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EFEITOS DA CAFEÍNA NOS ATLETAS E SEUS EFEITOS EM

ATIVIDADES FÍSICAS

Autores: BARROS, Anderson Rugain de

BUCCHIANICO, Fernanda Garcia

RESUMO

Devido a seus efeitos na atividade física, com a intenção de melhorar a performance, a cafeína é utilizada
com frequência como substância ergogênica na pratica de exercícios físicos. O objetivo deste estudo é
analisar os efeitos da cafeína na atividade física, uma vez que foi realizada revisão bibliográfica através da
busca de dados em artigos científicos a respeito da sua utilização no esporte. A cafeína provoca no organismo
diversos efeitos, sendo eles a estimulação do SNC, utilização de gorduras e potencialização da contração
muscular, entretanto sua atuação pode variar frente a alguns fatores. A cafeína bloqueia os efeitos da
adenosina no cérebro, potencializando a contração muscular, aumentando o estado de alerta e reduzindo a
fadiga. Nota-se que, pessoas com maior sensibilidade a cafeína, bem como quem a consome em excesso,
estão vulneráveis aos seus diversos efeitos colaterais. A cafeína é uma excelente substância ergogênica, se
fazendo necessário estudos mais profundos sobre seus efeitos.

Palavras-chave: Performance, Suplementação, Ergogênicos.

ABSTRACT

Due to its effects on physical activity, with the intention of improving performance, caffeine is often used as
an ergogenic substance in the practice of physical exercises. The aim of this study is to analyze the effects of
caffeine on physical activity, since a bibliographic review was carried out through the search for data in
scientific articles regarding its use in sport. Caffeine causes several effects in the body, namely CNS
stimulation, use of fats and potentiation of muscle contraction, however its performance may vary in view of
some factors. Caffeine blocks the effects of adenosine on the brain, enhancing muscle contraction, increasing
alertness and reducing fatigue. It is noted that people with greater sensitivity to caffeine, as well as those who
consume it in excess, are vulnerable to its various side effects. Caffeine is an excellent ergogenic substance,
making further studies on its effects necessary.

Keywords: Performance, Supplementation, Ergogenics.

1 - INTRODUÇÃO

A cafeína é considerada uma droga estimulante quando consumida em grandes


dosagens ou por pessoas mais sensíveis a suas substâncias, como a trimetilxantina. O uso
de cafeína provoca no corpo humano diversos efeitos sobre o organismo, sendo classificada

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como alcaloide do grupo das xantinas, posto que a sua composição química é responsável
por aumentar o estado de alerta e reduzir a sensação de fadiga, podendo melhorar a
capacidade para realizar determinadas tarefas. (LEITÃO et al., 2010; SILVA;
GUIMARÃES, 2013).

A utilização da cafeína no esporte configura como uma das substâncias estimulantes


mais consumidas no mundo. Após a ingestão, a concentração máxima é atingida em 30 a
45 minutos. Na fisiologia do exercício, muitos pesquisadores estudaram os seus efeitos
como uma substância potencialmente ergogênica que aumenta o desempenho desportivo, a
ingestão de cafeína permite uma melhora no desempenho de atividades físicas prolongadas,
de alta intensidade e de curta duração. (AZEVEDO et al., 2004; ALTERMANN et al.,
2008).

Diante disso, o tema em comento tem como objetivo analisar o potencial ergogênico
da cafeína em relação ao desempenho físico de atletas ou praticantes de atividade físicas,
assim como seus benefícios seus efeitos colaterais no corpo humano.
Destarte, para a elaboração desse artigo foi feita uma revisão de lieteratura, da qual
foram comparados artigos, revistas, livros, como também pesquisas eletrônicas em sites
científicos, como o Google Acadêmico e Scielo, todos voltados ao assunto cafeína e
esportes. A pesquisa se desenvolveu entre abril a outubro de 2020.

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A cafeína

A cafeína está presente no grupo de base da purina, sendo assim faz parte do grupo dos
compostos lipossolúveis denominados metilxantinas, e sua composição química é a
trimetilxantina. A descoberta da cafeína é contada em duas versões nos estudos analisados, no
estudo de Almeida, Sangiovanni, Liberali (2009) foi consumida pelo homem paleolítico, e sua
utilização veio das plantas, passando-se a consumir através de bebidas. Ademais, no estudo de
Silva e Guimarães (2013), no ano 800 depois de Cristo (d.C), na Etiópia, um monge ao

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observar seu rebanho de cabras comendo grãos de café, notou que os animais permaneciam
em alerta todo o tempo e inquietos, após suas observações preparou uma bebida feita a partir
da infusão dos grãos de café, descobrindo assim a função da cafeína, preparando café para
todo os monges para que estes pudessem assim permanecerem acordados durante suas
orações sem cair no sono.
Em 1879, na parte esportiva, a substância foi notada quando os participantes de uma
corrida utilizavam produtos estimulantes para suportar o término da prova. O produto
utilizado era a cafeína. Pode-se dizer que 80% da população mundial utiliza a cafeína
diariamente, embora seja difícil quantificar seu consumo (ALTIMARI et al., 2001; SILVA;
GUIMARÃES, 2013).

2.2 Efeitos no organismo

O uso de cafeína provoca no corpo humano diversos efeitos, dentre os quais, a


estimulação do sistema nervoso central, mobilização da utilização de gorduras e
potencialização da contração muscular. No entanto, sua atuação pode variar devido alguns
fatores, tais como genética, sexo, dieta, uso de alguma droga lícita ou ilícita, peso corporal, o
estado da hidratação e o tipo de exercício físico praticado, dado que a frequência de utilização
também pode alterar e afetar o metabolismo da substância (ANNUNCIATO et al., 2009;
RIBAS, 2010).
A cafeína é considerada como uma droga estimulante quando consumida em grandes
dosagens ou por pessoas mais sensíveis a suas substâncias, devido a isso, vários efeitos
colaterais podem ocorrer, como insônia, tremores, nervosismo, ansiedade, náuseas,
irritabilidade e desidratação. Vale destacar que, o desconforto gastrointestinais também
poderá ocorrer, consistindo no sintoma mais relatado. O uso abusivo de cafeína não é
recomendado. (AZEVEDO et al., 2004; SILVA; GUIMARÃES, 2013).
O efeito da substância é notado em indivíduos que foram submetidos a testes até a
exaustão e de curta duração menor que 5 minutos. Já para ALTIMARI et. al (2006), os
colaboradores afirmam que a cafeína parece melhorar significativamente o desempenho em
exercícios máximos de curta duração, e isso se comprova com diversos outros estudos.

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AYRES; ARRUDA (2010) notaram um aumento significativo da força muscular dinâmica
durante o exercício de supino reto, fazendo um teste de 10 repetições múltiplas, para isso se
utilizaram de uma simples dose de 225 miligramas (mg) de cafeína, a qual foi ingerida uma
hora antes do exercício físico.
Pode dizer que nos ultimos tempos a cafeína é o estimulante mais utilizado, tem preço
mais acessivel e fácil de encontrar, contribuindo assim para o uso elevado, inclusive vem sido
muito utilizada por atletas na procura de benefícios ergogênicos, melhorando seus
rendimentos nos seus esportes respecitivos praticados. Isso acontece, pois a cafeína aumenta a
oxidação da gordur e assim capaz de diminir oxidação dos carboidratos no momento da
prática de atividade física (ALMEIDA, SANGIOVANNI, LIBERALI, 2009).

2.3 Efeitos colaterais

Quanto aos efeitos, os indivíduos os quais detenham uma maior sensibilidade a cafeína
ou que usem a cafeína em excesso, terão uma maior vulnerabilidade a efeitos colaterais
durante o seu uso. Os principais colaterais são dependência, insônia, nervosismo,
irritabilidade, ansiedade, dores de cabeça, tensão muscular crônica (tremores e palpitações) e
desconforto gastrointestinal. Destaca-se a possibilidade de agravamento, caso o indivíduo
tenha incidência de problemas de saúde, como úlceras ou gastrite, visto que devido ao
aumento da secreção gástrica, tente-se a possibilidade de sangramentos gastrointestinais, vez
que se eleva a temperatura do corpo. A cafeína poderá prejudicar a performance quando se
trata de exercícios sobre temperaturas elevadas. Excedendo o limite do consumo da cafeína,
nosso corpo faz a inversão de seu potencial ergogênico para ergolítico (diminuição do
potencial em exercícios) (AYRES; ARRUDA, 2010). A dose letal para o ser humano é de
aproximadamente 10 gramas (g). Verifica-se que uma xícara de café que tomamos contém
cerca de 125 mg de cafeína (MELLO et al., 2007).
Conforme Almeida, Sangiovanni, Liberali (2009) depois que o atleta ingerir a cafeína,
podem por algum tempo sentirem-se com mais força, mais atentos, aumentando até a
competitividade, com mais disposição, acreditando que possa realizar atividades físicas e

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mentais por periodos mais prolongados. Isso acontece porque a cafeina gera um aumento de
energia e concentração, por isso pode ser relatado que aparentemente a atividade exercida
pareça mais simples, afinal mediante seu efeito no cérebro realmente é capaz de dimiuir a
fadiga associada a uma jornada maior de exercícios.
Ainda para os autores acima mencionados, em compensação, seu consumo em
excesso, em alguns casos pode afetar de mandeira negativa a questão do controle motor, pode
deixar irregulares os batimentos cardíacos, a qualidade de sono e em casos de individuos com
ansiedade, aumentar quadro de irritabilidade. Sendo assim, apesar de existir pesquisas com
resultados favoráveis, também existem aqueles que mostram controvérias sobre as dosagens
ingeridas, sobre a hora de consumo, o nível da capacidade física e os tipos de atividades
exercidas, em especial de força, além da tolerância da substância citada no organismo de cada
indivíduo, respeitando assim o metabolismo de cada um e o mais importante, tendo
orientações com profissionais da saúde.

3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

A cafeína vem sendo utilizada há muito tempo por atletas profissionais para melhorar
o desempenho em competições, pois é capaz de agir no corpo humano em locais como o
sistema nervoso central, sistemas respiratório, circulatório e digestivo. Sua ação permite uma
maior liberação de energia e maior força de contração muscular.
A ingestão de doses é variada, dado que uma hora antes da atividade física o consumo
da cafeína apresentou uma melhora de resultados tanto em exercícios de curta duração, quanto
em longa duração, tal qual em exercícios de força.
Pode-se afirmar que, a cafeína é um eficiente recurso ergogênico para atividades
físicas, porém, mais estudos são necessários para poder definir os exatos efeitos que essa
substância exerce sobre o desempenho durante exercícios físicos, e quais são as doses exatas
de consumo. Lembrando que cada indivíduo tem um metabolismo diferente, e há a
necessidade de apoio de profissionais qualificados para fazer avaliações físicas necessárias.

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4 – REFERÊNCIAS

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exercícios físicos. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo, v. 3, n. 15, p. 198-
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