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VERIFICAÇÃO SUPLEMENTAR

Estudante: ERIKA ARAUJO DA SILVA

Disciplina: EMPREENDEDORISMO E GESTÃO DA INOVAÇÃO

Turma: MBA EXECUTIVO: GESTÃO COM ÊNFASE EM GESTÃO FINANCEIRA ONL023Z1

INTRODUÇÃO
O presente documento tem como objetivo apresentar o resumo das principais
definições e abordagens quanto ao tema de inovação, criatividade e sua relação com a
competitividade organizacional da disciplina de Empreendedorismo e Gestão da Inovação da
FGV.
Inicialmente, será abordado qual o papel da criatividade como parte do processo de
geração de novas ideias e seu papel na inovação. Seguido pela análise das possíveis barreiras
quanto ao desenvolvimento de habilidades relacionadas à criatividade, além dos elementos
que a criatividade possui e que são necessários ao processo de inovação.
As dimensões da inovação e seus impactos na construção de diferencial competitivo
para as organizações são abordadas ao final, sendo o design thinking o tema de fechamento do
resumo, apresentando de que forma ele pode apoiar na promoção de integração entre equipes.

PAPEL DA CRIATIVIDADE COMO PARTE DO PROCESSO DE


GERAÇÃO DE NOVAS IDEIAS
A inovação é tema recorrente no ambiente corporativo, seja na criação de novos
negócios ou produtos, até melhorias em processos internos ou desenvolvimente de tecnologias
usando a inteligência artificial. Nos últimos anos, a sociedade viveu os impactos de uma
pandemia que provocou a necessidade de reorganizar a forma de trabalhar e usar da
criatividade nesse ambiente competitivo para trazer resultados positivos mesmo inserida
cenário desafiador.

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Nesse contexto, foi necessário inovar, usar da criatividade e ter estratégias concisas
para lidar com as adversidades. Porter (2004) defende que escolher com propósito claro uma
sequência ordenada de ações para gerar valor consiste em estratégia. Adicionalmente, Drucker
(2010) define a inovação como o ato de atribuir novas capacidades aos recursos, sejam
pessoas ou processos, existentes na empresa para gerar riqueza. E Piaget (2011) reforça que
criatividade é a capacidade de criar algo. Esses três principais conceitos aproximam a
criatividade como algo elemento chave para a inovação, sendo possível gerar valor a algum
negócio desde que associado a uma estratégia clara, transformando novas ideias em ações.
A criatividade ela surge como motor para gerar novas ideias e pode passar por
camadas de evolução para possibilitar a implementação de ações efetivas através da inovação.

BARREIRAS QUE, MUITAS VEZES, SÃO CRIADAS QUANDO


DA NECESSIDADE DE DESENVOLVIMENTO DE
HABILIDADES RELATIVAS À CRIATIVIDADE
Inúmeras são as possibilidades para atribuir bloqueios quanto à criatividade, seja
demonstrando dificuldade de resolução de problemas, insegurança na tomada de decisões ou
expressando pontos de vista ou opiniões a respeito de um tema.
Conforme citado por Dias (2017), há barreiras que afetam a criatividade, mas que
podem ser reconhecidas e influenciadas a fim de equilibrar suas consequências. Além disso,
sinaliza que podem ser classificadas em cinco grupos característicos: i) barreiras de percepção
ii) barreiras emocionais iii) barreiras culturais iv) barreiras ambientais e v) barreiras
intelectuais (apud HICKS, 1991)
No que tange à percepção, estão os obstáculos relacionados ao recebimento dos dados
e entendimento do que foi absorvido, a exemplo da dificuldade de perceber vários pontos de
vista ou ineficiência da capacidade de isolar problemas. Quanto ao aspecto emocional, ocorre
quando as emoções prejudicam a capacidade de pensar criativamente, como a pressa em
solucionar os problemas, medo de assumir riscos ou desafios e insegurança. Do ponto de vista
cultural, é possível que existam impeditivos ou limitadores de criatividade na empresa,
localmente ou na sociedade. Seja através de como o ensino educacional é estruturado ou até
mesmo tabus organizacionais. Já as barreiras ambientais denotam em como o ambiente pode
ser prejudicial, trazendo desconfortos e distrações como ruídos, monotonia e a restrição de

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comunicação com terceiros. Por fim, como barreiras intelectuais estão elencadas as que
trazem dificuldade em trabalho em equipe, seja por dificuldade de comunicação ou escolha de
estratégias incorretas ou inadequadas para determinadas situações. (Dias, 2017 apud Hicks,
1991).

ELEMENTOS DA CRIATIVIDADE NECESSÁRIOS AO


PROCESSO DE INOVAÇÃO
A criatividade possui elementos que são necessários ao processo de inovação.
Segundo Mariano e Meyer (2010) há três elementos chave: i) expertise ii) raciocício criativo
iii) motivação.
Para estes autores, a expertise é tida como o grau de conhecimento sobre determinado
assunto. Tudo o que for absorvido durante os anos, é armazenado como conhecimento e
utilizado futuramente no processo criativo como insumo e motor para a criação de algo novo.
Quanto ao raciocínio criativo é possível destacar o quanto há de desenvoltura ao abordar o
tema, seja conectando outros conceitos ou relacionando outras ideias ao contexto de criação,
usando a imaginação. Já a motivação, último elemento, é apontada como o conjunto de
interesses individuais ou coletivos a respeito de determinado assunto, sendo este o
direcionador do processo de criatividade.

DIMENSÕES DA INOVAÇÃO E OS SEUS IMPACTOS NA


CONSTRUÇÃO DE DIFERENCIAL COMPETITIVO PARA AS
ORGANIZAÇÕES

É possível ainda afirmar que há relação entre a inovação, o empreededorismo e a


geração de valor como impulsionadores da competitividade organazional. Tidd e Bessant
(2015), por exemplo, apontam algumas dimensões relevantes para a inovação e que trazem
impactos na construção de diferencial competitivos nas organizações: i) paradigma ii)
produto/serviço iii) processo e iv) posição.
Nesse sentido, destacam que inovar por paradigma é a forma como a organizacional
delibera o que será entregue, mais associada ao modelo mental atribuído. Inovar por produto

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ou serviço é modificar o que o consumidor já possui, mas gerando novo valor associado. A
inovação por processo é promover melhorias e transformações em processos end to end,
desde o que é feito internamente até ao que é entregue ao consumidor final, considerando toda
a sua jornada. E por fim, a inovação por posição está relacionada ao foco e ao que é dito que
será oferecido.
Há ainda outros autores que complementam essas dimensões, mas independente da
dimensão escolhida, é necessário atribuir que somente através de estratégias e ações práticas
será viável transformá-las em valores organizacionais.

DESAFIO DE PROMOVER ESTRATÉGIAS DE INTEGRAÇÃO


ENTRE AS EQUIPES E MODO COMO O DESIGN THINKING
PODE APOIAR ESSE PROCESSO
É notório o esforço para promover a integração entre os times mesmo após a
pandemia, período em que muitos se beneficiaram da nova forma de trabalhar
corporativamente e de forma remota. Nesse contexto, o design thinking se provou como forte
apoiador do processo de integração, considerando que sua base é o trabalho colaborativo.
O “double diamond” é o modelo utilizado pelo design thinking como catalisador da
criatividade, sendo dividido em dois blocos de pensamentos principais: i) divergir
pensamentos e ii) convergir pensamentos. Estes são distribuídos em fase de descobrimento,
definição, desenvolvimento e entrega. Além de ser pautado por pilares como a empatia, a
experimentação e a colaboração (BROWN, 2020)
Buscando explorar o consumidor e suas ambições, o design thinking surge como
motor para acelerar, em forma de processo, o desenrolar da criatividade, ao estruturar quais
etapas antecedem a definição de possíveis soluções para então testar suas hipóteses e por fim,
entregar o valor esperado.
Considerando seus pilares, é possível atestar que o Design Thinking promove a
necessidade de entender e lidar bem com pessoas, considerando que somente a partir disso
será possível ter empatia para escutar a necessidade do outro. A colaboração é fundamental
para garantir a escuta de todos os envolvidos no processo e será a partir dela que serão
coletados os insumos para elaborar as possíveis propostas de solução e então seguir para a
experimentação. Experimentar e pivotar um modelo, por vezes, pode ser mais assertivo do

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que seguir uma ideia sem considerar o entendimento das pessoas envolvidas ou sem validar
um modelo de negócio. Quanto maior a quantidade de pontos de vista, maior será a visão do
problema e suas possíveis soluções.

Figura 1: Framework para a Inovação – DESIGN COUNCIL, 2024.

A cocriação é fundamental no processo colaborativo para o Design Thinking, por


proporcionar a criação em conjunto e envolver diversas personagens em todas as suas fases.
Como consequência, há a promoção da criatividade e o engajamento, fator de sucesso em
muitos projetos.

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CONCLUSÃO

Inovar é requisito para muitos negócios e seu fracasso pode estar relacionado a
incapacidade de ter as barreiras de criatividade vencidas ou não utilização de ferramentas
como o Desing Thinking na promoção do saber criativo, inovador e estratégico.
A criatividade é tida como motor para o processo de inovação, considerando que é
natural do ser humano ter a criatividade em si, mas somente a partir de ações e sua respective
estratégia é que é possível tornar viável o processo de inovação. Embora existam inúmeras
barreiras relacionadas ao tema, é necessário ter conhecimento sobre cada uma delas para que
sejam elaboradas alternativas para driblar seus impactos no processo criativo.
Nesse sentido, também é importante conhecer as dimensões existentes da inovação
para alcançar o diferencial competitivo organizacional e garantir a melhor alternativa para
cada uma das suas frentes.
Portanto, conhecer métodos e estratégias que suportem o processo de criatividade e
inovação é fundamental para reduzir os entraves observados pelas organizações. O Design
Thinking é sinalizado como aplicável a qualquer problema que necessita de uma solução,
além de ser fácil compreensão, aplicabilidade e por proporcionar o cenário ideal para integrar
equipes e apontar para a geração de valor organizacional.

*Referências bibliográficas

BROWN, Tim. Design Thinkin: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas
ideias. Edição comemorativa. Rio de Janeiro: Alta Books, 2020.

COUNCIL, Design. The double diamond. Disponível em:


https://www.designcouncil.org.uk/our-resources/the-double-diamond/. Acesso em: mar. 2024.

DIAS, Paulo M. Barreiras que afetam o pensar criativo. Disponível em:


https://wegov.com.br/eliminando-barreiras-que-afetam-o-pensar-criativo/ Acesso em: mar.
2024.

DRUCKER, Peter F. Inovação e Espírito Empreendedor. 1. Ed. São Paulo: Cengage


Learning, 2010.

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HICKS, Michael J. Problem Solving in Business and Management. London, Chapman &
Hall, 1991.

MARIANO, S.; MAYER, V. F. Empreendedorismo: fundamentos e técnicas para


criatividade. Rio de Janeiro: LTC, 2000.

PIAGET, Jean. Criatividade. Criatividade: psicologia, educação e conhecimento novo. São


Paulo: Moderna, 2001.

PORTER, Michael E. Estratégia competitive: técnicas para análise de indústrias e da


concorrência. 2. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

TIDD, J.; BESSANT, J. Gestão da inovação. Porto Alegre: Bookman, 2015.

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