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LITERATURA LUSITANA I
CLASSICISMO
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O classicismo, movimento artístico surgido no contexto do Renascimento, foi
um contraponto à arte produzida na Idade Média. Inspirados nos ideais da
cultura greco-romana, os artistas aliados à estética classicista cultivavam
o antropocentrismo e o equilíbrio formal. Em Portugal, Luís Vaz de Camões e
Sá de Miranda destacaram-se como os principais representantes do classicismo.
O primeiro notabilizou-se pelo poema épico Os Lusíadas, e o segundo, por
introduzir a técnica de composição de poemas em versos decassílabos.
O soneto italiano, difundido por Petrarca, é uma forma fixa que consiste de
quatro estrofes, dispostas da seguinte forma: a primeira e a segunda possuem
quatro versos; a terceira e a quarta, três versos. Nesses sonetos, Petrarca
cantava o amor platônico, restrito ao plano das ideias, por Laura, sua
musa. Boccaccio destacou-se pela escrita da obra em prosa
intitulada Decameron, conjunto de narrativas curtas e picantes que retratavam
criticamente a realidade europeia.
Quanto aos aspectos formais, o classicismo teve forte apreço pelo soneto,
cultivando-o e difundindo-o como modelo de poema a ser escrito. Além do
soneto, os poetas filiados ao classicismo valorizavam a imitação das formas
clássicas, visando ao equilíbrio formal, além do emprego da medida nova,
como um contraponto à medida velha cultivada na Idade Média.
Classicismo em Portugal
Francisco de Sá de Miranda
Pioneiro do classicismo em Portugal, Sá de Miranda nasceu em Coimbra, em
1481, e morreu em Amares, interior do território português, em 1558. Fez
Direito na Universidade de Lisboa e frequentou a Corte até 1521, data em que
partiu para a Itália. Regressou a Portugal em 1526, depois de grande convívio
com escritores e artistas italianos.
SONETO 17
Nesse soneto, escrito ao modo petrarquiano, com rimas ABBA nos dois
quartetos, o poeta expressa a voz de um eu lírico que, tendo da sua amada
apenas um retrato como lembrança, dirige-lhe a interlocução, sem, no entanto,
obter resposta. Assim como em outros sonetos do autor sobre temática
amorosa, nota-se nesses versos a presença do amor platônico, o qual só tem
existência espiritual.
Os Lusíadas
Canto I
Poesia
Nesse soneto, o eu lírico tem como interlocutora uma mulher, tratada por
“Senhora”, a quem dirige seu devoto amor. Esse amor, porém, parece não ser
materializado, ficando restrito ao plano das ideias, ou seja, é um amor
platônico. A voz poética expressa sua constante atitude de renúncia e sacrifício
em prol desse amor, mas não espera nada em troca, a não ser a satisfação de
sempre se ver na necessidade de prestar honras a esse amor.