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2022
Bahia / Brasil
Copyright © 2022 Bibi Santos
Estou aqui para ter a certeza que minha esposa não compre
mais calças rasgadas e blusas com cara de roupa da minha avó. Só
por isso larguei o escritório, nada ver com a foto que recebi dela
muito elegante e gostosa em um vestido novo.
Com certeza não me abalaria até ali por conta de um traseiro
perfeito no vestido. Porém o vestido caiu bem e sua silhueta, ela
devia se vestir assim mais vezes.
— Amor, você veio me ajudar nas compras? — A dissimulada
sorrir e pegando em meu braço com intimidade — Ia escolher uma
bela gravata de seda para você.
Sua atitude me pegou de surpresa, não esperava que ela
entrasse no personagem.
Mas como um bom advogado que sou, sei fazer meu papel.
— Almocei com um cliente aqui perto e reconheci as duas
quando passei. — Olhei para atendente que parecia que o queixo ia
despencar a qualquer momento — Já foi buscar a gravata que me
esposa pediu?
— Ah sim, vou pegar, perdão, ah desculpa...
Olhei friamente para ela que engoliu em seco e foi atender
minhas ordens.
— Amigo, já que você está aqui, creio que poderia ajudar a
sua esposa com as compras, a minha está me ligando. — Val
levanta a mão em um pedido de desculpas que não me convence e
vai saindo de costas da loja — Amiga te ligo mais tarde.
— Mas... — Diz Mel
— Val! — Resmungo eu
E ela nem dá bola e sai andando rápido para longe de nós.
Que droga! Pensei olhando para o rosto rubro da minha esposa.
— Aqui estão as gravatas.
Fomos salvos pela atendente que trouxe várias gravatas de
diversas cores que eu não precisava no momento, mas me forcei a
olhar.
— Qual você prefere querida?
E ela escolhe a verde limão, percebo que ela fez de propósito
e sorriu de leve e os olhos dela brilha em desafio.
— Você e seus gostos peculiares. — Brinco pondo na frente
da camisa — Combina?
— Ficou lindo senhor. — Atendente diz suspirando e leva uma
encarada fria da Mel que me faz querer a deixar mais chateada.
— Obrigada, você tem bom gosto — ela fica rubra e minha
esposa quase arranca minha cabeça com os olhos — Vou levar.
— Não gostei, vou escolher outra. — Mel diz e seguro o riso.
Ela é muito transparente, penso.
— Obrigada, mas creio que nada aqui combina com meu
esposo. — Comenta afrontosa para a moça que a encara com raiva
— Que pena que não vai ganhar comissão.
Se vira e me puxa pelas mãos para fora da loja.
— Isso foi infantil! — Resmungo.
— Foda-se!
Responde.
Realmente ela tem mãos de fada, mas isso não está sendo
uma boa ideia, cada vez que ela aperta um músculo das minhas
costas, mas meu pau fica duro e os gemidos aumentam. Caralho,
estou quase gozando igual um adolescente precoce.
— Você malha muito, não é? — Ela diz e só balanço a cabeça
sem conseguir articular uma fala, sou a porra de um advogado
conceituado e mais bem pago da droga deste país e não estou
conseguindo lidar com uma mulher gostosa que por sinal é minha
esposa — Por que nunca se casou antes? Suas namoradas eram
modelos belíssimas...
— Mel...
Gemo em desespero.
— Oi?
— Melhor a gente parar. — Estou suando, estou louco para
foder com ela. — A porra da sua vagina está na minha bunda e sua
mão na minha pele.
— O que tem isso? Não está gostando da massagem — faz
um movimento que sua vulva passeia por minha bunda, o que é
estranho e sexy pra caralho — Não sou uma mulher com esses
pudores, quando morava com alguns primos no interior...
— Não quero saber de histórias de massagens em outros
homens...
Corto rápido e com um sentimento de raiva fervendo em
imaginar ela fazendo o mesmo em outro cara. Mel levanta me
trazendo um sentimento de abandono.
Viro para ela que defronta comigo confusa e seus peitos
estão duros, são pequenos, mas cabe perfeitamente na minha boca.
Salivo com vontade de experimentar. Só penso está maluco, mas
avanço igual uma cobra para dar o bote a trazendo para cima de
mim e a safada nem pisca.
CAPÍTULO 06
Mel Castro
Sei que estou brincando com fogo, mas meu marido é gato,
gostoso, é o tipo de homem que nunca olharia para mim em uma
situação comum. Com certeza ele nem olharia na minha cara se
passasse por mim na rua, agora está na minha frente de pau duro.
Acho que é meu dia de sorte, o que faço? Vou fazer um doce, mas
não tão doce para ele desistir.
Ele tem um pau lindo, como alguém pode ter uma
indumentária tão perfeita? Ele é todo perfeito, vou me segurar, mas
estou mais molhada que as cataratas.
Divagando tomei um susto quando ele me puxa para seu colo
e cola sua boca na minha, me seguro nele com as pernas abertas
em sua cintura, seu pau cutuca minha bunda. Sua boca domina a
minha, sua língua brinca no centro da minha e eu acompanho. Que
beijo delicioso, acho que o som é dos nossos gemidos. Sua mão
busca minha blusa levantando e fico com vergonha do tamanho
mínimo do meu seio.
— Estava doido para chupar eles. — Perco a vergonha com
sua declaração e seus olhos admirados — Me dá eles?
Pede e atendo descendo meu troco até sua boca poder tocá-
los. Gemendo vejo os olhos azuis do Renato saboreá-los, lamber,
chupar. Jesus, quero muito ser penetrada por esse homem. Logo,
rápido e forte, que safada sou eu.
— Me foda?
Peço segurando seus cabelos e cavalgando sua boca com
meus peitos. Minha boceta está úmida de vontade de ser fodida.
Faz muito tempo que estou na seca.
— Sua franqueza me dá tesão sabia? — Diz abaixando meu
short e descobrindo que estou sem calcinha — Caralho mulher,
estava sem calcinha esse tempo todo? Que boceta gostosa!
Jogo a cabeça para trás enquanto ele sonda minhas dobras
encharcadas.
— Meu Deus Mel, toda molhadinha!
Geme e eu aperto seu peito malhado, desço a boca no bico
do peito de Renato, ele perde a compostura pedido mais, enquanto
chupo ele brinca com meu clitóris, acho que vou explodir.
— Que gozar? Quer safada? — Pergunta segurando meus
cabelos por entre seus dedos e trazendo meu rosto para perto do
seu. — Diz que quer meu pau nesta boceta?
— Humm...
Antes que eu consiga responder a campainha toca.
— Não atende, esquece a porta...
Segura meu rosto e voltar a beijar meus lábios com fervor e
eu correspondo. Mas a droga não para de tocar com insistência, e
nós nunca recebemos visita na cobertura. Pulo do seu colo e visto a
minha blusa e vou abrir enquanto ele solta um resmungo alto e
raivoso atrás de mim.
Abro a porta pronta para matar quem estivesse do outro lado,
porém para meu susto era o motorista do pai dele que conheci no
outro dia.
— Perdão senhora Gusmão, mas preciso falar com Sr.
Renato. — Diz nervoso.
— O que aconteceu Alfredo? — Meu marido já está atrás de
mim perto da porta.
Sinto um arrepio de coisas ruins passando por minha pele.
— Seu pai sofreu um infarto e encontra-se hospitalizado.
— Meu Deus! — digo impactada com a notícia.
— Onde? — Renato já é uma máscara de sentimentos frios e
distante, não é mais o amante de minutos antes naquele sofá, todo
sentimento se esvaziou dando o lugar ao homem que me casei sinto
sua distância com pesar. — Vou me trocar.
— Vou com você. — Digo no automático.
— Não precisa. — Responde friamente.
— Sou sua esposa e vou com você. — Respondo e passo por
ele indo para meu quarto trocar de roupa. — Não vai passar por
isso sozinho, ninguém precisa passar por isso sozinho.
— Tudo bem. — Ouço sua resposta, mas não revido.
Eu não acredito que esse maldito gato está no meu sofá! Com
certeza sou um banana, pelo menos ele parece que tomou banho,
até mais bonitinho. Jogo uma almofada e ele nem se abala.
— Sai do meu sofá!
E ele faz aquele som caraterístico de desgosto para mim.
— A recíproca é verdadeira. — Resmungo para ele que
lambe a pata. — Você não vai morar na minha casa, não paguei
milhões em uma cobertura para ter pelos espalhados por ela.
E mais uma vez sou ignorado.
— Vem Zeus!
A voz da Mel vem da cozinha e o gato levanta seguindo som e
faço o mesmo.
— Não quero esse gato na minha casa! — repito como um
gravador o que já tinha dito ontem à noite e fui ignorado quando ela
bateu à porta do quarto da minha cara. — Dê ele a um abrigo de
animais.
— Nossa casa, somos casados e eu moro aqui. — Resmunga
de mau humor.
— Minha casa, você está aqui por pouco tempo.
Seus olhos têm mágoa ao me encarar. Droga, odeio quando
ela me olha assim, não devia me importar, mas me importo.
— Se o gato sair eu saio junto.
Ameaça como se tivesse para onde ir.
— Okey, tudo bem!
Desafio e ela me encara ficamos nos encarando por alguns
minutos e não vou ceder, não gosto de gatos. Ela bate o pé, abaixa
pegando o gatinho no colo indo para fora da cozinha, suspiro
pegando o celular no bolso. Tem uma ligação da minha irmã e outra
do secretário do papai.
Ignoro as duas e ligo para o hospital que reafirma que o
estado dele é estável. Assim que desligo o barulho de rodas chama
minha atenção. Seguindo para sala encontro a Mel e o maldito gato
indo para porta puxando uma mala.
— O que? Eu não acredito!
Só faltava isso para completar.
— Pode ficar com esse apartamento frio e sem amor, eu e
Zeus vamos para debaixo da ponte, mas eu não vou dar meu gato
para nenhum abrigo.
Tenho certeza de que é um infarto fulminante que está se
iniciando em meu peito, essa mulher vai me matar, para que eu casei
com essa peste? Inferno! Folgo a gravata e a praga me encara
ainda de pijama de gatinho, short curto e confesso que com o gato
nos braços ficou fofa demais.
— Não morra, lembre-se que sou sua esposa que vou ficar
com seu dinheiro. — Desdenha — Primeira coisa que faço é vender
esse apartamento e viajar o mundo com Zeus, conhecendo homens
interessante que gostam de gatos.
— Temos um contrato sua louca, você não pode ir embora. —
Lembro com vontade de apertar seu pescoço — O que fiz para
merecer isso?
— Só fico se Zeus ficar!
Bate o pé e olha o gato que sibila para mim.
— Okey, mas mantenha essa praga longe de mim. — Só
posso estar ficando louco.
Volto para o quarto com passadas raivosas e ela chama.
— O que foi? — respondo de má vontade.
— Preciso de dinheiro para o veterinário. — Não estou
acreditando na cara de pau dela.
Dou meia volta e entrego um cartão Black em suas mãos
viradas para cima em espera.
— Qualquer dia deste...
Resmungo e ela sorri sonsa.
Desisto ou vou morrer, penso caminhando para o quarto e
ainda nem fizemos sexo, casamento era um inferno mesmo.
CAPÍTULO 08
Mel Castro
Val olha para o Zeus sem acreditar, mas ele está tão fofo em
sua roupa nova, ficou lindinho nesta fantasia de coelho, não resisti e
comprei umas gravatas também. Agora vacinado, cheiroso e muito
amado por mim.
— Você tem um gato? E ele mora aqui?
— Sim, eu moro aqui meu gato mora aqui. — Porque todo
mundo acha um absurdo o Renato deixar o gato mora na casa dele?
— O Renato deixou, assim, fácil? — Ela ainda está em
choque.
— Ainda pagou o veterinário, as roupas e a ração. — Mostro
o cartão.
— Ainda não acredito! — Realmente sua cara é de choque —
Ele odeia animais.
— Todo mundo diz isso até olhar para essas carinhas peludas
e fofas! — Faço carinho e o Zeus ronrona feliz — Não é fofinho,
estava sozinho, pelas ruas, abandonado.
— Você transou com ele? — Minha amiga me interrompe e
pergunta.
— Com o gato? — Sinceramente a Val está estranha hoje.
— Com o Renato! — quase grita e depois revira os olhos.
Fico vermelha com tudo que rolou ontem entre nós.
— Não, mas tipo quase...
Ela me encara sem entender.
— Quase ficamos, rolou, beijo amasso, muita putaria gostosa,
mas o pai dele enfartou. — Dei de ombro — O que por um lado foi
bom.
— O pai dele enfartar?
— Dam, não, não ter rolado. — Tento explicar melhor — Ele
chutou a namorada do velho, assinou um cheque e mandou ela
embora, tipo: Você não é nada! Eu me vi na pele da moça, foi triste,
sei que ela recebeu a grana e não reclamou, mas eu me vi passando
por isso quando nosso tempo juntos terminar.
— Ahh minha querida, vem cá! — me joga em seus braços e
Val me aperta com carinho — Está com medo?
— Sim, não posso me apaixonar por ele Val. — Tenho medo
de transar e no final acontecer isso, mas uma vez um coração
quebrado e uma mala nas mãos — Ele me partiria mais do que já
estou.
— Você sempre foi a destemida, aquela que namorava,
festeira, feliz. — brinca beijando minha testa — Sempre foi minha luz
nos dias tristes, a minha menina destemida, que sempre dizia: Você
é melhor do que todos aqui, e vai ser a melhor advogada deste
planeta, seus pais são burros por não perceber o quanto você é
incrível.
— E estava certíssima, você é a melhor! — reafirmo o que
sempre achei — Melhor advogada deste planeta.
— E você é luz amor, nada de ficar se segurando, o Renato
não é aquele embuste do Gustavo — Diz e eu entendo, mas temo
partir meu coração — Se você quer transar com ele, faça isso
durante os meses que estão juntos, que mal há? — O problema é
me confundir, pois sou uma pessoa emocionada.
— Amiga, posso me apaixonar, e depois vou sofrer.
— Se apaixone pelo pau, pela pegada, desde quando ser feliz
por alguns dias pode te machucar?
— Eu sou amiga emocionada, que beija e acha que vai casar
e ter filhos — Faço bico e ela rir. — Não quero aquele ogro partindo
meu coração. — Suspiro e me solto — Preciso ocupar meu tempo,
sei que no contrato tem que devo ser a esposa em tempo integral,
viver durante um ano como uma dondoca. — Odiei essa parte do
acordo, mas estava tão desesperada por um local para ficar e o
dinheiro para pagar as dívidas que aceitei — Nunca fui de ficar
parada, sempre ganhei meu dinheiro. — Bufo com raiva — Vou fazer
um bolo para nós duas.
— Hum, acho que tenho uma ideia, mas vou organizar e te
conto tudo depois. — Val fala levantando — Não dá tempo fazer bolo
querida, temos um jantar de negócios para ir.
Bato o pé, aff, odeio essa parte do acordo, ser boneca de
efeito de macho idiota. Tenho que ir a um jantar de negócios com
meu marido, por isso a Val veio me ajudar escolher o vestido. Como
o todo poderoso vai estar no tribunal até mais tarde, irei me
encontrar com ele no evento.
Lembrar deste detalhe me faz rir e me virar para minha amiga.
— Me conte mais como é esse jantar?
— O que você está aprontando? — Cruza os braços curiosa
com os olhos estreitos — Não gosto nada desta carinha sua.
— Na realidade quero fazer uma surpresa para meu marido,
já que ele pagou de boa vontade as coisas do Zeus. — Dou de
ombro com carinha inocente.
— Guarde sua cara esperta para o Renato, a mim você não
engana. — Passa por mim indo para meu quarto e eu a sigo rindo —
Desembucha, qual o plano?
Gargalho e sigo para o closet com ela e Zeus atrás de mim.
Não gosto da dor fria que vejo nos olhos da Mel, odeio o fato
que foi eu quem a colocou lá, que a fiz chorar por não saber lidar
com a situação. Já derrotei promotores já convenci enormes juris e
juízes. Porém não consigo lidar com a minha esposa, o campo
relacionamento era uma incógnita para mim. E teve um tempo que
achei que era simples dizer não, sim, quero sexo, mas tudo parece
ter mudado com a chegada da Mel. Ela me desconcerta, me deixa
sem palavras ou parecendo um idiota.
Não sei porque não disse que também sentia ciúmes dela,
que também não queria sentir, mas já estava sentindo. Porque não
tomei-a nos braços e a consolei, porque tive que complicar as
coisas? Minha fúria foi tão grande que soquei o Selmo quando ele
falou que a Mel estava pedindo por isso. Desgraçado, mas o dele
estava guardando, acabaria com sua carreira só pela sua ousadia de
ter pensando em seduzir minha esposa.
Ele mexeu com a mulher errada.
Mas o que dói é ver a Mel distante sem o brilho desafiador,
sem a luz e sem o seu deboche costumeiro. Temia que tivesse
quebrado de alguma forma seu espírito livre. Sua mão era fria na
minha e seu olhar ia para todos os lados, menos para os meus.
Fomos recebidos pelo policial Oliveira meu amigo e contato na
federal.
— Um prazer conhecer sua esposa. — Não gostei do olhar
dele para ela e menos ainda do sorriso brilhante dela para ele, me
tornei um idiota ciumento — Vamos por aqui.
Sigo segurando sua mão, não quero soltar, não quero perder
seu calor e nem a deixar sozinha em um momento como esse.
— Acrescentou o que pedi? — Perguntei.
— Sim, o passarinho está engaiolado por bastante tempo.
Mel olhou de mim para ele, mas não fez perguntas. Seu corpo
paralisou ao meu lado quando avistou o ladrão do ex dela. Já tinha
visto fotos dele, mas não era como nas fotos, o cara é vistoso, usa
óculos de grau, cabelos escuros, pele bronzeada, um jeito de
inteligente — com certeza era para enganar tantas mulheres — Seu
sorriso foi glorioso ao ver a minha esposa e desejei poder socar seu
rosto bonito.
— Mel, por favor Mel, diz a esses caras que não fiz nada.
É um safado filho da mãe.
Afastando minha mão ela se caminha para perto na sala e fica
a sua frente. Faço sinal para o agente que deixa o local e a nós três
em privacidade.
Sua mão vai direto para o rosto dele em um tapa forte, sem
se conter ela dá outro.
— Se vagabundo desgraçado! — Penso em me aproximar,
mas lembro que prometi isso a ela — Seu pinto pequeno — Essa é a
Mel que eu conheço — Você me roubou, me enganou seu miserável!
— Mel foi um equívoco, deve ter uma outra explicação.
— A explicação é a seguinte, você viu em mim uma
emocionada que desejava casar, ter filhos e essas coisas que casais
normais fazem, além de ser uma forma de ter um teto, um carro,
uma besta que te sustente e meu salário, enquanto passava para
trás outras mulheres — Bate na mesa — Sabe Gustavo quem
colocou você aqui?
— Você não faria isso conosco, vamos conversar, vamos nos
entender, sei que você me ama, eu te amo também. — Avancei, mas
voltei quando ouvir o estalo do terceiro tapa que ela deu nele. — Não
fala de amor comigo, nunca mais fale essa palavra. — Ela está com
muita raiva.
— Quem ama não magoa, não rouba, não trai, você não
entende nada de amor — Seus olhos se levanta e trava em mim e
parece que era para mim suas palavras, pois senti em meu coração
— Quem ama cuida, divide e entende, amor é transparente e sabe a
hora de ir e a hora de calar, até mesmo a de errar, mas errar pelos
dois, para ter algo pelos dois, não somos perfeitos, mas nós dois
Gustavo nunca nos amamos, na realidade eu acho que queria só
alguém, a solidão é o pior sentimento para nos levar a ter alguém. —
diz se voltando para ele — Quero que saiba que está aqui e foi eu
quem colocou você aí.
O idiota sorri mostrando a verdadeira face.
— Acha que vai achar outro idiota para te suportar, aturar
suas esquisitices? Foram os dois anos mais longos da minha vida,
você é muito chata Mel. — Ela tentar bater nele, mas o mesmo se
esquiva — Ninguém vai querer você.
Ela rir e eu me aproximo.
— Terminou? — Indago.
Seus olhos brilham.
— Quem é você? — O babaca pergunta.
— O marido dela!
Ele olha para ela e para minha mão que segura a dela.
— Acho que seu palpite está errado Gustavo, eu já tenho
alguém, mas você vai continuar preso por longos anos. — Ela troça
com um sorriso cínico — São tantos crimes, muitas mulheres
roubadas lesadas...
— E tráfico de drogas. — Comento e ele fica pálido — Acho
que vai ser complicado sua saída da cadeia.
— Eu não tinha drogas comigo...
— Não foi isso que a polícia disse.
Respondo com calma e sento na cadeira a sua frente.
— Bem, tenho duas propostas para você.
— Não confio em você dois.
— A recíproca é verdadeira. — Mel resmunga.
— Quero a grana da minha mulher de volta.
Ele rir e seguro pelo seu pescoço o mesmo fica vermelho.
— Tem alguém rindo aqui? — solto seu pescoço — Te dou 24
horas para dar conta do dinheiro ou vou transformar sua vida na
cadeia um inferno.
— Com essa carinha vai ter vários presos querendo esse rabo
dele. — Mel solta e tento não rir.
Olho de volta para Gustavo que está pálido e pensativo.
— Você tem 24 horas.
Levanto e levo Mel comigo, mas ela se solta e volta para
perto do cara, socando seu rosto.
Meu Deus, ela é incrível!
DOIS MESES DEPOIS
O Renato sai de casa bem cedo, ele não dormiu bem a noite,
ficou horas ao telefone no escritório aqui de casa, mexendo em
papeladas que nem percebeu que eu o observava. Estava obcecado
depois que o pai mandou o convite para reunião. Meu coração se
aperta em imaginar que possa ser tudo descoberto, isso queria dizer
que vamos ter que nos despedir mais cedo.
Não estou preparada para dizer adeus. Estou há dias me
mantendo distante dele para aprender a conviver sem o Renato na
hora que tudo acabar. Achei que amei o Gustavo, mas não foi, foi
solidão, medo de viver uma vida só. Já o que sinto com o Renato é
grandioso como fogos de artifícios — Cada vez que ele me encara
com aquele jeito lindo sinto algo explodir dentro do peito — uma
vontade de agarrar ele e dizer o quanto o amo — Sei que não sou
correspondida, e dói, é uma dor gigante.
Ser roubada por Gustavo foi horrível, mas ser rejeitada por
Renato é doloroso, pois minha alma vai se quebrar junto com meu
coração apaixonado. Então só quero que fique tudo bem, que ele
consiga seu sonho de ser presidente. E no final vamos dizer adeus.
Um crime nos separar, pois ele faz amor tão gostoso, beija
tão bem. Suspiro e tomo um susto quando Zeus arranha minhas
pernas.
— Você também vai sentir falta dele? — Pego minha bola
peluda no colo fazendo carinho em sua cabeça — Vamos ser felizes
juntos meu amor.
Alguém faz barulho na porta e Zeus fica ouriçado, pula do meu
colo indo para frente da porta, onde a campainha toca incessante e
várias vozes são ouvidas do outro lado. Nem eram oito horas da
manhã, quem poderia ser? Esse andar era todo do Renato, então
não podia ser engano. O elevador também é privativo, o que quer
dizer se passou foi com autorização.
Abro a porta dando de cara com a Zara e o cara de rato do
marido dela.
— O que faz aqui?
Ela passa por mim com vários carregadores e um papel que
reconheço bem, já que tenho uma cópia guardada.
— Onde conseguiu isso?
— Hoje quem tem dinheiro consegue tudo. — Debocha — O
quarto é aquele, quero tudo fora daqui em segundos.
— O que?
Estou confusa, o que está acontecendo?
— Descobri tudo Mel, você não passa de uma vagabunda
farsante e vou pôr você no lugar que deve, na rua! – puxa meu braço
com força e uma dor no meu abdômen me dobra ao meio — Não
finja sua vadia oportunista, acabou toda farsa, não vai levar nem um
centavo da minha família.
— Renato...
Tento perguntar, mas a dor é muito forte. Começo a suar frio,
droga, acho que não estou bem. O Renato, preciso falar com ele,
coitado perdeu tudo, e agora?
— Renato...
— Ele não vai te salvar. — Rir forte apertando meu braço e
depois me empurra e eu tombo no chão — grito com o impacto da
dor que parece me cortar ao meio. Olho para baixo e uma macha
vermelha suja meu pijama. — O que é isso? — Zara dá um pulo para
trás e olha para o marido idiota.
— Preciso de hospital!
— A moça está sagrando. — Um dos carregadores diz —
Temos que ajudá-la.
— Não, faça o que mandei, tenho uma reunião agora. — O
imbecil fala e o rapaz moreno da mudança parece não saber o que
fazer — Coloque tudo na rua!
— Ela está sangrando, amor.
Zara parece sentir nojo e eu perco o sentido caindo no escuro
do desmaio.
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