Você está na página 1de 3

Trabalho: Simulado propositura e

julgamento ADI

Grupo 2: AGU(Advocacia Geral da União)

Participantes: Fabrício Martins


Matheus Barcelos
Thiago Silva
Dione Nascimento

Para iniciar a defesa da constitucionalidade da referida lei 11.343/2006,


é importante ressaltar o principal motivo da existência da mesma:
SAÚDE PÚBLICA.
A lei vem prezar pelo bem estar dos cidadãos do nosso país, impedindo
que haja início de dependências, uso (mesmo que em baixa quantidade)
e aumento da criminalidade, lutando de frente contra locais de venda e
produção de entorpecentes.

Um dos princípios qual o grupo da AGE (Advocacia Geral do Estado)


aponta como sendo feridos pela lei em questão, são os princípios da
lesividade e ofensividade, quais, de forma breve, aponta que a pessoa (
autora de sua própria vida e escolhas) não pode ter sua intimidade (vida
íntima) e privacidade (autonomia privada) violadas, pois suas escolhas
não infringem a não ser ELA MESMA.
Porém, se um pouco melhor analisada, a lei não pune o uso da droga,
mas a posse da droga para consumo pessoal. Afinal, a simples posse
do entorpecente gera perigo para a saúde pública, ante o risco de
difusão da droga, propagação que a lei quer a todo custo evitar. Como
se não bastasse, a conduta do usuário fomenta o tráfico de
entorpecentes, sem falar dos crimes praticados por este para
manutenção do seu vício. Enfim, a lei, induvidosamente, visa uma
sociedade sem drogas, ante os certos malefícios que o entorpecente é
capaz de gerar na coletividade.
O crime do art. 28 é de perigo abstrato ou presumido. Tais crimes são
aqueles cuja existência dispensa a demonstração efetiva de que a
vítima ficou exposta a uma situação concreta de risco. Nosso
ordenamento jurídico é pródigo em prever crimes de perigo abstrato. De
forma meramente exemplificativa temos o art. 288 do CP (associação
criminosa).

É pacífico o entendimento no Superior Tribunal de


Justiça acerca da independência dos delitos de quadrilha
ou bando qualificado e roubo circunstanciado pelo
concurso de pessoas e emprego de arma de fogo, em face
da existência de objetos jurídicos distintos. Constituem,
ademais, crimes de natureza diversas, pois o tipo penal
do art. 288 do CP é delito de perigo abstrato, enquanto
que o do art. 157, § 2º, I e II, do CP é de perigo concreto.
(STJ. HC 157.862/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI,
QUINTA TURMA, julgado em 08/11/2011, DJe 25/11/2011).

O crime do art. 28 da Lei de Drogas, bem como o crime do art. 33 da


mesma lei, não exigem a prova da efetiva exposição da coletividade a
risco. Portanto, tratam-se de crimes de perigo abstrato. Basta a
realização da conduta, sendo desnecessária a avaliação subsequente
sobre a ocorrência, in casu, de efetivo perigo à coletividade.

Outro meio de tentar comprovar a inconstitucionalidade da lei, é apontar


que ela em si não define o que é a droga de forma explícita, ficando um
tanto quanto vaga a sua interpretação.
Mas, para sua complementação, temos a Portaria SVS/MS nº 344, de
12 de maio de 1998 do Ministério da Saúde, onde especifica de forma
clara quais são as drogas não permitidas em lei.
A lei 11.343/2006, assim como outras leis do Código Penal, são as
chamadas “leis brancas”, que são todas as normas que, ao tipificar um
crime, traz no seu corpo um preceito genérico, indeterminado e,
sobretudo, incompleto. Por serem imperfeitas, portanto, as normas
penais em branco precisam, necessariamente, receber algum tipo de
complementação. E essa complementação é totalmente constitucional e
dada pela já citada portaria do Ministério da Saúde.

Como visto, o bem jurídico tutelado pelo art. 28 da Lei de Drogas, é a


saúde pública. Para atingir esse objetivo, o legislador procurou coibir
não só o tráfico mas também a posse da droga para consumo pessoal.
Ao se punir a posse do entorpecente, mesmo que para o uso pessoal do
agente, visou o legislador punir toda e qualquer conduta capaz de gerar
risco de propagação da droga, punindo, assim, a conduta perigosa
ainda em seu estágio embrionário. Trata-se, portanto, de opção legítima
do legislador, que visa uma sociedade sem drogas. Com efeito,
tipifica-se a posse do entorpecente para uso pessoal como forma de
impedir que tal comportamento, restando impune, evolua até se
transformar em efetivos ataques à saúde pública. Em outras palavras,
pune-se o perigo, antes que se convole em dano.

Você também pode gostar