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Podemos dizer que os primeiros modos de educar e as primeiras escolas que se organizaram nas
sociedades antigas já visavam à manutenção das classes dominantes do poder.
Também podemos dizer que sobre as diferentes formas existentes da formação das pessoas a
depender da função que ocuparam dentro dessa classe dominante.
_Sempre que aplicarmos algo que sabemos, estamos repensando, voltando a pensar sobre aquilo
que já sabemos.
_Naquela época famílias abastadas, famílias de boa condição podiam contratar um tutor, pedagogo
para a formação de seus filhos. Desse modo a formação dos jovens estava intimamente relacionada
a posição econômica que essa família possuía.
É a partir do século XI, na denominada Baixa Idade Média, que se estende até o século XV, que a
Europa alcança cerca estabilidade politica com um crescimento populacional, e consequentemente
um ressurgimento do comércio e a reconfiguração das cidades. O crescimento econômico desse
período reclamava um novo conhecimento o que levou à formação de escolas que abriram as suas
portas para indivíduos não clérigos.
Foi na transição da Idade Média para a Idade Moderna, que os historiadores consideram que se
inicia no século XV que se passou a questionar a vinculação entre Religião e Ciência. Durante toda
a Idade Média, a Igreja Católica foi a instituição responsável por conservar, organizar, produzir e
difundir o conhecimento da época.
Sob a influência da Igreja católica, muitos pensadores, muitos filósofos foram perseguidos por
defender a separação entre religião e ciência.
Até o século XVI a obra que sistematizou, que organizou de modo coerente os preceitos sobre como
ensinar foi a Ratio Studiorn. É na denominada Idade Moderna, entre os séculos XV e XVIII, que
vamos encontrar as primeiras publicações que vão se opor aos princípios sistematizados pelos
educadores da companhia de Jesus e configurar o campo de estudos que será denominado
DIDÁTICA.
*O campo de estudos da didática esta vinculada a todas as transformações que ocorrem na Europa a
partir do século XV.
*Toda uma expansão territorial, comercial acelerou o desenvolvimento do conhecimento da época,
bem como da economia daquele momento histórico.
*Portanto, é no mundo em transformação da Idade Moderna que surgem as primeiras publicações
DIDÁTICA.
Sem dúvida nenhuma Comênio é uma referência histórica importantíssima para a Educação da
Idade Moderna porém ha outro estudioso, anterior a ele, que costuma ser esquecido pelos Manuais
de Didática, as pesquisas estão recuperando sua obra. Esse estudioso é Wolfgang Ratke (1573 –
1635) em latim ratichus.
_Por volta de 1612, Ratke publicou uma pequena obra intitulada Memorial de Frankfurt, na qual
defendia três grandes ideias: uma reforma do ensino das línguas, uma reforma da instrução pública
gerou tanta polêmica, que acabou conhecida como NOVA ARTE DE ENSINAR.
_A elaboração e publicação de todas essas obras significam que estava tomando forma um “novo”
modo de pensar o mundo conhecido até então. Todas essas produções afirmavam que o
conhecimento não deveria depender da fé, que ele era independente o mundo a partir daquilo que
experimentamos sobre o mundo com os nossos sentidos.
_Todas essas teses, que eram novas e revolucionárias para aquele momento histórico, foram dando
forma ao que hoje denominados de Ciência Moderna.
_Uma das primeiras proposições de Ratke é a de que “o príncipe”, ou seja, o governante, deveria
instalar e administrar as escolas públicas e ordenar que todas as crianças fossem instruídas
principalmente na leitura da escrita, e no cálculo, base de todo estudo sério e necessário à vida
prática.
_Dentre os vários escritos de Ratke (2008) podemos sintetizar suas ideias nos seguintes princípios:
Podemos concluir que há uma “racionalidade” econômica na proposta didática de Ratke. O que
queremos dizer com “racionalidade econômico”? Isso quer dizer que o conjunto de argumentos que
justificam a proposta didática Ratke, a sua “racionalidade trata de otimizar, economizar, os recursos
disponíveis”
_Uma formação mais barata em menor tempo com conteúdos aplicáveis a vida prática, ao trabalho
que, aqueles que trabalhavam, deveriam executar.
_Podemos concluir que uma de suas primeiras preocupações sobre o “ofício do mestre do ensino” é
o de “saber bem o que tem a ensinar”
(…) vai procurar no conhecimento anterior ao que ele mesmo esta produzindo, ou seja, no
conhecimento sistematizado daquela época, uma evidência, algum fato ou frase que confirme
claramente (…)
_Concluímos que Ratke dava importância a palavra do professor, ao modo do professor falar, a
linguagem utilizada para comunicar-se com os alunos, indicando ao professor colocar-se no lugar
do aluno.
Podemos concluir que Ratke, já sinalizava para os diferentes estilos de aprendizagem, pois “não se
desenvolve um taleto igual que outro”. Ao compreender as diferenças existentes entre o modo de
aprender dos alunos Ratke, sinaliza um profissional que apesar de ensinar, deve continuar a estuda
TANTO O COMPORTAMENTO DOS ALUNOS QUANTO O CONTEÚDO A SER ENSINADO.
(…) “Portinari dominava com tanta destreza a técnica da pintura que conseguiu se expressar de um
modo singular com essa técnica, ou seja, criou um estilo próprio, por isso quando visualizamos um
quadro de Portinari reconhecemos que se trata de PORTINARI. Isso quer dizer que, apesar de
dominar o jeito e os instrumentos do fazer também há um aspecto de criatindade que não pode ser
desprezado nesse fazer, e esse será o tema da próxima aula
Não se desenvolve um talento igual ao de outro. O professor deve estudar a maneira de cada aluno
comportar-se.
_Lembramos que: apesar de Ratke compreender arte como aplicação de uma técnica, de um fazer
bem feito.
*Procuramos, com perseverança e sensibilidade, um modo de falar que permita aos estudantes a
compreensão da sua fala.
_Assim como René – Descartes (1596 – 1650) buscava o caminho que levasse todos os homens a
utilizar corretamente a capacidade de bem julgar e discernir o conhecimento verdadeiro do falso por
meio do método, Comênio preocupava em sistematizar um.
_Comênio ratifica a racionalidade econômica já indicada por Ratke, de ensinar com “economia de
tempo e de fadiga” sem renunciar ao “agrado”, ao prazer de aprender.
_Outro aspecto que nos chama a atenção na citação de Comênio é a instrução para “tudo o que diz
respeito a vida presente e a futura”. Essa proposição de Comênio nos leva a uma outra pergunta que
ainda esta aberta no debate educativo contemporâneo: DE QUE MODO PREPARAR PARA UMA
VIDA FUTURA SE ESTAMOS NO PRESENTE?
_Comênio defendia a formação coletiva, em escolas, nas quais a instrução seria feita “sem
pancadas, sem violências e sem qualquer constrangimento, com a máxima delicadeza, com a
máxima doçura e como que espontaneamente”
_Podemos supor que o conceito de “disciplina” desse mestre escola representado já esta muito
distante co conceito de disciplina como era utilizado na antiguidade.
_Enquanto que o instrutor dedica uma atenção especial a algumas crianças, as demais estão
entregues aos seus interesses: dormem, conversem.
_Comênio denomina seu método de natural no sentido de ser lógico e seguir a ordem regular das
coisas
_O “método natural” faz referência a um posicionamento teórico conhecido como naturalismo. Esse
naturalismo defende que a única forma de conhecer a realidade é o método científico. Todos os
fenômenos que podem ser estudados devem ser estudados pelo mesmo método.
A concepção naturalista de Comênio defende que a única forma de conhecer a realidade é o metodo
científico.
_Essa ciência vai se apoiar na metáfora do mundo como um mecanismo, uma máquina. A máquina
que vai levar o processo da manufatura, ainda realizada com as mãos no século XVII, para a
revolução industrial do século XVIII. O método científico busca a regularidade habitual dos
fenômenos, a repetibilidade, à ordem que deve ser sempre a mesma. Essa era a grande preocupação
do século XVII: a aplicação do método.
_O método de Comênio é bem próximo ao de Ratke, pois também indica que as coisas deveriam ser
ensinadas de acordo com a ordem da natureza, pois “tudo o que precede” fundamenta o que se
segue e deve ser ensinados gradualmente, sem interrupções de modo que todas as coisas novas
aprendidas hoje sejam um reforço das aprendidas ontem e uma preparação para o que fosse
aprendido amanha.
O livro Mundo Sensível Ilustrado de Comênio foi publicado em 1685, na cidade de Nuremberg, que
hoje pertence ao território da Alemanha. CHALMEZ (2004) destaca que pela primeira vez um livro
fazia a imagem prevalecer sobre o texto como fonte de conhecimento.
_Podemos concluir que Comênio introduziu uma prática de ensino baseada na imagem em lições
ilustradas.
“Deve se dar início à formação do homem durante a idade primaveril, ou seja, durante a infância(de
fato, a infância é o símbolo da primavera, a juventude do verão, a virilidade, do outono, a velhice do
inverno) as horas matinais são as mais propícias aos estudos.”
_Tudo o que será aprendido deve ser disposto segundo a idade, para que nunca se ensine nada que
não possa ser compreendida.
_Foi possível compreender como esses primeiros didáticos discordavam do processo de ensino
vigente naquela época.
… O processo de ensino e aprendizagem que vivenciamos hoje esta adequado ao nosso momento
histórico.
_Rousseu vai reforçar a ideia de uma “ação natural” do educador. Para ele, a
“ação natural” do educador tem que levar em conta os interesses da criança
que vê, pensa e sente de um modo peculiar.
_Rousseu não deixou indicações precisas sobre o procedimento de ensinar uma curiosidade é o seu
método para o ensino da música para as crianças. Rousseau defendia que a crianças deveriam
aprender melodias e canções que correspondessem aos seus interesses.
_Rousseau não colocou em prática suas ideias nem chegou a elaborar uma teoria sobre o ensino,
apesar de ter contribuído para dar visibilidade aos interesses do educando.
*A partir das ideias de Rousseau, Pestalozzi privilegia as atividades de desenho, escrita canto,
exercícios físicos, modelagem, cartografia e excursões ao ar livre.
_As ideias de Rousseau, Pestalozzi e Froebel são fundamentais para a concepção de infância e
educação infantil que vão se consolidar no século XX.
A instituição Escola propõe esses valores em função das lutas existentes entre os diversos grupos
sociais.
_A escola, como instituição social, que se organizou na Europa do século XIX, vai apropriar-se das
ideias vindas das ciências que estavam se configurando no século XIX que são a Administração
Científica, a Psicologia e a Sociologia. Para Emille Durkhein (1858 – 1917), um dos primeiros
sociólogos franceses discorre sobre a sociedade.
_No século XIX, também a psicologia se emancipa da Filosofia e ganha status de ciência, com seu
objetivo do estudo própria o comportamento e os processos mentais do indivíduos.
_A exposição se realiza por meio dos cinco passos formais, denominados de método herbatono ou
expositivo, que são:
Para Herbart, o processo de aprendizagem passa por duas fases: absorção e reflexão: “Por
absorção, Herbart entende que a idéia se adquire mediante a concentração sobre determinada idéia,
excluindo-se todas as demais. Em termos psicológi- cos, a massa perceptiva forte constrói-se com
base.
Trata-se de evitar que o aluno se perca numa multidão de idéias” (GILES, 1975, p.199)
*Podemos concluir que Herbart estava interessado em explicar o funcionamento do processo mental
que envolve a aprendizagem humana. Seu interesse era o de levar a pedagogia a ganhar o status da
ciência.
[A DIDÁTICA E AS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XIX]
Na concepção filosófica o processo de ensino esta voltado para a educação integral do ser humano,
em todas as suas dimensões. Na concepção técnico – científica o processo de ensino esta voltado
para a inserção social dos educandos no mundo do trabalho. Na concepção crítico – emancipatória o
processo de ensino volta-se para a transformação da realidade sócia – histórica.
No modelo de Herbart o processo de ensino rege-se pelas seguintes leis:
LEI DA FREQUÊNCIA – a mente aprende uma ideia quando o interesse a traz de volta à mente.
Quanto mais um conceito ou ideia foi trazido à consciência mais facilmente se recupera e maior o
seu poder sobre a mente
LEI DO HÁBITO – é a lei da associação de ideias semelhantes e contraste com ideias não
semelhantes.
Para Herbart, o planejamento das lições, das aulas deve obedecer às leis de funcionamento da
mente. Desse modo, uma sistematização rigorosa do processo de ensino, implica planejamento e
previsão do trabalho docente que deve se realizar mediante a aplicação justificada e
deliberadamente sequenciada das ações mais eficazes e eficientes que o saber científico nos
oferece.
Conceber o processo de ensino a partir de uma relação linear de causa efeito implica considerar o
sujeito da aprendizagem como um objeto de causalidade.
Conceber o processo de ensino a partir de uma relação linear de causa- efeito implica considerar o
sujeito da aprendizagem como um objeto de causalidade. O que isso quer dizer? Considerar o
sujeito da aprendizagem como um objeto de causalidade implica aceitar que o sujeito da
aprendizagem seria determinado por forças totalmente exteriores a si mesmo. Logo, para o sujeito
aprender bastaria que ele fosse ensinado com o método eficaz. Nesse ponto podemos nos
questionar: se o método eficaz é aquele que produz o efeito desejado, a eficiência do método
dependerá da sua eficácia, da ação de produzir um efeito? E que efeito se espera produzir nos
educandos? Que efeito o docente espera conseguir com sua ação? Adaptar o educando aos valores
definidos pelo grupo hegemônico? Levar o educando a transformar os valores definidos pelo grupo
hegemônico?
Percebeu como a eficácia depende do pressuposto inicial, do ponto de partida de quem aplicaria o
método?
Não podemos ignorar que um conjunto coerente de suposições, hipóteses, com a finalidade de
elucidar um fenômeno, como por exemplo o processo de ensino – aprendizagem, também é uma
prática discursiva. Isso quer dizer que a maneira como falamos e pensamos sobre o mundo, seja por
meio de um conjunto coerente de suposições, ou não, modula o modo como nos comportamos e o
tipo de mundo que como resultado, ajudamos a criar. É através do discurso, daquilo que falamos,
que construímos o que experimentamos como realidade.
*Compreender a didática como sendo o modo pelo qual o educador comunica o mundo da
experiência e da cultura implica que esse modo de comunicar vai depender das pressuposições
daquele que comunica. Isso quer dizer que são as pressuposições que vão dar feições diferentes a
ação docente. O que é uma pressuposição?
_Para a lógica, uma preposição é uma afirmação inicial que vai gerar uma série de outras
afirmações. A verdade, ou falsidade, das outras afirmações consequentes vão depender dessa
afirmação inicial.
_Podemos concluir que o modo como o educador comunica o mundo da experiência e da cultura
depende das suas pressuposições.
Na didática é possível perceber que se fundem uma série de conhecimentos provenientes dos
demais conteúdos que estudam outros aspectos da ação educativa internacional que acontecem na
instituição escolar.
_Para a abordagem essencialista em Educação, o ser humano nasce uma essência que o caracteriza
como humano. Essa essência é o pensamento.
Para a abordagem essencialista da educação supostamente, se oferecem a todas as pessoas por igual,
as mesmas condições para aprender
(caso o indivíduo não aprenda é culpa dele)
*O sujeito da aprendizagem aprende em suas relações com os outros no mundo e com o mundo, por
meio da reflexão e da ação.
_Em suas interfaces com a psicologia da educação, a didática considera a relação que os sujeitos
estabelecem com os objetos dos conhecimentos.
A psicologia apresenta três grandes modelos de relação do sujeito com os conhecimentos.
- a comunidade na qual o sujeito está inserido tem papel central na construção do seu entendimento
- a natureza dos materiais pedagógicas com os quais interage e interfere no modo e no ritmo da
aprendizagem.
*Não basta conhecer a teoria, temos que nos “colocar”, fazer escolhas em relação a teoria. Qual é a
teoria que vai guiar as suas ações? Olhe a sua volta. Observam como se comportam os demais. O
que as pessoas fazem para aprender? Olhe para si mesmo. Observe e tente responder. Como você
tem aprendido ao longo de sua vida? Você herdou essas suas capacidades por meio da genética?
As teorias não críticas concebem a escola como única, sem conflitos, tal como se houvesse um
único projeto de sociedade, isto é, o projeto social do poder hegemônico.
Na visão da Sociologia Crítica não há uma cultura homogênea, tal como faz supor a teoria não
crítica.
“Toda e qualquer sociedade estrutura-se como um sistema de relações de força material entre
grupos ou classes”
Na perspectiva da Sociologia Crítica, a Escola é uma agência que reproduz a estrutura social
A escola participa desse jogo de forças e acaba por legitimar essa condição, ao transformar
“desigualdade sociais” em “desigualdades naturais”.
A “teoria da reprodução” da sociologia crítica, também tem sido contestada por muitos educadores
e estudiosos, pois em uma interpretação linear casual simplista pode dar a entender que o “sujeito”
assimila o conteúdo diretamente, sem refletir sobre o mesmo.
O exercício do poder simbólico por um grupo tem por objetivo impor algo como uma verdade
universal, em realidade, trata-se de uma arbitrariedade cultural.
_Para Michael Apple a Escola não é somente um sistema de reprodução social do poder
hegemônico pois também é um sistema imerso no conflito que consequentemente também gera
contestação e resistência.
… Podemos relacionar o posicionamento de Apple em relação à teoria da reprodução com as ideias
do educador brasileiro Paulo Freire (1921 – 1997), para quem o ser humano é condicionado, mas
não determinado. A diferença entre um ser determinado e condicionado é que um ser condicionado
tem consciência de seu inacabamento e sabe que pode ir além. Segundo FREIRE (!997, p59), “essa
é a diferença profunda entre o se condicionado e o ser determinado”
_Os parâmetros indicam os objetivos a serem alcançados em cada componente curricular, bem
como as capacidades e habilidades a serem desenvolvidas em cada um desses componentes. O
primeiro volume de cada um deles apresenta uma reflexão sobre o momento do processo de
escolarização: e o referencial teórico que fundamenta o documenta. Os demais volumes dedicam-se
aos componentes curriculares.
_Uma das características que nós identificamos claramente nos PCN é a ruptura com as fronteiras
disciplinares.
A proposta do referencia curricular da educação infantil nos oferece uma imagem uma
representação de conhecimento em forma de rede.
RCNET
Natureza e Sociedade
Conhecimento
do Mundo
Música Matemática
Linguagem Oral e Escrita
Os PCNs do Ensino Fundamental tratam os conteúdos de forma mais estanque, mais disciplinar
com os temas transversais.
PCNs EM
Ciências da Natureza
Para compreendermos a proposta metodológica nos parâmetros curriculares nacionais temos que
nos deter no significado do conceito de competência.
Para Perrenoud (1999) uma competência é um saber mobilizar, ou seja, a faculdade de mobilizar um
conjunto de recursos cognitivos saberes, capacidades, informações para solucionar uma situação,
um problema.
_Podemos perceber que todos os parâmetros propõem o desenvolvimento de três grandes conjuntos
de competência que são:
*Comunicar e representar
*Investigar e Compreender
*Contextualizar o conhecimento produzido pela humanidade.
CULTURA
MANUTENÇÃO TRANSFORMAÇÃO
EDUCAÇÃO.
_As tendências que pretendem manter a ordem social e cultural são chamadas de tendências
liberais. As tendências que pretendem transformar a ordem social e cultural são chamadas de
progressistas.
_A partir desse eixo organizador, a tendência liberal acolhe dois enfoques: o Tradicional e o
Renovado.
_Os dois enfoques progressistas se encontram no desejo de transformar a desigualdade reinante na
sociedade capitalista.
_Como já indicamos na aula anterior as tendências pedagógicas liberais se apoiam nas teses do
liberalismo econômico, modelo que vem dando sustentação ao sistema capitalista de produção.
_O docente realiza transposição didática na medida em que elabora atividades, exercícios, encontra
imagens, gráficos, uma linguagem que leve o grupo com o qual trabalha compreender o conteúdo
que esta tratando.
*Para isso o docente elabora o plano de ensino, o planejamento do curso das aulas em sequências
compreensíveis dentro do tempo que dispõe. Por isso, muitas vezes o docente realiza abstrações da
realidade, divisões que só tem sentido em função da transposição didática.
Apesar dos espaços de aprendizagem serem cada vez mais numerosos na sociedade contemporânea,
continua sendo na instituição escola.
Para Meirieu (1998) o que mobiliza uma pessoa a aprender, o que o introduz em uma
aprendizagem, o que lhe permite assumir as dificuldades da mesma e vencer seus obstáculos é o
desejo de aprender e a vontade de conhecer.
Desse modo, o professor encontra-se com um novo desafio, fazer com que nasça o desejo de
aprender nos grupos com que trabalha.
Para a competência didática do docente, Docca e Villani (1997) apontam uma série de ações como:
Perrenoud (2000) destaca que o saber é um meio para compreender o mundo e agir sobre o mundo e
não um fim em si mesmo. Por isso, o principal recurso de um docente é atitude de reflexiva para:
Sanmartí, Jorba y Ilbanês(2000) afiram que um aprendiz autorregulado necessita tomar consciência
e atuar para
[O PLANEJAMENTO]
_O Projeto Político Pedagógico da instituição apresenta como seu próprio nome indica dois
aspectos: o político, porque estabelece um compromisso com a formação do cidadão indicada na
legislação e normas comuns do sistema de ensino, e pedagógico: que define a forma de efetivas as
ações educativas da instituição escolar.
Planejar é uma das atividades da competência didática do docente. Em aulas anteriores, indicamos a
competência disciplinar e didática necessária para o docente conseguir despertar o desejo de
aprender nos grupos com os quais trabalha.
Todo o planejamento da situação didática deve representar esses possíveis conhecimentos prévios,
bem como os pontos de apoio para deflagrar a aprendizagem.
PSICOMOTOR
COGNITIVO
AFETIVO
_Para Meirieu (1998) esses três domínios trabalham e se relacionam simultaneamente. O organismo
humano funciona como um todo diante de situação mais ou menos complexas.É praticamente
impossível detectar, por exemplo, um processo de memorização, ligado ao domínio cognitivo
totalmente isolado do estado emocional, afetivo, em que essa memorização possa acontecer. O
psiquismo humano, o conjunto dos fenômenos ou dos processos mentais conscientes ou
inconscientes de um indivíduo, está, constantemente, comunicando-se com o seu meio. A
comunicação
_O quadro abaixo adaptado do material proposto Meirieu (1998), pode ser “lido” da esquerda para a
direita para explorar as necessidades de aprendizagem dos grupos com os quais os docentes
trabalhe, bem como os pontos de apoio, as entradas para os saberes, que o docente pode avalancar a
situação didática pretende.
Pontos de Apoio
Citação geral do educando e do meio ambiente de aprendizagem.
_Quem é o educando
_Idade
_Referências Culturais
_Acontecimentos Marcantes da história pessoal do educando
_Acontecimentos recentes em torno do educando
_Que formas de sensibilização usar para introduzir a aprendizagem
_Em que nível de complexidade é possível propor o assunto
_Que vocabulário posso utilizar?
_Que tipo de exemplos, analogias utilizar?
Meirieu (1998) observa que toda atividade de aprendizagem proposta deve contar com um
obstáculo a ser vencido, o que constitui o verdadeiro objetivo do educador. Isso quer dizer que nas
atividades propostas deve-se prever algum sistema de restrição, ou seja, o sujeito não pode realizar
a atividade sem deparar-se com o obstáculo, e um sistema de recursos que auxilie o sujeito a
vencer o obstáculo.
Meirieu (1998) exemplifica uma situação didática acessível e ao mesmo tempo desafiadora para
alunos que ainda não dominam a leitura nem a escrita. Uma docente de Educação Infantil, que
realizava uma avaliação diagnóstica das competências das crianças com as quais trabalhava, consta-
tou que estes educandos já sabiam associar certas marcas de biscoito ao seu grafismo graças às
publicidades que acompanhavam na televisão e nas revistas. A docente também havia constatado
que no domínio sensório motor as crianças já eram capazes de recortar e colar papéis, cartolinas e
cartões, e percebeu que a confecção de pacotes era uma atividade que mobilizava os alunos. A
docente supôs que confeccionar pacotes era uma atividade suficientemente mobilizadora para
alavancar, para dar entrada à nova aprendizagem que pretendia deflagrar no seu grupo. Por esse
motivo, propôs a seguinte situação problema: produzir biscoitos, empacotá-los e criar uma marca
para o pacote de biscoitos que cada grupo produzisse. O que pretendeu a educadora ao propor essa
situação problema? Segundo Meirieu (1998) a docente pretendia que as crianças codificas- sem e
decodificassem símbolos, ou seja, que associassem grafemas e fonemas em uma operação
recíproca, em que o som leva ao grafismo e o grafismo ao som. De acordo com os pressupostos
teóricos que orientavam a atividade docente, a professora considerava que a operação de
codificação e decodificação de símbolos constitui-se em um ato de leitura. Nesse sentido, a
professora não estava interessada na produção de biscoitos, mas sim na maneira como as crianças
trabalham em pequenos grupos, como se comunicam se auxiliam umas às outras, formulam
suposições e esforçam-se para resolver o problema proposto, o de criar uma marca para o pacote
de biscoito associando um grafema a um fonema. Ao longo da realização da atividade, a docente
pode ir confirmando sua suposição bem como manter-se atenta para relembrar as orientações dadas
aos edu- candos no início da atividade e apontar os possíveis desvios de rota dos mesmos no
decorrer da ação. Assim, podemos concluir que não basta propor uma atividade, mas ter clareza da
aprendizagem que possibilita vencer o obstáculo vinculado à atividade proposta.