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TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 2

NÉLLIDA BARBOSA DA SILVA

BIBLIOTECA PARQUE LIBERDADE

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS


FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
ACADÊMICA: NÉLLIDA BARBOSA DA SILVA
ORIENTADOR: ELIÉZER BILEMJIAN RIBEIRO

BIBLIOTECA PARQUE LIBERDADE

Trabalho orientado pelo professor Eliézer Bilemjian Ribeiro, como produto da


disciplina TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 2 – TFG2 do curso de
Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Goiás

ANÁPOLIS, NOVEMBRO DE 2015

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, que me deu força e proteção para


chegar até aqui, e porque sem Ele nada disso seria possível. À
minha mãe que foi todos os dias meu alicerce e acreditou em mim,
às minhas irmãs Níbia e Núbia, sempre me estimulando, ao Marcelo
Henrique, companheiro de todas as horas. E a todos que me
ajudaram direta e indiretamente ao longo dessa jornada: meu
orientador Eliézer Bilemjian Ribeiro, meu pai, meus colegas, minha
família e amigos.

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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................................................................................................................. 6
2. OBJETIVOS .................................................................................................................................................................................................................................................... 11
3. JUSTIFICATIVA E ESTUDO DO LUGAR ................................................................................................................................................................................................... 12
3.1 Aspectos Físicos: Localização .............................................................................................................................................................................................................. 13
3.1 O Parque da Liberdade ....................................................................................................................................................................................................................... 16
4 REFERÊNCIAS PROJETUAIS – ESTUDOS DE CASO: ................................................................................................................................................................................ 18
4.1 Biblioteca Parque Tomás Carrasquilla– Medellín. ........................................................................................................................................................................... 18
4.2 Biblioteca Parque Lion Grieff - Medellín ........................................................................................................................................................................................... 24
4.3 Biblioteca Parque Estadual – Rio de Janeiro .................................................................................................................................................................................... 28
5 PROPOSTA PROJETUAL: ............................................................................................................................................................................................................................ 31
5.1 Programa de Necessidades ................................................................................................................................................................................................................. 31
5.2 Quadro Síntese ..................................................................................................................................................................................................................................... 32
5.3 Memorial Descritivo ............................................................................................................................................................................................................................ 36
6 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................................................................................................ 39
7 PROJETO: BIBLIOTECA PARQUE LIBERDADE ........................................................................................................................................................................................ 41

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1. APRESENTAÇÃO
Surgido em Medellín, na Colômbia, o conceito de
Biblioteca Parque ocorreu em conjunto com outras soluções para
melhorar a qualidade de vida das pessoas de regiões carentes
da cidade. Consubstanciado em um edifício que, além de abrigar
um acervo e ter o serviço de empréstimos de livros, integra
ambientes que favorecem atividades que vão além da leitura e
do conhecimento literário. Diferentemente do conceito tradicional
de biblioteca, não são todos espaços silenciosos, mas locais para
acesso à internet e amplo conteúdo em várias plataformas, tudo
ao estímulo à leitura. Este edifício em tela, por conter em si tais
características, tornou-se socialmente estratégico.

Imagens meramente ilustrativas que mostram atividades além da leitura.


Fonte: www.pinterest.com. Acessado em junho de 2015.

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Com uma população de 2.214.494 habitantes (DANE, 2005), organizada em 16 unidades territoriais regionais, denominadas
“comunas”, Medellín é a segunda maior cidade da Colômbia e a capital do Departamento de Antióquia. Até a década de 1990 considerada
umas das cidades mais perigosas do mundo, Medellín se tornou referência com respeito as medidas integradas e promoção da
segurança, inclusive com este tipo e estratégia arquitetural. A ideia como um todo era levar livros, melhoria no transporte público,
mediação de conflitos de bairro, campanha de desarmamento entre outros. Neste contexto a arquitetura da Biblioteca Parque tornou-se
parte não apenas complementar, mas essencial.
Neste contexto, com uma fatia de 40% da receita municipal destinada à educação e de 5% para à cultura, a cidade experimentou
uma melhoria que, em 8 anos de implantação, já pode ser percebida nas novas gerações. Índices mais baixos de criminalidade, melhoria
na educação e civilidade são algumas delas. Em 2012, a Medellín foi escolhida para sediar o 7º Fórum Urbano Mundial da ONU-Habitat.
Esse ano foi eleita a “Cidade do ano 2014” pelo The Wall Street Journal e o Citigroup, foi considerada a mais inovadora entre mais de
220 concorrentes. (GHIONE1, 2014). Como se vê os resultados apresentados em números, são significativos. E em boa parte a proposta
aqui considerada contribuiu com essa melhoria social.

Imagens meramente ilustrativas de periferias e pessoas vivendo em área de risco.


Fonte: www.pinterest.com. Acessado em junho de 2015.

1Roberto Ghione, Arquiteto, é Formado Pela Universidad Nacional De Córdoba, Argentina. Pós-Graduado em Preservação do Patrimônio, Crítica Arquitetônica e Planejamento
Urbano Pela Universidad Católica De Córdoba. Titular do Escritório Vera Pires Roberto Ghione Arquitetos Associados, Recife, PE.

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Concebidas através de concursos públicos, as Bibliotecas Parque de Medellín são verdadeiras obras arquitetônicas com status de
arte. Instaladas em zonas consideradas de risco, desde 2007 funcionam como agente de transformação urbana, promovendo cursos,
oficinas e exposições. O projeto integra o programa “Medellín la más Educada” – em português “Medellín a mais educada”. Por ser um
tipo de intervenção urbana em áreas marginalizadas contribuem com a autoestima do morador. De acordo com a própria Prefeitura, as
Bibliotecas Parque são centros culturais voltados ao desenvolvimento social, que privilegiam atividades educativas e lúdicas e, sobretudo,
o encontro. Além disso, são espaços de promoção cultural e de fortalecimento das organizações sociais locais. Edifícios de boa estética
e com vários usos pela comunidade têm podem transformar a vida das pessoas.

Localização das 9 unidades Bibliotecas Parque na cidade de Medellín, Colômbia.


Fonte: https://tapeteurbano.wordpress.com/2013/01/23/parque-bibliotecas-de-medellin/ - Acessado em junho de 2015.

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Aspecto das Bibliotecas Parque existentes atualmente na cidade de Medellín, Colômbia.
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=769074&page=187. Acessado em junho de 2015.

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O presente trabalho foi desenvolvido sob o panorama anteriormente exposto, e visa também fomentar um desenvolvimento social
e cultural na região da cidade e na área que nos propusemos a trabalhar em Anápolis. Como se pode ver nas figuras abaixo, até
recentemente era um local usado perigoso e marginalizado, utilizado como um depósito de lixo - popularmente conhecido com lixão.

Dando prosseguimento à intervenção já iniciada pela prefeitura, é que propomos inserir tal conceito de Biblioteca Parque e com
isso despertar um sentimento de autovalorização natural na população vizinha, melhorar a autoestima daqueles sujeitos, inserindo-os no
universo do conhecimento, e por meio dele, tornarem-se cidadãos melhores.
Como é possível inferir da obra de Paulo Freire, “Os aspectos que envolvem a cidadania se relaciona com a formação e a atuação
da consciência cujos reflexos são visíveis no comportamento humano.” (FERNANDES, 2011, pág. 80)

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2. OBJETIVOS
Ao contrário do que possa parecer, os projetos de Bibliotecas Parque, aqui apresentados, não tratam de bibliotecas implantadas
em um parque – embora a proposta projetual a ser apresentada neste trabalho final de graduação esteja implantada em um parque. De
modo geral, tais projetos consistem em edifícios que proporcionem vários usos além da leitura e abrigo de livros. No presente trabalho
este conceito geral se transformará em objetivo, ou seja, propor espaços para ir além de abrigo do acervo e atividades a ele
correlacionadas. Portanto originalmente esta ideia de “parque” não está ligada à ideia de área verde, e sim à noção de “atividades” –
ressalte-se que como verá a seguir a nossa proposta será implantada em uma “área verde”, onde até 2012 era um depósito de lixo.
Neste sentido, o objetivo deste TFGR 2 é uma proposta arquitetônica que possa proporcionar múltiplas atividades ao usuário, integrando
o edifício à parte verde, onde será implantada: seja visualmente e por meio de fluxos.
Trata-se, portanto, de uma Biblioteca Parque no Parque da Liberdade.

Parque da Liberdade, Anápolis, Goiás.


Fonte: http://www.anapolisbrazil.inf.br/parques-ambientais-com-amor-ao-verde - Acessado em junho de 2015

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3. JUSTIFICATIVA E ESTUDO DO LUGAR

Na área da educação e cultura, em face das necessidades de uma estrutura adequada, e coerente com o atual cenário
nacional, que de acordo com a pesquisa da Fundação Lemann, com base no Censo escolar de 2014, até 2020 necessita construir
64,3 mil bibliotecas. No Centro Oeste este déficit alcança 63,6% das escolas, tanto da rede pública, como privada. O motivo para
surgimento dessa proposta levou em consideração os aspectos conjunturais e estruturais que se mostram insuficientes, e em alguns
casos inexistentes, mas também à adequação do conceito de Biblioteca Parque à esta realidade.
Além da beleza estética que
possui o Parque da Liberdade, neste
local há outras características
peculiares que serão tratadas a
seguir, como, por exemplo, o fácil
acesso ao centro de Anápolis e
outras regiões da cidade. Além disso,
justifica-se também porque sendo
implantado, atende às diversas
escolas públicas e particulares
próximas, como local de pesquisa
para os estudantes.

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3.1 ASPECTOS FÍSICOS: LOCALIZAÇÃO
O Parque da Liberdade localiza-se na parte central da cidade. O terreno da intervenção se insere em dois bairros antigos e
pequenos, a Vila Moreira e Vila União. Como pode ser visto no mapa a seguir, é de excelente localização, sendo próximo aos
principais edifícios de uso público de Anápolis.

Localização do Parque da Liberdade na cidade. Mapa de hierarquia de vias e Edifícios Públicos mais próximos ao terreno, Sem escala.
(Fonte: Google Earth e Plano Diretor de Anápolis de 2006 – modificado pela autora)
Foram traçados os principais acessos ao terreno, seguindo a hierarquia das vias. Em vermelho é a Av. Brasil, eixo Norte-Sul
da cidade, que dá acesso indireto ao terreno por diversas vias. A Av. Getulino Artiaga é principal caminho com acesso direto ao
Parque da Liberdade. Podem ser localizadas também neste mapa, as praças mais próximas.

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Um fator a ser analisado no terreno do Parque da Liberdade é o fato de conter em si, duas nascentes. Como é previsto por lei2,
deve ser mantido 50m de afastamento das Áreas de Proteção Permanente.

Localização das Nascentes dentro do terreno do Parque da Liberdade. Sem escala.


(Fonte: Plano Diretor de Anápolis de 2006 – modificado pela autora)

A imagem anterior mostrou qual interferência tem as nascentes na configuração geral do terreno. O raio de 50m de afastamento
revelou um trecho possível de ser edificado, favorecendo ao mesmo tempo as melhores vistas para o parque (parte superior do
Parque) e melhor acesso pelas ruas Alberico Borges e rua Benjamim Vieira.

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Lei nº 12.651/2012- Novo Código Florestal.

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Além disso, também contribui juntamente com esta configuração do terreno, tendo em vista os propósitos Projetuais, a
predominância dos ventos e insolação.

Aspectos Físicos do Terreno. Influência da topografia, ventos, insolação e também a demarcação da APP. Sem escala.
Fonte:- Boletim Goiano de Geografia – Modificado pela autora

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3.1 O PARQUE DA LIBERDADE
O Parque da Liberdade localiza-se dentro de uma região bastante urbanizada da cidade, sendo então um ponto de grande
potencial por ter infraestrutura e serviços consolidados. Embora não seja uma área de valorização imobiliária tem bastante
proximidade à um dos principais polos de comércio e serviços, o centro onde a cidade se originou.
Sabe-se que regiões com ocupação antiga, os moradores tem um apreço pelo local. Esta é uma característica antropológica
importante a ser considerada neste projeto de graduação.
Em relação ao aspecto humano, tem-se na imagem abaixo a evolução da ocupação urbana na região do Parque da
Liberdade. Prova-se com isso que é um local com moradores antigos, casas em sua maioria construídas na década de 1940 e
1950.

Evolução da ocupação urbana na região do Parque da Liberdade Sem escala.


Fonte:- Plano Diretor de Anápolis, 2006 – Modificado pela autora

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Uma curiosidade que pode ser citada, é que o Parque possui um bom isolamento acústico das ruas, por sua forte inclinação,
seu terreno fica protegido dos ruídos dos carros e outras fontes advindas das mesmas. Tal fato faz com que o Parque da Liberdade
seja propício à exibição de filmes ao ar livre. A Bolha Cultural, uma iniciativa em conjunto com a Prefeitura através da Secretaria de
Educação e recursos pessoais do coordenador do projeto. Intitulado Cine Lua Cheia, a ideia é levar filmes de qualidade,
gratuitamente às pessoas que podem ir com sua bebida e comida e ficar à vontade no gramado.
Atividade que também ocorre durante o dia, onde as pessoas fazem piquenique com a família, e mesmo sem filme passam
horas no parque.

Pessoas fazendo piquenique no Parque da Liberdade e assistindo filme através do projeto Cine Lua Cheia.
Sem escala.
Fonte:- Arquivo pessoal

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4 REFERÊNCIAS PROJETUAIS – ESTUDOS DE CASO:
4.1 BIBLIOTECA PARQUE TOMÁS CARRASQUILLA – MEDELLÍN.
Giancarlo Mazzanti & Arquitetos Ltda. Medellín, Colômbia. 2007
Área Construída: 4.800,00 m² - Referência: programa e conforto ambiental.

Imagens externas da Biblioteca Parque Tomás Carrasquilla, Medellín, Colômbia.


Fonte: http://arqa.com/editorial/medellin-r/biblioteca-tomas-carrasquilla - Acessado em Maio de 2015.

O local onde está esta biblioteca, conhecida localmente como La Quintana, é em referência ao nome do riacho que corre de
leste a oeste ao longo do terreno onde é inserido. Era uma área desocupada na fronteira com quatro bairros pobres.
Para a execução adequada do prédio da biblioteca, o projeto incorporou
explanadas urbanas que se estendem na mesma direção do riacho e estão tomando
suas bordas e declives existentes para a rua e no resto da região.
Esses terraços, são formados por camadas de grama e níveis sólidos e incluem
mobiliário urbano, acompanhando o contorno natural do terreno e, longitudinalmente,
percorre toda lateral do edifício da biblioteca. Implantação Geral.
Fonte: http://arqa.com/editorial/medellin-r/biblioteca-tomas-
carrasquilla - Acessado em Maio de 2015.

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Explanadas externas.
Fonte: http://arqa.com/editorial/medellin-r/biblioteca-tomas-carrasquilla - Acessado em Maio de 2015.

Composto por dois blocos paralelos juntos e


organizados na mesma direção do fluxo e os terraços, a
biblioteca é parte da paisagem, integrando a paisagem com
uma série de espaços interligados, abertos e fechados. O
espaço longitudinal criado entre os dois blocos das funções de
biblioteca como um corredor verde de caráter ambiental, que
utiliza e potencializa a ventilação natural.

Ventilação e iluminação natural.


Fonte: http://arqa.com/editorial/medellin-r/biblioteca-tomas-carrasquilla - Acessado em Maio de 2015.

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O ar que sobe do rio é apropriado para este espaço linear
e, é resfriado por um espelho d'água que circunda a biblioteca no
nível mais baixo do local; este ar condicionado natural é utilizada
nas várias zonas que se desenvolvem entre os blocos.

Espelho d’água e espaço linear entre os blocos.


Fonte: www.panoramio.com - Acessado em Maio de 2015.

Com a adição de terraços urbanos, o projeto liga uma


parte superior e uma rua inferior, que delimitam o lote íngreme. ‘

Essas plataformas também servir como anfiteatro para funções


públicas ao ar livre de diferentes tipos; quando os filmes são
uma das paredes da biblioteca é uma interface e, no lado
oposto, por trás desses novos planos de urbanização, as
pessoas se reúnem em casas existentes, cujos terraços e
varandas servir como palcos espontâneos.
Níveis do projeto. Cortes Longitudinais.
Fonte: http://arqa.com/editorial/medellin-r/biblioteca-tomas-carrasquilla - Acessado em Maio de 2015.

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Os dois volumes que compõem a biblioteca se
materializam nas caixas de concreto, localizadas em dois
níveis diferentes (como pode ser visto na imagem ao lado).
A cobertura do bloco inferior torna-se um terraço de
expansão para o bloco superior, e uma grande estrutura
semitransparente cobre todo o espaço. Esta estrutura em um
plano horizontal funciona como uma cobertura, e um plano
vertical, que se dobra a partir do fechamento do lado norte do
prédio voltado para o riacho; quando se desenvolve como
cobertura, esta estrutura é formada com um vidro plano
temperado suportado por ripas de madeira, enquanto que
quando estendida como fechamento vertical guarda apenas as
Maquete da apropriação do terreno, blocos e cobertura.
Fonte: http://arqa.com/editorial/medellin-r/biblioteca-tomas-carrasquilla - Acessado em Maio de 2015.
peças de madeira.

Os pontos de vista que se desdobram (na figura ao lado) através deste painel,
o que é percebido como uma rede única, ajudar visualmente incorporar verde do
riacho na área da biblioteca. Além da função bioclimática, exerce a proteção solar e
Vista para o riacho.
Fonte: http://arqa.com/editorial/medellin-r/biblioteca-tomas-carrasquilla -
Acessado em Maio de 2015.
filtra a circulação natural de ar, este elemento tem a finalidade de filtrar a luz de tal
forma, que é constante em todos os espaços externos. Estabelecido como uma presença permanente, o jogo de luz e sombra cria
uma atmosfera especial em todo o conjunto. Proporcionando integração entre externo e interno.

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No nível que liga terraços urbanos estão no mesmo bloco, as salas administrativas e atendimento à comunidade, e acesso a
ao auditório fechado. A partir daqui, um corte circular na laje o nível de acesso à biblioteca, que é atingido por uma grande escadaria.
A imagem constante e panorâmica para a cidade, o riacho e seu sistema de vegetação e edifícios em tijolo que cercam o
edifício transformou o local em um ponto de vista urbano imponente, além de produzir uma sensação de íntima comunhão entre as
áreas naturais e construídos, público e privado, e os de lazer e cultura.

A biblioteca é um grande espaço de dupla altura sobre o


terraço, os níveis de atividades específicas, com computadores
de uso específico da comunidade. Ao longo da lateral externa
de uma das paredes de concreto que definem esse espaço
aparece uma rampa que leva até uma grande sala de
exposição, num nível mais baixo; A partir daqui, que acessa o
nível de recepção da biblioteca, criando de um circuito fluido e
circulação flexível.

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4.2 BIBLIOTECA PARQUE LION GRIEFF - MEDELLÍN
Ricardo La Rotta Caballero. Medellín, Colômbia. 2007
Área Construída: 6.800,00 m² - Referência: volumetria e setorização.

Imagens externas da Biblioteca Parque Lion Grieff, Medellín, Colômbia.


Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti - Acessado em junho de 2015

O arquiteto procurou estabelecer um projeto para o maior conectividade urbana e desenvolvimento de espaços públicos. A
proposta abrange o edifício com amplo espaço de convivência e de pontos de vista em direção à cidade
O modelo permite a utilização de instalações comuns, como teatros de arena, mirantes, praças, campos de esportes para
localizar na capa e as bordas planas esquerda como vazio no lote, permitindo que aplicações externas. Propomos um programa de
gestão entre EDU e do Ministério da Cultura chamado Cinema, Música e Teatro no meu bairro, onde o uso de tampas propostas como
auditórios permitir que cada distrito para realizar quinzenalmente mostra cultural.

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Setorização e direção das vistas dos mirantes das coberturas.
Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti - Acessado em junho de 2015

O lugar é apresentado como um mirante e território verde conexões entre as áreas inferiores e superiores do bairro, em vez de
atividades esportivas para a comunidade. O projeto é organizado pela redefinição trilhas existentes e melhorar a aparência de praças
na capa da biblioteca, dando-lhes uma nova ordem que pode multiplicar as conectividades e eventos com a rede de trilhas, permitindo
a reunião e forçar o uso do edifício como trilha e ponto de vista.
Um composto de três módulos rodado recipientes (quadrados) rotativas adapta à topografia e os pontos de vista, uma curva
que une e conecta cada sistema surge; e também permite outras aplicações. O projeto é uma paisagem que dá continuidade à
geografia urbana através das trilhas e construção de espaço público no convés, pensando em trilhas cênicas, teatrinos ou assentos
inclinadas, uma rede espacial com múltiplas conexões e lugares para a reunião.

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Espaços livres do conjunto.
Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti - Acessado em junho de 2015

Programa: Container 1, Centro Comunitário. Usuário: tempo individual e em grupo: 24 horas: quartos múltiplos (reuniões
locais), meu bairro, Cedezo (um programa de desenvolvimento empresarial de Medellín), ginásio, subestação técnica.
Tubo curvo. 24 horas e suportes: Salão de exposição (Como exigido de todos os usuários passo), refeitório, administração, casas de
banho, teca ludo (e serve como um berçário para servir 24 horas).
Estrutura: Reforçado sistema estrutural concreto, em varandas e telas. Cada módulo recipiente é estruturalmente independente
dos módulos de conexão curva consistem em telas nas extremidades para compensar o balanço e cresceu em dois eixos centrais de
colunas retangulares especificamente, o conector surge em uma grade de colunas de concreto de metal preenchido e um muro de
contenção em pedra gabião e concreto na parte de trás.

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Superfícies de concreto de armado.
Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti - Acessado em junho de 2015

Pisos de vinil em diferentes cores e formas, limitando as áreas educacionais. Covers vista - anticado concreto branco - com
menos bolo e cofragem de madeira em ripas de 5 cm. As paredes brancas de concreto. O vidro laminado com resina sanduíche
colorido no interior, para marcar e para colorir as áreas pedagógicas. Painéis rosto móvel (rede) na folha fresco dobrado e cantos
arredondados com elementos em madeira de teca laminado.
Em si o recipiente Módulo 1 edifício de três andares no fosso de 12 metros à esquerda por existente surge habitação.
Sistemas de circulação de ar cruzados através de pátios proposto permitindo a circulação de ar quente de ar frio. Sistema de
refrigeração de ar usando natural, alimentando fresco para a biblioteca em seu ar interior é elevada; também usando blinds móveis
nas janelas para o oeste de modo que o impacto sol é minimizado. No plantio cobriu a árvore gazebo (vasos) são levantados para dar
desolador.

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4.3 BIBLIOTECA PARQUE ESTADUAL – RIO DE JANEIRO
Glauco Campello.
Rio de Janeiro, Brasil. 2014

Aspecto Externo da BPE


Fonte: www.cultura.rj.gov.br/espaco/biblioteca-parque-estadual-bpe- Acessado em junho de 2015

Inaugurada inicialmente em 15 de março de 1873 em proposta do então presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro,
Antônio Barroso Pereira, e inaugurada por Dom Pedro II em 2 de dezembro de 1874,no anexo do Arquivo da Câmara Municipal se
chamando então de Biblioteca Municipal do Rio de Janeiro. Em 1882, na sua primeira transferência, foi para o Palácio da Prefeitura,
na praça da República, no entorno do Campo de Santana. Mais tarde foi provisoriamente transferida para a Escola Orsina da Fonseca.
Depois, na mesma rua da escola, a antiga rua General Câmara, ganhou instalações próprias. Em 1891, mudou de nome para Biblioteca
Municipal do Distrito Federal, com a criação do Distrito Federal após a Proclamação da República. Em 1943, mudou-se para recém-
inaugurada avenida Presidente Vargas, no número 1261, seu último e atual endereço. Com a mudança do Distrito Federal para
Brasília, em 1960, passou a se chamar Biblioteca Estadual da Guanabara.
Em 1975, com a fusão dos Estados da Guanabara e Rio de Janeiro, virou Biblioteca Estadual do Rio de Janeiro.

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Em 1980, ganhou nova denominação: Biblioteca Estadual. Um incêndio em 20 de janeiro de 1984, destruiu parte do prédio e
do acervo da biblioteca, mas continuou no mesmo endereço, em um novo edifício, inaugurado em 12 de março de 1987 refletindo a
visão progressista para as áreas da educação e da cultura de Darcy Ribeiro, à época vice-governador de Leonel Brizola e com a
denominação de Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro. Em 1990, retornou a denominação de Biblioteca Estadual
Fechou para obras em outubro de 2008, dentro do projeto de modernização, qualificação e informatização das bibliotecas
públicas do estado do governador Sérgio Cabral Filho e foi reinaugurada em 29 de março de 2014 como Biblioteca Parque Estadual
com a exposição sobre Vinicius de Moraes.1 Durante as obras de modernização, entre 2008 e 2014, um sítio arqueológico foi
encontrado no terreno que pertencia à Igreja de São Gonçalo e Garcia e São Jorge, vizinha à biblioteca.2

Aspecto Externo da BPE


Fonte: www.cultura.rj.gov.br/espaco/biblioteca-parque-estadual-bpe- Acessado em junho de 2015

Outras Bibliotecas Parque no estado do Rio de Janeiro:


-Biblioteca Parque Estadual
-Biblioteca Parque de Manguinhos
-Biblioteca Parque da Rocinha
-Biblioteca Parque de Niterói
-Biblioteca Parque do Alemão (fase de planejamento)

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Quadro Resumo – Estudos de Caso

Biblioteca Parque Tomás Carrasquilla - Medellín Lion Grieff - Medellín Estadual – Rio de Janeiro

 Topografia acidentada.  Topografia acidentada.  Ser um exemplo nacional.


 Edifício faz parte da paisagem.  Edifício faz parte da paisagem.  Localização central na cidade.
 Níveis do projeto.  Níveis do projeto.  Primeira BP do país.
Aspectos Relevantes  Distribuição do programa.  Distribuição do programa.
 Terraços que ligam ao externo.  Terraços mirantes.

 Volumetria em 2 blocos justapostos.  Volumetria em 3 módulos.


 Estrutura semitransparente: brises.  Adaptada à topografia.  Inicialmente inaugurada em
 Terraços urbanos ligam até a rua.  Os 3 módulos possuem estrutura 1873.
 Anfiteatro com funções públicas. independente.  Foi parcialmente destruída em
 Vista constante para a cidade.  Estrutura em concreto armado. um incêndio em 1984. Em 1987
Características  Corredor verde.  Gabião para contenção. um novo prédio foi inaugurado.
 Ventilação natural.  Berçário 24h.  Abrigou outras bibliotecas.
 Concreto aparente.  Limitação dos setores pela cor e  BPE inaugurada em 2014.
 Estrutura em concreto armado. formato do piso.

 Edificação em vários níveis;  Estrutura em concreto armado.  Aproveitamento da luz natural;


 Comunhão entre as áreas naturais e  Terraços mirantes;  Espaços amplos;
Soluções Consideradas construídas, público e privado;  Limitação dos setores pela cor e  Área infantil lúdica;
 Concreto aparente; formato do piso;

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5 PROPOSTA PROJETUAL:

5.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES

Acervo e Leitura Setor Infantil: Setor Social: Técnico


Leitura individual Recepção 1 – Empréstimo e Devolução Saguão de Exposições e Foyer administrativo:
Leitura em grupos Recepção 2 – Guarda Volumes Sala de Aula Modular Recepção e espera
Leitura externa Midiateca Apoio Sala de Reuniões
Acervo controlado Gibiteca Sanitários RH
Acervo rotativo Contos Café Direção cultural
Mídias Criatividade Exposições Externas Direção Técnica
Ilha de consulta Leitura Atividades Externas Monitoradas Sala de Processamento Técnico
Periódicos Fraldário Secretaria
Cabines para filmes Coordenação
Sanitários Copa
Guarda volumes e Fotocópias DML
Aquisição, Descarte, Reparo e Doação
Telefonia e informação
Guarita segurança

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5.2 QUADRO SÍNTESE
Setor Ambiente Função Atividades Mobiliário Equipamentos Instalações Área
Exposições Painéis de
Expôr Receber exposições - - 216,44m²
Externas exposição
Atividades Externas Divertir
Monitoradas
Atividades Diversas - - - 253,02m²
Aprender
Elétrica
Tapumes
Saguão de Expôr Receber exposições Luminárias Internet
Painéis de 130,15m²
Exposições e Foyer Espera diversas Ar condicionado Combate à
exposição
Incêndio
Hidrossanitária
Ar condicionado
Mesas De gás
Tomar um lanche/ café Telefone
Cadeiras Telefônica
Café Comer Descontrair Luminárias 211,50m²
Bancada Elétrica
Relaxar Computador
Combate à
Freezer, Geladeira, Pia
Incêndio
Elétrica
Social

Lavatório
Lavar as mãos Hidrossanitária
Louça sanitário
Sanitários Fazer necessidades Combate à 32,00m²
Higiene - Luminárias
fisiológicas Incêndio
Bancadas
Assistir aulas Ar condicionado Telefônica
Assistir palestras Cadeiras Luminárias Internet
Sala de Aula
Reunir Fazer reuniões Mesas Som/ microfones Elétrica 131,00m²
Modular
Computador, Projetor Combate à
Telefone Luminárias Incêndio
Telefônica
Oferecer apoio aos
Cadeiras Luminárias Internet, Elétrica
Apoio Apoio eventos na sala de 11,80m²
Mesas Ar condicionado Combate à
aula
Incêndio
Elétrica
Acesso aos Luminárias
Hall Elevadores Passagem - Combate à 23,84m²
elevadores Ar condicionado
Incêndio
Sub- total: 1.009,75m²

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Setor Ambiente Função Atividades Mobiliário Equipamentos Instalações Área
Ar condicionado Elétrica
Esperar atendimento Mesa
Luminárias Combate à Incêndio
Recepção 1 Espera Ler Cadeiras 12,07m²
Telefone Telefônica
Ver TV Porta-revista
Computador Internet
Ar condicionado Elétrica
Mesa
Esperar atendimento Luminárias Internet
Recepção 2 Espera Cadeiras 17,23m²
Ler Telefone Combate à Incêndio
Porta-revista
Computador Telefônica
Assistir Filmes Ar condicionado Elétrica
Divertir Mesas
Midiateca Jogos Luminárias Internet 24,95m²
Aprender Cadeiras
Acesso à Internet Computador Combate à Incêndio
Infantil

Fazer pinturas, Cadeiras Ar condicionado Elétrica


Criatividade Criação 42,00m²
colagens, desenhos. Mesas Luminárias Combate à Incêndio
Cadeiras
Ar condicionado
Mesas Elétrica
Gibiteca Leitura Leitura de gibis Luminárias 75,48m²
Tapetes Combate à Incêndio
Almofadas
Divertir Ar condicionado Elétrica
Contos Ouvir contos infantis Sofás 31,00m²
Aprender Luminárias Combate à Incêndio
Ar condicionado Elétrica
Leitura Leitura Leitura individual Sofás 49,12m²
Luminárias Combate à Incêndio
Bancada Ar condicionado
Elétrica
Trocar fraldas Poltrona para Luminárias
Fraldário Higiene Combate à Incêndio 8,80m²
Amamentar amamentação Microondas
Hidrossanitária
Armários Pia
Sub- total: 260,65m²

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Setor Ambiente Função Atividades Mobiliário Equipamentos Instalações Área
Prateleiras Ar condicionado Elétrica
Acervo Controlado Guarda Guardar Livros Mesa Luminárias Internet 14,25m²
Cadeira Computador Combate à Incêndio
Prateleiras Elétrica
Acervo Rotativo Guarda Guardar Livros Ar condicionado
Cadeira Internet 195,93m²
e Leitura Leitura Ler Livros Luminárias
Mesa Combate à Incêndio
Mesas Ar condicionado
Elétrica
Acervo e Leitura

Divertir Assistir Filme Cadeiras Luminárias


Mídias Internet 123,77m²
Aprender Acessar Internet Sofás TV
Combate à Incêndio
Computador
Mesas Ar condicionado Elétrica
Guarda Guardar Revistas
Periódicos Cadeiras Luminárias Internet 119,41m²
Leitura Ler Revistas
Sofás Computador Combate à Incêndio
Ler Revistas Mesas Luminárias Elétrica
Leitura Externa Leitura 585,55m²
Ler Livros Cadeiras Cascata Combate à Incêndio
Lavatório Elétrica
Lavar as mãos
Louça sanitário Hidrossanitária
Sanitários Fazer necessidades 32,00m²
Higiene - Luminárias Combate à Incêndio
fisiológicas
Bancadas
Acesso aos Luminárias Elétrica
Hall Elevadores Passagem - 11,54m²
elevadores Ar condicionado Combate à Incêndio
Ar condicionado Telefônica
Fazer fotocópias Bancada
Guarda Volume Guarda Luminárias Internet
Guardar objetos dos Mesa 14,25m²
Fotocópia Cópia Computador Elétrica
usuários Cadeira
Fotocopiadora Combate à Incêndio
Sub- total: 1.096,70m²

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Setor Ambiente Função Atividades Mobiliário Equipamentos Instalações Área
Prateleiras Ar condicionado Elétrica
Recepção Guarda Guardar Livros Mesa Luminárias Internet 14,25m²
Cadeiras Computador Combate à Incêndio
Mesa Luminárias Elétrica, Internet
Técnico Administrativo
Reunir Fazer reuniões Cadeiras Ar condicionado Telefônica 26,79m²
Reuniões
Armário Telefone Combate à Incêndio
Lanchar Pia, Bancada
Comer Geladeira, Tanque Elétrica
Copa e DML Armazenar produtos Mesa e 10,84m²
Armazenar Microondas Hidrossanitária
de limpeza cadeira
Luminárias
Organizar e Mesa Elétrica, Internet
Computador
Direção Cultural Administrar Administrar os Cadeiras Telefônica 12,84m²
Ar condicionado
eventos culturais Armário Combate à Incêndio
Telefone
Luminárias
Mesa Elétrica, Internet
Administrar a Computador
Direção Técnica Administrar Cadeiras Telefônica 12,84m²
biblioteca Ar condicionado
Armário Combate à Incêndio
Telefone
Luminárias
Mesa Computador Elétrica, Internet
Sala Atividades Atividades técnicas e
Cadeiras Ar condicionado Telefônica 195,93m²
Administrativa Variadas controle do acervo
Armário Impressora Combate à Incêndio
Telefone
Sub- total: 273,49m²
Total: 2.640,59m²

Setor Ambiente Função Atividades Mobiliário Equipamentos Instalações Área


Guarda de Elétrica, Internet
Vagas Guardar veículos - Luminárias 1.723,57m²
Estacionamento

veículos Combate à Incêndio


Lavatório Elétrica
Sanitários Higiene Higiene - Louça sanitário Hidrossanitária 32,00m²
Luminárias Combate à Incêndio
Mesa Luminárias, Telefone Elétrica, Internet
Apoio Apoio Servir de apoio 13,00m²
Cadeira Ar condicionado Telefônica, Incêndio
Escadas e Elevador Passagem Passagem - Luminárias Elétrica 47,43m²
Sub- total: 1.816,00m²
Área Total Construída: 4.456,59m²
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5.3 MEMORIAL DESCRITIVO

Arquitetura com foco no resgate da vontade de ler, estímulo à convivência e às práticas culturais.

A partir do conceito que busca a quebra do estereótipo da biblioteca, o projeto propõe evidenciar a maneira multidisciplinar da
produção contemporânea. Se apoia no conceito que o conhecimento não está nos livros, está no ato da leitura. Portanto, o projeto
não funciona somente um com um depósito de livros, mas oferece à comunidade um equipamento com vários serviços e
possibilidades de uso.
Ao se apropriar da topografia acidentada do Parque da Liberdade, o terreno ampara o edifício que se desenvolve em dois
blocos sobrepostos. Uma das possibilidades de acesso é partir do terraço, que está no mesmo nível da calçada, na esquina onde a
Rua Jornalista Arlindo Cardoso se encontra com a Rua Doutor Benjamim Vieira. Com o intuito de valorizar a paisagem natural do
parque, e proteger o espaço público que libera, a biblioteca concentra seus espaços internos de forma descendente pelo terreno.
Ao acessar o equipamento pelo terraço onde há canteiros verdes e bancos para descanso, o usuário é levado até a escada.
Elemento que, além de servir como passagem para o nível mais baixo, se estabelece também como espaço de permanência e
contemplação do parque, por possuir ao longo dos seus degraus espaços com dimensões onde se pode sentar.
No final da escada está um espaço de exposição e atividades monitoradas. No sentido de quem caminha até a rua, a praça
seca é interrompida por um espelho d’água, que conecta o conjunto à natureza através dos elementos presentes ali. A madeira da
passarela que passa sobre a água, as pedras, o barulho da água em movimento e as plantas aquáticas, funcionam com uma espécie
de ritual de passagem para a parte interna da biblioteca.
A partir da entrada do acesso principal, na cota – 4,00 m do nível da esquina, o usuário se depara com um painel fotográfico
no saguão de exposições, que conta a história do Parque da Liberdade e que funciona como foyer.

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Logo à frente, um espaço com capacidade para 126 pessoas, se trata de uma sala de aula modular. Ela pode ser dividida ao
meio, através de painéis móveis e assim, acomoda pessoas para duas situações simultâneas. Este espaço recebe tanto atividades
realizadas na biblioteca, como cursos e oficinas, quanto àquelas de uso da comunidade, reuniões de bairro e palestras, serviços
independentes do funcionamento da biblioteca.
O setor onde foram locados o fraldário e sanitários, possui portas dos dois lados, possibilitando o uso mesmo quando a
biblioteca está fechada. O mesmo acontece com o hall dos elevadores, que levam ao estacionamento, dando conforto e segurança.
Ainda no nível -4,00, encontra-se o setor infantil, com espaços lúdicos, que estimulam o convívio e o aprendizado. Há espaços
para os pequenos desenvolverem atividades individuais, como na Midiateca e Gibiteca, quanto em grupo, no espaço de contos e
criatividade. Tudo isso cercado por duas recepções, que de um lado atende ao empréstimo e devolução de livros (pela entrada
principal) e de outro atende também como guarda volume.
Esta segunda recepção é ao lado do café, que conta com mesas no espaço interno e externo. O ambiente interno é separado
do setor infantil por paredes de vidro, o que possibilita aos pais a observação dos filhos na biblioteca. Na porção externa, é uma
espécie de espaço de transição, porque pode ser acessado de dentro do edifício e pelo passeio público da Rua Jornalista Arlindo
Cardoso. Esta região da biblioteca foi protegida do sol, pois tem sua face voltada ao noroeste, por um brise em ACM, que recebe
um desenho vazado e permite a permanência mesmo nas horas mais quentes do dia.
Além das escadas de emergência e dos elevadores, o acesso ao segundo bloco da biblioteca pode ser feito através de outra
escada. Situada no centro da planta, a escada é livre de paredes, protegida apenas pelo guarda corpo. A descida para o nível - 8,00
m, onde está o setor mais reservado de acervo e estudo, o usuário tem uma visão em 360 graus deste pavimento, ou seja, antes
mesmo de descer, a pessoa sabe qual direção tomar assim que alcançar o fim da escada.
No Setor de Acervo e Leitura é possível ter acesso aos conteúdos em várias plataformas. Desde o tradicional livro de papel,
com leitura feita sentado em cadeiras, até cabines de audiovisuais com sofás confortáveis. A Biblioteca Parque Liberdade propõe o
convívio e respeita a individualidade com espaços de leituras em grupo formado por conjuntos de até 12 pessoas e espaços para

37
leitura individual. Tanto o conteúdo digital, como o conteúdo físico pode ser pesquisado na ilha de consulta situada ao lado da escada
central. O Acervo Rotativo e Periódicos podem ser livremente apreciados pelos usuários, já o Acervo Controlado, tem acesso restrito.
O Setor conta ainda com os sanitários, espaço para guarda volumes e fotocópias.
No espaço de Leitura Externa, a água que desde da entrada principal, forma ali, uma cascata que percorre toda extensão do
bloco através de um espelho d’água.
O Setor Técnico Administrativo, situado na porção esquerda do pavimento, possui ambientes como sala da direção e reunião,
fechados por paredes em drywall, já os demais foram dispostos de maneira integrada, onde o mobiliário define os espaços e possui
fechamento em vidro, melhorando a iluminação que vem de forma natural.
Mais abaixo, se encontra o pitotis, que funciona também como estacionamento. Ele pode ser acessado através do elevador e
escada, se o usuário estiver dentro do prédio. Se ele estiver no parque, o acesso é feito de forma direta, pois ele está no nível -
12,00m onde as rampas já existentes no parque encontram com o conjunto. Caso o usuário esteja no nível -4,00m, ao lado do
acesso do café há uma rampa que leva até o nível dos pitotis em um agradável percurso com vista para o parque. Outra forma de
acesso aos pilotis é o de veículos, que possui guarita para controle de entrada e saída, junto à calçada. O que possibilita fechar o
estacionamento quando a biblioteca estiver fechada, liberando área coberta e iluminada de mais de 1.700 m² para múltiplos usos.
Ao lado dos pilotis, na face nordeste, está situada a arquibancada, que foi posicionada para uma atividade já estabelecida no
Parque da Liberdade, mas de forma improvisada, o Cine Lua Cheia. Estas arquibancadas são voltadas para o edifício onde uma
parede serve de tela de projeção.
O projeto propõe estes elementos de ligação com o parque, e integram edifício e espaço verde.
Produz assim uma solução contemporânea que se preocupa com acessos, fluxos e percursos que conectam ao Parque.

38
6 REFERÊNCIAS
Bibliográficas:
CHING, F. D. K. Arquitetura: “Forma, Espaço e Ordem”. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2008.
FERNANDES, J. L. Galvão. Educação e Cidadania em Paulo Freire. Dissertação de Mestrado em Educação. Universidade Estadual de Minas Gerais. 2011
FUTAGAWA, Yukio. GA Contemporary Architecture 03: Library: ADA Editors, Japan, 2006.
HERTZBERGER, Herman. “Lições de arquitetura”. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
NEUFERT, P. “Arte de Projetar em Arquitetura”. 17ª ed. Barcelona: Ed. Gustavo Gili, 2008.
MONTENEGRO, Gildo Aparecido. “Desenho Arquitetônico”. 4. ed. Edgard Blucher.
WATERMAN, Tim, Ed Wall. "Desenho Urbano". Ed. Bookman. 2012

Periódicos:
Revista AU – Várias
Revista Finestra - Várias
Revista Projeto Design – Várias
Revista Summa – Várias

Legislação:
LEI COMPLEMENTAR Nº 120, DE 30 DE JUNHO DE 2006. Anápolis
LEI COMPLEMENTAR Nº 177, DE 09 DE JANEIRO DE 2008. Goiânia
LEI Nº 3387, DE 09 DE SETEMBRO DE 2009. Anápolis
LEI Nº 12.651, DE MAIO DE 2012. Brasil
ABNT - NBR 6492 – 1994
ABNT – NBR 13532 - 1995
ABNT – NBR 15646 - 2011
ABNT - NBR 9050 - 2015
NT 11 – 2014

39
Documentos Eletrônicos:
GHIONE, Roberto. Transformação social e urbanística de Medellín. Minha Cidade, São Paulo, ano 14, n. 166.07, Vitruvius, maio 2014
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/14.166/5177>.
ZEIN, Ruth Verde. A década ausente. É preciso reconhecer a arquitetura brasileira dos anos 1960-70. Arquitextos, São Paulo, ano 07, n. 076.02, Vitruvius,
set. 2006 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.076/318>.

Sites:
www.anapolis.go.gov.br
www.bibliotecasparque.rj.gov.br
http://www.reddebibliotecas.org.co
www.bvl.org.br
www.cefsa.org.br/ctm-inaugura-novo-laboratorio-de-informatica/
www.segplan.go.gov.br
www.architecturelist.com
www.amigosdolivro.com.br
www.lendo.org
http://www.grupoa.com.br/blogA/post/2013/06/26/E-uma-biblioteca-E-um-parque-E-a-superbiblioteca!.aspx
http://pt.wikiarquitectura.com/index.php/Biblioteca_Espanha_em_Medell%C3%ADn
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/09.097/1881
http://arqa.com/editorial/medellin-r/biblioteca-tomas-carrasquilla
http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti
https://tapeteurbano.wordpress.com/2013/01/23/parque-bibliotecas-de-medellin/
http://jornalocasarao.com/2013/12/07/conceito-trazido-da-colombia-e-adotado-em-bibliotecas-no-rio
www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=769074&page=187
www.revistas.ufg.br/index.php/bgg/article/view/4750/399
www.jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/anapolis/parques-e-pracas-asseguram-mais-qualidade-de-vida-populacao-anapolina-30657

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7 PROJETO: BIBLIOTECA PARQUE LIBERDADE

A seguir, o Projeto Arquitetônico produzido neste trabalho.

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