciado com jogos e atividades lúdicas facilitam o
desenvolvimento das Funções Executivas e se faz de extrema importância na
vida acadêmica e pós acadêmica. A estimulação de qualidade por parte da
família contribui para o processo de ensino e aprendizagem e para o
amadurecimento cerebral. A parceria entre família e escola é um diferencial para
o sucesso do educando!

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FUNÇÕES EXECUTIVAS

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Referências Bibliográficas

CONSENZA, Ramon M. e GUERRA, Leonor B. Neurociência e Educação:


Como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.

RODRIGUES, Patrícia Maltez. Funções Executivas e Aprendizagem.


Memnon.

SEABRA, Alessandra Gotuzo. Inteligência e Funções Executivas. Memnon.

SEABRA, Alessandra Gotuzo. Atenção e Funções Executivas. Memnon.

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