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Imigração Alemã No Brasil2
Imigração Alemã No Brasil2
dá em diferentes municípios do
Rio Grande do Sul
Em outras frentes da colonização, parte deles se dirigiu até ao Vale do Caí, iniciando
por São José do Hortêncio, por volta de 1828, e se dirigindo a Bom Princípio,
Tupandi e Salvador do Sul. Com a Revolução Farroupilha, em 1835, houve
dificuldades na continuidade dos planos colonizadores da província e, assim, o
processo de chegadas foi interrompido, embora aumentassem as áreas já ocupadas
pelos imigrantes. Com o final do conflito, dez anos mais tarde, a decisão de acolher
estrangeiros deixou de ser do Império e passou a ser a cargo da província, diz a
professora Lissi. O projeto, então, foi retomado.
Outra parte deles, provenientes das regiões da Renânia, Pomerânia e Silésia, chegou
à chamada Colônia Santa Cruz, fundada no atual município de Santa Cruz do Sul, no
Vale do Rio Pardo em 1847, fixando-se dois anos mais tarde. “Com sua chegada, a
Colônia Santa Cruz inaugura a segunda fase de imigração alemã no Rio Grande do
Sul”, afirmou a professora Lissi Bender, vice-presidente da Academia de Letras de
Santa Cruz do Sul, doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Tübingen, na
Alemanha e vencedora, em 2016, do prêmio Distinção Imigração Alemã, promovido
pela Federação dos Centros de Cultura Alemã no Brasil.
Enchente na rua Independência, na quadra entre as ruas Osvaldo Aranha e Brasil, em 1941. Foto: Museu
Histórico Visconde de São Leopoldo / Divulgação / CP
A vida dos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e 1945,
foi complicada para os imigrantes e descendentes, já que a nação europeia figurava
entre os países do Eixo, em lado oposto ao brasileiro durante o conflito. Desta
forma, novamente o processo de colonização foi interrompido. Quem estava no
Brasil foi proibido por Getúlio Vargas de falar a língua alemã e houve perseguição do
governo mesmo a quem não era simpatizante do nazismo.
Nessa época, surgiu a figura da Oktoberfest, que, conforme registra o IBGE, surgiu
como uma forma de manifestação contra as sanções governamentais das atividades
culturais que representavam a germanidade. Entre 1940 e 1949, 6,8 mil alemães
ingressaram em território brasileiro, o segundo menor número de todo o período.
Na década seguinte, novo salto, agora para 16,6 mil, e, entre 1960 e 1969, houve a
entrada de 5,6 mil.
Aproximação entre países
Veio o século XXI e, em 2019, nove cidades lançaram o projeto Vale Germânico:
Caminhos da Imigração, homologado pelo Ministério do Turismo no ano seguinte.
Atualmente, 14 municípios integram o caminho, embora nem todos os integrantes
da Rota Romântica estejam nela. Em 2021, o governador Eduardo Leite instituiu por
decreto a Comissão Oficial do Bicentenário da Imigração Alemã no RS, conectando
representantes de secretarias estaduais, universidades, entidades civis, empresariais
e religiosas, com previsão de celebrações durante todo o ano de 2024.
A Rua Independência, em São Leopoldo, em 1924. Na esquina, é possível identificar o antigo prédio da Casa
Mena. Em frente, a Joalheria Sauter. Foto: Museu Histórico Visconde de São Leopoldo / Divulgação / CP