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TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER

PARA APLICAR A TERAPIA MANUAL


NA LOMBALGIA
Escrito por Keyner Luiz

Se você nunca leu algo a respeito da dor lombar é porque não acompanha meu blog
com frequência.

Esse assunto é importante, porque muitas pessoas sofrem com o problema e muitos
profissionais procuram soluções mais eficientes para seus alunos.

Hoje quero falar a respeito da terapia manual na lombalgia e como ela pode melhorar
seu tratamento.

Quer entender exatamente o que quero dizer com isso? Então continue lendo para en-
tender mais sobre a terapia manual e como utilizá-la no seu paciente com dor lombar.
O que é
Terapia Manual?

Menciono com frequência que podemos usar a terapia manual para alívio da dor e tensões mios-
fasciais em nossos pacientes. Os mais novos na área talvez acabem perguntando exatamente o
que é essa técnica e por que a indico com tanta frequência.

Realmente, quem fez meu curso MIT já sabe que gosto de misturar técnicas de terapia manual em
minha aula para complementá-la

A terapia manual é uma técnica que utiliza o conceito de micromovimentos para estimular as
funções de musculatura estática e dinâmica. Para compreender melhor o método, precisamos
primeiro entender essas ideias a seu respeito, que estão muito presentes na literatura.

Nesse tipo de terapia trabalhamos com os dois tipos de fibras musculares descritos pela fisiolo-
gia: estáticas e dinâmicas.

As fibras estáticas são de contração lenta e permanente. Sua principal função é realizar o controle
postural. As fibras dinâmicas são de contração rápida, intermitente e tem como objetivo o movi-
mento.

Talvez durante seus estudos você encontre literaturas descrevendo ambos os tipos de fibras mus-
culares como direcionados ao movimento. Mas não trabalhamos com essa visão na terapia manu-
al e na fisioterapia em geral.
Consideramos que as fibras dinâmicas e estáticas trabalham em antagonismo. Enquanto as dinâ-
micas realizam o movimento, as estáticas o controlam ou impedem.

Essas fibras musculares estáticas contribuem com os mecanismos de estabilização articular. Ou


seja, possuem uma função essencial na prevenção de lesões, dores e patologias.

Também trabalhamos com o conceito de fáscia na terapia manual. Basicamente, esse tecido con-
juntivo recobre todo o corpo.

Como as fáscias são contínuas e contíguas, elas realizam a transmissão de tensões. Para enten-
der melhor a ideia de fáscia, recomendo o excelente artigo da Janaína Cintas sobre as novidades
científicas sobre a fáscia.

Como funciona a
Terapia Manual?

O primeiro passo para a aplicação da terapia manual é realizar uma avaliação completa. Talvez
pareça óbvio, mas não conseguimos tratar as tensões musculares e fasciais sem conhecer todos
os problemas que afligem aquele corpo.

Na terapia manual, consideramos que a lesão está relacionada a uma tensão fascial. Tal tensão
puxa o segmento móvel de uma articulação para si, impedindo o movimento no sentido oposto.
Além da tensão, precisamos lembrar que o corpo nunca mantém um desequilíbrio isolado. Ele
tenta compensar criando outros desequilíbrios para manter o conforto e o movimento, e esses
outros desequilíbrios também são lesivos.

Nem sempre eles são dolorosos, por isso muitos profissionais tratam imediatamente a região que
está com dor e esquecem que existem lesões espalhadas.

Como a lesão é uma tensão fascial, o terapeuta precisa trabalhar de maneira a aliviar esse tensão.

Só preste atenção: esse alívio nunca pode ocorrer através de manobras forçadas que ultrapassam
o limite do nosso aluno. Se ele reclamar de dor, está na hora de parar e mudar a estratégia para o
tratamento.

A tensão fascial é dolorosa porque impõe uma pressão excessiva sobre os ligamentos que não
estão preparados para recebê-la.

Quando é liberada, teremos uma melhora significativa da dor. Agora fica a questão: será que pos-
so usar a terapia manual na dor lombar? Vamos descobrir!
Nem sempre eles são dolorosos, por isso muitos profissionais tratam imediatamente a região que
está com dor e esquecem que existem lesões espalhadas.

Como a lesão é uma tensão fascial, o terapeuta precisa trabalhar de maneira a aliviar esse tensão.

Só preste atenção: esse alívio nunca pode ocorrer através de manobras forçadas que ultrapassam
o limite do nosso aluno. Se ele reclamar de dor, está na hora de parar e mudar a estratégia para o
tratamento.

A tensão fascial é dolorosa porque impõe uma pressão excessiva sobre os ligamentos que não
estão preparados para recebê-la.

Quando é liberada, teremos uma melhora significativa da dor. Agora fica a questão: será que pos-
so usar a terapia manual na dor lombar? Vamos descobrir!
Podemos utilizar Terapia Manual
na lombalgia?

A dor lombar é uma velha conhecida do profissional do movimento. Ela é muito comum e acome-
te ambos os sexos, podendo ser súbita ou uma dor intensa que permanece por tempo prolonga-
do.

Estou falando aqui da dor lombar crônica e inespecífica, que não possui etiologia conhecida.

Além de não ter uma causa definida, essa dor lombar muitas vezes é um problema recorrente,
estudos mostram que as lombalgias relacionadas ao trabalho são recorrentes em 30% a 60% dos
casos.

Com frequência, nossos alunos com lombalgia apresentam padrões de movimentos errados,
como:

• Puxar;
• Empurrar;
• Agachar;
• Postura durante o trabalho.
Por isso, sempre recomendo usar padrões de movimento funcional para o tratamento, inclusive
podemos aplicar o treinamento funcional nesses pacientes. Os alunos com o problema também
apresentam, com frequência, perda de mobilidade lombar e pélvica.

O tratamento com terapia manual na lombalgia seria uma maneira de aliviar a dor e recuperar
parte dessa mobilidade para permitir o movimento. Considerando as informações acima a respei-
to da terapia, podemos imaginar que ela seria eficiente para esse objetivo.

Para confirmar essa hipótese, proponho analisar um estudo feito com 50 voluntários com um tra-
tamento que misturou técnicas fisioterápicas e terapia manual.

Evidências do tratamento multidisciplinar


com terapia manual

No estudo, os voluntários foram divididos num grupo controle, contendo 25 indivíduos saudáveis,
e um grupo de tratamento, com 25 pessoas diagnosticadas com dor lombar. O tratamento consis-
tia em três fases.

Primeira etapa
Na primeira delas os pacientes passavam por liberação miosfacial na região torácica, lombar e
sacral. Também utilizavam alongamentos de musculaturas da cadeia posterior e anterior e o uso
de técnicas de terapia manual.
Segunda etapa
A segunda fase consistia em utilizar exercícios de mobilidade lombopélvica, usando exercícios na
Fitball e Isostretching. Além disso, a segunda fase incluía exercícios de fortalecimento para mús-
culos abdominais e extensores do tronco.

Terceira etapa
Na terceira fase, utilizaram-se exercícios ativos e fortalecimento de abdominais, glúteos e múscu-
los extensores.

Resultados
Após o tratamento, a maioria dos pacientes percebeu alívio significativo da dor lombar. A melhor
foi de 5 pontos na escala de dor.

Antes de realizar os procedimentos, os pacientes do grupo com dor lombar apresentaram mobi-
lidade pélvica diminuída quando comparados ao grupo controle. Os indivíduos com lombalgia
também tiveram piores resultados quanto à mobilidade lombar.

As duas características tiveram melhora ao fim do tratamento, proporcionando também uma me-
lhora nos movimentos funcionais dos indivíduos.
Qual é a melhor maneira de aplicar essa
terapia no tratamento?

A melhor maneira de usar a terapia manual na lombalgia é realizar uma avaliação contínua da dor
e função do paciente. Assim, podemos perceber quais estratégias estão surtindo resultados posi-
tivos e continuar sua aplicação, ou mudar nosso método de tratamento.

O uso de um tratamento multidisciplinar também é importante, já que proporciona maiores chan-


ces de melhora.

A terapia manual na lombalgia é especialmente eficiente no alívio da dor do nosso aluno. Ela
ajuda no alívio de tensões miofasciais que, de outra maneira, prejudicariam o tratamento com
exercícios.
Conclusão

Como sempre, não recomendo uma receita de bolo que te diz para aplicar terapia manual na
lombalgia nesse ou naquele paciente. Isso não existe e seguir esses protocolos prontos só traz
prejuízos para sua prática fisioterapêutica.

Porém, você pode confiar na terapia manual na lombalgia como um meio de diminuir a dor lom-
bar e facilitar o tratamento multidisciplinar.

Podemos utilizá-la principalmente nas fases iniciais de tratamento, quando a dor é um importante
fator de incapacidade nesse aluno. A partir do alívio de tensões proporcionado pela técnica, con-
seguimos trabalhar movimentos com maior segurança.

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