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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
DESIGN GRÁFICO

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
DESIGN GRÁFICO

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO III

3 CRIATIVIDADE / INOVAÇÃO EM DESIGN

FIGURA 27: DESIGN THINKING UNE INOVAÇÃO,


PENSAMENTO CRIATIVO AO MUNDO DOS NEGÓCIOS

FONTE: Disponível em:


<http://www.slideshare.net/designthinkers/design-thinking-e-
empreendedorismo>. Acesso em: 11 abr. 2013.

Necessidade de mudança é o cenário global atual das empresas em um


mundo onde tudo é passageiro. Com a consolidação da internet, as informações
estão cada vez mais rápidas e os consumidores procuram formas inovadoras e
novidades para lhes facilitar caminhar tranquilo em meio à turbulência do dia a dia.
Dessa forma, vamos entender como funciona o pensamento criativo e
também como implementá-lo em nossas empresas, trabalhos e funções. Vale

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salientar que não é lá muito fácil pensar de maneira criativa, mas com um bom
incentivo, prática e disciplina você estará a um passo de alcançá-la.
A utilidade de ser criativo é a busca para a solução de problemas
desenvolvendo novos produtos e melhorando serviços. E para sermos criativos, não
necessariamente precisamos desenvolver algo revolucionário ou desenharmos
coisas mirabolantes, e sim buscar por eficientes métodos de logísticas para entregar
um relatório, organizar a entrega de uma remessa de produtos, ser promissor com a
sua carreira dentro de um setor.
É importante lembrar que a criatividade é inimiga do medo e do
conservadorismo, ou seja, precisamos nos permitir errar para entendermos que
apenas desta forma podemos gerar novas ideias.
Para entendermos o contexto deste tema, precisamos primeiramente
entender o significado de cada palavra separadamente. Segundo o dicionário Aurélio
entendemos que:

Criatividade: “s.f. Faculdade ou atributo de quem ou do que é criativo; capacidade


de criar coisas novas; espírito inventivo: criatividade artística”.

Inovação: “s.f. Ação ou efeito de inovar. / Introdução de alguma novidade na


legislação, nos costumes, na ciência, nas artes etc.; seu resultado: os velhos
desconfiam das inovações; feliz inovação. / Renovação: inovação de prazo”.

Design: “s.m. (pal. ing.) Disciplina que visa à criação de objetos, ambientes, obras
gráficas etc. que sejam ao mesmo tempo funcionais, estéticas e conformes com os
imperativos da produção industrial. / Conjunto de objetos criados sob tais critérios”.

Criatividade, design e inovação, são termos que praticamente andam juntos


e um tem quase o significado do outro, um caminha de igual para igual com o outro
e é quase que impossível identificar onde começa um e termina o outro.

Não há dúvidas que a criatividade é algo primordial em qualquer profissão


principalmente se tratando de design gráfico, mas ela é o primeiro passo para a
inovação, pois é preciso inovar e criar de forma prática, com responsabilidade e
agilidade. E não há dúvidas que possuindo essas três ferramentas juntas no dia a
dia de uma empresa, o sucesso é garantido.

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Inovar é buscar por algo novo, é partir do zero e chegar ao objetivo com
sucesso. Inovar é fazer mais, é patrocinar feitos criativos, é concretizar atos de
design.
E para estimular a inovação, não se pode buscar referência no que já existe.
E para isso tem que se perceber que o design precisa ser entendido e desenvolvido
em sua essência mais profunda, mais até do que querer a inovação. É entender que
o design precisa ser livre de padrões e buscar formas criativas para desenvolvê-lo.
Analisando de forma prática tudo isso que descrevemos acima, podemos
implementar o uso dessas três palavras dentro da nossa empresa de uma maneira
muito simples, desenvolvendo o que chamamos de brainstorming (ou tempestade de
ideias). É a fase da geração de ideias. Deve ser feito em grupo, cada integrante
pensando e expondo suas ideias para a resolução de um problema específico dentro
da empresa, uma pessoa vai anotando em um quadro todas essas ideias e uma ou
mais ideias juntas poderão ser a solução para o tal problema que a empresa
enfrenta. É uma forma muito interessante de fazer uso da criatividade, da inovação e
a busca por novos conceitos de design, instigando a comunicação social dentro da
empresa, e esse tipo de reunião simples e prática já foi utilizada por grandes
empresas como a Apple, Google, IBM, Intel a fim de se melhorarem a cada dia, e
buscarem sempre procurar o novo e o diferente para oferecer aos seus
consumidores.

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3.1 DESIGN E EMPREENDEDORISMO

Quando se pensa nos profissionais de design logo associamos algumas


palavras a eles: proativo, criativo, prático e atento às novidades. Essas são palavras
que definem bem um empreendedor. Ter espírito criativo e pesquisador, buscar por
novos negócios, oportunidades e ideias são qualidades fundamentais para ser um
empreendedor. E isso no fundo todo designer é!
Para tanto, é importante rever o que está sendo ensinado no meio
acadêmico relacionado ao design, pois algumas ideias e metodologias são clássicas
demais relacionadas ao “boom” de evolução e informação que temos hoje no
universo do design gráfico e de produto.
O universo acadêmico hoje tem que estar completamente voltado à
edificação desses profissionais no mercado de trabalho para que eles possam estar
sempre pensando em inovação e criação. Afinal de contas, a profissão do designer
está bastante valorizada tanto no mercado nacional quanto internacional, portanto
este ensino deve estar voltado para o mundo globalizado.
É muito fácil perceber que na Europa, o design está sendo implementado
nas empresas de forma competitiva, pois as empresas apresentam um desempenho
de mercado muito melhor, aumentando assim o seu número de vendas.
Quando as marcas possuem um brand nacional e atingem um patamar de
conhecimento internacional da marca, seus produtos vendem muito mais e são mais
valorizados. Um exemplo disso são marcas como a Apple, Nokia e BMW.
Com as grandes empresas vivendo em um mercado globalizado e
competitivo é preciso planejar produtos novos com matéria-prima e tecnologia
apropriada, pois a competitividade é crescente e a demanda também.
Por isso o design é uma ferramenta empresarial importante e só desta forma
poderemos mostrar para o mundo o verdadeiro valor do design brasileiro. O universo
do design também precisa ser estratégico, pois é preciso agregar valor a esses
produtos mostrando para o mercado que eles realmente são inovadores e criativos.
Como consequência da junção do design com o empreendedorismo, muitas
empresas estão fazendo valer dessas duas vertentes, fazendo crescer a profissão

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do design no mercado, obtendo lucro com os trabalhos de design com valor
agregado por meio de uma forte campanha de marketing.
É importante frisar que o design é visto hoje dentro das empresas como uma
ferramenta para resolução de problemas. Estudos mostram como essa ferramenta
se comporta entre as diversas áreas de conhecimento. A imagem abaixo mostra
claramente o design em área de confluência com diversas outras áreas de uma
empresa, buscando com essa ferramenta interdisciplinar a competitividade
necessária que o mercado globalizado exige.

FIGURA 28: O DESIGN COMO O CENTRO ESTRATÉGICO


DENTRO DAS GRANDES EMPRESAS

FONTE: Disponível em:


<http://www.seedesign.org/seedesign/case_studies.aspx>.
Acesso em: 11 abr. 2013.

Essa ligação entre o designer e a empresa prova que o design não tem
barreiras, pois sua inclusão está ligada ao mundo e não apenas ao âmbito regional.

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3.2 ENTENDENDO AS CORES

Quando estamos desenvolvendo um projeto gráfico, a cor é um elemento


importante para explicar e harmonizar de uma forma visual a nossa ideia. Por meio
da cor, podemos influenciar o olhar do consumidor, destacar aquilo que é mais
importante no projeto, fazendo com que o indivíduo memorize o que queremos
passar, além das variâncias de cores se fazer presentes no nosso dia a dia de
inúmeras formas, nos influenciando e despertando o nosso olhar.
A cor não é um fenômeno físico, é um estímulo que interpreta o reflexo da
luz vinda de um objeto que foi emitida por uma fonte luminosa, transformando o
estudo da cor em um sistema complexo. A cor é parte de um sistema muito mais
abrangente do que o citado acima, pois tudo irá variar de acordo com a luz, com o
objeto e com o órgão da visão, onde todos esses elementos trabalham
cooperativamente. Portanto a cor em si, nunca será vista como um item isolado.
Quando a luz alcança um objeto pode ocorrer um ou mais fenômenos físicos
que interferem na percepção da cor, a seguir iremos entender alguns desses
fenômenos:

Dispersão: esse fenômeno ocorre quando um feixe de luz alcança um prisma


fazendo aparecer uma tonalidade de cor com frequência mais forte como a cor
vermelha, por exemplo, até a tonalidade de cor com frequência mais baixa como o
violeta.

Difração: ocorre quando a luz é fragmentada em razão de um desvio como um


objeto facetado, por exemplo, ou passa por uma fenda.

Transmissão: esse fenômeno ocorre quando a luz atravessa um objeto


transparente e sem alteração alguma.

Interferência: esse fenômeno ocorre quando as ondas de luz não penetram por
completo no objeto, é quando a luz atravessa camadas ou películas muito finas. É

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quando a coloração ocorre pela interferência dessas camadas finas como o efeito
cromático das cores nas asas das borboletas, ou nas asas dos pavões por exemplo.

Absorção e reflexão: ocorre quando uma luz que é incidida em um objeto é


absorvida ou refletida por ele.

Para entendermos o fenômeno de reflexão e absorção de cor podemos


resumir rapidamente da seguinte forma: quando em um corpo há absorção total da
luz ele é preto, quando ele reflete a luz ele é branco e quando ele absorve
parcialmente a luz ele é colorido.
Para entender melhor o universo das cores, vamos nos aprofundar na
descrição e na representação de cada cor. A descrição de uma cor é dada por meio
de um cenário de condições de iluminação e pode ser descrita por meio de três
parâmetros: matiz, valor e croma (hue, value, chroma).

Hue (matiz ou tom): é a qualidade que distingue uma família de cor da outra como
amarelo, azul e vermelho.

Value (valor): é a qualidade que distingue uma cor luminosa de uma cor escura.
Diferentes cores podem ter o mesmo valor quando são refletidas. A luminosidade da
cor depende da porcentagem de luz que é refletida.

Chroma (saturação): Cores intensas têm alta saturação. A saturação está


relacionada à intensidade da cor. Cores neutras ou acinzentadas possuem baixo
croma.

Guimarães (2000) resume os atributos da cor da seguinte maneira: o matiz


determina a exata posição da cor no espectro eletromagnético, o valor determina o
clareamento, as atenuações da cor ou o seu escurecimento, e o croma determina a
proximidade da cor com a sua correspondente em uma escala de tons de cinza.
Outro sistema de estudo de cor muito importante atualmente no meio
acadêmico para estudantes de arte, design e engenharia elétrica é o sistema
Munsell desenvolvido por Albert H. Munsell em 1915. Esse sistema servia para se

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ter tanto um sistema numérico quanto físico da cor. Munsell dividiu o intervalo de
cores em dimensões de matiz, luminosidade e croma. Dessa forma, ele conseguiu
encontrar 10 matizes principais e 10 graus de valor, tudo baseado no sistema
decimal. Observando a imagem abaixo conseguimos compreender o que Munsell
fez:

FIGURA 29: SISTEMA MUNSELL

FONTE: Disponível em:


<http://aalquimiadacor.blogspot.com/2011/02/o
-sistema-munsell.html>.
Acesso em: 11 abr. 2013

Os matizes estão organizados em um círculo em que o vermelho é


representado por R, amarelado por YR, amarelo por Y, amarelo-verde por GY, verde
por G, verde-azul BG, azul por B, azul-roxo PB, roxo por P e vermelho-roxo por RP.
E cada matiz é dividida por sub-matizes que vai de 1R a 10R.
Munsell construiu um aparelho que continha uma esfera que girava com as
cinco matizes principais ajustadas com o mesmo valor e croma. Quando esse disco
girava e as cores se misturavam, elas se transformavam em uma cor neutra. Munsell
desenvolveu vários estudos com discos com valores diferentes para comprovar a
sua teoria.

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3.3 COR RGB

Obter o controle de cor em um projeto gráfico é uma tarefa fundamental para


um designer e em diversas outras profissões como fotógrafos, editores de vídeos
etc. Dependendo da aplicação é muito fácil escolher o espaço de cor ideal para cada
tipo de trabalho.
Assim, iremos entender como funciona o espaço de cor RGB. RGB é a sigla
do sistema de cores com as iniciais em inglês das cores Red (vermelho) Green
(verde) e Blue (azul). Esse sistema é formado por cores luminosas e é utilizado por
objetos que emitem luz como televisores, monitores de computador, câmeras
digitais, scanners etc. A teoria do espaço RGB desenvolvido por Thomas Young é
baseada no princípio de que efeitos cromáticos são obtidos pela projeção da luz
branca através dos filtros das cores básicas do sistema RGB (vermelho, verde e
azul) pela sobreposição de círculos dessas cores.

FIGURA 30: PROJEÇÃO DA LUZ BRANCA ATRAVÉS DOS


FILTROS DE CORES BÁSICAS DO SISTEMA RGB

FONTE: Disponível em:


<http://www.rkm.com.au/animations/Animation-RGB-additive-
colour-mixing.html>. Acesso em: 11 abr. 2013.

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Isso significa que esses objetos usam as três cores primárias do RGB na
construção dos milhares de cores que conseguimos enxergar em uma imagem. No
sistema RGB cada cor é definida pela quantidade de vermelho, de verde e de azul,
onde a maioria dos arquivos digitais usa número de 0 a 255 para especificar
facilmente essas quantidades de cor, onde o número 0 é a ausência de intensidade
e 255 é a intensidade máxima.
Sendo assim, cada cor é identificada por uma tripla de números inteiros, por
exemplo: 0 ≤ R ≤ 255, 0 ≤ G ≤ 255 e 0 ≤ B ≤ 255. Dessa forma, em um software
(programa para design gráfico) ao alterarmos os valores de cada cor o programa
automaticamente exibirá uma nova cor. Como iremos ver nas imagens abaixo:

FIGURA 31: TABELA COM O NOME DE CADA COR E SEUS NÚMEROS DE


INTESIDADE RGB

FONTE: Disponível em:


<http://www.mxstudio.com.br/Conteudos/Dreamweaver/Cores.htm>.
Acesso em: 11 abr. 2013.

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FIGURA 32: ALTERAÇÃO DAS
CORES NO SOFTWARE
PHOTOSHOP

FONTE: Print da tela do


Photoshop.

As duas imagens acima mostram claramente como alterando a intensidade


das cores podemos encontrar diversas novas cores.

3.4 COR CMYK

O sistema CMYK é um sistema muito utilizado na indústria gráfica e é


formado pelas siglas das cores em inglês Cyan (Ciano), Magenta (Magenta), Yellow
(Amarelo), e o K representa o Black (Preto). Sendo o preto a cor chave para
representar e definir os detalhes de uma imagem. Como vimos anteriormente, o
sistema RGB é a cor que podemos visualizar no monitor, já o CMYK é a cor que
vemos impressa quando pedimos para imprimir algum documento em um fundo

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branco, a fim de diminuir a intensidade de luz e intensificar a combinação das quatro
cores em questão. Sendo o CMYK a cor pigmento da que vemos no monitor.

FIGURA 33: REPRESENTAÇÃO DOS TONS BÁSICO DO SISTEMA CMYK

FONTE: Disponível em: <http://valejet.blog.br/diferencas-entre-rgb-e-cmyk/>.


Acesso em: 11 abr. 2013

Quando em uma impressão queremos ver um vermelho vivo, podemos


aumentar a quantidade de magenta em 100% mais a densidade de amarelo também
em 100%, pois esses dois pigmentos geram o vermelho. Se quisermos obter um tom
de cinza médio podemos colocar 100 de ciano, magenta e amarelo. Quando
queremos representar o branco ou um detalhe em branco apenas entendemos como
não aplicação do pigmento na área desejada.
A seguir uma imagem representativa da diferença do sistema RGB para o
CMYK:

FIGURA 34: DIFERENÇA ENTRE O SISTEMA RGB DO SISTEMA CMYK

FONTE: Disponível em: <http://taniaalmeida94.blogspot.com/2012/11/modelos-de-cor_5051.html>.


Acesso em: 11 abr. 2013.

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Note como as cores do CMYK não possuem luminosidade e como a união
dos círculos de cores formam cores completamente diferentes das cores do RGB.

3.5 CARTELA PANTONE

Pantone é uma empresa criada em 1962, em New Jersey, nos Estados


Unidos, que se tornou uma referência mundial por há mais de quarenta anos
desenvolver cores de tinta por meio de um sistema numérico preservando a
qualidade da tinta e mantendo a regularidade de seu padrão de produção,
catalogando tonalidades de diversas cores em cartelas e livros destacáveis para a
realização de trabalhos gráficos, têxteis, cores de tintas e plásticos, mantendo uma
forma universal de comunicação dando a cada cor um código e uma numeração
específica. Essa cartela foi formulada a partir de 14 cores básicas.
Quando estudamos o sistema CMYK anteriormente, vimos que é um sistema
de pigmentos voltado para a impressão, certo? Neste caso, o que a Pantone faz? A
Pantone reúne essas cores, e as mistura com o intuito de criar outras novas cores
catalogando-as e dando a elas novas numerações, facilitando a sua identificação e a
sua procura.
O sistema Pantone é importante em um trabalho gráfico principalmente na
hora da impressão, pois quando um designer desenvolve um projeto, a cor que ele
está observando em seu monitor, não é a cor que vai sair impressa no trabalho final.
Portanto, o designer precisa decidir as cores que quer usar e precisa tratar
essas cores, independente do resultado que o monitor mostra (muitas vezes, o
monitor não está calibrado, nem a impressora, por isso as impressões dos trabalhos
saem em cores diferentes). Ao enviar o trabalho para uma gráfica, o designer
precisa enviar os códigos CMYK que quer que sejam impressos em seu trabalho.
Em razão de tantas outras exigências do mercado gráfico, a Pantone também
desenvolve cartelas baseadas no sistema RGB, facilitando visualizar ao vivo cores
que conseguimos enxergar nos monitores.
Esses códigos estão presentes na cartela Pantone, mostrando ao designer
qual é a cor específica que vai sair impressa na arte final. Assim, o arte-finalista

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conseguirá entender exatamente qual a cor que o designer pretende ver ao final do
projeto.
A cartela também é utilizada por muitos profissionais da moda, que precisam
atualizar as cores de seus tecidos e materiais de acordo com a estação do ano. A
própria Pantone faz uma enorme pesquisa de cores para a estação primavera-verão
e outono-inverno, divulga essas informações para esses profissionais, que
pesquisam em desfiles e revistas cores adicionais para o seu segmento profissional
e montam a cartela de cores de seus produtos.

FIGURA 35: MODELO DE UMA CARTELA PANTONE

FONTE: Disponível em:


<http://pinterest.com/pin/190558627954742516/>.
Acesso em: 11 abr. 2013.

3.6 MACROTENDÊNCIA: ANÁLISE DO CENÁRIO

Desde os anos 90, podemos acompanhar o desenvolvimento de forma


crescente da internet, e a quantidade de empresas que querem fazer parte desta
fatia, a fim de colocar neste universo seus produtos e filosofias. Dessa maneira,
cada vez mais o mercado de trabalho está à procura de designers para se
atualizarem e montarem seus sites, suas embalagens, desenvolverem novos

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produtos, novas mídias para fazer parte da vida de seus clientes de forma
diferenciada e atingir tantos outros que ainda não são. Afinal de contas, além de a
empresa possuir um bom resumo profissional ao longo dos anos, a beleza e o estilo
hoje são grandes influenciadores econômicos em todas as áreas.
Hoje as pessoas param para pensar nas grandes empresas que há anos
construíram suas histórias baseadas no design e que até hoje continuam firmes e
fortes, além de muito bem atualizadas no mercado de trabalho. Um bom exemplo
citado na nossa apostila é a garrafa de Coca-Cola que possui o mesmo design de
1915 e continua fazendo história, utilizando a mesma forma.
E o que falar da Apple, que em 1997 passou por uma grande crise, e acabou
recontratando Steve Jobs no ano seguinte lançando o iMac diferenciando o seu
design e reposicionando a marca ao mercado de trabalho, não apenas através de
seus produtos, mas também através de suas embalagens limpas, eficientes, que
protegem o produto, e possui lugar para guardar todos os equipamentos da marca.
Um dos grandes problemas que o design gráfico enfrenta hoje no mercado é
que a sua profissão ainda não foi regulamentada no Brasil e esses profissionais
precisam concorrer com profissionais do marketing, arquitetos, micreiros, dificultando
muitos trabalhos que são estudados e designados para uma profissão específica.
Outro detalhe que deve ser levado em consideração é em relação ao valor
que tem que ser cobrado pelo design em relação ao seu trabalho. A Associação do
Design Gráfico (ADG) produziu em seu livro Guia ADG Brasil de prática profissional
do designer gráfico, em 2002, uma tabela de valores para que os profissionais da
área possam ter uma noção do quanto cobrar por seus trabalhos, mas essa tabela
ainda é muito difícil de ser mensurada para alguns trabalhos, até mesmo se formos
comparar aos valores de mercado que são completamente diferentes e não
trabalham com uma base de valores.
Em razão desses impasses, o profissional sabe que ele é importante no
mercado, mas não consegue se definir na hora de uma entrevista de trabalho, pois
ele precisa fazer uso de uma infinidade de programas, que profissionais de outras
profissões usam, mas não sabem como executar o mesmo trabalho que um
profissional da área no qual estudou quatro ou até cinco anos na faculdade.

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Por isso muitos designers se sentem confusos ao caírem no mercado de
trabalho. Outro impasse é no campo acadêmico, em que muitos professores não
preparam o aluno para o mercado de trabalho. Ensinam uma didática totalmente
clássica, sem atualizações de mercado, sem mecanismos de auxílio para o aluno
compreender como funciona uma empresa e do que realmente o aluno pode se
valer para modificar, dar novas ideias e realmente fazer a diferença no mercado de
trabalho, como ser criativo e desenvolvedor de novos mecanismos e ideias.
As faculdades formam inúmeros profissionais que só entendem mesmo o
que é a sua profissão quando começam a trabalhar em uma empresa, e muitas
vezes têm que passar por um bom tempo de experiência para compreender o que
tem que ser feito dentro da sua área, para se adequar à estrutura da empresa.
Muitos recém-formados até procuram cursos de softwares para se
especializarem em uma área específica do design para que consigam desenvolver
trabalhos mais bem executados e mais bem focados dentro do contexto da empresa.
É importante levar em consideração que diante desses empasses que o
designer passa hoje, a profissão é muito bem vista no mercado e há uma fatia no
mercado precisando que profissionais qualificados para realizar serviços voltados
para a área gráfica, desenvolvimento de web, de embalagens, e até mesmo
profissionais criativos para implantação de novas ideias dentro das empresas.
Com a globalização, inovar virou palavra de ordem para as grandes
empresas, a busca por novos conceitos e aí entra o valor do design nas indústrias
de calçados brasileiros que estão investindo em design desde 1993, e começaram a
exportar cada vez mais seus produtos.
A mesma coisa aconteceu no setor moveleiro que acreditando no poder do
design conseguiu exportar cada vez mais um trabalho atual e diferenciado para seus
clientes externos que primam pelo design e pelo bom gosto, coisas que o design
italiano já faz há décadas.

Marcas que nunca tiveram interesse em desenvolver novas embalagens


para seus produtos viram um rendimento de 100% de venda de seus produtos,
apenas trocando a embalagem e dando mais explicações sobre os seus produtos
nas caixas, destacando-se cada vez mais nas prateleiras dos supermercados e

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lojas. Essa é a real função do design, trazer praticidade, agregada à beleza e à
funcionalidade dos produtos, uma receita hoje desejada por todos.

FIM DO MÓDULO III

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação. São Paulo: Annablume, 2000.

SENAI. Pré-impressão: Tratamento de imagens e gerenciamento de cores.


Escola de Tecnologia gráfica Theoblado de Negris. Apostila. Coordenação: Élcio de
Souza. Elaboração: Luiz Felipe Cunha. São Paulo: SENAI, 2001.

PIETROCOLA, Maurício; FIGUEIREDO, Aníbal. Luz e cores. São Paulo: FTD, 1997.

FIM DO CURSO

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