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“Ego”, um termo técnico cuja origem deriva da palavra latina que significa “eu”.
Consciência é a percepção dos nossos próprios sentimentos e no seu centro existe um “eu”.
Começaremos por este caminho, buscando o traçado de Jung e sua descrição da consciência
humana, dando ao ego essa característica central. (STEIN, 2001)
Existem muitas teorias que se embasam em fatores ambientais exteriores e sociais para
explicar o desenvolvimento da consciência e a sua relação com as questões
comportamentais. Porém estamos profundamente focados nas pesquisas relacionadas à
psicologia analítica, nos preocupando mais com os elementos interiores, psíquicos e
arquetípicos, que no decorrer deste trabalho irá ser explicado. (NEUMANN, 1995)
Por que é tão importante, sobretudo em psicologia, entender a natureza da consciência do
ego? Há a necessidade de compreender e realizar interpretações relevantes que somariam a
cada individuo de uma forma diferente. Disse Jung, que toda a psicologia é uma confissão
pessoal. Todo psicólogo criativo está limitado por suas próprias preferências pessoais e por
seus pressupostos não examinados. (STEIN, 2001)
Muito do que passa por ser conhecimento entre os seres humanos é, na realidade, após
inspeção mais rigorosa e mais crítica, mero preconceito ou crença baseada em distorção,
prevenção, boato, especulação ou pura fantasia. Ou seja, toda verdade não passa de uma
construção onde para o ser investigador ela significa conhecimento preciso, isso também se
dá para a consciência de muitas pessoas que acabam credibilizando esse conhecimento. As
crenças passam por ser conhecimento e adere-se a elas como se fossem certezas dignas de
crédito. "Eu creio a fim de poder entender", um famoso comentário de Santo Agostinho,
pode parecer hoje estranho aos nossos ouvidos modernos e, no entanto, é esse
frequentemente o caso quando as pessoas começam a falar sobre realidade psicológica.
(STEIN, 2001)
Olhando por essa ótica, percebemos que todas essas crenças estão relacionadas a aquilo que
vivemos conscientemente e aquilo que acabamos por viver ou trazemos de nossos ancestrais.
Esses elementos recebem o nome de “arquétipos” ou “imagens primordiais”, na qual Jung
classifica como formas pictóricas dos instintos, por onde o inconsciente se revela em
imagens. Um exemplo disso seria os sonhos, onde se tem inicio ao processo de reação e
assimilação consciente. Esses elementos estruturais se articulam de forma autônoma e
determinam a maturação da personalidade de maneira análoga à ação dos componentes
hormonais biológicos na constituição física. (NEUMANN, 1995)
Além de uma significação “eterna”, o arquétipo é dotado também de um
aspecto histórico de igual legitimidade. A consciência do ego se
desenvolve mediante a passagem por uma séria de “imagens eternas”, e
o ego, transformado nessa passagem, experimenta constantemente uma
nova relação com os arquétipos. A relação do ego com a natureza eterna
das imagens arquetípicas é um processo de sucessão temporal, isto é,
ocorre em estágios. A capacidade de perceber, de compreender e de
interpretar essas imagens se transforma à medida que a consciência do
ego muda, no decorrer da historia ontogenética e filogenética do homem;
para consciência do ego em evolução, o caráter relativo da imagem
eterna se torna, em consequência, cada vez mais pronunciado
(NEUMANN, 1995, p. 14).