Você está na página 1de 14

3

0. Introdução

O turismo é considerado um fenômeno sociocultural e ambiental, é também uma


actividade económica do sector de prestação de serviços que, para alcançar
desempenho satisfatório, necessita da elaboração e implantação de políticas públicas
capazes de organizar o referido sector de modo que o mesmo possa ser sustentável e
ético. Para ser socialmente responsável, qualquer actividade económica precisa
crescer e contribuir para o aumento do desenvolvimento socioeconómico, auxiliando
na melhoria da qualidade de vida da comunidade e na preservação do meio ambiente
local.

O presente trabalho que tem como tema Responsabilidade social: A Responsabilidade


social do Turismo, sua evolução, origem do turismo sustentável e ético e a
responsabilidade Social das administrações locais, este trabalho visa fazer uma análise
e reflexão em torno da aplicação da responsabilidade social em toda sua essência na
actividade turística.

O principal enfoque deste trabalho estar basicamente na descrição da evolução


histórica que a responsabilidade Social conheceu dentro da actividade turística, onde
serão apresentados as quatro dimensões da responsabilidade social, que directa ou
indirectamente podem serem aplicados ao sector do turismo, tomando em
consideração que as acções desenvolvidas pela responsabilidade social tem como
principal objectivo o incentivo ao desenvolvimento sustentável da actividade turística,
durante o trabalho será feita uma análise sobre a origem o turismo sustentável e ético,
bem como o seu cruzamento com a responsabilidade social. Porque a actividade
turística desenvolve-se numa comunidade, onde há estrutura e outros intervenientes
far-se-á também breve análise sobre a responsabilidade social nas comunidades por
parte das estruturas locais.
4

0.1. Objectivos

0.1.1. Objectivo Gral


 Analisar o processo Responsabilidade Social na actividade turística.

0.1.2. Objectivos específicos:


 Analisar o historial responsabilidade social na actividade turística;
 Caracterizar a origem do turismo sustentável e ético;
 Analisar as acções de responsabilidade social das administrações locais;

0.2. Metodologias

Para efectivação deste trabalho foi necessário a escolha de um método que


possibilitasse uma boa analise deste tema, e o método escolhido foi a revisão
bibliográfica, onde foram consultadas varias obras que versam sobre o tema em
análise, bem como artigos, dissertações e outros materiais que pudessem contribuir
para a elaboração do mesmo.
5

1. Responsabilidade Social

O conceito de responsabilidade social é complexo, dinâmico e com diferentes


significados, tendo em conta o contexto situacional.

Para Borato (2011) pode significar “um comportamento socialmente responsável no


sentido ético e legal” e para BORGES (2005) o conceito pode transmitir “a ideia de
contribuição social voluntária, associada a causas específicas”. Por isso, na visão de
SEBASTIÃO (2009) “é normal encontrar diferentes definições sobre esse tema que
muitas vezes é confundido com outros conceitos como por exemplo, o marketing
social ou até filantropia”.

Responsabilidade Social pode ser definida como:

Compromisso que uma organização deve ter com a sociedade, expresso por meio
de actos e atitudes que a afectem positivamente, de modo amplo, ou a alguma
comunidade, de modo específico, agindo pro activamente e coerentemente no que
tange a seu papel específico na sociedade e a sua prestação de contas para com
ela. A organização, nesse sentido, assume obrigações de carácter moral, além das
estabelecidas em lei, mesmo que não directamente vinculadas as suas actividades,
mas que possam contribuir para o Desenvolvimento Sustentável dos povos. Assim,
numa visão expandida, Responsabilidade Social é toda e qualquer acção que
possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade (ASHLEY,
2003, p.6)

Por outro lado, BORATO (2011) conceitualiza responsabilidade social como sendo
“um
compromisso que uma organização deve assumir perante a sociedade que está
inserida, no sentido de contribuir para a melhoria das condições de vida das pessoas
que a integram”. Porém, convém realçar que o compromisso social de uma
organização não se deve restringir somente à comunidade porque as acções de
responsabilidade social requerem o envolvimento de outras partes interessadas.

O Instituto ETHOS define a responsabilidade social empresarial como sendo:

Forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os
públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais
compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos
ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo
a redução das desigualdades sociais.
6

Segundo o Instituto Ethos, “as acções de responsabilidade social só trazem resultados


positivos para a sociedade, e para a empresa, se for realizado de forma autêntica.
Sendo assim é necessário que as empresas tenham cultura da responsabilidade social
incorporada aos seus pensamentos”.

Depois de analisadas os conceitos apresentados sobre o conceito de responsabilidade


social é possível chegar-se a conclusão de que com base em vários aspectos que
conectam os conceitos um com o outro, responsabilidade social será uma das
respostas às necessidades sociais, de forma a contribuir pelo desenvolvimento
socioeconómico das comunidades, pela protecção do meio ambiente e pelas partes
interessadas.

1.1. A Responsabilidade social do Turismo e sua evolução.

Os padrões de competitividade contemporâneos apontam para a formação de um


consumidor mais exigente, preocupado com o preço, a qualidade do produto e
também com o processo produtivo.

É desta forma que o tema responsabilidade social entra em pauta no sector do turismo,
agregado ao desenvolvimento sustentável. VIEIRA e GODINHO (2008) defendem
que turismo “é um sistema de serviços que tem como finalidade única e exclusiva o
planeamento, a promoção e a execução de viagens. Para isso faz-se necessário a
existência de infra-estrutura adequada para recepção, hospedagem, consumo e
atendimento às pessoas e/ou grupos”.

Afirmam ainda que, “por ser o turismo uma actividade que envolve vários sectores do
comércio, comunidade, órgão públicos e lidar com culturas, costumes e meio
ambiente é de grande importância incluir em sua teoria e prática a responsabilidade
social”. GODOY e ALMEIDA (2008) defendem-se, também, que “a responsabilidade
social e ambiental pode-se aliar com turismo através de criação de programas de
educação: educação turística, turismo educativo/educacional, além de incentivar a
educação formal”.

Defendem ainda que “o impacto de acções na educação é profundo e atinge,


favoravelmente, todas as camadas e sectores da sociedade. As empresas turísticas
7

podem deslocar, implementar e divulgar a importância da educação para todo e


qualquer ser humano”.

Actualmente, o turismo tem-se destacado como uma das ferramentas para efectivação
da responsabilidade social e ambiental. Sendo assim, é imprescindível a realização de
projectos diversos de modo organizado e consistente, envolvendo a comunidade e, ao
mesmo tempo a promoção de inclusão dos mais variados agentes sociais.

Todavia, para que o turismo seja, de facto, um meio efectivo de responsabilidade


social é necessário que as suas actividades respeitem e beneficiem tanto os turistas,
quanto a comunidade e o meio ambiente das localidades receptoras. Significa que o
turismo só é bom para os visitantes e para a população local quando estes tenham os
seus direitos respeitados. Segundo KOTLERS (1996) apud (UENOYAMA, 2005)

Responsabilidades sociais são situações que a sociedade estipula para as


instituições, tendo por objectivos definir algumas obrigações relacionadas à
preservação do meio ambiente, dos direitos das minorias e dos direitos das
populações estabelecidas (nativas ou não). Muitos empresários do sector
turístico, infelizmente, ainda entendem que a sua responsabilidade social é
exclusivamente para com o turista, restrita unicamente ao cumprimento da
obrigação legal de oferecer-lhe o que é prometido nas divulgações para venda de
pacotes e ofertas turísticas” (KOTLERS, 1996) apud (UENOYAMA, 2005)

Segundo Ferreira (2008) “a responsabilidade social diz respeito a modelos de gestão


ou práticas voltadas para qualidade ambiental, equidade social e eficiência
económica”. Por sua vez, as actividades do turismo afectam a sociedade sobre
diferentes aspectos, fazendo com que este seja um campo privilegiado para a reflexão
sobre a prática de responsabilidade social.

A educação e consciencialização do turista sobre estes impactos, somadas a


implementação de práticas sustentáveis e socialmente responsáveis com a adopção de
um código de conduta ética nos destinos turísticos, são acções imprescindíveis para
que o turismo possa ter um desenvolvimento sustentável a médio e a longo prazo.
Assim sendo, já é possível falar de responsabilidade social no turismo de forma
efectivada onde o seu desenvolvimento é garantido com sustentabilidade.
8

1.2. Evolução histórica da responsabilidade social

A Responsabilidade Social das Empresas é um conceito que com a contribuição de


inúmeros autores, empresas e instituições, foi crescendo, evoluindo e tomando corpo
até adquirir, na actualidade, uma dimensão universal.

Historicamente, a doutrina da RSC se desenvolveu em cima da ideia de que o


empresariado por utilizar recursos da sociedade, tem por obrigação fazer uma
compensação por meio de acções com fins de amenizar ou resolver problemas de
cunho social e ambiental, gerando assim, benefícios para a sociedade. Embora sejam
encontradas evidências dessa busca em várias partes do mundo, Estados Unidos é o
país que reúne um conjunto considerável de literatura acumulada nessa área
(CARROLL, 1999), o que justifica o fato dos estudos citados neste trabalho serem
americanos, na sua maioria.

Os estágios da RSE foram mudando de acordo com demandas mercadológicas e


pressões da sociedade, passando pelo estágio da RSE promocional, seguido pela
abordagem estratégica e a partir do início do século XXI, e no entender de VISSER
(2010a) se vive a era económica, onde a abordagem da RSC ocorre de maneira
sistémica e busca ouvir os stakeholders organizacionais e envolvê-los no processo. O
quadro demonstra em resumo as eras económicas e estágios da RSE:

Era
Estágio da RSE Modo de acção Factores Chave Stakeholder alvo
económica
Accionistas,
Intervenções
Ganância Defensiva Investimentos governo e
pontuais
empregados
Programas de
Filantropia Caridade Projectos Comunidade
caridade
Marketing Promocional Relações públicas Mídia Público em geral
Accionistas,
Regulamentos e
ONG’s, e
Gestão Estratégica Sistemas de gestão Balanços
Organizações da
Sociais
Sociedade Civil
Responsabi Modelos de Órgãos reguladores
Sistémica Produtos
lidade negócio e consumidores

TENÓRIO (2004) separa em dois os períodos do desenvolvimento da RSE: o


primeiro marco é início do século XX até a década de 1950, período em que houve a
passagem da economia agrícola para a industrial, com a função da ciência na
9

organização do trabalho. A visão económica principal era o liberalismo de Adam


Smith e David Ricardo, que tinha a ideia do predomínio da indústria sobre a
agricultura, evidenciando a superioridade da teoria da mais-valia sobre a renda, da
moeda sobre a troca e, principalmente, da obrigação das empresas em gerar lucro. Já o
segundo período da RSC, surge a partir de 1930, nos Estados unidos, com o New
Deal de Roosevelt, e se fortalece a partir de1950, com o surgimento da sociedade
industrial, marcada pelo pensamento Keynesiano e pela intervenção do Estado na
economia.

O empresário A. Carnegie, da U.S. Stell Corporation já estabelecia, em 1899, uma


abordagem que se baseava nos princípios da caridade e da custódia. No entanto as
primeiras referências à Responsabilidade Social apareceram na literatura,
principalmente nos Estados Unidos e na Europa, nas primeiras décadas do século XX.
Nessa época o termo se referia à importância das empresas oferecerem bens e serviços
necessários ao bem-estar da comunidade.

Na década de 1950 os executivos começaram a concordar que deveriam assumir a


responsabilidade pelas consequências de suas acções. Essa responsabilidade do
empresário foi se deslocando para a empresa, porém sempre com carácter de caridade,
isto é doando recursos próprios para o benefício de outros.

Na década de 1960, as muitas convulsões sociais na Europa, a emergência dos


movimentos ambientalistas e a crise petrolífera, chamaram a atenção para a urgente
necessidade de mudanças nas estratégias de actuação das empresas.

No final dos anos 60, a Europa difundiu nos meios empresariais e académicos a
importância da responsabilidade social promovida pelas acções dos seus dirigentes.
“Neste período de evolução de ideias de responsabilidade social corporativa, muitos
estudiosos acreditavam que esse papel caberia somente ao governo, igrejas, sindicatos
e ONG’s e não às corporações, que na verdade, somente necessitavam satisfazer os
seus accionistas” (RABELO, 2008).

“Ao longo dos anos 70, 80, e 90 desenvolveram-se novos movimentos sociais, cada
um deles exercendo mais pressões sobre as empresas, para que assumissem crescentes
responsabilidades sociais” (SAVITZ, 2007). Esta pressão fez com que alguns
10

executivos escolhessem as obrigações sociais das suas empresas de acordo com suas
próprias ideias.

É neste contexto que SEBASTIÃO (2009) afirma que “o surgimento da


responsabilidade social no seio das organizações tem por base a ideia da
complementaridade voluntária entre empresas e o Estado de um conjunto de
responsabilidades sociais que eram tradicionalmente vistas somente como funções do
Estado”. Essas responsabilidades sociais são analisadas em duas dimensões: a interna
e externa das empresas.

A dimensão interna associa-se à formação e qualificação dos recursos humanos, saúde e


segurança no trabalho, gestão dos recursos ambientais e dos bens ambientais
consumidores. A dimensão externa (mais ligada à filantropia, solidariedade social, entre
outros) tem por objectivo uma maior ligação com as comunidades locais, com os
parceiros comerciais, respeito pelos direitos do homem e preocupações ambientais
(SEBASTIÃO, 2009).

Hoje, a prática de responsabilidade social está se consolidando em formas cada vez


mais multidimensionais dirigidas à gestão, observando a interdependência entre os
diversos stakeholders que estão directa ou indirectamente ligados aos negócios da
empresa.

2. Origem do turismo sustentável e ético.

Como resultado da preocupação com a degradação do ambiente, em 1972, realizou-se


a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, conhecida como
Conferência de Estocolmo, marcada pela divergência de opiniões entre os países em
desenvolvimento e os desenvolvidos, onde os países desenvolvidos propunham a
criação de um programa com a vista à preservação dos recursos naturais e genéticos
do planeta, bem como medidas de carácter preventivo de forma a evitar uma eventual
catástrofe. Em contrapartida, os países em desenvolvimento alegavam que se
encontravam afectados por doenças, miséria, problemas de habitação e saneamento
básico e que careciam urgentemente de se desenvolverem economicamente.

A Conferência de Estocolmo resultou na criação da Declaração de Estocolmo onde


constam os princípios fundamentais para a preservação e melhoria do meio ambiente
humano, assim como no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
11

(PNUMA), responsável pelas acções de protecção do meio ambiente e de


desenvolvimento sustentável.

O conceito de desenvolvimento sustentável foi pela primeira vez utilizado em 1980


pela International Union for the Conservation of Nature (IUCN) onde foi apresentado
um documento intitulado World Conservation Strategy. (World Conservation
Strategy, 1980).

2.1. Turismo Sustentável e ético

O conceito de turismo tem o seu alicerce ligado ao conceito do desenvolvimento,


desse modo, pode se afirmar que o desenvolvimento do turismo sustentável segue
aquilo que são as directrizes definidos na conferência de Estocolmo em 1980, onde o
principal objectivo era a defesa e conservação dos recursos naturais, desse modo a
conservação da natureza e a gestão dos recursos naturais e culturais são vitais para a
actividade turística, uma vez que constituem a base da oferta turística que dá resposta
as diferentes motivações. O desenvolvimento do turismo não pode ser levado a cabo
sem respeitar os princípios e os objectivos do desenvolvimento sustentável. Assim, a
actividade turística deve processar-se numa base sustentável através do respeito pelas
necessidades sociais, económicas e ambientais.

Embora o conceito de desenvolvimento sustentável fosse inicialmente associado ao


ambiente, nos dias de hoje, este é encarado como um conceito mais amplo que integra
de igual modo os aspectos económicos e socioculturais.

A discussão sobre o turismo sustentável resultou do conceito de desenvolvimento


sustentável, embora alguns autores defendam que o turismo sustentável já existisse
muito antes da disseminação da abordagem do desenvolvimento sustentável.

Em 1992, surge o debate em torno da sustentabilidade do turismo, levado a cabo pela


World Wide Found e pelo Tourism Concern, que resultou na criação dos princípios do
turismo sustentável, abaixo indicados:

1. A utilização sustentável dos recursos naturais, sociais e culturais;


2. A redução do consumo excessivo e do desperdício;
3. A manutenção e promoção da diversidade natural, cultural e social;
12

4. A integração do turismo nos vários níveis da estrutura do planeamento;


5. O suporte da economia local;
6. O envolvimento das comunidades locais;
7. O envolvimento dos stakeholders na actividade turística;
8. A formação profissional;
9. A adopção de uma Estratégia de marketing;
10. A investigação que é essencial para a actividade turística.

Na perspectiva de BRAMWELL e LANE (1993), o turismo sustentável é “uma


abordagem criada com vista a reduzir tensões criadas pela complexidade de
interacções entre a actividade turística, os visitantes, o ambiente e a comunidade
local”.

A OMT (1998), citado por CARETO e ROSÁRIO (2006, p. 51) define o turismo
sustentável como “aquele que satisfaz as necessidades dos turistas e das regiões
receptoras no presente, ao mesmo tempo que protege e assegura a mesma
oportunidade para o futuro, através da gestão de recursos, na medida em que possam
ser satisfeitas as necessidades económicas, sociais e estéticas, preservando de igual
modo a integridade cultural, os processos ecológicos, a biodiversidade e os sistemas
de suporte à vida”.

Assim, de acordo com a OMT, citado por CUNHA (2006), a sustentabilidade do


turismo deve ser entendida tendo em conta três princípios fundamentais:

a) “Sustentabilidade ecológica: procura assegurar a compatibilidade entre o


desenvolvimento económico, a manutenção dos processos biológicos essenciais, a
biodiversidade e os recursos biológicos (princípio da precaução).
b) Sustentabilidade social e cultural: procura assegurar que o desenvolvimento seja
compatível com a cultura e os valores das comunidades afectadas, que mantenha e
fortaleça a identidade destas (princípio da participação).
c) Sustentabilidade económica: assegura que o desenvolvimento seja
economicamente eficiente e que os recursos são geridos de tal forma que
garantam a sua utilização pelas gerações futuras (princípio da solidariedade) ”.
13

RUSCHMANN (2008) por sua vez afirma que “o turismo sustentável pressupõe a
existência de turistas mais responsáveis, que interajam de forma equilibrada com as
comunidades de acolhimento no âmbito cultural, social e ambiental”.

Sendo o turismo uma actividade voltada para o desenvolvimento social, político,


cultural e sobretudo económico, requer aplicação de ideias inovadoras, envolvendo os
principais gestores do processo, como o governo, a sociedade e a natureza. Também é
necessário a contribuição de todos os agentes da actividade turística no que garante a
sustentabilidade do mesmo, caso contrário pode gerar impactos irreversíveis para o
ambiente e para comunidade receptora.

2.2. Responsabilidade Social das administrações locais.

Embora o turismo seja um dos ramos da economia que mais cresce na actualidade,
pouco se tem falado sobre os efeitos que essa actividade causa no meio ambiente e nas
comunidades locais, e em contrapartida, os aspectos económicos destacados na
actividade são cada vez mais ressaltados. A responsabilidade social desenvolvida
pelas empresas surge como factor determinante de uma nova era que traz no
compromisso com a sociedade uma alternativa de melhoria das condições atuais da
colectividade, facilitando ou reordenando a vida em sociedade e objectivando torná-la
do ponto de vista qualitativo, melhor para todos.

Tomando em consideração que a “Responsabilidade social” não é uma pratica


obrigatória, as administrações locais desempenha um papel fundamental, na medida
em que estas podem de forma didáctica mostrar as empresas ligadas ao turismo as
vantagens de se aderir a essa prática e tentar mostrar ainda aos gestores que, essa
postura em pleno século XXI se configura como essencial à continuidade de homens e
recursos, pois só assim a empresa poderá mostrar o compromisso que tem perante a
sociedade como forma de agregar valor à sua imagem no mercado através do
desenvolvimento, bem-estar e melhoria na qualidade de vida de seus colaboradores,
suas famílias e a comunidade em geral.
14

Conclusão.

O presente trabalho, tinha como principal objectivo fazer uma abordagem sobre a
responsabilidade social, onde o mesmo tinha que ser analisado desde a sua história até
a sua ligação com a actividade turística, onde foi possível verificar que a
responsabilidade social é mais que ajudar uma determinada comunidade ou um grupo
de pessoa, mas é uma respostas às necessidades sociais, de forma a contribuir pelo
desenvolvimento socioeconómico das comunidades, pela protecção do meio ambiente
e outras acções tendo como principal foco o desenvolvimento da mesma comunidade,
e esta teve um longo caminho até ser o que é a responsabilidade social é nos dias de
hoje.

No que diz respeito a responsabilidade social e o turismo, esta tem como principal
foco possibilitar o desenvolvimento sustentável das comunidade, pois esta pode ser
aplicada de varias maneira, onde uma esta ligada a educação ambiental nas
comunidade, de modo que esta possa ter conhecimento de como pode gerir os
recursos que a mesma dispõe e por fim on tema abordado foi o turismo sustentável,
onde a sua origem esta ligado com a instituição do desenvolvimento sustentável, pois
tanto o desenvolvimento sustentável como o turismo sustentável tem como objectivo
a defesa e conservação dos recursos naturais
15

Bibliográfia

BRAMWELL, B. e Lane, B. Sustainable Tourism: An Evolving Global Approach.


Journal of Sustainable Tourism. 1993.

CARETO, H. L. S. e Rosário M. Turismo e Desenvolvimento Sustentável. Lisboa:


Geota. 2006

CATER & LOWMAN (Eds), Ecotourism a Sustainable Option?, Wiley, Chicester.


1994

COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso


Futuro Comum. Nova Iorque: Oxford University Press.1987

COOPER, C., Flechter, J., Wanhill, S., Gilbert, D. & Shephered, R. Turismo:
Princípios e Práticas (3 ed.). Porto Alegre: Brookman.2007

CUNHA, L. (2006). Economia e Política do Turismo. Lisboa: Editorial Verbo.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO [OMT]. Tourism, Environment and


Sustainable Development, Environment Conservation, Código mundial de ética do
turismo. Madrid. 1999.

RUSCHMANN, D.. Turismo Ecológico no Brasil: Dificuldades para a sua


Caracterização. Turismo em Análise. São Paulo, v.6, n.1, p.16-24. In: Pires, P.
(1998). A Dimensão Conceitual do Ecoturismo. Turismo-Visão e Acção, v.1, n.1, p.
75-91. 1995

SAVITZ, Andrew W. A Empresa Sustentável. O Verdadeiro Sucesso é o Lucro Com


Responsabilidade Social Ambiental. Rio de Janeiro, Editora ELSEVIER, 4 º Triagem.
2007.

SEBASTIÃO, Sónia Pedro. Comunicação Estratégia – As Relações Públicas. Editora


Instituto Superior de Ciencias Sociais e Políticas. 2009

VISSER, W. The evolution and revolution of Corporate Social Responsibility. In:


POHL, M; TOLHURST, N. Responsible Business: How to manage a CSR Strategy
Sucessfully. Wiley, 2010
16

Índice

0. Introdução...........................................................................................................................1

0.1. Objectivos.......................................................................................................................2

0.1.1. Objectivo Gral.............................................................................................................2

0.1.2. Objectivos específicos:................................................................................................2

0.2. Metodologias...................................................................................................................2

1. Responsabilidade Social.....................................................................................................3

1.1. A Responsabilidade social do Turismo e sua evolução..................................................4

1.2. Evolução histórica da responsabilidade social................................................................6

2. Origem do turismo sustentável e ético................................................................................8

2.1. Turismo Sustentável e ético............................................................................................9

2.2. Responsabilidade Social das administrações locais......................................................11

Conclusão.................................................................................................................................12

Bibliografia..............................................................................................................................13

Você também pode gostar