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Apostila de Sistemas de Aeronaves
Apostila de Sistemas de Aeronaves
APOSTILA
DE
SISTEMAS
DAS
AERONAVES
PROF. WANIER SANTOS GUEDES
1
Prefácio
Esta apostila tem como finalidade dar aos alunos os fundamentos básicos de conhecimento de
cada um dos sistemas integrantes da aeronave; contendo textos auto-explicativos que permitirão
ao aluno fazer uma auto-avaliação de cada assunto abordado.
Para confecção desta apostila, foram retirados dados do manual do fabricante, para servir
somente como material de ensino, auxiliando o aluno no entendimento dos assuntos aqui
tratados.
Acredito no potencial de cada aluno para tirar o melhor proveito do mesmo. Desejo a todos um
BOM ESTUDO.
Sumário
Prefácio........................................................................................................................................................................... 1
APU................................................................................................................................................................................. 3
SISTEMA PNEUMÁTICO...................................................................................................................................................7
AR CONDICIONADO / PRESSURIZAÇÃO.........................................................................................................................12
OXIGÊNIO...................................................................................................................................................................... 23
PROTEÇÃO CONTRA GELO E CHUVA.............................................................................................................................27
SISTEMA DE COMBUSTÍVEL...........................................................................................................................................34
FORÇA HIDRÁULICA.......................................................................................................................................................41
TREM DE POUSO...........................................................................................................................................................47
PROTEÇÃO CONTRA FOGO............................................................................................................................................56
FORÇA ELÉTRICA............................................................................................................................................................62
Bibliografia:................................................................................................................................................................... 68
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APU
O APU (Auxiliary Power Unit – Unidade de Força Auxiliar) é uma unidade compacta, auto-
suficiente que fornece ar comprimido para a partida dos motores e força elétrica no solo. A
unidade fornece também ar comprimido para o sistema de ar condicionado no solo (em vôo,
somente em algumas aeronaves, tem sua utilização limitada a altitude da aeronave).
O APU consiste de um motor com turbina a gás (motor a reação), um gerador de força elétrica
AC ou DC (instalados na caixa de acessórios) e os controles necessários para a operação segura
e contínua. Através de um sistema de sangria de ar do compressor do motor é alimentado o
sistema pneumático da aeronave e o gerador fornece força elétrica para energizar os sistemas
elétricos da aeronave.
NOTA: Por se tratar de um motor térmico, que usa combustível para o seu funcionamento,
o APU é dotado de um sistema de detecção e extinção de fogo.
Blindagens do APU (APU SHROUD) – algumas aeronaves têm essa carcaça redutora de
ruído e a prova de fogo que envolve todo o APU, constituída de duas partes: blindagem superior
(UPPER SHROUD) e a blindagem inferior (LOWER SHROUD).
Ignição e partida – o sistema de partida proporciona meios para fazer girar o conjunto
compressor/turbina, a uma determinada rotação, promovendo assim, um fluxo de ar suficiente
para a ignição da mistura dentro da câmara de combustão. Após atingir uma determinada rotação
sistemas automáticos desacoplam o starter e a ignição.
Escapamento – tem a função de orientar os gases queimados para o exterior através do duto
de escapamento.
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Lubrificação – o sistema é auto-suficiente e proporciona uma lubrificação sob pressão a todos
os rolamentos do motor e salpique a todas as engrenagens e rolamentos da caixa de acessórios,
constituído de uma bomba de óleo, tanque de óleo, tubulações e radiador de óleo.
O conjunto-motor do APU é constituído pelo motor e outros componentes que estão localizados
normalmente na seção traseira da aeronave. Dependendo da aeronave, está alojado em uma
blindagem à prova de fogo e redutora de ruído, dividido em duas partes e fixado aos anéis da
blindagem por montantes.
Para realizar os serviços de manutenção é necessário abrir portas que darão acesso ao APU,
com isso proporciona acesso ao gerador, acessórios, componentes do sistema de refrigeração
dos acessórios, saída da descarga da turbina, câmara de combustão, sistema de ignição, tanque
de óleo e tubulações de óleo. O óleo lubrificante pode ser completado através de uma porta de
acesso na carenagem do APU que permite atingir o bujão do tanque de óleo.
O conjunto-motor do APU foi projetado para sua remoção e instalação da maneira mais rápido
possível. Para removê-lo e instalá-lo é necessário abrir as portas de acesso e instalar uma
ferramenta especial que ajudará na tarefa.
Após a lubrificação dos rolamentos e/ou mancais do motor, o óleo segue para um decantador
de onde é retirado pela bomba de retorno ou de recuperação que envia o óleo para um radiador e
seguindo o fluxo e descarregado novamente no tanque de óleo.
O sistema de ignição e partida proporciona os meios para girar o compressor e a turbina até a
velocidade de partida e para inflamar a mistura dentro da câmara de combustão. O sistema é
constituído por um motor de partida (STARTER), um relé de partida, uma caixa excitadora, uma
vela de ignição e um cabo de alta tensão.
Uma vez iniciado o ciclo de partida do APU, a operação do sistema de partida e ignição é
controlada automaticamente para assegurar a seqüência correta de energização e
desenergização do motor do starter, através dos relés de partida. O starter começa a girar o
motor do APU, com o aumento da velocidade e a pressão de óleo começando a subir, quando
essa pressão atingir um determinado valor é enviado um sinal elétrico que energiza a unidade de
ignição e a solenóide de combustível.
Quando o motor tiver atingido uma determinada rotação (aproximadamente entre 14500 a
16500 RPM) que corresponderá a aproximadamente 35% de rotação, o relé é desenergizado e o
starter para de funcionar. O motor do APU continuará a acelerar até 95% de rotação
(aproximadamente entre 37300 a 38900 RPM) quando é interrompido o circuito da unidade de
ignição, o motor continuará a acelerar até chegar a 100% de rotação (aproximadamente 41000
RPM).
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NOTA: SE O APU NÃO DER A PARTIDA DENTRO DE APROXIMADAMENTE 60
SEGUNDOS APÓS A ABERTURA DA PORTA DA ENTRADA DE AR, A UNIDADE SERÁ
PARADA AUTOMATICAMENTE.
- Detecção de fogo.
SISTEMA PNEUMÁTICO
- Compressores que são acoplados ao motor, através de uma caixa de engrenagens, são
geralmente utilizados em aeronaves equipadas com motores convencionais;
- A.P.U (Auxiliary Power Unit) é um motor disponível apenas para acionar um ou mais
geradores elétricos e um compressor em seu próprio motor. O APU existe atualmente na maioria
das aeronaves comerciais e tem a finalidade de suprir força elétrica e pneumática quando
necessário;
- A.S.U (Air Starter Unit) são fontes pneumáticas para uso apenas no solo e fornecem energia
pneumática normalmente para a partida dos motores.
No sistema de sangria de ar direta, o fluxo e a pressão para o sistema são controlados por uma
válvula moduladora e controladora de fluxo, que recebe um sinal de um servo pneumático para
modular a fim de corrigir as variações de regime de motor, densidade do ar e das necessidades
do sistema. A fonte de pressão de ar deve ser capaz de fornecer um fluxo interno na cabine de 1
libra de ar por pessoa por minuto.
NOTA: As válvulas HP e LP têm o seu funcionamento uma ao contrário da outra, isso quer
dizer, que quando uma está aberta a outra estará fechada e vice versa.
Válvulas unidirecionais – são válvulas instaladas nos dutos para prevenir o retorno do
fluxo de ar, evitando danos ao sistema.
Válvulas de alívio de pressão – são válvulas instaladas nos dutos para aliviar a
pressão do duto caso haja uma sobre pressão no sistema.
Válvula de ar do fan (FAN AIR VALVE) – tem como função básica promover a
sangria de ar do fan para o trocador de calor.
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A válvula do estágio de alta (HPV) só abre se o estágio de baixa for insuficiente para suprir o
sistema e é sentido por um Venturi que envia um sinal para um servo pneumático que comanda a
válvula. Quando a válvula do estágio de alta abre, a válvula unidirecional (LPV) se fecha.
A limitação de velocidade tem como finalidade evitar o disparo de turbina do T/C através do
fechamento da válvula de corte.
AR CONDICIONADO / PRESSURIZAÇÃO
Esta forma suporta uma dada pressão interna com menor esforço ou tendência à distorção da
estrutura; as aberturas das paredes da cabine, tais como janelas, portas e passagens de cabos
de comando, são hermeticamente fechadas contra a pressão interna positiva. Fisiologicamente, a
cabine pressurizada apresenta dois problemas gerais, a saber:
- O acondicionamento do ar e
- O controle da pressão.
Os fatores mais importantes que influenciam no desempenho das aeronaves nas camadas
superiores, com relação à segurança e o conforto dos passageiros e tripulantes, são as variações
de pressão barométrica e de temperatura.
- A baixa umidade na aeronave, o que pode resultar em irritação nos olhos e nas membranas
mucosas do nariz e da garganta;
- A aeronave deve ser projetada para resistir à diferença entre pressões no seu interior e no seu
exterior;
- A aeronave deve ser provida com um meio de condicionamento do ar comprimido antes dele
entrar nas cabines. Esse equipamento deve ser leve, compacto, acessível à uma rápida inspeção
e serviços e livre de vibrações;
- O sistema de pressurização deve ser projetado para limitar com segurança a pressão diferencial
máxima das cabines, automática ou manualmente e dispor de um sistema de alívio de pressão.
REFRIGERAÇÃO DE AR – PACK:
- Válvula Pack;
- Sistema de ar de impacto;
- ACM;
- Separador d’água.
A válvula Pack é uma válvula borboleta de corte destinada a abrir e fechar o sistema.
Atualmente na maior parte das aeronaves além de abrir e fechar, a válvula Pack também serve
como moduladora em função do fluxo de ar que é sentido através de um Venturi.
Os sistemas são compostos por dois ou mais packs, sendo que um supre à cabine de
comando e o restante a cabine de passageiros.
Para uma ventilação dos intercambiadores no solo ou até mesmo em baixas velocidades,
quando o ar de impacto inexiste ou é insuficiente, existe um ventilador que forçará a passagem do
ar pelos intercambiadores. Existem alguns tipos de ventiladores, que são:
A ACM (AIR CICLE MACHINE) é uma unidade do sistema ciclo ar destinada a fazer a
refrigeração do ar por expansão térmica. A unidade consiste em três seções: alojamento principal,
conjunto de turbina e o conjunto de compressor.
Primeiro o ar é comprimido por um compressor até que a pressão seja maior do que a pressão
do espaço a ser refrigerado, segundo o calor da compressão é removido do ar por um trocador de
calor e terceiro o ar é posteriormente esfriado por extração de trabalho, à medida que ele se
expande através de uma turbina.
A turbina pode acionar um ventilador que puxa o ar de refrigeração (ar de impacto) através de
um trocador de calor do tipo ar/ar, ou também pode acionar um compressor que eleva a pressão
do ar antes dele entrar na turbina (BOOTSTRAP). A quantidade de refrigeração derivada da
turbina é uma função direta do valor de trabalho executado pela turbina, o ar frio de descarga da
turbina é usado diretamente para fins de condicionamento de ar.
A principal vantagem do sistema ciclo de ar é o seu baixo peso e as suas desvantagens são o
baixo rendimento e a fraca refrigeração no solo.
A energia calorífica é convertida em trabalho no eixo da turbina que é usada para acionar o
compressor conjugado, os intercambiadores de calor são refrigerados com ar de impacto.
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Quando uma aeronave opera em altitudes e velocidades muito elevadas, existe muito pouco ar
disponível para fins de refrigeração. Esse problema pode ser aliviado com o uso de um sistema
de ciclo de ar regenerativo, que consiste de um intercambiador de calor primário, um trocador de
calor regenerativo e uma turbina de refrigeração.
CONTROLE DE TEMPERATURA:
DISTRIBUIÇÃO DE AR:
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Considerando-se que a cabine de uma aeronave de transporte é essencialmente um
compartimento estreito e comprimido, o fluxo de ar deve ser devidamente balanceado para evitar
as largas faixas de gradientes de temperatura de uma extremidade à outra da cabine. Em uma
aeronave que voa em grandes altitudes, onde a temperatura do ar externo é extremamente baixa,
torna-se necessário dirigir todo ou parte do ar através de passagens nas paredes para eliminar as
superfícies frias da cabine. Essas superfícies frias geram correntes de ar frio, formando áreas
frias através do piso, a radiação e a convecção ocasionarão desconforto aos passageiros
sentados próximo às paredes da aeronave.
A disposição mais eficiente de saídas de ar pode ser classificada em três áreas básicas:
- o teto;
Em todos os casos, o sistema de distribuição deve ser projetado para debitar uma quantidade
uniforme de ar fresco por passageiro em toda a extensão da cabine, para isso o sistema conta
com pequenos ventiladores (FAN ou GASPER FAN) que fornecem um fluxo de ar constante do
sistema para as posições de passageiros e tripulantes, podem abrir fechar ou modular a saída de
ar, podendo também alterar a sua direção atuando diretamente nas saídas de ar.
A distribuição de ar para o cockpit requer um equilíbrio térmico muito mais preciso do que para
a cabine de passageiros, daí, foram projetadas saídas de ar especificas como aquecimentos
ajustáveis para os pés dos pilotos, aquecimento dos pára-brisas para evitar embaçar e a
formação de gelo e saídas de ar ajustáveis.
PRESSURIZAÇÃO:
Quando uma aeronave voa em altitudes elevadas ela queima menos combustível numa certa
velocidade, o que não acontece com a mesma velocidade em baixas altitudes, em outras
palavras, a aeronave é mais eficiente nas altitudes elevadas. Em complemento, o mau tempo e a
turbulência podem ser evitados voando numa massa de ar relativamente mais calma, acima das
tempestades.
- Um meio de controlar a pressão da cabine em qualquer nível desejado pela vazão proporcional
do ar na saída da cabine;
- Um meio de controlar a pressão máxima diferencial a que a área pressurizada da cabine está
sujeita;
Com a válvula out flow totalmente aberta, ela tem uma abertura suficientemente ampla para
passar todo o ar admitido sem restrição e não se formará uma pressão diferencial dentro da
cabine da aeronave. Se a válvula outflow for fechada, uma contrapressão será formada na válvula
e haverá uma formação de pressão dentro da cabine, mas considerando que a válvula out flow
seja gradualmente fechada numa devida relação, durante o tempo em que a aeronave esteja
subindo, a pressão da cabine pode ser mantida na mesma pressão existente na cabine antes do
início da subida até ser atingida uma pressão diferencial pré-determinada.
Um dos tipos mais utilizados de válvula de descarga do fluxo de ar (OUT FLOW) é a do tipo
guilhotina que é aberta ou fechada por um motor elétrico. O motor elétrico recebe sinais elétricos
amplificados de um controlador de pressurização a fim de variar a posição da válvula de acordo
com o nível de vôo e pressão interna.
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Na maior parte das aeronaves a válvula out flow fica aberta no solo comandado pelo interruptor
do trem de pouso (AIR/GROUND). Durante o vôo, à medida que a aeronave for ganhando
altitude, a válvula vai se fechando gradualmente para fazer a restrição do fluxo de saída de ar da
cabine.
Além das válvulas de descarga do fluxo de ar, todas as aeronaves pressurizadas usam uma
válvula automática de segurança de pressão da cabine. Esta válvula pode fazer parte da própria
válvula de descarga ou pode ser uma unidade separada.
A descarga do ar da cabine pode ser controlada também por meio de uma válvula operada
manualmente, esta válvula poderá ser chamada de válvula de despressurização manual e
segurança de pressão ou de outro termo parecido. Esta válvula é usada no controle da
pressurização quando todos os outros meios de controle falhar. O objetivo inicial é permitir a
descompressão rápida durante um incêndio ou descida de emergência.
No painel de controle um botão separado serve para ajustar a altitude (ou a pressão
barométrica). A seleção da pressão barométrica fica indicada em um segmento separado no
mostrador e outro botão ajusta a razão de mudança de altitude da cabine.
Quando os botões do painel de controle são ajustados, dentro do módulo controlador são
processados sinais tanto elétricos como pneumáticos e os ajustes são comparados com a
pressão existente na cabine por meio de uma cápsula aneróide. Se a altitude da cabine não
corresponder com a altitude selecionada pelos botões de ajuste do painel de controle, as
cápsulas aneróides enviaram um sinal elétrico para o módulo controlador que enviará outro sinal
para a válvula out flow. Quando as cápsulas aneróides sentem que a altitude da cabine atingiu o
valor selecionado, cessam os sinais para o módulo controlador e out flow; e se nenhum outro
fator variar, a válvula será mantida nesta posição mantendo a pressão da cabine.
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O controle de razão determina a velocidade em que a cabine deve ser pressurizada ou
despressurizada, geralmente o sinal de razão é automático e o ajuste da pressão barométrica
compensa os erros normais de altimetria que são encontrados no vôo, completando assim a
precisão do sistema.
OXIGÊNIO
O oxigênio é um gás incolor, inodoro e muito ativo que se combina quimicamente com um
grande número de elementos. Ao se combinar com outro elemento, a quantidade de calor
desprendido depende da natureza química do elemento ou substância.
A pressão parcial de oxigênio é aquela parte da pressão atmosférica padrão que é exercida
pelo oxigênio. Como 21% do ar é composto pelo oxigênio, ele também é responsável por 21% da
pressão atmosférica total.
- Sistema de fluxo contínuo – neste tipo, o oxigênio flui continuamente na máscara durante a
inalação e a exalação;
- Sistema de diluição por demanda – neste tipo, o oxigênio só começa a fluir quando é inalado
deixando de fornecer quando o ar é exalado.
O sistema de oxigênio fixo para o cockpit consiste em: uma garrafa de oxigênio abastecida
com uma pressão de 1850 PSI, manômetro, uma válvula de controle manual, uma válvula
transmissora e reguladora de pressão, uma válvula de segurança, uma válvula de alimentação,
duto de distribuição e máscaras.
Válvula de controle manual – localizada na garrafa, serve para abrir ou fechar o fluxo
de oxigênio para o sistema.
Válvula de segurança – serve para evitar uma sobre pressão da garrafa, rompendo um
disco de cor verde localizado na fuselagem da aeronave aliviando todo o oxigênio para atmosfera.
Máscaras – localizada no cockpit, as mascaras são do tipo “FULL FACE”, existe instalado
dentro de cada mascara um microfone que está ligado ao sistema de comunicação da aeronave
para que em caso de emergência facilite sua comunicação com os órgãos de controle e com os
demais tripulantes, o número de mascaras dependerá do número de assentos no cockpit.
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O sistema de oxigênio portátil é para uso interno dos tripulantes em caso de emergência,
consiste em: uma garrafa de oxigênio com um manômetro que marca uma pressão nominal de
1850 PSI e uma bolsa contendo duas ou três máscaras.
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PROTEÇÃO CONTRA GELO E CHUVA
O sistema de proteção contra gelo e chuva permite operar a aeronave, sem restrições, em
condições de chuva, neve e gelo. A aviação trouxe uma nova dimensão com respeito ao gelo,
que sob certas condições atmosféricas, o gelo pode crescer rapidamente nos aerofólios e nas
entradas de ar dos motores.
Os dois tipos de gelo encontrados durante o vôo são: o de acumulo irregular, formado nos
bordos de ataque da aeronave, devido à baixa temperatura do ar que congela a água antes que
ela tenha tempo de escoar e o gelo propriamente dito, que se forma em camadas espessas e
uniformes.
Quando a temperatura está ligeiramente abaixo do ponto de congelamento, a água tem mais
tempo para escoar antes de se congelar. Vários são os modos para evitar ou controlar a
formação de gelo utilizada na aviação:
- Aspersão de álcool.
A superfície pode ser mantida num estado de antigelo através de aquecimento que não
permite a formação de gelo na mesma, ou então o sistema pode primeiro permitir a formação do
gelo e após quebrá-lo (sistema de-ice).
- Pára-brisas, janelas;
- Tubos de Pitot;
- Controles de vôo;
O gelo pode vir a se formar nessas partes em vôo sempre que houver umidade visível no ar e a
temperatura externa estiver próxima ou abaixo do ponto de congelamento.
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Se o gelo for se acumulando nos bordos de ataque das asas ele destruirá a sustentação do
aerofólio e nos pára-brisas além do gelo se for acumulado água da chuva prejudicará a sua visão.
O gelo na aeronave afeta seu desempenho e eficiência de várias maneiras, o acumulo de gelo
aumenta a resistência e reduz a sustentação, pode ocasionar falsas leituras dos instrumentos, as
superfícies de controle ficam desbalanceadas ou emperradas, as fendas dos SLOTS ficam
obstruídas, os SLATS ficam emperrados e o desempenho dos motores é afetado.
Os métodos utilizados para evitar a formação de gelo (ANTI-ICE ou DE-ICE) varia de acordo
com o fabricante, tipo e o modelo da aeronave.
O enchimento e o esvaziamento dos boots provocam uma rachadura e quebra do gelo que é
removido pelo fluxo de ar na superfície. A seqüência de enchimento dos boots é controlada por
uma válvula distribuidora central ou por válvulas do tipo solenóide localizada próxima à entrada
de ar do degelador.
O sistema de antigelo térmico é utilizado com o objetivo de evitar a formação de gelo ou para
degelar os bordos de ataque dos aerofólios. Normalmente o sistema usa ar aquecido ao longo do
bordo de ataque e distribuído em torno da sua superfície interna. Existem diversos métodos para
o aquecimento do ar, são eles: sangria de ar do compressor do motor, trocador de calor na
descarga do motor e ar de impacto aquecido por um aquecedor de combustão interna.
Este sistema aquece apenas os slats e a entrada de ar dos motores, cada um deles possui
uma válvula de corte, um sistema de indicação de posição da válvula e um switch térmico de
proteção da asa para utilização no solo apenas.
Os dutos por onde o ar quente passa consiste normalmente de uma liga de titânio ou aço
inoxidável, as seções dos dutos são unidas umas às outras por flanges parafusados ou
braçadeiras do tipo “V” e ainda são encapados com um material à prova de fogo e isolante
térmico. Em algumas instalações de dutos são interpostas por uma junta flexível de aço
inoxidável.
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Essas juntas do tipo sanfona ficam localizadas em posições estratégicas para absorverem
qualquer distorção ou expansão da tubulação que possa ocorrer devido às variações de
temperatura.
O método mais comum utilizado nas aeronaves modernas para fazer o controle da
condensação e formação de gelo é o emprego de um elemento de aquecimento elétrico
introduzido no próprio painel. Quando esse método é utilizado em aeronaves pressurizadas, há
mais uma camada de vidro temperado no painel para dar mais resistência.
- Luzes de indicação;
O arco elétrico no pára-brisa normalmente indica que a camada condutiva está partida,
geralmente nos pontos onde se formam lascas ou pequenas rachaduras superficiais nas
camadas onde a corrente salta nestes espaços, geralmente essas rachaduras estão paralelas às
barras de distribuição da janela. Onde existir um arco elétrico há invariavelmente certa quantidade
de superaquecimento no local, que dependendo da sua gravidade e localização, poderá trazer
sérios danos ao painel.
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A descoloração não causa problemas a menos que afete as qualidades visuais. Os arranhões
nos pára-brisas são mais predominantes no painel externo de vidro onde os limpadores de pára-
brisas são os maiores causadores deste problema.
O sistema degelador a álcool dos pára-brisas existentes em algumas aeronaves remove o gelo
dos pára-brisas com álcool, que quando acionado uma das bombas, o álcool flui do reservatório
onde é borrifado no pára-brisa.
A fim de se evitar a formação de gelo sobre os orifícios de entrada dos tubos de Pitot, existe
um elemento aquecedor de resistência elétrica instalado internamente. No cockpit da aeronave,
um interruptor controla a alimentação elétrica do aquecedor.
Como a aeronave voa em grandes altitudes e a temperatura do ar externo é muito baixa, a fim
de evitar que a água dos lavabos dos toaletes congele na saída do dreno os mesmos são
aquecidos eletricamente.
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Com a finalidade de manter um pára-brisa claro, a chuva é eliminada por varredura (limpadores
de pára-brisa) ou por jato de ar, mas existe um terceiro método de remoção que envolve um
repelente químico da água de chuva. Esse método faz com que a água se transforme em
pequenas bolinhas que cobrem somente uma porção da superfície do vidro e a área entre as
bolinhas permanece seca, o luxo de ar em alta velocidade remove continuamente as bolinhas de
água, deixando uma grande parte da janela seca.
NOTA: o sistema repelente de chuva não deve ser operado em janelas secas, isso porque a
quantidade de insolúveis de repelente restringirá a visibilidade na janela. Se o sistema for
operado acidentalmente, não ligar o limpador de pára-brisa ou o sistema removedor de
chuva porque isso tende a aumentar a mancha.
As palhetas limpadoras de pára-brisa são acionadas por um motor elétrico que é alimentado
pelo sistema elétrico da aeronave. Os limpadores de pára-brisa são operados por sistemas
separados para garantir uma visão clara por uma das janelas caso venha a falhar um dos
sistemas.
Em cada painel de pára-brisa fica instalado um limpador elétrico e cada um é acionado por um
conjunto de moto-conversor. Os conversores transformam o movimento rotativo do motor em
outro alternativo para o comando dos braços das palhetas.
O sistema também conta com um detector de gelo que manda informação para o tripulante e
também para o controle do sistema liberando a sua utilização.
SISTEMA DE COMBUSTÍVEL
O combustível é uma substância que, quando combinado com o oxigênio, queima e produz
calor. Os combustíveis podem ser classificados de acordo com o seu estado físico: sólido, líquido
e gasoso.
O combustível líquido, em muitos aspectos, são os combustíveis ideais para o uso em motores
de combustão interna e podem ser classificados como: voláteis e não voláteis.
O tipo mais simples de alimentação é por gravidade, o qual está ainda em uso em muitas
aeronaves de baixa potência e altitude. As aeronaves equipadas com motores de alta potência e
que vôo a grandes altitudes, requerem um sistema que forneça combustível com uma pressão
positiva; a fonte básica para esta pressão positiva é uma bomba de combustível acionada pelo
motor da aeronave, porém bombas auxiliares (elétricas) são necessárias em cada sistema de
alimentação com o seguinte propósito: para suprir a pressão de combustível para a partida do
motor, manter um fluxo constante de combustível para alimentar a bomba do motor, serve como
uma bomba de emergência no caso de falha da bomba acionada pelo motor.
Os tanques de combustível são feitos de um material que não reagem quimicamente com o
combustível de aviação, a liga de alumínio é amplamente usada e a borracha sintética é usada
em tanques do tipo célula de combustível.
Usualmente o ponto mais baixo do tanque funciona como um decantador onde é instalado um
dreno, nesse local não é retirado à alimentação de combustível, pois a água, proveniente da
condensação do combustível, tem sua densidade maior que a do combustível e tende a ficar
depositado na parte mais baixa do tanque. O tanque é ventilado com ar externo mantendo assim
a pressão atmosférica no seu interior e os suspiros (VENTS) são projetados para diminuir a
possibilidade de seu bloqueio por sujeira ou formação de gelo, com a finalidade de permitir
rápidas mudanças na pressão interna, o seu tamanho é proporcional ao tamanho do tanque
evitando o colapso do mesmo em uma acentuada subida ou descida.
Cada linha é identificada por meio de uma cinta colorida de codificação, todas as tubulações
devem ser presas a estrutura da aeronave através de braçadeiras.
Esta bomba também é usada para transferir o combustível de um tanque para o outro através
das válvulas de transferência de combustível (CROSS FEED). Para aumentar a capacidade da
bomba sob condições de emergência, muitas bombas têm suas velocidades variáveis, de tal
modo que a pressão recomendada de combustível na entrada da bomba acionada pelo motor
possa ser mantida e como medida de precaução as bombas são sempre ligadas durante todo o
vôo, visando garantir uma alimentação positiva de combustível.
Válvulas – são instaladas no sistema de combustível para prover um meio de cortar o fluxo
de combustível, na seleção do tanque e motor, na alimentação cruzada (CROSS FEED), no
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retorno do combustível e na transferência de combustível. O tamanho e quantidade de válvulas
variam de uma aeronave para outra.
FORÇA HIDRÁULICA
A larga utilização de meios hidráulicos, tanto para a multiplicação de força como nos
mecanismos de controle, se deve ao fato dos líquidos possuírem duas propriedades físicas que
lhes dão uma vantagem especial na transmissão de força.
Primeiro todos os líquidos são praticamente incompressíveis; a ligeira redução de volume que
pode ocorrer na compressão serve como amortecimento, suavizando o choque da partida e da
parada. Mesmo quando submetido a pressões de centenas de quilogramas por centímetro
quadrado, a variação de volume é desprezível. A significação prática dessa propriedade é que
pressões exercidas sobre uma superfície de um líquido confinado são transmitidas integralmente
a outras superfícies.
A segunda propriedade que trona os líquidos ideais para a transmissão de força é a sua
capacidade de multiplicá-la. Esta propriedade foi descoberta por Pascal e originou o princípio de
Pascal cujo enunciado é: “a pressão exercida em um ponto de uma massa líquida em equilíbrio
se transmite integralmente a todos os outros pontos dessa massa”.
Portanto, os fluidos utilizados para fins hidráulicos devem desempenhar duas funções:
transmitir força e lubrificar as superfícies atritantes de todas as peças do sistema, além disso,
devem absorver parte do calor desenvolvido pelo atrito durante a operação dos mecanismos.
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Existem três tipos de fluidos hidráulicos, que são: fluidos de base vegetal (tem sua coloração
azul e não são utilizados na aviação por conter em sua composição álcool, que além de congelar,
ser corrosivo, ainda são extremamente inflamáveis), fluidos de base mineral (tem sua coloração
vermelha e é largamente empregado na aviação de médio porte, por ter menor poder corrosivo,
ter boa lubrificação e é resistente ao fogo) e os fluidos sintéticos (tem sua coloração púrpura e
são largamente empregados na aviação de grande porte. por ter boa lubrificação, tem melhor
qualidade de lubrificação, não congela e é muito resistente ao fogo).
O sistema hidráulico de uma aeronave é composto por: reservatórios, filtros, bombas, linhas,
válvulas de controle de fluxo, atuadores, sensores e indicadores do sistema, acumuladores,
motores hidráulicos.
O reservatório possui as seguintes funções: suprir o sistema, repor fluido perdido por
vazamento no sistema, garantir a permanência do fluido com aumento do volume por expansão
térmica no seu interior, permitir a liberação de bolhas de ar proveniente do sistema e permitir a
isolação e eliminação de partículas estranhas ao sistema.
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Filtros – é uma unidade utilizada para limpeza do fluido hidráulico e que previne as partículas
estranhas ou substâncias contaminantes que porventura venham a entrar ou tentar entrar em
contato com o interior do sistema hidráulico.
Motores hidráulicos – esses motores não podem de maneira nenhuma ser confundidos
com os motores elétricos; porque é simplesmente uma bomba do tipo pistão onde o fluido
hidráulico é introduzido na entrada de pressão do motor, e a movimentação dos pistões para
cima, quando operadas, produz um movimento rotativo ou linear que serve para acionar
geradores elétricos de emergência, flapes das asas, bombas de combustível em emergência, etc.
TREM DE POUSO
É um conjunto de partes por meio das quais a aeronave se apóia no solo ou se mantém na
superfície da água (aeronaves aquáticas que ao invés de rodas são substituídas por flutuadores).
O trem de pouso é composto por: trens principais, trem de nariz (o único que tem a função
direcional da aeronave, para aeronaves que tem sua roda direcional na parte traseira da
aeronave é chamado de bequilha).
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Os trens de pouso principais podem ser presos diretamente à estrutura primária da aeronave
pelo montante ou pelo cilindro do amortecedor e são geralmente equipadas com carenagens de
formato aerodinâmico para reduzir a resistência ao avanço.
O trem de pouso escamoteável foi desenvolvido com a finalidade de eliminar tanto quanto
possível a resistência ao avanço devido à exposição do trem durante o vôo. A perna principal do
trem de pouso em geral é constituída de um cilindro amortecedor, rodas, conjunto de freios, pinos
de articulações, braço de torção (tesoura), braços laterais (superior e inferior), cilindro de atuação
e travas do trem na posição retraído e distendido.
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A retração do trem principal é feita por meio do cilindro atuador que é acionado através de
pressão hidráulica, que gira a perna em torno do pino de articulação até que fique
aproximadamente na posição horizontal. Quando a perna atinge a posição de retração total, um
pino existente no amortecedor engata em uma trava que mantém a perna nessa posição (trava do
trem em cima).
No geral, os trens de pouso são equipados com um pino de segurança que impede uma
retração acidental do trem de pouso quando a aeronave estiver no solo. Esse pino deve ser
removido antes do vôo, caso contrário o trem de pouso não irá recolher.
Nas aeronaves dotadas de trem de pouso convencional, a roda de bequilha pode ser retrátil ou
fixa. O tipo fixo é encontrado geralmente em aeronaves relativamente pequenas e lentas,
enquanto o tipo retrátil é mais encontrado em aeronaves mais velozes. Em geral, essa perna
auxiliar pode girar livremente, embora muitas estejam ligadas ao sistema de comando do leme de
direção; outras ainda possuem um mecanismo na cabine de comando que permite ao piloto travar
a perna com as rodas alinhadas para decolagem.
Nas aeronaves mais modernas emprega-se o trem de pouso do tipo triciclo, no qual a roda
auxiliar fica localizada no nariz da aeronave (trem de pouso de nariz). A operação do trem de
pouso de nariz é parecida com a do trem de pouso principal e o movimento de distensão ou
retração se faz na direção do eixo longitudinal da aeronave.
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O trem de nariz também é equipado com travas para as posições retraídas e distendidas que
operam da mesma maneira que as do trem principal. Na maioria das aeronaves modernas a roda
de nariz é dotada de um sistema direcional sendo comandado hidraulicamente através de um
pequeno volante localizado no cockpit.
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Existe no interior do trem de pouso de nariz um “came” ou pino de centro que mantém sempre
as rodas de nariz alinhadas, portanto, as rodas de nariz sempre estarão centradas quando o trem
está sendo baixado ou recolhido.
Este sistema só tem ação exclusivamente no solo e com velocidades relativamente baixas,
portanto o sistema fica inoperante em vôo. Suas principais funções são:
- Transmitir o movimento do volante instalado no cockpit para a válvula seletora através de cabos,
hastes, tambores e polias;
- Em alguns modelos de aeronaves, trava o volante no cockpit, evitando assim o seu movimento
com o trem recolhido.
- Válvulas de alívio;
- Válvulas unidirecionais;
- válvulas restritoras.
Em algumas aeronaves, para proteger a parte traseira da fuselagem contra uma possível batida
da cauda no solo (TAIL STRIKE) durante pousos ou decolagens é instalado um protetor de cauda
(TAIL SKID). Esse protetor pode ser um simples amortecedor de borracha ou pode ser constituído
de uma sapata de aço com um amortecedor do tipo hidro-pneumático. Uma das extremidades da
sapata é fixada a fuselagem por meio de uma articulação e a outra extremidade fixada no pistão
do amortecedor e o corpo do amortecedor tem sua base fixada à estrutura da fuselagem.
O amortecedor dos trens de pouso tem como finalidade reduzir a intensidade dos choques
transmitidos à estrutura da aeronave durante o pouso e o taxi. A maioria das aeronaves de médio
e grande porte utiliza amortecedores do tipo hidráulico-pneumático, a principal vantagem deste
tipo para os demais consiste no fato de não transmitir a força do impacto com o solo de volta a
aeronave. As partes básicas deste modelo de amortecedor são: o pistão e o cilindro.
No geral, a na parte inferior do cilindro existe uma câmara que fica cheia de fluido e na parte
superior fica a outra câmara carregada com nitrogênio. O pistão possui um ou vários furos
calibrados na sua cabeça, quando a aeronave pousa, o fluido é forçado a passar da câmara
inferior do cilindro através dos furos calibrados da cabeça do pistão para a câmara superior, na
medida em que esse óleo passa o nitrogênio vai se comprimindo, permitindo que o pistão do
amortecedor seja retraído lentamente, com isso absorvendo o impacto de pouso. Os impactos
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ocorridos durante o taxi são absorvidos mesmo depois que o óleo tenha passado para a parte
superior do cilindro, essa ação de amortecimento é efetuada pelo nitrogênio comprimido na
câmara superior que não deixa o pistão atingir a parte superior do cilindro, forçando o óleo a
retornar para câmara inferior lentamente.
Na maioria das aeronaves de médio e grande porte existe um dispositivo instalado nos motores
que auxilia na parada da aeronave logo após o pouso chamado reversor de empuxo; mas em
todas as aeronaves é instalado um sistema de freio, que tem como finalidade permitir que a
aeronave possa ser freada durante as operações de pouso, taxi e estacionamento.
Os sistemas de freios utilizados nas aeronaves podem ser classificados em: mecânicos,
hidráulicos e pneumáticos e o tipo de freio utilizado em aeronaves podem ser:
A maioria dos freios empregados atualmente é do tipo de discos múltiplos, embora o freio a
tambor e o freio a disco singelo sejam ainda encontrados em aeronaves de pequeno porte.
Os freios de discos múltiplos utilizam discos giratórios intercalados entre discos fixos que
constituem os elementos de frenagem, na roda existem ressaltos que encaixam nos discos
giratórios, esses discos vão girar junto com a roda. Para funcionarem como freios, os discos são
comprimidos uns contra os outros por meio de um conjunto de pistões, acionados por pressão
hidráulica.
Os pneus de uma aeronave ajudam a absorver o impacto com o solo até certo limite, isso
porque os pneus armazenam o impacto ao invés de absorvê-lo e, num pouso violento, tendem a
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transmitir esse impacto para a aeronave fazendo ela ricochetear. As principais matérias primas
empregadas na fabricação dos pneus são:
- Borracha natural, sintética e recuperada;
Os talões proporcionam rigidez e resistência, impedindo a saída do pneu do seu aro. O talão é
constituído principalmente de arame de aço de elevada resistência à tração, o qual é coberto de
bronze ou cobre a fim de proporcionar melhor adesão da borracha e resistência a corrosão.
Várias lonas ou camadas de cordonéis coberto de borracha constituem a carcaça dos pneus
modernos para proporcionar uma capacidade de resistir aos impactos. O contorno da carcaça é
revestido com uma camada espessa de borracha e a banda de rodagem constitui a superfície de
atrito do pneu com o solo.
O tamanho de um pneu é determinado por três dimensões cujos valores são impressos na
parede lateral em polegadas, na seguinte ordem: diâmetro total, largura e diâmetro do talão. Por
exemplo: 32 x 10.75 – 14 indicam um pneu com um diâmetro total de 32 polegadas por 10.75
polegadas de largura e o diâmetro do talão de 14 polegadas. Em certos tipos de pneus podem
aparecer somente duas dimensões impressos na parede lateral, nesse caso se entre os valores
aparecer um sinal de multiplicação, isso significa que somente está indicado o diâmetro total e a
largura do pneu (32 x 10.75); mas se caso entre os valores estiver um sinal de subtração, isso
significa que somente está indicado à largura e o diâmetro do talão (10.75 – 14).
Além do nome do fabricante e dos valores que indicam o tamanho do pneu, nas paredes
laterais geralmente tem outras inscrições gravadas destinadas ao controle manutenção tais como:
número de código e o número de série do pneu, data da ultime recapagem, etc.
Quanto à maneira de reter o nitrogênio em seu interior, os pneus podem ser do tipo
convencional (com câmara) ou do tipo sem câmara. Em algumas aeronaves os pneus instalados
no trem de pouso de nariz têm sua construção diferenciada com abas defletoras que é um flange
ou pestana saliente de borracha localizada logo abaixo do ombro em uma ou em ambas as
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paredes laterais, esse flange é construído de modo a desviar para baixo a água deslocada pela
banda de rodagem reduzindo os riscos de ingestão de água pelos motores.
Entre as ranhuras da banda de rodagem existem barras de borrachas para serem utilizadas
como indicadores de desgaste, o limite da banda de rodagem terá sido atingida quando as barras
tiverem sido gastas até a base das ranhuras que as contém; para os pneus que não possuem
barras indicadoras de desgaste, a ranhura central serve como indicadora de desgaste. Se a
banda de rodagem não possuir uma ranhura central, deve-se usar como referência duas ranhuras
situadas uma de cada lado e a igual distância da linha de centro do pneu.
A combustão é uma reação que se processa em cadeia, que após a partida inicial, é mantida
pelo calor produzido durante o processamento da reação. A cadeia de reações, formada durante
a combustão, propicia a formação de produtos intermediários instáveis, principalmente radicais
livres, prontos a se combinarem com outros elementos, dando origem a novos radicais, ou
finalmente, a corpos estáveis. Conseqüentemente, sempre teremos a presença de radicais livres
em uma combustão. A estes radicais livres cabe a responsabilidade de transferir a energia
necessária à transformação da energia química em calorífica, decompondo as moléculas ainda
intactas e, desta vez, provocando a propagação do fogo numa verdadeira cadeia de reação.
Para que haja uma combustão completa é necessário que a porcentagem de oxigênio esteja
na faixa de 13% a 21%. Caso esta faixa esteja entre 4% e 13% a combustão será incompleta, ou
ainda, não se processará, em porcentagens inferiores a 4%.
Calor - é a condição favorável que provoca a interação entre os dois reagentes, sendo este o
elemento de maior importância no triângulo do fogo, uma vez que é responsável pelo início do
processo de combustão, já que os dois outros reagentes, em condições naturais, encontram-se
permanentemente associados.
O sistema de proteção contra fogo compreende os sistemas de detecção e extinção, sendo que
o sistema de detecção proporciona os meios para detectar o fogo e/ou condições de
superaquecimento, alertando os tripulantes com avisos sonoros e visuais e o sistema de extinção
fornece meios para combater o fogo.
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Entende-se por sistema de prevenção e combate a incêndios, o conjunto de meios com o qual
se pode dar início à ação de extinção do fogo quando da ocorrência de sinistros.
-Sistema fixo;
-Sistema portátil.
Nos sistemas fixos, podemos citar a detecção de super aquecimento e fogo dos motores e apu,
detectores de fumaça dos compartimentos de cargas e bagagens e toaletes.
O alarme de fogo e/ou superaquecimento é indicado por luzes no módulo de proteção contra
fogo (mais conhecidos como punhos de fogo), acompanhado de uma campainha de aviso
localizado no cockpit da aeronave. Esse módulo possui todos os componentes necessários para
avisar ao tripulante sobre fogo e/ou superaquecimento, como também permite fazer o teste do
sistema.
O APU também possui um método de extinção localizado na parte externa da aeronave, que
consiste em: um painel remoto de controle, uma luz vermelha, um SWITCH de corte da buzina,
uma manete de emergência e o SWITCH de descarga do extintor. Em algumas aeronaves
quando é feito o corte do APU pelo painel remoto automaticamente é disparado à garrafa
extintora.
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Para cada motor existem duas garrafas de halon com uma espoleta cada e um manômetro. As
garrafas são ligadas aos motores através de dutos (MANIFOLDS) e para cada motor existem
SWITCHES localizados no cockpit (módulo de proteção contra fogo) que proporcionam meios de
selecionar e disparar qualquer uma das garrafas. O sistema de extinção do APU consiste em uma
garrafa igual a dos motores, sendo de um tamanho menor, ligada por meio de dutos à carcaça do
APU.
No caso de alarme de fumaça nos toaletes, acenderá uma luz de cor âmbar e um alarme
sonoro avisando tanto no cockpit como na cabine de pax. O seu sistema de extinção consiste em
uma garrafa extintora que tem seu acionamento automático quando a lixeira do toalete atingir
uma temperatura aproximadamente de 79°C, isso acionará o mecanismo de extinção de fogo
dentro da lixeira e seu tempo de duração será de 3 a 15 segundos. O extintor pode ser de
HALON 1301(FREON 13 B-1) ou de HALON 1211, mais conhecido como BCF
(BromoCloridiFluormetano).
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Existe também em cada lixeira, normalmente em sua tampa uma fita indicadora de temperatura
que tem a função de indicar se houve excesso de temperatura no interior da lixeira, em condições
normais sua cor é cinza, mas quando a temperatura fica elevada sua cor muda para preto.
O extintor de halon tem um formato de uma garrafa sendo menor que o extintor de água e sua
cor é vermelha, o gás em seu interior pode ser o halon 1301(freon 13) ou halon 1211(BCF), sua
utilização pode ser em qualquer tipo de fogo. Seu modo de usar é simples: utilizar mascara FULL
FACE, acoplada à garrafa de oxigênio; retirar o extintor da alça de fixação e remover o lacre de
segurança; apontar para base do fogo; apertar o gatilho; após a extinção, fazer o rescaldo da
área afetada.
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O extintor de água tem um formato cilíndrico sendo maior que o extintor de halon e sua cor é
verde, sua utilização especificamente em fogos tipo A, ou seja, tecidos,papeis,estofados;não
podendo ser utilizado em fogo de origem elétrica,derivado de petróleo e cabine de comando.Seu
modo de usar é simples: retirar o extintor da alça de fixação,conduzi-lo pelo punho até as
proximidades do fogo,girar o punho no sentido horário rompendo o lacre até que o mesmo
encontre o batente liberando o gatilho,acionar o gatilho,dirigir o jato de água para base da chama.
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FORÇA ELÉTRICA
Toda aeronave depende de um sistema elétrico seja para dar a partida no motor ou até mesmo
para alimentar os diversos sistemas da aeronave. Nas aeronaves mais antigas a energia elétrica,
obtida através de uma bateria, era basicamente para alimentar o sistema de ignição e motor de
partida, uma vez funcionado o motor, seu gerador alimentava as velas mantendo-o em
funcionamento, pois seus instrumentos funcionavam baseados nas pressões estáticas e
dinâmicas.
Com a evolução das aeronaves foi introduzido instrumentos cada vez mais sofisticados e mais
eletrônicos, sendo necessária a utilização de um sistema elétrico mais potente. Atualmente nas
aeronaves de médio e grande porte ainda encontramos baterias de bordo de níquel cádmio, 24
volts e aproximadamente 22 ampéres/hora de capacidade, seja para alimentar os sistemas de
rádio, instrumentos, iluminação, para dar a partida em outras unidades de força auxiliar (APU) ou
na maioria das aeronaves, funciona como um sistema de emergência ou reserva.
Nas aeronaves a força 28 volts AC é obtida por meio de autotransformadores que baixam a
tensão de 115/200 volts AC para 28 volts AC, mas, nem tudo são 28 volts AC, alguns
instrumentos e sistemas são 28 volts DC, nesse caso existem transformador-retificadores (TR)
que convertem a corrente alternada de 115/200 volts em corrente de 28 volts DC com uma
capacidade aproximadamente de 50 ampéres cada. Existe também inversor do tipo estático,
alimentados pela bateria de bordo, que converte a corrente 28 volts DC em 115/200 volts AC, 400
hertz, corrente monofásica.
No solo o gerador do APU é usado para alimentar todo o sistema elétrico da aeronave e em
vôo o mesmo pode alimentar uma parte do circuito. Também no solo, uma fonte de força elétrica
externa (GPU) pode ser conectada na aeronave e alimentar todo o seu sistema elétrico.
- CSD (Constant Speed Drive) – é uma peça instalada no motor junto com o gerador e sua
finalidade é converter a rotação variável do motor em uma rotação constante para acionamento
do gerador. A CSD mantém uma rotação aproximada de 6.000 RPM, independente do regime do
motor e com isso mantém igualmente constante a freqüência do gerador em 400 HZ.
- GCU (Generator Control Unit) – é a unidade de controle do gerador, instalado uma para cada
motor e uma para o APU, é uma unidade com várias funções tais como: regulador de voltagem,
alimentador da corrente de excitação, limitador de tensões de saída e protetor do sistema de
geração de força elétrica. Na função de regulador de voltagem, controla a corrente que vai para o
campo do gerador mantendo desse modo constante a voltagem de saída em 115/200 volts e na
função de painel de controle ele controla o funcionamento, protege o sistema quando há uma
falha e fornece 28 volts DC para operação do sistema.
- BPP (Bus Protection Panel) – é o painel de proteção da barra que tem por finalidade controlar e
proteger o sistema de força externa.
- GB (Generator Breaker) – é um relé que serve para ligar ou desligar o gerador d sua barra.
- GB do APU – é um relé igual ao dos geradores dos motores e serve para que o gerador do APU
alimente as barras dos geradores nº 1 e nº 2 através dos respectivos BTBs.
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- BTB (Bus Tie Breaker) – é um relé igual ao GB e serve para que a força externa ou o gerador do
APU alimente a barra do gerador.
- EPC (External Power Contactor) – é um relé comum que tem a finalidade de permitir que a força
externa alimente as barras de carga da aeronave através dos BTBs.
- GCR (Generator Control Relay) – é um relé de travamento magnético e tem duas bobinas uma
para fechar e outra para abrir, que quando fechado permite que o regulador de voltagem alimente
o campo do gerador e quando aberto o campo do gerador fica desenergizado e sua voltagem fica
em torno dos 15 volts (gerador girando).
- Gerador AC – tem como finalidade gerar energia elétrica alternada, trifásica, 115/200 volts, 400
hertz e cada unidade compõem-se internamente de dois geradores: um gerador principal e um
gerador excitador.
Cada gerador é conectado ao motor por meio de uma transmissão de velocidade constante
(CSD) que tem por finalidade converter uma rotação variável em rotação constante para que o
gerador mantenha sua freqüência. A CSD possui um sistema hidráulico e um sistema diferencial
mecânico que efetuam a função somatória de velocidade, no seu interior existe um reservatório
de óleo que é pressurizado pelo seu próprio óleo de retorno, fora da CSD (no motor) está
localizado um radiador de óleo ou trocador de calor que serve para refrigerar o óleo podendo ser
refrigerado com ar do fan ou pelo combustível.
GERADOR AC:
O gerador é de corrente alternada, trifásico, 115/200 volts e 400 hertz e composto internamente
de dois geradores: um gerador principal e outro excitador. O excitador tem como finalidade excitar
o campo do gerador principal. O induzido excitador é de corrente alternada e trifásica, um
conjunto de retificadores presos ao eixo do rotor convertem a corrente alternada em corrente
continua para alimentar o campo rotativo do gerador principal.
A corrente de saída do gerador é enviada a GCU que irá regular a voltagem e monitorar seu
funcionamento, quando a voltagem de saída do gerador cai abaixo do valor ajustado, o regulador
de voltagem manda uma corrente maior para o campo excitador, aumentando a corrente no
induzido e a corrente para o campo rotativo, com isso a voltagem volta ao seu valor normal e
vice-versa.
Na maioria dos sistemas elétricos das aeronaves existem barras de transferência (TRANSFER
BUS), os relés de transferência são energizados normalmente pelas respectivas barras dos
geradores e tem a função de permitir uma alimentação cruzada, ou seja, quando há perda de um
dos geradores, o barramento elétrico afetado passa a ser alimentado pelo outro gerador. Existe
também um sistema de reserva (STANDBY), que serve para fornecer força aos sistemas
essencial AC através do inversor estático e DC através das baterias.
Na parte externa da aeronave existe um receptáculo com uma tomada de força que,
dependendo da aeronave, pode ser conectado uma fonte de energia 115/200 volts, 400 Hz AC ou
28 volts DC (GPU) fornecendo energia elétrica aos barramentos elétricos dos geradores da
aeronave no solo.
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CIRCUITOS DE PROTEÇÃO:
Para que o sistema funcione perfeitamente e sem condições de risco existem circuitos de
proteção. Uma das funções da GCU é a de proteger o sistema elétrico quando houver condições
anormais, abaixo segue as seguintes proteções fornecidas pela GCU:
MEDIÇÃO AC E DC:
Agradecimentos: