Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
OAB/RO 2437
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Ação Monitória
Proc. n.º 7058342-87.2023.8.22.0001
EMBARGOS À MONITÓRIA,
INTROITO
Benefícios da justiça gratuita (CPC, art. 98, caput)
A parte Embargante não tem condições de arcar com as despesas do processo, uma
vez que são insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as despesas processuais,
inclusive o recolhimento das custas iniciais.
Destarte, a Embargante ora formula pleito de gratuidade da justiça, o que faz por
declaração juntada com esta peça.
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
A Embargante, de outro turno, durante longo período usou o cartão de crédito ora
aludido, quando foi abruptamente colocado diante das exorbitantes e ilegais taxas cobradas.
Será provado, mais, que a dívida fora em sua grande parte, já quitada, senão por
completa.
II – PRELIMINAR AO MÉRITO
(CPC, art. 700, § 4º c/c art 337, inc. IV )
Segundo o disposto no art. 320 do Estatuto de Ritos, "a petição inicial será instruída
com os documentos indispensáveis à propositura da ação". E a delimitação fixada no art. 700
e incisos do CPC, é no sentido da exigência do demonstrativo do débito.
No caso dos autos, a norma descrita no art. 320 do Código de Processo Civil não
pode prevalecer, uma vez que não existe, com a inicial, os documentados como prova escrita
hábil ao manejo da ação de cobrança em liça.
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Frise-se que o Superior Tribunal de Justiça, ao sumular a matéria em liça, exigiu sim
o demonstrativo do débito. “Demonstrativo do débito”, como estipulado na súmula em
vertente, deve revelar a evolução do débito, inclusive com todas as amortizações, juros
cobrados, correção monetária aplicada, mês a mês, até a propositura da ação. Aqui, não se
sabe minimamente quais critérios foram utilizados para apurar-se o valor final do débito,
muito menos comprovantes de sua evolução.
Nesse diapasão, a ação merece ser extinta, sem adentra-se ao mérito, visto que os
documentos colacionados pela Embargada, serviram, quando muito, como mero indício de
prova escrita. Não prestam como prova escrita hábil e idônea a comprovar, por si só, o
direito alegado e pretendido.
APELAÇÃO CÍVEL.
Ação monitória. Contrato de abertura de crédito em conta corrente.
Sentença que julgou extinto o processo sem resolução do mérito.
Ausência dos contratos de abertura de crédito e dos extratos bancários
de todo o período necessários para instruir o feito. Inépcia da inicial.
Extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do artigo
267, VI do código de processo civil. Recurso de apelação conhecido e
desprovido. (TJPR; ApCiv 1268108-6; Barbosa Ferraz; Décima Quarta
Câmara Cível; Relª Juíza Conv. Sandra Bauermann; DJPR 11/03/2015;
Pág. 537)
Rua Tenreiro Aranha, 2494, Sala 120, Galeria Eldorado – Centro
PORTO VELHO-RO CEP 76.801-114 – Fone (69) 3229-4471 – advocaciapaulotimoteo@gmail.com
Paulo Timóteo
OAB/RO 2437
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Por esse enfoque, não estão demonstrados a contento pela Autora os fatos
constitutivos de seu direito, é inarredável seja proferida decisão de sorte a extinguir o feito,
pela ausência de documento essencial à propositura da ação (CPC, art. 485, inc. I e IV).
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
2 – MÉRITO
A) “DIES A QUO” DOS JUROS E DA CORREÇÃO MONETÁRIA
No que diz respeito à correção monetária, por se tratar, no caso, de título ilíquido, a
mesma terá incidência tão somente a partir do ajuizamento da ação.
Resta saber que os títulos monitórios têm, como primeira característica, não serem
executivos. Nesse caso, para efeitos processuais, a dívida reclamada incide a partir do
ajuizamento da querela, consoante acima delimitado pela legislação específica.
Na verdade, os juros moratórios devem ser contados a partir do ato citatório, e não
dos vencimentos de parcelas, como assim se apresentou nos autos.
CÓDIGO CIVIL
Art. 405 - Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Nem se afirme que os juros capitalizados poderiam ser cobrados por força das MPs
1.963-17 (art. 5º) e 2.170-36 (art. 5º) – visto que o pacto é posterior a vigência das mesmas -
-, mantidas pela Emenda Constitucional nº. 32/01. Isso porque, também para essas
hipóteses o pacto expresso de capitalização de juros se faz necessário.
PRELIMINAR.
Preliminar de nulidade da sentença pelo julgamento da lide, sem a
aplicação correta da Lei ao caso concreto Rejeição Hipótese em que a
má aplicação da Lei pode resultar em uma reversão do julgamento, se
for dado provimento ao recurso, não tornar a sentença nula
PRELIMINAR REJEITADA. AÇÃO COM PEDIDO DE COBRANÇA
CAPITALIZAÇÃO DE JUROS Pretensão de reforma da sentença para
afastar a capitalização de juros de contrato de operação de desconto
de títulos Cabimento Hipótese em que a capitalização mensal dos juros
é permitida nos contratos celebrados em data posterior à Medida
Provisória MP 1.963-17, atual MP nº 2.170-36, desde que contratada
Ausência de expressa contratação dos juros capitalizados que incidiram
na composição do débito Capitalização de juros afastada. RECURSO
PROVIDO. (TJSP; APL 0002070-38.2009.8.26.0466; Ac. 8212464; Pontal;
Décima Terceira Câmara de Direito Privado; Relª Desª Ana de Lourdes;
Julg. 19/02/2015; DJESP 02/03/2015)
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
CÓDIGO CIVIL
Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se
transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direitos.
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Diante disso, conclui-se que declarada ilegal a cobrança de juros capitalizados com
periodicidade diária, resta igualmente vedada a capitalização em qualquer outra
modalidade. Subsidiariamente (CPC, art. 326), seja definida a capitalização de juros anual
(CC, art. 591), ainda assim com a desconsideração da mora pelos motivos antes
mencionados.
APELAÇÃO.
Contrato de cartão de crédito e exibição de documentos. Ação
revisional, movida contra estabelecimento bancário. Sentença de
improcedência. REVELIA. Réu que ingressou nos autos em sede
recursal. Omissão na apresentação do contrato ou outros documentos
que comprovassem fato impeditivo, restritivo ou modificativo do
direito do autor. Inércia. Aplicação dos efeitos da revelia de rigor,
presumindo-se como verdadeiros os fatos narrados na inicial. Ausência
de provas em sentido contrário. SENTENÇA EXTRA OU ULTRA PETITA
não configurada. Juiz que decidiu nos limites da lide proposta e nos
limites das questões suscitadas pela parte. MÉRITO. Réu que não
juntou nos autos o contrato entabulado entre as partes, ônus que lhe
competia, para verificação das taxas e juros cobrados. CAPITALIZAÇÃO
DOS JUROS é admitida, desde que pactuada de forma expressa e clara.
Ausência de contrato para essa aferição. Exclusão. JUROS
REMUNERATÓRIOS. Impossibilidade de fixação em taxa pretendida
pelo banco. Contrato inexistente nos autos. Impossibilidade de
comprovação de quais foram os juros efetivamente pactuados. Limite
de 1% ao mês a título de juros remuneratórios mantido. COMISSÃO DE
PERMANÊNCIA. Cobrança descabida ante a ausência do contrato.
Manutenção da r. Sentença inclusive na parte que determinou a
incidência dos juros moratórios no importe de 1% (um por cento) ao
mês e afastou a cobrança da multa e das tarifas bancárias.
ASTREINTES. Multa diária. Ciência inequívoca da parte acerca da
obrigação de não fazer imposta na sentença supre a necessidade da
Rua Tenreiro Aranha, 2494, Sala 120, Galeria Eldorado – Centro
PORTO VELHO-RO CEP 76.801-114 – Fone (69) 3229-4471 – advocaciapaulotimoteo@gmail.com
Paulo Timóteo
OAB/RO 2437
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Tais argumentos podem ser facilmente constatados com uma simples análise junto
ao site do Banco Central do Brasil. Há de existir, nesse tocante, uma redução à taxa mensal,
posto que foi a média aplicada no mercado no período da contratação, para a espécie de
contrato utilizado como parâmetro: cheque especial. Não sendo esse o entendimento,
aguarda-se sejam apurados tais valores em sede de prova pericial, o que de logo requer.
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
D) DA AUSÊNCIA DE MORA
CÓDIGO CIVIL
Art. Art. 394 - Considera-se em mora o devedor que não efetuar o
pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e
forma que a lei ou a convenção estabelecer.
Art. 396 - Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não
incorre este em mora
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
Caso este juízo entenda pela impertinência desses argumentos, o que se diz apenas
por argumentar, devemos também destacar que é abusiva a cobrança da comissão de
permanência cumulada com outros encargos moratórios/remuneratórios, ainda que
expressamente pactuada. É pacífico o entendimento do Colendo Superior Tribunal de
Justiça, no sentido de que em caso de previsão contratual para a cobrança de comissão de
permanência, cumulada com correção monetária, juros remuneratórios, juros de mora e
multa contratual, impõe-se a exclusão da incidência desses últimos encargos. Em verdade, a
comissão de permanência já possui a dupla finalidade de corrigir monetariamente o valor do
débito e de remunerar o banco pelo período de mora contratual.
Nesse sentido:
Rua Tenreiro Aranha, 2494, Sala 120, Galeria Eldorado – Centro
PORTO VELHO-RO CEP 76.801-114 – Fone (69) 3229-4471 – advocaciapaulotimoteo@gmail.com
Paulo Timóteo
OAB/RO 2437
Douglas Aranha
OAB/RO 1779
F) EM CONCLUSÃO
Não sendo esse o entendimento, o que se diz apenas por argumentar, requer sejam
afastados os encargos contratuais em debate tidos como ilegais.
Douglas Aranha
OAB/RO 1779