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Conceitos:

A utilidade de uma coisa faz dela um valor de uso. Considerando também o valor de utilidade
do corpo da mercadoria, como ferro, trigo. Esse caráter da mercadoria não depende do fato de
a apropriação das qualidades de uso custar muito ou pouco trabalho aos homens. Na
consideração do valor de uso será sempre pressuposta sua determinidade [Bestimmtheit]
quantitativa, como uma dúzia de relógios, 1 braça de linho, 1 tonelada de ferro etc. Os valores
de uso das mercadorias fornecem o material para uma disciplina específica, a merceologia

O valor de uso se efetiva apenas no uso ou no consumo

O valor de troca aparece inicialmente como a relação quantitativa, a proporção na qual


valores de uso de um tipo são trocados por valores de uso de outro tipo, uma relação que se
altera constantemente no tempo e no espaço. Considerando o valor intrínseco de cada
mercadoria, a trocas têm de ser valores permutáveis entre si ou valores de troca de mesma
grandeza.

Disso se segue, em primeiro lugar, que os valores de troca vigentes da mesma mercadoria
expressam algo igual. Em segundo lugar, porém, que o valor de troca não pode ser mais do
que o modo de expressão, a “forma de manifestação” de um conteúdo que dele pode ser
distinguido.
Como valores de uso, as mercadorias são, antes de tudo, de diferente qualidade; como valores
de troca, elas podem ser apenas de quantidade diferente, sem conter, portanto, nenhum
átomo de valor de uso.

Removendo o valor de uso das mercadorias, resta apenas uma propriedade: a de ser produtos
do trabalho. A mercadoria deixa de ter o caráter útil de ser uma mesa, uma cadeira, ou uma
objeto de utilização do padeiro ou carpinteiro, pois quando não há caráter útil dos produtos de
trabalho, desaparece também o caráter útil dos trabalhos nele representados, portanto, as
diferentes formas de trabalho de cada uma das mercadorias, não distinguem mais uma das
outras, restando apenas o trabalho humano igual, a todo humano abstrato.

um valor de uso ou bem só possui valor porque nele está objetivado ou materializado trabalho
humano abstrato – a forma de medir a grandeza do valor é por meio da “substância formadora
de valor”. A própria quantidade de trabalho é medida por seu tempo de duração, e o tempo de
trabalho possui, por sua vez, seu padrão de medida em frações determinadas de tempo, como
hora, dia etc.

Mercadorias em que estão contidas quantidades iguais de trabalho ou que podem ser
produzidas no mesmo tempo de trabalho têm a mesma grandeza de valor.

Para se tornar mercadoria, é preciso que o produto, por meio da troca, seja transferido a
outrem, a quem vai servir como valor de uso

- Medida de Valor

As mercadorias não se tornam comensuráveis por meio do dinheiro. Ao contrário, é pelo fato
de todas as mercadorias, como valores, serem trabalho humano objetivado e, assim, serem,
por si mesmas, comensuráveis entre si, que elas podem medir conjuntamente seus valores na
mesma mercadoria específica e, desse modo, convertêla em sua medida conjunta de valor,
isto é, em dinheiro. O dinheiro, como medida de valor, é a forma necessária de manifestação
da medida imanente de valor das mercadorias: o tempo de trabalho.

O preço é a denominação monetária do trabalho objetivado na mercadoria. Por isso, a


equivalência entre a mercadoria e a quantidade de dinheiro – cujo nome é seu preço – é uma
tautologia, assim como a expressão relativa de valor de uma mercadoria é sempre a expressão
da equivalência entre duas mercadorias. Mas se o preço, como exponente da grandeza de
valor da mercadoria, é exponente de sua relação de troca com o dinheiro, disso não se conclui
a relação inversa, isto é, que o exponente de sua relação de troca com o dinheiro seja
necessariamente o exponente de sua grandeza de valor.

- formulação do capital (cap 4)

A circulação de mercadorias é o ponto de partida do capital. Produção de mercadoria se


circulação desenvolvida de mercadorias – o comércio – formam os pressupostos históricos a
partir dos quais o capital emerge. O comércio e o mercado mundiais inauguram, no século XVI,
a história moderna do capital.

Inicialmente, o dinheiro como dinheiro e o dinheiro como capital se distinguem apenas por sua
diferente forma de circulação. A forma imediata da circulação de mercadorias é M-D-M,
conversão de mercadoria em dinheiro e reconversão de dinheiro em mercadoria, vender para
comprar. Mas ao lado dessa forma encontramos uma segunda, especificamente diferente: a
forma D-M-D, conversão de dinheiro em mercadoria e reconversão de mercadoria em
dinheiro, comprar para vender. O dinheiro que circula deste último modo transforma-se,
torna-se capital e, segundo sua determinação, já é capital.

A circulação simples de mercadorias – a venda para a compra – serve de meio para uma
finalidade que se encontra fora da circulação, a apropriação de valores de uso, a satisfação de
necessidades. A circulação do dinheiro como capital é, ao contrário, um fim em si mesmo, pois
a valorização do valor existe apenas no interior desse movimento sempre renovado. O
movimento do capital é, por isso, desmedido.

A PRODUÇÃO DO MAIS-VALOR ABSOLUTO

Capítulo 5

O processo de trabalho e o processo de valorização

A utilização da força de trabalho é o próprio trabalho

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