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As campanhas, ao
invés de focarem nos problemas da megacidade, elegem o confronto político entre
conservadores e progressistas.
Ninguém ignora que a prefeitura paulistana é um forte trampolim para quem almeja
conquistar o governo do estado e até mesmo a presidência da República. A história tem
registro.
Buracos de rua ou teses acadêmicas? Se for seguir o que acontece nas maiores cidades
brasileiras, os candidatos se esforçam para convencer o eleitorado de que vão ficar mais felizes
com sua escolha.
O eleitorado é pego em um fogo cruzado de propostas para a cidade totalmente antagô nicas e
muita gente não entende o que significam. Cabos eleitorais, pagos ou não, candidatos a
vereador na rica Câmara Municipal se digladiam para surfar na onda de aprovação do
candidato majoritário.
A chave de tudo é falar o que o povo quer ouvir. E ele sabe muito bem disso. Tem treinado ao
longo de toda a sua carreira política e tem habilidade para se manter no noticiário. Falem mal,
mas falem de mim, desafia o candidato da esquerda, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso
É uma batalha entre o simpático professor, respeitado internacionalmente pelo seu trabalho
acadêmico, e o populista acusado de tentar um golpe de estado. Antes da eleição, FHC é dado
como vencedor e convidado para tirar uma foto, sentado na cadeira de prefeito para a
primeira página da Veja.
As últimas pesquisas são arrasadoras. São Paulo já tem um novo prefeito. Abertas as urnas, e
as cédulas de papel, o vencedor é Jânio Quadros, que, ao tomar posse, antes de sentar na
cadeira de prefeito, a desinfeta. O populismo vence mais uma vez.