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Forragens e Pastagens
A sua importância:
● A valorização de recursos alimentares não utilizáveis
● directamente pelo Homem;
● A elevada valorização dos produtos animais na dieta
● Humana;
● A diversidade de produtos e funções obtidas com a
● produção animal, para além dos seus produtos
● alimentares;
● Estabilidade e sustentabilidade dos agroecossistemas.
Características Diferenciadas
● Porte das Plantas.
● Intensidade do cultivo.
● Duração do cultivo.
● Fertilização.
● Densidade do cultivo.
● Área disponível para cultivo.
Forragens ou culturas forrageiras – são culturas de plantas herbáceas de porte ereto, geralmente
anuais mas por vezes bienais ou vivazes, destinadas a serem colhidas pelo Homem antes da sua
maturação completa, para alimentação dos animais em verde ou após conservação.
Pastagens, pastos ou culturas pratenses – são culturas ou comunidades de plantas geralmente
herbáceas, de porte prostrado e semi-prostrado, aproveitadas predominantemente no próprio local
onde crescem por animais em pastoreio.
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1. Introdução
2. O Sistema de Weende
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Princípio Imediato Princípio nutritivo segundo o Sistema de
Weende
Água Humidade
Figura 2.1. componentes das diferentes partes da análise imediata dos alimentos (Sistema de
Weende)
3. O Sistema de Van Soest
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Figura 3.1. Separação dos Hidratos de carbono e substâncias com eles relacionadas em Fibra
bruta e materiais extrativos não azotados segundo o Sistema de Weende (adaptado de De
Blas et al., 1987)
Quadro 3.1. Hidratos de Carbono do conteúdo celular e das paredes dos vegetais (adaptados
de Alvir et al., 1986).
Quadro 3.2. Divisão da matéria orgânica dos alimentos segundo o Sistema de Van Soest
(1996).
Sílica
1. A pectina, embora fazendo parte das paredes celulares, é solubilizada pela solução
detergente neutra.
2. Nem toda a sílica faz parte das paredes celulares, alguma está no citoplasma e é solubilizada
pela solução detergente neutra.
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● A categoria A inclui um conjunto de substâncias para a digestão das quais existe um
equipamento enzimático no organismo de todos os animais.
● A categoria B inclui substâncias digestíveis em extensão apreciável apenas naquelas
espécies que possuem capacidade fermentativa gastro-intestinal. Esta categoria inclui
também substâncias essencialmente indigestíveis para todas as espécies animais: lenhina,
cutina e uma fracção da sílica.
Marcha analítica do fraccionamento da matéria orgânica pelo sistema de Van Soest (Van
Soest, 1963 e Van Soest e Wine, 1967).
Quadro 3.3. Equivalência entre os grupos analíticos dos sistemas de Weende e de Van Soest
(adaptado de Maynard e Loosli, 1969).
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Diferentes formas de Azoto Alimentar
Aveias, grão 13 31 17 -
Luzerna desidratada 28 48 34 8
Palha de aveia 40 70 47 13
Palha de cevada 42 80 59 8
Palha de trigo 41 85 54 15
Trevo Branco 18 36 32 -
Trevo Violeta 30 56 41 8
Silagem de milho 25 45 27 4
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● Palha de cevada e de trigo - a fibra bruta representa apenas metade dos componentes da
parede celular.
● Feno de Luzerna e a palha de trigo - mesma percentagem de fibra bruta mas com teores
substancialmente diferentes de glúcidos membranários e de lenhina.
● Farinha de luzerna desidratada, palha de cevada e trevo violeta - mesmo teor de lenhina
com teores de fibra bruta muito diversos.
Tabela 1.2. composição do corpo animal* (%) sem o conteúdo do tracto digestivo (Maynard et
al., Animal Nutrition, 7 nª ed. 1979, p10)
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Sistema de Weende
● A análise química dos alimentos é um meio indispensável para a apreciação do seu valor
nutritivo e para o controlo da sua qualidade;
● O esquema de fracionamento da matéria orgânica dos alimentos para animais mais
conhecido e utilizado foi introduzido em 1863 por Henneberg e Stohmann, cientistas da
estação experimental de Weende, na Alemanha, ficando conhecido como o Sistema de
Weende;
● Não permite isolar compostos químicos mas sim grupos analíticos que inicialmente se admitiu
serem homogéneos do ponto de vista nutritivo para todas as espécies zootécnicas ( a
evolução da ciência da nutrição veio contrariar essa ideia da homogeneidade).
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Tipo de Alimento Nº de ensaios de CUD (%) % de Casos
digestibilidade em que (1) >
Fibra Bruta Extract. (2) (2)
(1)
Pode-se concluir:
● A fibra bruta representa razoavelmente para não ruminantes uma fracção de digestibilidade
baixa ou muito baixa. Para ruminantes a fibra bruta apresenta uma digestibilidade muito
variável em geral média ou alta.
● Os extrativos não azotados dos alimentos concentrados têm uma digestibilidade alta para
ruminantes e não ruminantes. Nas forragens esta fração apresenta digestibilidades muito
variáveis quer para ruminantes quer, naturalmente, para não ruminantes.
Sistema de Van Soest
● Procura de sistemas mais correntes de fraccionamento da matéria orgânica dos alimentos
vegetais designadamente da sua fração glucídica;
● Van Soest estruturou um sistema coerente, simples, relativamente rápido e rigoroso. No
esquema de fracionamento da matéria orgânica, Van Soest considerou fundamentalmente
duas grandes categorias de compostos:
● A categoria A que inclui um conjunto de substâncias para a digestão das quais existe
equipamento enzimático no organismo de todos os animais;
● A categoria B que inclui substâncias digestíveis em extensão apreciável apenas naquelas
espécies que possuem capacidade fermentativa gastrointestinal. Esta categoria inclui também
substâncias essencialmente indigestíveis para todas as espécies animais (lenhina, cutina e
uma fracção da sílica).
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● A dentição é a de um roedor (2/2i, 0/0c, 5/6m) em que os dentes são de crescimento
contínuo;
● O ceco alberga uma microflora extremamente densa, constituída essencialmente por
bactérias celulolíticas.
Digestão no coelho
A principal originalidade da digestão no coelho reside no funcionamento do cólon proximal.
1- Da boca ao ceco
● As partículas alimentares chegam rapidamente ao estômago após a mastigação e
ensalivação, onde permanecem entre 3 a 6 horas e sofrem transformação por ação
proteolítica e pela pepsina.
● No intestino delgado entram em ação as enzimas intestinais, pancreáticas e a bílis, havendo
absorção.
2- Após o ceco
● À saída do ceco e á entrada do cólon há a possibilidade de selecção das partículas consoante
o seu tamanho;
● O cólon tem a capacidade de realizar dois tipos de actividades diferentes consoante o
momento do dia;
● Se o conteúdo do ceco chega ao cólon ao começo da manhã vai sofrer transformações. A
parede secreta um muco que envolve progressivamente as bolas de conteúdo que as
contrações da parede permitiram que se formassem, sendo eliminadas geralmente ao
meio-dia e são denominadas fezes moles. O coelho ingere-as diretamente do ânus. A este
processo denomina-se cecotrofia à coprofagia intermitente e selectiva do coelho.
● Se o conteúdo do ceco chega ao cólon noutro momento do dia, tem um destino diferente e é
fraccionado. A fracção líquida é em grande parte reenviada para o ceco. A fracção restante é
encaminhada pelo cólon e recto e forma as fezes duras ricas em glúcidos parietais que são
produzidas à noite.
Particularidades Da Digestão Das Aves
Aparelho digestivo
● A cavidade bucal não compreende nem lábios nem dentes, mas um bico que permite a
preensão e uma certa fragmentação dos alimentos. As glândulas salivares são pouco
desenvolvidas.
● O esófago contém um inchaço rico em glândulas, chamado papo, onde se pode armazenar o
alimento, ser humedecido e amolecido.
● O estômago compreende duas partes:
❖ Um estômago químico, o proventrículo em que a mucosa é rica em glândulas
secretoras de ácido clorídrico e de pepsinogênio, percursor da pepsina.
❖ Um estômago mecânico, a moela.
● O intestino delgado, bem equipado em glândulas secretoras.
● O intestino grosso, pouco desenvolvido e reduzindo-se praticamente a dois cecos onde
ocorrem as fermentações bacterianas. Após um curto recto surge a cloaca, onde se cruzam
as vias genital, urinária e intestinal.
Digestão nas aves
● Na boca os alimentos são pouco fragmentados e grosseiramente insalivados;
● O papo assegura o armazenamento e o amolecimento dos alimentos graças ao muco que é
secretado;
● O proventrículo secreta em abundância o ácido clorídrico e um pH não muito baixo (3 a 4,5);
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● A moela apresenta um pH baixo(2 a 3,5) e é onde se dá verdadeiramente a proteólise pela
acção da pepsina;
● O intestino delgado é o local preferencial da digestão química pela acção das enzimas
intestinais e pancreáticas e da bílis;
● O ceco é o local das fermentações bacterianas permitindo uma utilização parcial dos glúcidos
parietais. Também há uma síntese de vitamina B e níveis importantes de absorção de água e
sais minerais.
Particularidades Da Digestão Dos Cavalos
Aparelho digestivo
1- Da boca ao ceco
● A cavidade bucal assegura a preensão dos alimentos graças aos seus lábios extremamente
móveis e à mastigação. A fórmula dentária é 3/3i, 1/1c (machos), 4/3pm, 3/3m.
● O estômago tem capacidade reduzida. O cárdia impede praticamente que o animal vomite;
inversamente, o piloro está muito aberto e os alimentos permanecem pouco tempo no
estômago.
● O intestino delgado representa 1/3 do volume do intestino;
● O intestino grosso tem uma grande capacidade e compreende essencialmente o ceco e o
cólon, ambos desprovidos de glândulas digestivas.
2- Glândulas anexas
São as mesmas que do porco e dos ruminantes. A saliva não contém a ptialina e o fígado é
desprovido de vesícula biliar.
Digestão do cavalo
● Na cavidade bucal a mastigação é extremamente grande com a finalidade de obter triturados
finos. A produção de saliva ronda os 40l/dia.
● O estômago apresenta as seguintes características:
❖ Um esvaziamento frequente e uma mistura fraca;
❖ No plano mecânico, a fraca mistura e a impossibilidade de eructação e de vomitar
aumentam a predisposição para indigestões e cólicas gástricas;
❖ No plano enzimático, a pepsina é capaz de iniciar a hidrólise das proteínas.
● O intestino delgado é o local de maior digestão enzimática:
❖ Os açúcares simples e o amido são largamente digeridos levando à absorção da
glucose;
❖ As proteínas são digeridas principalmente no intestino delgado e é o papel dominante
desta digestão que explica a dependência dos equinos da qualidade das proteínas
alimentares, ao contrário dos ruminantes. Esta dependência é marcante sobretudo em
fases de crescimento e lactação.
❖ Os lípidos são bem tolerados apesar da ausência de vesícula biliar;
❖ Os minerais e as vitaminas alimentares são absorvidos principalmente no intestino
delgado com excepção do fósforo em que a absorção definitiva ocorre no cólon.
● No intestino grosso as enzimas digestivas do intestino delgado são susceptíveis de
continuar a sua ação; entretanto, o essencial da digestão é proveniente de uma atividade
microbiana intensa extremamente semelhante à que se desenrola no retículo-rúmen dos
ruminantes.
❖ A população microbiana do ceco e do cólon apresenta uma densidade de micróbios
comparável àquela do retículo- rúmen (5 a 7 milhões de microrganismos/g de
conteúdo). Esta população é constituída principalmente por bactérias, sobretudo
celulolíticas sendo os protozoários relativamente raros.
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❖ O amido residual que escapou à digestão no intestino delgado e os glúcidos parietais
sofrem uma degradação microbiana formando-se ácidos gordos voláteis (AGV);
❖ À volta de 30% das matérias azotadas digestíveis chegam ao intestino grosso,
sofrendo, como nos ruminantes, uma degradação microbiana onde o principal
produto final é o amoníaco, podendo ser utilizado para a proteossíntese microbiana.
❖ Devido a uma fraca absorção de aminoácidos microbianos o cavalo tem um
aproveitamento modesto, logo, estão dependentes da qualidade das proteínas
alimentares.
❖ A microflora do intestino grosso sintetiza vitaminas do complexo B.
Balanço hídrico
Numa vaca leiteira:
Ingestão Perdas
Produção 22%
Qualidade da água
1. Qualidade química
● Normas de qualidade química da água para os animais.
pH >5; <8
Gráfico: Efeito do consumo sobre (a) o nível de produção e (b) o índice de conservação do
alimento.
Factores que afectam a ingestão dos alimentos
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1. Factores ligados ao alimento
● Concentração energética
Gráfico: Influência da concentração energética da dieta sobre o consumo de energia e matéria seca
(a) em ruminantes (Montgomery y Baumgart, 1965) e (b) em monogástricos (Cole y Col, 1972).
● Substituição da forragem por concentrado
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2. Factores ligados ao meio
Efeitos da temperatura sobre o consumo e rendimento produtivos de porcos com 70-100 Kg de peso
(segundo Ames e Ray, 1983).
Suínos(1)
Coelhos
Leitões ao nascer: 29-31 ºC
Láparos, recém nascidos: 32 ºC
Porcos em engorda (recria): 20 – 30 ºC
Láparos em engorda: 12 – 15 ºC
Porcos em engorda (acabamento): 15- 25 ºC
Fêmeas reprodutoras: 15 – 18 ºC
Reprodutores: 10- 20 ºC
Aves
Bovinos Broilers (1dia): 33 ºC)
Vitelos estabulados, recém nascido: +9 ºC Broilers fim de engorda: 18 ºC
Vitelos estabulados, 150 Kg de peso: -12 ºC Poedeiras: 10 – 20 ºC(1)
Vitelos estabulados, 350 Kg de peso: -18 ºC
Ovinos
Bovino adulto, extensivo: -21 a +2 ºC(3)
Borregos: -100 a +23 ºC(3)
(2)
Vacas leiteiras estabuladas: -14 a -30 ºC
Ovino adulto: -273 a +14 ºC(3)
(1)
Intervalo de zona termoneutra.
(2)
A maior produção de leite tem menor temperatura crítica.
(3)
Variação segundo as condições do meio (vento, chuva e grau de exposição ao sol).
3. Factores ligados ao animal
● Peso
● Estado fisiológico
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● Nível de acabamento
● Raça
● Espécie
4. Factores ligados ao sistema de produção
● Pastoreio
● Estábulo
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