Você está na página 1de 2

Comportamento

Vejam os, rap id am en te, o co m p o rtam en to de u m indivíduo “norm al'* que trab alh e
num escritório q u alq u er, exercendo um a função burocrática. S uponham os que seja u m
funcionário de escritório, que ten h a p o r função levar e trazer docum entos, fazer visitas às
firm as, etc. O lu g ar onde ele tra b a lh a d eterm in a o horário em que deve levantar-se da
cam a, portanto, o h o rário de deitar-se. Deve “preocupar-se com a ap arên cia” , ou seja,
vestir um determ inado tip o de roupa, p o r exem plo, p a le tó e g ra v a ta , o que significa
que p a rte do orçam ento dom éstico deve ser deslocado p a ra in dum entá ria e que a
passagem pelo espelho é o b rig ató ria, antes de sair de casa. O s " d e s ire s ” que possa com
eter (u m a cam isa m al passada,

O trabalho hoje

Toda mudança ocorrida nas relações de produção visou libertar o homem do jugo do
feudalismo e torná-lo livre para vender sua força de trabalho . A pesar de lutas de classe, ou
seja, a exploração de uma classe sobre a outra, terem se iniciado muito antes desse período, a
forma de exploração se modifica radicalmente. Pela primeira vez n a história, o homem passa a
vender a sua força de trabalho . Essa transformação, o advento da mais-valia, a transformação
do trabalho em mercadoria, tem decorrências profundas n a sociedade h u m a n a e, tam
bém , no com portam ento hum ano, que, obviam ente, se deram dialeticam ente
relacionadas. A qui, p o r linxites de descrição, separarem os os vários pontos, tendo sem pre
em m ente que n ão são eventos estanques ou isolados. M uito sucintam ente, enum erarem
os algum as transform ações p a ra análise. 1) Aos valores de uso (satisfação de necessidades
hum anas) que os objetos produzidos pelo hom em co n têm , acrescenta-se, pela divisão social
do tra b a lh o , um outro valor, o valor de tro ca. Os objetos necessários “ ao estôm ago” ou
*‘à fa n ta sia ” h u m anos perdem su a especificidade, u m p aletó não é m ais, ap en as, algo
que m e p ro teja do frio, é ta m b ém m ercadoria trocáveJ p o r q u alq u er outraO fato r
equalizador dos diferentes valores de uso é o trab alh o h u m an o , “ cada m ercadoria
individual é co n sid erad a um exem plo m édio de su a espécie, m ercadorias que contêm
iguais quantidades de trab a lh o , ou que p o d em ser produzidas com o m esm o tem po de
trab a lh o , possuem , conseqüentem ente, valor d a m esm a m agnitude, O valor necessário à
p ro d u ção de u m a está p a ra o tem po de p ro d u ção de o u tra” , (O C a p ita l, p. 47), Se o
pro d u to do tra b a lh o vale apenas pelas horas de trab alh o nele inseridas, o vínculo
trabalho-satisfação de necessidades ganha um elo novo: transform a-se em trab a lh o -tro ca
de equivalentessatisfação de necessidades, o que faz p o r to rn a r as necessidades do H om
em contingentes ao dinheiro (equivalente) e não à sua p ró p ria ta re fa. P ela m esm a razão ,
subordina o uso à cap acid ad e de tro ca e n ão à capacidade de p ro dução. Hm o u tras
palavras, a sobrevivência do hom em passa a d ep en d er não de sua ação (ou de seu trabalho)
m esm o, m as sim do trab alh o social (ação social), e por outro lado, obviam ente, sua ação
deixa de ser definida p o r suas necessidades e p assa a ser definida por critérios sociais. O
corre aqui um prim eiro processo de alienação, no sentido de sep aração entre ação e
sobrevivência h u m a n a ,3 o trab alh o hum ano p erd e sua especificidade e se tran sfo rm a
em valor abstrato, confundindo-se com a m oeda que o rep resen ta. 2) P ara que h aja m
ercadoria é necessário que haja divisão de trab a lh o ; se todos produzissem tu d o n ão
haveria necessidade de tro ca, p o rtan to , n ão haveria necessidade de equivalentes. A divisão
do trab alh o cria, ato contínuo, u m a classe de com erciantes, (3) Observe-se que, se o
processo se esgotasse por aqui, a alienação a que nos referimos não dependeria de classe
social (lugar que o indivíduo ocupa na produção) na medida em que mesmo o dono dos meios
de produção não exerce o elo produção auto-satisfação de necessidades, o que denota duas
coisas: 1) que nâo é o surgimento do equivalente o responsável solitário pelo surgimento de
classes, como veremos a seguir; 2 ) que o surgimento do capi talismo não aliena apenas o
trabalhador, mas tam bém o dono dos meios de produção.

Você também pode gostar