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O modelo modal foi uma das últimas modificações mais significativas do modelo
beckiano. Este modelo sugere uma maior interatividade entre os sistemas
psicológicos (pensamento, emoção e comportamento).
Este modelo, apesar de novo, já é muito falado pelos profissionais mais atualizados
que trabalham com TCC. Sabe-se que não se usa mais a linearidade
"pensamento-emoção-comportamento" de modo rígido, mas flexível. De modo que
comportamentos também são capazes de gerar pensamentos, bem como emoções
geram pensamentos etc.
Aaron Beck, portanto, através de uma revisão teórica de seus modelos explicativos
anteriores, afirma que seu primeiro modelo esquemático linear (proposto em 1967),
apesar de amplamente confirmado por estudos experimentais e clínicos, apresenta
deficiências na explicação de algumas questões teóricas cruciais. Este fato revela
uma incompletude da teoria e incapacidade de explicar certos fenômenos
psicológicos (sobretudo no que tange a personalidade humana).
Por fim, podemos entender que Beck pressupõe que cada um dos sistemas que
participam de um 'modo' têm uma função individual específica, mas que eles
operam em sincronia para implementar uma estratégia coordenada e direcionada
para um objetivo específico.
"A partir de uma perspectiva neuroquímica, os modos podem ser vistos como um
conjunto de padrões de redes neurais, até o momento não definidas. A ativação do
fenômeno psicológico e dos substratos neurais ocorre como um processo unitário,
no qual os aspectos psicológicos e neural simplesmente representam diferentes
perspectivas do mesmo fenômeno." (Beck, A. T., 2005b, p. 36).
A formação e ativação dos modos, de acordo com a proposta do modelo atual, irão
depender da interação entre os protoesquemas (que são predisposições genéticas)
e a experiência. Estes protoesquemas geram, por sua vez, esquemas diferenciados.
O esquema que estiver mais relacionado à ativação dos modos será chamado
Esquema Orientativo.
Ainda relacionado ao tema da personalidade, podemos dizer que seu papel seria a
adaptação e, portanto, a função do modo seria modificar automaticamente a
adaptação de uma pessoa a um contexto específico. Dessa forma, o modo tentaria
criar um ajuste entre os desejos, necessidades e impulsos internos de um indivíduo
com as demandas externas da situação de estímulo.
Pode se ter como objetivo terapêutico ativar os modos adaptativos dos indivíduos,
facilitando sua participação em atividades agradáveis e significativas. A seleção de
uma atividade individualizada e significativa é baseada em uma discussão
colaborativa sobre os interesses dos indivíduos, habilidades e valores.
Esse processo perpassa por conseguir lidar com desafios, frustrações e decepções
durante o processo do tratamento. As etapas do recuo e resiliência, em termos da
teoria de modos, são apresentadas da seguinte forma: os reveses são
representados pela exacerbação dos sintomas do indivíduo e uma regressão parcial
ao modo mal-adaptativo. A resiliência, por sua vez, é representada como uma
ativação contínua do modo adaptativo, apesar dos desafios e retornos ao modo
Licensed to Amanda Barbosa Matos - amannda_matos@hotmail.com
Após o trabalho bem-sucedido utilizando a teoria dos modos como estrutura com
indivíduos diagnosticados com esquizofrenia, outro interesse foi determinar se os
princípios da teoria dos modos aplicados a populações não-psicóticas. De fato,
descobriu-se que há uma grande variedade de distúrbios para os quais o conceito
de modos é aplicável, como em casos de ansiedade e depressão, por exemplo.
Por fim, é válido ressaltar que, apesar da eficácia dessas intervenções para muitos
indivíduos, elas não costumam ser suficientes para indivíduos em quadros crônicos de
aflição por distúrbios mentais. Nesses casos, o mais indicado seria a aplicação da
CT-R.