1. O que é uma residência técnica? E quais são os desafios
apresentados pelos expositores (Rodrigo e Brena)? A residência técnica no serviço social é uma importante estratégia de formação profissional que possibilita aos estudantes uma experiência enriquecedora e significativa, mas que enfrenta diversos desafios que precisam ser enfrentados de forma colaborativa e comprometida por parte de todos os envolvidos uma delas é a falta de autonomia e remuneração justa.
2. O que é o direito penal, código penal e penas alternativas? (Pesquisa
geral) O direito penal é um ramo do direito que trata das normas jurídicas que definem os crimes, estabelecem suas penalidades e determinam os procedimentos a serem seguidos para a aplicação da lei em casos de violação dessas normas. Em suma, o direito penal regula as condutas consideradas criminosas pela sociedade e estabelece as consequências jurídicas para quem as pratica. O Código Penal é o principal instrumento legal que contém as normas relativas ao direito penal em um determinado país. Ele especifica os tipos de crimes, suas definições, penas e procedimentos processuais correspondentes. O Código Penal pode variar de país para país, refletindo as diferenças culturais, sociais e políticas de cada nação
3. O que Rocha (2020) entende por juvenicídio e qual a relevância desse
assunto ao Serviço Social? Rocha (2020) compreende o juvenicídio como um fenômeno complexo que vai além do simples registro de jovens assassinados. O termo se refere a processos de precarização, vulnerabilidade, estigmatização, criminalização e morte. O juvenicídio é entendido a partir de múltiplas determinações que estão na esfera econômica, social, política e cultural. No contexto do Estado Neoliberal de cunho penal, a simbiose entre racismo, Guerra às Drogas e encarceramento em massa consolida o juvenicídio no Brasil. Mecanismos racistas historicamente construídos no Brasil, somados à adesão da política proibicionista dos EUA, determinam o controle da juventude negra e pobre. A relevância desse assunto para o Serviço Social é evidente, pois esses fenômenos se cruzam com o Serviço Social em diferentes esferas. O Serviço Social tem um papel crucial na luta contra as injustiças sociais e na defesa dos direitos humanos. Portanto, entender e combater o juvenicídio é fundamental para a prática profissional dos assistentes sociais.
4. Por que Rocha (2020) fala de racismo no âmbito penal?
Rocha (2020) discute o racismo no âmbito penal porque o racismo estrutural, em suas interseções com o classismo, leva ao encarceramento em massa através das ações do sistema de justiça criminal. O racismo estrutural é uma política de opressão sistemática responsável por determinar várias desigualdades. No contexto brasileiro, o racismo estrutural e a segregação social na esfera punitiva penal são evidentes. A sobrerrepresentação sociorracial de negros e pobres no sistema prisional é um reflexo disso. O ciclo de processos que leva à condenação expõe o circuito de desvantagens acumulativas a que as pessoas negras e pobres estão sujeitas. Portanto, a discussão sobre o racismo no âmbito penal é crucial para entender e combater as desigualdades raciais e sociais presentes no sistema de justiça criminal.
5. O que é justiça restaurativa conforme o TJ-PR e quais são suas
contribuições? (ManualdoTJ) A Justiça Restaurativa, conforme o Manual do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), é um processo que envolve ativamente todas as partes afetadas por um conflito ou delito - vítimas, infratores e comunidade - em um diálogo construtivo e reflexivo. Ela parte do princípio de que os conflitos e delitos afetam não apenas as partes envolvidas, mas também as comunidades e a sociedade como um todo. As contribuições da Justiça Restaurativa são diversas: Resolução de conflitos: A Justiça Restaurativa oferece uma abordagem alternativa para a resolução de conflitos, focada na reparação do dano causado e na restauração das relações rompidas. Envolvimento da comunidade: Ela promove o envolvimento da comunidade na resolução de conflitos, o que pode levar a soluções mais satisfatórias e duradouras. Prevenção do crime: Ao abordar as causas subjacentes do comportamento criminoso, a Justiça Restaurativa pode ajudar a prevenir futuros crimes. Humanização do sistema de justiça: Ela humaniza o sistema de justiça, ao focar nas necessidades das vítimas e na responsabilização dos infratores. Portanto, a Justiça Restaurativa é uma ferramenta valiosa para a promoção da justiça, da paz e da harmonia social
6. O que é o encarceramento em massa e quais suas relações com o
direito penal (Rocha,2020)? O encarceramento em massa é um fenômeno que se refere ao aprisionamento em larga escala de uma população específica, geralmente associada a políticas de “tolerância zero” e ao endurecimento das leis penais. No contexto brasileiro, o encarceramento em massa está intimamente ligado ao racismo estrutural e à segregação social. Rocha (2020) discute o encarceramento em massa no contexto do direito penal e aponta que o sistema econômico vigente, o encarceramento em massa e a crise carcerária estão interligados. Ele argumenta que o atual quadro de encarceramento em massa serve como um mecanismo que acentua a exclusão, a opressão e o extermínio de uma determinada classe e raça no seio da sociedade capitalista. Portanto, o encarceramento em massa é um reflexo das desigualdades sociais e raciais presentes na sociedade e no sistema de justiça criminal. É uma questão complexa que exige uma abordagem crítica e reflexiva do direito penal.
7. Por que Rocha (2020) explica que o proibicionismo e a guerra às
drogas precisa ser compreendido para se pensar no encarceramento e no juvenicídio?
Andréa Pires Rocha, em seu trabalho, argumenta que o
proibicionismo e a guerra às drogas têm um papel crucial no encarceramento e no juvenicídio, especialmente entre jovens negros e pobres no Brasil. Ela sugere que essas políticas não são coincidências, mas sim uma estratégia deliberada de controle dessas populações.
Rocha (2020) analisa o proibicionismo e a guerra às drogas sob a
perspectiva do racismo estrutural e do autoritarismo. Ela argumenta que essas políticas são parte de uma resposta autoritária à crise do capital, que é seletiva e reforça mecanismos de controle justificados pela guerra às drogas. Esses mecanismos incidem sobre os corpos e qualquer vestígio de vida de negros e pobres. O termo “juvenicídio” é usado para descrever os processos de precarização das vidas que têm como ápice mais crítico as mortes violentas. Rocha (2020) sugere que o proibicionismo e a guerra às drogas contribuem para o juvenicídio ao perpetuar a violência e o encarceramento contra jovens negros e pobres. Portanto, para entender completamente o encarceramento e o juvenicídio, é essencial considerar o papel do proibicionismo e da guerra às drogas, bem como as estruturas de racismo e autoritarismo que os sustentam.
8. O que é redução de danos e por que o uso de substâncias
psicoativas (SPA) precisa ser tratado enquanto questão de saúde pública? (Material anexo). A Redução de Danos (RD), também conhecida como Redução de Riscos, é uma abordagem ética e humanizada que visa tratar e controlar os efeitos das drogas nos usuários. Essa estratégia consiste em um conjunto de ações que orientam pessoas usuárias de entorpecentes aos cuidados básicos e mínimos de saúde, evitando o abuso e diminuindo a dependência. A RD surgiu na Holanda na década de 1980 com o objetivo de combater e diminuir os casos de contaminação por Hepatite B e HIV/Aids entre usuários de drogas. No Brasil, a RD foi implementada a partir de 1989 na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, com o objetivo de controlar a epidemia da Aids. O uso de substâncias psicoativas (SPAs) precisa ser tratado como uma questão de saúde pública por várias razões. Primeiramente, o consumo de SPAs aumenta a probabilidade de transtornos psiquiátricos, especialmente quando se refere ao uso de múltiplas substâncias. Isso pode levar a um maior risco de suicídio. Além disso, o uso abusivo de drogas afeta não apenas o indivíduo, mas também a família e a sociedade como um todo. Portanto, a abordagem de Redução de Danos é fundamental para lidar com o uso de substâncias psicoativas de uma maneira que respeite a dignidade e os direitos humanos dos usuários, ao mesmo tempo em que busca minimizar os danos associados ao uso dessas substâncias.
9. A partir da aula ampliada sobre atuação do Assistente social no
sociojurídico caracterize esse campo de atuação e mencione um dos desafios mais evidentes nesse espaço socio-ocupacional? (texto de apoio no link: https://www.scielo.br/j/sssoc/a/m7fYNtwTngwKyg3N7DWB8yS/? format=pdf)
A atuação do assistente social no campo sociojurídico é um trabalho
complexo e multifacetado que envolve a interação com diversas instituições e indivíduos. Este campo de atuação abrange o trabalho em contextos jurídicos, como tribunais, ministérios públicos, defensorias públicas, entre outros; O assistente social no campo sociojurídico tem como objetivo principal garantir os direitos dos indivíduos, especialmente aqueles que estão em situação de vulnerabilidade. Isso envolve a realização de estudos sociais, a elaboração de relatórios e pareceres, a mediação de conflitos, a orientação e o encaminhamento para serviços de apoio, entre outras atividades. Um dos desafios mais evidentes nesse espaço socio-ocupacional é a necessidade de um constante aprofundamento sobre as diversas legislações, aperfeiçoamento contínuo e disposição para se qualificar em virtude das exigências postas por este setor de atuação. Além disso, o assistente social precisa lidar com a alta demanda de trabalho e a complexidade dos casos, que muitas vezes envolvem questões delicadas e emocionalmente desgastantes. Outro desafio importante é a necessidade de navegar pelas complexidades do sistema jurídico e das políticas sociais, muitas vezes tendo que mediar entre as necessidades dos indivíduos e as limitações do sistema. Isso requer uma compreensão profunda das leis e regulamentos, bem como habilidades de advocacia e negociação. Portanto, a atuação do assistente social no campo sociojurídico é um trabalho desafiador, mas essencial para garantir a justiça social e os direitos dos indivíduos.
10. Considerando a discussão da assistente social, explique os motivos
pelos quais o Serviço Social se posiciona contra a ideia de criminalização por meio de alienação parental (Nota técnica do CFESS: https://www.cfess.org.br/arquivos/nota-tecnica-LAP-2022- dez.pdf)
O Serviço Social se posiciona contra a ideia de criminalização por
meio de alienação parental por vários motivos. Primeiramente, a criminalização da alienação parental pode resultar em consequências negativas para o desenvolvimento do menor, pois a detenção do progenitor/alienador pode privar a criança da convivência com a bilateralidade parental. Além disso, o Serviço Social entende que a solução para casos de alienação parental deve ser a restauração da estabilidade psicoemocional do ambiente familiar, e não o simples afastamento pela prisão. Outro ponto importante é que a atuação profissional do assistente social é atravessada por requisições conservadoras em um cenário de crescente criminalização e judicialização. No entanto, o papel profissional não almeja a punição dos sujeitos cujas demandas encontram-se judicializadas, sendo fundamental aos assistentes sociais uma compreensão das relações sociais em uma perspectiva de totalidade. Portanto, o Serviço Social se opõe à criminalização da alienação parental, pois acredita que essa abordagem pode ser prejudicial para as crianças envolvidas e não está alinhada com os princípios éticos e políticos da profissão.
11. Sobre a produção de documentos como o estudo social, houve a
reflexão de que deve ser feita a indicação de parecer, ou seja, é uma demanda se posicionar. Explique como e porquê deve haver esse posicionamento dos(as) profissionais perante os processos que atuam? (Aula e pesquisa geral)
A produção de documentos como o estudo social é uma parte
fundamental do trabalho do assistente social. Esses documentos permitem a sistematização da intervenção desenvolvida pelos assistentes sociais e estudantes tanto nos processos investigativos sobre a realidade social, os sujeitos e o processo de intervenção profissional. O parecer social é um dos documentos que o assistente social produz e é onde o profissional expressa sua opinião técnica sobre a situação investigada. O posicionamento do assistente social é importante por várias razões:
Competência ético-política: O assistente social não é um profissional
“neutro”. Sua prática se realiza no marco das relações de poder e de forças sociais da sociedade capitalista – relações essas que são contraditórias. Portanto, o posicionamento do assistente social é fundamental para garantir a observância dos princípios éticos e da lei que regulamenta a profissão. Competência teórico-metodológica: O profissional deve ser qualificado para conhecer a realidade social, política, econômica e cultural com a qual trabalha. Para isso, faz-se necessário um intenso rigor teórico e metodológico, que lhe permita enxergar a dinâmica da sociedade para além dos fenômenos aparentes, buscando apreender sua essência, seu movimento e as possibilidades de construção de novas possibilidades profissionais. Competência técnico-operativa: O assistente social precisa conhecer, se apropriar e, sobretudo, criar um conjunto de instrumentos técnicos que permitam ao mesmo desenvolver as ações profissionais junto aos usuários. Portanto, o posicionamento do assistente social nos processos em que atua é fundamental para garantir a justiça social e os direitos dos indivíduos, bem como para orientar a intervenção profissional de maneira ética, teórica e tecnicamente competente.
A política criminal de segurança pública à luz da tutela da dignidade humana e do Direito Internacional Humanitário: análise do estado do Rio de Janeiro a partir de 2016