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Políticas setoriais 4º Bimestre

Amanda Gonçalves Silva


Questões para o relatório do quarto bimestre:

1. O que é uma residência técnica? E quais são os desafios


apresentados pelos expositores (Rodrigo e Brena)?
A residência técnica no serviço social é uma importante estratégia de
formação profissional que possibilita aos estudantes uma experiência
enriquecedora e significativa, mas que enfrenta diversos desafios que
precisam ser enfrentados de forma colaborativa e comprometida por parte de
todos os envolvidos uma delas é a falta de autonomia e remuneração justa.

2. O que é o direito penal, código penal e penas alternativas? (Pesquisa


geral)
O direito penal é um ramo do direito que trata das normas jurídicas que
definem os crimes, estabelecem suas penalidades e determinam os
procedimentos a serem seguidos para a aplicação da lei em casos de violação
dessas normas. Em suma, o direito penal regula as condutas consideradas
criminosas pela sociedade e estabelece as consequências jurídicas para quem
as pratica.
O Código Penal é o principal instrumento legal que contém as normas
relativas ao direito penal em um determinado país. Ele especifica os tipos de
crimes, suas definições, penas e procedimentos processuais correspondentes.
O Código Penal pode variar de país para país, refletindo as diferenças
culturais, sociais e políticas de cada nação

3. O que Rocha (2020) entende por juvenicídio e qual a relevância desse


assunto ao Serviço Social?
Rocha (2020) compreende o juvenicídio como um fenômeno complexo
que vai além do simples registro de jovens assassinados. O termo se refere a
processos de precarização, vulnerabilidade, estigmatização, criminalização e
morte. O juvenicídio é entendido a partir de múltiplas determinações que estão
na esfera econômica, social, política e cultural.
No contexto do Estado Neoliberal de cunho penal, a simbiose entre
racismo, Guerra às Drogas e encarceramento em massa consolida o
juvenicídio no Brasil. Mecanismos racistas historicamente construídos no
Brasil, somados à adesão da política proibicionista dos EUA, determinam o
controle da juventude negra e pobre.
A relevância desse assunto para o Serviço Social é evidente, pois esses
fenômenos se cruzam com o Serviço Social em diferentes esferas. O Serviço
Social tem um papel crucial na luta contra as injustiças sociais e na defesa dos
direitos humanos. Portanto, entender e combater o juvenicídio é fundamental
para a prática profissional dos assistentes sociais.

4. Por que Rocha (2020) fala de racismo no âmbito penal?


Rocha (2020) discute o racismo no âmbito penal porque o racismo
estrutural, em suas interseções com o classismo, leva ao encarceramento em
massa através das ações do sistema de justiça criminal. O racismo estrutural
é uma política de opressão sistemática responsável por determinar várias
desigualdades.
No contexto brasileiro, o racismo estrutural e a segregação social na
esfera punitiva penal são evidentes. A sobrerrepresentação sociorracial de
negros e pobres no sistema prisional é um reflexo disso. O ciclo de
processos que leva à condenação expõe o circuito de desvantagens
acumulativas a que as pessoas negras e pobres estão sujeitas.
Portanto, a discussão sobre o racismo no âmbito penal é crucial para
entender e combater as desigualdades raciais e sociais presentes no sistema
de justiça criminal.

5. O que é justiça restaurativa conforme o TJ-PR e quais são suas


contribuições? (ManualdoTJ)
A Justiça Restaurativa, conforme o Manual do Tribunal de Justiça do
Paraná (TJ-PR), é um processo que envolve ativamente todas as partes
afetadas por um conflito ou delito - vítimas, infratores e comunidade - em um
diálogo construtivo e reflexivo. Ela parte do princípio de que os conflitos e
delitos afetam não apenas as partes envolvidas, mas também as
comunidades e a sociedade como um todo.
As contribuições da Justiça Restaurativa são diversas:
Resolução de conflitos: A Justiça Restaurativa oferece uma
abordagem alternativa para a resolução de conflitos, focada na reparação do
dano causado e na restauração das relações rompidas.
Envolvimento da comunidade: Ela promove o envolvimento da
comunidade na resolução de conflitos, o que pode levar a soluções mais
satisfatórias e duradouras.
Prevenção do crime: Ao abordar as causas subjacentes do
comportamento criminoso, a Justiça Restaurativa pode ajudar a prevenir
futuros crimes.
Humanização do sistema de justiça: Ela humaniza o sistema de
justiça, ao focar nas necessidades das vítimas e na responsabilização dos
infratores.
Portanto, a Justiça Restaurativa é uma ferramenta valiosa para a
promoção da justiça, da paz e da harmonia social

6. O que é o encarceramento em massa e quais suas relações com o


direito penal (Rocha,2020)?
O encarceramento em massa é um fenômeno que se refere ao
aprisionamento em larga escala de uma população específica, geralmente
associada a políticas de “tolerância zero” e ao endurecimento das leis penais.
No contexto brasileiro, o encarceramento em massa está intimamente ligado
ao racismo estrutural e à segregação social.
Rocha (2020) discute o encarceramento em massa no contexto do
direito penal e aponta que o sistema econômico vigente, o encarceramento
em massa e a crise carcerária estão interligados. Ele argumenta que o atual
quadro de encarceramento em massa serve como um mecanismo que
acentua a exclusão, a opressão e o extermínio de uma determinada classe e
raça no seio da sociedade capitalista.
Portanto, o encarceramento em massa é um reflexo das
desigualdades sociais e raciais presentes na sociedade e no sistema de
justiça criminal. É uma questão complexa que exige uma abordagem crítica e
reflexiva do direito penal.

7. Por que Rocha (2020) explica que o proibicionismo e a guerra às


drogas precisa ser compreendido para se pensar no encarceramento
e no juvenicídio?

Andréa Pires Rocha, em seu trabalho, argumenta que o


proibicionismo e a guerra às drogas têm um papel crucial no encarceramento
e no juvenicídio, especialmente entre jovens negros e pobres no Brasil. Ela
sugere que essas políticas não são coincidências, mas sim uma estratégia
deliberada de controle dessas populações.

Rocha (2020) analisa o proibicionismo e a guerra às drogas sob a


perspectiva do racismo estrutural e do autoritarismo. Ela argumenta que
essas políticas são parte de uma resposta autoritária à crise do capital, que é
seletiva e reforça mecanismos de controle justificados pela guerra às drogas.
Esses mecanismos incidem sobre os corpos e qualquer vestígio de vida de
negros e pobres.
O termo “juvenicídio” é usado para descrever os processos de
precarização das vidas que têm como ápice mais crítico as mortes violentas.
Rocha (2020) sugere que o proibicionismo e a guerra às drogas contribuem
para o juvenicídio ao perpetuar a violência e o encarceramento contra jovens
negros e pobres.
Portanto, para entender completamente o encarceramento e o
juvenicídio, é essencial considerar o papel do proibicionismo e da guerra às
drogas, bem como as estruturas de racismo e autoritarismo que os
sustentam.

8. O que é redução de danos e por que o uso de substâncias


psicoativas (SPA) precisa ser tratado enquanto questão de saúde
pública? (Material anexo).
A Redução de Danos (RD), também conhecida como Redução de
Riscos, é uma abordagem ética e humanizada que visa tratar e controlar os
efeitos das drogas nos usuários. Essa estratégia consiste em um conjunto de
ações que orientam pessoas usuárias de entorpecentes aos cuidados
básicos e mínimos de saúde, evitando o abuso e diminuindo a dependência.
A RD surgiu na Holanda na década de 1980 com o objetivo de
combater e diminuir os casos de contaminação por Hepatite B e HIV/Aids
entre usuários de drogas. No Brasil, a RD foi implementada a partir de 1989
na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, com o objetivo de controlar a
epidemia da Aids.
O uso de substâncias psicoativas (SPAs) precisa ser tratado como
uma questão de saúde pública por várias razões. Primeiramente, o consumo
de SPAs aumenta a probabilidade de transtornos psiquiátricos,
especialmente quando se refere ao uso de múltiplas substâncias. Isso pode
levar a um maior risco de suicídio. Além disso, o uso abusivo de drogas afeta
não apenas o indivíduo, mas também a família e a sociedade como um todo.
Portanto, a abordagem de Redução de Danos é fundamental para
lidar com o uso de substâncias psicoativas de uma maneira que respeite a
dignidade e os direitos humanos dos usuários, ao mesmo tempo em que
busca minimizar os danos associados ao uso dessas substâncias.

9. A partir da aula ampliada sobre atuação do Assistente social no


sociojurídico caracterize esse campo de atuação e mencione um dos
desafios mais evidentes nesse espaço socio-ocupacional? (texto de
apoio no link:
https://www.scielo.br/j/sssoc/a/m7fYNtwTngwKyg3N7DWB8yS/?
format=pdf)

A atuação do assistente social no campo sociojurídico é um trabalho


complexo e multifacetado que envolve a interação com diversas instituições e
indivíduos. Este campo de atuação abrange o trabalho em contextos
jurídicos, como tribunais, ministérios públicos, defensorias públicas, entre
outros;
O assistente social no campo sociojurídico tem como objetivo
principal garantir os direitos dos indivíduos, especialmente aqueles que estão
em situação de vulnerabilidade. Isso envolve a realização de estudos sociais,
a elaboração de relatórios e pareceres, a mediação de conflitos, a orientação
e o encaminhamento para serviços de apoio, entre outras atividades.
Um dos desafios mais evidentes nesse espaço socio-ocupacional é a
necessidade de um constante aprofundamento sobre as diversas legislações,
aperfeiçoamento contínuo e disposição para se qualificar em virtude das
exigências postas por este setor de atuação. Além disso, o assistente social
precisa lidar com a alta demanda de trabalho e a complexidade dos casos,
que muitas vezes envolvem questões delicadas e emocionalmente
desgastantes.
Outro desafio importante é a necessidade de navegar pelas
complexidades do sistema jurídico e das políticas sociais, muitas vezes tendo
que mediar entre as necessidades dos indivíduos e as limitações do sistema.
Isso requer uma compreensão profunda das leis e regulamentos, bem como
habilidades de advocacia e negociação.
Portanto, a atuação do assistente social no campo sociojurídico é um
trabalho desafiador, mas essencial para garantir a justiça social e os direitos
dos indivíduos.

10. Considerando a discussão da assistente social, explique os motivos


pelos quais o Serviço Social se posiciona contra a ideia de
criminalização por meio de alienação parental (Nota técnica do
CFESS: https://www.cfess.org.br/arquivos/nota-tecnica-LAP-2022-
dez.pdf)

O Serviço Social se posiciona contra a ideia de criminalização por


meio de alienação parental por vários motivos.
Primeiramente, a criminalização da alienação parental pode resultar
em consequências negativas para o desenvolvimento do menor, pois a
detenção do progenitor/alienador pode privar a criança da convivência com a
bilateralidade parental.
Além disso, o Serviço Social entende que a solução para casos de
alienação parental deve ser a restauração da estabilidade psicoemocional do
ambiente familiar, e não o simples afastamento pela prisão.
Outro ponto importante é que a atuação profissional do assistente
social é atravessada por requisições conservadoras em um cenário de
crescente criminalização e judicialização. No entanto, o papel profissional
não almeja a punição dos sujeitos cujas demandas encontram-se
judicializadas, sendo fundamental aos assistentes sociais uma compreensão
das relações sociais em uma perspectiva de totalidade.
Portanto, o Serviço Social se opõe à criminalização da alienação
parental, pois acredita que essa abordagem pode ser prejudicial para as
crianças envolvidas e não está alinhada com os princípios éticos e políticos
da profissão.

11. Sobre a produção de documentos como o estudo social, houve a


reflexão de que deve ser feita a indicação de parecer, ou seja, é uma
demanda se posicionar. Explique como e porquê deve haver esse
posicionamento dos(as) profissionais perante os processos que atuam?
(Aula e pesquisa geral)

A produção de documentos como o estudo social é uma parte


fundamental do trabalho do assistente social. Esses documentos permitem a
sistematização da intervenção desenvolvida pelos assistentes sociais e
estudantes tanto nos processos investigativos sobre a realidade social, os
sujeitos e o processo de intervenção profissional.
O parecer social é um dos documentos que o assistente social
produz e é onde o profissional expressa sua opinião técnica sobre a situação
investigada. O posicionamento do assistente social é importante por várias
razões:

Competência ético-política: O assistente social não é um profissional


“neutro”. Sua prática se realiza no marco das relações de poder e de forças
sociais da sociedade capitalista – relações essas que são contraditórias.
Portanto, o posicionamento do assistente social é fundamental para garantir
a observância dos princípios éticos e da lei que regulamenta a profissão.
Competência teórico-metodológica: O profissional deve ser
qualificado para conhecer a realidade social, política, econômica e cultural
com a qual trabalha. Para isso, faz-se necessário um intenso rigor teórico e
metodológico, que lhe permita enxergar a dinâmica da sociedade para além
dos fenômenos aparentes, buscando apreender sua essência, seu
movimento e as possibilidades de construção de novas possibilidades
profissionais.
Competência técnico-operativa: O assistente social precisa conhecer,
se apropriar e, sobretudo, criar um conjunto de instrumentos técnicos que
permitam ao mesmo desenvolver as ações profissionais junto aos usuários.
Portanto, o posicionamento do assistente social nos processos em
que atua é fundamental para garantir a justiça social e os direitos dos
indivíduos, bem como para orientar a intervenção profissional de maneira
ética, teórica e tecnicamente competente.

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