Você está na página 1de 11

fls.

174

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 6°


VARA CÍVEL DA COMARCA DE SOROCABA/SP.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1044949-32.2023.8.26.0602 e código TPdSzvq1.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ROGER LUIZ COTA LANZA, protocolado em 01/02/2024 às 12:04 , sob o número WSCB24700339195 .
PROCESSO: 1044949-32.2023.8.26.0602

REQUERIMENTO
JUÍZO 100% DIGITAL

YCON INTERMEDIACOES E CONSULTORIA LTDA, já qualificada nos autos


da ação em epígrafe, vem, por seu procurador, apresentar, por intermédio de
seu advogado abaixo-assinado e bastante procurador (conforme procuração
anexa), com escritório na Avenida Getúlio Vargas, n°593, B, 2° andar, Centro,
Sete Lagoas/MG, CEP 35700-046, onde recebe intimações, apresentar:

CONTESTAÇÃO

à ação proposta por ALISSON RAVAIANE DA SILVA, nos seguintes termos:

- DOS FATOS

A Primeira Requerida atua como intermediadora entre as administradoras de


consórcio e os representantes.

O representante apresenta o cliente e as condições que ele tem para adquirir o


consórcio.

A Primeira Requerida analisa as informações e oferece ao cliente a melhor cota,


dentre as várias empresas do consórcio, aquela que vai atender as expectativas
do mesmo, conforme o esquema abaixo.
fls. 175

CLIENTE:
REPRESENTANTE
ALISSON

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1044949-32.2023.8.26.0602 e código TPdSzvq1.
DE VENDAS
RAVAIANE DA
SILVA

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ROGER LUIZ COTA LANZA, protocolado em 01/02/2024 às 12:04 , sob o número WSCB24700339195 .
INTERMEDIADORA:
YCON
INTERMEDIAÇÕES

ADMINISTRADORA:

DISBRAVE

Recebe pelas intermediações da venda somente comissão.

Em 22 de junho de 2023, o Requerente adquiriu um contrato de intermediação


com a Primeira Requerida, sendo alocado no grupo de consórcio da
administradora Disbrave.

O contrato celebrado foi o de nº 2023622285, com o crédito no valor de R$


85.000,00 (oitenta e cinco mil reais), com entrada no valor de R$ 10.285,00 (dez
mil, duzentos e oitenta e cinco reais).

Em suma, o Requerente alega que acreditava estar adquirindo uma modalidade


de financiamento, e que após a liberação do banco, o valor contratado seria
disponibilizado para efetuar a compra de um veículo, e que o trâmite demoraria
no máximo 30 dias.

Entretanto, Excelência, as alegações do Requerente não condizem com a


realidade dos fatos.
fls. 176

Preliminarmente, cabe ressaltar que o Requerente estava ciente de que estava


contratando um consócio, e que não poderia ter acesso ao valor da carta de
crédito contratada em data estipulada, pois a Primeira Requerida não faz
intermediação de consócios contemplados.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1044949-32.2023.8.26.0602 e código TPdSzvq1.
No cabeçalho do contrato de intermediação assinado pelo Requerente, consta a
seguinte informação:

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ROGER LUIZ COTA LANZA, protocolado em 01/02/2024 às 12:04 , sob o número WSCB24700339195 .
Ademais, ainda temos descrito no contrato:

Ao longo do contrato, é evidente a presença frequente da palavra


‘’CONSÓRCIO’’, indicando que o Requerente tinha pleno conhecimento de que
estava adquirindo uma cota de consórcio.

Consequentemente, não há qualquer dúvida de que o Requerente estava


plenamente ciente de que estava adquirindo uma cota de consórcio que não
envolvia a venda de cotas contempladas, além de não possuir uma data
determinada para a entrega do bem.
fls. 177

Tal fato ainda pode ser comprovado por meio do questionário de vendas
realizado pelo Requerente, no qual foi questionado o que se segue:

“Você contratou um serviço de intermediação Ycon para participar de um


consórcio não contemplado?”

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1044949-32.2023.8.26.0602 e código TPdSzvq1.
O Requerente disse “SIM”

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ROGER LUIZ COTA LANZA, protocolado em 01/02/2024 às 12:04 , sob o número WSCB24700339195 .
“Você tem ciência que o consórcio não está contemplado?”
O Requerente disse “SIM”

“Foi informado(a) que a contemplação ocorrerá somente somente por


sorteio ou lance?”

O Requerente disse “SIM”

“Lhe foi feita alguma promessa de contemplação , garantia de


contemplação em determinado prazo, mediante determinado valor de lance
ou vantagens extras?”

O Requerente disse “NÃO”

“Você leu com atenção todo o contrato de intermediação para adesão a


grupo de consórcio e assinou concordando com as cláusulas e condições
somente depois da leitura?”

O Requerente disse “SIM”.

Relevante ressaltar, ainda, que o Requerente não apresentou nos autos


qualquer evidência que corrobora sua alegação de vicio de consentimento.

A Primeira Requerida estabeleceu contato com o Requerente por meio de uma


ligação de checagem, durante a qual foram fornecidas todas as informações
relevantes sobre as regras do produto que ele estava adquirindo.

Ao longo da ligação, o Requerente manifestou total ciência de todas as


informações e concordou em finalizar o contrato, conforme podemos ouvir no
link abaixo.

https://drive.google.com/drive/folders/1K7pUGPZLFCLsDlrkKBruDRo5Uiv3Y8P
9?usp=sharing

Ademais, decorridos 8 (oito) dias do fechamento do contrato, a administradora


do consórcio entra em contato com o novo cliente para verificar os dados
cadastrais e reiterar todas as regras relacionadas ao consórcio.

Durante essa ligação, todas as informações pertinentes ao consórcio são


novamente repassadas ao novo cliente, enfatizando suas cláusulas e regras.
fls. 178

A Primeira Requerida prestou toda a assistência necessária ao Requerente, e o


contrato foi formalizado sem qualquer irregularidade de consentimento.

Importante destacar que, o sistema de consórcios é um instrumento de


progresso social que se destina a propiciar o acesso ao consumo de bens e

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1044949-32.2023.8.26.0602 e código TPdSzvq1.
serviços, e é constituído por administradoras de consórcio e grupos de
consórcios, devidamente regulado pela Lei nº 11.795 de 08/10/2008 e Circular

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ROGER LUIZ COTA LANZA, protocolado em 01/02/2024 às 12:04 , sob o número WSCB24700339195 .
do Banco Central do Brasil nº 3.432 de 03/02/2009, e legislação aplicável.

Logo, o consórcio é a reunião de pessoas físicas e jurídicas em grupo com prazo


de duração e número de cotas previamente determinados, promovido pela
administradora de consórcio, com a finalidade de propiciar a seus integrantes de
forma igualitária a aquisição de bens ou serviços por meio de autofinanciamento.

De forma incontestável, verifica-se que o Requerente demonstrou plena ciência


acerca do produto que adquiriu, bem como das correspondentes disposições
regulamentares.

Diante do exposto, nao houve qualquer dano ao Requerente.

- DA COTA DE CONSÓRCIO ADQUIRIDA DA ADMINISTRADORA DISBRAVE


ADMINISTRADORA DE CONSORCIOS LTDA

Neste tópico, abordaremos a Administradora responsável pela cota do


Requerente.

A Intermediadora alocou o Requerente na DISBRAVE ADMINISTRADORA DE


CONSORCIOS LTDA, na qual no ato de adesão já foi efetivado o pagamento da
primeira parcela.

O contrato celebrado com a administradora foi identificado como


número 009012183, pertencente ao grupo 02004, cota 0017, no valor de R$
85.000,00 (oitenta e cinco mil reais).

Da mesma forma que a YCON INTERMEDIACOES E CONSULTORIA LTDA,


a DISBRAVE ADMINISTRADORA DE CONSORCIOS LTDA também não
comercializa cotas contempladas, conforme estipulado no contrato do
Requerente.
fls. 179

De acordo com a legislação de consórcio, as modalidades de contemplação são


somente por sorteio ou lance, conforme estabelecido no contrato da
Administradora.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1044949-32.2023.8.26.0602 e código TPdSzvq1.
Com base no exposto, o Requerente sempre esteve ciente de que estava
adquirindo um consórcio no qual o único meio de contemplação seria por sorteio

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ROGER LUIZ COTA LANZA, protocolado em 01/02/2024 às 12:04 , sob o número WSCB24700339195 .
ou lance.

No contexto em análise, caso o Requerente tenha ofertado lances, é possível


que estes não tenham sido suficientes, situação esta que foge ao controle da
Primeira Requerida.

- DO PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA E DA INFORMAÇÃO

O artigo 4° do Código de Defesa do Consumidor expõe que:

“Art. 4° da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.

A Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das


necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade, saúde e
segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua
qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de
consumo, atendidos os seguintes princípios:

IV – educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus


direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;”

A tradução, feita por Rizzato Nunes, quanto ao princípio da informação


preceituado no CDC:

“Dever de informar: com efeito, na sistemática implantada pelo CDC, o


fornecedor está obrigado a prestar todas as informações acerca do produto e do
serviço, suas características, qualidades, riscos, preços e etc., de maneira clara
e precisa, não se admitindo falhas ou omissões.”

O nosso Código de Defesa do Consumidor prevê em seu artigo 6º, III:

Art. 6º da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990. “São direitos básicos do


consumidor:

III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com


especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e
preço, bem como sobre os riscos que apresentem;”

Fábio Ulhoa Coelho Preceitua:

“De acordo com o princípio da transparência, não basta ao empresário abster-


se de falsear a verdade, deve ele transmitir ao consumidor em potencial todas
as informações indispensáveis à decisão de consumir ou não o fornecimento.”
fls. 180

Consequentemente, de acordo com os fatos expostos anteriormente e o contrato


de adesão firmado entre o Requerente e as empresas Requeridas, ele possuía
pleno conhecimento de todas as informações conforme estipulado no contrato
por escrito.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1044949-32.2023.8.26.0602 e código TPdSzvq1.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ROGER LUIZ COTA LANZA, protocolado em 01/02/2024 às 12:04 , sob o número WSCB24700339195 .
- DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

Para fins de validade do negócio jurídico, nos termos do Artigo 104 do Código
Civil, cumpre demonstrar pelo atendimento aos requisitos:

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

-Agente capaz – Contrato firmado entre ALISSON RAVAIANE, YCON


INTERMEDIACOES E CONSULTORIA LTDA, e DISBRAVE
ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIOS LTDA, ou seja, plenamente capazes;

- Objeto lícito, possível, determinado ou determinável – Objeto do Contrato:


Contrato de Adesão de Consórcio;

- Forma prescrita ou não defesa em lei – Contrato Escrito.

O Requerente é plenamente capaz, pois o mesmo saber ler e escrever, e pelo


fato, do mesmo ter assinado o presente contrato, ele estava de acordo com todas
as suas regras.

Além disso, o objeto do contrato é lícito, possível e determinado, e teve sua forma
escrita, conforme exigido em lei.

Sendo assim, o negócio jurídico preencheu todos os requisitos necessários para


ser válido, e ressalta-se que o Requerente deixou de juntar qualquer prova
suficiente a evidenciar vício de consentimento da parte, não se configurando a
nulidade/rescisão pleiteada.

- DA RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS

O Requerente requer o reembolso integral e imediato dos valores pagos


inicialmente.

No entanto, de acordo com o contrato anexado assinado pelo Requerente, ele


estava ciente de que se tratava de um consórcio, de suas regras e
funcionamento.

A devolução de valores pagos para a Ycon a titulo de assessoria não são


devolvidos ao cliente, somente os valores pagos para a administradora são
devolvidos, conforme descrito em contrato.
fls. 181

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1044949-32.2023.8.26.0602 e código TPdSzvq1.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ROGER LUIZ COTA LANZA, protocolado em 01/02/2024 às 12:04 , sob o número WSCB24700339195 .
Conforme a Lei nº 11.795/08 e normas do Banco Central que regulamentam o
setor de consórcio, a devolução de valores devido a desistência do consorciado
só é realizada ao fim do grupo, ou, se o grupo tiver sobra de caixa.

Observa-se que não é possível alegar que o Requerente foi enganado ou que
desconhecia as disposições contratuais, uma vez que ele foi informado em
diversas ocasiões, tanto de forma escrita quanto verbal, sobre as regras do
produto que estava adquirindo.

Sendo assim, o Requerente deverá aguardar a restituição dos valores por ele
pagos à administradora, uma vez que o prazo de encerramento do grupo ainda
não se concretizou.

- DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A inversão do ônus da prova é um recurso excepcional utilizado para garantir a


equidade entre as partes quando uma delas está em desvantagem técnica,
jurídica ou econômica.

Entretanto, é importante ressaltar que essa ferramenta não pode ser utilizada de
forma indiscriminada, sendo necessário observar os requisitos legais e os
princípios do contraditório e da ampla defesa.

Em relação à inversão do ônus da prova prevista no Código de Defesa do


Consumidor, é essencial esclarecer em que circunstâncias essa
responsabilidade pode ser atribuída à parte requerida.

De acordo com o entendimento de Paulo Roberto Roque Antônio Khouri;

“Observe-se que a vulnerabilidade do consumidor não se confunde


com hipossuficiência. Enquanto esta é característica marcante e
individual de alguns consumidores, considerados particularmente,
aquela é geral e abrange todos os consumidores indistintamente. A
vulnerabilidade é uma característica universal de todos os
fls. 182

consumidores, ricos ou pobres, educados ou ignorantes, crédulos ou


espertos. Já a hipossuficiência é uma marca pessoal, limitada a
alguns – até mesmo a uma coletividade, mas nunca a todos os
consumidores. A vulnerabilidade seria, então, um conceito de direito
material, enquanto a hipossuficiência está relacionada ao direito

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1044949-32.2023.8.26.0602 e código TPdSzvq1.
processual. Observe que a hipossuficiência é de ordem processual,
pois, quando o CDC menciona a inversão do ônus da prova como

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ROGER LUIZ COTA LANZA, protocolado em 01/02/2024 às 12:04 , sob o número WSCB24700339195 .
direito do consumidor, exige que seja feita prova dessa
hipossuficiência, ou seja, a demonstração de que, no caso concreto,
o consumidor não tem condições econômicas ou até culturais de fazer
a prova necessária à instrução do processo. […]. Isso implica dizer
que o consumidor precisa demonstrar caso a caso a hipossuficiência,
motivo pelo qual nem todos os consumidores terão sempre, em seu
benefício, a inversão do ônus da prova.”
No presente caso, não são encontrados os requisitos necessários
para a inversão do ônus da prova, uma vez que o Requerente não
comprovou sua condição de hipossuficiência nem a veracidade de
suas alegações.

O Requerente agiu de má-fé ao alegar desconhecimento da aquisição de um


consórcio, uma vez que ele assinou um contrato contendo cláusulas claras e
detalhadas sobre o produto que estava adquirindo.

O Requerente aderiu ao contrato de consórcio de forma consciente, recebendo


todas as informações necessárias sobre seu funcionamento, regras e riscos
inerentes ao negócio.

O contrato foi redigido de maneira clara e objetiva, sem cláusulas abusivas ou


enganosas.

Portanto, não há fundamentos para aplicar a inversão do ônus da prova, uma


vez que o Requerente não se enquadra na hipótese legal prevista no artigo 6º,
VIII, do Código de Defesa do Consumidor.

Assim sendo, cabe ao Requerente provar suas alegações infundadas e


improcedentes, que buscam apenas se eximir de suas obrigações contratuais e
obter vantagens indevidas.

- DO SUPOSTO DANO MORAL

Em seus ensinamentos traz Carlos Roberto Gonçalves que dano moral é o


que atinge o ofendido como pessoa, não lesando seu patrimônio, e sim a
lesão de bem que integra os direitos da personalidade, como a honra, a
dignidade, a intimidade e a imagem, acarretando ao lesado, tristeza,
vexame e humilhação.

Percebe-se que, para a configuração do dano moral, há a necessidade de lesão


a um dos direitos da personalidade, o que não há no presente caso.
fls. 183

Em virtude de a própria Requerente ser causadora do problema ora instalado,


diante da sua expectativa unilateral, não há que se falar em aplicação de danos
morais.

Portanto, requer que seja julgado completamente improcedente tal pedido.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1044949-32.2023.8.26.0602 e código TPdSzvq1.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ROGER LUIZ COTA LANZA, protocolado em 01/02/2024 às 12:04 , sob o número WSCB24700339195 .
- SOBRE AS CONVERSAS DE WHATSAPP

A Primeira Requerida impugna as conversas de WhatsApp juntadas no


processo.

As conversas não estão autenticadas através da cadeia de custódia digital,


conforme Recurso Especial nº 1.864.020/SP da 6ª Turma do STJ.

A cadeia de custódia digital é o conjunto de procedimentos documentados que


registram a origem, a identificação, a coleta, a custódia, o controle, a
transferência, a análise e o eventual descarte das evidências digitais.

O objetivo da cadeia de custódia digital é garantir a integridade e a autenticidade


das provas digitais desde a sua origem até a sua apresentação em um processo
judicial ou disciplinar.

Nem a ata notarial possui mais validade jurídica para autenticar conversas de
WhatsApp, porque elas podem autenticar uma conversa que se encontra em um
celular, porém, não podem garantir de qual IP de aparelhos eletrônicos se
originou.

Adicionalmente, é importante destacar que existem sites e aplicativos que


permitem a criação de conversas fake do WhatsApp, possibilitando que seu
conteúdo seja manipulado para favorecer o Requerente.

Exemplos de sites que oferecem recursos de edição de texto e áudio incluem o


Fake Detail, O link para acessar o site encontra-se abaixo:

https://fakedetail.com/fake-whatsapp-chat-generator

O áudio do pós-venda é o único recurso que podemos confiar de que não teve
alteração.

Portanto, as conversas de WhatsApp juntadas no processo não servem como


prova, pelos motivos acima expostos, devendo ser impugnadas.

- DOS PEDIDOS

Por tudo isso, vem requerer:


fls. 184

Que este r. Juízo ao final julgue improcedente todos os pedidos do Requerente;

Que o Requerente seja condenada ao pagamento a Primeira Requerida por má-


fé processual de 10 (dez) salários mínimos a título de danos, por ter distorcido
os fatos para conseguir se enriquecer ilicitamente;

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1044949-32.2023.8.26.0602 e código TPdSzvq1.
Que este r. juízo se digne intimar a DISBRAVE ADMINISTRADORA DE

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ROGER LUIZ COTA LANZA, protocolado em 01/02/2024 às 12:04 , sob o número WSCB24700339195 .
CONSORCIOS LTDA, a juntar no processo o link da conversa entre o seu
representante e o Requerente que aconteceu em 8 (oito) dia após a aquisição
da cota;

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,


especialmente o documental, testemunhal e pericial;

Que o Requerente seja condenado ao pagamento das custas processuais finais


e de honorários advocatícios no percentual de 20% (vinte por cento) sobre o
valor da causa;

A Primeira Requerida desde já requer a oitiva do Requerente para que ele possa
esclarecer as divergências entre sua narrativa e dos fatos como realmente
aconteceram.

Nestes termos. Pede deferimento.

Sorocaba/SP, 30 de janeiro de 2024.

ROGER LUIZ COTA LANZA


OAB-MG 70.023

Você também pode gostar