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Citologia

A citologia é a ciência que estuda as células e as suas particularidades. A partir do desenvolvimento


da citologia, muitos mistérios científicos foram resolvidos.
● A citologia estuda as células e suas particularidades.

● A teoria celular foi criada por Mathias Scheiden e Theodor Schwann, e é a partir dela que os
estudos da célula foram regidos.

● De maneira simplificada, podemos resumir as células em dois tipos distintos: célula


procariótica e célula eucariótica.

● A célula é dividida em três partes principais: a membrana, o citoplasma e o núcleo.

● A partir dos estudos da citologia é possível conhecer muito mais dos organismos vivos.

● A citologia e a histologia são ciências com objetos de estudo distintos, mas que se
complementam.
A citologia ou biologia celular é um dos ramos de estudo da Biologia que estuda as células que
compõem os organismos e o seu funcionamento, além de como ocorre o seu ciclo celular.

Tipos de células
As células são diferentes entre si, e podemos dividi-las de forma simples em células procarióticas e
eucarióticas, como pode ser visto a seguir.

Procarióticas: são células que possuem uma estrutura mais simples e não possuem carioteca. Nesse
tipo de células, não há compartimentos membranosos nem núcleo individualizado. A maioria das
organelas celulares encontra-se ausente nas procarióticas. Entre as poucas organelas presentes,
estão os ribossomos. Como exemplo de organismos compostos por células procarióticas temos os
seres do reino Monera.

Eucarióticas: são células que possuem uma estrutura mais complexa, possuindo um núcleo
organizado e com a presença de carioteca. Nesse tipo de célula, é possível encontrar uma
diversidade de organelas, que desempenham funções metabólicas. Componentes do reino Animal e
Fungi são alguns dos organismos compostos por células eucarióticas.
Partes da Célula
As células eucariontes apresentam partes morfológicas diferenciadas. As partes principais da célula
são: membrana plasmática, citoplasma e núcleo celular.

Estruturas presentes na célula eucarionte animal

Membrana Plasmática
A membrana plasmática ou membrana celular é uma estrutura celular fina e porosa. Ela possui a
função de proteger as estruturas celulares ao servir de envoltório para todas as células.

A membrana plasmática atua como um filtro, permitindo a passagem de substâncias pequenas e


impedindo ou dificultando a passagem de substâncias de grande porte. A essa condição damos o
nome de Permeabilidade Seletiva.

Citoplasma
O citoplasma é a porção mais volumosa da célula, onde são encontradas as organelas celulares.

O citoplasma das células eucariontes e procariontes é preenchido por uma matriz viscosa e
semitransparente, o hialoplasma ou citosol.

As organelas são pequenos órgãos da célula. Cada organela desempenha uma função diferente.

Saiba quais são as Organelas Celulares:

Mitocôndrias: Sua função é realizar a respiração celular, que produz a maior parte da energia
utilizada nas funções celulares.

Retículo Endoplasmático: Existem 2 tipos de retículo endoplasmático, o liso, também conhecido


como agranular, e o rugoso, ou granular.

O retículo endoplasmático liso é responsável pela produção de lipídios que irão compor as
membranas celulares.

O retículo endoplasmático rugoso tem como função realizar a síntese proteica.

Complexo de Golgi: As principais funções do complexo de golgi são modificar, armazenar e exportar
proteínas sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso. Ele também origina os lisossomos e os
acrossomos dos espermatozoides.

Lisossomos: São responsáveis pela digestão intracelular. Essas organelas atuam como sacos de
enzimas digestivas, digerindo nutrientes e destruindo substâncias não desejadas.

Ribossomos: A função dos ribossomos é auxiliar na síntese de proteínas nas células. Apesar de não
serem consideradas organelas, por não possuírem membranas, são chamadas de organelas
não-membranosas.

Peroxissomos: A função dos peroxissomos é a oxidação de ácidos graxos

Núcleo Celular
O núcleo celular representa a região de comando das atividades celulares.

No núcleo encontra-se o material genético do organismo, o DNA. É no núcleo que ocorre a divisão
celular, um processo importante para o crescimento e reprodução das células.
Metabolismo energético
O metabolismo energético é o conjunto de reações químicas que produzem a energia necessária
para a realização das funções vitais dos seres vivos.

O metabolismo pode ser dividido em:

● Anabolismo: Reações químicas que permitem a formação de moléculas mais complexas.


São reações de síntese.

● Catabolismo: Reações químicas para a degradação de moléculas. São reações de


degradação.

A glicose (C6H12O6) é o combustível energético das células. Quando ela é quebrada libera a
energia de suas ligações químicas e resíduos. É essa energia que permite a realização das funções
metabólicas da célula.

ATP: Adenosina Trifosfato


Antes de entender os processos de obtenção de energia, você deve saber como a energia fica
armazenada nas células até o seu uso.

Isso ocorre graças ao ATP (Adenosina Trifosfato), a molécula responsável pela captação e
armazenamento de energia. Ele armazena nas suas ligações fosfatos a energia liberada na quebra
da glicose.

O ATP é um nucleotídeo que tem a adenina como base e a ribose com açúcar, formando a
adenosina. Quando a adenosina une-se a três radicais fosfato, forma-se a adenosina trifosfato.

A ligação entre os fosfatos é altamente energética. Assim, no momento em que a célula precisa de
energia para alguma reação química, as ligações entre os fosfatos são quebradas e a energia é
liberada.

O ATP é o composto energético mais importante das células.

Porém, outros compostos também devem ser destacados. Isso porque durante as reações há
liberação de hidrogênio, que é transportado principalmente por duas substâncias: NAD+ e FAD.

Mecanismos para obtenção de energia


O metabolismo energético das células ocorre através da fotossíntese e respiração celular.
Fotossíntese
A fotossíntese é um processo de síntese da glicose a partir de gás carbônico (CO2) e água (H2O) na
presença de luz.

Ela corresponde a um processo autotrófico realizado por seres que possuem clorofila, por exemplo:
plantas, bactérias e cianobactérias. Em organismos eucariontes, a fotossíntese ocorre nos
cloroplastos.

Respiração celular
A respiração celular é o processo de quebra da molécula de glicose para liberação da energia que
nela se encontra armazenada. Ela ocorre na maioria dos seres vivos.

Pode ser realizado de duas formas:

● Respiração aeróbica: na presença do gás oxigênio do ambiente;

● Respiração anaeróbica: na ausência de gás oxigênio.

A respiração aeróbica ocorre através de três fases:

Glicólise
A primeira etapa da respiração celular é a glicólise, que ocorre no citoplasma das células.

Ela consiste em um processo bioquímico em que a molécula de glicose (C6H12O6) é quebrada em


duas moléculas menores de ácido pirúvico ou piruvato (C3H4O3), liberando energia.

Ciclo de Krebs
O Ciclo de Krebs corresponde a uma sequência de oito reações. Ele tem a função de promover a
degradação de produtos finais do metabolismo dos carboidratos, lipídios e de diversos aminoácidos.

Essas substâncias são convertidas em acetil-CoA, com a liberação de CO2 e H2O e síntese de ATP.

Em resumo, no processo o acetil-CoA (2C) será transformado em citrato (6C), cetoglutarato (5C),
succinato (4C), fumarato (4C), malato (4C) e ácido oxalacético (4C).

O ciclo de Krebs ocorre na matriz mitocondrial.

Fosforilação Oxidativa ou Cadeia Respiratória

Esquema da fosforilação oxidativa

A fosforilação oxidativa é o estágio final do metabolismo energético dos organismos aeróbicos. Ela é
também responsável pela maior parte da produção de energia.

Durante a glicólise e ciclo de Krebs parte da energia produzida na degradação de compostos foi
armazenada em moléculas intermediárias, como o NAD+ e o FAD.

Essas moléculas intermediárias liberam os elétrons energizados e os íons H+ que irão passar por um
conjunto de proteínas transportadoras, que constituem a cadeia respiratória.

Assim, os elétrons perdem sua energia que passa a ser armazenada nas moléculas de ATP.

O saldo energético dessa etapa, ou seja, o que é produzido ao longo de toda a cadeia transportadora
de elétrons é 38 ATPs.

Balanço energético da Respiração Aeróbia


Glicólise:

4 ATP + 2 NADH – 2 ATP → 2 ATP + 2 NADH

Ciclo de Krebs: Como existem duas moléculas de piruvato, a equação deve ser multiplicada por 2.

2 x (4 NADH + 1 FADH2 + 1 ATP) → 8 NADH + 2 FADH2 + 2 ATP


Fosforilação Oxidativa:
2 NADH da glicólise → 6 ATP
8 NADH do ciclo de Krebs → 24 ATP
2 FADH2 do ciclo de Krebs → 4 ATP

Total de 38 ATP's produzidos durante a respiração aeróbia.

A respiração anaeróbica possui como exemplo mais importante a fermentação:


Fermentação
A fermentação consiste apenas na primeira etapa da respiração celular, ou seja, a glicólise.

A fermentação ocorre no hialoplasma, quando não há disponibilidade de oxigênio.

Ela pode ser dos seguintes tipos, conforme o produto formado pela degradação da glicose:

Fermentação alcoólica: As duas moléculas de piruvatos produzidas são


convertidas em álcool etílico, com a liberação de duas moléculas de CO2 e a
formação de duas moléculas de ATP. É usado para produção de bebidas
alcoólicas.

Fermentação lática: Cada molécula de piruvato é convertida em ácido


lático, com formação de duas moléculas de ATP. Produção de ácido
lático. Ocorre nas células musculares quando há um esforço excessivo.
Cadeia e teia alimentar

Cadeia alimentar é o percurso da transferência de matéria e energia quando um ser serve de


alimento para o outro. O conjunto de cadeias alimentares é chamado de teia alimentar.

Portanto, a principal diferença entre cadeias e teias alimentares é a complexidade das relações
alimentares.

Enquanto na cadeia alimentar pode-se perceber o fluxo unidirecional, na teia alimentar as diversas
cadeias se entrecruzam formando uma rede.

Observe na imagem a seguir um exemplo de teia alimentar.

Esta teia alimentar apresenta quatro cadeias alimentares:

vegetais → camundongo → cobra → águia


vegetais → coelho → raposa → onça
vegetais → gafanhoto → lagarto → águia
vegetais → camundongo → raposa → onça

Diferença entre cadeia e teia alimentar


Na cadeia alimentar as setas seguem apenas um sentido e indicam o fluxo de energia. Nessa
representação é possível perceber a posição ocupada por cada ser vivo, ou seja, seu nível trófico.

Já em uma teia alimentar, existem várias setas que indicam as interações entre os seres, ou seja, as
conexões entre as cadeias, assim como ocorre em um ecossistema, pois um ser vivo pode se
alimentar de muitos outros.
Por exemplo, um camundongo pode fazer parte de duas cadeias alimentares, pois serve de alimento
para cobras e raposas.

Além disso, a posição de um ser em uma teia alimentar, ao contrário do que acontece em uma
cadeia alimentar, não é fixa. Por exemplo, uma onça e uma raposa podem se alimentar de um
coelho. Nestes casos, as cadeias alimentares seriam:

Cadeia com 3 seres: Plantas → coelho → onça


Cadeia com 4 seres: Plantas → coelho → raposa → onça

Note que no primeiro exemplo a onça é um consumidor de segunda ordem e no segundo exemplo
este predador é um consumidor de terceira ordem.

Componentes das cadeias alimentares

Seres produtores
Os seres produtores são seres autotróficos e estão na base da cadeia alimentar porque são capazes
de produzir seu próprio alimento.

Nas cadeias alimentares terrestres as plantas são seres produtores e nas cadeias aquáticas existem
os fitoplânctons.

Seres consumidores
Os consumidores são seres heterotróficos, pois adquirem nutrientes e energia ao se alimentarem de
outros seres vivos.

Os consumidores de primeira ordem podem ser animais herbívoros, que se alimentam de plantas, ou
animais onívoros, que comem plantas e outros animais.

Os consumidores de segunda ordem se alimentam dos animais de primeira ordem e, por fim, temos
os consumidores de terceira ordem, também chamados de predadores, que estão no topo da cadeia
alimentar.

Seres decompositores
Quando todos os seres vivos morrem, a matéria orgânica serve de alimento para os seres
decompositores, como os fungos e bactérias presentes no solo.

Os decompositores fazem a reciclagem na cadeia alimentar e os nutrientes liberados servem para


fertilizar o solo, utilizado pelos seres produtores, que iniciam um novo ciclo.
Método científico
O método científico é um conjunto de regras para a obtenção do conhecimento durante a
investigação científica.

É pelas etapas seguidas que se cria um padrão no desenvolvimento da pesquisa e o pesquisador


formula uma teoria para o fenômeno observado.

A teoria científica é considerada fiável quando a correta aplicação do método científico faz com que
ela seja repetida indefinidamente, conferindo confiabilidade aos resultados.

Etapas do método científico

1. Observação
O conhecimento científico inicia com a coleta de informações para descrever de forma qualitativa
e/ou quantitativa o fenômeno.

● Observação qualitativa: quando as informações obtidas não incluem dados numéricos.

● Observação quantitativa: é obtida com a utilização de instrumentos e resultam em medidas.

2. Questionamento
Ao observar a repetição de uma propriedade ou as características do fenômeno, formulam-se
perguntas.

Exemplo:

● Por que o fenômeno ocorre?

● Como ele é descrito?

● Quais fatores podem influenciá-lo?

3. Hipóteses
As hipóteses têm como objetivo explicar as observações e, por isso, nas tentativas de desvendar o
fenômeno mais de uma hipótese pode ser formulada.

Elas vão guiar o planejamento dos experimentos para que se aprenda mais sobre o que está sendo
observado.

4. Experimentos
A atividade experimental avalia o sistema em estudo e verifica as condições práticas para que o
fenômeno ocorra e possa ser reproduzido.
À medida que os experimentos são realizados, as evidências são reunidas e as hipóteses são
colocadas à prova.

5. Resultados
A reunião dos dados obtidos juntamente com as interpretações realizadas vão validar as informações
para justificar a hipótese e explicar o fenômeno.

Nessa etapa, os resultados são utilizados para rejeitar ou modificar a hipótese, pois ela deve coincidir
com os resultados obtidos.

6. Conclusão
Com base na observação, formulação de hipóteses, experimentos e resultados obtidos, é possível
que se construa uma teoria, lei ou princípio para expandir o conhecimento adquirido e aplicá-lo em
outras situações.

● Teoria: explica a observação feita e permite previsões a partir de um modelo criado.

● Lei: relaciona matematicamente as grandezas estudadas nos experimentos.

● Princípio: generaliza as regularidades verificadas nos experimentos.

Método Científico na Filosofia


Na filosofia, o método científico considera o fato de o pensamento obedecer a certos princípios
internos. Esses princípios são a identidade, a razão, a não-contradição e a exclusão.

Dos princípios dependem o conhecimento da verdade e exclusão do que não foi comprovado. Dessa
maneira, a verdade é alcançada após ter a ligação entre conceitos e realidade.

Método Dedutivo
É o método que começa com uma dedução que será examinada até que seja encontrado o resultado
final.

O método dedutivo é usado para testar as hipóteses já existentes e, assim, provar teorias. As
hipóteses iniciais usadas neste tipo de método são denominadas axiomas e as teorias são chamadas
de teoremas.

Método Indutivo
Este método parte de generalizações recolhidas a partir de observações específicas. Ou seja, parte
do específico para o geral.

Em resumo, o método indutivo parte de observações e o dedutivo da teoria. Ambos têm como meta o
conhecimento da verdade.
Descartes - Discurso do Método
O filósofo francês René Descartes (1596–1650) aponta que o método é o caminho para garantir o
sucesso em uma tentativa de conhecimento para a elaboração de uma teoria científica.

Descartes descreve quatro regras para que seja alcançado o método científico. São elas:

● Evidência: duvidar de tudo, jamais aceitar um fato como verdadeiro;

● Análise: dividir as partes em quantas forem possíveis para poder resolver de maneira clara;

● Síntese: ordenar o pensamento e começar a solução pelos fatos mais simples;

● Enumerar e revisão: enumerar e revisar de maneira tão completa e geral que nada restará.

Darwin - Teoria da Evolução


O cientista Charles Darwin (1809–1882) está entre os mais notórios exemplos da aplicação do
mecanismo científico. Suas observações permitiram o aperfeiçoamento do conhecimento sobre o
mecanismo evolutivo, conhecido como darwinismo.
Origem da vida: abiogênese e biogênese
Diferenças entre Abiogênese e Biogênese
A abiogênese e biogênese são duas teorias opostas para explicar o surgimento da vida.

Saiba o que é cada uma delas e as suas diferenças:

● Abiogênese: Os seres vivos eram originados a partir de uma matéria bruta sem vida. Teoria
derrubada através de experimentos.

● Biogênese: Os seres vivos são originados a partir de outros seres vivos preexistentes.
Atualmente aceita para explicar o surgimento dos seres vivos.

Abiogênese x Biogênese
Diversos cientistas testaram as teorias da abiogênese e biogênese através de experimentos.

Em 1668, o médico e cientista italiano Francesco Redi realizou um experimento colocando cadáveres
de animais em frascos com bocas largas. Desses, alguns foram vedados com uma gaze fina e outros
deixados abertos.

Após alguns dias, ele observou que nos frascos abertos surgiram vermes. Enquanto nos frascos
fechados não haviam vermes.

Experimento de Redi
Redi concluiu que o fato das moscas não poderem entrar nos frascos fechados impediu o surgimento
de vermes. As moscas seriam as responsáveis pelo surgimento dos vermes. Com o experimento de
Redi, a abiogênese começou a perder credibilidade.

Em 1745, John Needham realizou um experimento que voltou a reforçar a teoria da Abiogênese.

Ele aqueceu caldos nutritivos em frascos que foram fechados e novamente aquecidos. A sua
intenção era impedir a entrada e proliferação de microrganismos. Com os dias, os microrganismos
surgiram nos frascos e Needham concluiu que seu experimento foi resultado da abiogênese.

Em 1770, Lazzaro Spallanzani afirmou que Needham não aqueceu o caldo nutritivo por tempo
suficiente para destruir as bactérias. Para comprovar que estava com a razão, Spallanzani realizou o
mesmo experimento de Needham. Porém, ele aqueceu o caldo por mais tempo. O resultado foi que
não apareceram bactérias.

Mais uma vez a teoria da abiogênese perdia a credibilidade.

Em 1862, a teoria da abiogênese foi derrubada definitivamente por Louis Pasteur.


Pasteur realizou experimentos com caldos nutritivos em balões do tipo pescoço de cisne. Após ferver
o caldo, o pescoço do balão era quebrado e surgiam microrganismos. Em balões sem o pescoço
quebrado, os microrganismos não apareciam.

Experimento de Pasteur
Pasteur provou que a fervura não destruía nenhum tipo de "força ativa". Além disso, bastava quebrar
o pescoço do balão para que os microrganismos surgissem, através do contato com o ar.
Fontes de energia não-renováveis e renováveis

Energia renováveis e não renováveis


As fontes de energia ou recursos energéticos podem ser classificados em dois grupos: energias
renováveis e não renováveis.

Energias renováveis
Energias renováveis são aquelas que se regeneram espontaneamente ou através da intervenção
humana. A maioria delas são consideradas energias limpas, pois os resíduos deixados na natureza
são nulos ou quase nulos. No entanto, algumas fontes de energia, mesmo renováveis, causam
impactos socioambientais.

Energia Hidrelétrica
A energia hidrelétrica é uma forma de geração de energia elétrica que utiliza o fluxo de água de rios
ou quedas d'água para mover turbinas, gerando eletricidade. É uma fonte de energia renovável e
amplamente utilizada em diversos países ao redor do mundo devido à sua eficiência e baixa emissão
de poluentes.

Países como Brasil, China, Canadá, Estados Unidos e Rússia são exemplos de nações que fazem
uso significativo da energia hidrelétrica para suprir parte de suas necessidades energéticas.

No entanto, o desenvolvimento de projetos hidrelétricos pode causar impactos ambientais, como a

alteração de ecossistemas aquáticos e a realocação de comunidades locais.

Energia Solar
A energia solar é uma forma de geração de energia que aproveita a radiação solar para produzir
eletricidade. É uma fonte de energia limpa e renovável, capturando a luz solar por meio de painéis
fotovoltaicos ou sistemas de concentração solar.

Ela tem ganhado popularidade globalmente devido à sua disponibilidade e benefícios ambientais.
China, Estados Unidos, Índia, Japão e Alemanha têm investido significativamente em energia solar,
construindo grandes usinas solares e incentivando a instalação de painéis solares em residências e
empresas.

A energia solar contribui para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e diminuir as emissões
de carbono, promovendo a sustentabilidade energética.

Energia Eólica
A energia eólica é obtida através da conversão da energia cinética do vento em eletricidade por meio
de aerogeradores. É uma fonte renovável e sustentável que tem crescido em importância
globalmente.

Países como Dinamarca, China, Estados Unidos, Alemanha e Espanha são líderes na utilização da
energia eólica, aproveitando a força dos ventos para gerar eletricidade de maneira limpa e eficiente.

A energia eólica contribui para a diversificação da matriz energética e a redução das emissões de
gases de efeito estufa, desempenhando um papel crucial na transição para uma economia de baixo
carbono.

Energia Geotérmica
A energia geotérmica é produzida a partir do calor proveniente do interior da Terra. Ela é obtida
através da captura do calor natural das rochas e águas subterrâneas para geração de eletricidade ou
aquecimento direto.

Na Islândia, Filipinas, Indonésia, Turquia e Nova Zelândia fazem uso significativo da energia
geotérmica devido à sua atividade geotérmica e vulcânica.

Essa fonte de energia renovável é valorizada por sua disponibilidade constante e baixo impacto
ambiental, contribuindo para a sustentabilidade energética e redução de emissões de gases de efeito
estufa.

Energia de Biomassa
A energia biomassa é gerada a partir de materiais orgânicos, como resíduos agrícolas, madeira,
resíduos de alimentos e outros materiais biodegradáveis. Esses materiais são queimados ou
convertidos em biocombustíveis para produzir calor ou eletricidade.

A energia biomassa é utilizada em diversos países, incluindo Brasil, Estados Unidos, China, Índia e
alguns países europeus. Ela contribui para a redução de resíduos, utiliza recursos renováveis e pode
ser uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis.

No entanto, é importante considerar cuidadosamente os impactos ambientais e a sustentabilidade do


uso de biomassa, especialmente para evitar o desmatamento excessivo e a competição com a
produção de alimentos.

Energia dos Mares e Oceanos


A energia dos mares e oceanos, também conhecida como energia maremotriz, é derivada das
variações de temperatura, movimento das marés e das correntes oceânicas. Ela pode ser
aproveitada para gerar eletricidade ou para dessalinização da água do mar.
Países com extensas áreas costeiras, como Reino Unido, França, Canadá, Coreia do Sul e Japão,
têm explorado essa fonte de energia, principalmente por meio de tecnologias como as correntes e
sistemas de energia térmica oceânica.

Embora seja uma fonte promissora, a energia dos mares e oceanos ainda enfrenta desafios
tecnológicos e ambientais para sua ampla adoção em escala global.

Energia do Hidrogênio
A energia do hidrogênio envolve a produção de eletricidade através da reação química entre o
hidrogênio e o oxigênio, resultando em água e liberando energia. Essa tecnologia é utilizada em
diversos setores, como transporte, indústria e geração de eletricidade.

Japão, Alemanha, Estados Unidos e China têm investido em pesquisas e desenvolvimento de


tecnologias de hidrogênio, visando uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis.

A energia do hidrogênio é atrativa devido à sua alta eficiência energética e à possibilidade de


produção a partir de fontes renováveis, contribuindo para a redução das emissões de carbono e a
transição para uma matriz energética mais limpa.

Energias não renováveis


Energias não renováveis são aquelas que uma vez esgotadas, não podem mais ser
regeneradas,pois é necessário muito tempo para sua formação na natureza.

Apesar de serem encontradas na natureza em grandes quantidades, têm reservas finitas. São
consideradas energias poluentes, porque sua utilização causa danos para o meio-ambiente.

Energias Fósseis
As energias fósseis, como carvão, petróleo e gás natural, são fontes de energia não renováveis
originadas de materiais orgânicos decompostos ao longo de milhões de anos. Elas têm sido a
principal fonte de energia global por décadas, sendo utilizadas para geração de eletricidade,
transporte e indústria.

No entanto, a queima desses combustíveis fósseis libera grandes quantidades de dióxido de carbono
e outros poluentes, contribuindo para as mudanças climáticas e problemas ambientais. Países
dependentes dessas energias buscam cada vez mais alternativas mais limpas e sustentáveis, como
as renováveis, para mitigar os impactos negativos das energias fósseis.

Energia Nuclear
A energia nuclear é gerada a partir do processo de fissão nuclear, no qual núcleos de átomos são
divididos, liberando uma grande quantidade de energia. Ela é utilizada para geração de eletricidade
em usinas nucleares.
Estados Unidos, França, China, Rússia e Japão são grandes usuários da energia nuclear, possuindo
usinas nucleares em operação. Essa fonte de energia é conhecida por sua alta densidade
energética, mas também carrega preocupações quanto à segurança, gestão de resíduos

radioativos e proliferação nuclear.

Fontes de energia no Brasil


A busca por fontes alternativas de energias não poluentes ou renováveis tem avançado no mundo.
Seja para diminuir a dependência do petróleo, seja para descer os níveis de poluição, o fato é que a
busca por diferentes fontes de energia já é uma realidade no mundo.

No Brasil, o uso do álcool, proveniente da cana-de-açúcar, como fonte de energia, data de 1975.
Neste ano foi implantado o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), em decorrência da crise do
petróleo e hoje o álcool é também usado como aditivo à gasolina.

Igualmente, o uso e a exploração da energia solar e eólica, vem sendo estimulada, ainda que de
maneira tímida por parte do governo.

Quanto à energia solar, ela é explorada abaixo do seu potencial. Um dos impedimentos é o alto custo
dos painéis de células fotovoltaicas que são as responsáveis por armazenar e transformar a luz solar
em energia.

No entanto, isso pode ser considerado um despropósito, devido ao tamanho do território e a


quantidade de luz solar a que o País está exposto ao longo do ano.

Transformação das fontes de energia


As fontes de energias são encontradas na natureza em estado bruto, e para serem aproveitadas
economicamente, devem passar por um processo de transformação e armazenamento.

A água, o sol, o vento, o petróleo, o carvão, o urânio são canalizados pelo ser humano em centros de
transformação tais quais:

● Usinas Hidrelétricas - a força da queda d'água faz girar as turbinas e assim convertida em
eletricidade

● Refinarias de Petróleo - o petróleo é transformado em óleo diesel, gasolina, querosene, etc.

● Usinas Termoelétricas - através da queima do carvão mineral e do petróleo, obtém-se


energia.

● Coquerias - o carvão mineral é transformado em coque, que é um produto empregado para


aquecer altos fornos da siderurgia e indústrias.
Biotecnologia e biossegurança
Biotecnologia

Biotecnologia é o ramo da Biologia que desenvolve tecnologias a partir de organismos vivos, ou


matéria-prima a partir deles, baseado nos processos biomoleculares e celulares, para criar ou
modificar produtos e resolver problemas na sociedade.

São exemplos de produtos e métodos criados a partir das ciências biológicas aplicadas:

● Vacinas;

● Antibióticos;

● Clonagem;

● Transgênicos;

● Fertilização in vitro.

Tipos de Biotecnologia
Para facilitar a identificação, a Biotecnologia é classificada em 10 cores de acordo com a área de
atuação.

● Biotecnologia vermelha: tecnologias desenvolvidas para medicina e saúde humana.

● Biotecnologia branca: tecnologias para melhorar os processos industriais.

● Biotecnologia verde: tecnologias para a agricultura.

● Biotecnologia azul: tecnologias para o aproveitamento dos recursos marinhos.

● Biotecnologia amarela: tecnologias para nutrição e produção de alimentos.

● Biotecnologia cinza: tecnologias para a proteção e recuperação do meio ambiente.

● Biotecnologia marrom: tecnologias para o tratamento do solo.

● Biotecnologia dourada: tecnologias para bioinformática e nanobiotecnologia.

● Biotecnologia roxa: tecnologias para propriedade intelectual e biossegurança.

● Biotecnologia preta: tecnologias utilizadas como armamento biológico.

Importância da Biotecnologia
Embora o ser humano faça uso da biotecnologia há milhares de anos, utilizando, por exemplo,
microrganismos para fazer pães, bebidas e queijos, os conhecimentos em diversas áreas científicas
revolucionaram o modo de manipular os organismos, a fim de obter certos produtos e processos.
O desenvolvimento da biotecnologia, com o apoio da Microbiologia, Biologia Molecular, Genética,
Engenharia e Informática, entre outras áreas, é importante para:

● Prevenir doenças, reduzindo a gravidade e a fatalidade;

● Diagnosticar doenças precocemente e salvar a vidas;

● Diminuir custos, simplificar e acelerar a produção industrial;

● Criar plantas e insumos com características desejáveis para aumentar o rendimento


agrícola.

Vale destacar que esses exemplos estão relacionados com as áreas de maior desenvolvimento da
Biotecnologia, mas a sua importância não se restringe a apenas isso.

Aplicações da Biotecnologia
As aplicações mais importantes da biotecnologia estão relacionadas com a área da medicina, além
da agricultura e produção de alimentos e também no meio ambiente.

Na Medicina:

● Produção de insulina, medicamentos e vacinas;

● Manipulação de animais, como o porco, para utilizar os órgãos em transplantes;

● Produção de anticorpos em laboratório para pacientes com sistema imunitário deficiente;

● Terapia gênica para tratamento de doenças como câncer, neurológicas e cardiovasculares,


cujos tratamentos convencionais não são eficientes;

● Pesquisa com células-tronco para fins terapêuticos.

Na Agricultura:

● Produção de insumos, tais como: fertilizantes, sementes e agrotóxicos;

● Melhoramento genético de plantas;

● Processamento de alimentos: alimentos transgênicos

No Meio Ambiente:

● Biorremediação: dependendo do tipo de contaminação e das condições do ambiente são


usadas diferentes técnicas para reduzir ou eliminar contaminações no meio ambiente;

● Bioconversão de resíduos provenientes da agricultura;

● Produção de biocombustíveis a partir de organismos vivos ou de resíduos vegetais;

● Produção de plástico biodegradável a partir de microalgas.


História da Biotecnologia
Na antiguidade, há mais de 4000 anos atrás, já se utilizava técnicas de manipulação de seres vivos
para obter certos resultados; por exemplo, para fazer o vinho ou o pão, em que o segredo é a
fermentação realizada por microrganismos, as leveduras.

Início da Microbiologia
Com o desenvolvimento das diversas áreas científicas, passou-se a entender como aconteciam os
processos. No final do século XIX, os estudos microbiológicos de Louis Pasteur levaram-no a
desvendar a fermentação em seus experimentos.

Descoberta da molécula de DNA


Com isso, deixou-se de acreditar na geração espontânea e as atenções voltaram-se ao
estudo dos microrganismos e da teoria celular.

Os cientistas James Watson, Francis Crick e Maurice Wilkins foram agraciados com o
Prêmio Nobel em 1962 por descreverem a estrutura da molécula de DNA no ano de 1953
na revista Nature.

O modelo apresentado pela dupla baseou-se nas informações de Erwin Chargaff sobre as
bases nitrogenadas utilizando a técnica de cromatografia e nas imagens por difração de
raios X obtidas por Rosalind Franklin.

Engenharia Genética e DNA Recombinante


Os estudos se aprofundaram e em 1978, 3 pesquisadores novamente receberam o Prêmio
Nobel por isolarem enzimas de restrição, fundamento para a técnica do DNA recombinante.

Biotecnologia na Medicina
Os objetivos iniciais da biotecnologia moderna eram voltados para questões de saúde humana e de
animais, com a utilização de microrganismos para a fabricação de remédios.

Entretanto, as técnicas se diversificaram bastante e atualmente são muitas as possibilidades de


aplicação, tanto dentro da medicina como nas outras áreas.

Vale destacar que as pesquisas começaram a ser desenvolvidas nos laboratórios das universidades
e centros de pesquisa públicos, entretanto, atualmente quem domina as pesquisas e o mercado da
biotecnologia são as empresas privadas, grandes multinacionais farmacêuticas e agro-químicas,
portanto os valores e objetivos são diferentes.

Aplicações da Engenharia Genética


São muitas as biotecnologias usadas no ramo da saúde, sendo essa uma das maiores áreas de
aplicação dessas técnicas no Brasil.

São usados órgãos de animais para transplantes, produção de insulina e vacinas através da técnica
de DNA recombinante, entre outras para produção de medicamentos, hormônios e anticorpos.

Muito polêmicas são as abordagens relacionadas com a clonagem, que envolve questões éticas.

Assim mesmo, tem continuado as pesquisas e são aplicadas a clonagem reprodutiva, em casos de
infertilidade ou para evitar doenças futuras, e a clonagem terapêutica, que aponta para o tratamento
de doenças degenerativas usando células-tronco, como uma vantagem do método.

Biotecnologia na Agricultura
Cultura de tecidos vegetais.

No setor da agricultura e dos alimentos estão os usos mais antigos da biotecnologia, por
exemplo, quando o ser humano fazia cruzamentos entre espécies de plantas para se obter
outras variedades ou melhorar os resultados da colheita.

"Revolução Verde"
Na segunda metade do século XX um modelo desenvolvido principalmente nos EUA, se
internacionalizou através da chamada “Revolução Verde”.

No Brasil, a partir da década de 1960, seguindo os moldes da "revolução verde",


começaram a ocorrer transformações no meio rural, cujos objetivo era: modernizar o setor
agrícola, aumentar a oferta de alimentos e de produtos para a exportação, e ainda liberar
mão-de-obra para ser utilizada pelo setor urbano-industrial.

Foram implementadas tecnologias importadas que eram desenvolvidas para climas


temperados e não para ecossistemas tropicais, onde os solos são bem diferentes e há uma
maior biodiversidade, como é o caso do Brasil.

Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e Transgênicos


A produção de transgênicos é realidade e os principais alimentos modificados são o milho, a soja e o
trigo.

A soja, por exemplo, está presente em grande parte dos alimentos industrializados sob diversas
formas, é um dos principais alimentos transgênicos e nem sempre essa informação é repassada
corretamente ao consumidor.
Biotecnologia Ambiental
A utilização das biotecnologias ambientais são formas de reverter uma situação criada pelo ser
humano e que se torna crescente no mundo todo, a produção de resíduos provenientes das diversas
atividades humanas.

É uma forma de usar processos naturais controlados, para melhorar a condição de ecossistemas
poluídos ou ainda para criar soluções biodegradáveis que evitem a poluição.

Assim, são usados seres vivos: bactérias, algas, plantas, entre outros, para realizarem processos tais
como fermentação, respiração aeróbica e anaeróbica e controlar a poluição de um determinado
ambiente.

Outra aplicação interessante da biotecnologia na área ambiental é a de reaproveitamento dos


resíduos agrícolas (como o bagaço de cana), ou efluentes sólidos (esgoto) para a produção de
energia e biocombustíveis.

Vantagem ou Desvantagem?
Muitas das aplicações da biotecnologia podem ser vantajosas para a humanidade, mas geram
controvérsias a respeito das consequências sobre a saúde humana e animal, os impactos ambientais
e a sociedade.O certo é que ainda não se sabe ao certo os efeitos a longo prazo.

Benefícios da Biotecnologia
● Aumento da produção de alimentos, motivado principalmente pela possibilidade de acabar
com a fome no mundo;

● Possibilidade de se obter alimentos mais nutritivos e com propriedades medicinais;

● Técnicas terapêuticas para doenças que ainda não tem cura, como o câncer, ou cujos
tratamentos não são tão eficientes;

● Produção de medicamentos, além de hormônios, anticorpos e insulina;

● Uso da biorremediação para controlar e eliminar a contaminação nos ambientes;

● Produção de produtos biodegradáveis para reduzir a poluição ambiental;

Impactos Negativos
● Utilização intensiva de agrotóxicos e fertilizantes inorgânicos;

● Interferência no equilíbrio da natureza;

● Criação de sementes geneticamente modificadas (inférteis);

● "Poluição genética", uma vez que não é possível controlar os efeitos da disseminação de
organismos geneticamente modificados no ambiente;
● Alimentos transgênicos podem causar alergias, entre outros prejuízos.

● Questões éticas relacionadas à clonagem de seres vivos;

● A produção de células-tronco produz estresse celular que pode ter como consequência o
envelhecimento precoce, entre outras;

Biossegurança
Biossegurança é uma área de conhecimento definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) como: “condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir,
controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde
humana, animal e o meio ambiente”.
Fisiologia
A Fisiologia é o estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, bem como dos
processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos
sadios. Na Fisiologia se estuda o funcionamento dos sistemas celulares e orgânicos (nervoso,
muscular, endócrino, cardiovascular, respiratório, digestório e urinário), bem como suas interações
entre si e com o meio ambiente. De forma geral, a fisiologia aborda assuntos relacionados à nutrição,
circulação, respiração, excreção, aos sistemas de integração aos movimentos corporais, suporte e
movimentos corporais, controle imunitário e reprodução, ao longo da história evolutiva.
Diferenças entre Fisiologia e Anatomia Humana
A Fisiologia é uma ciência com um foco diferente ao da Anatomia. Isso porque a Anatomia estuda a
forma dos órgão e tecidos, vivos ou não, enquanto a Fisiologia está focada na função, como o corpo
funciona para se manter vivo.

Fisiologia e anatomia são estudos complementares nas ciências médicas, mas seus enfoques e
objetos de estudo são diferentes.

Campos da Fisiologia
A Fisiologia é um grande campo de conhecimento, estudando todas as partes do corpo de uma
pessoa. Desde como a pele funciona até o cérebro. Abarca tudo que está relacionado à
sobrevivência. O que significa que existem diversas áreas de pesquisa na fisiologia humana. Tais
como:

● Fisiologia Cardiovascular (estuda o funcionamento do coração e adjacências)

● Fisiologia Endócrina (estuda o funcionamento das glândulas e ação dos hormônios)

● Fisiologia Respiratória (estuda o funcionamento dos órgãos respiratórios e oxigenação)

● Fisiologia Renal (estuda o funcionamento do rim e a filtragem de metabólitos do corpo)

● Fisiologia do Gastrointestinal (estuda a funcionalidade e absorção da digestão)

● Fisiologia do Sistema Nervoso (estuda o envio e recebimento de informações nos órgãos


do sistema nervoso)

Equilíbrio Fisiológico ou Homeostase


As diferentes áreas de pesquisa da Fisiologia Humana permitem o desenvolvimento da medicina e
salvam vidas. Afinal, o que acontece com uma pessoa que coração não está funcionando bem? E
quanto aos pulmões? Ou se os rins não estiverem filtrando como deveriam? O desequilíbrio
fisiológico de qualquer parte do corpo tem sempre a mesma consequência: a morte do indivíduo.

Para que uma pessoa continue viva, o seu corpo precisa estar com a sua fisiologia equilibrada e em
bom funcionamento. Por isso os profissionais da saúde usam remédios e outros tipos de terapia,
para manter a fisiologia do corpo funcionando bem.
O nome científico para o equilíbrio fisiológico do corpo é Homeostase. Isso significa que seu corpo
vai lutar para permanecer em equilíbrio para que consiga desempenhar suas funções em qualquer
situação.

Um exemplo de homeostase do corpo humano: se você comer batatas fritas muito salgadas, vai
sentir sede e beber mais água. Essa é a forma do seu corpo de diluir aquele sal em forma de xixi e
voltar a uma quantidade ideal de sal dentro do seu corpo.
Código genético
O código genético é a "mensagem" contida no DNA capaz de ser lida para haver produção de
proteínas

Essa mensagem é formada por letras, ou símbolos, conhecidas por nucleotídeos. Os nucleotídeos
são compostos por bases nitrogenadas chamadas de: Adenina (A), Citosina (C), Guanina (G), Timina
(T) e Uracila (U) (RNA). Através da combinação destes, são produzidas as proteínas.

DNA com bases nitrogenadas aparentes.


O código genético foi decifrado por volta de 1960 pelos bioquímicos norte-americanos, Marshall W.
Nirenberg, Robert W. Holley e Har Gobind Khorana, o que lhes concedeu o Prêmio Nobel de
medicina em 1968 por interpretá-lo e descrever sua função na síntese proteica.

Construção do código genético


O códon é a sequência codificadora de uma proteína, composta por três nucleotídeos (trinca). Cada
trinca de nucleotídeo trará uma mensagem específica para um tipo específico de aminoácido.

Por exemplo, o códon UUU tem o código para produzir fenilalanina. Logo, quanto mais códons
diferentes, mais aminoácidos são ligados, formando as proteínas.

A sequência de bases no DNA e no RNA consegue fornecer a informação da sequência necessária


para criar os aminoácidos e agrupá-los em proteínas.

Os nucleotídeos U, C, A e G organizam-se em trincas (3) para formar 64 combinações possíveis,


para codificar os 20 aminoácidos. As diferentes combinações de aminoácidos formam a variedade de
proteínas existentes no organismo.

Produção de proteínas a partir do código genético


As proteínas são formadas por uma série de aminoácidos. Cada aminoácido é formado por uma
sequência de três componentes, também chamada de códon.

Confira a seguir a tabela de códons e o nome dos aminoácidos sequenciados.

Códons que produzem os diferentes aminoácidos que compõem as proteínas.


Observando as informações da tabela do código genético, podemos interpretar o código
UCA como sendo o códon associado ao aminoácido Serina (Ser).

Este mesmo aminoácido (Serina) pode ser codificado por outros códon, UCU, UCC, UCA e UCG, o
que o classifica como degenerado.
A Metionina (Met) é condificada por apenas um códon (AUG), portanto ele sempre será o códon de
início na produção de proteínas.

Os códons UAA, UAG e UGA não possuem nenhum aminoácido associado, ou seja, não codificam
as proteínas, mas sim, indicam o término da síntese proteica.

A síntese das proteínas é realizada no interior das células, no citoplasma, em duas etapas:
transcrição e tradução.

Representação esquemática da fabricação de proteínas


Na transcrição, as informações contidas no DNA são transferidas para uma molécula de RNAm por
meio da enzima RNA polimerase, que se liga a extremidade de um gene, mantendo a sequência dos
nucleotídeos.

Na tradução, ocorre a formação de proteína, conforme os códons contidos nas moléculas de RNAm.
Bioética
O que é bioética?
A bioética é um campo de estudo onde são abordadas questões de dimensões morais e éticas, que
relacionam pesquisas, decisões, condutas e procedimentos da área da biologia e da medicina ao
direito à vida.

O conceito de bioética é interdisciplinar e contempla áreas como biologia, direito, filosofia, ciências
exatas, ciência política, medicina, meio ambiente, etc.

No Brasil, umas das principais responsáveis pela expansão desse conceito é a Sociedade Brasileira
de Bioética (SBB), fundada em 1995.

Segundo o Jornal do Cremesp publicado em abril do mesmo ano, o encontro que posteriormente
culminou na criação da SBB teve como objetivo:

Estimular na Sociedade discussões sobre temas polêmicos como aborto, eutanásia,


reprodução assistida e engenharia genética e outros problemas ligados à vida, à morte e à
existência humana, mas sempre visando o debate quanto aos aspectos éticos.

Os princípios da bioética
Na definição de bioética predominam duas questões: conhecimentos biológicos e valores humanos.

Ela subdivide-se em princípios básicos que buscam solucionar problemas éticos originados ao longo
do desenvolvimento de procedimentos com seres vivos de todas as espécies.

No que diz respeito à ética médica, Hipócrates é um nome que se destaca. Considerado o “pai da
medicina”, o médico grego costumava aliar medicina e filosofia.

O foco de sua relação com o paciente era o bem, e sua abordagem era orientada principalmente por
dois princípios: o princípio da não maleficência e o princípio da beneficência.

1. Princípio da não maleficência


O princípio da não maleficência se baseia na ideia de que nenhum mal deve ser feito ao outro.
Assim, não é permitida nenhuma ação que consista em malefício intencional a cobaias ou a
pacientes.

O princípio é representado pela frase em latim: primum non nocere (primeiro, não prejudicar). Tem
como objetivo evitar que um tratamento ou pesquisa cause mais danos do que os possíveis
benefícios.
Alguns estudiosos defendem que o princípio da maleficência é, na verdade, parte do princípio da
beneficência, pois o ato de não causar mal ao outro já é, por si só, uma prática do bem.

Exemplo de bioética na aplicação do princípio da não maleficência: Em uma pesquisa para o


desenvolvimento de uma vacina, é chegada a fase de testes em humanos.

Os testes demonstraram que em 70% dos casos, os pacientes que receberam a vacina foram
curados, mas 30% morreram em consequência de efeitos colaterais.

Os estudos serão interrompidos e a vacina não poderá ser produzida apesar de um índice alto de
cura, causar a morte de pessoas é causar o mal e fere o princípio da não maleficência.

2. Princípio da beneficência
Esse princípio consiste na prática do bem; na virtude de beneficiar o próximo.

Assim, os profissionais que atuam na área de pesquisas e experimentos devem assegurar a precisão
da informação técnica que possuem e estar convictos que seus atos e decisões têm efeitos positivos.

Dessa forma, espera-se que qualquer ato tenha como objetivo fundamental o bem, nunca o mal.

Exemplo de bioética na aplicação do princípio da beneficência: uma médica está socorrendo um


paciente que está correndo risco de morte. Esse paciente é um conhecido assassino.

Objetivo dessa médica sempre será salvar a vida de seu paciente e mobilizará todas as alternativas
para que isso aconteça.

Segundo o princípio da beneficência, deve-se apenas ter em vista o bem. O descaso ou a omissão
(ainda que pudesse ser justificado) consistiria em um mal e feriria o princípio bioético.

3. Princípio da autonomia
A ideia central desse princípio é de que todos têm capacidade e liberdade de tomar suas próprias
decisões.

Assim, qualquer tipo de procedimento a ser realizado no corpo de um indivíduo e/ou que tenha
relação com a sua vida, deve ser autorizado por ele.

No caso de crianças e de pessoas deficientes, o princípio de autonomia deve ser praticado pela
respectiva família ou pelo responsável legal.

É importante que esse princípio não seja praticado em detrimento do princípio da beneficência; por
vezes, ele precisa ser desrespeitado para que a decisão de uma pessoa não cause danos a outra.
O princípio da autonomia é amparado pelo direito, ao abrigo do Código de Ética Médica Brasileiro
(Capítulo V, Artigo 31).

Tal artigo destaca o direito do paciente de ter a sua autonomia respeitada, no seguinte trecho onde é
indicado que o médico é proibido de:

(...) desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a
execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte

Exemplo de bioética na aplicação do princípio da autonomia: quando um paciente é diagnosticado


com uma doença terminal, já não existem tratamentos que possam curá-lo. Geralmente, o que se faz
nesses casos é dar a esse paciente os cuidados paliativos, de forma que ele se sinta aliviado dos
sintomas do mal que o acomete.

No entanto, cabe ao paciente decidir se deseja ou não avançar com esses cuidados paliativos, visto
que eles não tornam possível a cura; apenas amenizam (por vezes) os malefícios da doença.

Cabe ao profissional médico respeitar a decisão do paciente, caso ele não queira receber tais
cuidados.

4. Princípio da justiça
No domínio da bioética, esse princípio se baseia na justiça distributiva e na equidade.

Ele defende que a distribuição dos serviços de saúde deve ser feita de forma justa e que deve haver
igualdade de tratamento para todos os indivíduos.

Tal igualdade não consiste em dar o mesmo para todos, mas sim em dar a cada um, o que cada um
precisa.

Exemplo de bioética na aplicação do princípio da justiça: um caso real que exemplifica o princípio da
justiça, aconteceu em Oregon, nos Estados Unidos.

Com o objetivo de proporcionar um atendimento básico de saúde a um maior número de pessoas, o


governo local reduziu os atendimentos de saúde que imputavam custos altos.

Dessa forma, foi possível realizar uma distribuição mais alargada dos recursos disponíveis de forma
a ajudar solucionar os problemas de uma parcela maior da população.

Para que serve a bioética?


A aplicação do conceito de bioética tem como objetivo garantir que haja uma responsabilidade moral
nos procedimentos, pesquisas e atos médicos e biológicos.
A bioética busca garantir que os valores morais humanos não se percam, independentemente do
desenvolvimento histórico e social da humanidade, durante as tentativas de solução de conflitos e/ou
dilemas éticos.

Com base nos seus quatro princípios, ela preza os comportamentos adequados a cada situação
específica.

Alguns dos assuntos que mais requerem a intervenção da bioética são:

● Aborto;

● Clonagem;

● Engenharia genética;

● Eutanásia;

● Fertilização in vitro;

● Uso de células-tronco;

● Uso de animais em experimentos;

● Suicídio.

É de se referir que a aplicação dos princípios da bioética relativamente aos casos acima pode variar
consoante o país onde é praticado. O que, por vezes, é permitido em determinados países, pode ser
classificado como crime em outros. O aborto e a eutanásia exemplificam essa situação.
Biologia da Conservação
O termo Biologia da Conservação foi introduzido pela primeira vez em 1978, como o título de uma

conferência realizada na Universidade da Califórnia, em San Diego, Estados Unidos, organizado por

biólogos Bruce Wilcox e Michael E. Soulé. O motivo do encontro foi a preocupação acerca do

desmatamento tropical, desaparecimento de espécies e a erosão da diversidade genética dentro das

espécies. A conferência buscou preencher uma lacuna existente na época entre teoria e prática, no que

se referia à conservação e, com isso, fez nascer a Biologia da Conservação e o conceito de diversidade

biológica (biodiversidade).

É uma matéria interdisciplinar que busca recursos em ciências naturais, sociais e na prática de gestão de

recursos naturais, definida como o estudo científico da natureza e do estado da biodiversidade do planeta,

com o objetivo de proteger espécies, seus habitats e ecossistemas das excessivas taxas de extinção e de

erosão das interações entre os seres vivos.

Os biólogos da conservação pesquisam e educam sobre as tendências e processos de perda de

biodiversidade, extinção de espécies, e o efeito negativo que têm sobre a manutenção do bem-estar da

sociedade humana. Nesta tarefa, são guiados por alguns pressupostos básicos: (I) Toda espécie tem o

direito de existir, pois são frutos de uma história evolutiva e são adaptadas; (II) Todas as espécies são

interdependentes, pois estas interagem de modo complexo no mundo natural, e a perda de uma espécie

leva a consequente influência sobre as demais; (III) Os humanos vivem dentro das mesmas limitações

que as demais espécies, que são restritas a um desenvolvimento, em razão a capacidade do meio

ambiente, e a espécie humana deveria seguir esta regra, para não prejudicar a sua e as outras espécies;

(IV) A sociedade tem responsabilidade de proteger a Terra, devendo usar os recursos de modo a não

esgotá-los para as próximas gerações; (V) O respeito pela diversidade humana é compatível com o

respeito pela diversidade biológica, pois como apreciamos a diversidade cultural humana deveríamos

apreciar a diversidade biológica; (VI) A natureza tem um valor estético e espiritual que transcende o seu

valor econômico, e isto deve ser mantido independente de qualquer coisa; (VII) A diversidade biológica é

necessária para determinar a origem da vida, espécies que vão se extinguindo poderiam ser importantes

nas pesquisas sobre a origem da vida (PRIMACK, R. B.; Rodrigues, E. Biologia da conservação. Londrina:

Vida, 2001).

Além dos pressupostos, a Biologia da Conservação adota três principais diretrizes (Groom, Meffe & Carroll

2006): (I) A evolução é o axioma básico que unifica toda a biologia (papel evolutivo); (II) o mundo

ecológico é dinâmico e comumente não está em equilíbrio (O teatro ecológico, ou o contexto ecológico);

(III) a presença humana deve ser incluída no planejamento da conservação (humanos são parte do jogo).
Uma vez que os campos da Antropologia, da Biogeografia, da Ecologia, dos Estudos Ambientais, da

Biologia Evolucionária, da Genética, da Biologia de Populações, Sociologia e da Taxonomia aplicados não

são abrangentes o suficiente para tratar das ameaças à diversidade biológica, a Biologia da Conservação

se utiliza de todos eles para oferecer novos enfoques e ideias à gestão de recursos ambientais. Esta base

multidisciplinar tem levado ao desenvolvimento de várias novas subdisciplinas como a filogeografia, a

genética da conservação, ciências sociais da conservação, comportamento e fisiologia da conservação.

A Biologia da Conservação se propõe a responder às questões surgidas no processo, por exemplo, de

determinar as melhores estratégias para proteger espécies raras e ameaçadas, de conceber reservas

naturais, em programas de reprodução para manter a variação genética de pequenas populações e até na

harmonização das preocupações de conservação quando conflitam com as necessidades do povo e

governo locais. Ela vem para dar a orientação necessária que os governos, as empresas e o público em

geral necessitam quando têm de tomar decisões cruciais.

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