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A Assistência Social – Lição 8

Lição 8
Texto Base: 1Co 16.1-24

A Assistência Social
Paulo acabara de dizer que nenhuma boa ação
é em vão (1Co 15.58). Neste capítulo, ele menciona
então algumas ações práticas que têm valor para
todos os cristãos. Os irmãos de Corinto são con-
vidados a se juntar aos crentes em outras áreas
para apoiar a igreja em Jerusalém. Paulo dificil-
mente poderia encontrar
Leitura Diária
1Co 16.1-4
um exemplo mais prático
SEG
TER 1Co 16.5-9 da unidade do corpo de
QUA 1Co 16.10-14
Cristo do que este proje-
QUI 1Co 16.15-24
SEX Rm 15.1-33 to de todas as igrejas do-
SÁB 1Tm 4.6-16 arem para ajudar os ca-
DOM 1Tm 5.1-16
rentes de Jerusalém.
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1. A oferta como manifestação do


amor cristão
Envolvidos por pressões de todos os tipos, os
crentes de Jerusalém vivem numa situação de
extrema pobreza. A história de Ananias e Safira
(Atos 5) evidencia uma prática muito peculiar. Os
novos convertidos vendiam seus bens e davam
para a cesta comum da igreja administrar. É pro-
vável que esta prática dos crentes de Jerusalém
não tenha sido replicada nas demais igrejas do
Novo Testamento, já que não encontramos sinais
desta ação nas demais igrejas mencionadas no
Novo Testamento. Não se sabe se eles agiam
assim em função de seu caráter predominante-
mente judaico, ou mesmo em função da exacer-
bação da expectativa da volta iminente de Jesus.
De qualquer forma, a bolsa em comum em algum
momento esvaziou, deixando muitos membros
da igreja numa situação de penúria acentuada.
Isso contextualiza o último capítulo de 1Coríntios.
Nele encontramos uma longa exposição dos de-
sejos sinceros de Paulo em levantar uma oferta
para ajudar os pobres da primeira igreja. Neste
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período, Paulo demanda das igrejas que fundou,


igrejas formadas predominantemente por gen-
tios, ajuda para os irmãos de Jerusalém.
Paulo faz menção disso em mais de uma epís-
tola (Gl 2.10; 2Co 8-9; Rm 15.26-31). Ele entendia
que esta ação era uma demonstração pública da
unidade dos crentes, uma forma de dizer que a
igreja estava unida, independente de sua com-
posição judaica ou gentílica.
Os crentes de Corinto ouviram falar do levanta-
mento desta oferta e se perguntaram como pode-
riam ajudar. Paulo lhes dá então instruções muito
parecidas com as que ele dá às igrejas da Galácia
(1Co 16.1-2): que no primeiro dia da semana eles
separem uma oferta, segundo a capacidade de
cada um para contribuir.
É bonito perceber que a expressão «no primei-
ro dia da semana» indica que aqueles irmãos, há
mais de dois mil anos, já se reuniam num dia de
domingo para cultuar. O que a igreja faz nos dias
atuais, eles já faziam naqueles dias longínquos
em que os romanos ainda eram os senhores do
Mar Mediterrâneo.
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Em seguida, a igreja deveria eleger algumas


pessoas para levar as ofertas diretamente para
Jerusalém. Paulo não exigia que ele mesmo o fi-
zesse. O que ele mais deseja é que a igreja de
forma voluntária participasse, para que os cren-
tes de Jerusalém percebessem que irmãos de
longe, independentemente de língua ou cultura,
se interessavam pelo seu bem-estar. O importan-
te aqui não é a quantidade do dinheiro levanta-
do, mas o coração e o amor pelo próximo que se
concretiza na oferta.
Um aspecto digno de reflexão é que nós ten-
demos a pensar na generosidade como doação
espontânea e eventual. Mas a generosidade é
demonstrada especialmente pelo compromisso
de dar regularmente aos necessitados. Certos
projetos podem exigir um único ato. Um grupo de
crentes em dificuldades pode precisar de ajuda
temporária e emergencial. Outras vezes, é preci-
so manter a ajuda por meses ou anos. Pastores,
missionários e outros servos de Deus que traba-
lham no campo só podem fazê-lo quando outros
crentes sustentam seus ministérios.
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2. Paulo, Timóteo e Apolo (16.10-12)


Segundo 1Co 4.17, Paulo já enviara Timóteo até
a igreja de Corinto com uma determinada missão.
Timóteo é novamente mencionado aqui em 1Co
16.10. O apóstolo orienta os crentes a receberem
o jovem discípulo como se fosse o próprio Paulo,
porque ambos estão dedicados ao cumprimento
da mesma obra. Esse pedido implica que a igreja
não estava dando o devido valor a Timóteo, em
função de sua juventude. Eles não queriam uma
pessoa tão jovem na liderança. Eles desejavam
o retorno de Apolo. Este, por sua vez, não estava
tão interessado em retornar à igreja, pelo menos
naquele momento. Paulo não se importava em
enviar Apolo, mas este querido companheiro de
ministério possivelmente estava temeroso de que
sua presença fortalecesse determinado partido
da igreja que tinha preferência pelo seu nome e
por sua capacidade na oratória. Corinto preferia
Apolo, mas Paulo entende que é de Timóteo que
eles precisam.
Nestes dois pequenos versículos, percebemos
algumas lições muito significativas para as igrejas
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de outros tempos. Em especial, idade não é do-


cumento. Juventude não é sinal de incapacida-
de, da mesma forma que cabelos brancos não é
sinal de capacidade. A capacidade para dirigir a
casa de Deus não guarda relação com o número
de anos de nossa biografia. O mundo prefere os
braços fortes para alguns trabalhos, e a experi-
ência para outros. Talvez você conheça o ditado
que diz: “cachorro novo late correndo, cachorro
velho late sentado”. É senso comum que qual-
quer cachorro pode latir, independentemente da
idade. No caso específico da liderança da igreja,
o determinante é a vocação espiritual. Os traços
que a igreja precisa buscar no líder não são sua
capacidade para falar, ou seus diplomas acumu-
lados, mas as evidências de ser um obreiro cha-
mado para o ministério.

3. Verdadeiras e falsas doutrinas


(16.13-24)
As partes finais desta carta servem como des-
pedida sim, mas também como um resumo dos
principais aspectos da carta como um todo. Os
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crentes da cidade de Corinto devem tomar cui-


dado com as influências perniciosas do contexto
em torno do qual viviam. O meio ambiente daque-
la igreja era predominantemente perigoso. Não
seria fácil conservar puro o evangelho, em fun-
ção de todas as pressões pagãs. Essas pressões
estavam produzindo uma forte divisão na igreja.
Para enfrentá-las, Paulo propõe o amor como a
pedra angular para a sobrevivência da igreja.
Paulo termina com palavras de saudação de
alguns companheiros mais próximos do seu mi-
nistério. Ou seja, são crentes de Éfeso saudando
os crentes de Corinto. As igrejas de Jesus Cristo
podem estar separadas geograficamente, mas
elas ainda fazem parte de um mesmo rebanho,
cujo pastor é Jesus Cristo.

Conclusão
Misericórdia é uma disposição interior para
ajudar o próximo. Ela é parte do caráter cristão
construído em nós pelo Espírito Santo. Não há
desculpa para não ajudar. Mesmo assim, elas são
levantadas. Estas apontadas abaixo são algumas
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que eventualmente podem surgir:


Os pobres não merecem ajuda. Eles caíram na
pobreza por conta própria. Podem sair de lá so-
zinhos.
Não conheço nenhuma pessoa que precisa de
ajuda.
Eu tenho minhas próprias necessidades. Sou
eu que preciso de ajuda.
Qualquer quantia que eu der para estas organi-
zações será desperdiçada, roubada ou gasta em
outras coisas. Eu não confio em ninguém para
gerenciar estas ofertas, por isso prefiro não con-
tribuir.
Não sei como ajudar, e não tenho tempo para
descobrir.
Minha ajuda fará falta no meu orçamento, e eu
sou uma pessoa muito cuidadosa com meu di-
nheiro.
Em vez de dar desculpas esfarrapadas, deve-
mos nos envolver com todas as forças na missão
de promover uma vida melhor para aqueles que
estão à nossa volta, especialmente os irmãos na
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fé.

Para pensar e agir


1. Minha igreja tem programas que ajudam os
necessitados? Como posso me voluntariar para
trabalhar em uma instituição de ajuda humanitá-
ria?
2. Como trabalhar na igreja os conflitos entre as
gerações que colocam em lados opostos a força
da juventude e a experiência dos mais vividos?
3. Ajudar ao próximo foi uma das marcas das
igrejas dos primórdios, o que incluía, eventual-
mente, até ajuda funeral para aqueles que não
tinham lugar para serem enterrados. Esta dispo-
sição para praticar o amor era manifestada tanto
para os membros da comunidade quanto para
aqueles que estavam fora dela, o que veio a se
tornar um importante instrumento de evangeli-
zação do Cristianismo antigo. Precisamos refletir
sobre a ajuda ao próximo também como um me-
canismo de evangelização.
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