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Cidades Inteligentes – Smart Cities

Brasília-DF.
Elaboração

Felippe Eduardo Lima do Nascimento

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7

UNIDADE I
INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES............................................................................. 9

CAPÍTULO 1
CONCEITOS E DEFINIÇÃO DE SMART CITIES............................................................................ 13

CAPÍTULO 2
CIDADES INTELIGENTES – UMA VISÃO GLOBAL......................................................................... 17

CAPÍTULO 3
O PAPEL DA GESTÃO PÚBLICA NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL........................................ 29

UNIDADE II
A COMUNICAÇÃO QUE TRANSFORMA................................................................................................. 39

CAPÍTULO 1
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO................................................... 41

CAPÍTULO 2
A ADERÊNCIA SOCIAL E MUDANÇA COMPORTAMENTAL.......................................................... 47

UNIDADE III
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES.................................................................................................. 51

CAPÍTULO 1
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES – CONCEITUALIZAÇÃO................................................. 53

CAPÍTULO 2
INOVAÇÃO NO ECOSSISTEMA – MOBILIDADE URBANA, ENERGIA E BUSINESS........................... 68

UNIDADE IV
CIDADES INTELIGENTES NO BRASIL E SEUS DESAFIOS............................................................................. 81

CAPÍTULO 1
MODELOS DE SMART CITIES NO BRASIL................................................................................... 83

CAPÍTULO 2
AVANÇOS E DESAFIOS DAS CIDADES INTELIGENTES................................................................. 89

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 92
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

5
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Caro aluno, o presente caderno vem apresentar, de maneira geral, os principais
assuntos que estão ligados a temas que fazem parte do nosso planejamento sobre
“Cidades Inteligentes”.

Inicialmente, vamos nos deparar, na Unidade I, com conceitos sobre uma cidade
inteligente, buscando gerar uma visão sobre o tema e finalizando com a importância da
gestão pública na criação e no desenvolvimento dessas cidades.

Em seguida, a Unidade II trata sobre a importância da comunicação, um dos


pontos principais para o desenvolvimento de uma cidade inteligente, buscando
compreender as mudanças na sociedade de forma geral e as alterações no
comportamento das pessoas.

A Unidade III destaca um pouco sobre a estrutura física e quais os elementos


utilizados para que uma cidade seja considerada smart city.

Finalizando o material, a Unidade IV descreve modelos de cidades inteligentes


encontradas no Brasil.

Objetivos
» Compreender os conceitos sobre as cidades inteligentes.

» Buscar a compreensão geral sobre o assunto.

» Entender a importância da Gestão Pública nas cidades inteligentes.

7
8
INTRODUÇÃO SMART
CITIES – CIDADES UNIDADE I
INTELIGENTES

Introdução
A aplicação, a utilização e a integração de tecnologias de informação trazem consigo
melhor eficiência em áreas atuantes para sociedade, buscando sempre atender às
necessidades da população. A proposta para mudanças seria prevista de forma inicial
nos segmentos de serviços governamentais e segurança pública.

Nesta Unidade, serão demonstrados os principais objetivos (planejar, gerenciar,


intervenções etc.) e as novas tendências e tecnologias em uma sociedade da informação
que estamos vivenciando neste momento. Muitos dispositivos estão conectados,
deixando claro que, para o futuro, precisamos focar na melhor forma de utilização
destes e fazer o melhor uso das informações disponíveis, promovendo soluções
para os problemas, melhorando a qualidade de vida.

Consideramos esse fluxo de interação movimentos inteligentes, pois faz o


uso estratégico de infraestrutura e serviços (informação e comunicação) com
planejamento e gestão urbana.

É preciso pensar nas atividades e fatores que podem tornar uma cidade muito
mais inteligente.

O conceito de smart cities está mudando não só as atividades socioeconômicas,


mas também os negócios imobiliários, criando novas regiões onde a infraestrutura
e os serviços oferecidos valorizam ainda mais os imóveis.

As empresas, em conjunto com a comunidade e uma gestão pública atrelada às


novas tendências tecnológicas, precisam saber fazer escolhas para criar soluções
eficazes para a população como um todo.

Em um ambiente que busca soluções para os problemas, surgem também


oportunidades para o empreendedorismo, tirando de vez as ideias e os projetos
do papel para serem executados, movimentando, assim, a economia como um
todo.

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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

As novas tecnologias proporcionam um considerável aumento da interatividade em


meio a comunidades. A busca em otimizar os serviços em áreas urbanas está
passando por transformações que irão perpetuar por muitos anos.

Esse novo cenário tecnológico pelo qual estamos passando mudou a forma como
interagimos e nos comunicamos, dando às cidades um novo conceito, que vai
muito além do desenvolvimento tecnológico propriamente dito, a interação é
uma grande aliada da população como um todo.

Mas o que faz uma cidade ser considerada smart city? Muito acreditam que
são as inovações tecnológicas, mas, na realidade, é a importância dos seus
habitantes como principal fonte de informação.

Os governantes, de forma geral, precisam criar ferramentas de acessibilidade


à informação, pois estas ajudam a população no desenvolvimento inovador e
criam possibilidades para o surgimento de novas tendências.

Existe um foco extremamente importante em cidades inteligentes: a formação


de pessoas inteligentes que se tornam produtores de informação e conteúdo.

Podemos citar alguns exemplos de quais seriam os benefícios que podemos


promover com a utilização de tecnologias inovadoras:

» aumento da qualidade de vida dos cidadãos;

» automação de processos manuais;

» facilidade na execução de tarefas;

» desenvolvimento do setor do turismo, hotelaria e restauração;

» velocidade da transmissão de informação;

» proporciona entretenimento;

» adaptação a novos mecanismos tecnológicos.

Muitos desses benefícios irão sofrer evoluções constantes, pois as mudanças são
contínuas, e novas ferramentas irão surgir cada vez mais rápidas e eficientes.

Novas iniciativas e investimentos irão surgir a partir da relação unificada das


ações entre os segmentos que fazem parte do ecossistema urbano. Os propósitos
comuns para todos tornaram prioridades nas ações que futuramente deverão
trazer melhor qualidade de vida para todos os cidadãos.

10
INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES │ UNIDADE I

Nos próximos anos, vamos acompanhar inúmeras transformações. Uma delas


será a grande preocupação com a sustentabilidade, que surgiu no final da
década de 1980, com várias estratégias e discursos extremamente relacionados
ao tema.

Em resumo, uma comunidade não sustentável consome seus recursos mais


rápido do que eles são renovados, gerando mais resíduos do que o sistema
natural possa absorver.

A busca da melhora do bem-estar dos cidadãos é constante e por meio da


integração do planejamento e da administração do meio urbano, aproveitando
sempre os benefícios do sistema ecológico com a preocupação de proteger e
nutrir as futuras gerações.

Em 2016, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação criou o “Projeto


Minhas Cidades Inteligentes”, que faz parte do Programa Brasil inteligente e é
instituído pelo Decreto n o 8.776, de 11 de maio de 2016, no qual são descritos
os seguintes objetivos:

» expandir as redes de transporte em fibra óptica;

» aumentar a abrangência das redes de acesso baseadas em fibras ópticas


nas áreas urbanas;

» ampliar a cobertura de vilas e de aglomerados rurais com banda larga


móvel;

» atender aos órgãos públicos, com prioridade para serviços de educação


e saúde, com acesso a internet de alta velocidade;

» ampliar a interligação com redes internacionais de telecomunicação;

» promover a implantação de cidades inteligentes;

» promover a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em tecnologias


móveis de quinta geração;

» fomentar o desenvolvimento e a adoção de soluções nacionais de


Internet das Coisas e sistemas de comunicação máquina a máquina;

» promover a capacitação e a qualificação profissional em tecnologias de


informação e comunicação;

11
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

» disponibilizar a capacidade via satélites em banda larga para fins civis e


militares;

» expandir redes de transporte em fibra óptica na Amazônia por meio de


cabos subfluviais.

O Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação entende que as Cidades


Inteligentes precisam ser um território em que o governo irá buscar a promoção
e a implementação nos municípios, viabilizando infraestrutura de redes
de fibras ópticas atrelados a sistemas de alta performance, priorizando os
serviços de monitoramento e com capacidade necessária para a movimentação
de grandes dados, distribuindo o acesso para toda população.

Ao longo do planeta, estão sendo gerados serviços inovadores e importantes


para a melhoria de vida dos cidadãos. Um grande exemplo é a criação do
Poupatempo, em são Paulo, que centraliza a retirada de documentos pelo
cidadão e demais funcionalidades na gestão pública e na tecnologia da
informação.

Objetivos
» Compreender os conceitos sobre cidades inteligentes.

» Entender a estrutura da gestão de negócios em uma organização.

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CAPÍTULO 1
Conceitos e definição de smart cities

Considerando novas propostas importantes como a Indústria 4.0 e aliado a esse


segmento com objetivos comuns, temos as cidades inteligentes, por sua vez não
encontramos um conceito objetivo que as definam.

Vamos considerar alguns aspectos relativos ao uso da administração de uma


cidade que possam definir uma cidade inteligente.

As smart cities são aquelas em que se aplicam dispositivos conectados para


monitorar e gerenciar as ruas e os espaços públicos.

Para um entendimento prático e direto, os centros urbanos que conhecemos vêm


incorporando tecnologias e soluções de TI para aperfeiçoar e gerar integração
nas operações, com o objetivo de reduzir custos, melhorar a qualidade de vida
de seus habitantes.

Se uma cidade conseguir atingir um nível considerado de controle e automação,


espera-se que essa região esteja extremamente conectada e sustentável,
trabalhando para gestão de recursos, garantindo a segurança, melhor utilização
de vias e serviços públicos.

Trazendo um ponto de vista mais Europeu, as cidades inteligentes são pessoas


e sistemas interagindo, fazendo a utilização de energia, materiais, serviços,
financiamentos para gerar recursos para o desenvolvimento econômico e a
qualidade de vida.

A palavra inteligente vem do fluxo de interação, buscando o uso estratégico


de infraestrutura, comunicação, planejamento, gestão urbana, podendo gerar
respostas às necessidades sociais e econômicas da sociedade.

Passamos a considerar nove pontos que indicam o nível de inteligência de uma


cidade:

» governança;

» administração pública;

» planejamento urbano;

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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

» tecnologia;

» meio ambiente;

» conexões internacionais;

» coesão social;

» capital humano;

» economia.

As smart cities se consolidaram como assunto fundamental na discussão global,


principalmente relacionadas ao tema desenvolvimento sustentável. As soluções
tecnológicas para o desenvolvimento das cidades estão estimadas em US$ 407
bilhões até 2020.

Cidades de países emergentes investem valores acima de bilhões de dólares


em produtos e serviços inteligentes, cabendo a eles a sustentabilidade, o
crescimento econômico e as demandas de matérias da nova classe média.

Em contrapartida, os países considerados desenvolvidos buscam o aprimoramento


da sua própria infraestrutura urbana existente, buscando sempre permanecer
competitivos. É preciso considerar que mais da metade das cidades europeias
acima de 100.000 habitantes já possuem ou estão em fase de implementação de
iniciativas para que se tornem de fato cidades inteligentes.

Figura 1. Principais pontos para investimento.

Fonte: https://fgvprojetos.fgv.br/noticias/o-que-e-uma-cidade-inteligente.

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INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES │ UNIDADE I

Uma palavra de ordem que resume todos os fatores para que uma cidade seja
considerada “inteligente” seria integração.

Vamos abordar de forma exemplar alguns pontos que possam ser melhorados
utilizando-se de novas tecnologias e inovações.

Trânsito
Os grandes centros urbanos costumeiramente possuem um trânsito caótico.
Nesse sentido, a integração de sistemas funcionaria como catalisadora da
transformação.

Semáforos interligados com satélites, com capacidade de ajustar automaticamente


temporização para fluidez aos sentidos com mais veículos, os smartphones
aliados à Internet das Coisas, tudo isso ajudaria os agentes a trabalharem com
mais eficiência e rapidez ao serem direcionados para pontos mais problemáticos
ou até mesmo solicitar a manutenção de sinalização.

Segurança
Um ponto importante de preocupação nos grandes centros é a questão da
segurança. Os policiais teriam um apoio em monitoramento por inteligência
artificial, com câmeras de seguranças, por exemplo; os agentes não teriam
a necessidade de trabalhar 24 horas por dia; as soluções tecnológicas de
reconhecimento facial poderiam identificar possíveis riscos e acionar a polícia
de forma automática.

Sustentabilidade
Tema do momento, as cidades inteligentes precisam se preocupar muito com a
gestão de seus recursos, principalmente os naturais.

Os gestores públicos precisariam criar e implantar novas tecnologias para


aumentar, de forma significativa, a economia de energia e água pensando
também na distribuição dos habitantes.

Entretenimento
O entretenimento é um ponto considerado importante, que pode ser transformado
por meio de uma estrutura de TI integrada.

15
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

Por exemplo, no Reino Unido (Inglaterra), alguns sensores infravermelhos


instalados em postes de luz gravam as sombras dos pedestres, projetando
imagens para quem vier acompanhando depois.

Turismo
Informações e guias de turismo integrados ao sistema Smart City podem ser
usados em dispositivos móveis (aplicando a Internet das Coisas). Com isso, uma
empresa poderia criar roteiros personalizados para cada visitante, enriquecendo a
experiência e movimentando a economia.

As cidades inteligentes vão precisar utilizar métodos de melhoria para controlar


todos esses pontos citados anteriormente. Esse fato pode acarretar danos se
não houver uma continuidade em ações e investimentos.

Fazer uma gestão inteligente de recursos seria um dos primeiros passos. A


automação na gestão desses sistemas leva a uma economia significativa, pois
poderíamos controlar o consumo de energia desligando sistemas elétricos
quando em desuso.

Talvez a integração de sistemas e processos não seja executada pela prefeitura


de cada cidade, mas sim por empresas.

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CAPÍTULO 2
Cidades inteligentes – Uma visão global

No mundo globalizado, as mudanças são constantes. Por esse motivo, podemos


dizer que estamos vivendo em convergência de dois fenômenos extremamente
importantes na história: a aceleração da urbanização global e a revolução digital.

A ONU descreve que, pela primeira vez, mais da metade da população do


planeta (54,6% ou 36 bilhões de pessoas) vive em cidades, e, até 2050, 70% da
população global (mais de seis bilhões) viverá em cidades.

Figura 2. Ilustração (todos conectados).

Fonte: https://pt.scribd.com/document/321412668/Caminho-para-as-smart-cities-Da-gestao-tradicional-para-a-cidade-
inteligente-pdf.

Após a metade do século XX, houve aceleração na urbanização das cidades.


Considerando que, em 1950, apenas 42% da população da América do Norte
vivia em cidades, hoje passamos de 80% vivendo em áreas urbanas.

Maximizar as oportunidades econômicas e ainda minimizar os danos ambientais


são os desafios que todos os países irão enfrentar neste novo século, e o
planejamento nas ações de forma sustentável será o diferencial para os futuros
governantes.

O consumo de recursos naturais deverá ser explorado de forma mais consciente


e responsável. Os serviços públicos precisarão ter melhor utilização. As cidades,
por menor que sejam, apresentam desafios que devem ser enfrentados, deixando
de ser consideradas como “cidades”, passando a ser consideradas como sistemas
complexos com conexões entre diferentes ambientes e indivíduos.

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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

O planejamento urbano se torna vital para o desenvolvimento. Considerando


o crescimento e a inclusão de participação cidadã, o gestor precisa conhecer
profundamente o que ocorre em sua cidade e, dependendo da situação,
implementar mudanças nas estruturas de governos e nos processos de
comunicação, buscando a participação de todos os envolvidos e em diversas
regiões.

O surgimento da internet e da tecnologia digital, que foram implementadas


em equipamentos móveis, trouxe-nos uma transformação que vive em
constante evolução. Cidades inteligentes e com padrões de sustentabilidade já
são consideradas inovadoras, pois aplicam tecnologias de comunicação mais
avançadas. Além disso, são aplicadas novas formas para a prestação de serviços
à sociedade, buscando sempre melhorar a qualidade de vida, visando atender às
necessidades das gerações atuais e futuras.

A utilização dessas tecnologias e das novas formas de gerenciamento de cidades


(aspectos econômicos, sociais e ambientais) gera uma sensação de segurança aos
cidadãos, pois os serviços são executados de forma mais prática e sem espera,
trazendo um ambiente favorável à criação, estimulando também a inovação
para soluções criativas, podendo gerar empregos e reduzir as desigualdades.

Inicialmente, os caminhos para a transformação das cidades passam por alguns


aspectos:

» conectividade;

» sensores distribuídos pelo ambiente;

» sistemas computadorizados;

» organização;

» criação de respostas inovadoras alinhadas com a necessidade da


população.

Para isso, é analisada uma quantidade gigantesca de dados, que são gerados e
capturados de diversas fontes, ajudando, assim, nas tomadas de decisões. Esses
mecanismos permitem fornecer, de forma muito proativa, serviços, alertas e
demais informações para a população.

Precisamos sempre considerar que a utilização de determinadas tecnologias


deve ser vista como uma “ferramenta”, auxiliando o processo de planejamento
e gestão. As tecnologias que atuam como agentes de transformação devem:

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INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES │ UNIDADE I

» gerar mudanças nos processos;

» retroalimentar o planejamento;

» modificar as dinâmicas nas prestações de serviços;

» transformar problemas em soluções;

» agregar valor à infraestrutura instalada;

» gerar melhoria em indicadores de desempenho.

Analisando esses fatos, a transformação de cidades traz resultados efetivos e


mensuráveis, propiciando maior participação dos cidadãos, buscando sempre
tratar de seus complexos desafios de maneira integral.

Outra forma de compreender a utilização de novas tecnologias é se valer dos


ativos das informações em nível local para elaborar uma estratégia, completando
o desenvolvimento das seguintes áreas:

» ambientais;

» urbanos;

» sociais;

» econômicos.

Para uma situação mais abrangente em cidades de 100 mil a 2 milhões de


habitantes, a estratégia e planejamento está baseada em quatro situações:

» dimensões de sustentabilidade;

» ambiente;

» urbanização; e

» fiscalização.

Estender o uso de tecnologias visando à melhoria contínua da gestão das


cidades e a provisão de serviços é considerada uma forma muito relevante para
a transformação das cidades.

As cidades inteligentes precisam fazer parte de um desenvolvimento ou um


projeto muito mais abrangente e complexo visando à superação de desafios
urbanos de cada região. Em detrimento da adoção da metodologia de “Iniciativa
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

Cidades Inteligentes e Sustentáveis” (Ices), estudos recentes divulgaram uma


falta de entendimento e do conhecimento do setor púbico sobre como unir a
tecnologia e gestão para melhorar a vida das pessoas.

A pesquisa tem por objetivo auxiliar justamente essa questão, apresentar


conceitos, exemplos, orientações, transformando modelos de gestão tradicionais
em modelos inteligentes.

Os resultados obtidos nos levam a resultados bem estruturados para as cidades,


ajudando na incorporação de intervenções de cidades inteligentes na região.

A tecnologia é um fator indispensável em se tratando das smart cities, e esse


comportamento ou aprimoramento precisa estar alinhado com as expectativas
e necessidades da população. Essa nova forma de gestão tem se mostrado
eficiente, oferecendo boa qualidade de vida e melhoria no sistema de gestão
dos recursos.

Se você ainda tem dúvida em como considerar que uma cidade é uma smart
city, seguem as características que ela precisa ter:

» incorporação de aspectos relativos à melhoria da governança;

» melhorias no planejamento;

» melhorias na infraestrutura.

Se essas características trabalharem de forma conjunta, então passamos a


considerar uma cidade como inteligente, gerando o desenvolvimento sustentável.

Quais seriam os benefícios e as melhorias transformadoras que justificam a


transformação das cidades?

Podemos citar vários exemplos de melhorias, mas vamos acompanhar pontos e


aspectos extremamente importantes.

» Meios de integração de diferentes áreas de atuação;

› mobilidade;

› tráfego;

› segurança;

› vigilância;

› água;

› energia;

› gestão de risco.

20
INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES │ UNIDADE I

» Compartilhamento de informações de qualidade e serviços.

» Geração de informações integrada sobre a administração pública com


informações extremante relevantes e transparentes, gerando, com isso,
uma melhor tomada de decisão e gerenciamento orçamentário.

» Os usuários de serviços teriam maiores atendimentos, melhoria na


imagem dos órgãos púbicos, elevando o grau de satisfação.

» Apoio na alocação de recursos, viabilizando a redução dos gastos.

» Procedimentos e agentes públicos (gestão) são comuns para todos,


gerando o aumento na eficiência do governo.

» As informações coletadas são muito importantes e produzem indicadores


de desempenho (medição, comparação e melhorias das políticas públicas).

» Abre um grande espaço para o envolvimento da sociedade de forma geral,


cidadãos na administração ajudam a monitorar os serviços, verificando
os problemas e interagindo em suas soluções.

Em resumo, podemos verificar a figura abaixo:

Figura 3. Resumo sobre as smart cities.

Gera integração que abastece a


administração pública com informações
necessárias e transparentes.
Gera procedimentos comuns
que aumentam a eficiência
do governo.

Otimiza a
alocação de
recursos

Permite maior
envolvimento da
sociedade civil na
administração

Tem elevado grau


de satisfação dos Produz indicadores de
habitantes desempenho que auxiliam na
medição, comparação e
melhoria das políticas públicas

Fonte: https://pt.scribd.com/document/321412668/Caminho-para-as-smart-cities-Da-gestao-tradicional-para-a-cidade-
inteligente-pdf.

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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

Analisando alguns pontos de vista, passamos a verificar o relatório da


Universidade de Tecnologia de Viena, juntamente com a Universidade
de Ljubljana e a Universidade de Tecnologia de Delft, as quais buscaram
informações no desenvolvimento de um o ranking de cidades inteligentes, de
média dimensão.

O estudo descreve a existência de seis pilares essenciais em uma cidade


inteligente:

» economia inteligente;

» mobilidade inteligente;

» pessoas inteligentes;

» governação inteligente;

» ambiente inteligente;

» modo de vida inteligente.

Considerando esses pilares, podemos dizer que a economia inteligente


trata-se da competitividade econômica das cidades, promovendo e integrando
ações extremamente ligadas ao empreendedorismo.

Quando falamos de pessoas inteligentes, remete-nos a pensar sobre o grau


de qualificação dos recursos humanos, buscando soluções para abertura e
interações sociais.

A governança inteligente refere-se exclusivamente a temas relacionados com


a participação pública, serviços aos cidadãos e funcionamento da administração
pública.

Quando nos deparamos com projetos que buscam a melhoria da acessibilidade


local e internacional das cidades, aliados à rede de tecnologias de informação e
comunicação, estamos realizando uma mobilidade inteligente.

O ambiente inteligente é o pilar em que se destaca o que de melhor as


cidades têm, de forma atrativa e natural, se existe proteção ambiental e gestão
dos recursos naturais.

E o último pilar, o modo de vida inteligente, busca a integração de diversas


questões ligadas à qualidade de vida, como habitação, cultura, turismo etc.

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INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES │ UNIDADE I

Se conseguíssemos a integração desses pilares, como já citado anteriormente,


entenderíamos também que esse seria o principal objetivo dessas ações para
promover soluções urbanas inteligentes em diversas áreas.

Estamos verificando que o surgimento ou a viabilização das cidades inteligentes


é uma tendência mundial. Como exemplo, podemos citar a Coreia do Sul, que
pretende investir mais de R$ 20 bilhões em projetos relacionados ao tema. Além
disso, o Ministério de Transportes de Seul divulgou um grupo formado por 11
países asiáticos (liderados pela Coreia do Sul) que tem a intenção de construir
cidades inteligentes e explorar oportunidades de negócios relacionadas a elas.

Como grupo, os objetivos são de colaboração mútua para resolução de problemas


de urbanização, identificação das concentrações de populações e, por exemplo,
danos causados por inundações.

Como planejamento, a Coreia do Sul deseja investir US$ 4.67 bilhões (cerca
de R$ 20 bilhões) para construção da primeira cidade inteligente do país até
2024. O Governo determinou que 56 famílias se mudassem para o complexo
residencial até o final do ano de 2021. É importante lembrar que, para que um
determinado lugar se caracterize como uma cidade inteligente, é necessário que
as pessoas convivam e recebam benefícios de tecnologias apoiados com dados
digitalizados (Internet das Coisas, inteligência artificial e robôs).

Sempre que falamos em cidades inteligentes, temos nossas atenções voltadas


para cidades europeias e norte-americanas. Na realidade, encontramos as
melhores soluções estratégicas para as cidades inteligentes, com destaque para
algumas cidades latino-americanas aos diferentes rankings para suas iniciativas
inteligentes, megacidades com mais de 10 milhões de habitantes, tornando-
as tecnicamente antítese de uma verdadeira cidade inteligente, pois é difícil
encontrar soluções sociais e ambientais sustentáveis.

Em se tratando de melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos, levamos


em conta o impacto social que as estratégias de cidades inteligentes podem
proporcionar para que isso de fato ocorra. Destacaremos agora, de forma
exemplar, cidades que, apesar de apresentarem problemas urbanos, buscam
soluções na estratégia de cidades inteligentes para melhorar as condições de
segurança, mobilidade e qualidade de seus cidadãos.

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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

Santiago (Chile)
A cidade de Santiago luta contra a contaminação do ar e o congestionamento
do trânsito, mas está à frente de outras cidades da América do Sul, graças a
sua economia estável e sua transparência governamental. Ações de apoio ao
empreendedorismo (startup) foram um dos fatores-chave para que a cidade
conquistasse o título de centro de inovação da América Latina.

Com vital importância e ajuda ao governo, organizações como País Digital,


o grupo de pesquisa chamado Fraunhofer, a Universidad del Desarrollo e o
Ministério de Transportes e Telecomunicações assumiram a causa da cidade
inteligente.

Quando Santiago está na estação do inverno, geralmente temos pouca chuva e


até mesmo o vento fica escasso para limpar a poluição, que fica presa no vale,
deixando a vida na cidade insuportável.

Logo após a declaração do estado de emergência ambiental há três anos, as


autoridades chilenas reconheceram a importância da mobilidade limpa. O
objetivo passou a ser no aumento do número de veículos elétricos até 2022.

Uma frota de 100 ônibus elétricos – com outros 100 prontos para chegar
mais tarde – já está em operação, o que torna Santiago a primeira cidade
latino-americana a investir fortemente na mobilidade elétrica.

Outra forma de incentivo econômico oferecido é a isenção de impostos


ambientais e restrições de tráfego aos cidadãos que mudam para veículos mais
eficientes em termos energéticos, o que se aplica também aos caminhoneiros
e taxistas.

Como obstáculo para essa estratégia, há o custo alto inicial, a falta de estações
de recarga para veículos elétricos ou híbridos, o que dificultou maior adesão da
população.

Também vimos hoje que a cidade de Santiago desfruta de um sistema


compartilhado de bicicletas, oferecido pela PBSC Urban Solutions, fornecedora
mundial de sistemas de mobilidade urbana sustentável.

Basicamente, o sistema consiste em 3.500 bicicletas e 350 estações movidas


a energia solar em toda a cidade. A cidade também se propõe a superar a
dependência em relação aos carros, que surgiu a partir da iniciativa Startup
Chile.

24
INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES │ UNIDADE I

A Kappo Bike, uma plataforma premiada desenvolvida em Santiago, colocou


como proposta tornar a bicicleta mais segura, fornecendo ao governo local
dados sobre as rotas mais movimentadas que não têm ciclovias. Com essa
informação, os gestores públicos poderiam identificar as necessidades dos
ciclistas e melhorar a infraestrutura cicloviária da cidade.

Diante dessas mudanças e propostas relatadas acima, para uma nova cidade
teremos que superar os problemas relacionados com a contaminação do ar e o
congestionamento do trânsito de uma só vez.

Apesar de faltarem ainda pontos importantes para que a cidade de Santiago


seja tratada como uma cidade inteligente, aplaudimos as iniciativas para
enfrentar os maiores desafios da vida urbana.

Rio de Janeiro (Brasil)


Para garantir a liberdade da informação e prevenção na gestão de desastres,
a cidade do Rio de Janeiro passou por grandes desafios para sediar os Jogos
Olímpicos de 2016 e partidas importantes em 2014, com o objetivo de aumentar
a segurança de suas ruas e estabelecer um sistema de monitoramento correto.
Para isso, foram elaboradas estratégias seguindo modelos já atribuídos para
cidades inteligentes.

Em parceria com grandes empresas (IBM e Oracle), foi construído um Centro


de Operações, e diferentes áreas trocavam informações (dados) entre si para
aumentar a eficiência dos serviços, como vigilância do tráfego, segurança,
previsão do tempo, eletricidade e fornecedores de gás.

Um bom exemplo foi a implementação de GPS em caminhões de lixo, para


que, em casos de emergência, esses caminhões fossem designados para outras
tarefas. Ações como essa e outras nos mostram a cidade do Rio de Janeiro em
uma posição de destaque quando o assunto é cidade inteligente.

Medellín (Colômbia)
Outra cidade que ocupa uma posição de destaque é a cidade de Medellín, que
passou por uma transformação radical, saindo da chamada capital das drogas
para um centro de tecnologia e inovação.

25
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

As estratégias inteligentes orientadas para o cidadão reduziram 80% da taxa de


homicídios (dados analisados entre 1991 e 2010). Vamos, então, conhecer um
pouco do que foi realizado:

» construção de bibliotecas públicas;

» série de ligações de transportes (parques, escolas, bairros de encostas


pobres) para centros comerciais e industriais;

» cinturão verde de 75 quilômetros de extensão;

» jardins comunitários;

» espaços recreativos;

» trilhas para caminhadas;

» moradias para os mais pobres;

» transparência na governança (plataforma on-line mimedellin.org).

Quais são as cidades que se destacam no meio internacional e servem de


inspiração para novos modelos de smart cities?

Segundo a revista Forbes, as dez cidades que se destacaram mundialmente em


2019 foram:

1. Londres (Inglaterra);

2. Nova York (EUA);

3. Amsterdã (Holanda);

4. Paris (França);

5. Reykjavik (Islândia);

6. Tóquio (Japão);

7. Cingapura;

8. Copenhaque (Dinamarca);

9. Berlim (Alemanha);

10. Viena (Áustria).

26
INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES │ UNIDADE I

Podemos destacar também que as ações da cidade sul-coreana em conjunto


com soluções estratégicas chamaram a atenção mundial e também se tornaram
referência em inovação e exemplos de cidades inteligentes.

Songdo (Coreia do Sul)


Songdo é uma cidade considerada uma “aerotrópole”, expressão utilizada para
designar cidades planejadas, que são desenvolvidas em torno de um aeroporto.
O projeto teve início em 2003 e se potencializou em 2009, a partir de um
programa de estímulos a investimentos do governo local. A população atual da
cidade é de cerca de 100 mil habitantes.

Além da interessante ideia de mobilidade aérea, a cidade tem destaque por


disseminar espaços verdes e ampliar as possibilidades de mobilidade. Diversos
sensores subterrâneos foram distribuídos para detectar condições de tráfego e
reprogramar semáforos de acordo com as necessidades. Passou a utilizar a água
do mar para abastecer um lago e um canal, e, por isso, a cidade tem se mantido
úmida, sem o estrangulamento da água potável. Táxis aquáticos estão sendo
utilizados como meios de transporte nesses espaços.

Além disso, passou a incentivar o uso de bicicletas na mobilidade urbana,


disponibilizando 25 quilômetros de ciclovias.

Foi projetado um sistema pneumático por toda a cidade, que permite a gestão
inteligente de resíduos, eliminando a coleta de lixo.

Já que estamos nos aprofundando no conhecimento sobre essas cidades, por


que o mundo precisa de cidades inteligentes?

O crescimento populacional precisa ser absorvido, e isso fica mais evidente


em cidades grandes. Estima-se que atualmente cerca de 50% da população se
concentra nos maiores centros urbanos.

Acredita-se que, para os próximos anos, esse número passe dos 70%, mas,
considerando o tamanho das cidades, os números passam a ser preocupantes
em relação ao restante do planeta (cerca de 2%).

O superpovoamento provoca vários problemas (engarrafamentos quilométricos,


acesso difícil a serviços de saúde, entre outras dificuldades). Para as necessidades
básicas, essa situação fica ainda mais grave, como o abastecimento de água e de
energia.

27
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

Atualmente os governos vivem em sistema analógico. Em contrapartida, a


sociedade se tornou digital. À medida que o tempo passa, o descompasso é cada
vez maior, deixando os governantes cada vez mais pressionados com o avanço
da tecnologia.

As inovações para uma gestão analógica sempre irão estar à frente, por isso os
governantes precisariam se antecipar, e não apenas tentar corrigir eventuais
distorções. Uma situação como essa poderá causar prejuízos e afetar a segurança, a
privacidade de dados e até mesmo a ordem pública.

Como características marcantes, a tecnologia digital permite análises mais


profundas e assertivas para soluções de problemas, consegue definir padrões,
cria mais possibilidades de mudanças com agilidade e menor custo.

Passamos, então, a entender que o conceito de smart cities é fundamental para


ajudar a gerir parâmetros e na resolução dessas grandes demandas, inserindo
tecnologia em viagens curtas ou longas, gerando respostas para os problemas
de mobilidade.

A aplicação de tecnologia ainda pode ser utilizada para áreas consideradas


importantes para sociedade, ajudando na melhoria na qualidade de vida
(segurança, saúde e educação), favorecendo uma participação mais ativa nas
decisões, passando a considerar projetos e soluções, analisando sempre as
prioridades no esteio social, cultural, político e econômico.

28
CAPÍTULO 3
O papel da gestão pública no
desenvolvimento sustentável

Na rediscussão sobre o desenvolvimento sustentável, são observados novos


problemas e velhos dilemas principalmente sobre a realidade econômica, social,
política, elevando a sua importância para níveis internacionais.

A administração pública tem responsabilidades na implementação, no


direcionamento e na regulamentação de políticas, visando sempre o
desenvolvimento das cidades.

As gestões públicas, em princípio, buscam estratégias para aumentar e estimular


o processo de crescimento (econômico e sustentável). Além disso, o poder
público precisa ter a competência em gerir recursos, em prol da melhoria da
qualidade de vida da população, apontando também melhorias no controle, na
fiscalização, na infraestrutura.

Quando utilizamos uma gestão eficaz dos recursos sociais, temos como
consequência o desenvolvimento e, para que isso ocorra, os gestores promovem
projetos implementando ações, não se esquecendo da forma sustentável em sua
execução, visando manter e melhorar a qualidade de vida de forma gradativa.

Figura 4. Parâmetros para se alcançar o desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento Justiça Preservação e


social socioambiental conservação ambiental

Desenvolvimento
sustentável

Inclusão social Ecoeficiência

Desenvolvimento
Econômico

Fonte: http://www.fsma.edu.br/visoes/ed04/4ed_O_Desafio_Do_Desenvolvimento_Sustentavel_Gisele.pdf.

29
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

O gestor público, em suas diretrizes, segundo a Comissão Brundtland Futuro


Comum apud Barbieri, analisa os seguintes pontos:

» crescimento como condição necessária para erradicar a pobreza;

» mudança da qualidade do crescimento de modo a torná-lo mais justo,


equitativo e menos intensivo em matérias-primas e energia;

» atender às necessidades humanas essenciais de emprego, alimentação,


energia, água e saneamento;

» manutenção de um nível populacional sustentável;

» conservação e melhoria da base de recursos;

» reorientação da tecnologia e administração dos riscos;

» inclusão do meio ambiente e da tecnologia no processo decisório.

O cenário da gestão pública no Brasil visualiza um reflexo do processo de


colonização, demonstrando uma cultura enraizada nos valores de importações.
Em nosso país, existem pessoas criativas, e o processo de inovação acabou sendo
sufocado e submetido aos estrangeiros.

Como assim? Para gerar crescimento (processo histórico e cultural), o Brasil


optou na importação de tecnologias administrativas tanto no setor público e
privado. Sobre as transformações socioeconômicas atuais, o setor público
precisa acompanhar, ou melhor, estar à frente desse processo. As mudanças
são constantes, os processos e as inovações são necessários e, para ter sucesso
e fazer frente aos novos desafios, as soluções precisam ser criativas e rápidas.

Para o desenvolvimento de uma região, inovação, tecnologia e competitividade


estão em primeiro lugar, passando o gestor a ser conhecido como agente
catalizador de inovações transformadoras. Podemos considerar hoje, de forma
exemplar ao conteúdo acadêmico, que os gestores não estão conseguindo ser
um agente catalizador de inovações.

Isso ocorre por dois motivos: má fama do setor público e formação cultural
da sociedade, que associa organizações públicas a imobilismo. Além disso,
podemos considerar também a falta de preparação e comprometimento com as
organizações.

30
INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES │ UNIDADE I

A questão da evolução das cidades se deve não somente à aquisição de novas


tecnologias inovadoras, mais sim à formação de gestores capazes de desvincular
planos e projetos e demais ações do caráter partidário, muitas vezes eleitoral, o
que precisaria formar parcerias, integração, juntamente com a participação da
sociedade.

É necessário repensar na estrutura de inovação no Brasil, deixando claro para a


gestão pública que o desenvolvimento sustentável depende de um conjunto de
fatores (pesquisa básica, recursos humanos, pesquisa aplicada, financeiros e do
interesse político).

De forma resumida, podemos entender que o significado em ter uma gestão


pública sustentável seria que todas as decisões tomadas pelo poder público
deveriam sempre priorizar a manutenção dos recursos e o melhor uso dos
espaços, sem contar com aplicações de práticas sustentáveis (economia de
energia, uso racional de papel etc.).

Uma forma de acompanhamento e controle fiscalizada pelo Tribunal de Contas


da União (TCU), após uma coleta de informações sobre um determinado
número de municípios foi possível determinar o Índice de Acompanhamento
da Sustentabilidade na Administração (Iasa), levando em conta os seguintes
critérios:

» racionalização no uso de energia elétrica e de água;

» atendimento a requisitos de acessibilidade;

» certificação de prédios públicos;

» racionalização no uso de papel e implementação de processo eletrônico;

» gestão de resíduos e coleta seletiva;

» contratações públicas sustentáveis;

» mobilidade e gases do efeito estufa;

» conscientização, capacitação e adesão a programas de sustentabilidade.

Podemos citar vários exemplos de organizações em que os serviços públicos se


resumem em resolver as demandas diárias e “apagar os incêndios”, o que não é
bom para uma gestão sustentável.

31
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

É essencial que os gestores se apoiem em projetos inovadores e sustentáveis,


principalmente no planejamento de novas obras.

No planejamento, são definidas metas, além de prazos, determinando as


responsabilidades de acompanhamento e execução. Os registros são importantes
e precisariam ficar visíveis para o acompanhamento da população.

Metas para uma cidade inteligente, por exemplo, seriam desenvolvimento


e sustentabilidade. É evidente que teremos a necessidade de conquistá-las,
haja vista que as preocupações com o desenvolvimento sustentável vão muito
além de proteger e preservar o meio ambiente (o que é uma tarefa árdua a ser
cumprida).

Freitas retrata que: “sustentabilidade é multidimensional, porque o bem-estar


é multidimensional”.

Podemos descrever outra forma conceitual sobre o desenvolvimento sustentável:


“o apoderamento efetivo de todos os direitos humanos, políticos, sociais,
econômicos e culturais, incluindo-se aí o direito coletivo ao meio ambiente”.

Nessa caminhada em busca da melhoria de vida, as dimensões da sustentabilidade


devem ser desenvolvidas e trabalhadas de modo conjunto, pois, se pensarmos
bem, “a danificação material do planeta é insustentável, mas a pobreza também é
insustentável, a exclusão social também é insustentável, assim como a injustiça,
a opressão, a escravidão e a dominação cultural e econômica”.

Fiquemos atentos, pois falsetas e promessas de desenvolvimento sustentável


precisam ser superadas com o objetivo de possibilitar a aplicação dos ditames
das dimensões da sustentabilidade de maneira conexa e concreta.

Trata-se do princípio constitucional que determina, com eficácia


direta e imediata, a responsabilidade do Estado e da sociedade pela
concretização solidária do desenvolvimento material e imaterial,
socialmente inclusivo, durável e equânime, ambientalmente limpo,
inovador, ético e eficiente, no intuito de assegurar, preferencialmente
de modo preventivo e precavido, no presente e no futuro, o direito ao
bem-estar (FREITAS, 2016, p. 43).

Diante do conceito de sustentabilidade, e demonstrando que sua importância


é multidimensional, pois agregam as dimensões social, ambiental, econômica,
ética e jurídico-política, torna-se indispensável apresentar os contornos
de cada uma de suas dimensões e suas próprias especificidades, portanto “a

32
INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES │ UNIDADE I

sustentabilidade pode ser analisada e caracterizada a partir de diferentes


dimensões”.

Dimensão social da sustentabilidade


Busca enfatizar uma necessidade indispensável e de grande preocupação
com os seres humanos, como está a sua qualidade de vida (bem-estar),
demonstrando uma relação íntima entre a qualidade de vida e a qualidade do
meio ambiente, uma vez considerada como conceitos indissociáveis.

Na dimensão social da sustentabilidade, devem estar previamente atendidos os


direitos sociais fundamentais que devem ser garantidos de forma positiva pelo
Estado ao cidadão. São definidos por Silva, conforme se segue:

Por isso, sem preocupação com uma classificação rígida, e com base
nos arts. 6o a 11, agrupá-los-emos nas seis classes seguintes: (a) direitos
sociais relativos ao trabalho; (b) direitos sociais relativos à seguridade,
compreendendo o direito à saúde, à previdência e assistência social;
(c) direitos sociais relativos à educação e cultura; (d) direitos sociais
relativos à moradia; (e) direitos sociais relativos à família, criança,
adolescente e idoso; (f) direitos sociais relativos ao meio ambiente
(SILVA, 2014, p. 289).

Verificamos também a possibilidade de um desenvolvimento pautado no


desenvolvimento social do cidadão, de promoções das pessoas ou de toda uma
comunidade, garantindo sempre que todos possam ter direitos a educação,
moradia, trabalho e saúde.

Direitos sociais são fundamentais e devem ser respeitados; sua aplicação cria
condições ao pleno desenvolvimento sustentável, pois a qualidade do meio
ambiente depende também da qualidade de vida.

Os governantes têm como base a geração de empregos, de modo que todos


conquistem seu trabalho de forma digna e gratificante, para produzir o seu
próprio sustento e sua própria qualidade de vida, reduzindo, assim, a diminuição
da pobreza e da miséria.

Necessitamos garantir o direito social, deixando sua contemplação evidenciada


na prática cotidiana, assegurando direitos hábeis apara a promoção ao cuidado
com a saúde da população.

33
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

O direito à Previdência Social precisa ser tratado com maior respeitabilidade.


Os segurados do sistema precisam de segurança ética e financeira no
momento de buscar seu tão almejado benefício previdenciário. Por isso, esse
sistema precisa ser justo, inclusivo, eficiente e sustentável do ponto de vista
econômico. Ou seja, uma completa a outra (direito social e direito à saúde),
que são fundamentais e indispensáveis para a implementação do plexo da
sustentabilidade, com vistas a promover as bases da potencialidade humana,
deixando clara a proclamação de justiça intergeracional da sobrevivência de
longo prazo.

A dimensão econômica da sustentabilidade


Não podemos ter indiferenças quando se trata de desenvolvimento econômico
aliado a sustentabilidade. Quando temos uma economia saudável e responsável,
conseguimos gerar as igualdades sociais, baseando-a em padrões de
sustentabilidade.

Conforme preceitua a doutrina, “Não há desenvolvimento sem crescimento


econômico”. Entendemos que o crescimento econômico é de fundamental
importância para o desenvolvimento da espécie humana, mas essa situação
precisa ser controlada de modo a não obstar a existência da vida no planeta.

Esperamos como resultado que tal crescimento possa ser capaz de equacionar o
desenvolvimento econômico à necessária proteção ao meio ambiente.

É importante lembrar que o modelo de crescimento adotado atualmente


vem trazendo grades prejuízos à humanidade, uma escalada da degradação
ambiental. Em muitos países, a população vive com pobreza e miséria.

Isso só será possível à medida que implantamos um coerente e responsável


plano econômico, voltado para o crescimento justo entre gerações, de modo
a consubstanciar novos e melhores indicadores de crescimento, que possam
refletir o verdadeiro crescimento de uma nação.

Precisamos nos basear nos quesitos apresentados e atribuídos para o


desenvolvimento econômico sustentável, principalmente os pontos que são
considerados pilares para a sustentabilidade, em que conseguiremos uma
reorganização dos paradigmas ambientais e socioeconômicos, conforme denota
Freitas:

34
INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES │ UNIDADE I

Em última análise, a visão econômica da sustentabilidade,


especialmente iluminada pelos progressos recentes da economia
comportamental, revela-se decisivo para que (a) a sustentabilidade
lide adequadamente com os custos e benefícios, diretos e indiretos,
assim como o “trade-off” entre eficiência e equidade intra e
intergeracional; (b) a economicidade (princípio encapsulado no
art. 70 da CF) experimente o significado de combate ao desperdício
“lato sensu” e (c) a regulação do mercado acontecerá de sorte a
permitir que a eficiência guarde real subordinação à eficácia
(FREITAS, 2016, p. 72).

Consideramos, então, que é indispensável, para o ideal de sustentabilidade


em longo prazo, que a dimensão econômica seja devidamente desenvolvida,
adotando mecanismos sustentáveis que de fato dão prioridades aos recursos
naturais do planeta, estabelecendo critérios éticos e justos de desenvolvimento,
beneficiando, assim, as presentes gerações sem comprometer a existência das
gerações futuras.

A dimensão ética da sustentabilidade


O referido tema citado acima está diretamente voltado para a relação da justiça
(intergeracional), para que a coletividade da presente geração seja responsável
pela herança ambiental e social que será posteriormente repassada para as
futuras gerações.

Essa relação está conjugada a anseios de solidariedade e fraternidade,


entendendo que os seres humanos, enquanto pessoas do meio ambiente, são
responsáveis por gerir a vida de todos os seres vivos.

Sustentabilidade ética determina um modo de vida voltado para a coletividade


plena, aceitando todos como pessoas detentoras de direitos e deveres e como
merecedoras de respeito na esfera social.

Ações comuns e cotidianas de todos os povos, comunidades e nações tornarão


possível o desenvolvimento ético no seio de cada nação que busca a prosperidade
em relação ao desenvolvimento sustentável.

Existe, em teoria, um dever cívico de respeito e ética com a máquina pública,


de forma que o erário público possa ser utilizado adequada e sabiamente.
Espera-se que o erário público possa promover o avanço social, educacional,
tecnológico e científico de toda a nação, beneficiando o coletivo, e não o
individual.

35
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

A ética sustentável visa à distribuição de riquezas a favor do coletivo, e não


a favor da minoria, não admite situações contraventoras a propósito: toda
corrupção, direta ou indireta, material ou imaterial, é eticamente reprovável,
não universalizável em longo prazo e francamente insustentável.

As pessoas precisam ser engajadas no compromisso de ajudar o próximo,


proporcionando condições para que todos tenham a possibilidade de se
desenvolver igualmente, de forma equilibrada e sustentável, tendo como
referência a honestidade, imperando sempre nas negociações públicas e
privadas, buscando sempre a promoção do bem-estar social.

A dignidade humana precisa ser desenvolvida de forma plena, principalmente


nas relações sociais, com o objetivo de criar formas de se prover o bem-estar
com grande durabilidade, respeitando a vida em todas as suas formas na
missão de evidenciar a justiça intergeracional.

A dimensão ambiental da sustentabilidade


Como sabemos, os recursos naturais são finitos, pr isso necessitamos de um
meio ambiente equilibrado, proporcionando qualidade de vida para as presentes
e futuras gerações, e, o mais importante, que a natureza esteja preservada e
protegida.

Medidas sérias e imediatas de combate à poluição da água, do solo e do ar


precisam ser amplamente planejadas e implementadas. Discursos passaram a
ser sistematicamente permutados para ações efetivas e eficientes de combate,
como, por exemplo, o desmatamento.

Os direitos fundamentais de terceira dimensão são aqueles que condensam o


desenvolvimento dos direitos de solidariedade e de fraternidade, dito direitos
coletivos – “em conformidade com a doutrina autorizada, o direito ao meio
ambiente é um direito fundamental de terceira geração ou dimensão, incluído
entre os chamados ‘direitos de solidariedade’ ou ‘direitos dos povos’” (MIRRA,
2011, p. 104) –, e carregam em seu ínterim o direito ao meio ambiente equilibrado
e à sadia qualidade de vida, “em verdade, para assegurar o direito fundamental
à vida” (SILVA, 2014, p. 863).

Nesse mesmo sentido leciona Teixeira (2008, p. 92):

Os de terceira geração são orientados pelos princípios da


solidariedade e fraternidade e destinados à proteção de

36
INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES │ UNIDADE I

agrupamentos humanos, como o direito à paz, à segurança, ao


desenvolvimento, à livre determinação dos povos, à comunicação,
ao meio ambiente saudável, dentre outros.

A dimensão ambiental da sustentabilidade nos diz respeito a uma justa medida


de consumo com o meio ambiente, bastando apenas mudanças em paradigmas
de tomar da natureza somente aquilo que é de fato suficiente.

A dimensão jurídico-política da
sustentabilidade
jurídico-política ecoa o sentido de que a sustentabilidade
determina, com eficácia direta e imediata, independentemente
de regulamentação, a tutela jurídica do direito ao futuro e, assim,
apresenta-se como dever constitucional de proteger a liberdade de
cada cidadão (titular de cidadania ambiental ou ecológica), nesse
status, no processo de estipulação intersubjetiva do conteúdo
intertemporal dos direitos e deveres fundamentais das gerações
presentes e futuras, sempre que viável diretamente (FREITAS,
2016, p. 72).

Conforme proposto pelo conceito acima, temos uma junção de fatores capazes
de possibilitar o desenvolvimento sustentável e gerar um bem-estar para as
presentes e futuras gerações.

O tema busca pontuar e desenvolver os direitos que são fundamentais


das presentes e futuras gerações, com o objetivo de reforçar o complexo
desenvolvimento consubstanciado na preservação e proteção ambiental, em
conjunto a essa proposta, a promoção social, o respeito à dignidade humana e
os direitos humanos.

Busca também melhor distribuição de renda, tendo como base de conceitos a


ética, vertente indissociável do conceito de sustentabilidade.

Essa dimensão da sustentabilidade visa ao pleno desenvolvimento do Estado


Democrático de Direito, que se caracteriza pelo respeito às liberdades civis,
pelo respeito aos direitos humanos e pela deferência dos direitos e garantias
fundamentais consagrados no texto constitucional, que trata do atendimento
mínimo necessário e garantido constitucionalmente, possibilitando, assim, a
vida em todas as suas formas, sem que ocorra degradação ambiental.

37
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO SMART CITIES – CIDADES INTELIGENTES

Na realidade, trata-se de uma determinação principiológica vinculante que


busca o aperfeiçoamento da tutela efetiva dos direitos fundamentais para que
estes possam se materializar em bem-estar para nossa geração e as futuras, em
uma ótica de proteção da vida em suas diferentes formas.

Os direitos fundamentais estão ligados com a dimensão da sustentabilidade,


que é caracterizada pelo respeito às liberdades civis, pelo respeito aos direitos
humanos e pela deferência dos direitos e garantias fundamentais consagrados
no texto constitucional, com vistas a atender ao mínimo necessário garantido
constitucionalmente e possibilitar a vida em todas as suas formas, sem que
ocorra degradação ambiental.

É possível evidenciar, então, que essa dimensão propõe um pleno


desenvolvimento das dimensões já apontadas anteriormente, com o objetivo de
estabelecer um limite conjectural de sustentabilidade que vise o todo na esfera
do desenvolvimento sustentável.

38
A COMUNICAÇÃO UNIDADE II
QUE TRANSFORMA

Introdução
Acreditamos que a principal característica das cidades inteligentes seria uma
sociedade interligada por meio das tecnologias (informação, comunicação e
dados), como as redes Ad hoc, redes de comunicação entre equipamentos sem o
auxílio de estações de base.

Para que tudo funcione bem, é necessária a criação de protocolos de roteamentos.

Hoje encontramos alguns protocolos, como o zigbee, que atuam no mercado,


mas, quando passam para soluções em cidades inteligentes, apresentam
limitações. Devido a vários fatores, somados às limitações dos protocolos, foi
desenvolvido um protocolo de roteamento avançado chamado de WisReed, com
a inteligência artificial como princípio ativo de funcionamento.

As principais características desse novo protocolo são:

» aprende os melhores caminhos para envio de informações;

» tem alta estabilidade;

» é confiável;

» tem baixo custo operacional;

» segue os padrões aceitos por normas internacionais.

Então, por meio dessa nova tecnologia, o conceito de cidades inteligentes pode
ser alcançados (sociedade inteligente e interligada, por meio de estrutura
avançada de telecomunicação).

Os dispositivos encontrados no mercado atualmente precisam trabalhar de


forma homogênea em diversas áreas, visando que a sociedade como um todo
possa usufruir desse benefício, gerando um convívio sustentável para o futuro.

39
UNIDADE II │ A COMUNICAÇÃO QUE TRANSFORMA

Equipamentos de comunicação interconectados sem uso de uma estação base


é uma grande opção para a construção de uma rede autônoma e distribuída, as
redes Ad hoc.

Em uma rede de comunicação eficaz, protocolos de roteamento são necessários.


Protocolos de roteamento convencionais, como o zigbee, são limitados em
projetos para soluções urbanas; os protocolos precisam ser confiáveis, ter
escalabilidade e custo operacional compatível com a realidade brasileira.

Há ainda os protocolos de roteamento chamados de WisReed, em que a


estrutura funcional está baseada na inteligência artificial. Sua característica
de funcionamento é a seguinte: à medida que uma grande rede aumenta, o
sistema busca caminhos de comunicação para garantir uma alta escalabilidade
e confiabilidade.

Os protocolos de roteamento e comunicação precisam seguir padrões


internacionais (TCP/IP) e sua camada física, IEEE 802.11 e 802.15.4, entre
outros.

De forma resumida, os protocolos de roteamento, ou uma estrutura de


comunicação inteligente, necessariamente precisam ser avançados e, se
possível, de última geração. Esses sistemas estão sempre em evolução, buscando
melhores desempenhos e velocidade operacional.

Passamos a considerar que, para as cidades futuristas, a infraestrutura seja


considerada fundamental, colocando à disposição os principais serviços para a
sociedade.

Quando não damos a devida atenção para a infraestrutura digital, deixamos para
a sociedade moderna um problema a ser resolvido. Os desafios são diversos, a
integração e o planejamento conjunto de todos serão um grande diferencial
para que possamos desfrutar dos benefícios, garantindo um desenvolvimento
sustentável nos grandes centros urbanos.

A Unidade 2 trata também dessas informações, abordando sobre as formas de


comunicação por meio da Internet das Coisas (IoT).

Objetivos
» Compreender as formas de comunicação IoT.

» Entender a necessidade da comunicação para uma Cidade Inteligente.

40
A COMUNICAÇÃO QUE TRANSFORMA │ UNIDADE II

CAPÍTULO 1
A importância da comunicação e
conscientização

Com o aumento no crescimento de novas smart cities, em conjunto vem a


preocupação nos seguintes segmentos:

» O aumento nas estatísticas de urbanização juntamente com o crescente


uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC).

As transformações começaram a serem discutidas e estabelecidas pela ONU em


2015, com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), acordado por 193
países em aprovação do documento “Transformando Nosso Mundo”.

Aliado a esse fato, por agora temos a Agenda 2030 para o desenvolvimento
sustentável, a qual tem como principais objetivos:

» erradicação da pobreza;

» proteção do planeta;

» garantia de vida próspera para todos;

» paz universal;

» mobilização de parcerias para o alcance dos ODS.

Nesse contexto, a inclusão de novas tecnologias de comunicação é de fundamental


importância para ajudar no desenvolvimento não só nas cidades, mas também em
vários segmentos. As cidades inteligentes são citadas como indicador, presente
em estratégias formuladas para alcançar o objetivo 11 (cidades e comunidade
sustentáveis).

Mais recentemente, em um trabalho realizado entre a Organização para


Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID), por exemplo, descreveu-se que o uso das TICs
faz parte integrante das smart cities, podendo melhorar o uso de recursos e
desenvolvimento sustentável.

Em princípio, para considerarmos um projeto de desenvolvimento de cidades,


precisamos pensar em dois pontos importantes: a crescente urbanização e a

41
UNIDADE II │ A COMUNICAÇÃO QUE TRANSFORMA

revolução digital. O crescente desenvolvimento urbano destoa nos governantes


locais, que precisariam de mais agilidade para distribuição de recursos e
prestação serviço, oferecendo, assim, melhor atendimento para a população.

A ONU em 2013 estimou que, em 2050, mais de 70% da população mundial


viverá em cidades.

Os objetivos da utilização de TIC estão na forma estratégica da prestação de


serviços públicos e dos processos da administração pública. Temos, então,
uma ordenada difusão de tecnologias digitais e de dispositivos conectados a
usuários, gerando ambientes favoráveis para inovação na prestação de serviços
que podem ser utilizados pelos governos locais.

A seguir, exemplos de como a utilização de novas tecnologias pode contribuir


para a melhoria de vida dos seres humanos:

» universalização de moradias;

» melhoria nos serviços básicos;

» serviços de transportes;

» manutenção e valorização do patrimônio cultural;

» ampliação da participação e da inclusão;

» redução da desigualdade;

» aumento na resiliência das cidades, na ocorrência de desastres e grandes


eventos.

Figura 5. Internet das coisas.

Fonte: https://direitodacomunicacao.com/internet/publicado-decreto-do-plano-nacional-da-internet-das-coisas/.

42
A COMUNICAÇÃO QUE TRANSFORMA │ UNIDADE II

Adotando soluções tecnológicas que precisam ser economicamente positivas,


viáveis para os centros urbanos, as TICs são de vital importância, pois
possibilitam a coleta de dados e informações em tempo real.

Essa coleta ajuda na compreensão mais precisa do uso de recursos e possivelmente


na prestação de serviços, expondo suas falhas, os pontos positivos, modelando
o estilo de vida das pessoas.

Também destacamos a importância da utilização das TICs para analisar e


coletar dados a serem utilizados na gestão pública e nos processos decisórios
dos gestores públicos e da própria população.

Necessariamente, o modelo de infraestrutura TIC precisa ter um grande


potencial, essencial ao se pensar nas cidades inteligentes e sustentáveis. Há,
porém, pontos contra a utilização de novas tecnologias, pois carrega em si
potencial para ampliar a desigualdade, aumentar o controle sobre as pessoas e
reforçar estruturas de poder não legítimas.

Como já dito, as smart cities não se limitam ao uso de tecnologias, precisam ter
uma visão mais ampliada e combinar tecnologia, gestão urbana e exercícios de
novos modelos de relações.

Figura 6. Modelo referencial de uso de TIC pela administração pública no Brasil.

INCLUSÃO
INFRAESTRUTURA DE DIGITAL
CONEXÃO DA
PREFEITURA INFRAESTRUTURA INCLUSÃO
DIGITAL

GOVERNANÇA E-GOVERNANÇA ATIVIDADE


DE TIC ECONÔMICA

E-ADMINISTRAÇÃO
E-SERVIÇOS
PÚBLICA E-DEMOCRACIA
PÚBLICOS

POLÍTICAS POLÍTICAS
PÚBLICAS PÚBLICAS
E-SERVIÇOS E E-
COMUNICAÇÃO TRANSPARÊNCIA
COM O CIDADÃO

Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 76122018000400630&lng=en&nrm=iso.

43
UNIDADE II │ A COMUNICAÇÃO QUE TRANSFORMA

Os processos de tratamento da informação, controle e comunicação de


informação estão baseados por meios eletrônicos (digitais), em toda a
infraestrutura organizada de equipamento, aplicações, banco de dados e suas
redes de telecomunicações, permitindo interagir, gerar e distribuir dados aos
seus usuários de forma eletrônica.

As TICs seriam um pacote de recursos tecnológicos que se interligam entre si,


proporcionando uma comunicação entre vários tipos de processos existentes;
basicamente essas tecnologias são utilizadas para compartilhar informações.

Podemos dividir de forma exemplar a Tecnologia de Informação com as seguintes


áreas:

» hardware (infraestrutura e equipamentos) e seus componentes;

» software (programas e aplicações) e seus meios;

» sistemas de telecomunicações;

» gestão de informações e de dados.

Existem várias formas para determinar o melhor aproveitamento das informações


de uma organização (pública ou privada); a escolha de recursos, o planejamento
de implantação precisam ser bem feitos. Como exemplo, podemos priorizar as
necessidades de cada setor, cada objetivo, cada atividade e até cada usuário.

É importante lembrar que o tratamento da informação sempre leva em conta o


aprimoramento dos seguintes processos:

» segurança;

» comunicação;

» disponibilidade;

» tecnologias (para determinada finalidade) etc.

Nesse sentido, quando o governo ou gestores públicos utilizam-se das TICs,


são chamados de “Governo Eletrônico”. Os meios eletrônicos procuram
melhorar o acesso às informações e aos serviços pelos cidadãos, otimizando a
troca de informações, podendo se estender em diferentes níveis, ampliando a
transparência e automatização de processos.

Vamos conhecer agora alguns exemplos de aplicação das TICs.

44
A COMUNICAÇÃO QUE TRANSFORMA │ UNIDADE II

Computação em nuvem
A computação em nuvem, sistema totalmente digital, cria serviços para:

» servidores: armazenamento, bancos de dados;

» rede;

» software e muito mais por meio da internet.

Os provedores (são os fornecedores) cobram pelo uso (como as cobranças


de água e luz, por exemplo). Uma característica importante é o fato de esses
serviços estarem disponíveis em qualquer lugar, a qualquer hora e de qualquer
dispositivo que tenha uma conexão com a internet.

Sua estrutura é mais viável que os equipamentos considerados físicos, pois não
requer a instalação de aplicativos. Um dos exemplos mais populares de uso da
computação em nuvem é o Gmail.

Infraestrutura de rede
É um conjunto de computadores e periféricos conectados por um meio de
transmissão (cabo ou ar), em que sua infraestrutura de rede é formada por
cabos que interligam tudo. As redes permitem fazer tarefas de forma ágil mesmo
a distância, bem como compartilhar dados, interagir e colaborar.

A infraestrutura de rede se preocupa, ainda, com a compatibilidade entre


diferentes dispositivos, pois o seu objetivo é facilitar o trabalho, tornando-o
mais econômico, rápido e controlado.

Wireless local area network (WLan)


Rede local sem fio, ou seja, usa ondas de rádio (em vez dos tradicionais cabos)
para transmitir dados e se conectar à internet. Uma das tecnologias mais
usadas em WLan é o Wireless Fidelity (Wi-Fi), que liga computadores e outros
dispositivos (móveis e fixos) a um ponto de acesso.

Sua utilização é fácil tanto no ambiente corporativo quanto no doméstico.


A segurança é realizada por meio de autenticação para evitar acessos não
autorizados, usando criptografia para proteger as informações transmitidas
pela rede.

45
UNIDADE II │ A COMUNICAÇÃO QUE TRANSFORMA

Banco de dados
Quando alocamos todos os arquivos juntos e organizados, facilitando o acesso
e a busca, temos o sistema chamado de banco de dados. Eles são essenciais
para o bom andamento das operações de qualquer organização, pois mantêm
organizados os registros de empregados, a folha de pagamentos, a gestão de
projetos e outros.

Além disso, ajudam a empresa a conhecer o seu público, manter contato


e construir um bom relacionamento com ele, informá-lo sobre novidades,
enviar ofertas e informações a interessados e criar estratégias de crescimento,
entre outros. Sem um banco de dados, todas essas tarefas teriam de ser feitas
manualmente.

Comunicação unificada
A comunicação unificada tem a capacidade de juntar as tecnologias com
as quais interagimos diariamente (telefones, celulares, videoconferência e
audioconferência, e-mail), simplificando, assim, a sua gestão para o atendimento
às nossas necessidades.

A interatividade entre as pessoas principalmente de voz e vídeo pode ocorrer


em tempo real.

Assim, é possível responder a um e-mail usando a voz ou atender ao telefone


fixo do escritório quando estiver no aeroporto. Independentemente de onde
esteja, o usuário tem acesso sempre às mesmas ferramentas.

Data center
É o local que concentra os equipamentos que a empresa usa para processar
e armazenar dados (servidores, bancos de dados, armazenamento e ativos de
rede). É ele que garante a continuidade da operação e, em geral, fica bastante
protegido de acesso indevido – em alguns casos, até contra incêndio e inundações.

Segurança
São recursos utilizados para manter a informação digital protegida
principalmente contra ataques, roubos e violações. Atualmente, esse tema é
considerado uma das maiores preocupações em se tratando de mundo digital,
já que é responsável por cuidar de toda a estrutura de tecnologia da empresa
(data centers, bancos de dados, servidores, dispositivos em geral e afins).

46
CAPÍTULO 2
A aderência social e mudança
comportamental

Quando nos referimos às cidades inteligentes, precisamos pensar nas relações


entre os cidadãos e as instituições, que se modificam constantemente, gerando
alterações na economia e nos próprios indivíduos.

As ações de controle são colocadas como centro das atenções, deixando claras
as diretrizes sociais. Para a contribuição das mudanças nas cidades, vamos citar
de forma exemplar três pontos:

» ponto econômico;

» ponto social;

» ponto ambiental.

Os pontos não interagem entre si. Com base em experiências anteriores, pode-
se afirmar que as alterações exercidas em um ponto irão refletir sobre os
outros, deixando-os contaminados, chegando a um determinado nível para que
se estabeleça um novo ponto de equilíbrio entre os três.

As mudanças advindas da tecnologia podem provocar mudanças tanto positivas


como negativas nas estruturas das cidades. Um novo modelo de desenvolvimento
da sociedade, por exemplo, seria a eliminação do petróleo ou de carvão.
Para contribuir com o sucesso desse novo modelo, as cidades precisam da
contribuição da tecnologia para fornecer instrumentos para as pessoas viverem
como protagonistas de uma nova transformação industrial.

Para um novo modelo econômico e comportamental, já existe uma preocupação


da sociedade na utilização de fontes de energias alternativas (painéis solares,
isolantes térmicos, carros elétricos etc.). Hoje consideramos as inovações uma
alternativa para um novo modelo de sociedade, mas, em curto prazo, serão
consideradas um modelo a ser seguido, criando possibilidades na eficiência
energética juntamente com a preocupação sobre o aquecimento global e a
diminuição da poluição das cidades.

47
UNIDADE II │ A COMUNICAÇÃO QUE TRANSFORMA

Figura 7. Evolução para smart cities.

Primeiro uso de ferramentas no


urbanismo: planejamento de transporte GESTÃO
começou a utilizar tecnologias
computacionais para modelar o fluxo de
transporte nas cidades.
CONHECIMENTO
COLETIVO

MUNDO DIGITAL

TECNOLOGIA
CÍVICA
COLABORAÇÃO

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/13816306/.

Quando menos esperarmos, por longo ou curto tempo, a economia e o potencial


de autoadaptação dos pontos importantes para o desenvolvimento das cidades
serão modificados não apenas por questões energéticas e ambientais (principais
pontos motivadores de mudança em uma sociedade), mas também pela utilização
primordial da internet, que está altamente ligada à inovação tecnológica.

Dentro de sua formação e estrutura, as cidades inteligentes nos mostram


aspectos de mudanças econômicas, sociais e ambientais com aplicação de novas
tecnologias, e por elas surgem novas formas de integração, gerando matrizes
diferentes (para soluções energéticas, ambientais, outra, para questões sobre
telecomunicação, por exemplo).

É importante destacar que as cidades inteligentes, em sua concepção, não


encontrarão propostas que irão satisfazer a todos os atores de mudança. Temo
uma teorização, que se pode formular partindo de uma análise daquilo que foi
feito ou do que estamos fazendo, como resultados parciais de desenvolvimento
econômico, social e ambiental, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida
dos cidadãos e a relação entre meio ambiente e população.

48
A COMUNICAÇÃO QUE TRANSFORMA │ UNIDADE II

Logo abaixo temos os principais temas que são levados em conta para um
modelo inclusivo, podendo ser considerado como a última etapa de mudança
nas nossas cidades:

» cidade solar;

» cidades verdes;

» cidades de transição;

» movimento do crescimento feliz;

» cidades resilientes.

Cidade solar – É uma fazenda de geração de energia. A energia que é gerada é


inserida no sistema, e o cliente pode abater o valor na conta. Esse dinheiro que o
empresário economiza é investido no próprio negócio e movimenta a economia
da cidade e do estado.

Cidades verdes – São cidades sustentáveis, projetadas com respeito ao meio


ambiente, com atuação economicamente viável e socialmente justa. As cidades
verdes também são conhecidas como cidades inteligentes, pois investem
na melhoria da qualidade de vida da população e na busca pela eficiência dos
serviços de maneira sustentável.

Cidades de transição – Esse movimento mostra como é possível transformar


nossas cidades por meio da mobilização e do engajamento social, da redução do
consumo, do impacto ambiental e do fortalecimento de economias locais.

Movimento do crescimento feliz – O movimento é sobre encorajar uma


mudança em direção a uma sociedade mais feliz. Isso significa uma sociedade
em que mais pessoas estejam levando vidas felizes, equilibradas e satisfatórias,
e menos pessoas estejam tendo vidas infelizes, se sentindo presas, desprezadas
ou insatisfeitas.

Cidade resiliente – Uma cidade resiliente é aquela que tem capacidade de


resistir, absorver ou se recuperar dos efeitos de um desastre, seja ele qual for.
Essas localidades conseguem vencer de maneira organizada esses desafios,
minimizando as perdas humanas bem como evitando que o patrimônio seja
destruído.

Aprofundando um pouco mais sobre o tema “Cidades de Transição”, as


inovações tecnológicas precisam disponibilizar soluções alternativas em relação

49
UNIDADE II │ A COMUNICAÇÃO QUE TRANSFORMA

às convencionais, mas a aplicação de novas tecnologias inovadoras não será o


suficiente para gerar tais mudanças. Os cidadãos precisam aceitar que alguns
modelos de novas governanças (participativa), novas regras, não são o suficientes
para o desenvolvimento de uma cidade comum para uma smart cities, um
modelo socioeconômico sujeito ao contínuo incremento do consumo (melhorias
constantes), e gerar uma proposta que tente reduzir esse fato pode ser associado
a um conceito de renúncia, o consumo não é um fator de desenvolvimento?
Como a sua diminuição pode garantir igualmente desenvolvimento?

A referência para tal pergunta está no sistema econômico baseado no período


pós-revolução industrial (modelo de crescimento e bem-estar), regando efeitos
evidentes, menos para a sustentabilidade ambiental.

O modelo de cidades em transição considera a escolha da não utilização do


petróleo não apenas em resposta a uma situação emergencial, mas também como
um fato positivo, uma vida sem o petróleo pode ser uma vida mais prazerosa.
Esse fato pode incidir na redução de emissão de anidrido carbônico, que poderá
virar uma época florescente, caracterizada pela flexibilidade e abundância, um
tempo melhor de se viver.

50
TIPOS DE
TECNOLOGIAS UNIDADE III
INTELIGENTES
Introdução
Estamos vivenciando uma revolução industrial, e a base de tudo é a tecnologia da
conectividade (acesso às informações em tempo real), com o grande crescimento
do volume de dados disponibilizando informações detalhadas para as empresas,
apoiando nas tomadas de decisões.

As cidades inteligentes também absorvem as máquinas, com uma enorme


variedade de funções (tomar decisões, automação de serviços, inteligência
artificial etc.). Já há empreendedores investindo nesse sentido, e, tendo uma
visão mais prolongada, as tecnologias inteligentes irão sustentar um aumento
na média de 33% na receita.

Tecnologias inteligentes estão aliadas ao nosso cotidiano. Se há um objeto


que permite nos comunicar com autonomia e faça parte de uma rede, então
passamos a considerar que tal objeto é uma tecnologia inteligente.

Podemos citar vários exemplos e segmentos no que se refere à atuação das


tecnologias inteligentes, como informação e comunicação, nanotecnologia e
inteligência artificial, os quais, por sua vez, vêm atrelados a funcionalidades que
facilitam o dia a dia das pessoas, aplicando recursos como o GPS, por exemplo.

Hoje também não é difícil encontrar residências que se utilizam das smart TV, criando
a possibilidade de acesso a internet e demais aplicabilidades atreladas ao
equipamento.

Empresas estão investindo em tecnologias. Os relógios inteligentes, por


exemplo, contam os passos caminhados durante o dia, monitoram as calorias
gastas em determinado período e possuem muitas outras funcionalidades.
Estamos passando por transformações jamais vistas.

É interessante pensar nas pulseiras fit, nos sapatos inteligentes com as mesmas
funcionalidades dos relógios, sendo que todas essas tecnologias buscam
pareamento com os smartphones para acessar aplicativos e lançar os dados
obtidos.

51
UNIDADE III │ TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES

No final de tudo, o objetivo da utilização dos objetos inteligentes é simplesmente


facilitar a vida de quem os usa.

Baseado nessas informações, e, se possível, em tempo real, serão aplicadas


em grandes centros urbanos com outras formas de monitorar e gerenciar as
informações, ajudando os governantes e a sociedade como um todos nas tomadas
nas decisões, deixando-as mais aquedadas nos diversos aspectos da vida.

Dessa forma, a Unidade III descreve alguns exemplos de tecnologias utilizadas


para a implementação das cidades inteligentes, descrevendo a importância das
novas tecnologias.

Objetivo
» Identificar as tecnologias aplicadas nas cidades inteligentes.

52
CAPÍTULO 1
Tipos de tecnologias inteligentes –
Conceitualização

As novas tecnologias estão em processos de evolução constante e em


extrema velocidade. Nos últimos 10 anos, podemos citar alguns exemplos de
equipamentos que atualmente fazem parte no dia a dia das pessoas, como
celulares e computadores mais potentes.

É válido lembrar que o importante na utilização de novas tecnologias não são


os equipamentos em si, ou mesmo as empresas que as desenvolvem, mas sim
as formas que elas mudam as relações com um todo, seja na forma profissional
ou social.

Entre várias tecnologias que despontaram nos últimos anos, vamos citar a
seguir, de forma resumida, os principais exemplos, pois posteriormente iremos
no aprofundar sobre algumas delas.

Começaremos com a inteligência artificial, que, de forma conceitual, pode


ter várias interpretações; resumindo: são robôs que simulam funcionalidades
semelhantes aos seres humanos.

O grande desafio na aplicação dessa tecnologia é o seu poder de aprendizado e


de análise.

Grandes empresas utilizam-se dessa nova tecnologia para transformar seu


capital e personalizar campanhas de marketing, por exemplo.

Também podemos destacar a realidade virtual e realidade aumentada,


modelo de tecnologia que começou a ser desenvolvido em várias aplicações para
smartphones, entre outros. Como exemplo, temos o Facebook, que impulsionou
esse mercado baseado na experiência de usuário, determinando, assim, o
verdadeiro valor de negócio. Com essa característica, o Facebook tem como
meta aliar a tecnologia de realidade virtual às redes sociais.

Temos também como funcionalidade principal o big data, que tem como
função lidar exclusivamente com a quantidade enorme de dados que é
produzida por todos. Com o aumento no número de dispositivos conectados à
internet e na quantidade de pessoas que fazem acessos às redes sociais e demais
aplicativos e equipamentos, sua aplicação pode ser traduzida em serviços mais
personalizados, gerando, em alguns casos, exclusividades de funções.

53
UNIDADE III │ TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES

Aliada às aplicações do big data, temos a Internet das Coisas, que tem
como finalidade criar uma malha de dispositivos inteligentes extremamente
conectados (nas indústrias e também para pessoas). Dependendo da forma
de utilização e dos equipamentos disponíveis, a Internet das Coisas pode
ser analítica, analisando mercado, sendo também importante nas cidades
inteligentes, pois oferecem serviços sustentáveis, agregando valores para todos.

Figura 8. Exemplo de utilização das novas tecnologias em cidades inteligentes.

Fonte: https://fia.com.br/blog/sociedade-5-0/.

Dentre as novas tecnologias do futuro, podemos destacar algumas que já estão


sendo empregadas e com possibilidades de crescimento, como a impressora 3D
em plástico (agora para impressão de metal), a inteligência artificial (criação
de novas aplicações e análise de big data) e o Bitcoin, utilizado para diferentes
negócios.

Além disso, outra que se destaca é a tecnologia 5G, nova transmissão de dados
wireless, possivelmente a grande responsável pela quarta revolução industrial,
elevando a transmissão de dados para novos patamares.

Suas características estão baseadas em três situações:

» Baixa latência: trata-se da velocidade com que a informação chega ao


usuário, quando baixa fica mais próxima do real (tempo de informação
recebida) e pode proporcionar uma melhora na qualidade dos jogos on-
line, no sistema de monitoramento em tempo real.

54
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES │ UNIDADE III

» Grande volume de dados: afeta a capacidade de transferência e


recebimento de informações pela rede; o objetivo é melhorar a qualidade
dos vídeos que poderão ser assistidos, aumentar as transmissões ao vivo
de alta resolução etc.

» Grande número de conexões: com simultaneidade, e isso pode gerar


problemas de antenas ocupadas. Com o 5G, a proposta é resolver esse
tipo de problema, para as atuais antenas o limite baixo de quantidade
delimitam a quantidade de usuários para um determinado local; por
enquanto não existe um padrão pré-estabelecido sobre quais bandas usar
para difundir o sinal.

Para alguns especialistas, as bandas de ondas grandes conseguirão transmitir e


suportar uma enorme quantidade de dados; no entanto, para distâncias curtas,
as bandas de ondas pequenas vão transmitir quantidade menor de dados para
uma distância mais longa.

Para muitos, o 5G vai expandir a fronteira da automação industrial, permitindo


que robôs sejam conectados por uma rede sem fio, e reduzir custos com
infraestruturas (hubs e fios) com possibilidade de conexão de uma linha inteira
de montagem.

Os principais países que estão em busca do pioneirismo nessa nova tecnologia


são Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão.

Figura 9. Evolução da tecnologia G.

Melhorias na Projetos 5G
qualidade da Banda Larga Today
chamada de móvel
áudio
(mensagens Videochamadas
SMS)
Streaming

A ideia que
a Pulsar
Sinal Internet Velocidade sempre
analógico móvel acreditou
Latência para o
Primeira Navegação futuro do
geração de web Alcance rádio
telefones
móveis Localização Internet das
por GPS coisas

Realidade
virtual

Fonte: http://www.pulsarmultimedia.com.br/chegada-do-5g-e-seu-impacto-para-o-radio/radio.

55
UNIDADE III │ TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES

Figura 10. As maiores cidades no mundo em 2030.

Fonte: https://medium.com/@renapost/webquest-cidade-inteligente-93050c477d16.

Biticoin, conhecida como criptomoeda, surgiu em 2008 como uma tecnologia


que registra as transações e as encaminha para um banco de dados que não
pode ser alterado sem o comprometimento e a segurança do sistema.

Em conjunto a esse sistema, temos o funcionamento da tecnologia blockchain,


que abre para usuários comprar como uma ata que registra todas as transações
realizadas por aquela aplicação em vários computadores. Essa forma de
atuação aumenta a redundância e confiabilidade das transações executadas,
pois podemos considerar que os dados são replicados em vários dispositivos
diferentes, ficando difícil a eliminação das evidências.

É considerada uma tecnologia segura, pois cada bloco de transações só pode ser
anexado ao bloco principal quando for preenchido. Para uma transação segura,
o sistema exige que ambos os lados forneçam dados corretos de transação, com
informações criptografadas, assegurando ainda que:

» cada transação chegue ao seu destino;

» cada transação não seja usada mais de uma vez;

» as transações realizadas não comprometam as transações anteriores.

Podemos encontrar o uso de blockchain em diversas aplicações, não somente


em criptomoedas.

56
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES │ UNIDADE III

Figura 11. Biticoin – Criptomoeda.

Fonte: https://paratudo.blog.br/criptomoeda-como-investir/.

Passamos para as impressoras 3D metal, que tiveram como base de criação


as impressoras 3D de plásticos. As implementações de novas tecnologias
modificaram os níveis de design e prototipação de produtos.

A possibilidade de criação de estruturas grandes e complexas irá revolucionar


a indústria manufaturada. Essa nova tecnologia possibilita a criação pequenas
peças de metal em baixa escala de produção.

Com essa possibilidade, as empresas podem conseguir reduzir o custo de


produção em virtude da produção em massa de pequenas peças, não havendo a
necessidade de grandes estoques de matéria-prima, pois a criação de produtos
vai se manter focada apenas na impressão da quantidade exata de peças que o
cliente precisa.

Em projetos mais complexos, é possível criar peça utilizando o metal; em outras


técnicas, a obtenção de resultados satisfatórios não é viável.

As impressoras de metal pode utilizar-se de diversos tipos de matéria-prima


(aço, cobre e alumínio), que chegam em forma de barras, são levadas ao forno
especialmente para reduzir os polímeros, transformando-se em um material
maleável. A montagem da peça segue o modelo de design inserido no computador.

Com os avanços da engenharia de materiais, as peças produzidas pela


impressora 3D tornaram-se muitos resistentes. Dependendo da aplicação,

57
UNIDADE III │ TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES

existe a possibilidade de adição de polímeros após a produção da peça, uma vez


que o metal é mais difícil de trabalhar.

Basicamente existem dois tipos de impressão:

» prototipagem; e

» produção em massa.

Prototipagem consiste na utilização de materiais distintos e baratos para


fazer modelos e serem testados; já a produção em massa está na impressão de
produtos em alta velocidade.

Figura 12. Exemplo de aplicação.

Fonte: https://boaimpressao3d.com.br/aplicacoes/prototipagem-3d-4-vantagens-para-faze-la-usando-a-impressora-3d-
stella-2/.

Uma ideia ousada e inovadora são os ouvidos inteligentes, como o


equipamento desenvolvido pela Google e nomeado de Google Pixel Buds, que já
está disponível no mercado.

Os fones de ouvidos são capazes de traduzir instantaneamente, ou pelo menos


em tempo hábil para manter uma conversação, mais de 40 idiomas diferentes.
Basicamente o seu funcionamento está ligado à rede internet wireless, podendo
se conectar com smartphones ao assistente pessoal do Google.

Pesquisadores acreditam que a tecnologia irá deslanchar nos próximos anos. Com
o primeiro passo dado pela empresa Google e a iniciativa de startups dispostas
a fazer um dispositivo mais robusto e confiável, os fones de ouvidos inteligentes
têm tudo para ser um sucesso. Irão reduzir as barreiras de comunicação em
58
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES │ UNIDADE III

todo o mundo, facilitarão as reuniões de negócio, e os acordos internacionais


entre empresas serão mais comuns e produtivos para ambos os lados.

Por fim, as cidades sensíveis são consideradas o próximo passo para as


cidades inteligentes. As smart cities buscam ou possuem tecnologias para
controlar e monitorar diversas áreas da cidade, como estacionamentos, praças
públicas etc. Com a ideia de cidades sensíveis, podemos utilizar essa tecnologia
para transformar as cidades inteligentes em autônomas e sustentáveis.

Fazendo uma breve comparação exemplar, podemos considerar uma cidade


inteligente como se fosse um computador a céu aberto, que coleta dados e
informações para melhorar a vida dos usuários.

As cidades sensíveis não têm a tecnologia como papel central, ela é utilizada para
enriquecer a vida urbana e colocar o cidadão em papel principal de participação.

Para que seja possível uma cidade sensível, é preciso que nela estejam locados
cidadãos inteligentes. Não bastará conhecimento em aplicação de tecnologias,
deve haver cidadãos preparados para colaborar com sociedade em que vivem.

Para isso, é preciso que haja um consenso entre ferramentas regulatórias da


área. Existem regulações muito antigas que não deslumbram o mundo digital
que estamos vivenciando hoje.

Consideramos também o fato de conseguirmos baratear o custo tecnológico.


Como as cidades sensíveis dependem também de cidadãos preparados,
precisamos que eles tenham acesso às tecnologias que comunicarão com todo o
sistema.

Possivelmente esse novo conceito de cidades sensíveis somente se tornará mais


popular daqui a alguns anos.

As smart cities em conjunto com a Internet das Coisas estão ajudando a


popularizar e baratear as tecnologias usadas para praticar essa ideia. A
população, por sua vez, está começando a se acostumar com a ideia de usar
dispositivos inteligentes em prol da cidade. Com isso, teremos a evolução
natural das cidades inteligentes.

As transformações tecnológicas estão agindo de forma rápida. Precisamos


estar atentos para acompanhar todas essas mudanças, senão todo o
conhecimento adquirido se tornará obsoleto.

59
UNIDADE III │ TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES

Algumas tecnologias já estão se tornando rotina no mercado, e outras ainda


mais novas estão chegando para fazer a diferença no futuro.

Tecnologia IoT
A Internet of Things, ou Internet das Coisas, é um dos principais assuntos em
se tratando em revolução tecnológica. Em princípio, imaginamos que estamos
passando por transformações e que estas já estão em seu momento de retração,
não estamos nos desenvolvendo ainda mais em se tratando de tecnologia.

A Internet das Coisas está transformando nossas relações, propiciando


mudanças na forma como interagimos com o mundo e na forma como o mundo
interage conosco, capaz de mudar não só o modo como vivemos, mas também o
modo como trabalhamos.

Para identificar a Internet das Coisas, vamos compreender se temos algum


objeto físico que está conectado e se comunicando entre si ou com um usuário;
podemos utilizar sensores inteligentes e softwares para transmissão de dados
em uma determinada rede.

Em resumo, é uma rede informações entre dois ou mais pontos que utilizam
objetos extremamente conectados entre si. Quando falamos em internet das
“coisas”, que coisas seriam essas? São os objetos que estão conectados entre
si interagindo para melhor nos servir; em se tratando de objetos, estamos
falando de qualquer coisa (carro, máquinas, relógio, geladeira, computadores,
smartphones etc.).

Podemos citar vários benefícios para essa interação, como:

» conforto;

» produtividade;

» informação; e

» praticidade.

Podemos aderir à seguinte situação:

» monitoramento de saúde;

» fornecimento de informação em tempo real;

60
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES │ UNIDADE III

» recomendações de atividades;

» lembretes.

Segundo a Gartner (empresa no ramo de pesquisas, consultoria etc.), em 2017


existiam mais objetos na internet do que as 7 bilhões de pessoas no mundo. Em
2020, a estimativa é de que 12 bilhões de dispositivos estejam conectados, daí
a importância de refletirmos sobre esse assunto.

A Internet das Coisas cria formas e padrões que nos ajudam no desenvolvimento
de muitas oportunidades e conexões, por isso não conseguimos imaginar nem
entender o impacto delas nos dias atuais, que vão desde objetos mais simples,
como relógios, fones de ouvidos, acessórios com sensores, todos inteligentes,
até o crescimento do número de usuários gerando mais interação (todos
conectados); as possibilidades são infinitas.

Seguimos agora com alguns exemplos, fornecidos pela “Business Insider


Intelligence”, que divide a Internet das Coisas em cinco etapas.

1. Conexão

Precisamos trazer a internet para as “coisas”, para isso precisamos incorporar


e instalar conectividade com a internet nos dispositivos.

Após essa etapa, o objeto passa a ser qualificado como um dispositivo conectado,
passando a fornecer e receber dados.

2. Gerenciamento

Está baseado no monitoramento dos dispositivos e dos dados que produzem.

3. Análise

Após o Gerenciamento dos dados, passamos a analisar essas informações


(coletar insights úteis e acionáveis).

É muito difícil compreender esse ponto, pois não sabemos diferenciar que as
informações que geramos constantemente são úteis, e o problema se agrava
ainda mais pela variedade de dispositivos IoT e pela falta de padrões universais.

4. Interoperabilidade

Ocorre quando temos vários dispositivos conectados, permitindo a comunicação


entre eles.

61
UNIDADE III │ TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES

5. Automação

Os dispositivos conectados trabalham (excutam tarefas) sem a necessidade de


sinais de entrada introduzida pelo usuário.

Esse nível de automação requer inteligência artificial, no entanto espera-se que


as etapas 4 e 5 se tornem mais ativas com o uso de novas tecnologias.

Com a chegada de softwares mais poderosos e variados, as indústrias estão


otimizando seus ativos e reduzindo custos operacionais, provendo ganho de
produtividade.

Para a indústria, a possibilidade de prever situações críticas e rapidamente


responder com a melhor solução gera um aumento considerado em sua
produtividade e reduz custos com materiais e mão de obra.

Isso é possível porque os equipamentos atuais já vêm instalados com sensores


conectados aos sistemas de controle on-line e demais dispositivos que ajudam
a deixar o equipamento mais confiável, seguro e eficiente.

Figura 13. Internet das Coisas (imagem exemplar).

Fonte: https://www.ska.com.br/ska/blog/como-iot-esta-gerando-melhores-modelos-de-negocios.

62
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES │ UNIDADE III

Big data
Quando analisamos e interpretamos um grande volume de dados variados,
trazendo para um linguajar técnico podemos chamar essa ação como big data. Os
profissionais de TI trabalham nessa situação com informações não estruturadas
sem a necessidade de soluções específicas.

As definições sobre estratégias de Marketing utilizam ferramentas do big data


para aumentar a produtividade.

Figura 14. Imagem Ilustrativa em demonstração sobre o transporte de informações.

Fonte: https://canaltech.com.br/big-data/o-que-e-big-data/.

Projetos com a aplicação do big data buscam analisar um grande volume de


dados não estruturados, ou seja, as informações fornecidas pelos seus usuários
(dados gerados) não têm ligação entre si.

Teoricamente, esses dados só poderiam ser analisados por seres humanos, já


os dados estruturados podem ser transformados em novos formatos (serem
anexado em uma planilha de Excel, por exemplo). Ferramentas comuns não são
capazes de analisar dados não estruturados; e, somada à estrutura (capacidade
de processamento do big data), contamos também com a velocidade de
processamento.

Então, por essa razão, as ferramentas aplicadas no big data são diferentes
em comparação ao banco de dados comum. Os bigs datas devem possuir
elasticidades, alta capacidade de armazenamento e serem flexíveis, aceitando
vários tipos de mídias.

63
UNIDADE III │ TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES

Figura 15. Características importantes.

Fonte: https://neilpatel.com/br/blog/big-data-o-que-e/.

De forma resumida, e considerando o aumento no volume de dados produzidos


em todo mundo, os esforços e ferramentas também sofreram alterações para
lidar com essas informações.

O big data é conhecido por algumas características, uma delas o chamado 5vs,
como segue logo abaixo:

1. Volume

É sobre a grande quantidade de dados gerados.

2. Variedade

Diz respeito à variação de fontes de dados e ao aumento da complexidade das


análises.

3. Velocidade

Como consequência do grande volume de dados e da variedade de informações


a serem analisadas, é preciso velocidade no processamento. Por isso, essa é a
terceira característica do big data.

Como tudo evolui com o tempo, logo se transformaram nos 5vs do big data,
com o acréscimo de:

4. Veracidade

Refere-se à confiabilidade e qualidade dos dados e de suas fontes.

64
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES │ UNIDADE III

5. Valor

Está relacionado ao valor gerado a partir desses dados, isto é, a informação útil
e os benefícios que vão trazer para a empresa.

Outra característica é a forma do cruzamento de dados que torna tudo possível,


o big data analytics.

Por esse caminho é que conseguimos extrair, organizar, tratar e compreender


o enorme volume de dados que temos em um sistema big; por sua vez, esses
sistemas podem ser estruturados ou não. Aplicando esse sistema, é possível
compreender as informações deixando em destaque apenas o que são úteis para
uma empresa.

Consideramos, então, o sistema big data analytics da seguinte forma:

» Data of things ou personal data – A sua base é a Internet das Coisas.

» Enterprise data – As informações são produzidas por empresas,


facilitando a identificação de gargalos e a mensuração da produtividade.

» Social data – Sua origem está relacionada às pessoas, mostrando,


assim, um padrão ou quais seriam o seu comportamento.

Os dados analisados acima podem ser utilizados em vários segmentos ou


departamentos em uma empresa, como:

» Marketing: quando aplicado ao marketing, uma empresa pode usar


o big data para identificar o comportamento do consumidor e criar
ações a partir dessas informações.

» Controle de qualidade: a partir da análise do Big Data, é possível levantar


dados de produção, como rendimentos de primeira passagem e defeitos
por unidade e integrá-las a outros. Assim, fica mais fácil identificar e
eliminar gargalos que possam prejudicar a produção.

» Financeiro: como o setor financeiro é que indica a saúde do negócio,


ao visualizar e interpretar seus números dá para entender melhor a
lucratividade da empresa.

» Recursos humanos: ao colocar certezas no lugar de presunções, o big


data pode maximizar a taxa de sucesso nas contratações e até prever a
performance do colaborador.

65
UNIDADE III │ TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES

Finalizando as informações sobre big data, destacamos agora as principais


ferramentas que são utilizadas para gerenciamento de negócios:

» Apache Hadoop, para aumentar ou diminuir o tamanho de qualquer


arquivo.

» Chartio, para fazer a combinação de dados coletados e criar relatórios.

» Import.io, para extrair dados open source.

» MindMiners, para fazer pesquisas automatizadas.

» Oracle Data Mining, para peneirar os dados mais relevantes.

» Pentaho, para integrar informações de diferentes fontes.

» Statwing, para análise estatística.

» Stratws One, para fazer a gestão de performance corporativa.

» Tableau, para visualizar dados, criar gráficos, mapas e tabelas diversas.

» Watson Analytics, para encontrar insights sobre os dados.

Como a escolha da ferramenta adequada para seu negócio é difícil, procure se


atentar à sua interface, além de conhecer as funcionalidades, as atualizações e
as restrições de segurança.

Cybersecurity
Nessa modalidade, são desenvolvidos sistemas de proteção para comutadores,
servidores, dispositivos móveis etc. Os sistemas de segurança modernos são
muito abrangentes e podem ser reconhecidos (segurança da tecnologia da
informação ou segurança de informações eletrônicas).

A principal recomendação contra ataques virtuais divulgados pela National


Institute of Standards and Technology (NIST) é o monitoramento contínuo em
tempo real de todos os recursos eletrônicos.

As principais ameaças contidas pelo sistema de segurança são:

» Crime virtual inclui agentes individuais ou grupos que atacam


sistemas para obter ganhos financeiros.

» Guerra cibernética costuma envolver coleta de informações e tem


motivação política.

66
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES │ UNIDADE III

» Terror virtual tem como objetivo minar sistemas eletrônicos e


causar pânico ou medo.

Os invasores tentam controlar os computadores ou redes espalhando vírus,


como worms, que se replicam danificando os arquivos e sistemas, spywares,
aplicados para roubar ou coletar dados.

Figura 16. Objetivos da Segurança de Informação.

Objetos de
segurança

Segurança Segurança de
física dados

Equipamentos Pessoas Privacidades Autenticidade

Precisão Integridade

Validade Disponibilidade

Confiabilidade

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/14271115/.

Os sistemas de segurança atuam com protocolos de criptografia, modificando


e-mails etc. Tecnicamente, esses sistemas não protegem as informações apenas
de serem transmitidas, mas também de serem perdidas e principalmente
roubadas.

Atualmente, softwares de segurança conseguem fazer uma varredura em todos


os dados e sistemas funcionais em busca de códigos maliciosos, deixando em
quarentena ou simplesmente removendo-os.

Protocolo eletrônico de segurança também realiza a mesma função, mas sua


atenção está voltada à detecção de malware

A cibersegurança é uma modalidade em evolução, com o objetivo de oferecer a


melhor proteção para os sistemas eletrônicos ante as ameaças dinâmicas.

67
CAPÍTULO 2
Inovação no ecossistema – Mobilidade
urbana, energia e business

Nos novos tempos atuais, os ecossistemas de inovação emergem como uma


grande opção de desenvolvimento. São definidos como ativos de competitividade
na economia do conhecimento e possuem algumas características, descritas
logo abaixo:

» lugares propícios a negócios baseados em conhecimento e


empreendedorismo;

» inovador por meio do desenvolvimento contínuo de inovações;

» são espaços de aprendizagem coletiva, de intercâmbio de


conhecimento, de práticas produtivas e de geração de sinergia entre
diversos agentes de inovação;

» são tipicamente, mas não exclusivamente, representados por parques


tecnológicos ou científicos;

» são organizações especializadas que têm como objetivos promover


a cultura da inovação, da competitividade das empresas e das
instituições de pesquisa, estimular e gerenciar o fluxo de conhecimento
e tecnologia entre as universidades, centros de P&D, empresas e seus
mercados, facilitar a criação e consolidação de empreendimentos
por meio da incubação e processo de spin-off, além de prover outros
fatores agregados com espaço de qualidade e infraestrutura, gerar
sinergia entre os diversos atores, identificando as vocações locais e
regionais, buscando viabilidade econômica e tecnológica;

» são por vezes causa, por vezes consequência de Políticas de Inovação,


intimamente ligadas à atuação do poder público para incentivar a
produção, difusão e prática das inovações, visando ao desenvolvimento
socioeconômico;

» envolve um esforço integrado de governo, academia e empresas, a


chamada hélice tripla.

Em sua grande maioria, os ecossistemas de inovação tecnológica no Brasil estão


próximos ou inseridos nas cidades. Nesse sentido, precisamos considerar o fato
de que os ecossistemas de inovação e competitividade se interagem ao meio
urbano e regional.

68
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES │ UNIDADE III

Nas cidades, os ecossistemas passam a ter características e formas diferenciadas,


como:

» buscam gerar o desenvolvimento urbano e ambiental, promovendo a


conservação, o desenvolvimento e a integração dos ambientes natural e
construído;

» necessitam também estabelecer uma relação de rede espacial forte


entre o desenvolvimento urbano e clusters de conhecimento;

» devem promover o capital sociocultural, ou seja, aumentar as


competências e conhecimentos dos moradores para melhorar o
desenvolvimento individual e comunitário.

Para uma região urbanizada, os desafios encontrados para implementação dos


ecossistemas de inovação são enormes. Sendo assim, podemos citar os três
pontos mais significativos em torno desse tema:

» desenvolvimento de políticas mais eficazes visando ao desenvolvimento


da inovação;

» harmonização de diretrizes urbanísticas e de inovação;

» profissionalização da cadeia de inovação.

Figura 17. Principais elementos de ecossistema de inovação.

1
Universidades

7
2
Ambiente de
Empreendedores
negócios

8
Organizações
Interativas 3
6
Qualidade de Capital de
vida investimento

5
Redes 4
sociais e Força de
profissionalismo trabalho

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-2-Principais-elementos-de-um-ecossistema-de-inovacao_fig1_320531525.

69
UNIDADE III │ TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES

Por que não consideramos morar em uma cidade onde o transporte público seja
sustentável e funcione de verdade?

As atitudes e mudanças no comportamento pessoal, como caminhar a pé, usar


carros elétricos, bicicletas, fazem a diferença na emissão de gases, mas ainda
não são o suficiente.

Em se tratando de Brasil, sobre o assunto mobilidade ainda temos um longo


caminho para percorrer. A permanência do transporte rodoviário em nosso
país atrapalha o surgimento de novas modalidades de transportes, visando à
sustentabilidade, e o setor de transporte de passageiros e cargas é responsável
pela maior parte das emissões de gases de efeito estufa em nosso país.

Informações do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) apontaram,


em 2016, algumas características importantes para o setor que até o momento
ainda continua a prevalecer devido à falta de políticas públicas, deixando de
serem implementadas novas formas de mobilidade nos transporte de cargas e
pessoas.

Alguns pontos citados na pesquisa foram:

» 92% da energia utilizada na mobilidade é consumida em estradas;

» 66% dessa mesma energia é utilizada por automóveis e motocicletas;

» frota brasileira chegou a 90,9 milhões de veículos;

» sobre as emissões de gases, 80% saem dos escapamentos dos carros e


20% dos sistemas coletivos.

Para as cidades inteligentes, é fundamental a forma como as pessoas ou


cargas são transportadas, e essa relação precisa estar interagindo de maneira
sustentável.

Vamos agora descrever pontos importantes que ajudam a entender as


transformações na relação mobilidade com os tempos atuais. A tendência é que
as próximas gerações estejam totalmente adeptas a essas mudanças.

70
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES │ UNIDADE III

Compartilhamento de carros
Essa ideia poderá contribuir bastante com a mobilidade urbana e a redução de
gases, pois, além do compartilhamento de carros, as smart cities utilizam-se de
carros elétricos.

Podemos considerar como exemplo a oferta de carros de aluguel para a


população, em que a prioridade do funcionamento desses carros seria a energia
elétrica, eliminando, assim, a utilização de combustíveis.

Corredores de ônibus
A construção de corredores de ônibus também surge como uma alternativa para
melhorar a mobilidade urbana e combater o efeito estufa.

Utilização de bicicletas
As bicicletas passaram a ser consideradas um dos melhores meios de transportes
em relação à redução de emissão de gases. Além disso, pedalar é considerado
um hábito saudável para o praticante.

No Brasil, a modalidade vem crescendo, e a soma da estrutura cicloviária pode


chegar a 2.090 km (levantamento realizado pela União dos Ciclistas do Brasil),
com planos futuros de aumentar ainda mais.

Duas cidades hoje se destacam nesse quesito: Brasília e Rio de Janeiro –


somadas, chegam a 810 km de estrutura cicloviária.

Caminhada
Os fatores que vão de encontro a essa modalidade de locomoção é a pressa e o
conforto. Apesar disso, há diversas iniciativas que promovem a modalidade a
pé, como Corrida Amiga, Cidade Ativa, Cidade a pé, Apezito, entre outras.

Para as novas gerações, a bicicleta está à frente em suas preferências, os


“milenials” (geração entre 18 a 24 anos de idade) enxergam o carro como um
poluidor e restringem o espaço físico das cidades. A solução desse problema
seria investir em transporte público com qualidade.

71
UNIDADE III │ TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES

Tudo indica que essa geração terá mais consciência sobre o consumo sustentável.

Figura 18. O Futuro é agora!

Mobilidade
Sustentável

Fonte: http://autossustentavel.com/2013/01/a-lei-da-mobilidade-urbana.html.

As mudanças climáticas podem ser freadas se aplicarmos dez atitudes:

1. Percursos pequenos, utilizar a bicicleta.

Para percursos de 2 a 17 km de distância, as bicicletas são consideradas um dos


meios de transporte com menor impacto ambiental, ajuda a trazer benefícios
para a saúde e pode ser uma forma rápida de chegar ao destino.

2. Ficar parado no trânsito, fazer uso das pernas.

Para percursos de até 2,5 km de distância, a caminhada a pé é o meio de


transporte de menor impacto ambiental, além de ser considerada boa para a
saúde.

3. Repensar nas mudanças na forma de se deslocar.

Se você anda de carro aproximadamente 25 km por dia, a poluição ambiental é


oito vezes maior do que se deslocar de ônibus.

4. Manter o veículo com as manutenções em dia.

A manutenção nos carros e motos é indicada pelos fabricantes, como troca de


filtros de óleo e de ar, que ajudam na economia de combustível e beneficiam
também a atmosfera com a redução na quantidade de gases que causam o
aquecimento global.

72
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES │ UNIDADE III

5. Descubra novos caminhos pela cidade.

Descubra novos percursos para o trabalho ou escola, assim poderá conhecer


melhor o seu bairro e as suas redondezas.

6. Percepção de fumaça, talvez tenha algo errado.

A fumaça escura que sai pelo escapamento é um poluente e prejudicial à saúde.


Caso isso ocorra com o seu veículo, passe no seu mecânico de confiança para
uma regulagem e ajude a evitar sérios problemas de saúde pública.

7. Uma questão: sair ou não sair?

Avalie a necessidade de sair. Questione se realmente você precisa se deslocar.


Será que por telefone não é possível solucionar o problema? Hoje temos a
internet, caminho pelo qual também é possível resolver vários assuntos, como
por videoconferência, sem a necessidade de se deslocar.

8. Aproveite seu tempo em se tratando de trânsito.

Em grandes cidades, verificamos que o tempo que as pessoas passam no


trânsito é considerado uma prostração. Tome o ônibus ou o metrô, torne o
seu deslocamento mais despreocupado e aproveite o tempo da viagem para ler
livros.

9. Transporte inteligente, momento de se pensar sobre o assunto.

Parece simples, mas precisamos entender e buscar novas formas de locomoção,


podemos, como exemplo, organizar caronas para ir ao trabalho ou à escola pelo
menos uma única vez por semana e criar correntes positivas para que todos
façam o mesmo. Isso ajudaria a reduzir o trânsito para todos.

10. Talvez o mais difícil de todos: encontrar um trabalho perto de


casa.

“Procurar um novo trabalho é sempre um trabalho”. Aproveite a sua busca


por um novo emprego e priorize as oportunidades perto de você, reduzindo o
deslocamento até o trabalho e economizando tempo e dinheiro.

Para que todas essas inovações e caraterísticas possam ser implementadas,


precisamos antes superar algumas barreiras:

» burocracia;

» iniciativa privada ainda não tem espaço para colaborar com soluções
públicas;

73
UNIDADE III │ TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES

» existe uma falta de expertise da gestão pública para integração de


diversas tecnologias e justamente tecnologias que se encaixem nos
ecossistemas de inovação;

» sem a integração ou troca de informações de todos os agentes


interessados em tornar uma cidade inteligente, os investimentos e
esforços serão em vão.

Podemos considerar que os ecossistemas de inovação são uma forma de


cooperação entre todos os personagens envolvidos, buscando o desenvolvimento,
seja na fabricação, comercialização ou em busca de soluções inovadoras.

Comunicação eficaz seria a meta a ser atingida, passando do fornecedor de


matéria-prima até o consumidor final e também da integração entre governos
e sociedade.

Em alguns casos, é tentador começar a investir em soluções com promessas


para resolver problemas pontuais, entre eles a mobilidade urbana, mas, para
que essas soluções sejam revertidas em benefícios, as cidades inteligentes
necessitam que gestores públicos se deem conta de que, antes das soluções
pontuais, é preciso haver investimentos em ecossistemas e propostas que
proporcionem uma base para inovação.

Temos exemplos que iniciativas privadas realizaram diversas tentativas para


implementar novas tecnologias e trabalhar em rede, mas é preciso mais do que
isso. Para que haja o complemento dessa rede de comunicação, as empresas
necessitam da ajuda do governo e da sociedade.

Exemplos de algumas inciativas que mostram o caminho para promoção da


inovação:

Criação de programas de inovação

São programas direcionados para a inovação, oferendo incentivos e mentorias


para jovens empreendedores que tenham boas ideias e queiram colocá-las em
prática.

Resultados demonstram que, das empresas que surgiram a partir do programa,


83% continuam ativas. Esse sucesso só é possível porque o programa foi
estruturado para atuar de forma sistêmica e não individualizada. De fato,
estabelecendo critérios para entrada no mercado, as empresas fazem parte de

74
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES │ UNIDADE III

uma rede de parceiros mais sólida e têm mais chances de sobreviver. Dessa
forma, o conhecimento se traduz em produtos inovadores.

Incubadoras de aceleradoras

Esse seria uma primeira proposta, um produto iniciante que ainda precisa
de incentivo, que são os objetivos das incubadoras e aceleradoras, e ajudam
a mostrar o melhor caminho. Quando as empresas maiores ainda não estão
se comunicando de forma sistêmica, a incubadora não consegue atingir o seu
objetivo máximo.

O ecossistema deve trabalhar e incentivar na geração do conhecimento, e não


marginalizá-la. Para incentivar o empreendedorismo e continuar inovando
e crescendo dentro de um ecossistema vivo, empresas maiores precisam das
empresas menores.

Parques tecnológicos

Pensar em cidades inteligentes sem antes pensar em parques tecnológicos é


praticamente impossível nos dias de hoje. Classificamos esses ambientes como
os locais onde esse ecossistema se dá de forma física. Nele, instalam-se as
incubadoras, as novas empresas que foram criadas a partir do programa e as
grandes empresas que estejam dispostas a cooperar. Assim, o ambiente se torna
referência e fica mais fácil entender como os diferentes agentes funcionam,
contribuindo para que o ecossistema dê certo. É aqui que as empresas ganham
projeções maiores, tornam-se visíveis para o mercado e ganham corpo para
ajudar novas empresas a nascerem.

Parcerias público-privadas

Vamos pontuar duas situações: burocracia e falta de parcerias público-privadas.

Burocracia se restringe ao modo como as leis são dispostas, não está sendo
possível acompanhar a velocidade das transformações. Agilizar o processo seria
a melhor alternativa em caso de novas propostas, revertendo os resultados em
bem para a sociedade de forma mais veloz.

Sobre a falta de parcerias público-privadas, depende exclusivamente da vontade


pública e do conhecimento dos líderes governamentais, colocando em pauta
a importância de contribuir para a formação do ecossistema antes mesmo de
pensar em soluções pontuais para criar cidades inteligentes.

75
UNIDADE III │ TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES

Cooperação entre as empresas

Uma solução para cidades inteligentes tende a não ser tão simples. Pense, por
exemplo, no problema da mobilidade urbana. Para resolvê-lo, precisaríamos
ter uma rede de soluções que envolvessem transporte público e privado,
inteligência de horários e sincronicidade de sinaleiras, aplicativos que facilitem
a vida do pedestre e dos ciclistas, enfim. Dificilmente uma só empresa seria a
responsável por resolver todos os problemas. Imagine o quão interessante seria
se, mesmo que independentes, elas trabalhassem juntas e, mais do que isso,
oferecessem soluções complementares e com custo mais baixo para as pessoas
e para o governo. Os parques tecnológicos são ambientes que podem promover
isso. É aqui que a pequena empresa encontra a grande empresa, e ambas, com
suas qualidades, podem ajudar-se para produzir soluções melhores.

Validação do público

Em se tratando de parques tecnológicos, e considerando-os como minicidades


inteligentes, fica interessante imaginar como eles poderiam servir para a
validação de produtos. Os parques tecnológicos ou polos industriais servem
como o ambiente ideal para que as pessoas possam ter acesso ao que está por vir
e deem opiniões sobre o que pode ser melhorado, sobre aquilo que gostam ou não,
se comprariam o produto etc. As pesquisas hoje são realizadas naturalmente,
no entanto, em um ambiente como esse, pode haver vários testes ocorrendo ao
mesmo tempo, e o local se torna referência para o público.

Atualmente, como já dito, 86,8% da população brasileira vive em cidades, e esse


percentual pode chegar a 92% em 2050, em um dos países mais urbanizados do
mundo.

O baixo nível de planejamento e alta concentração de pessoas nos apresenta


uma série de desafios urbanos que não são novidades. Pesquisadores avaliaram
que o uso de tecnologias de forma integral pelas smart cities pode ajudar no
crescimento dos indicadores na qualidade de vida entre 10% e 30%.

Partimos, então, para pensamentos voltados para negócios inovadores em gestão


urbana e, justamente em um ecossistema de inovação, o Brasil possui vários
cenários e cria oportunidades de negócios com soluções focadas a resolver os
principais problemas.

A incorporação dessas soluções em seu planejamento para resolução de


problemas é um caminho para reduzir o processo para converter cada vez mais
as cidades em cidades inteligentes.

76
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES │ UNIDADE III

Exemplos de negócios:

» Gestão predial – Aplicativo para a gestão de condomínios para


habitações de interesse social (como os empreendimentos dos
programas Minha Casa Minha Vida, CDHU e Cohab). O próprio síndico
executa tarefas, como emitir rateios (recibos e boletos), lançar despesas
a pagar, gerar prestação de contas, comunicar-se com moradores.

» Reforma de residências – Solução completa de reformas


habitacionais possibilita que o cliente possa, em até 15 dias, ter seu
projeto elaborado e a reforma pronta. Até o momento, são mais de
1.000 reformas realizadas e 3.800 pessoas atendidas, com um tempo
médio de seis dias por obra. Emitiram a primeira debênture de
impacto do Brasil, que captou R$ 5 milhões em emissão fechada,
voltada para investidores profissionais. Os recursos são utilizados
para oferecer crédito com juros menores a famílias de classe D e
moradores de periferias.

» Regularização fundiária – Especializada em mediação de


conflitos para a Regularização Fundiária de Interesse Social em áreas
urbanas ocupadas irregularmente, garantindo que a propriedade
cumpra a sua função social. Respeitando o ordenamento jurídico,
as diretrizes urbanísticas e ambientais da legislação vigente e os
órgãos públicos fiscalizadores, faz a mediação entre proprietários e
ocupantes nas questões envolvendo regularização fundiária, e resolve
pacificamente conflitos relacionados à posse da terra, permitindo
que as famílias moradoras do local obtenham por esforço próprio o
título de propriedade dos lotes onde vivem, e os proprietários sejam
indenizados pela perda da propriedade. Já beneficiaram 58 mil
pessoas em 3 milhões de m² de assentamentos.

» Zeladoria urbana e gestão pública colaborativa – Ferramenta


de engajamento focada em conectar cidadãos e governos de forma
transparente e intuitiva, formada por um ambiente de interação entre
os usuários, via web e aplicativos para smartphones, e um segundo
ambiente administrativo, que gerencia as demandas dos cidadãos
e as iniciativas de participação de forma prática e inteligente.
Atrelado às ferramentas de tecnologias, o Colab oferece serviços
de estruturação, implantação e acompanhamento para melhoria
da administração pública. Foi eleito o melhor aplicativo urbano do

77
UNIDADE III │ TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES

mundo pela New Cities Foundation, negócio mais criativo do Brasil


em competição promovida pela Kauffman Foundation, melhor
aplicativo de m-government pela ONU e startup de maior potencial
de impacto positivo pelo BID.

» Planejamento urbano e gestão urbana digital – Auxilia as


cidades no aprimoramento da inteligência urbana. Com tecnologias
de padrão aberto e estruturação de data lakes, faz uso de Inteligência
Artificial e IoT para disponibilizar soluções para prevenção e resposta
a desastres, gestão de infraestrutura, integração de dados e sistemas,
qualificação de cadastros municipais, meio ambiente e mobilidade.
Com sua solução We4City, em Viena (Áustria), está integrando
informações de eficiência energética, mobilidade e meio ambiente
para o projeto Smarter Together. No Brasil, atua com o Centro de
Operações do Rio de Janeiro para aperfeiçoar a resposta da cidade a
eventos de chuva forte. Com menção de honra pela ONU e premiação
no Congresso de Cidades Inteligentes de Barcelona, a empresa
busca materializar o conceito de “Governos como Plataformas”,
proporcionando dinamismo para a sociedade e eficiência para as
instituições públicas.

» Técnicas construtivas sustentáveis – Possui duas grandes


linhas. A primeira é o método construtivo full installation, que reduz
o custo total de construção, tempo de produção, quantidade de mão de
obra, aumentando a qualidade sem nenhum desperdício de material,
por meio de instalação modularizada em peças padronizadas,
transformando o canteiro de obras em uma linha de montagem. Até
o momento, existem mais de 90 mil lares com tecnologia Ambar
e 300 mil pessoas impactadas. A segunda é a Sol+Lar, um combo
com energia solar, iluminação LED e monitoramento inteligente de
consumo exclusivamente focado para habitações de baixa e média
renda que tem como objetivo reduzir custos e melhorar os hábitos
das famílias.

» Segurança urbana – Atua com soluções integradas de tecnologia e


engenharia em segurança eletrônica por meio do videomonitoramento
inteligente com detecção de padrões suspeitos. Com diversos casos
de sucesso nos setores público e privado, possuem parceria com o
governo do estado de Pernambuco e a Polícia Civil para identificar
padrões suspeitos de roubos, sequestros, brigas etc. no programa

78
TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES │ UNIDADE III

Pacto pela Vida. A Áudio Alerta é uma solução para detecção


e localização de sons, que pode ser utilizada para melhorar a
segurança pública e a mobilidade urbana. Já trabalha, por exemplo,
com a Secretaria de Defesa Social do Estado de Pernambuco, onde
implantou 10 unidades do Áudio Alerta Outdoor integrado ao sistema
de videomonitoramento. Também instalou 29 unidades no Recife
Antigo, transformando o bairro no primeiro totalmente monitorado
por som do Brasil.

» Mobilidade urbana – Focada em cidades inteligentes e dedicada


à mobilidade urbana, entrega soluções aos usuários e gestores do
sistema de mobilidade nas áreas de monitoramento, análise de dados,
relacionamento, compartilhamento e mobilidade ativa. Alguns dos
seus produtos incluem: painel do ônibus, que oferece monitoramento
do transporte público para os gestores da cidade; coletivo, um
aplicativo que usa a colaboração como estratégia para fornecer
informações em tempo real sobre os ônibus e a rede de transportes
da cidade de São Paulo aos passageiros; bicicletas inteligentes, de
compartilhamento de bicicletas; e coletivo corporativo, ferramenta
para as empresas incentivarem o uso de transporte público para os
funcionários.

» Reformas de residências – Está ajudando a mudar a vida de


milhões de brasileiros que moram em situação de insalubridade por
meio de reformas residenciais. Já atua na Zona Leste de São Paulo
e no Rio de Janeiro, nos bairros de Tabajara, Santa Marta, Bangu
e Realengo. Já atendeu a mais de duas mil pessoas, com mais de
quinhentas moradias reformadas. O financiamento das obras é feito
por meio do braço de microcrédito do Itaú e do Banco Pérola com
prazo e juros amigáveis.

» Gestão de riscos – Busca dar mais previsibilidade ao tempo, como


forma de aumentar o período possível de resposta da população e
prefeitura a enchentes e outros desastres gerados pela chuva. Para
isso, desenvolveram um sistema de monitoramento climático que
entrega muito mais segurança, baseado em três pilares: previsão do
tempo em alta resolução; estações meteorológicas de baixo custo;
e painéis de controle com informações em tempo real e alertas
personalizados. Com uma previsão do tempo quatro vezes melhor do
que o mercado, conseguem prever se vai chover no nível de detalhe
da rua.

79
UNIDADE III │ TIPOS DE TECNOLOGIAS INTELIGENTES

Observação: as smart cities são consideradas espaços urbanos capazes de


promover o desenvolvimento econômico e aumentar a qualidade de vidadas
pessoas.

As cidades são formadas por pessoas, os espaços urbanos são preenchidos pelos
reflexos de sua própria cultura e valores. A transformação de uma área urbana
não requer apenas usar a tecnologia e os melhores conceitos de arquitetura,
é fundamental mudar a forma como as pessoas entendem o uso dos espaços
públicos.

Uma cidade que apresenta soluções para população é considerada uma cidade
inteligente.

Os aspectos relacionados à melhoria da governança são fundamentais para


o planejamento urbano e sua infraestrutura, para refletir no capital humano
e social. As cidades inteligentes são uma combinação de visão, comunidade,
tecnologias, inovações sociais, espaços públicos, mobilidade urbana e dados.

O primeiro passo para criar uma cidade inteligente é promover uma mudança
no comportamento das pessoas. Cuidar dos moradores e do meio ambiente é
considerado um fator relevante para conseguirmos uma área mais viva, humana,
segura, sustentável para todos.

Também é importante que cidadãos e o próprio governo assumam novos


papéis para que possam unir forças para identificar os problemas da cidade. A
combinação de diversas fontes de informação permite um conhecimento real
sobre os desafios com sustentabilidade, mobilidade, saúde e segurança. Os três
principais pilares para descobrir o que precisa ser mudado são:

» conhecer a cidade, seus pontos fortes e fracos;

» saber aonde se quer chegar;

» fazer alianças para proporcionar o desenvolvimento sustentável.

A criação de parcerias públicas e privadas auxilia a sociedade a trabalhar na


cocriação de soluções inteligentes. A mudança no ecossistema permitirá o
desenvolvimento do capital humano e social, além da criação de iniciativas para
valorizar o presente e o futuro.

80
CIDADES
INTELIGENTES NO UNIDADE IV
BRASIL E SEUS
DESAFIOS
Introdução
Estamos nos deparando com o desenvolvimento das cidades, o aumento da
população, e novos desafios estão surgindo, o que se faz necessário para um
bom desenvolvimento público, gerando melhorias contínuas para a qualidade
de vida da população.

Apesar das transformações digitais, temos muito desafios pela frente, falta
investimentos em tecnologias que permitem a implantação de um sistema
inteligente. O que vem ajudando a elevar as propostas e estudos sobre o assunto
é a utilização da inteligência artificial.

Precisamos adequar os processos pelos quais os governos e a sociedade


incorporam e respondem às inovações tecnológicas para garantir que o
dinamismo da tecnologia ajude a solucionar.

Precisamos ficar atentos quanto às implementações e mudanças de infraestrutura,


para não pôr em risco a privacidade pessoal de dados, a cidadania e a segurança da
população.

A receita é mais complexa, cidades inteligentes não são uma panaceia tecnológica,
os desafios são inúmeros, e o Brasil também vai precisar confrontar com tais
problemas sempre com firmeza diante das mudanças climáticas, desigualdade
de oportunidades e riscos à privacidade que decorrem da própria tecnologia na
ausência de mecanismos de transparência e regulação.

Os desafios são distintos e muito complexos, por exemplo, a infraestrutura digital


para São Paulo não é a mesma a ser implementada para a região amazônica. O
mesmo raciocínio se aplica a uma tipologia de cidades. Por exemplo, cidades
que funcionam como hubs de articulação no território, que prestam serviços
regionais, precisam de infraestrutura mais robusta. Para um município pequeno e
pouco dinâmico, a agenda pode ser muito mais simples, como a digitalização de
serviços públicos de cadastro.

81
UNIDADE IV │ CIDADES INTELIGENTES NO BRASIL E SEUS DESAFIOS

Os municípios que gostariam de viabilizar uma estrutura inteligente precisarão


implementar instrumentos mais dinâmicos de planejamento urbano. Vai
começar a surgir perguntas como:

» Como integrar essa velocidade no processo de planejamento?

» Como fazer a regulação?

» Como uma cidade pode regular essas novidades?

Eventos como a chegada dos carros por aplicativo e dos patinetes compartilhados
sem estação exerceram grande pressão sobre os poderes municipais, então
despreparados para lidar com as novas tecnologias, suas implicações no
território e a forma como alteraram dinâmicas na mobilidade urbana.

Objetivo
» Conhecer as cidades brasileiras que são consideradas smart cities.

82
CAPÍTULO 1
Modelos de smart cities no Brasil

Como já descrito e explicado anteriormente, muitos acham que as implementações e


a estruturação de uma cidade inteligente ainda demorarão a acontecer, mas, de
fato, isso não condiz com a realidade. Com a evolução tecnológica em todas as
áreas, as mudanças estão cada vez mais evidentes, inclusive no Brasil.

Os exemplos de cidades inteligentes encontrados no Brasil podem nos surpreender


pela criatividade (utilização mais eficiente dos recursos disponíveis), pela
redução de impactos (meio ambiente e para os seres humanos) e principalmente
pela transformação digital.

Vejamos agora o ranking de smart cities do Iese Business School: das 165
posições, o Brasil ocupa lugares com 6 municípios:

» São Paulo (116ª);

» Rio de Janeiro (126ª);

» Curitiba (135ª);

» Brasília (138ª);

» Salvador (147ª);

» Belo Horizonte (151ª).

Podemos destacar pontos importantes em algumas cidades, como veremos a


seguir.

Para a cidade de São Paulo, investimento em mobilidade urbana, criação de


mais ciclofaixas, corredores de ônibus, programa empreenda fácil (redução
para 7 dias o tempo gasto para abertura de empresas – em alguns casos esse
processo pode levar 100 dias).

Para a cidade de Curitiba, temos os seguintes pontos: inovação com a criação


do Ecoelétrico, frota de carros elétricos; desde a sua criação em 2014, foram
economizados 12.264 kg na emissão de gás carbônico na atmosfera.

83
UNIDADE IV │ CIDADES INTELIGENTES NO BRASIL E SEUS DESAFIOS

Única cidade nordestina no ranking, Salvador tem como ponto de destaque


o investimento em tecnologia visando à melhoria na mobilidade urbana e
produção de energia; além disso, criou um aplicativo para passageiros de
ônibus.

Em fase de implementação, por isso não está citada no ranking, temos a cidade
de Laguna (distrito de Croatá, município de São Gonçalo do Amarante, no
Estado do Ceará), descrita com uma das melhores cidades inteligentes do
Brasil. O seu projeto de execução foi direcionado para a sustentabilidade e a
qualidade de vida dos habitantes. Além disso, possui também como prioridade
a acessibilidade, sendo considerada uma smart cities social.

Baseia-se em quatro pilares:

» arquitetura;

» meio ambiente;

» tecnologia;

» inclusão social.

Segundo informações mais detalhadas, os lotes a partir de 150 m² poderão


ser adquiridos a partir de R$ 110 mil reais, não sendo considerados um
condomínio fechado, mas sim uma cidade aberta para todos (o que se
imagina).

Em cidades consideradas modernas, imagina-se que será possível circular por


toda a cidade usando uma abrangente e segura rede de ciclovias, que, na prática,
não vai ser necessária. Com relação ao projeto, preveem-se áreas residenciais
próximas das empresas e do comércio, minimizando a necessidade de grandes
deslocamentos diários.

O projeto busca a valorização dos pedestres, deixando os veículos para o


segundo plano, considerando o aspecto social de smart city Laguna.

Temos ainda um aplicativo que pode simplificar a vida dos moradores.


Seu uso vai além de simples soluções automatizadas, engloba também
propostas aplicáveis a essa smart city: a comunidade terá acesso em detalhes
a informações, por exemplo, de sua residência atreladas a tudo o que é
consumido pela cidade inteira.

84
CIDADES INTELIGENTES NO BRASIL E SEUS DESAFIOS │ UNIDADE IV

Figura 19. Cidade Inteligente Laguna imagem 1.

Fonte: https://transformacaodigital.com/exemplos-de-cidades-inteligentes-no-brasil-que-vao-te-dar-orgulho/.

Essa cidade terá sensores localizados em vários pontos (postes de luz, lixeiras,
serviços públicos etc.), irá programar um painel de controle acessível a todos
os moradores, buscará economia por meio de rotinas automatizadas.

A cidade contará com um aplicativo, no qual irá constar um botão de emergência


para o caso de urgências, até mesmo necessidades médicas, totalmente
interligadas ao sistema de saúde da cidade.

Há ainda outras implementações:

» controle de gastos residenciais;

» sistema de compartilhamento de carona;

» troca de livros;

» empréstimos de bicicleta;

» compartilhamento de comida;

» oferta e procura de trabalho.

85
UNIDADE IV │ CIDADES INTELIGENTES NO BRASIL E SEUS DESAFIOS

Todas as informações serão interligadas por meio de smartphone.

Figura 20. Cidade inteligente Laguna, imagem 2.

Fonte:https://www.vivadecora.com.br/pro/curiosidades/cidades-inteligentes/.

Temos também a como exemplo a cidade de Pedra Branca (cidade-bairro),


localizada no município de Palhoça em Florianópolis, Santa Catarina.

Antes da sua construção, era uma fazenda particular, em que, em 1999, criou-se
um loteamento residencial. A cidade possui algumas características iguais às
outras cidades, mas o que a diferencia é o fato de o comércio, o lazer, a educação
e a prestação de serviços serem bem próximos (pequenas distâncias), para que
os deslocamentos sejam realizados de bicicleta ou a pé.

A cidade busca o ideal para que seus moradores possam viver, trabalhar e se
divertir sempre em locais próximos, melhorando, com isso, a qualidade de vida.
Em 2013, foram entregues os dois primeiros quarteirões de uso misto.

A aplicação mista se baseia em construções com escritórios, lojas e apartamentos,


distribuídos em dez edifícios que foram somados a mais dois condomínios e
dois prédios de escritórios.

86
CIDADES INTELIGENTES NO BRASIL E SEUS DESAFIOS │ UNIDADE IV

Figura 21. Projeto chamado “Masterplan Pedra Branca”.

Fonte: https://transformacaodigital.com/exemplos-de-cidades-inteligentes-no-brasil-que-vao-te-dar-orgulho/.

Mais uma cidade que merece destaque é a cidade de Búzios no Rio de Janeiro,
que está utilizando a tecnologia para melhorar o consumo de energia.

A cidade implantou, com parcerias, 60 lâmpadas de LED, que são controladas


remotamente na região da lagoa da Usina. Esse empreendimento busca uma
redução no consumo de energia de até 80%.

Somado a esse exemplo importante, o município incluiu medidores inteligentes


em 222 domicílios, visando melhorar o controle de gastos no consumo de
energia.

Por fim, os moradores tiveram o incentivo de gerar energia com painéis solares
e “vendê-la” de volta (pode ser revertido no abatimento na conta de luz); painéis
foram instalados também em escolas para gerar economia nas instituições.

Figura 22. Painéis solares em escolas.

Fonte: https://www.vivadecora.com.br/pro/curiosidades/cidades-inteligentes/.

87
UNIDADE IV │ CIDADES INTELIGENTES NO BRASIL E SEUS DESAFIOS

Entendemos que as soluções são importantes e criativas principalmente para


melhorar a qualidade de vida da população, mas infelizmente não existe uma
cidade inteligente sem grandes investimentos em tecnologia.

No Brasil, por exemplo, a aplicação de tecnologias para as cidades inteligentes


pode chegar a US$ 59 bilhões nos próximos anos.

Os investimentos podem ocorrer em diversas áreas e seguimentos, servindo


para avaliar e direcionar ações e otimizar o fornecimento de energia etc.

As políticas públicas precisam acompanhar a tecnologia e a inovação; os projetos


precisam ter uma visão de longo prazo para se tornarem viáveis, deixando as
cidades mais sustentáveis e desenvolvidas socialmente.

88
CAPÍTULO 2
Avanços e desafios das cidades
inteligentes

Por mais que as tecnologias evoluam, a velocidade com que as cidades inteligentes
absorvem benefícios para a população é muito maior.

Figura 23. O desafio da transformação.

Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/cidades-inteligentes-quais-os-principais-desafios-da-inovacao-
3bybr07govbphotum6zjr1rf3/.

Informações fornecidas pela ONU demonstram que, desde 1950, tem se elevado
à urbanização das sociedades. Principalmente em áreas urbanas, teremos
aproximadamente 70% da população em centros urbanos em 2050, sendo que,
em 1950, os mesmos 70% eram considerados em áreas rurais.

Por esse motivo, surgem novas necessidades para a sociedade que, ao longo
dos anos, não são acompanhadas pelos gestores públicos. Com o avanço da
tecnologia, essas necessidades são agravadas, por isso devemos encontrar novas
formas ou alternativas para evitar o desperdício, investimentos e propostas
inadequadas para a melhoria na qualidade de vida da população.

Acredita-se que o principal causador do não avanço das cidades é a alta


burocracia.

89
UNIDADE IV │ CIDADES INTELIGENTES NO BRASIL E SEUS DESAFIOS

As principais causas da ineficiência da gestão pública são:

» desigualdade social;

» baixa qualidade de vida;

» causa preocupação com o ecossistema urbano;

» desperdícios.

Ainda bem que estamos nos deparando hoje com número menor de novos
problemas, pois a geração de soluções continua falha, mas ainda nos deparamos
com severas críticas a alguns setores (mobilidade, governança, economia, meio
ambiente, pessoas).

Baseando-se nessa informação, quais seriam as principais dificuldades que a


administração pública tem para unificar e direcionar as melhorias previstas
com as necessidades da população, e realizar a integração para aplicação de
novas tecnologias garantindo uma melhora de vida e de forma sustentável?

Não podemos somente colocar a culpa na burocracia, precisamos lembrar da


falta de expertise da gestão pública na integração dessas novas tecnologias.

O futuro já começou!

Podemos destacar vários setores urbanos nos quais podemos encontrar soluções
tecnológicas para otimizar, evitar desperdícios, melhorar a qualidade nas
prestações de serviços (trânsito, serviços de saúde, educação).

Figura 24. Imagem ilustrativa para transformações.

Fonte: https://www.diariodaregiao.com.br/_conteudo/2020/01/vidaearte/lifestyle/1180612-cidades-inteligentes-o-futuro-ja-
comecou.html.

90
CIDADES INTELIGENTES NO BRASIL E SEUS DESAFIOS │ UNIDADE IV

É importante lembrar que a proposta de uma cidade inteligente não é apenas


considerar a implementação de uma rede wi-fi pública, são muitas variáveis
envolvidas. Com um número maior de pessoas coexistindo nas cidades, haverá
um aumento na demanda de recursos (energia elétricas e água). Como atender a
todos? Esses dois pontos são considerados os grades desafios para as próximas
gerações.

A administração pública, por exemplo, deveria investir em organização,


otimização e redução de recursos, buscando agregar a tecnologia aos serviços
públicos existentes.

Se considerarmos que as dificuldades para a criação de uma cidade inteligente


seria a falta de conectividade, impedindo o uso de dispositivos autônomos
baseados em IoT. Precisa-se pensar na implementação de redes em barda larga
wireless, em repartições públicas, deixando de investir em infraestrutura com
cabos e conexões. Podemos considerar um sistema com conectividade 4G, para
suportar muitos serviços, entre eles envio de imagens, vídeos e capacidade de
processamento dos controladores.

Em resumo, o grande desafio das futuras cidades inteligentes é na gestão e


implementação da rede de comunicação e dados para garantir as mudanças
necessárias no cotidiano das pessoas, gerando robustez, confiabilidade e
flexibilidade.

91
Referências

DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO (DENATRAN). Resolução n o 1,


de 6 de janeiro de 2020. Disponível em: http://www.in.gov.br/web/dou/-/
resolucao-n-1-de-6-de-janeiro-de-2020-237206893. Acesso em: 19 jul. 2020.

FORBES. As 10 cidades mais inteligentes do mundo em 2019. Disponível em:


https://forbes.com.br/listas/2019/05/as-10-cidades-mais-inteligentes-do-
mundo-em-2019/. Acesso em: 19 jul. 2020.

Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Decreto n o 8.776, de 11 de maio


de 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2016/Decreto/D8776.htm. Acesso em: 19 jul. 2020.

Links
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gestao-tradicional-para-a-cidade-inteligente-pdf.

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95

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