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DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

Jogos Cooperativos aplicados à Educação

Aluno:.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
...........................................................................................................................................
GLÁUCIA Mª NUNESDITZEL NUNES
Curso:.......................................................................................................................
Curso:...........................................................................................................................................
Turma: .........................................................................................................................................
.........................................................................................................................................
Aula 01 e 02
Disciplina: Jogos Cooperativos aplicados à Educação

OBJETIVOS:

GERAL
aFornecer subsídios por meio de formação continuada para possibilitar que os
profissionais especialistas na área da Educação entendam as técnicas de
intervenção em Jogos Cooperativos.

ESPECÍFICOS
Apresentar as teorias dos Jogos Cooperativos em uma perspectiva crítica.
aApresentar
Propiciar a experiência e o manejo competente de “técnicas de intervenção”,
aPropiciar
contextualizando sua indicação e conduta.
izar o sentido ético e social da prática da cooperação.
aEnfatizar

MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO:


ENSINO

A dinâmica de trabalho é, essencialmente, transdisciplinar, considerando o


processo de “ENSINAGEM” como um ciclo
cic permanente de com-vivência,
vivência, tomada de
consciência e transformação,
ransformação, apoiado em:
a Pedagogia Cooperativa.
Cooperativa
a Jogos Cooperativos.
a Arte Educação e Ludicidade.
Ludicidade
a Dinâmicas de Grupo.
a Diálogos e sínteses teóricas compartilhadas

Avaliação:

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:
AVALIAÇÃO

Participação nas atividades – frequência em sala de aula.


aParticipação
aAvaliação online – Avaliação escrita e prática.
prática
Produção pessoal de uma síntese da aprendizagem
aProdução

2
Aula 01
1. Os jogos Cooperativos ...............................................................................
.................................................................. 03
2. Pedagogia da Cooperação ............................................................
........................................................................ 05
2.1. - 1º Momento: Visão (Princípios) ....................................................
....................................... 06
2.2. - 2º Momento: In-Forma-Ação
In Ação (Procedimentos).............................
(Procedimentos)................ 11
2.3. - 3º Momento: Ação (Processos).....................................................
(Processos)........................................ 14
2.4. - 4º Momento:nto: Trans-Forma-Ação
Trans Ação (Práticas)..................................
(Práticas)..................... 17
3. Valores Cooperativos..................................................................................
Cooperativos..................................................................... 19
4. Referências............................................................................................
Referências...................................................................................... 20
5. Anexo - Atividades
dades em Sala.......................................................................
Sala.......................................................... 21

Aula 02
1. Aplicação dos Jogos Cooperativos..............................................
Cooperativos............................ ................ 22
2. História dos Jogos Cooperativos................................................
Cooperativos ................ 23
3. Definições e Características
Caracterí dos JC......................................................
........................ 24
4. Fatores que possibilitam a existência dos JC..........................................
JC............ ............................ 27
5. Faixa etária para participar dos JC.........................................................
JC.............................. ........................... 27
6. A melhor premiação é a Alegria ...............................................................
.................................. ........................... 28
7. Sugestões de atividades Cooperativas.................................................
Co ............................ 29
8. Ideias para diminuir a Competição..............................................
Competição.............................. ............... 30
9. Conhecendo novos jogos..................................................................
jogos............................................ ............................ 30
10. Formas de jogar..................................................................................
jogar...................................................... .......................... 33
11. Referências.............................................................
......................................................................................
..................... 34
12. Anexo – Atividades práticas na sala de aula.......................................
aula......... ............................ 35

AULA 03

1. Jogos Cooperativos X Jogos Competitivos………………………………........


Competitivos……………………………….. 36
2. Diferença entre Jogos Cooperativos
Cooperativos e Jogos Competitivos……………..........37
Competitivos…………….
3. Um desafio entre a Competição e a Cooperação………………………….......37
Cooperação…………………………..
4. Principais categorias dos Jogos Cooperativos (Orlick)………………….........40
(Orlick)…………………..
5. Principais características dos Jogos Cooperativos (Orlick)……………..........41
(Orlick)……………..
6. Referências ………………………………………………………………………..
………………………………………………………………………..43
7. Atividades ………………………………………………………………………….44
………………………………………………………………………….

AULA 04

1. O Jogo Cooperativo e suas possibilidades …………………………................45


………………………….
2. Formas de Percepção, Vivência e Ação dos Jogos ………………..................47
………………...
3. O jogo como recurso pedagógico …………………………………..…..............47
…………………………………..…
4. Atividades Práticas dos Jogos
Jogos Cooperativos ……………………….................49
………………………..
5. Trabalhando em Grupo …………………………………………………………...53
…………………………………………………
3
Aula 01

Disciplina: Jogos Cooperativos aplicados à Educação

As exigências da vida moderna exige do SH uma adaptação e uma interação


com tudo que o rodeia. O Cooperar e o Conviver
Conviver de forma harmoniosa
facilita o processo de desenvolvimento e engrandecimento pessoal,
educacional, social e profissional, favorecendo o “bem estar”.

1. OS JOGOS COOPERATIVOS
Os Jogos Cooperativos estão se tornando cada vez mais uma ferramenta
importante
rtante na educação e nos treinamentos empresariais. Viabilizam uma prática
rica em aquisições de valores,
valores, sucesso e eficácia que favorece todo o processo de
aprendizagem. Para entendermos a importância da proposta dessa atividade temos
que falar em Pedagogia
Pedagog da Cooperação, na qual imagina-se se um caminho de
ensinagem compartilhada onde cada indivíduo é considerado um mestre-aprendiz,
mestre
com-vivendo
vivendo a descoberta de si próprio e de sua comum-unidade
comum unidade com os outros,
conforme sugere o conceito
eito de desenvolvimento humano.
huma

Esse formato de jogo são aplicado a todas as pessoas que ousam sonhar
com um universo harmonioso para todos, sem exceção. A ideia favorece uma boa
convivência e respeito mútuo, sem esquecer que atinge os objetivos educacionais,
utilizando o poder das atividades lúdicas.

Vamos dialogar sobre as diferentes dimensões que os Jogos Cooperativos


alcançam, especialmente sobre as dimensões filosófica, antropológica, sociológica,
psicológica, educacional e biológica. A área a que daremos mais atenção é a
educacional, estabelecendo sempre uma ligação entre o jogo com objetivos os quais
necessitamos trabalhar para facilitar a aprendizagem. Essa proposta surgiu devido à
necessidade de estimular, exercitar e divulgar a proposta dos Jogos Cooperativos
como uma prática re--educativa,
educativa, capaz de modificar nosso condicionamento
competitivo em alternativas cooperativas para conviver em grupo. A Cooperação é
um tema muito discutido hoje em dia, e todas as pessoas interessadas já contam
com vários meios para entrar em contato com esta proposta de mudança em nossa

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sociedade ocidental. Esse é apenas mais um que tem a pretensão de colaborar,
humildemente com uma transformação efetiva da sociedade. Transformação só fica
possível,quando
quando a pessoa acredita ser necessário mudar
mudar e sempre num processo
dinâmico de dentro para fora, pois sendo assim será construída e significativa.

Sabemos também que esta transformação deve ser gradual, mas necessita
ser iniciada de alguma forma, essa é apenas uma, que somada a outras investidas,
investida
nos dará, ao final, o poder de sonhar com um mundo mais justo e igualitário.
A intenção dessa forma de jogaré fazer com que um número cada vez maior
de pessoas possam m conhecer uma outra maneira de jogar. Primeiro é não pensar
em competitividade e sim, sentir
s o prazer no jogo.. Quanto mais jogar, tenho certeza
de que ficará seduzido pela proposta dos Jogos Cooperativos,
Cooperativos, e levará essa ideia
ide
para todos os lugares, multiplicando felicidade. Lembrando também que felicidade
não dá para curtir sozinho, pois só é real quando compartilhada com o maior número
de pessoas possível.
Os Jogos Cooperativos, na sua essência, tem um alcance interdisciplinar, que
pode ser aplicado em diversos momentos. O objetivo maior é fazer com que as
pessoas joguem e percebam como são muito muito mais felizes quando jogam juntas, e
não contra umas das outras, e também como perdemos tempo enxergando o outro
como temível adversário e inimigo.
Hoje já sabemos a importância dos benefícios que nos apresenta as
interações executadas através dos jogos,
jogos, pois o ser humano na sua essência não é
competitivo e sim ele está competitivo. Então a missão de todos será a de tentar
criar, promover e sustentar por meio de atividades lúdicas e possíveis a todos uma
Pedagogia Cooperativa que contribua para a diminuição
diminuição da agressividade e a
celebração de uma verdadeira cultura da paz, primeiro nas Escolas, no trabalho e
depois, no mundo.

2. Pedagogia da Cooperação

A Pedagogia da Cooperação pode ser percebida como um conjunto de sinais,


indicadores, pistas e dicas disponível para orientar a caminhada dos profissionais da
educação que buscam obter sucesso na docência e se aventuram pelas trilhas da
cooperação em direção ao centro essencial de sua própria comum-unidade.
comum

É uma pedagogia viva, que acontece em diferentes


diferentes momentos e em muitos
movimentos, sendo articulada organicamente com os passos e com-passos
com dados
ao longo do caminho por aqueles que caminham intencionados no compartilhar e em
desenvolver o sentido ético através da moral.
moral. É uma jornada de realização exterior
ext
para promover a transformação interior da pessoa e do grupo.

Se renovando constantemente, a Pedagogia da Cooperação, é desenvolvida a partir


de quatro Momentostransdisciplinare
transdisciplinare holograficamente articulados:

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1° Momento: Visão (Princípios).

2° Momento: In-Forma-Ação
Ação (Procedimentos).

3° Momento: Ação (Processos).

4° Momento: Trans-Forma
Forma-Ação (Práticas).

2.1 - 1° Momento: Visão (Princípios)

Ao imaginarmos uma Pedagogia da Cooperação, logo pensamos sobre uma


Filosofia da Cooperação: princípios, valores,
valores, visão de mundo, perspectivas sobre a
co-existência
existência humana… Como bagagem essencial para uma boa jornada.

1. Princípio da CO-EXISTÊNCIA.
EXISTÊNCIA.

Atualmente, não é difícil perceber o quanto somos-estamos


somos estamos ligados uns aos outros.
E não apenas ligados aos outros que são-estão estão próximos da gente, mas nos
perceber conectados intimamente, com pessoas, situações, lugares e
acontecimentos, aparentemente muito distantes e sem relação direta com nossa
vida.

Compreendemos que estamos Todos Juntos num mesmo Grande Jogo e que q seja lá
o que alguém pensa, sente, faz ou não faz, afeta todos os outros e é afetado por
todo mundo, sem exceção. Esta conscientização da Interdependência como uma
característica factual de nossa existência, pode nos ajudar a perceber o quanto de
Cooperação
ação é necessário resgatar para dar conta das questões que estamos
vivendo neste momento, quer sejam na sala de aula, no local que trabalhamos, no
bairro onde moramos, no país em que vivemos no planeta que habitamos ou no
universo onde existimos.

Cada pensamento,
samento, sentimento, sensação e ação ou não-ação
não ação de qualquer um, afeta
– e é afetado por – todos os outros – Nós da Teia da Cooperação.

Nós inter-somos na co--existência cotidiana!

Porém, nem sempre temos tido consciência dessa Interdependência tão à flor fl da
pele. Por isso, é importante dedicar boa parte do que fazemos na escola, no
trabalho, na comunidade e na família, para recuperar a Consciência dessa nossa
inteireza e re-ligação.
ligação. Em parte, essa
essa não conscientização é consequência
consequ de uma
visão fragmentada da realidade e do nosso próprio olhar.
olhar. Saber-se
Saber Interdependente
é antes de tudo, renovar a visão que temos sobre as diferentes relações que

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estabelecemos com os outros. É exercitar nosso olhar, olhando por outras óticas e
renovando a Ética de Comum-Unidade
Comum no cotidiano.

Creio que exercitando o olhar para além da superfície e das aparências, poderemos
aperfeiçoar nossas Co-Opetências (competências compartilhadas) para ver o que
Opetências(competências
há de comum na diferença, o que há de proximidade no distanciamento e,
especialmente,
ente, o que há de solidário no solitário. Entretanto, nem sempre estamos
abertos e sensíveis para perceber as relações de interdependência entre nós. “Não
somente porque essas relações de interdependência não são objetos físicos visíveis
aos olhos, mas fundamentalmente
damentalmente porque nem os nossos olhos e nem as nossas
mentes foram preparados e educados para vê-las”
vê las” (Assmann e Sung, 2000).

Para isso, é necessário limpar a lente que temos usado para enxergar uns aos
outros e assim, nos liberar da “Ilusão de Separatividade”
Separatividade” (Weil, 1987) e recuperar a
Unidade para nos percebermos como partes uns dos outros.
Visão de Comum-Unidade

Além dessa fragmentação na educação de nossos olhares e mentes, podemos


reconhecer outros obstáculos à Interdependência real, pois “quanto maior é a
extensão do sistema social, os efeitos, benéficos ou perversos das ações e
omissões levam mais tempo para retornar a sua origem e tocar os agentes” (Mariotti,
2000).

Nesse sentido, podemos desenvolver iniciativas para a reaproximação de pessoas e


grupos que nos ajudem a perceber cada ocorrência, cada fato, como fenômenos
pertencentes à realidade da qual somos e fazemos parte. Então, podemos criar
pontos de ressonância na sociedade, pequenos grupos comunitários servindo como
elos para comunicar com maior agilidade e fidedignidade os efeitos das diferentes
intenções e ações que se manifestam no sistema.

Tomar cuidado, zelar pelo campo de nossa co-existência,


co existência, deve ser uma atenção
permanente, porque havemos ainda de considerar mais um bloqueio à Consciência
de Interdependência:

A distribuição desigual dos efeitos benéficos e maléficos no interior do sistema


impede que exista uma mobilização interdependente de indivíduos e grupos. Em
outras palavras, nem todos são afetados no mesmo instante e com a mesma
intensidade
nsidade (Mariotti, 2000).

Diante destes bloqueios – e de tantos outros – à Interdependência como um fato, é


preciso continuar olhando mais atenta, ampla e profundamente a vida, para
podermos enxergar os efeitos e defeitos das atitudes e comportamentos que
praticamos nos vários ambientes que diariamente freqüentamos, especialmente, no
ambiente das organizações de trabalho.

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2. Princípio da COOPERAÇÃO.

O desenvolvimento da Cooperação como um exercício de co-responsabilidade


co responsabilidade para
o aprimoramento das relações
relações humanas em todas as suas dimensões e nos mais
diversificados contextos, deixou de ser apenas uma tendência, passou a ser uma
necessidade e em muitos casos, já é um fato consumado (Henderson, 1996).
Porém, não é definitivo.

É preciso nutrir e sustentar permanentemente


permanentemente o processo de integração da
Cooperação no cotidiano pessoal, comunitário e planetário, reconhecendo-a
reconhecendo como
um “estilo de vida”, uma conduta ética vital, que esteve consciente ou
inconscientemente, presente ao longo da história de nossa civilização.
civilização.

Contrariando o mito da competição como forma de garantir a sobrevivência e


evolução humana, existe um conjunto amplo de evidências indicando que os povos
pré-históricos, “que
que viviam juntos, colhendo frutas e caçando, caracterizavam-se
caracterizavam
pelo mínimo de destrutividade e o máximo de cooperação e partilha dos seus bens”
(Orlick, 1989).

Ainda hoje, podemos encontrar culturas cooperativas em várias sociedades


ancestrais existentes no planeta. Isto pode indicar uma boa reflexão sobre a
natureza competitiva do ser humano, pois se essa idéia fosse totalmente verdadeira,
seria lógico encontrar nas comunidades ancestrais (representantes da porção mais
natural da nossa espécie), traços de uma cultura predominantemente, competitiva.

Diferentemente disso, tem-se


tem descoberto
escoberto indícios de uma Cooperação quase que
genética, como um ingrediente imprescindível para surgimento e evolução da Vida.
Erich Fromm (1973) analisou trinta culturas primitivas e as classificou com base na
agressividade-competitiva
competitiva e no pacifismo-cooperativo.
pacifismo perativo. Ora, se existem sociedades
humanas pacíficas e cooperativas, e outras agressivas e competitivas, podemos
inferir que se há uma natureza humana possível de ser afirmada, esta seria uma
natureza de possibilidades.
possibilidades

A antropóloga Margaret Mead (1961),


(1961), depois de ter analisado diferentes sociedades,
concluiu que os vários graus de competição e cooperação existentes, são
determinados pelas respectivas estruturas sociais. Considerando essa estrutura
social como resultado das ações e relações dos membros de um grupo social,
compreendo a Cooperação e a Competição como desdobramentos das nossas
escolhas, decisões e atitudes praticadas na interação com outros indivíduos num
pequeno grupo, comunidade, sociedade, país ou no ambiente das relações
internacionais.

Somos socializados e socializamos os outros para a Cooperação e Competição


através da educação, da cultura e da informação. Portanto, tornar a sociedade
Solidário-Cooperativa
Cooperativa ou Solitário-Competitiva
Solitário Competitiva é uma ação política, isto é, uma arte
pessoal e coletiva
va capaz de realizar
realiza o melhor (in)possível
)possível para todos.

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Terry Orlick, professor da Universidade de Ottawa, no Canadá, e um dos
precursores em Jogos Cooperativos no mundo, nos oferece uma visão ampliada
sobre a dinâmica de Competição e Cooperação, considerando-a
conside a como um espectro
de atitudes humanas que variam e se movimentam de acordo com a motivação
presente
sente em cada situação (1989).

Fortalecendo essas ideias,


ias, de acordo com Humberto Maturana (1990), os seres
humanos não são apenas animais políticos, mas, sobretudo “animais cooperativos”.

Para ele, a cooperação é central na maneira humana de viver, como uma


característica de vida cotidiana fundamentada na confiança e no respeito mútuo.

Isto talvez, nos ajude a entender um pouco melhor as dificuldades apresentadas


apres por
indivíduos e grupos que se dispõe a cooperar. Porque confiança é algo a ser
construído e permanentemente nutrido. Confiar é estabelecer um pacto de
cumplicidade e de certa maneira, entregar o destino da própria vida, nas mãos uns
dos outros.

Estivemos
stivemos durante muito tempo, nos educando, treinando, nos preparando para não
nos mostrarmos aberta e autenticamente ao outro. Aprendemos a dissimular, não
nos expormos como somos mesmo, sob o risco de ao fazê-lo, fazê revelar nossas
“fraquezas” e então sermos atacados e derrotados
dos pelos “temíveis adversários…”
adversários os
outros seres humanos.

Para promover a mudança necessária, podemos passar a criar espaços para uma
nova maneira de olhar uns aos outros, e a si mesmo, para então, podermos alterar
nossa maneira de com-viver.
com viver. Através de uma Educação baseada no
desenvolvimento de Competências Cooperativas, poderemos despertar e olhar mais
claramente sobre essa pseudo-ameaça
pseudo – a presença do outro – que imaginamos
estar nos cercando. Podemos fazer crescer nossa habilidade de fazer Com-Tato e
de Co-Operar consigo mesmo; com o outro; com o Inteiro-Ambiente;
Inteiro Ambiente; e com a
Comum-Unidade.

Cooperação, confiança e respeito mútuo parecem ser um dos alicerces principais


para a co-evolução
evolução humana. Para isso, precisamos reaprendê-los,
reaprendê los, desenvolvendo
dese o
interesse pelo bem comum e o compromisso com o florescimento de uma Comum-
Comum
Unidade Humana Real (nem ideal, nem normal) exercitada e cultivada no cotidiano.

3. Princípio da COMUM-UNIDADE.
COMUM

Considerando nossa Co-Existência


Co como um Fato da vida e a Cooperação como
uma Prática Diária,, podemos imaginar a Comum-Unidade como o Ambiente onde
podemos cultivar o Espírito de Grupo, ou como disse Malidoma Some (1998),
desenvolver o “Instinto de Comunidade”.

Grande parte dos estudos, pesquisas e trabalhos realizados


realizados no mundo atualmente,
está focalizando a redescoberta do espírito de Comunidade em todos os lugares: na

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escola, no trabalho, na rua, em casa… consigo
consigo mesmo, pois estamos usando o
instinto de comunidade para nos isolar e proteger uns dos outros, em vez de
criarmos uma cultura global de comunidades diversas e entrelaçadas (Wheatley e
Kellner-Rogers
Rogers in Hesselbein, 1998).

Todos sentimos como é forte o impulso para nos agregarmos a outros, para nos
aproximar para constituir grupos, times, famílias e turmas. Ao mesmo tempo,
sabemos quão desafiador é criar boas condições para a sustentabilidade dessas
pequenas e complexas Comum-Unidades
Comum Unidades que criamos ao nosso redor. Para
Wheatley e Kellner-Rogers
Rogers (1998), esse paradoxo ocorre porque toda vida se
configura como seres individuais que imediatamente se lançam a criar sistemas de
relacionamentos.

Esses indivíduos e sistemas surgem de duas forças aparentemente conflitantes:

1) A necessidade absoluta de liberdade individual.

2) A inequívoca necessidade de relacionamentos.


relaci

Em outras palavras, o problema poderia ser colocado assim: Como Ser e FAZER
JUNTOS alguma coisa que sozinho ninguém seria capaz de fazer tão bem… Nem
seria capaz de desfrutar tão plenamente, como se fizesse em Cooperação COM
outro, num ambiente de Comum-Unidade?
Comum

Estudos clássicos sobre a psicologia dos grupos, tais como os de MortonDeutsch na


década de 60, têm abordado as diferentes experiências vividas em situações de
Competição e Cooperação, demonstrando experimentalmente, os efeitos de uma e
de outra nos processos grupais e na dinâmica pessoal (Deustch apud Rodrigues,
1972).

Todos nós, de muitas maneiras, sabemos bem como é complexa essa dinâmica
Cooperação-e-Competição
Competição na vida em Comum-Unidade.
Comum Unidade. Praticamente o tempo todo
estamos diante de situações
uações nas quais somos convidados a descobrir um “terceiro”
jeito de resolver o problema, alcançar a meta, harmonizar o conflito… Enfim, de
sacar uma jogada onde todos ganhem e ninguém precise perder.

No meio daquele caos todo, bate a vontade de tocar a coisa coisa sozinho – “deixa
comigo, então, que eu resolvo do meu jeito!” ou “Ah é?! Então faz você. Quero ver
se faz melhor!” ou ainda “Já que não tem acordo, vamos ver quem é que consegue
mesmo fazer o que tá falando que faz!” ou pra terminar “Eu sabia. Num ia dar certo
mesmo. É melhor cada um ficar na sua!”.

O anseio por Viver em Comum-Unidade


Comum Unidade é há muito tempo sonhado… Contudo, é
uma caminho ainda incerto e repleto de surpresas!

Nesse sentido, vale a pena lembrar que em comunidades humanas, as condições de


liberdade
erdade e de união são mantidas vibrantes concentrando-se
concentrando se no que acontece no

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coração da comunidade e não se fixando nas formas e estruturas da mesma
(Wheatley e Kellner-Rogers
Rogers in Hesselbein, 1998).
1998)

Por isso mesmo, cuidemos do que está no CENTRO de toda e qualquer


qu Comum-
Unidade. Mantenhamos o fogo aceso no meio da roda! Restauremos a todo instante,
não aquilo que for importante, mas o que é Essencial!

Para Margaret Wheatley e Myron Kellner-Rogers,


Kellner Rogers, que conduzem o trabalho do
BerkanaInstitute (EUA), uma fundação
fundação de pesquisa sem fins lucrativos
lucrativ que estuda
novas formas e ideias
ias organizacionais, sem estarmos de acordo sobre o motivo
para estarmos reunidos, nunca podemos desenvolver instituições que façam
qualquer sentido: nosso instinto de comunidade nos leva a uma um comunidade
‘minha’, e não a uma comunidade ‘nossa’(1998).
‘nossa’

Tudo isto, Inter-Depende


Depende da Comum-Unidade
Comum Unidade que desejamos ver aconteSerentre-
nós.

Diferentes Comunidades podem existir e são sempre reflexos do Jeito de Ver-e-


Viver (Brotto, 2001) do conjunto de seus
seus integrantes. Compartilhar cotidianamente
sobre nossas intenções, atitudes e comportamentos no ambiente da Comunidade
que sonhamos-realizamos,
realizamos, pode ser um hábito simples e maravilhoso,
suficientemente poderoso, não para mudar o mundo, mas paratorná-lo
paratorná mais
transparente, acessível, compreensível, sensível… E possível para todos, sem
exceção!!!

Criar, desenvolver e sustentar Comunidades é um cultivo em muitas dimensões e


para todo o tempo:: pode ser leve, apesar de frequente;
frequ bem-humorado
humorado mesmo que
profundo;
o; livre e altamente comprometido; um passo-a-passo
passo passo gradual e pronto para
grandes saltos; aberto para abraçar o novo e muito focado no essencial; pode ser…
Ou não… Mas, será ou não, COM todos em Cooperação!

2.2 - 2° Momento: In-Forma-Ação


In (Procedimentos)
No primeiro Momento,
Momento reconhecemos os Princípios da Co-existência,
Co da
Cooperação e da Comum-Unidade
Comum como reflexos da Visão que está por trás decada
uma de todas as Ações empreendidas para facilitar o desenvolvimento da Cultura da
Cooperação.

Aqui-e-agora, vamos procurar nos envolver com alguns dos Procedimentos


facilitadores do desenvolvimento da Cooperação em diferentes grupos e ambientes,
tais como:

O Círculo e o Centro:

O Círculo é uma forma e um símbolo. Desde os tempos imemoriais, a humanidade


se reúne e em Círculos para compartilhar suas jornadas, conquistas e realizações,
problemas e soluções, lutos e celebrações… Quando formamos um Círculo
recuperamos o sentido de Comum-Unidade,
Comum Unidade, pois na roda todos são vistos como
iguais; todos se vêem e são vistos por todos; não há quem está acima, nem abaixo;
todos estão no Círculo, nem dentro, nem fora.
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Assim, em Círculo,, somos estimulados e estimuladas a manter atitudes e relações
circulares, aquelas que são capazes de aparar as arestas, de arredondar os cantos,
de
e harmonizar as diferenças e de encurtar as distâncias… Aproximando-nos
Aproximando do
CentroComo-Um.Um. Ao compor um Círculo,, reconhecemos a existência de um Centro,
de algo que está entre-nós,
nós, que é comum a todos e todas, sem exceção. Nele, nos
mostra aquilo que é essencial
esse para o grupo… é o fogo que precisa ser mantido vivo
no centro da roda. E por ser assim, é cuidado por cada um e cada uma… Todo o
tempo.

Crie o Centro com algo bem familiar ao Grupo que está reunido. Uma boa dica é
utilizar um vaso com flores naturais,
naturais, sobre um tapetinho simples. As flores
simbolizam sementes singulares que desabrocham na diversidade… Encantando o
ambiente com a simplicidade e beleza.

O que está no seu Centro?


Centro E no nosso Centro?

A Ensinagem Cooperativa:

Ensinagem? É o processo de ensino-aprendizagem.


e

Ensinagem Cooperativa? Claro, existem muitas boas maneiras para aprender


alguma coisa. Nossa preferência é por aprender FAZENDO… Juntos!

Daí, toda a Pedagogia da Cooperação estar baseada em três movimentos:

Ter a vivência compartilhada como o contexto fundamental para a


Convivência:Ter
aprendizagem. É preciso experimentar para poder re-conhecer
re conhecer a si mesmo e aos
outros.

Consciência: Criando um clima de cumplicidade entre os participantes,


incentivando-os
os a refletir sobre a convivência na Atividade
Atividade e sobre as possibilidades
de modificar comportamentos, relacionamentos e até da própria Atividade, na
perspectiva de melhorar a participação, o prazer e a aprendizagem de todos.

Transcendência: Ajudando a sustentar a disposição para dialogar, decidir


dec em
consenso, experimentar as mudanças propostas e integrar na Atividade e na vida,
as transformações desejadas.

Vamos aprender Fazendo… Juntos?!!

Do mais simples para o mais complexo:

De certo modo, toda evolução ocorre de dentro para fora, do pequeno


pequ para o maior,
do mais próximo para o mais distante, do indivíduo para a sociedade… Do mais
simples para o mais complexo. Assim, aprendemos a correr, aprendendo a andar;
aprendemos a escrever, aprendendo a falar… Aprendemos a Cooperar, praticando a
Cooperação
eração em diferentes níveis: pessoal, grupal, institucional e Comum-Unitário.
Comum

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Para alcançarmos níveis mais complexos de Cooperação é preciso cultivá-lacultivá nos
níveis mais simples, por exemplo: Ao buscar a Cooperação entre as Instituições
Sesi-Senai (nível Comum um-Unitário),), é preciso promover a Cooperação dentro do
Sesi e do Senai (nível
nível Institucional),
Institucional), que por sua vez, leva à Cooperação dentro de
cada diretoria, gerência, departamento, equipe… (nível
( Grupal),
), e daí, chegando à
Cooperação de pessoa-pra pra-pessoa (nível Pessoal).

Dentro dessa perspectiva holística-transdisciplinar,


holística transdisciplinar, teremos melhores chances de
promover a Cooperação, quanto melhor estivermos desenvolvendo-a
desenvolvendo simultânea e
adequadamente, em seus diferentes níveis.

Você já Cooperou, hoje?!!!

Com quem?

Focalizando a Cooperação:

Focalizar um processo de Cooperação é ser como a luz acendida no quarto escuro.


É apenas ajudar a iluminar a situação para que cada um descubra seu próprio
caminho, dê seus próprios passos e siga na direção de sua própria transformação…
transfor
E que além disso, se mantenha aberto em colaborar com aqueles outros que estão,
assim como ele mesmo, no infinito caminho de seu eterno reencontro.

Enquanto profissionais da educação, exercemos a função de Pedagogos da


Cooperação, nossa tarefa é criarcriar e manter um ambiente de Cooperação,
suficientemente, favorável para o desabrochar da Consciência de Cooperação em
cada pessoa, em cada grupo, em cada instituição e em toda a Comum-Unidade.
Comum

Começar e terminar com todos juntos:

Eu gosto muito desta pista!!!


pist

Sabe, ela dá aquela sensação da gente fazer parte de um time. Um time se mantém
firme diante dos maiores desafios (até quando o desafio maior é o próprio time) e
celebra juntos cada pequena conquista. Tem, também, aquela fidelidade a toda
prova… A doss pactos de sangue (que às vezes é o da cuspidela na palma da mão…
dói menos e é tão firme como os outros, né?), de mano-pra-mano…
mano mano… Coisas de uma
cumplicidade deliciosa!

Nem sempre conseguimos realizar um processo de Cooperação mais robusto, que


apareça muito…
ito… Mas, começar e terminar com todos juntos, é tão simples de fazer
que cabe em qualquer lugar, situação e grupo. E por ser assim tão simples é que é
maravilhosamente potente.

Pode ser através de uma história contada, de uma dança dançada, de um jogo
jogado…
gado… E até por um silêncio compartilhado. O que vale é sermos e estarmos
todos juntos… Pelo menos no começo e no final da caminhada. Muita coisa pode
acontecer durante uma jornada coletiva, não importa,
importa nóss sabemos ser um Time
Como-Um.

13
Aconteça o que acontecer,
ntecer, começamos e terminamos juntos!!!

Espero que com estas dicas, pistas e toques, tenhamos todos e todas uma boa
clareza sobre alguns dos Procedimentos vinculados à Pedagogia da Cooperação.
Com eles na mente e no coração, poderemos seguir caminhando em frente,
descortinando outras paisagens, atravessando campos novos e circulando por
alguns dos Processosfacilitadores
facilitadores da Cooperação.

2.3 - 3° Momento: Ação (Processos)

Há muito tempo, a humanidade vem desenvolvendo estratégias colaborativas para


favorecer
cer sua própria evolução e a do meio em que vive. É como se tivéssemos um
“instinto de cooperação” (Winston, 2006) que vem se aperfeiçoando desde os
humanos primitivos que viviam nas savanas africanas, até os humanos civilizados
vivendo na aldeia planetária
planetári da atualidade.

Muitos desses Processos estão sendo sistematizados como uma nova linguagem
pedagógica, combinando a sabedoria de toda nossa ancestralidade, com os
recursos de nossa modernidade… Imaginando desvendar um caminho que nos guie
em direção à contínua
ntínua e infinita eterna-idade.
eterna

Vejamos alguns deles:

Aprendizagem Cooperativa:

Através da Cooperação no dia a dia das atividades laborais ou da sala de aula,


podemos transformar a nossa prática pedagógica e criar um ambiente de mútua
ajuda, respeito pelas
as diferenças e responsabilidade compartilhada.

Estudiosos insatisfeitos com a pedagogia tradicional pesquisaram uma prática


alternativa que vem se desenvolvendo, especialmente, nos Estados Unidos: a
Aprendizagem Cooperativa (Cooperative Learning). Um dos primeiros
pesquisadores foi o Dr. Spencer Kagan, que desenvolveu uma abordagem
estrutural, na qual há a criação, análise e aplicação sistemática de estruturas que
podem ser usadas para quase todas as matérias, nas diferentes etapas e em vários
momentos de uma aula. Uma abordagem que permite a aprendizagem de conteúdos
curriculares, aliada a aprendizagem de valores e atitudes cooperativas.

Os Jogos Cooperativos:

Um dos aspectos essenciais, presente nos Jogos Cooperativos,, é a possibilidade de


ampliarmos nossa
ssa consciência sobre a Cooperação. Nesse tipo de Jogo, onde “se o
importante é competir o fundamental é cooperar” (Brotto, 1997),
1997) podemos nos dar

14
conta dos padrões competitivos que muitas vezes adotamos, como se fossem a
única alternativa, para a relação com o outro e com o mundo. Dessa forma,
expandimos as

Percepções pessoais sobre a importância de praticarmos um “saber fazer coletivo”


que inclua o exercício de convivência e o aprimoramento das relações grupais como
condições fundamentais para a vida coletiva.
colet

Nesse sentido a experiência da Cooperação, vivida por meio do Jogo Cooperativo,


nos ajuda a reconhecer a importância de aprender a fazer com o outro, bem como,
valorizar os processos de construção coletiva presentes nos diferentes contextos de
nossas relações cotidianas: na educação, no ambiente familiar, na comunidade e no
mundo das organizações de trabalho.

Danças Circulares:

No atual momento de evolução da Humanidade, a Dança Circular auxilia na


expressão amorosa de cada indivíduo, despertando o espírito
espírito de Cooperação.
Trabalha com Danças Folclóricas, Étnicas e Coreografadas; com músicas de
diversos ritmos, músicas clássicas e cantos universais. Tem como um de seus
propósitos demonstrar que cada pessoa pode entrar em contato com o mais
profundo ponto
to do seu ser, o ponto do coração e, a partir daí, se tornar criativo,
alegre e participante ativo na sua comunidade. Ressalta ainda a importância da
diversidade entre os povos despertando o sentido de Unidade Planetária.

Jogos Cooperativos de Tabuleiro:


Tabuleir

Criados por Jimim Deacove(Canadá),


Deacove os Jogos Cooperativos de Tabuleiro vêm
espalhando-se
se pelo mundo todo, já sendo possível encontrá
encontrá-los em diversos
idiomas. São
ão ferramentas espetaculares para auxiliar na promoção do espírito de
equipe, solução pacífica de de conflitos, valorização dos vínculos afetivos e
relacionamentos
os sociais dentro e além do ambiente de aula. Esses jogos abrangem
uma faixa etária que vai desde a infância até a idade adulta, podendo ser jogado
individualmente ou em grupos, com os mais diversificados
diversificados temas e desafios.

Brinquedos Cooperativos:

Você se lembra das Brincadeiras e Brinquedos do tempo de criança?

Muitas delas são puramente cooperativas!

– Brincar na Gangorra do parquinho, subindo e descendo com o amiguinho!

– Brincar de jogar pedrinhas!


pedrinhas

– Brincar com o Vai-e-Vem


Vem confiando em ter do outro lado, alguém!
15
– Jogar Frescobol na praia e desfrutando juntos da brisa do mar!

Você consegue lembrar de outras brincadeiras cooperativas? Quais?

E daquelas que mesmo sendo, aparentemente, não tão cooperativas, tinham um


sabor especial quando conseguíamos compartilhar com os outros?

– Andar de bicicleta pelo bairro com a turma.

– Fantasiar com bonecas e fantoches um faz de conta… Re-encantado


Re com as
bonecas e a presença das amiguinhas.

Resgatando um pouco dessa nossa memória lúdica, podemos reconhecer, também,


as infinitas possibilidades de recreação de jogos e brincadeiras tradicionais, em
atividades cooperativas. Como seria…

– Pular corda com todo mundo junto?

– Brincar de amarelinhaa de um jeito que chegar primeiro é o primeiro passo pra


ajudar os outros a chegarem, também?

– Um pega-pega
pega onde o salve-se
salve quem puder, vire um salve-se
se com um abraço?
abraço

Se pudéssemos enxergar por trás de cada um de todos os Processos acima


apresentados, contemplaríamos uma Arquitetura Cooperativa,, que se caracteriza,
essencialmente por quatro aspectos Como-Uns:
Como

· Todos têm um sentimento de vitória.

· Todos PODEM participar.

· Todos são bem aceitos pelo que são.

· Todos Cooperam para realizar objetivos comuns.


co

Quando imaginamos criar e realizar (im)possibilidades para a Cooperação circular


no grupo, sabemos ser importante respeitar essas Características Como-Uns
Como da
Arquitetura da Cooperação.

Bem, estes são alguns dos Processos que podemos utilizar para facilitar fa a
experiência da Cooperação em diferentes ambientes, grupos e situações. Além
destes, existem outros, tais como a Arte de Liderar em Círculo,
Círculo a Comunicação
Colaborativa e as Atividades dos Povos Tradicionais (como a da “Corrida das Toras”,
dos índios
os Kanela, no Brasil).

16
Agora, sigamos em frente… Porque se atrás vem gente,, o que nos espera lá na
frente?!

2.4 - 4° Momento: Trans-Forma-Ação


Trans (Práticas)

Deixar-se
se aconteSer cooperativamente no dia-a-dia
dia dia é o desafio essencial deste Jogo
de Cooperação. É no cotidiano, diante do mundo e da gente mesmo, que temos a
real oportunidade para VenSer quem somos mais plenamente.

É através do Ser-Vir-à que alcançamos o Vir-à-Ser !

Toda a caminhada pelas trilhas da Pedagogia da Cooperação é um permanente


exercício de
e refinamento do modo como podemos servir à Comum-Unidade
Comum que
constituímos em todos os lugares. Focalizando o desenvolvimento de diferentes
grupos, podemos destacar alguns Movimentos fundamentais para promover a
Aplica-Ação da Cooperação:

Fazer Com-Tato e Estabelecer Com-Trato:


Com

Quais são nossos acordos fundamentais? O que gostaríamos e o que não


gostaríamos que acontecesse entre nós?

Des-Cobrir
Cobrir a Identidade Grupal:

Quem sou eu, quem é você, e quem somos nós?!!! Quais são nossos signos,
símbolos, cores e sabores, nosso nome… Qual é nosso grito de garra?!!!

Compartilhar In-Quieta-Ações:

Quais as dúvidas, as incertezas? O que eu não sei? Qual a minha ignorância: “só sei
que nada sei” (Sócrates)? E o que não sabemos juntos?

Vislumbrar o Sonho Coletivo:

O que nos re-uniu?

Compor Objetivos Como-Uns:


Como

O que queremos fazer Juntos?

Cultivar as Co-Opetências
Opetências para Ser-Vir:
Ser

Quais são nossas forças-fraquezas,


forças capacidades-incapacidades,
incapacidades, habilidades-
habilidades
inabilidades… qual nossa luz-e-sombra?
luz sombra? Liderança Circular, Com-Fiança,
Com Bom
Humor e Diligência.

Praticar a Cooperação:

Consigo mesmo, com o grupo, com a instituição e com a Comum-Unidade.


Comum

17
Exercitar a Com-Vivência:
Vivência:

Diálogo, respeito mútuo, empatia, auto-estima


auto e alter-estima.
estima. Cuidar bem uns dos
outros.

idade:
Viver a Comum-Unidade:

O que fomos capazes de fazer juntos que imaginávamos ser impossível de fazer
sozinhos?

Re-Crear a Real-Idade:

Transformar Cooperativamente Jogos, Canções, Danças, Eventos, Programas,


Rotinas de Trabalho, Hábitos de Vida… Re-Crea-Atividade
Re Atividade Contínua.
Contínua

Celebrar os É-Feitos:

Aconteça o que acontecer… Acontecerá para todo mundo!

Comemorar os resultados e honrar a Memória do Grupo.

Estes são alguns Movimentos bem simples – e altamente complexos – capazes de


estimular e cultivar a Cooperação dentro e entre
entre os diferentes Grupos constituímos
nas mais variadas Comum-Unidades
Comum Unidades que criamos na sociedade em que vivemos.
Contudo, não há garantias que isso aconteça… pelo menos do jeito que a
gente pensa poder acontecer, pois…

… quando empoderamos as pessoas e os grupos para desenvolverem-se


desenvolverem como
uma verdadeira Comum-Unidade
Comum Cooperativa,, as ações, relações, efeitos e os
destinos, escapam do nosso controle – ainda bem – e se alojam no Centro de Poder
Como-Um que assume a direção e realização de seu próprio caminho.

Isto é autonomia, emancipação e protagonismo… soberania, cooperação e


realismo… colocados em Prática, postos em Cooperação!!!

E não é para isto que estamos aqui, percorrendo juntos este caminho para construir
um mundo onde todos podem VenSer?!

Terminando Juntos…

“As pessoas não se precisam, elas se completam.

Não por serem metades, mas por serem inteiras,

dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias, tristezas

e principalmente por continuar escrevendo


escrevendo em conjunto, suas vidas”.

Assim, após, caminharmos


caminharmo juntos pelos vários Momentos e Movimentos da
Pedagogia da Cooperação,
Cooperação é tempo de re-unir…
18
Tempo… Para recolher a experiência, deixando que ela circule por todo o corpo e se
aloje na consciência… Tempo necessário… A cada um e cada uma, para uma
conversa silenciosa, ao pé do ouvido, ao redor da fogueira… Tempo extra… Para
celebrar nossa convivência ao longo das palavrAções compartilhadas aqui… com-com
firmando nossa Presença Como-Um
Como Um neste vasto caminho infinito de descoberta
pessoal
soal e transformação coletiva.

3 - Valores cooperativos

• Ajuda mútua: achar resolução de ajuda em conjunto para solucionar o


problema comum. É um termo usado na teoria da organização para indicar
um voluntário, fazer intercâmbio recíproco de recursos, ajuda e serviços
para o benefício mútuo, através da entreajuda.
• Responsabilidade: capacidade de responder pelo seus próprios atos ou
alheios. Também pode ser a competência para se comportar de maneira
sensata ou responsável.
• Responsabilidade social: compromisso com a comunidade, preocupação
preocupaç
com os demais, contribuiçãopara uma sociedade mais justae justa para um
ambiente harmonioso.
• Democracia: tomada de decisões coletivas (mediante a participação e o
protagonismo) a que se refere a gestão e controle.
• Igualdade: é uma norma que impõe tratar todos
todos da mesma maneira.
• Equidade: justa distribuição de excedentes entre os membros da
comunidade. Este conceito também revela o uso da imparcialidade para
reconhecer o direito de cada um, usando a equivalência para se tornarem
iguais.
• Solidariedade: é um ato de bondade com o próximo ou um sentimento de
apoio entre os seres, divisão dos problemas, fatos e etc.
• Honestidade e transparência: honradez, dignidade, decência de
condutas.
• Esforço próprio: motivação pessoal, força de vontade de cada um com
finalidade de alcançar metas previstas dando o melhor de cada um.

19
Referências

BROTTO, Fábio Otuzi. – Jogos Cooperativos: Se e o importante é competir, o


fundamental é cooperar. Santos: Projeto Cooperação, 1997.

BROTTO, Fábio Otuzi. – Jogos Cooperativos: O Jogo e o Esporte como um


Exercício de Convivência.

BROTTO, Fábio Otuzi (org.) – Jogos Cooperativos nas Organizações.


Organizações São Paulo:
SESC e Projeto Cooperação, 2001.

BROWN, Guillermo. – Jogos cooperativos: Teoria


eoria e prática. São Leopoldo:
Sinodal, 1994.

CARSE, James P. Jogos Finito e Infinitos: A vida como jogo e possibilidades. Rio
de Janeiro : Nova Era, 2003.

DEACOVE, Jim. – Manual de Jogos Cooperativos.


Cooperativos. Santos: Projeto Cooperação,
2002.

MARIOTTI, Humberto – As paixões do Ego: complexidade, política e


solidariedade.. São Paulo: Palas Athena, 2000.

MATURANA, Humberto R. e VERDEN-ZÖLLER,


VERDEN Gerda– Amar e brincar:
fundamentos esquecidos do humano.
humano São Paulo : Palas Athena, 2004.

ORLICK, Terry. – Vencendo a competição.


competição São Paulo: Círculo do Livro, 1989.

SITES

www.projetocooperacao.com.br – Projeto Cooperação – Comunidade de Serviço.

www.cooperando.com.br – Cooperando – Instituto para a Cooperação.

www.jogoscooperativos.com.br – Revista de Jogos Cooperativos.

www.palasathena.org.br – Associação Palas Athena.

www.findhorn.org – Findhorn
Findh Foundation (Escócia).

www.ecosocial.com.br – Instituto Eco Social.

20
Anexo

ATIVIDADES EM SALA / AULA1

1. Cada equipe vai fazer


f um levantamento,
ntamento, a partir da opinião
dos integrantes,
integrantes descrevendo os jogos, brincadeiras e
esportes de que mais gostam.

2. Cada equipe vai produzir a construção de um mural


cooperativo com informações sobre a importância do
Compartilhar.

3. Jogos Cooperati
Cooperativos – Dinâmicas Cooperativas e
Competitivas.

21
Aula 02

1. APLICAÇÃO DOS JOGOS COOPERATIVOS

Os Jogos Cooperativos são aplicado a todas as pessoas que ousam sonhar


com um universo harmonioso para todos, sem exceção. A ideia favorece uma boa
convivência e respeito mútuo, sem esquecer que atinge os objetivos educacionais,
utilizando
tilizando o poder das atividades lúdicas.

Vamos dialogar sobre as diferentes dimensões que os Jogos Cooperativos


alcançam, especialmente sobre as dimensões filosófica, antropológica, sociológica,
psicológica, educacional e biológica. A área a que daremos mais m atenção é a
educacional, estabelecendo sempre uma ligação entre o jogo com objetivos os quais
necessitamos trabalhar para facilitar a aprendizagem. Essa proposta surgiu devido à
necessidade de estimular, exercitar e divulgar a proposta dos Jogos Cooperativos
Cooper
como uma prática re--educativa,
educativa, capaz de modificar nosso condicionamento
competitivo em alternativas cooperativas para conviver em grupo. A Cooperação é
um tema muito discutido hoje em dia, e todas as pessoas interessadas já contam
com vários meios paraara entrar em contato com esta proposta de mudança em nossa
sociedade ocidental. Esse é apenas mais um que tem a pretensão de colaborar,
humildemente com uma transformação efetiva da sociedade. Transformação só é
possível quando a pessoa acredita ser necessário
necessário mudar e sempre num processo
dinâmico de dentro para fora, pois sendo assim será construída e significativa.
Sabemos também que esta transformação deve ser gradual, mas necessita ser
iniciada de alguma forma, essa é apenas uma, que somada a outras investidas,
inv nos
dará, ao final, o poder de sonhar com um mundo mais justo e igualitário.
A intenção dessa forma de jogaré fazer com que um número cada vez maior
de pessoas possam m conhecer uma outra maneira de jogar. Primeiro é não pensar
em competitividade e sim, sentir o prazer no jogo.
jogo. Quanto mais jogar, tenho certeza
de que ficará seduzido pela proposta dos Jogos Cooperativos,
Cooperativos, e levará essa ideia
ide
para todos os lugares, multiplicando felicidade. Lembrando também que felicidade
não dá para curtir sozinho, pois
pois só é real quando compartilhada com o maior número
de pessoas possível.
Os Jogos Cooperativos, na sua essência, tem um alcance interdisciplinar, que
pode ser aplicado em diversos momentos. O objetivo maior é fazer com que as
pessoas joguem e percebam como são muito mais felizes quando jogam juntas, e
não contra, sem esquecer que também perdemos tempo enxergando o outro como
temível adversário e inimigo.

Hoje já sabemos a importância dos benefícios que nos apresenta as


interações executadas através dos jogos,
jogos, pois o ser humano na sua essência não é
competitivo e sim ele está competitivo. Então a missão de todos será a de tentar
criar, promover e sustentar por meio de atividades lúdicas e possíveis a todos uma

22
Pedagogia Cooperativa que contribua para a diminuição
diminuição da agressividade e a
celebração de uma verdadeira cultura da paz, primeiro nas Escolas, no trabalho e
depois, no mundo.

2. História dos Jogos Cooperativos

Segundo Terry Orlick (1989) os jogos cooperativos


cooperativos surgiram há milhares de anos
quando membrosos das comunidades tribais se reuniam ao redor de fogueiras para
celebrar a vida. Ainda hoje são praticados por alguns povos que conservam
tradições de seus ancestrais, tais como os Inuit (Alaska), Aborígenes (Austrália),
Tasaday (África), índios norte americanos,
icanos, entre outros. No Brasil temoscomo
exemplo os índios Kanela que praticam o ritual cooperativo da “Corrida das Toras”
(BROTO, 1999).

Esses jogos que predominam a cooperação, surgem como proposta a partir dos
anos cinquenta,, quando Ted Lentz publica
publica o livro com o título “Para Todos: Manual
de jogos cooperativos”, que teve a colaboraçãoda
colaboraçãoda educadora Ruth Cornelius.

O mesmo autor (2009) ressalta a importância do canadense e doutor em


psicologia Terry Orlick na história dos jogos cooperativos, pois ele é a principal
referência mundial em se tratando do assunto. O livro que marcou seu trabalho foi
publicado em 1978 e intitulado: “Winningthroughcooperation”, foi traduzido
t para o
português como: “Vencendo a competição”.

O canadense se dedicou
dedicou à pesquisa educacional na Universidade de Otawa e
seus estudos são baseados
seados na sociologia aplicada à educação. O interessante é
que Orlick possui um histórico competitivo, pois foi atleta de ginástica em seu país,
obtendo resultados expressivos tanto regional
regional quanto nacionalmente. Certamente
tocado pelos anos de alta pressão psicológica e fortes treinamentos e o exacerbado
clima de competição resolveu se dedicar ao caminho da cooperação (SOLER,
2009).

A história dos jogos cooperativos no Brasil é relativamenterecente.


relativamenterecente. Começou em
1992 com Fabio Brotto juntamente com sua esposa Gisela Sartori Franco.Iniciaram
Franco
o “Projeto Cooperação”,, divulgando a intensão de unir pessoas, através de oficinas,
palestras, eventos e publicações de materiais didáticos, sempre compromissados

23
com a ética da cooperação.
cooperação. Em 1995 publicou o primeiro livro sobre o assunto no
Brasil: “Jogos Cooperativos: se o importante é competir, o fundamental é cooperar”.
A partir dessa publicação a proposta dos jogos cooperativos atingiu uma parcela
par
maior de pessoas e consequentemente a produção científica, e a bibliográfica no
assunto aumentou. Até que em 2000, na cidade de Santos/SP foi criada o curso de
pós-graduação
graduação em Jogos Cooperativos, na UNIMONTE (SOLER, 2009).

3. Definições e Cracterísticas
Cracterísticas dos Jogos Cooperativos

Na teoria dos jogos,, um jogo cooperativo é um jogo onde um grupo


gr de jogadores,
são instruídos a demonstrar comportamento cooperativo, transformando o jogo em
uma competição entre grupos ao invés de umacompetição
uma entre indivíduos. Um
exemplo
mplo desse tipo de jogo é o jogo de coordenação,, onde os jogadores precisam
entrar em um consenso sobre o processo de decisão.E os jogadores precisam
cooperar na hora do jogo, pois cada um tem a sua função e cada função ajuda outra
função, e por isso se todos cooperarem todos vencerão, o time vencerá.

3.1 Definindo:
Jogos cooperativos são atividades que desenvolvema proposta de enfatizar um
jogo cooperativo e divertido ao invés de uma competição.
c

Jogos cooperativos são dinâmicas de grupo que têm por objetivo, em primeiro
lugar, despertar a consciência de cooperação, isto é, mostrar que a cooperação é
uma alternativa possível e saudável no campo das relações sociais; em segundo
lugar, promover
mover efetivamente a cooperação entre as pessoas, na exata medida em
que os jogos são, eles próprios, experiências cooperativas.”

Existem muitas definições para cooperação e competição.


Como as descritas por Brotto, (1999):

Cooperação:éé um processo de interação


interação social, cujos objetivos são comuns,
as ações são compartilhadas e os benefícios são distribuídos para todos.

Competição:é é um processo de interação social, cujos objetivos são


mutuamente exclusivos, as ações são isoladas ou em oposição umas às outras,
o
e os benefícios são concentrados somente para alguns.

24
A ANTROPÓLOGA MARGARET MEAD DEFINIU ASSIM:

Competição:ato
ato de procurar ganhar o que outra pessoa está se
esforçando para obter, ao mesmo tempo.

Comportamento Individualista:um
Individualista: ato em que o indivíduo se empenha para
alcançar seu objetivo, sem se preocupar com os outros.

Cooperação:ato
ato de trabalhar em conjunto com um único objetivo, se, e
somente se, as outras com as quais ela estiver ligada conseguirem atingir
seus objetivos.

Rivalidade:seu objetivo mais importante é conquistar outros ou garantir


que não alcancem seu objetivo.

3.2 Características:
Principais características:
características

A percepção social;
A comunicação; as atitudes;
A mudança de atitudes;
O processo de socialização;
Os grupos sociais;
Os papéis sociais.

No jogo cooperativo, aprende-se


aprende se a considerar o outro que joga como um
parceiro, um solidário, e não mais como o temível adversário. A pessoa quando joga
aprende a se colocar no lugar do outro, priorizando sempre os interesses
interesses coletivos.

São jogos para unir pessoas, e reforçar a confiança em si mesmo e nos


outros que jogam. As pessoas podem participar autenticamente, pois ganhar ou
perder são apenas referências para um continuo aperfeiçoamento pessoal e
coletivo.

Os jogos
gos cooperativos resultam numa vontade de continuar jogando, e aceitar
todos como são verdadeiramente, pois as pessoas estão mais livres para se divertir.

Jogar cooperativamente é re-aprender


re aprender a conviver consigo mesmo e com as
outras pessoas.
Essa forma de jogar serve para nos libertar da competição, seu objetivo maior é
a participação de todos por uma meta comum. A agressão física é totalmente

25
eliminada, cada participante estabelece seu próprio ritmo, todos se enxergam como
importantes e necessários dentro
dent do grupo, aumentando assim, a confiança e auto –
estima.
Tentamos superar desafios ou obstáculos, sempre com alegria e motivação.
Os padrões de comportamentos fluem dos valores que adquirimos enquanto
brincamos e jogamos durante a nossa infância, então o modelo a que estamos
expostos resultará no modelo que seguiremos no jogo e fora dele.
Se hoje em dia ainda não enxergamos muitos atos de cooperação significa
que as crianças não estão sendo criadas num ambiente que lhes proporcione
aprender por meio de experiências
xperiências que as sensibilizem para a cooperação.

Orlick (1989) define de forma magistral o que é cooperar:


“A cooperação exige confiança porque, quando alguém escolhe cooperar,
conscientemente coloca seu destino parcialmente nas mãos de outros.”
Os Jogoss Cooperativos são essencialmente divertidos, pois o riso prende a
atenção de todos, e assim acontece o envolvimento de corpo e alma.
São atividades que tentam por meio dos jogos, diminuir as manifestações de
agressividade, promovendo boas atitudes, tais como:
como: sensibilização, amizade,
cooperação e solidariedade, facilitando o encontro com os outros que jogam,
predominando sempre os objetivos coletivos sobre os objetivos individuais.
A palavra chave para que possamos cooperar é confiar, ou seja, fiar juntos, já
que a confiança é a matéria prima da cooperação.
Durante os Jogos Cooperativos você pode perceber com maior clareza, a
beleza do jogo e explorar sem medo nem receio de ser excluído; desenvolver junto
com todos suas habilidades pessoais e interpessoais. É através dos jogos também
que enxergamos a nossa capacidade de conviver, e assim incentivamos a
participação, a criatividade e a expressão pessoal de cada participante. Nesses
jogos, competimos com os nossos próprios limites e habilidades e não mais contra
cont
os outros.

Os jogos cooperativos têm várias características libertadoras que são muito


coerentes com o trabalho em grupo:
grupo

Libertam da competição: o objetivo é que todos participem para poder


alcançar uma meta comum.

Libertam da eliminação: o esboço


ço do jogo cooperativo busca a integração de
todos.

Libertam para criar: criar é construir e, para construir, a colaboração de todos


é fundamental. As regras são flexíveis, e os participantes podem contribuir para
mudar o jogo.

26
Libertam da agressão física:
físi certamente gastamos energia na atividade física,
mas se promovemos a agressão física contra o outro, estamos aceitando um
comportamento destrutivo e desumanizante, o jogo cooperativo propõe o
contrário.

3.3 Os jogos cooperativos favorecem algumas atitudes


atitudes essenciais
para o exercício da convivência
Evitam situações de exclusão.
Diminuem as chances de experiências negativas.
Favorecem o desenvolvimento das habilidades motoras e capacidades físicas
(Universo psicomotor) de forma prazerosa.
Estimula
a um clima de alegria e descontração.
Promove o respeito e a valorização pelo diferente.
Ensina para além das regras e estruturas do jogo.

atores que possibilitam a existência do jogo cooperativo. São


4. Fatores
eles:
Enxergar o outro como um amigo em potencial;
potenci
Alegria;
Criatividade;
Solidariedade;
Confiança entre os participantes;
Ter motivação;
Possível para todos;
Ninguém é excluído;
Simplicidade.

5. Faixa etária pré-definida


definida para participar dos jogos

Uma das características dos Jogos Cooperativos,


Cooperativos, diferente do que muitos imaginam
é justamente não ter uma faixa etária específica em cada jogo, mas, a possibilidade de que
os jogos podem e devem ser adaptados ao grupo que joga. Então podemos dizer que o
Jogo Cooperativo é para a criança muito pequena
pequena e também para adultos de todas as
idades.
Aqui fica claro que a ideia é criar práticas e programas de Jogos Cooperativos,
atendendo a todas as idades, da criança até o adulto de qualquer idade.

27
O facilitador/focalizador deverá na hora do planejamento
planejament das atividades observar as
condições e idade dos participantes, e, assim, adequar qualquer jogo ao grupo.

Uma coisa é certa, quanto mais jovem é o grupo menos competitivo ele é. A criança
pequena é muito receptiva aos desafios cooperativos. Até os 04 ou 05 anos, elas não se
interessam pelo resultado final, tudo que querem é a diversão que o jogo pode proporcionar.
Com as faixas de idade mais altas e o adulto de forma geral, a cooperação não supera a
competição, observando que todos nós temos a motivação pelo ganhar.

6.. A melhor premiação é a alegria


Existe coisa que reforça mais a competição entre as pessoas do que premiar apenas
uma? Dar uma estrelinha ao aluno que mais se destacou? Colocar o nome de apenas um
funcionário no quadro de funcionário padrão?
padrão? Entregar um troféu ao primeiro colocado?
A melhor forma de premiar, quando o assunto é cooperação é mostrar como a
alegria, o trabalho mútuo e a descontração transborda o ambiente, e que todos fazem parte
disso.

Na grande maioria das vezes, o grupo está tão envolvido com os objetivos
interdependentes que nem percebem que, ao final, o grande prêmio é na realidade
conseguir jogar “com” o outro e “vencer juntos”.

Se prêmios são utilizados, devem ser dados a todos que jogam, aqui devemos
esquecer o nosso condicionamento
dicionamento competitivo que insisti em premiar apenas alguns em
detrimento de muitos.

A escola se utiliza muito da premiação para,


para na visão dela estimular a criança
a aprender, e esquece que essa forma é excludente, e que sempre vai existir dentro
deste modelo
odelo poucos vencedores e uma grande maioria de vencidos. Quando
falamos em Escola para todos, falamos também em vencedores, pois todos que se
esforçam para alcançar objetivos devem ser valorizados.

Quem sempre perde tem estímulo para continuar tentando?

É fundamental
undamental investir em uma auto-estima
auto estima saudável, pois só assim
estaremos favorecendo um melhor aprendizado.

Segundo Brotto (2001) nestes jogos, chamados cooperativos, é importante deixar claro para
todos os participantes que:

Não há seleção dos melhores


melhores porque cada um é vital para o jogo do momento.

Não há primeiro nem último lugar porque o lugar que ocupamos é nosso lugar
comum.

Não há vencedores nem perdedores porque jogamos para 'VenSer',


'VenSer' para vir a Ser
quem somos plena e essencialmente.
28
Não há adversários porque somos todos parceiros de uma mesma jornada.

Não há troféus, medalhas ou outras recompensas porque já ganhamos tudo o que


precisávamos ter....
ter.... Principalmente porque temos que ter certeza e saber que a
verdadeira conquista é poder continuar jogando uns com os outros, ao invés de uns
contra os outros.

7. Sugestões de atividades cooperativas:


Há uma infinidade de atividades que podem e devem ser realizadas, a partir do
tema: Jogos Cooperativos.

Podemos citar algumas:

Fazer
er um levantamento, a partir da opinião das pessoas, dos jogos e brincadeiras e
esportes de que mais gostam.

Propor a construção de um mural cooperativo, com fotos e desenhos realizados por


eles (arte-cooperativa).
cooperativa).

Confeccionar se possível um jornal, com


com todas as boas notícias, palavras cruzadas,
desenhos, poesias etc.

Localizar no globo terrestre, países onde a forma de se viver seja mais cooperativa.

Confeccionar, junto com todos o material a ser utilizado, explicando a eles a


importância do trabalho
lho em grupo.

Criar junto com eles, um símbolo para cada grupo, hino, grito de paz etc.

Assistir vídeos que passem mensagens positivas, e, ao final, refletir sobre essas
mensagens.

Proporcionar a eles acesso a livros que estimulem a formação de valores


valor positivos.

Apresentar os jogos cooperativos, e, a partir daí, estimular a criação e transformação


de outros jogos (competitivos), tornando-os
tornando mais cooperativos.

Utilizar a música e a dança, como forma de integrar e aproximar pessoas.

Mostrar outrass maneiras de se praticar o Esporte, tirando o caráter competitivo e


mostrando que existem alternativas para se jogar.

A atividade final poderá ser um grande festival de Jogos Cooperativos, envolvendo


todas as pessoas.

Isso é um trabalho para muito tempo e muitas pessoas envolvidas também, e todos ao final
serão vencedores. As pessoas participantes irão se divertir muito, elaborando, formando
conceitos, tudo de uma forma lúdica e interdisciplinar, e no futuro com certeza teremos
pessoas mais felizes, respeitando
respeitando e valorizando as outras pessoas. E,E assim, uma nova
geração nascerá, mais cooperativa, ética e solidária.
29
8. Algumas ideias para diminuir a competição

Evitar jogos que busquem a eliminação;

Valorize mais o processo e menos o resultado final;

Fuja de jogos individuais, valorize os jogos em grupo;

Divida os times de forma criativa e não por ter mais ou menos habilidades;

Proponha jogos competitivos e cooperativos para que o grupo possa perceber em


qual deles se sente melhor;

Permita que a liderança circule pelo grupo, todos devem em algum momento liderar;

Abra espaço para que a intercomunicação de ideias aconteça;

Pare o jogo sempre que for necessário para discutir com o grupo que joga.

Fazendo isso teremos uma grande chance de diminuir


diminuir e humanizar a competição,
estabelecendo laços fraternos entre os participantes, e dando,
dando verdadeiramente,
verdadeiramente uma opção
a ser escolhida.

9. Conhecendo novos jogos


Se o jogo que conhecemos não nos leva à construção de um mundo melhor,
melhor
então a alternativa
va é procurar um jogo totalmente novo. Segundo
egundo Brown (1994), na
procura devemos levar alguns fatores em conta:

I. Estabelecer o uso possível do jogo: para relaxar, um jogo quebra gelo, etc.
II. Estabelecer o destinatário do jogo: crianças, jovens, adultos, grupos
grup maiores ou
grupos com necessidades especiais.
III. Determinar se o jogo é para grupos pequenos, grandes, grandes estudantes,
trabalhadores, idosos e o local em que se pode jogá-lo (dentro de um salão, na
rua, numa quadra e etc.)

Quando
ndo se está satisfeito com a ideia,
id pode-se
se anotar os passos do jogo e
experimentar para sentir se dão os resultados esperados.

“Re-criar é muito importante e o facilitador deve estar sempre atento para remodelar,
ressignificar, reconstruir, enfim transformar o jogo na perspectiva de melhorá-lo
m para
todos”.

30
9.1Quais são as perguntas que podem ser feitas para ver se o novo jogo
corresponde ao nosso objetivo:

O jogo reflete bom humor? Permite que os participantes riam todos juntos?
Reflete a idéia de que, às vezes, faz sentido fazer
fazer coisas que não têm sentido?
O jogo estimula a cooperação? Os participantes podem jogar com os outros e
não contra os outros? Pode-se
Pode se ter prazer no jogo e não no resultado?
O jogo é positivo? Anima os participantes a apoiarem-se?
apoiar se? Há ausência de
comentários
tários críticos? Os participantes se sentem bem durante e depois do jogo?
O jogo é participativo? Entusiasma todos a jogarem em vez de observarem?
Os participantes se sentem mais unidos depois do jogo?
O jogo permite que os participantes sejam criativos
criativos e espontâneos? Permite a
recreação, a possibilidade de mudá-lo?
mudá
Há igualdade de participantes no jogo? É um jogo em que o facilitador é
também mais um jogador?
Cada participante pode estabelecer seu próprio ritmo? O jogo evita projeções
pessoais e facilita
cilita a participação coletiva?
O jogo oferece um desafio? Tem espírito de aventura?
O jogo leva em conta os participantes? Coloca ênfase no desenvolvimento ou
no resultado?
O jogo é divertido?

9.2 Criatividade

A parte mais fantástica é a criação, pois é onde o profissional mostra toda a sua
capacidade criativa, ele deve sempre se preocupar com o atitudinal
atitudin presente no jogo
criado, estabelecendo com clareza seus objetivos e metas. Observando também,
quais serão os valores, as normas e as atitudes transformadoras com o novo jogo.

Na criação existem alguns passos que são muito importantes e que devem ser
seguidos.

Qual é a proposta?

Criar um jogo inédito.

Colocar o jogo em prática.

Avaliar os resultados.

Se o novo jogo atende a todas as perguntas,


perguntas, então já podemos dizer sem
medo de errar que estamos diante de um jogo que estimula a cooperação, que tem
31
o poder transformador de ajudar a nos tornarmos o tipo de pessoas que realmente
gostaríamos de ser.
Sempre devemos lembrar um princípio fundamental
fundamental que é o da participação,
que também pode ser chamado de princípio da cooperação. Todos devem estar
dentro do jogo do início ao fim.

Para completarmos o processo de criação dos jogos cooperativos precisamos


responder algumas perguntas

O quê? Criaremos
emos um jogo, uma dança ou outra atividade?

Para quem? Quem jogará esse jogo? Crianças? Jovens? Adultos? Idosos?

Para quê? Qual o intuito do jogo? Passatempo? Ensinar alguma coisa?


Relaxar?

Onde? Qual o local do jogo? Praia? Campo? Quadra de esportes?


esportes

Quando? No horário da aula? Após a aula? De dia? De noite?

Com quais recursos? Qual o material disponível? Do que precisarei?

Regras? Quais serão as regras básicas do jogo?


Preciso de regras?
Quem decidirá as regras: Professor, orientador ou alunos?
alunos?

Então, podemos dizer que o processo é simples, mas envolve estudo e


dedicação, tornando-se viável para qualquer profissional, não importa a área, basta
ativar a criatividade e criar novos jogos. A criatividade deve ser exercitada, pois
quanto mais re-criarmos mais estaremos desenvolvendo o nosso poder criativo.

“Freire
Freire (1989) observa que por meio da transformação dos jogos as
pessoas podem desenvolver sua criatividade, sua cognição e, principalmente,
aprender a resolver problemas”.

32
10. Formas de jogar

Passamos agora a falar das várias formas de se jogar cooperativamente,


fazendo comparações para entender e clarear a nossa compreensão e não para
falar que uma forma é boa e a outra ruim, pois só conhecendo as várias maneiras de
se ver uma situação é que podemos decidir entre uma ou outra.

Terry Orlick (1989) dividiu os jogos cooperativos em diferentes categorias, pois


sempre é necessário adequar os jogos aos grupos que se propõem a jogar:

a) Jogos cooperativos sem perdedores: todos os participantes formam


fo um
únicogrande time. São jogos plenamente cooperativos.

b) Jogos de resultado coletivo: permitem a existência de duas ou mais


equipes. Havendo um forte traço de cooperação dentro de cada equipe e
entre as equipes, também. O principal objetivo é realizar
realizar metas comuns.

c) Jogos de inversão: enfatizam a noção de interdependência, por meio da


aproximação e troca de jogadores.

cooperativos: indicados para um início de trabalho com jogos


d) Jogos semi-cooperativos:
cooperativos, especialmente para pessoas num contexto de aprendizagem
apre
esportiva.

33
REFERÊNCIAS

BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos cooperativos: Se o importante é competir, o


fundamental é cooperar. 7 ed. Santos: Projeto Cooperação, 2003.

BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos cooperativos: O jogo e o esporte como um


exercício de convivência. 2 ed. Santos: Projeto Cooperação, 2001

BROWN, Guilhermo. Jogos Cooperativos: teoria e prática. Trad. Rui Bender.


São Leopoldo, RS: Sinodal, 1994.

ORLICK, Terry. Vencendo a competição. Tradução: Fernando J. G. Martins. São


Paulo: Círculo do Livro, 1978. Tradução de: Winningthroughcooperation.(1989).

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.


Diretrizes Curriculares de Educação Física para os Anos Finais do Ensino
Fundamental e para o Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2008.

PIAGET, Jean. A educação da liberdade. Trad. Telma P. Vinha in Piaget: teoria


e prática. Campinas: Tecnicópias, 1996.

RUIZ, Egydio. Aprendendo a Didática. São Paulo: Cortez, 1995.

SOLER, Reinaldo. Jogos Cooperativos. Rio de Janeiro: 2 ed. Sprint, 2003.


20

34
ATIVIDADE EM SALA / AULA 2__

1. Observando nossos estudos: Escolha dois


d tipos de

Dinâmicas Cooperativas
Cooperativas e usando a criatividade

construa e aplique na sala de aula!

• Jogos cooperativos sem perdedores: todos os participantes formam


form um
únicogrande time. São jogos plenamente cooperativos.

• Jogos de resultado coletivo: permitem a existência de duas ou mais


equipes. Havendo um forte traço de cooperação dentro de cada equipe e
entre as equipes, também. O principal objetivo é realizar metas comuns.

• Jogos de inversão: enfatizam a noção de interdependência, por meio da


aproximação e troca de jogadores.

• cooperativos: indicados para um início de trabalho com jogos


Jogos semi-cooperativos:
cooperativos,, especialmente para pessoas num contexto de aprendizagem
aprendi
esportiva.

35
AULA 03

Disciplina: Jogos Cooperativos aplicados à Educação

1. Jogos Cooperativos X Jogos Competitivos

Sabemos que tanto cooperação quanto competição são


comportamentos ensinados-aprendidos
ensinados através das diversas formas
rmas de
relacionamento humano.

Vivemos em uma sociedade na qual a competição está tão presente que adotar uma
postura competitiva acaba sendo vista como um comportamento natural.
Competimos desde cedo com nossos irmãos, posteriormente com os amigos, em
todo tipo de jogo, no trabalho e na família. Aprendemos desde cedo a sermos os
primeiros e os melhores. Certamente a competição, sob os mais diversos aspectos
esteve presente na história evolutiva do ser humano.
No entanto, observa-sese que a ênfase em atividades
atividades competitivas pode ocasionar o
rompimento de valores importantes para o convívio social.
Como afirma Brotto (2001 p.45), “os jogos cooperativos surgiram da preocupação
com a excessiva valorização dada ao individualismo e à competição exacerbada na
sociedade
ciedade moderna, mais especificamente, na cultura ocidental”. No campo da
educação cresce a ideia de que é preciso planejar intencionalmente o ensino e
aprendizagem de aspectos atitudinais (valores, formas de relacionamento, regras e
atitudes) (COLL et all,l, 1998; DELORS, 1998) das sociedades democráticas.
Portantoo fenômeno do jogo cooperativo vem sendo objeto de estudo de autores
que se preocupam em traçar suas características, classificação,
significados e importância.
Mariana Aylwin (2003 p.41), ressalta
ressalta a importancia de viver cooperativamente,
afirma que viver “é conviver, é por isso que viver junto é certamente uma das mais
importantes capacidades para o desenvolvimento humano. Aprender a conviver é
aprender a viver e isso pode ser efetivamente aprendido”.
aprendi

36
2. Diferença entre Jogos Cooperativos e Jogos Competitivos
Os Jogos Cooperativos - são jogos para compartilhar, unir pessoas, despertar a
coragem para assumir riscos. Nele devemos ter pouca preocupação com o fracasso
e o sucesso em si mesmos, mas sim uma fonte de prazer, onde os participantes
jogam uns com os outros e não contra, promovendo o encontro onde reforçam a
confiança pessoal e interpessoal, pois o ganhar e perder já não são tão essenciais,
além de ser exercício educativo para a paz. Nos jogos
jogos cooperativos, os sentimentos
negativos, não ocorrem, predomina sentimentos positivos como alegria, entusiasmo,
clima de amizade, confiança nos amigos e tempo todo ativo no jogo, pois neste
existe a coragem para assumir riscos, participação com dedicação,
dedicação, o ser solidário e
criativo e principalmente vontade de estar junto, sabendo compartilhar, respeitar,
incluir e integrar as diferenças.

Os Jogos Competitivos –são são jogos com a proposta da hipervalorização da


competição. Se manifesta através da ênfase do resultado numérico e da vitória, ou
seja vencer parece ser o mais importante; melhor dizendo o resultado VITÓRIA é
algo sempre esperado. É um processo onde os objetivos são comuns, mutuamente
exclusivos e as ações são benéficas somente para alguns, pois o mérito só é
reconhecido para o ganhador. Nos jogos competitivos, os sentimentos negativos são
mais fortes, existindo o medo de arriscar e de fracassar, bem como o individualismo,
aumentando a exclusão muitas vezes dos menos habilidosos e como conseqüência
a raiva em virtude da violência, discriminação, repressão de sentimentos e emoções,
egoísmo e competição excessiva.

Com isso, de forma geral os jogos tornaram-se


tornaram se um espaço de tensão e ilusão,
dentro de uma sociedade competitiva. Não se quer com esse discurso
discur eliminar a
competição da vida das pessoas, pelo contrário, acredita-se
acredita se que mesmo em
pequena parcela esta é importante sim, desde que fique claro que a competição é
realizada com o time oponente e não contra, compreendendo o oponente como um
elemento fundamental
damental para que o jogo aconteça.

3. Um desafio entre a Competição e a Cooperação


Sabe-se
se que a sociedade moderna é baseada no consumo e orientada para a
produtividade. Portanto dentro deste contexto, muitas vezes o único caminho que
surge é o da competição.

Muitas pessoas dizem que competir faz parte da natureza do homem, em que a
busca pela vitória torna-se
se extremamente importante para o seu ego, enquanto que
amor, união e cooperação são valores menosprezados. Em nossos dias, crianças
são ensinadas pela mídia a a festejar a vitória e chorar na derrota, a pensar que
alegria e triunfo de poucos é possível com o fracasso de muitos e que nesta
sociedade, o importante para sobreviver é procurar seus interesses, vivendo cada
dia mais no individualismo.
37
Observamos que normalmente os locais em que tem sido presenciadas essas
formas de viver são nos ambientes doméstico e educacional.As exigências pelo
êxito são enormes e sem perceber, desenvolve valores como: ser o melhor, colocar
o foco no resultado (ganhar ou perder) e não no processo e na qualidade. Com isso,
reforça certas atitudes e posturas competitivas.

Segundo Cortez (1999), para transformar essa realidade e tornar um ambiente


alegre, agradável de estar e aprender, é necessário mudar a prática pedagógica,
utilizando
do atividades que valorizam as experiências e desejos das pessoas, e jogos
que criam oportunidades para seu desenvolvimento físico, moral e intelectual
garantindo, dessa forma, a formação de um indivíduo com consciência social, crítica,
solidária e democrática.

Na análise dos jogos cooperativos vista como função educativa, o facilitador ou


professor, tem o grandioso compromisso de difundir valores positivos para que os
participantes possam entender que a verdadeira vitória, não vai necessariamente
dependerr da derrota dos outros. O maior sucesso é desenvolver por meio da
compreensão psicomotora, variadas habilidades e potenciais próprios, para que
todos tenham importantes papéis em realizar as tarefas conjuntas.

Orlick, um dos precursores dos jogos cooperativos,


cooperativos, afirma que as duas frentes dos
jogos são desafiadoras, o diferencial entre eles é:

Nos jogos cooperativosos


cooperativosos participantes são valorizados e todos ganham, sendo
assim, os jogos eliminam o medo e o sentimento de fracasso. O principal sentido
dessa pratica
atica é criar oportunidades para o aprendizado cooperativo e
prazeroso,todos
todos devem contribuir e respeitarem-se
respeitarem mutuamente para que
Segundo Barreto (2000): “Jogos cooperativos são
possam ser campeões..Segundo
dinâmicas de grupo que têm por objetivo, em primeiro lugar,
lugar, despertar a consciência
de cooperação, isto é, mostrar que a cooperação é uma alternativa possível e
saudável no campo das relações sociais; em segundo lugar, promover efetivamente
a cooperação entre as pessoas, na exata medida em que os jogos são, eles
próprios, experiências cooperativas.”

Nos jogos competitivos,


competitivos só é valorizado o vencedor.. O sentido primordial é o
vencer, pois perder não faz parte do processo.Um
processo.Um dos problemas dos jogos
competitivos é que quando se colocam os indivíduos em situação de rivalidade,
r sua
aceitação é muito relacionada com o fato de ganhar ou perder, provocando assim
alto nível de angústia e agressividade.Os
agressividade.Os participantes dos jogos competitivos
consideram os outros jogadores adversários

38
Jogos Competitivos Jogos Cooperativos
Cooperativo
Divertido para alguns Divertido para todos

Alguns sentem-se
se perdedores Todos sentem-se
se ganhadores

Exclusão por falta de habilidade Todos envolvem-sese de acordo com


suas habilidades
Estimula desconfiança e egoísmo Estimula o compartilhar e confiar

Cria barreira entre as pessoas Cria pontes entre as pessoas

Os perdedores saem e observam Os jogadores ficam juntos e


desenvolvem suas capacidades
Estimula o individualismo e o desejo Ensina a ter senso de unidade e
que o outro seja derrotado solidariedade
Reforça sentimentos de depreciação, Desenvolve e reforça os conceitos de
incapacidade, rejeição, inferioridade AUTO (auto confiança, auto
etc aceitação, auto estima)
Fortalece o desejo de desistir frente Fortalece a perseverar frente às
às dificuldades dificuldades
Poucos são bem sucedidos Todos encontram o caminho para o
crescimento e desenvolvimento

Incomodado com o excesso de incentivo à competição, com o crescimento da


violência, com a tecnologia, com a quantidade de atos desumanos em diversos
setores da nossa sociedade, e principalmente, com o reflexo desse contexto na
educação, Terry Orlick encontra nos jogos cooperativos uma base e um caminho
para começar mudanças positiva em prol de uma ética cooperativa.

Com isso entende-se,


se, de acordo com Brotto (1995), jogar em grupo é uma
oportunidade criativa para encontrar conosco, com os outros e com todos, e a partir
daí, o jogo passa a ser uma conseqüência das visões, ações e relações.

“Aprender a competir é importante, mas não devemos concentrar apenas em


competição e esquecer de praticar a cooperação”.

“Quando Cooperamos os objetivos são comuns e as ações são benéficas


para todos, mas quando há competição já defino que deverá haver ganhador
e perdedor”.

39
4. Principais categorias dos Jogos Cooperativos
Cooperativos (Orlick)

Quando se fala sobre Jogos Cooperativos, o canadense Terry Orlick torna-se


torna a
principal referência em estudos e trabalhos sobre esse tema. Para esse importante
pesquisador, os Jogos Cooperativos não são manifestações culturais recentes, nemne
tampouco uma invenção moderna, são jogos baseados em atividades com mais
oportunidades de diversão e que procuram evitar as violações físicas e psicológicas.
Desde cedo, os indivíduos mais novos aprendiam com os mais velhos esses
princípios e buscavam praticar
pr os diferentes jogos com alegria,
divertimento,companheirismo e cooperação.

“A cooperação, é a força unificadora mais positiva que agrupa uma


variedade de indivíduos com interesses separados numa unidade
coletiva”. (Orlick, 1989).

Passamos agora a falar das várias formas de se jogar, fazendo comparações para
entender e clarear a nossa compreensão e não para falar que uma forma é boa e a
outra ruim, pois só conhecendo as várias maneiras de se ver uma situação é que
podemos decidir entre uma ou outra.
outr

Terry Orlick (1989) dividiu os jogos cooperativos em diferentes categorias, pois


sempre é necessário adequar os jogos aos grupos que se propõem a jogar.

Dessa maneira, mudanças podem ser feitas nos jogos tradicionais com o objetivo de
introduzir, pouco a pouco, os valores de cooperação. Baseado nisto, Terry Orlick
(1989) categorizou os jogos cooperativos da seguinte forma:

1. Jogo cooperativo sem perdedores: São os jogos plenamente cooperativos,


pois todos jogam juntos para superar um desafio comum e não há
perdedores.

2. Jogos cooperativos de resultado coletivo: São formadas duas ou mais


equipes, mas o objetivo do jogo só é alcançado com todos jogando juntos, por
um objetivo ou resultado comum a todos.

3. Jogo de inversão:Jogos
inversão: onde os jogadores experimentam
m situações de troca
entre as equipes, favorecendo a consciência de interdependência, respeito,

40
empatia, valorização dos parceiros de jogo e diminuição da preocupação
excessiva com o resultado.

4. Jogos semicooperativos: Esses jogos favorecem o aumento da cooperação


co
do grupo, e oferece as mesmas oportunidades de jogar para todas as
pessoas do time, mesmo um com menor habilidade, pois existem regras para
facilitar a participação desses. Os times continuam jogando um contra o outro,
porém a importância do resultado
resultado é diminuída, pois a ênfase passa ser o
envolvimento ativo no jogo e a diversão.

Segundo Orlick,, a maneira como a pessoa joga, irá refletir na maneira de


encarar a vida, portanto, um jogo cooperativo pode proporcionar muito mais
do que imaginamos na a vida de alguém.

5. Principais características dos Jogos Cooperativos

Os Jogos Cooperativos facilitam a aproximação e a aceitação. É onde a ajuda entre


os membros da equipe torna-se
torna se essencial para atingir as metas propostas e alcançar
o objetivo final.

Podemos perceber algumas maneiras possíveis de ver-e-viver


ver viver o jogo, tanto nos
ambientes educacionais, nas comunidades, nas empresas, como em todos os
momentos na vida.

Competir, omitir-se e Cooperar são possibilidades de agir e ser no mundo. Cabe


escolhermos,
os, e acabarmos com o MITO que é a competição que nos faz evoluir.A
evoluir.
pessoa quando joga cooperativamente aprende a se colocar no lugar do outro,
priorizando sempre os interesses coletivos epodem
epodem participar autenticamente de
qualquer jogo,, pois ganhar ou perder
perder são apenas referências para um continuo
aperfeiçoamento.

Na sociedade em que vivemos competir e cooperar são atitudes importantes. No


entanto tudo tem seu momento certo...

O jogo cooperativo ou competitivo, são muito mais do que representações culturais,


cultu
históricas ou sociais. Expressam concepções de mundo, de ser humano e de
41
valores que estiveram em voga em um determinado momento. Hoje, valores como a
cooperação, a solidariedade, a preocupação com a ecologia, estão ganhando
destaque em diversos setores
seto da nossa sociedade.

O quadro abaixo nos dá uma ideia das principais características dos dois tipos
de jogos:

Características Características
Jogos Cooperativos Jogos Competitivos
Visão de que “tem para todos” Visão de que “só tem
em para um”
Objetivos comuns Objetivos exclusivos
Ganhar COM o outro Ganhar DO outro
Jogar COM Jogar CONTRA
Confiança mútua Desconfiança, suspeita
Descontração Tensão
Solidariedade Rivalidade
A vitória é compartilhada A vitória é somente para alguns

Observando essas características, podemos questionar se queremos uma


sociedade mais cooperativa e menos competitiva. Precisamos de homens que
saibam ser e agir cooperativamente e não individualistas.

Segundo Orlick (1989): “Quando todos podem ganhar com


com a contribuição de todos,
algo estranho acontece. As pessoas começam ajudar umas às outras”.

“A maneira como a pessoa joga, irá refletir na maneira de encarar a vida, portanto,
um jogo cooperativo pode proporcionar muito mais do que imaginamos na vida de
alguém”.

42
REFERÊNCIAS

BROTTO, Fábio Otuzi. – Jogos Cooperativos: Se e o importante é competir, o


fundamental é cooperar. Santos: Projeto Cooperação, 1997.

BROTTO, Fábio Otuzi. – Jogos Cooperativos: O Jogo e o Esporte como um


Exercício de Convivência.

BROTTO, Fábio Otuzi (org.) – Jogos Cooperativos nas Organizações.


Organizações São Paulo:
SESC e Projeto Cooperação, 2001.

BROWN, Guillermo. – Jogos cooperativos:


cooperativos Teoria
eoria e prática. São Leopoldo:
Sinodal, 1994.

Cooperativos São
CORREIA, Marcos. – Trabalhando com Jogos Cooperativos. S Paulo:
Ed.Papirus, 2014.

Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança, v. 2, n. 4, p. 125-


125
139, dez. 2007.

43
ATIVIDADES EM GRUPOS / AULA 03

1. Construir e apresentar:
a. Duas atividades Cooperativas
b. Duas atividades Competitivas
Co
c. Duas atividades Semi Cooperativas

44
____________________________________________________________________________

Aula 04

1. O Jogo Cooperativo e suas possibilidades

Além das várias possibilidades e funções atribuídas ao jogo cooperativo,


cooperativo Wittizorecki
(2009, p. 7374) contempla alguns valores que podem ser
ser alcançados:
alcançados

Valor Valor Valor Valor Valor


Físico Psíquico Intelectual Social Educacional

• VALOR FÍSICO:: nessa perspectiva, o jogo representaria a possibilidade de


trabalhar
alhar as propriedades motoras, como a força, a resistência, a velocidade, a
flexibilidade, o equilíbrio e a coordenação, além das habilidades motoras básicas,
como correr, saltar, lançar, balançar-se.
balançar

• VALOR PSÍQUICO:: nessa perspectiva, o jogo representaria


representaria a possibilidade de
externar tensões emocionais, possibilitando um efeito catártico nas vivências, além
de experimentar diferentes papéis e lugares: liderar ou ser liderado, foco na
individualidade ou na coletividade, o fato de vencer ou perder, de ter êxito ou
fracasso, de exercer a tolerância consigo e com o outro.

• VALOR INTELECTUAL:
INTELECTUAL: nessa perspectiva, o jogo representaria a possibilidade de
analisar e enfrentar desafios e problemas de diferentes complexidades que exijam a
construção de variadas respostas
respostas e alternativas, estimulando, assim, as funções
cognitivas do indivíduo.

45
• VALOR SOCIAL:: nessa perspectiva, o jogo representaria a possibilidade de
ampliação
ação do espaço social da pessoa,
pessoa, em função da interação, convivência e dos
laços estabelecidos com outros
out sujeitos que com ela jogam,, incorporando e
reconstruindo pautas sociais de relacionamento;

• VALOR EDUCACIONAL:
EDUCACIONAL nessa perspectiva, o jogo, porr meio do planejamento e
das regras estabelecidas,
estabelecidas, representaria a possibilidade de organizar
intencionalmente
onalmente a aprendizagem de normas, valores e conteúdos. Nesse caso, não
estamos nos referindo ao jogo como sinônimo de brincar. Ao vislumbrá-lo
vislumbrá
intencionalmente com seus valores educativos, o enquadramos em outra classe
como jogo pedagógico.

Também em função ção dessas possibilidades de jogar, destacamos que a prática e


aplicação dos jogos cooperativos apresenta grandiosos ganhos para o ser humano,
humano
desenvolve o respeito mútuo, estabelece os objetivos comuns, reforça as ações
compartilhadas e os benefícios são
sã distribuídos para todos. É importante aproveitá-
aproveitá
los como uma alternativa para a diminuição da violência, a exclusão, a falta de
disciplina e evasão.

Oliveiras (1998 apud CORREIA, 2006 p. 46-47)


46 47) apresenta os jogos cooperativos
como capazes de diminuir as manifestações de atitudes agressivas e de aproximar
as pessoas uma das outras e também da natureza,
nat em razão de características
importantes, que são:

• não valorizam o fato de ganhar ou perder;

• evitam a eliminação de participantes, procurando manter


manter todos incluídos até o fim
do jogo;

• procuram facilitar o processo criativo, com a flexibilização das regras;

• procuram evitar estímulos à agressividade e ao confronto individual ou coletivo.

46
2. Formas de Percepção, Vivência e Ação dos Jogos

Cavallari
llari (2006 apud BROTTO, 2001, p. 56) faz uma comparação entre as formas
de percepção,
pção, vivência e ação dos jogos.

O jogo cooperativo é uma atividade física e mental que desenvolve diferentes


capacidades. Almeida (2003, p. 119) relembra que os jogos não são fins mas meios
que completam e devem ser somados ao trabalho do educador e para facilitar a
aplicação dos jogos cooperativosvisando
cooperativosvisando o desenvolvimento de diferentes
capacidades, no qual, ele os agrupou da seguinte forma:

•Jogos de interiorização de conteúdos.


con
Objetivos: desenvolver a atenção, memorização, raciocínio, criatividade,
valores éticos, agilidade motora.

•Jogos de expressão, raciocínio, interpretação e valores éticos.


Objetivos: desenvolver a memória, a linguagem oral, a sociabilização,
valores
lores éticos, criticidade e o raciocínio.

•Jogos de cooperação, integração, expressão corporal, comunicação e


coordenação motora.
Objetivos: união, inclusão, raciocínio rápido, desenvolvimento das
habilidades motoras, comunicação e criatividade.

3. O Jogo como recurso pedagógico

O Jogo Cooperativo está inserido na teoria dos jogos como um dos recursos de
contribuição educacional, sendo assim, ressaltamos a sua importância. O jogo tem
papel fundamental no desenvolvimento do ser humano e pode ser utilizado
util como
uma ferramenta eficiente no processo educativo. Como destaca Melo (2008) ao falar
sobre o jogo, o indivíduo aprende inconscientemente, pois a diversão alivia a
pressão e a necessidade constante de dominar o conteúdo – a pressão em ter que
saber, conhecer é substituída pela descontração e os resultados são mais
expressivos. Muitos profissionais sonham em ter seus alunos com vontade de ir para
escola, querendo aprender mais, sem que seja uma obrigação.
obrigação. Mas o que os
profissionais da educação estão fazendo
azendo para que isso se torne realidade? Para
atingir esse fim é preciso buscar novas metodologias de ensino, repensar o
conteúdo e as práticas pedagógicas; substituir a rigidez e a passividade imperantes
47
no processo ensino aprendizagem por métodos que reforcem
reforcem o amor pela vida, pela
alegria, pelo entusiasmo de aprender e seduzir os seres humanos para o prazer de
conhecer. Deve-sese ter consciência do significado de educar.

Conforme ressalta Dallabona e Mendes (2004, p. 110) “Educar é um ato consciente


e planejado,
nejado, é tornar o indivíduo consciente, engajado e feliz no mundo. É seduzir os
seres humanos para o prazer de conhecer. É resgatar o verdadeiro sentido da
palavra “escola”, local de alegria, prazer intelectual, satisfação e desenvolvimento.”
Torna-se cada a vez mais necessário resgatar o prazer no trabalho, na educação e na
vida. Utilizando o jogo como recurso pedagógico o professor trabalha mais feliz, e
como afirma Dallabona e Mendes (2004 apud MARCELLINO, 1990, p. 126) “É só do
prazer que surge a disciplina
disciplina e a vontade de aprender.” Para que se tenha um bom
aproveitamento e resultados satisfatórios na utilização dos jogos é preciso ter algum
conhecimento prévio das características e necessidades de cada faixa etária, saber
como aplicar e mediar o jogo.

Wittizorecki
ittizorecki (2009, p. 88) nos alerta para os fatores que devem ser evitados nos
jogos:

PARTICIPANTES: a eliminação pode trazer uma sensação de


ELIMINAÇÃO DOS PARTICIPANTES:
frustração nos participantes, deixando-os
deixando os na condição de observadores, quando o
fator participação
ão é primordial.

DISCRIMINAÇÃO:: seja de ordem sexual, étnica, religiosa ou outra qualquer, é


importante que os estigmas não sejam reforçados nos jogos. Faz-se
Faz necessário
evitar, por exemplo as “brincadeiras de meninas” e “brincadeiras de meninos”, de
modo o a favorecer a igualdade de oportunidades e de papéis, devendo o professor
problematizar os estereótipos de gêneros em voga nos diferentes jogos.

AUTORITÁRIA: o professor não deve se colocar como eixo central da


DIREÇÃO AUTORITÁRIA:
aula, possibilitando um espaço para
para que todos possam propor e dirigir a atividade
em algum momento.

Para Soler (2003) existem vários tipos de jogos que podem ser bem utilizados
quanto ao objetivo almejado, são eles:

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• Jogos cooperativos para apresentação;
• Jogos cooperativos para aproximação;
• Jogos
ogos plenamente cooperativos;
cooperativos
•Jogos
Jogos cooperativos para resolução de conflitos
• Jogos cooperativos para ligação;
• Jogos cooperativos para descontrair;
• Jogos cooperativos de confiança;

4. Atividades Práticas dos Jogos Cooperativos

1. JOGOS COOPERATIVOS PARA APRESENTAÇÂO

Como o próprio nome sugere, estes jogos têm como principal objetivo apresentar
os participantes. Em um ambiente novo é necessário que todos possam se
conhecer para a convivência harmoniosa.

Atividade

1.1 - Eu Gosto de Você Porque...

Material: Papel e canetas.

Disposição: Todos em um grande círculo.

Desenvolvimento: O Facilitador pedirá a cada um dos participantes falar seu


nome e escrever num pedaço de papel, e, à medida que eles dão voltas no
círculo, cada um pensa numa coisa que gosta sobre cada pessoa e escreve
aquilo no pedaço de papel, embaixo do nome da pessoa. Quando todos
terminarem, cada um recebe de volta o seu papel e pode conhecer o que o grupo
pensa sobre ele no primeiro momento.

Objetivos: * Estimular o conviver; * Conhecer o grupo; * Propiciar a relação


interpessoal. SOLER (2003, p. 77)

2. JOGOS COOPERATIVOS PARA APROXIMAÇÃO

Como o próprio nome sugere, estes jogos têm como principal objetivo aproximar
os participantes. Num ambiente indisciplinado, onde ninguém ouve ninguém,
ninguém respeita o próximo, não poderá haver aprendizagem, as pessoas que
não se aproximam das outras não vêem sentido em respeitá-las.
respeitá las.
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Para PIAGET (1996), o respeito constitui o sentimento fundamental que
possibilita a aquisição
ão das noções morais. Conseguimos atingir a
responsabilidade, desenvolvendo a cooperação, a solidariedade, o
comprometimento com o grupo, criando contratos e regras claras e que
precisarão ser cumpridas com justiça.

Atividades

2.1 – O Cego

Material: Venda para os olhos.

Disposição: Todos em círculo dando as mãos, menos um, que representará a


pessoa cega.

Desenvolvimento: No centro do círculo se colocará um participante vendado: O


cego. Depois de dar três voltas sobre si mesmo, se dirigirá a qualquer pessoa
pesso do
círculo e apalpará seu rosto para tentar reconhece-la.
reconhece la. Se conseguir, troca de
lugar com ela.

Objetivos: Proporciona aproximação entre pessoas. * Desenvolve Percepção


tátil; * Percepção dos outros; * Vivenciar uma atividade sem utilizar a visão.

2.2 – A Ordem das Idades

Material: Nenhum.

Disposição: Todos em fila.

Desenvolvimento: O compromisso é não falar mentiras durante o jogo e só


podem usar gestos. O objetivo do grupo é ordenar por data de nascimento, da
maior para a menor, porém, sem falar. Ganhará
Ganhará o grupo quando estiver todo em
ordem. Aí sim, pode se falar.

Objetivos: * Aproximar o grupo; Estimular a cooperação; Realizar a atividade sem


utilizar a oralidade, aprender a observar.SOLER (2003, p.78)

2.3 – Espiral

Material: Música tocada num aparelho


apar som.

Disposição: Em círculo, todos de mãos dadas.

Desenvolvimento: O facilitador solta sua mão esquerda e começa a caminhar


para a esquerda dentro do círculo. Os outros, sempre de mãos dadas, seguem-
seguem
no, pouco a pouco formando uma espiral humana, que fica cada vez mais
apertada. Essa espiral chega a um ponto em que todos estão tão apertados, que
não podem continuar mais. Então o facilitador pode dar a volta e dirigir o grupo

50
para fora, terminando no círculo grande original. Durante o jogo o grupo pode
cantar ou escutar uma canção, enquanto sente a energia coletiva.

Objetivos: * Aproximar o grupo; * Descontrair. BROWN (1994, p. 71)

3. JOGOS PLENAMENTE COOPERATIVOS


Segundo SOLER (2003), os Jogos Plenamente Cooperativos são aqueles que
necessitam da colaboração de todos os participantes. Onde cada um se torna
essencial para alcançar o objetivo proposto pelo jogo. Não havendo exclusão e nem
discriminação, joga-se
se pelo prazer e capa participante utiliza habilidades e
capacidades diferentes. Para ORLICK (1989, p.123) o objetivo dos jogos
cooperativos é criar oportunidades para o aprendizado cooperativo e a interação
cooperativa prazerosa. A simples reunião de pessoas socializadas competitivamente
não é suficiente para melhorar a cooperação ou a amizade.
amizade. Elas devem estar
ligadas entre si de maneira “interdependente”. A estrutura da atividade estabelece as
condições dessa “interdependência”. Conforme este autor, temos a alternativa
de proporcionar novas formas de estruturas de “vitória-vitória”,
“vitória criando jogos sem
perdedores com o objetivo de melhorar essa interação cooperativa.

Atividade

3.1 – Futpar

Material: Bola de futsal.

Disposição: Duplas de mãos dadas.

Desenvolvimento: É um jogo de futebol normal. Porém, cada equipe é formada por


duplas (ou trios) que devem permanecer de mãos dadas. Jogamos sem goleiros e
ampliamos ao máximo as dimensões do campo (ou quadra). Dependendo do
número de participantes usamos mais de uma bola, simultaneamente. A cada gol
estimulamos novas parcerias, o que propicia
propicia um constante desafio de “boa
convivência”.

Objetivos: * Estimular a convivencia; * Propiciar parcerias; * Desenvolver habilidades


motoras, tais como: correr, driblar, saltar, desvencilhar-se.
desvencilhar se. BROTTO (2003, p. 121)

4. JOGOS COOPERATIVOS PARA A RESOLUÇÃO


RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

Para ZAGURY (1999), não podemos ignorar ou desvincular a história de vida do


aluno, de sua família e do meio em que vive. Ele traz de casa, da sociedade um
olhar de mundo que não foi aprendido na escola e, às vezes, dependendo de qual

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seja ele, a escola hesita em aceitar. Porém, um fenômeno interessante ocorre no
grupo de alunos. Quando um limite é discutido e decidido entre os alunos e o
professor, ele pode ser cobrado em sala de aula e será aceito. Outro sintoma é a
instalação de certos hábitos
bitos que vão sendo adquiridos pela convivência entre os
alunos em classe. Por isso acontece de alunos indisciplinados, em contato com um
ambiente calmo e acolhedor, conseguirem com o tempo se relacionar de maneira
amigável e aumentar consideravelmente sua produção e seu conhecimento.
Estabelecer limites (disciplina) é uma das funções da escola. Mas a diferença entre
serem respeitados ou não está na maneira como são colocados. Com relação ao
professor, RUIZ (1995) destaca que ele precisa acreditar
acreditar em suas potencialidades,
em sua função, preparando-se
preparando para ela, utilizando-se
se dos melhores meios para
exercê-las,
las, buscando novas oportunidades, auto-aperfeiçoamento,
auto aperfeiçoamento, para melhor
compreender a relação teoria e prática e as características
características fundamentais de cada
pessoa,, entendimento esse que se reverterá em uma ação educacional de
realizações concretas. O profissional da educação deve ser um bom conhecedor do
contexto o qual está inserido, entendendo a problemática, as divergências, no
sentido de ser capaz de aceitar não só a si próprio; porém seus alunos com todas as
suas limitações; por isso toda posição de equilíbrio, prudência e julgamento coerente
se fazem necessários. Para se tomar atitude e posição crítica exige sabedoria que
provém de reflexão madura da da compreensão, de responsabilidade, inspirada na
generosa dedicação ao outro, sem esperar recompensas.

ATIVIDADE

4.1 – Ajudando Seus Amigos

Material: Saquinhos de areia ou feijão.

Disposição: Cada participante com um saquinho em cima da cabeça mantendo o


equilíbrio, todos devem passear pelo espaço destinado para o jogo.

Desenvolvimento: Quando um saquinho cair, a pessoa que não conseguiu


equilibrá-lo
lo deve ficar “congelada”. Outra pessoa então deve tentar pegar o
saquinho ajudando seu amigo a “descongelar-se”
“descongelar se” e seguir no jogo. Quando
abaixar para pegar o saquinho do amigo, se o seu cair, também estará
“congelado”.

Objetivos: * Solucionar os problemas; Estimular a cooperação; * Reforçar o


trabalho em equipe; * Aprimorar equilíbrio SOLER (2003,
2003, p. 112)

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Trabalho
rabalho em Grupo / AULA 04__

1. Jogos Cooperativos

Obs: Montar uma Oficina com atividades discriminadas abaixo

Jogos cooperativos para apresentação;


Jogos cooperativos para aproximação;
Jogos
ogos plenamente cooperativos;
cooperativos
Jogos cooperativos para resolução
res de conflitos

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