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Testagem de Substâncias
Testagem de Substâncias
ÍNDICE
1. Orientações gerais ............................................................................................................................ 02
2. Marquis ............................................................................................................................................. 03
3. Mandelin............................................................................................................................................ 08
4. Ehrlich ............................................................................................................................................... 12
5. Liebermann ....................................................................................................................................... 13
6. Mecke ............................................................................................................................................... 14
7. Folin’s ................................................................................................................................................ 15
8. Simon’s .............................................................................................................................................. 15
9. Fröehde ............................................................................................................................................. 17
10. Robadope .......................................................................................................................................... 17
11. Tiocianato de cobalto ....................................................................................................................... 18
12. Outros reagentes .............................................................................................................................. 19
13. Referências e links úteis .................................................................................................................... 19
14. Tabelas e outras imagens .................................................................................................................. 20
Estes reagentes são compostos de substâncias químicas muito corrosivas e perigosas. Procure sempre usar
luvas quando for testar alguma amostra e tome muito cuidado ao manusear os frascos. Mantenha o rosto
longe da reação, pois durante o processo são produzidos gases tóxicos. Se possível utilize óculos de
proteção. Caso o reagente entre em contato com a pele, lave com sabão e água corrente por 15 minutos.
Caso respingue nos olhos, lave com água corrente por 15 minutos, sem deixar os olhos fecharem ou
esfregar. Em caso de ingestão, não provocar vômito e beber 2-4 copos de leite ou água (somente se a
pessoa estiver consciente). Em todos os casos, procure ajuda médica imediatamente.
ARMAZENAMENTO e VALIDADE
Os frascos dos reagentes devem ser mantidos bem fechados e de cabeça para cima para que os reagentes
evitem ficar em contato com partes plásticas (no caso dos frascos de vidro) e para evitar vazamentos.
Devem ser armazenados em local escuro e frio (a geladeira é a melhor opção). Mesmo assim, se mudar sua
coloração ou textura é um indicativo de que passou da validade e não serve mais para testagem. Usar um
reagente ruim pode gerar resultados falsos.
CORES
Os reagentes geram uma gama de diferentes cores com a presença de diferentes substâncias. Não indicam
quantidade, concentração nem pureza, apesar da quantidade da substância poder afetar a intensidade das
cores. Caso o tom da cor seja muito escuro, em alguns casos pode-se repetir a reação com uma amostra
menor e mais reagente de forma a observar a transição de cores com mais visibilidade e evitar falsas cores
geradas por saturação. Basicamente, se você espera um resultado de cor escura, deve usar a mínima
quantidade possível. Se você espera um resultado de cor clara, pode usar uma quantidade maior para a cor
ficar mais intensa. Resultados com cores escuras tendem a mascarar outras cores de possíveis substâncias
misturadas sendo muitas vezes necessário um teste com reagente secundário para apurar o resultado.
O tempo de observação também é importante, pois as cores podem mudar ao longo da reação. Algumas
substâncias tem a mesma cor final, porém cores diferentes no início da reação. Geralmente observa-se do
início imediato até 30-60 segundos e descarta-se a observação após esse tempo, exceto no caso do
reagente Robadope, cuja reação é mais lenta.
A iluminação também é importante, pois pode influenciar na sua interpretação das cores. O ideal é luz
branca. Recomenda-se uma superfície de testagem branca para melhor visualização da reação,
preferencialmente de cerâmica. Superfícies plásticas podem corroer e manchar ao longo do tempo.
PROCEDIMENTOS
1. Prepare a superfície de testagem. Ela deve estar limpa e seca, principalmente se tiver sido feito outro
teste antes, para se evitar contaminação e resultados falsos.
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2. Retire uma amostra da substância a ser usada:
4. Compare a cor gerada na reação com a legenda de cores respectiva do reagente utilizado.
MARQUIS
É um reagente primário usado para identificar presença de substâncias contendo alcaloides, incluindo os
opiáceos (que são compostos alcaloides derivados da papoula - Papaver somniferum) e as fenetilaminas. É
transparente quando novo e com o tempo vai se tornando marrom. Indicado principalmente para verificar
MDMA.
Composição:
Obs.: Pode ser adicionado um pouco de metanol na intenção de desacelerar a reação e observar a mudança
de cor com mais facilidade.
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NÃO REAGEM COM MARQUIS - Cocaína, ketamina, PMA/PMMA, cafeína.
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Reação Marquis em presença de Mescalina:
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Reação Marquis em presença de 2C-B:
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Reação Marquis em presença de LSD (blotter e gota, respectivamente):
Obs.: LSD reage levemente com Marquis, porém a visualização não é fácil. E a série NBOMe, assim como o
fentanil (seus maiores adulterantes atualmente) também reagem de forma confusa, dificultando ainda
mais a distinção entre as cores. Portanto, Marquis não é indicado como reagente primário para verificação
de LSD.
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MANDELIN
É um reagente primário usado para identificar presença de substâncias contendo alcaloides, assim como o
Marquis, porém identifica também alguns outros grupos. É de coloração verde-amarelada quando novo e
vai se tornando verde com o tempo. Indicado principalmente para verificar ketamina e MDMA.
Composição:
1g de metavanadato de amônio
100mL de ácido sulfúrico concentrado
Obs.: O reagente adquire uma coloração amarela forte após aproximadamente 48h que os ingredientes
foram misturados.
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Reação Mandelin em presença de Metilona:
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Reação Mandelin em presença de Metanfetamina:
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Reação Mandelin em presença de PMA/PMMA*:
Obs.: Não foi encontrada na Internet nenhuma imagem com qualidade e procedência, apenas a primeira
foto em baixa qualidade, mostrando uma coloração confusa. A segunda foto foi tirada pela Julia, de uma
amostra que presumiu-se ser PMA ou PMMA. Na literatura consultada, menciona-se a coloração indo do
verde para o marrom. No caso da testagem da Julia, encontrou-se uma coloração vermelho-amarronzada.
Obs.: LSD reage levemente com Mandelin, porém a visualização não é fácil. E a série NBOMe, assim como o
fentanil (seus maiores adulterantes atualmente) também reagem de forma confusa, dificultando ainda
mais a distinção entre as cores. Portanto, Mandelin não é indicado como reagente primário para verificação
de LSD.
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Reação Mandelin em presença de fentanil:
EHRLICH
Também é conhecido como teste para-DMAB (por conta do p-dimetilaminobenzaldeido que compõe sua
fórmula). É um reagente primário usado para identificar presença de substâncias contendo grupo indol.
O indol é uma molécula orgânica que está presente em diversas substâncias, entre elas, as triptaminas (ex.
DMT) e ergotaminas (ex. LSD). Ele também está presente no triptofano que ocorre naturalmente no ópio e,
portanto o Ehrlich também é útil para identificar a presença de opiáceos, mesmo estes não contendo indol
na sua estrutura molecular. Ele é útil para identificar se um blotter contém LSD, pois a série NBOMe e o
fentanil, atualmente seus maiores falsficantes não reagem. É interessante também que este reagente não
reage com o papel usado normalmente nos blotters. O reagente funciona se ligando a 2 moléculas de indol
e gerando uma coloração rosa.
Composição:
2g de 4(dimetilamino)benzaldeído ou p-dimetilaminobenzaldeido
50mL de etanol a 95%
50mL de ácido clorídrico concentrado
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Reação Ehrlich em presença de LSD (blotter e gota, respectivamente):
LIEBERMANN
É um reagente secundário usado para identificar presença de substâncias contendo alcaloides, porém
identifica também alguns outros grupos. A maioria dos canabinóides sintéticos (substâncias que se ligam
aos receptores de canabinóides) reage com Liebermann, resultando em cores variadas. Não é indicado seu
uso sozinho, mas como acessório ao Marquis ou Mandelin no intuito de se apurar o resultado. Indicado
principalmente para identificar os canabinóides sintéticos, cocaína e PMA/PMMA.
Composição:
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2C-B Amarelo -> preto
2C-C Amarelo -> preto
5-APB Preto
6-APB Roxo escuro
Anfetamina Laranja avermelhado
Butilona Verde -> marrom
Cocaína Amarelo
MDMA Marrom intenso a preto
MDPV Amarelo -> verde
Mescalina Marrom escuro
Metanfetamina Vermelho
Metilona Laranja -> marrom
Morfina Preto
PMA/PMMA Roxo a marrom
MECKE
É um reagente primário usado para identificar presença de substâncias contendo alcaloides, porém
identifica também alguns outros grupos. É comumente usado para verificar heroína e outros opiáceos.
Composição:
1g de ácido selenioso
100mL de ácido sulfúrico concentrado
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FOLIN’S
É um reagente secundário útil para amostras previamente testadas positivas para MDxx. Identifica se a
amostra contém MDMA, MDA ou MDE. Também detecta presença de algumas piperazinas como o BZP
(substância muito comum nas chamadas “legal highs”).
Este reagente vem em 2 frascos separados, denominados A e B. Primeiro pinga-se 1 gota do frasco A e
depois 1 gota do frasco B, para então observar a cor gerada pela reação.
SIMON’S
É um reagente secundário útil para amostras previamente testadas positivas para MDxx. Identifica se a
amostra contém aminas secundárias, diferenciando MDMA de MDA, mas também diferencia anfetamina
de metanfetamina, e MDPV de metilona.
Este reagente vem em 2 frascos separados, denominados A e B. A solução B é uma solução tampão, usada
para se manter o pH constante durante a reação. Primeiro pinga-se 1 gota do frasco A e depois 2 gotas do
frasco B, para então observar a cor gerada pela reação.
Composição do frasco A:
1g de nitroprussiato de sódio
50mL de água destilada
2mL de etanal (acetaldeído)
Composição do frasco B:
Carbonato de sódio a 2%
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Anfetamina Sem reação
MDA Verde/marrom*
MDMA Azul
MDPV Sem reação
Metanfetamina Azul
Metilona Azul
Obs.: Ausência de vídeo da reação no acervo do Bunk Police. Só havia disponível na Internet essas 2 fotos
de reações de Simon’s com MDA (a segunda foi retirada de uma postagem do Erowid).
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Reação Simon’s em presença de Metanfetamina:
FRÖEHDE
É um reagente secundário útil para amostras previamente testadas positivas para MDxx. O reagente
Fröehde identifica alguns falsificantes do MDMA como o 5-APB, 6-APB, além do PMA e do PMMA. Identifica
alguns outros alcaloides, principalmente opiáceos.
Composição:
ROBADOPE
É um reagente secundário útil para amostras previamente testadas positivas para MDxx. Também
conhecido como “Simon’s modificado” ou “Robatest” identifica se a amostra contém aminas primárias,
basicamente indicando se existe PMA misturado com MDMA, pois o este último não reage (necessário
excluir a possibilidade de MDA, anfetamina e mefedrona com outros testes).
Este reagente vem em 2 frascos separados, denominados A e B (a solução B é a mesma solução tampão do
Simon’s). Primeiro pinga-se 1 gota do frasco A e depois 2 gotas do frasco B. Esta reação demora mais do
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que o normal, podendo levar até 5 minutos. Também é necessário o uso de uma amostra geralmente um
pouco maior que com os outros reagentes.
Composição do frasco A:
1g de nitroprussiato de sódio
50mL de água destilada
2mL de acetona (necessário confirmar essa quantidade)
Composição do frasco B:
Carbonato de sódio a 2%
2C-B Roxo
Anfetamina Rosa -> Cinza/marrom
MDA Rosa -> Cinza/marrom
MDMA Sem reação
Mefedrona Rosa -> Cinza/marrom
Metanfetamina Sem reação
Metilona Cinza/marrom
PMA Rosa -> Cinza/marrom
PMMA Sem reação
TIOCIANATO DE COBALTO
É usado para identificar cocaína, mas também identifica mefedrona. Em sua variação como reagente Scott
ele evita o falso positivo com lidocaína, tetracaína e outros.
Composição:
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OUTROS REAGENTES
Ácido gálico – Reage com MDMA, MDA, MDE, MDP2P, metilona, óleo de assafrão, etc.
Ácido nítrico – Reage com opiáceos, mescalina, etc.
Ácido sulfúrico – Reage com MDMA, MDA, butilona, óleo de assafrão, etc.
Brometo de Ouro III ou Brometo áurico – Reage com ketamina, heroína, etc.
Cloreto de ferro – Reage com GHB.
Cuts4cocaine – Reagente (Safetest4) que reage com vários dos adulterantes da cocaína.
Dille-Koppanyi - Reage com barbitúricos.
Zimmermann – Reage com benzodiazepínicos.
Zwikker – Reage com barbitúricos.
http://drugsmeter.tumblr.com/
http://newip.safernightlife.org/pdfs/digital_library/Guidelines%20for%20Drug%20Checking%20Methodolo
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http://pillreports.net/index.php?page=region_home®ion=4
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https://www.ncjrs.gov/pdffiles1/nij/183258.pdf
https://www.reagent-tests.uk/
https://www.unodc.org/pdf/scientific/SCITEC6.pdf
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2. Tabela de comparação de cores resultantes de diversas reações (2):
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3. Tabela de comparação de cores resultantes de diversas reações (3):
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4. Tabela de cores resultantes das reações com Marquis:
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5. Fluxograma de um sistema de poli-testagem:
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