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Enquadramento do Tema
O presente trabalho aborda o tema “A Heterogeneidade dos Impactos Económicos
da Pandemia na Europa” e pretende uma revisão bibliográfica com o objetivo de
perceber quais as discussões em curso sobre este tema.
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A Heterogeneidade dos Impactos Económicos da Pandemia na Europa
Embora a recessão mais profunda tenha ocorrido em 2020, o nível real total do
PIB no primeiro trimestre de 2021 ainda estava abaixo do nível pré-crise em todos os
países, exceto na Estônia (3,4%), na Irlanda (13,2%), na Lituânia (1,1%) e em
Luxemburgo (3,2%). Por sua vez, Espanha, Itália, Malta, Áustria e Portugal registaram
as quedas mais significativas do PIB real, com Portugal e Espanha a registarem as
maiores perdas (9,1% e 9,3% respetivamente). Nestes países, o setor do turismo tem
um papel fundamental para a atividade agregada e, por isso, foram bastante afetados
pelo lockdown.
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Assim, o impacto da
crise foi atenuado
por um substancial
apoio fiscal fornecido por
todos os governos da
zona euro. No entanto,
embora semelhantes
em termos de composição,
o apoio era bastante
diferente em tamanho.
Por sua vez, ao fornecer
apoio rápido e crítico na
primeira fase da pandemia, os governos nacionais imediatamente abordaram e
mitigaram as consequências económicas e de saúde da crise.
Gráfico 1 - Decomposição da variação do PIB real do quarto trimestre de 2019 ao primeiro trimestre de
2021 por componentes da demanda
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De modo
geral, o impulso
fiscal foi
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Os riscos dos efeitos colaterais nos países mais afetados permanecem altos. A
importância dos fatores estruturais para explicar o aumento da heterogeneidade e o
impacto inicial do choque pandêmico pode levar a divergências de crescimento mais
duradouras no futuro. Isso pode ser explicado, por exemplo, por diferenças entre
países no ritmo de realocação entre setores e no espaço fiscal.
Em termos gerais, o produto interno bruto (PIB) da área do euro apresentou uma
contração de 6,6% em 2020. A inflação global anual desceu para 0,3% face a 1,2%
em 2019, devido, em grande medida, à queda dos preços dos produtos energéticos,
embora fatores relacionados com a pandemia também tenham contribuído. Por
exemplo, os setores mais afetados pela crise, como os transportes e a hotelaria,
contribuíram para a descida da inflação durante o segundo semestre.
Faz neste mês, no dia 30 de janeiro, três anos desde que a Organização Mundial
de Saúde (OMS) declarou o estado de emergência provocado pelo aparecimento do
vírus SARS-CoV-2 e mais tarde, a 11 de março de 2020, foi confirmada a situação
pandémica decorrente do aparecimento do COVID-19 (World Health Organization,
2020).
Uma das medidas adotadas durante a pandemia foi o lock down das fronteiras
entre os países europeus impedindo o fluxo de bens, capital e serviços. Para além
disto, os negócios e a produção foram setores encerrados temporariamente o que
causou efeitos negativos na oferta e procura para a economia. Pelo que, torna-se de
extrema importância reforçar que a pandemia apresentou um custo massivo para os
países europeus, levando a alguns destes a uma depressão económica.
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Para além disto, tanto o deficit público como a dívida pública registaram uma
significativa deterioração em seu desempenho, mais uma vez como uma
consequência das ações políticas para superar a pandemia. Os autores acreditam que
comparar os efeitos negativos da pandemia com crises passadas podem levar a
conclusões precipitadas.
“Tal como Ionescu-Somerd e Tarnawa (2020) afirmaram, nunca houve uma crise
que em tão pouco tempo afetasse tão rápida e drasticamente a economia dos países,
o estilo de vida e os meios de subsistência das pessoas como a Pandemia COVID-
19.” cita a Mestre Carolina Machado Areia na sua tese sobre O impacto da Pandemia
COVID-19 em diferentes sectores de atividade: a perceção dos empreendedores.
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Por sua vez, M. Mofijur, I.M.R. Fattah, M.A. Alam et al no artigo Impact of COVID-
19 on the social, economic, environmental and energy domains: Lessons learnt from a
global pandemic (2020) analisam a crise económica da pandemia a nível mundial e
referem que a pandemia da COVID-19 envolveu o mundo num sentimento de
incerteza e como inúmeros países não apresentavam uma estratégia concreta para
lidar com a pandemia que afetou tantos segmentos da nossa sociedade.
A crise económica gerada pela pandemia foi mais sentida por grupos sociais mais
vulneráveis como, por exemplo, pessoas em situação de pobreza, idosas, com
deficiências, minorias étnicas, mas principalmente refugiados e emigrantes. Desta
forma, as medidas de proteção tomadas para proteger a população prejudicaram a
economia. Assim, é feita referência ao lockdown como uma peça chave de proteção.
Para além disto, os autores Muhammad Bilal Tahir e Muhammad Sohaib, no artigo
Social and Environmental Impact of COVID-19: positive and negative aspects (2020)
discutem os aspetos negativos e positivos dos impactos da pandemia. Como principais
aspetos negativos os autores apontam o desemprego, a crise económica, a demanda
de produção. Por sua vez, os aspetos positivos mencionados são relacionados ao
meio ambiente e à poluição.
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desde 2010 e que permite empregar 64,1% da população o que corresponde a mais
de 10 milhões de indivíduos. A divisão das pequenas e médias empresas francesas
em setores está organizada da seguinte forma:
“The bans on public events, strict lockdowns and restrictions on numerous activities in
the spring of 2020 had a dramatic effect on the economy, with euro area GDP
declining by 15% in the first half of the year.”
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Figura 2 – The impact of containment measures across sectors and countries during the COVID-
19 pandemic
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Segundo o autor Ahumada et al. “COVID-19 shocks are not permanent, and
therefore, there will be recovery.”
A pandemia gerou uma crise que levou à pobreza a nível planetário, algo que não
se assistia há muito tempo. O desemprego aumentos em cerca de 70% em todos os
países, sendo a retirada de ordenado mais acentuada entre os jovens, mulheres e
trabalhadores autónomos ou a recibos verdes, sendo que as mulheres foram mais
afetadas, havendo muitas demissões (Ex: empregadas domésticas). Durante este
período conturbado, o Produto Interno Bruto encontrava-se em -3,1%, -4,5% em
Economias Avançadas e -2,1 nas Economias Emergentes.
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3. Flexibilização do pagamento
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Um setor que foi afeta severamente, sem dúvida, foi o do turismo, sendo a Europa
um destino de sonho para muitos, a União Europeia estabeleceu normas para ajudar
esta indústria.
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Fonte: CERS
Segundo o autor Bergsen et al. “(…) in the absence of consensus, current EU rules
and structures could constrain the ability of member states to effect significant reform.”
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Além disso, foi acordado um orçamento para 2021-2027, subindo o valor para
cerca de 1 074,3 milhares de milhões de euros para apoiar o investimento em
transição digital e ecológica. Agregando a isso, todos os fundos avaliados em 540 mil
milhões de euros preparados para os trabalhadores, estados-membros e empresas, o
pacote de recuperação conseguiu alcançar os 2 364,3 milhares de milhões de euros. A
11 de fevereiro de 2021 foram mobilizados 672,5 milhões de euros para apoiar os
estados-membros com um mecanismo de recuperação e resiliência.
Considerações Finais
Em modo de conclusão, remete-se para o artigo de Javier Cifuentes- Faura, Crise
del coronavirus: impacto y medidas económicas en Europa y en el mundo, onde
questiona-se quais medidas seriam tomadas pela União Europeia a fim de combater o
impacto causado pela pandemia e realça-se o facto de ser possível existirem
empréstimos por parte do mecanismo europeu de estabilidade ou até bónus de
coronavírus. Também se realça o facto de na União europeia deste os anos 70 existir
uma cooperação mútua entre os países e esta entidade, o que tornaria possível a sua
recuperação. Por sua vez, no artigo, Um ensaio sobre a pandemia do covid-19
refletem-se novamente os impactos sentidos na Europa e realça-se o facto de que na
União Europeia “Os sócios do bloco econômico decidiram estabelecer um fundo de
reativação de 750 bilhões de euros (R$ 4,57 trilhões em reais) e um marco financeiro
de um trilhão de euros (6,1 trilhões de reais) para o período 2021-2027.” (Américo &
Barbbosa, 2020).
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Artigos e Referências
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http://repositorio.unitau.br/jspui/handle/20.500.11874/3988?mode=full
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and countries during the COVID-19 pandemic. European Central Bank. Acedido a 14
de janeiro de 2023, em:
https://www.ecb.europa.eu/pub/economic-bulletin/focus/2021/html/ecb.ebbox202102_0
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Bergsen, P., Billon-Galland, A., Kundnani, H., Ntousas, V., & Raines, T. (2020).
Europe After Coronavirus: The EU and a New Political Economy. Chatham House.
Disponível em: https://www.chathamhouse.org/2020/06/europe-after-coronavirus-eu-
and-new-political-economy
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https://www.gee.gov.pt//RePEc/WorkingPapers/GEE_PAPERS_161.pdf
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Internacional do Trabalho. Disponível em: https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---
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Mofijur M., I.M. Rizwanul Fattah, Md Asraful Alam, A.B.M. Saiful Islam, Hwai Chyuan
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https://www.ecb.europa.eu/pub/economic-bulletin/focus/2021/html/ecb.ebbox202105_0
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Tahir, Muhammad, & Sohaib, Muhammad. (2020). Social and Environmental Impact of
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