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Índice

1. Resumo ................................................................................................................................ 2

2. Introdução............................................................................................................................ 3

3. Objectivos............................................................................................................................ 4

3.1. Geral ........................................................................................................................................ 4


3.2. Específicos ............................................................................................................................... 4
4. A motricidade humana ........................................................................................................ 5

5. Conceitos e Fundamentos da Psicomotricidade segundo alguns autores ............................ 6

6. Desenvolvimento Motor ...................................................................................................... 6

6.1. Atraso do desenvolvimento psicomotor ................................................................................. 8


7. Conclusão ............................................................................................................................ 9

8. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 10


1. Resumo

Desde a elaboração das teorias de Piaget, sabemos que o desenvolvimento motor da criança tem
destaque como requisito para a aprendizagem humana. A motricidade é a expressão da ação
voluntária, a qual deve compreender funções executivas, ritmo, persistência e controle
inibitório para realizar uma tarefa ou uma expressão emocional de forma adequada, com
eficácia e embutida de começo-meio-fim. Na infância, ela assume papel primordial, pois nesta
fase da vida as tentativas de acerto por meio do erro na forma de fazer e cumprir uma tarefa
motora são o principal meio de aprender e memorizar estratégias. Desta forma, o bom
desenvolvimento motor durante os primeiros anos de vida alicerçam e lapidam a coordenação
motora da criança, preparando-a para as etapas de aprendizagem que virão.

A motricidade se assenta num conjunto de habilidades que vão sendo desenvolvidas na infância
e envolvem não somente o ato motor em si, mas também a percepção visual e sensorial, o
equilíbrio, o tônus muscular, a lateralidade e o controle emocional. A integração e a maturação
das diversas áreas cerebrais responsáveis por estas habilidades embasam e mediam uma boa
ação motora. O desenvolvimento das mesmas durante o brincar, o pular, o montar, o desenhar,
o recortar vão – pela repetição e o treino – melhorando e sofisticando a sequência organizada
do processo motor. Outras funções cognitivas envolvidas são as executivas, a memória, a
linguagem e as habilidades espaciais, as quais modulam a motricidade e, por ela, são também
desenvolvidas e aprimoradas com o passar do tempo. Evidências mostram que ao cumprir uma
tarefa com a ação motora, a criança aumenta a possibilidade de memorizá-la e consolidá-la em
seu cérebro.

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2. Introdução

Caracterizar qualquer indivíduo é sempre uma missão bastante difícil, principalmente pelas
diferentes posturas que possa adotar de tempos em tempos e pelo maior ou menor envolvimento
pessoal que possa ter com a causa em estudo (MANUEL SÉRGIO 1976). O movimento
humano é simultaneamente logus e poiesis, razão e imaginação, ciência, técnica e arte, onde
através da linguagem corporal, o homem se comunica e dialoga de forma extraordinária
revelando uma personalidade, uma cultura, e, conseqüentemente, uma sociedade, reconhecendo
seus limites (MANUEL SÉRGIO 1976).

A psicomotricidade está presente basicamente em todas as atividades, e além de constituir-


se como um fator indispensável ao desenvolvimento global e uniforme da criança, é também a
base fundamental para o processo de aprendizagem dos indivíduos. Assim este estudo tem
como objetivo o levantamento de informações históricas acerca do tema psicomotricidade e sua
relação com a educação como fator fundamental para o desenvolvimento em seus aspectos
cognitivos, físicos e sociais da criança. A metodologia utilizada está alicerçada na pesquisa
bibliográfica que tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vistas a torná-lo mais explícito, assim entendermos o conceito de psicomotricidade, e como ela
está vinculada com a educação e suas contribuições para a aprendizagem da criança. A
psicomotricidade é caracterizada como uma área do conhecimento que utiliza os movimentos
físicos para atingir outras aquisições mais elaboradas, como as intelectuais, e durante o processo
de ensino, os elementos básicos da psicomotricidade são utilizados com frequência, e cujo
desenvolvimento psicomotor é mal constituído, poderá apresentar problemas na escrita, na
leitura, na direção gráfica, na distinção de letras (ex:b/d), na ordenação de sílabas, no
pensamento abstrato (matemática), na análise gramatical, dentre outras. Assim os movimentos
físicos são muito importantes para o desenvolvimento humano, transmitindo sentimentos,
emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso de gestos e posturas corporais, que
auxiliarão no processo de ensino-aprendizagem, considerando que um bom desenvolvimento
psicomotor proporciona ao aluno algumas habilidades e um bom desempenho escolar.

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3. Objectivos
3.1.Geral

 Compreender a motricidade e a psicomotricidade de acordo com alguns autores

3.2.Específicos

 Abordar o papel da psicomotricidade no desenvolvimento motor e cognitivo


 Conhecer o desenvolvimento motor em suas diferentes fases
 Explicar as possíveis causas de um atraso de desenvolvimento psicomotor.

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4. A motricidade humana

A motricidade humana é entendida como a ciência que estuda o ser humano e os movimentos
do corpo em relação ao mundo interno e externo, que representa a agregação de representações
mentais e corporais capazes de facilitar o desempenho das funções psíquicas. Depende,
portanto, de motivações do meio onde o sujeito está inserido, variando conforme os estímulos
recebidos, relacionados aos fatores psicológicos ocasionando ação única entre os seres vivos.

Em outras palavras, é a capacidade de se movimentar, que possibilita respostas adaptativas ao


ambiente. Consiste em orientar a atenção nas ações realizadas e não nos movimentos
propriamente ditos. Por meio do movimento, o indivíduo descobre o mundo, pessoas,
brincadeiras, seu próprio corpo e capacidades motoras básicas, como pegar, andar, correr, entre
outras. Ou seja, é o que faz com que a mente mande informação ao corpo sobre qual é o modo
correto de reagir ao ambiente em volta.

As habilidades motoras podem ser divididas em duas categorias: a motricidade grossa e a fina.
Ambas trabalham sempre juntas para que as tarefas diárias sejam cumpridas corretamente,
sendo, muitas vezes, necessária mais de uma do que da outra em determinadas atividades.
Motricidade grossa: Também conhecida como motricidade ampla, ela está relacionada com
o controle corporal: postura, equilíbrio estático e dinâmico, deslocamento e balanço. É a
primeira que o ser humano aperfeiçoa, pois permite o movimento dos membros maiores do
corpo (braços e pernas), como andar, correr, sentar, inclinar o corpo, deslocar-se, empurrar,
entre outras ações. De modo geral, são atividades que usam todos os músculos do corpo, ou
grande parte deles. Quando ela não é bem adaptada, os movimentos não se conectam e podem
se tornar lentos. Motricidade fina : A motricidade fina associa-se aos movimentos que
necessitam de mais precisão e destreza. Diferentemente da motricidade grossa, a fina requer a
utilização dos músculos menores do corpo. Por exemplo, precisa-se da coordenação de mãos e
olhos para escrever, recortar, pintar ou tocar um instrumento musical, ou o ato de pegar algo do
chão, como um papel, também inclui esse conjunto de habilidades. O movimento dos lábios
para mandar beijo, chupar e sorrir, entre outros gestos mais minuciosos.

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5. Conceitos e Fundamentos da Psicomotricidade segundo alguns autores

O corpo é o ponto de referência que os seres humanos buscam conhecer e assim interagir com
o mundo, servindo como base para o desenvolvimento nos aspectos cognitivos, sociais, físico-
motor e afetivo-emocional. Fonseca (1988) informa que etimologicamente podemos definir o
termo psicomotricidade como oriundo do grego psyqué = alma/mente e do verbo latino moto =
mover frequentemente, agitar fortemente. A terminologia está ligada ao movimento corporal e
sua intencionalidade.

Segundo Alves (apud SILVA, 2004), “A psicomotricidade tem como principal propósito
melhorar ou normalizar o comportamento geral do individuo, promovendo um trabalho
constante sobre as condutas motoras, através das quais o indivíduo toma consciência do seu
corpo, desenvolvendo o equilíbrio, controlando a coordenação global e fina e a respiração bem
como a organização das noções espaciais e temporais.”

A psicomotricidade é sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o


afeto. Sendo estruturada por três pilares: o querer fazer (emocional) – sistema límbico, o poder
fazer (motor) – sistema reticular e o saber fazer (cognitivo) – córtex cerebral. Sendo importante
que ocorra o equilíbrio entre eles, caso ao contrário pode acarretar uma desestruturação no
processo de aprendizagem da criança. A motricidade tem a função de levar as experiências
vivenciadas até o cérebro, que fará a decodificação de cada estimulo enviado e armazenará as
informações sensoriais, afetivas e perceptivas que o individuo presenciou.

O papel da psicomotricidade na educação é estimular o desenvolvimento das percepções da


criança e seu esquema corporal. O ato de movimentar-se fisicamente é privilegiado com o
trabalho psicomotor, porém leva-o ao trabalho mental, onde é aprendido a ouvir, interpretar,
imaginar, organizar, representar e passar do abstrato para o concreto. O desenvolvimento é
adquirido através de suas tentativas e erros. Ela transforma seus erros em aprendizado. Portanto
a atividade motora é de extrema importância no desenvolvimento da criança.

6. Desenvolvimento Motor

A estruturação psicomotora é a base para o processo de desenvolvimento intelectual da criança.


O desenvolvimento evolui do geral para o específico. Apresentando desta forma ser um dos
fatores essenciais ao desenvolvimento global e uniforme da criança. Alexander Romanovich
Luria foi um famoso psicólogo soviético especialista em psicologia do desenvolvimento e

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agrupou as bases psicomotoras em unidades funcionais ou neuroblocos, a primeira composta
pela tonicidade e o equilíbrio, a segunda composta pela noção de corpo, lateralidade e
estruturação espaço-temporal e a terceira é composta pelas praxias global e distal.

O tónus muscular na criança é também um fator importante no seu desenvolvimento, uma vez
que constituiu a contração muscular. Para além de que interfere nas atividades motoras. Por
exemplo uma criança com 1º mês é colocada em posição sentada, mas cai a seguir para a frente
ou para o lado, pois tem ausência de tónus muscular, ao nível dos músculos do tronco (Rigal,
1979).

Para Fonseca (1999) o desenvolvimento motor é o substrato do desenvolvimento intelectual e


é um elemento imprescindível para o acesso aos processos superiores de pensamento. O
desenvolvimento motor atravessa quatro etapas: inteligência neuro motora, onde predominam
as condutas inatas e a organização motora é emocional; a inteligência senso motora, é a
aquisição das habilidades motoras básicas de locomoção, pressão e suspensão; a inteligência
percetiva motora trabalha a noção do corpo, os conceitos de lateralidade e a orientação corpo
no espaço e por último, inteligência psico – motora, permite a ação da criança no mundo.

Este autor refere um particular interesse no desenvolvimento motor infantil, apresentando as


fases do desenvolvimento motor: fase do movimento, esta fase vai desde o nascimento até ao
1º ano de vida, é uma altura de exploração sensório – motora (agarra, vê, sente, mexe e morde
objetos), é também uma fase de estimulação das modalidades sensoriais e de aquisição de
perceção visual. Nesta fase, o bebé adquire uma imagem de si próprio e do seu corpo. Fase da
linguagem, vai desde os 2 anos até aos 4 anos, é a fase da comunicação é nesta altura que a
criança começa a reconhecer sons familiares e começa a experiência pré-verbal, de mímica
facial e mais tarde verbal. Ainda nesta fase existe os jogos de imitação social. Fase percetiva
– motora, vai desde os 4 anos até aos 7 anos de idade, nesta altura há uma experiência e
compreensão prática do mundo. Há um desenvolvimento e aumento do léxico, começam a
perceber formas, tamanhos e direções, a relação causa/efeito e a relação espaço/temporal. Por
fim, a fase do pensamento, é a fase da pré – adolescência, onde já recorrem mais aos processos
cognitivos para se relacionarem com o mundo e o compreenderem. Nesta fase o pensamento
também começa a ser mais abstrato, questionando o pensando na Epigénese da vida e na sua
identidade.

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6.1.Atraso do desenvolvimento psicomotor

Consideramos a designação de atraso global de desenvolvimento psicomotor (AGDPM) como


a condição em que uma criança, na faixa etária dos 0 aos 5 anos, não possui as competências
esperadas para a idade, ou estas surgem mais tardiamente ou de forma desorganizada em, pelo
menos, duas áreas, isto acontece por diversas causa, como exemplo causas pre-natais , neonatal
e pós-natal. Causas pre-natais : doenças da mãe durante a gestação como a malária , mãe
alcoolatra/drogada, mãe menor de idade ou com atraso mental. Causas neonatais : hipóxia ou
anóxia devido a parto complicado ou arrastado. Causas neonatais: malária cerebral, meningite
, trissomia 21/sindrome de down, paralisia cerebral , intoxicação por medicamentos tradicionais
que acabam afectando o SNC ( Sistema Nervoso Central).

Crianças com problemas psicomotores , de lateridade e orientação espacial geralmente


apresente dificldades de aprendizagem ( leitura e escrita ). Rosa Neto Amaro, Prestes e Arabe
( 2011) afirmam que a prática da educação pelo movimento tem influencia no desenvolvimento
de crianças com dificuldades de aprendizagem , como problemas de atenção, leitura , escrita,
calculo e socialização.Exemplo de sinais com atraso de desenvolvimento infantil:

 Até 6 meses: não consegue firmar a cabeça ou sustentar o pescoço;


 Até 12 meses: não engatinha, não tenta se locomover, não estica os braços, não fica
sentado sem apoio;
 Até 18 meses: não se comunica em casos de incômodo, não apresenta vocabulário próprio
da idade, não fala “mamãe” e “papai”, não faz contato visual, não sorri;
 Até 2 anos: não consegue formar palavras simples, não segue instruções simples;
 Até 3 anos: não consegue se firmar para andar, não tem um crescimento esperado, não
interage com outras crianças, não consegue se expressar em caso de fome e frio, por
exemplo;
 Até 4 anos: não consegue pronunciar consoantes ou construir frases simples.

Embora o retardo neuropsicomotor não tenha cura, o tratamento ajuda a atenuar os sintomas
e garantir mais qualidade de vida aos portadores.Programas de acompanhamento e intervenção
clínico-terapêutica multiprofissional, com bebês de alto risco e crianças pequenas, contribuem
para melhorar o desenvolvimento.Terapias como fonoaudiologia e ocupacional, por exemplo,
são importantes para minimizar os impactos cognitivos. Além disso, acompanhamento
psicológico permanente.Quanto mais precocemente o tratamento iniciar, mais favoráveis são
os resultados. Por isso, é importante ficar atento aos sinais e procurar um especialista quando
houver suspeita de retardo neuropsicomotor.

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7. Conclusão

Concluindo assim que motricidade é a capacidade de se movimentar, que possibilita respostas


adaptativas ao ambiente. Consiste em orientar a atenção nas ações realizadas e não nos
movimentos propriamente ditos. Por meio do movimento, o indivíduo descobre o mundo,
pessoas, brincadeiras, seu próprio corpo e capacidades motoras básicas, como pegar, andar,
correr, entre outras. Ou seja, é o que faz com que a mente mande informação ao corpo sobre
qual é o modo correto de reagir ao ambiente em volta.

A Psicomotricidade é apresentada como uma ciência que pretende transformar o corpo em um


instrumento de relação e expressão com o outro, através do movimento dirigido ao ser em sua
totalidade, em seus aspectos motores, emocionais, afetivos, intelectuais e sociais, considerando
o homem como único, em constante evolução e essencialmente um ser interativo.

Entende-se que o desenvolvimento infantil, independente da teoria relacionada a ele, tem como
pontos principais o movimento, o afeto e o intelecto, o que remete diretamente a
psicomotricidade. As etapas do desenvolvimento infantil se dão pelo contato com o meio
relacionando o corpo com o ambiente. Para o corpo desenvolver suas funcionalidades é
necessário um bom desenvolvimento psicomotor.

É importante pontuar que, a psicomotricidade no desenvolvimento infantil contribui para


melhor coordenação motora, tarefas de praxia global e praxia fina, também como para a
aprendizagem ajudando nas atividades de leitura, escrita, concentração, raciocínio lógico.

A relação que a criança tem como meio em que vive se bem estimulado passa a ser mais intensa,
possibilitando a criança de conhecer-se melhor e compreender o mundo que a rodeia.

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8. Referências Bibliográficas

 https://institutoneurosaber.com.br/corpo-e-movimento-uma-reflexao-sobre-as-
relacoes-da-motricidade-com-aprendizagem-escolar/
 LE BOULCH, J. O desenvolvimento Psicomotor do Nascimento até os seis anos. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1982.
 FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
 https://cirurgiafetal.com/blog/retardo-neuropsicomotor/
 https://www.efdeportes.com/efd133/desenvolvimento-motor-em-escolares.htm

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