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A partir dessa visão, é evidente a submersão diária que os seres humanos fazem na Era da
Tecnologia, abrindo mão de relações, sentimentos e limites naturais para mergulhar no
novo mundo tecnológico ilimitado, o que interfere diretamente em suas perspectivas e
vivências reais. Semelhantemente, no livro “Andares”, o autor brasileiro Sávio Batista,
coloca essa realidade em debate ao retratar em sua obra uma sociedade inteiramente
fixada na tecnologia e vício obsessivo em relações oferecidas pelos smartphones, onde
ciclos de amizade, classes sociais e subsistência são baseados nas redes sociais e o grau
de influência e importância de cada indivíduo nelas. Tal cenário, apesar de fictício na obra
literária, ilustra a dependência tecnológica que tantos brasileiros enfrentam, afetando
propriamente a saúde psicológica e de socialização desses cidadãos.
Ademais, quanto mais a tecnologia se instala em nossos meios, mais permitimos que ela se
fixe em nossas mentes, uma vez que o excesso de informações que recebemos a todo
momento contribui significativamente para o embaralhamento de emoções, sentimentos e
ideias com os quais somos expostos todos os dias. É o caso simbolizado na música “De
Volta Para O Futuro”, do rapper Fabio Brazza, onde é descrito o que seria a sociedade
humana daqui a mil anos, a qual o compositor expressa sua insatisfação e espanto ao
contemplar a falta de ética, amor e empatia dos homens que mais se assemelham a robôs
sem relações ou sentimentos sinceros. Embora cronologicamente distante, tal realidade tem
se mostrado uma futura consequência da escassez de saúde psicológica preventiva para a
população atual.
20/02/2024