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Paulo Timóteo

OAB/RO 2437

Douglas Aranha
OAB/RO 1779

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 9ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE


PORTO VELHO – RONDONIA

Ação Monitória
Proc. n.º 7058342-87.2023.8.22.0001

Autora: COOPERATIVA DE CREDITO DA AMAZONIA


Ré: DAYSE LIDIANE ELLER

DAYSE LIDIANE ELLER, brasileira, solteira, Gerente Administrativo, portadora da


Cédula de Identidade RG 572.437 SSP/RO, CPF 748.144.352-15, residente e domiciliada na
Rua Betim, 5015, Apto 04 Bairro Industrial, na cidade de Porto Velho-RO, CEP 76.821-204,
ora intermediado por seu patrono ao final firmado – instrumento procuratório acostado –,
esse com endereço eletrônico e profissional inserto na referida procuração, o qual, em
obediência à diretriz fixada no art. 106, inc. I c/c art. 287, ambos do CPC, indica-o para as
intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido respeito à presença de Vossa
Excelência, com suporte no art. 702 e segs. do Código de Processo Civil, para opor,
tempestivamente ( CPC, art. 701),

EMBARGOS À MONITÓRIA,

essa ajuizada por COOPERATIVA DE CREDITO DA AMAZONIA, qualificada na


exordial desta querela, o que faz em razão das justificativas de ordem fática e de direito
abaixo delineadas.

INTROITO
Benefícios da justiça gratuita (CPC, art. 98, caput)

A parte Embargante não tem condições de arcar com as despesas do processo, uma
vez que são insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as despesas processuais,
inclusive o recolhimento das custas iniciais.

Destarte, a Embargante ora formula pleito de gratuidade da justiça, o que faz por
declaração juntada com esta peça.

I – SÍNTESE DOS FATOS

A Embargada celebrou com a empresa Embargada, proposta para abertura de conta


corrente, que vinculou emissão de cartão de crédito, com debito automático em conta.

Rua Tenreiro Aranha, 2494, Sala 120, Galeria Eldorado – Centro


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A Embargada informa que apresentou contrato de adesão a Cartão de Crédito,


porém, se limitou a apresentar Ficha de Proposta de Abertura de Conta Pessoa Física e
Extratos da Fatura de Cartão de Crédito, não sendo documentos hábeis a ensejar a medida
judicial eleita.

Deduz-se, de antemão, que o Embargante não tivera conhecimento prévio do teor


completo do pacto firmado, o que será debatido em linhas posteriores.

A Embargante, de outro turno, durante longo período usou o cartão de crédito ora
aludido, quando foi abruptamente colocado diante das exorbitantes e ilegais taxas cobradas.

Percebe-se do exemplo de extrato ora acostado, Num. 96424501 - Pág. 1, que a


empresa supra-aludida, abusivamente, chegou a cobrar taxas mensais de 13,50% (treze
virgula cinquenta por cento), muito além do que legalmente permitido.

Ademais, a credora, numa atitude severa e ríspida, inseriu o nome do Embargante


nos órgãos de restrições, manobra corriqueira de tentar, pela via reflexa, levá-la a pagar seu
débito diante dessa cobrança abusiva e humilhante.

Ademais, urge asseverar que a Embargada dissimulou a existência de juros


capitalizados (anatocismo) e encargos moratórios indevidos, onde resultou na incômoda
situação da Embargante pagar além do que foi pactuado durante longo período.

Será provado, mais, que a dívida fora em sua grande parte, já quitada, senão por
completa.

II – PRELIMINAR AO MÉRITO
(CPC, art. 700, § 4º c/c art 337, inc. IV )

Preliminarmente, vem a Embargante destacar que a presente demanda deve ser


extinta por inépcia da inicial.

Segundo o disposto no art. 320 do Estatuto de Ritos, "a petição inicial será instruída
com os documentos indispensáveis à propositura da ação". E a delimitação fixada no art. 700
e incisos do CPC, é no sentido da exigência do demonstrativo do débito.

No caso dos autos, a norma descrita no art. 320 do Código de Processo Civil não
pode prevalecer, uma vez que não existe, com a inicial, os documentados como prova escrita
hábil ao manejo da ação de cobrança em liça.

Dessarte, a presente ação não veio instruída com os documentos essenciais à


mesma, posto não trazer demonstrativos que evidenciassem a evolução do débito.

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Isso porque a procedência do pleito de cobrança imprescinde da escorreita


comprovação do an e quantum debeatur, pois se trata do fato constitutivo do direito do
credor, cujo ônus lhe incumbe nessa modalidade de demanda, a teor do art. 373, I, do
Estatuto Processual.

Dessa forma, a pretensão do recebimento de débito, mediante processamento de


ação monitória, requer a apresentação, com a inicial, de prova escrita que revele, por si só
ou acompanhada de outros elementos probatórios, da certeza e exigibilidade da dívida
reclamada.

A propósito, essa é a visão do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, quando


entendeu que a apresentação do contrato de abertura de crédito rotativo em conta
corrente, acompanhado de demonstrativo analítico do débito, é suficiente para comprovar o
direito de crédito da instituição financeira autora, pensamento esse que repousa de forma
sumulada:

STJ – SÚMULA 247


“O contrato de abertura de crédito em conta corrente, acompanhado
do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o
ajuizamento de ação monitória. “

Todavia, não se discute ser possível o manejo de ação monitória ou ação de


cobrança em face de contratos inexigíveis pela via executiva, como ocorre na hipótese,
maiormente diante da súmula retro mencionada.

Entrementes, e este é o âmago dessa preliminar, cabe ao credor, nessas


circunstâncias, trazer com a peça vestibular, além do pacto firmado, o devido demonstrativo
que permita aferir, com segurança e de forma clara, como o mesmo chegou ao valor
reclamado. Desse modo, imperiosa a demonstração da evolução do débito desde o início da
contratação, com expressa menção aos encargos aplicados.

Não é o que se revela da exordial em debate.

Analisando-se a conta, absurdamente atribuída pela Embargada como


“demonstrativo de débito”, percebe-se com facilidade que esse não satisfaz à exigência legal,
ID Num. 96424501 - Pág. 1, e seguintes.

Em que pese o contrato ter sido firmado em 06/06/2022, o ambicionada extrato,


que deveria trazer a evolução do débito, somente denuncia a dívida a partir de 03/01/2023.
E pior disso tudo, já inicia trazendo o absurdo valor de R$ 3.353,28, (três mil, trezentos e
cinquenta e três reais e vinte e oito centavos), e finaliza com o lançamento de HONRA DE
AVAL CARTÃO, em 17/04/2023, no valor de R$ 10.610,23, (dez mil seiscentos e dez reais e
vinte e três centavos), valores estes, cuja origem, à míngua de elementos consistentes, não
se pode aferir com nenhuma segurança.
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Outrossim, a hipótese reporta a Contrato de Adesão (Cartão de Crédito), não


carreado aos autos. Por esse norte, para se chegar ao valor indicado na peça vestibular, far-
se-ia necessário apurar créditos e débitos, indicando-se todas as amortizações feitas pela
Embargante, bem como, os supostos ajustes aderidos no contrato de Adesão.

Frise-se que o Superior Tribunal de Justiça, ao sumular a matéria em liça, exigiu sim
o demonstrativo do débito. “Demonstrativo do débito”, como estipulado na súmula em
vertente, deve revelar a evolução do débito, inclusive com todas as amortizações, juros
cobrados, correção monetária aplicada, mês a mês, até a propositura da ação. Aqui, não se
sabe minimamente quais critérios foram utilizados para apurar-se o valor final do débito,
muito menos comprovantes de sua evolução.

Nesse diapasão, a ação merece ser extinta, sem adentra-se ao mérito, visto que os
documentos colacionados pela Embargada, serviram, quando muito, como mero indício de
prova escrita. Não prestam como prova escrita hábil e idônea a comprovar, por si só, o
direito alegado e pretendido.

A propósito, vejamos os seguintes julgados:

CONTRATO BANCÁRIO. MONITÓRIA. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO


ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE. LIS. FALTA DE
DEMONSTRAÇÃO DA ORIGEM E CARACTERIZAÇÃO DO DÉBITO.
O contrato acostado aos autos, bem como os extratos apresentados
não são aptos para caracterizarem o crédito do autor, isso porque não
foi demonstrada a origem do débito e nem a sua evolução, partindo-se
de um saldo negativo. O contrato apresentado nos autos não possui
cláusulas com regularidade numérica, bem como as letras que o
preencheram são diferentes apontando que o autor acostou um
contrato com assinaturas de outro. Logo, não há como se falar em
constituição do título pretendido. Apelação não provida. (TJSP; APL
0120790-14.2008.8.26.0008; Ac. 8260801; São Paulo; Décima Segunda
Câmara de Direito Privado; Relª Desª Sandra Galhardo Esteves; Julg.
05/03/2015; DJESP 16/03/2015)

APELAÇÃO CÍVEL.
Ação monitória. Contrato de abertura de crédito em conta corrente.
Sentença que julgou extinto o processo sem resolução do mérito.
Ausência dos contratos de abertura de crédito e dos extratos bancários
de todo o período necessários para instruir o feito. Inépcia da inicial.
Extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do artigo
267, VI do código de processo civil. Recurso de apelação conhecido e
desprovido. (TJPR; ApCiv 1268108-6; Barbosa Ferraz; Décima Quarta
Câmara Cível; Relª Juíza Conv. Sandra Bauermann; DJPR 11/03/2015;
Pág. 537)
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PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA CONTRATO DE ABERTURA DE


CRÉDITO ROTATIVO EM CONTA CORRENTE. DOCUMENTAÇÃO
NECESSÁRIA. DEMONSTRATIVO DE DÉBITO. EXTRATOS DA
MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. EVOLUÇÃO DA DÍVIDA.
I. O procedimento monitório de que trata os arts. 1.102a, 1.102-b e
1.102-c do código de processo civil oportuniza ao credor a obtenção de
um título executivo, pela via judicial, com vistas à realização de seu
direito, a partir de prova escrita sem eficácia de título executivo. II. É
certo que a Súmula nº 247 do Superior Tribunal de justiça preceitua
que “o contrato de abertura de crédito em conta-corrente,
acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil
para o ajuizamento da ação monitória”. Todavia, no caso de obrigação
pecuniária, não basta a mera apresentação do referido contrato e do
débito consolidado, é preciso que a inicial venha instruída com os
documentos indispensáveis à propositura da ação e necessários à
demonstração dos fatos constitutivos do direito pretendido pelo autor
(arts. 283, 333, e 1.102-a do cpc) atinentes no caso “sub examine” à
comprovação do crédito disponibilizado e demonstrativo de evolução
da dívida. III. “para o cabimento de ação monitória, não basta a
apresentação do contrato de abertura de crédito em conta-corrente e
do demonstrativo do débito consolidado, sendo ainda necessária a
apresentação dos extratos de movimentação bancária referentes ao
período compreendido entre a concessão do crédito e o lançamento da
dívida em conta de liquidação, a fim de que se possa aferir se a
obrigação se constituiu legitimamente em face dos lançamentos
efetuados na conta-corrente do devedor. ” (ac
001273549.2000.4.01.3800 / MG, Rel. Desembargador federal João
batista Moreira, Rel. Conv. Juiz federal marcelo velasco nascimento
albernaz (conv.), quinta turma, DJ p.106 de 28/11/2005). lV. Hipótese
em que a Caixa Econômica federal, no ajuizamento da ação monitória,
apresentou o contrato de abertura de crédito rotativo em conta
corrente. Cheque azul, firmado em abril de 1993, a planilha de
evolução de dívida, a partir de 31 de outubro de 1996, porém deixando
de apresentar os extratos de movimentação bancária da conta
corrente em questão. V. Apelação da parte demandada a que se dá
provimento. Sentença anulada. (TRF 1ª R.; AC 0014001-
39.2002.4.01.3400; DF; Sexta Turma; Relª Juíza Fed. Conv. Hind
Ghassan Kayath; DJF1 04/02/2015; Pág. 916)

Por esse enfoque, não estão demonstrados a contento pela Autora os fatos
constitutivos de seu direito, é inarredável seja proferida decisão de sorte a extinguir o feito,
pela ausência de documento essencial à propositura da ação (CPC, art. 485, inc. I e IV).

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2 – MÉRITO
A) “DIES A QUO” DOS JUROS E DA CORREÇÃO MONETÁRIA

Do simples exame da peça inicial se vê que há excesso na cobrança da dívida. É que


foram imputados à Embargante juros de mora e correção monetária de forma indevida,
quando calculados a partir do vencimento do débito.

No que diz respeito à correção monetária, por se tratar, no caso, de título ilíquido, a
mesma terá incidência tão somente a partir do ajuizamento da ação.

LEI DA CORREÇÃO MONETÁRIA


Lei nº. 6.899/81
Art. 1º - A correção monetária incide sobre qualquer débito resultante
de decisão judicial, inclusive sobre custas e honorários advocatícios.
...
§ 2º - Nos demais casos, o cálculo far-se-á a partir do ajuizamento da
ação.

Resta saber que os títulos monitórios têm, como primeira característica, não serem
executivos. Nesse caso, para efeitos processuais, a dívida reclamada incide a partir do
ajuizamento da querela, consoante acima delimitado pela legislação específica.

No tocante aos juros moratórios, temos que, identicamente, a Embargada cobrou


inadvertidamente.

Na verdade, os juros moratórios devem ser contados a partir do ato citatório, e não
dos vencimentos de parcelas, como assim se apresentou nos autos.

CÓDIGO CIVIL
Art. 405 - Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.

Com esse enfoque:

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO


MONITÓRIA. NOTAS E CUPONS FISCAIS ASSINADOS. FORNECIMENTO
DE COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES. AUSÊNCIA DE PROVA DO
PAGAMENTO. ART. 333, II, DO CPC [CPC/2015, art. 373, inc. II]. TERMO
INICIAL DOS JUROS DE MORA. DATA DA CITAÇÃO. REFORMA PARCIAL
DA DECISÃO HOSTILIZADA. AGRAVO RETIDO. CERCEAMENTO DE
DEFESA.
Tratando-se de embargos à monitória, na qual a tese defensiva deve
estar adstrita, em regra, ao pagamento da dívida, a prova a ser
produzida é, eminentemente, documental. Assim, no caso em testilha,
tem-se que a produção da prova oral postulada pelo embargante
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mostrar-se-ia prescindível ao julgamento dos embargos. Do mesmo


modo, despicienda a realização de nova prova pericial, se aquela já
produzida pelo expert nomeado pelo juízo foi considerada suficiente ao
deslinde da controvérsia. Incidente, pois, a regra do art. 130
[CPC/2015, art. 370] c/c 131 [CPC/2015, art. 371], ambos do código de
processo civil. Por força do princípio do livre convencimento motivado
do juiz, o julgador não está obrigado a examinar todos os fundamentos
legais apresentados pelas partes, tendo em vista que pode decidir a
causa de acordo com os motivos jurídicos necessários à sustentação de
seu convencimento, sendo-lhe facultado, desta maneira, indeferir a
produção das provas que entender dispensáveis ao julgamento do
feito. Agravo retido desprovido. Correção do valor cobrado. Com efeito,
incontroversa nos autos a existência de relação jurídica entre as partes,
que, comumente, celebravam contrato de compra e venda de
combustíveis e lubrificantes. Ocorre que, especificamente quanto às
dívidas sub judice, havendo alegação de que foram parcialmente
quitadas, incumbia ao réu/embargante, por força do art. 333, II, do
CPC [CPC/2015, art. 373, inc. II], a comprovação do efetivo pagamento.
Entretanto, tendo a prova pericial produzida em juízo afastado a
vinculação entre os pagamentos já realizados e as notas fiscais que
embasam a pretensão monitória - O que, aliás, não restou
minimamente demonstrado pelo réu/embargante -, impõe-se o
reconhecimento da exigibilidade dos débitos. Atualização dos valores
objeto da repetição. Tendo em vista que a correção monetária não
configura aumento no valor da condenação, em razão de sua função
precípua de resguardar a identidade da moeda da inflação existente no
país no período reclamado, deve aquela incidir sobre os valores a
serem pagos, desde a emissão de cada nota. No entanto, estando-se
diante de relação contratual, o dies a quo de incidência dos juros de
mora dá-se com base no art. 405 do Código Civil, nos termos do qual:
"contam-se os juros de mora desde a citação inicial.". Deste modo, os
embargos à monitória devem ser providos no ponto, uma vez que a
embargada aplicou, no cálculo que instrui a exordial, juros moratórios
a contar da entrega de cada mercadoria. Art. 940 do CC. Tratando-se
de demanda monitória, na qual foi reconhecida a exigibilidade da
integralidade das notas fiscais que a lastreiam, não há que se fal do
diploma civil, posto que ausente pedido de cobrança judicial de dívida
já paga. Precedentes desta corte. Ônus sucumbenciais. Com a reforma
da decisão, faz-se necessário o redimensionamento dos ônus
sucumbenciais, os quais serão distribuídos proporcionalmente entre as
partes, na forma do art. 21 do CPC [CPC/2015, art. 86]. Negaram
provimento ao agravo retido e deram parcial provimento ao apelo.
Unânime. (TJRS; AC 0256592-51.2015.8.21.7000; São Gabriel; Vigésima

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Câmara Cível; Rel. Des. Dilso Domingos Pereira; Julg. 29/07/2015;


DJERS 10/08/2015).

O demonstrativo de débito acostado pela Embargada, não esclarece qual seria o


valor originário das compras efetuadas pela Embargante. Inicia com um valor de R$
3.353,28, mas, não se sabe a origem desse valor, que foi parcelado compulsoriamente, e
que com a inserção dos juros moratórios e correção monetária a conta importou em R$
10.610,23 (Dez mil seiscentos e dez reais e vinte e três centavos). Perceba, pois, que a
cobrança indevida desses encargos onerou gritantemente a imaginária dívida perseguida.

Vê-se que, nesse contexto, é abusiva a cobrança de juros moratórios e correção


monetária nos moldes do quanto apresentado pela Embargada, ou seja, logo com a
apresentação da inicial.

B) COBRANÇA DE JUROS CAPITALIZADOS INDEVIDAMENTE

A capitalização mensal e/ou diária de juros, ora em debate, é abusiva. Constata-se a


inexistência de cláusula expressa ajustando a cobrança de juros capitalizados, assim como
sua periodicidade. Por esse motivo, há de ser afastada a sua cobrança, segundo inclusive o
assente entendimento dos Tribunais:

APELAÇÃO. AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO. CARTÃO DE CRÉDITO.


PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA. NÃO CONHECIMENTO.
PRECLUSÃO. AUSÊNCIA DO INSTRUMENTO CONTRATUAL.
CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS E COMISSÃO DE PERMANÊNCIA
AFASTADAS. JUROS REMUNERATÓRIOS. TAXA MÉDIA DE MERCADO.
1- Opera-se a preclusão em relação a questões decididas, contra as
quais não se interpôs qualquer recurso. 2- A ausência do instrumento
contratual impede a prova de haver expressa previsão da capitalização
dos juros e da comissão de permanência, o que implica no seu
afastamento da relação contratual. 4- Impossibilitada a prova da taxa
de juros pactuada, deve ser esta limitada à taxa média de mercado.
(TJMG; APCV 1.0145.11.045602-0/002; Rel. Des. Octavio Augusto de
Nigris Boccalini; Julg. 03/03/2015; DJEMG 09/03/2015)

AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL, CUMULADA COM REPETIÇÃO DE


INDÉBITO CARTÃO DE CRÉDITO. TAXAS DE JUROS REMUNERATÓRIOS.
Limitação Impossibilidade. Juros remuneratórios superiores a 12% ao
ano Admissibilidade Súmula nº 382 do STJ Administradora de cartão de
crédito que se equipara a instituição financeira, não se submetendo às
limitações da Lei da Usura Súmula nº 283 do STJ Não ficou
demonstrada a cobrança de juros remuneratórios abusivos, sendo
incabível a limitação deste encargo Recurso improvido, neste aspecto.
CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS Capitalização de juros
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remuneratórios, com periodicidade inferior a um ano, permitida pela


Medida Provisória nº 1.963-17, de 30 de março de 2000, reeditada sob
o número 2.170-36, de 23 de agosto de 2001, desde que pactuada nos
contratos bancários celebrados após esta data Entendimento
pacificado do STJ, expresso no julgamento do RESP 973827/RS, sob o
rito dos recursos repetitivos Ausência de previsão contratual a respeito
da capitalização de juros, o que impossibilita a sua incidência por
periodicidade inferior à anual Imputação de pagamento Pagamentos
parciais efetuados, que amortizaram os juros, os quais, em
consequência, não foram incorporados ao saldo devedor Aplicação do
art. 354 do Código Civil. Inocorrência de capitalização de juros, nos
meses em que foram efetuados os pagamentos das faturas, ainda que
parciais Recurso parcialmente provido, neste aspecto. COMISSÃO DE
PERMANÊNCIA Possibilidade de cobrança, no período de
inadimplência, desde que prevista em cláusula contratual, porém a
cobrança de comissão de permanência, cujo valor não pode
ultrapassar a soma dos encargos remuneratórios e moratórios
previstos no contrato, exclui a exigibilidade dos juros remuneratórios,
moratórios e da multa contratual Súmula nº 472 do STJ Cláusula
contratual que prevê a incidência cumulada de comissão de
permanência com juros moratórios e multa Inadmissibilidade
Afastamento desta cumulação Recurso parcialmente provido, neste
aspecto. SUCUMBÊNCIA Ação parcialmente procedente. Considerando
que o réu decaiu de parte mínima do pedido, a autora arcará, por
inteiro, com as custas processuais e com os honorários advocatícios
fixados na sentença, nos termos do artigo 21, parágrafo único, do
Código de Processo Civil. Recurso improvido, neste aspecto. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSP; APL 0170399-44.2009.8.26.0100; Ac.
8230698; São Paulo; Vigésima Quarta Câmara de Direito Privado; Rel.
Des. Plinio Novaes de Andrade Júnior; Julg. 05/02/2015; DJESP
09/03/2015)

AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL. CARTÃO


DE CRÉDITO CONSIGNADO. JUROS REMUNERATÓRIOS E
CAPITALIZAÇÃO NÃO PREVISTOS. LIMITAÇÃO À TAXA MÉDIA DE
MERCADO. REITERAÇÃO DAS TESES AGITADAS NO APELO. DECISÃO
MANTIDA.
1. Na hipótese de o contrato prever a incidência de juros
remuneratórios, porém sem lhe precisar o montante, está correta a
decisão que considera nula tal cláusula porque fica ao exclusivo arbítrio
da instituição financeira o preenchimento de seu conteúdo. A fixação
dos juros deve ser feita segundo a média de mercado nas operações da
espécie. Preenchimento do conteúdo da cláusula de acordo com os
usos e costumes, e com o princípio da boa-fé. 2. Sobre o contrato
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bancário que não prevê a capitalização dos juros remuneratórios, e


nem as suas taxas mensais e anuais, veda-se a sua cobrança. 3.
Inexistindo nos autos argumentos novos capazes de infirmar os
fundamentos que alicerçaram a decisão agravada, impõe-se sua
manutenção. Agravo interno desprovido. (TJGO; AC 0478574-
12.2008.8.09.0051; Goiânia; Segunda Câmara Cível; Rel. Des. Eudelcio
Machado Fagundes; DJGO 05/03/2015; Pág. 292)

Nem se afirme que os juros capitalizados poderiam ser cobrados por força das MPs
1.963-17 (art. 5º) e 2.170-36 (art. 5º) – visto que o pacto é posterior a vigência das mesmas -
-, mantidas pela Emenda Constitucional nº. 32/01. Isso porque, também para essas
hipóteses o pacto expresso de capitalização de juros se faz necessário.

Com efeito, de toda conveniência evidenciar os seguintes julgados:

PRELIMINAR.
Preliminar de nulidade da sentença pelo julgamento da lide, sem a
aplicação correta da Lei ao caso concreto Rejeição Hipótese em que a
má aplicação da Lei pode resultar em uma reversão do julgamento, se
for dado provimento ao recurso, não tornar a sentença nula
PRELIMINAR REJEITADA. AÇÃO COM PEDIDO DE COBRANÇA
CAPITALIZAÇÃO DE JUROS Pretensão de reforma da sentença para
afastar a capitalização de juros de contrato de operação de desconto
de títulos Cabimento Hipótese em que a capitalização mensal dos juros
é permitida nos contratos celebrados em data posterior à Medida
Provisória MP 1.963-17, atual MP nº 2.170-36, desde que contratada
Ausência de expressa contratação dos juros capitalizados que incidiram
na composição do débito Capitalização de juros afastada. RECURSO
PROVIDO. (TJSP; APL 0002070-38.2009.8.26.0466; Ac. 8212464; Pontal;
Décima Terceira Câmara de Direito Privado; Relª Desª Ana de Lourdes;
Julg. 19/02/2015; DJESP 02/03/2015)

APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO


REVISIONAL. OBJETO.
Contrato de cartão de crédito n. 5078602020121994132, com limite de
r$2.540,00. Sentença ultra petita. Reconhecimento, de ofício. Na
inicial, a autora não impugna a cobrança de comissão de permanência,
sendo ultra petita a sentença que a afasta. Encargos da normalidade
juros remuneratórios. Aplicação das orientações do Superior Tribunal
de Justiça, extraídas dos julgamentos dos recursos especiais
representativos de controvérsia n. 1.061.530/RS e n. 1.112.879/PR.
Afinado a isso, o entendimento desta câmara é o de que a taxa de juros
remuneratórios contratada somente deve ser limitada quando for
superior à taxa média de mercado, registrada pelo BACEN, somada ao
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percentual de 30% (trinta por cento), tido como a margem tolerável.


No caso, os juros contratados encontram-se acima da taxa média de
mercado registrada pelo BACEN à época da contratação para operação
de cartão de crédito, devendo ser limitados. No ponto, recurso provido
em parte. Afastada a limitação à taxa de cheque especial.
Capitalização. Aplicação das orientações do Superior Tribunal de
Justiça, extraídas do julgamento do Recurso Especial representativo de
controvérsia n. 973.827/RS. No caso, inexiste cláusula autorizando a
capitalização de juros e ausente, também, menção da taxa mensal e
anual de juros, pois o contrato e as faturas não informam tais
encargos. Logo, possível afastar a capitalização de juros em qualquer
periodicidade. No ponto, recurso desprovido. Encargos da
inadimplência mora descaracterização da mora. Aplicação das
orientações do Superior Tribunal de Justiça, extraídas do julgamento do
Recurso Especial representativo de controvérsia n. 1.061.530/RS.
Constatadas abusividade nos encargos da normalidade, vai afastada a
mora e a cobrança dos encargos dela decorrentes. No ponto, recurso
desprovido. Repetição do indébito e compensação. Cabimento da
repetição do indébito e compensação de valores diante das
modificações impostas ao contrato. No ponto, apelo desprovido.
Sentença parcialmente desconstituída, de ofício. Recurso parcialmente
provido. (TJRS; AC 0129032-29.2015.8.21.7000; Caxias do Sul; Vigésima
Quarta Câmara Cível; Rel. Des. Jorge Maraschin dos Santos; Julg.
24/06/2015; DJERS 01/07/2015)

REVISIONAL DE CONTRATOS BANCÁRIOS. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE


JUROS. AFASTADA. INAPLICABILIDADE DA MP 2.170-36. REPETIÇÃO DE
INDÉBITO. CABIMENTO. EM RELAÇÃO À COBRANÇA INDEVIDA DE
FORMA SIMPLES. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ADEQUADOS.
SENTENÇA MANTIDA.
Para a incidência da Medida Provisória nº 2.170-36, é necessário que o
contrato firmado com a instituição financeira tenha sido pactuado
após 31 de março de 2.000, e que também exista expressa menção à
incidência de juros capitalizados, o que não ocorre no caso. Apelação
cível desprovida. (TJPR; ApCiv 1301901-3; Curitiba; Décima Sexta
Câmara Cível; Rel. Des. Paulo Cezar Bellio; DJPR 13/02/2015; Pág. 106)

Portanto, ante à inexistência de cláusula expressa nesse sentido, os juros


capitalizados devem ser afastados, maiormente em face do que reza a Súmula 121 do
Supremo Tribunal Federal, assim como Súmula 93 do Superior Tribunal de Justiça:

STF - Súmula nº 121 - É vedada a capitalização de juros, ainda que


expressamente convencionada.

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STJ - Súmula nº 93 - A legislação sobre cédulas de crédito rural,


comercial e industrial admite o pacto de capitalização de juros.

De outra banda, é certo que o Superior Tribunal de Justiça já consagrou


entendimento de que “a previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao
duodécuplo da mensal é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual
contratada.” (Súmula 541) Todavia, como defendido alhures, inexiste qualquer previsão
contratual com esse enfoque.

Ainda que a ausência de capitalização de juros mensais seja ilegal, na hipótese,


além disso, a Embargada, cobrara juros capitalizados com periodicidade diária.

No entanto, na hipótese fere a boa-fé objetiva prevista no Código de Defesa do


Consumido. De regra, nessas situações, há uma relação de consumo firmada entre banco e
mutuário. Destarte, resta comprometido o dever de informação ao consumidor no âmbito
contratual, maiormente à luz dos ditames dos artigos 4º, 6º, 31, 46 e 54 do CDC.

Ademais, a forma de cobrança dos juros, sobretudo nos contratos bancários, é


incompreensível à quase totalidade dos consumidores. É dizer, o CDC reclama, por meio de
cláusulas, a prestação de informações detalhadas, precisas, corretas e ostensivas.

Todavia, no pacto em debate houvera sim cobrança indevida da capitalização de


juros, porém fora adotada outra forma de exigência irregular; uma “outra roupagem”.

Mesmo que inexistente referida cláusula, é de solar clareza que todos as


instituições financeiras, aí incluída as empresas de cartões de crédito, a despeito da
inexistência de acerto expresso, cobram sistematicamente juros capitalizados de forma
diária.

É cediço que essa espécie de periodicidade de capitalização (diária) importa em


onerosidade excessiva ao consumidor.

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO BANCÁRIO.


CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO-CAPITAL DE GIRO. CÓDIGO DE DEFESA
DO CONSUMIDOR. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 297 DO STJ.
POSSIBILIDADE DE REVISÃO. JUROS REMUNERATÓRIOS. LIMITAÇÃO
EM 12% AO ANO. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA QUE NÃO SE SUJEITA A LEI
DE USURA. SÚMULA Nº 596 DO STF. ART. 192, § 3º DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL REVOGADO. LIMITAÇÃO SUJEITA AO ÍNDICE DIVULGADO
PELA TAXA MÉDIA DE MERCADO ANUNCIADA PELO BANCO CENTRAL
DO BRASIL. ENUNCIADOS I E IV DO GRUPO DE CÂMARAS DE DIREITO
COMERCIAL DESTA CORTE.
Convém contemplar na presente decisão a inaplicabilidade dos termos
legais constantes do Decreto nº 22.626/33 frente as instituições
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financeiras de acordo com a Súmula n. 596 do Superior Tribunal


Federal, in verbis:"As disposições do Decreto nº 22.626 de 1933 não se
aplicam às taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas
operações realizadas por instituições públicas ou privadas, que
integram o Sistema Financeiro Nacional". Embora o índice dos juros
remuneratórios não esteja vinculado a limitação disposta no revogado
artigo 192, § 3º, da Constituição Federal, a jurisprudência pátria e até
mesmo o Enunciado I e IV do Grupo de Câmaras de Direito Comercial
anota que é possível estabelecer limitação/redução quando superior
àquele praticado pelo mercado financeiro, elencada pela tabela
emitida pelo Banco Central do Brasil. CAPITALIZAÇÃO DIÁRIA DE
JUROS. CONTRATO FIRMADO APÓS A EDIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA
N. 1.963/2000. PACTUAÇÃO EM PERIODICIDADE DIÁRIA. VEDAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO POR MENSAL. INVIABILIDADE DA
CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. "Por certo que permitir a capitalização
diária dos juros incidentes na dívida configuraria onerosidade excessiva
para qualquer devedor. Aliás, essa prática está em profunda
discrepância com a atualidade econômica brasileira, e deve ser
rechaçada do sistema. [...]" (TJSC, Apelação Cível n. 2011.006278-1, de
Indaial. Relator: Des. Volnei Celso Tomazini. Julgada em
08/03/2012).Assim, impossibilitado o anatocismo diário, não pode ser
deferido o pleito de capitalização mensal, porque esta não foi
convencionada, não se podendo dar interpretação extensiva ao
contrato para tanto. "(STJ. Agravo Regimental no Agravo de
Instrumento n. 966.398/AL, Rel. Ministro Aldir Passarinho Júnior, j.
26.8.2008).ÔNUS SUCUMBENCIAL. FIXAÇÃO DE FORMA
PROPORCIONAL AO RESULTADO QUE AS PARTES OBTIVERAM NA
DEMANDA. Recurso do autor conhecido e parcialmente provido.
Recurso do réu conhecido e improvido. (TJSC; AC 2014.022245-8;
Trombudo Central; Quinta Câmara de Direito Comercial; Rel. Des.
Cláudio Barreto Dutra; Julg. 19/03/2015; DJSC 30/03/2015; Pág. 234)

AGRAVO REGIMENTAL NA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL C/C


CONSIGNATÓRIA. DISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS.
AUSÊNCIA DE FATO NOVO.
1. Legítimo o reconhecimento, em sentença, da abusividade na fixação
dos juros moratórios com capitalização diária, vez que causa excessiva
onerosidade ao consumidor. 2. Se a parte agravante não traz nenhum
argumento hábil a viabilizar a alteração do entendimento adotado na
decisão monocrática, limitando-se a rediscutir a matéria decidida,
impõe-se o desprovimento do agravo regimental, porquanto interposto
à míngua de elemento novo a sustentar a pretendida modificação. 3.
Agravo regimental conhecido e desprovido. (TJGO; AC 0212220-

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13.2013.8.09.0148; Quinta Câmara Cível; Rel. Des. Geraldo Gonçalves


da Costa; DJGO 20/03/2015; Pág. 249)

APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. EXECUÇÃO DE


TÍTULO EXTRAJUDICIAL. EMBARGOS. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO.
EMPRÉSTIMO. CHEQUE ESPECIAL/CRÉDITO ESPECIAL. PESSOA FÍSICA.
INÉPCIA DOS EMBARGOS, AUSÊNCIA DE DEMONSTRATIVO DO VALOR
QUE ENTENDE COMO DEVIDO. DISPENSA. CASO CONCRETO.
DISCUSSÃO ACERCA DE JUROS REMUNERATÓRIOS E CAPITALIZAÇÃO
DIÁRIA DE JUROS. AUSÊNCIA DE CÓPIA DO TÍTULO EXECUTIVO
EXTRAJUDICIAL EXEQUENDO. DESNECESSIDADE. EMBARGOS EM
APENSO À EXECUÇÃO. CAPITALIZAÇÃO DIÁRIA DE JUROS. AFASTADA.
PERMITIDA A CAPITALIZAÇÃO MENSAL. INÉPCIA DA INICIAL DOS
EMBARGOS. AFASTADA. NO QUE TANGE À AUSÊNCIA DE CÁLCULO, NO
QUAL CONSTASSE O VALOR QUE A EXECUTADA ENTENDIA COMO
DEVIDO, EM NADA AFETA A PROCEDIBILIDADE DO PEDIDO INICIAL E A
FORMAÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL, POIS HÁ PERFEITAS
CONDIÇÕES PARA QUE A PARTE ADVERSA EXERÇA O CONTRADITÓRIO
E A AMPLA DEFESA, UMA VEZ QUE AS QUESTÕES DEBATIDAS NOS
EMBARGOS À EXECUÇÃO ERAM TÃO SOMENTE QUANTO AOS JUROS
REMUNERATÓRIOS E ACERCA DA CAPITALIZAÇÃO DIÁRIA DE JUROS.
ADEMAIS, EM QUE PESE NÃO TENHA SIDO JUNTADO AOS AUTOS
DESTES EMBARGOS O DOCUMENTO APONTADO PELO
APELANTE/EMBARGADO, TAL PODE SER ENCONTRADO NOS APENSOS
AUTOS DE EXECUÇÃO, MOTIVO PELO QUAL SOMENTE COM O
DESAPENSAMENTO DO PROCESSO ORIGINÁRIO É QUE A FALTA DA
CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO PODERIA COMPROMETER O
DESENVOLVIMENTO DESTES EMBARGOS. CAPITALIZAÇÃO DIÁRIA DE
JUROS. AFASTADA. ONEROSIDADE EXCESSIVA.
1. No que tange à capitalização de juros, a periodicidade diária, no
caso contratualmente prevista, revela-se abusiva, por implicar ônus
excessivo para a contratante em flagrante desequilíbrio contratual. 2.
No caso, observa-se que a taxa anual (179,11%) supera o duodécuplo
da taxa mensal (8,93%), o que demonstra a efetiva previsão de
capitalização mensal de juros. Admitida, pois, a capitalização mensal.
Rejeitaram a preliminar e proveram, em parte, o recurso de apelação.
(TJRS; AC 0421342-07.2014.8.21.7000; Santana do Livramento; Décima
Quinta Câmara Cível; Relª Desª Adriana da Silva Ribeiro; Julg.
17/12/2014; DJERS 22/01/2015)

REVISIONAL. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃO DE


JUROS. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA.
1. A capitalização de juros em contrato bancário firmado após edição
da MP 1.963-17/2000 (reeditada sob nº 2.170-36/2001), desde que
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prevista expressamente, é válida. Nova orientação, baseada no


julgamento do RESP 973.827/RS (2007/0179072-3), processado nos
termos do art. 543-C do CPC. 2. Porém, acarreta onerosidade excessiva
a previsão de capitalização diária, causando desequilíbrio na relação
jurídica. E não cabendo substituir a capitalização diária pela mensal, de
se determinar sua incidência anual, legalmente prevista (art. 591, CC).
3. A validade da cláusula que estipula comissão de permanência,
dependia de sua não cumulação com outros encargos de mora,
consoante entendimento consolidado pelo STJ, com repercussão geral
da matéria (RESP 1.063.343/RS). Invalidade verificada. 4. Recurso do
autor provido, desprovido o do réu. (TJSP; APL 0155060-
40.2012.8.26.0100; Ac. 7161828; São Paulo; Décima Quarta Câmara de
Direito Privado; Rel. Des. Melo Colombi; Julg. 06/11/2013; DJESP
18/02/2015)

Obviamente que uma vez identificada e reconhecida a ilegalidade da cláusula que


prevê a capitalização diária dos juros, esses não poderiam ser cobrados em qualquer outra
periodicidade (mensal, bimestral, semestral, anual). É que, lógico, inexiste previsão
contratual nesse sentido; do contrário, haveria nítida interpretação extensiva ao acerto
entabulado contratualmente.

Com efeito, a corroborar as motivações retro, convém ressaltar os ditames


estabelecidos na Legislação Substantiva Civil:

CÓDIGO CIVIL
Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se
transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direitos.

Nesse passo, é altamente ilustrativo transcrever o seguinte aresto:

Agravo de instrumento Ação de execução por título judicial Incidente


de execução Decisão proclamando o valor atualizado do débito
Irresignação parcialmente procedente Antecedente título executivo
extrajudicial substituído por transação Incabível, assim, o cômputo da
multa moratória prevista no primitivo título Aplicação do art. 843 do
CC, a dispor que a transação não comporta interpretação extensiva
Juros previstos no instrumento da transação, de 1,5% a.m., incidindo
até o efetivo cumprimento da obrigação Evidente a má-fé processual
na conduta da credora, por ter computado os juros de modo
mensalmente capitalizado, em total infração ao ordenamento jurídico
da época e sem que o instrumento da transação isso autorizasse
Quadro ensejando a aplicação da multa do art. 18 do CPC, de 1% sobre
o valor atualizado da execução. Agravo a que se dá parcial provimento.
(TJSP; AI 2187868-05.2014.8.26.0000; Ac. 8269858; São Paulo; Décima
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Nona Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Ricardo Pessoa de Mello


Belli; Julg. 23/02/2015; DJESP 13/03/2015)

Diante disso, conclui-se que declarada ilegal a cobrança de juros capitalizados com
periodicidade diária, resta igualmente vedada a capitalização em qualquer outra
modalidade. Subsidiariamente (CPC, art. 326), seja definida a capitalização de juros anual
(CC, art. 591), ainda assim com a desconsideração da mora pelos motivos antes
mencionados.

C) LIMITE DOS JUROS REMUNERATÓRIOS

Na hipótese em estudo o acerto contratual não contém qualquer referência à taxa


de juros remuneratórios. Fere, portanto, à disciplina do Código de Defesa do Consumidor,
máximo no que pertine ao princípio da transparência.

Desse modo, inexistindo cláusula no sentido demonstrar ao usuário a taxa


remuneratória a ser empregada, decota-se essa ao limite de 12%(doze por cento) ano,
consoante melhor entendimento jurisprudencial:

APELAÇÃO.
Contrato de cartão de crédito e exibição de documentos. Ação
revisional, movida contra estabelecimento bancário. Sentença de
improcedência. REVELIA. Réu que ingressou nos autos em sede
recursal. Omissão na apresentação do contrato ou outros documentos
que comprovassem fato impeditivo, restritivo ou modificativo do
direito do autor. Inércia. Aplicação dos efeitos da revelia de rigor,
presumindo-se como verdadeiros os fatos narrados na inicial. Ausência
de provas em sentido contrário. SENTENÇA EXTRA OU ULTRA PETITA
não configurada. Juiz que decidiu nos limites da lide proposta e nos
limites das questões suscitadas pela parte. MÉRITO. Réu que não
juntou nos autos o contrato entabulado entre as partes, ônus que lhe
competia, para verificação das taxas e juros cobrados. CAPITALIZAÇÃO
DOS JUROS é admitida, desde que pactuada de forma expressa e clara.
Ausência de contrato para essa aferição. Exclusão. JUROS
REMUNERATÓRIOS. Impossibilidade de fixação em taxa pretendida
pelo banco. Contrato inexistente nos autos. Impossibilidade de
comprovação de quais foram os juros efetivamente pactuados. Limite
de 1% ao mês a título de juros remuneratórios mantido. COMISSÃO DE
PERMANÊNCIA. Cobrança descabida ante a ausência do contrato.
Manutenção da r. Sentença inclusive na parte que determinou a
incidência dos juros moratórios no importe de 1% (um por cento) ao
mês e afastou a cobrança da multa e das tarifas bancárias.
ASTREINTES. Multa diária. Ciência inequívoca da parte acerca da
obrigação de não fazer imposta na sentença supre a necessidade da
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intimação pessoal, sem olvidar do teor da Súmula nº 410 do C. Superior


Tribunal de Justiça. Pedido de redução da mula diária.
Inadmissibilidade. Condenação em multa diária que visa o
cumprimento da obrigação, criando mecanismo apto a garantir a
efetividade da prestação jurisdicional. Valor da multa fixada encontra-
se dentro do razoável. Preliminares rejeitadas. Recurso não provido.
(TJSP; APL 1001286-45.2015.8.26.0236; Ac. 8869773; Ibitinga; Décima
Oitava Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Edson Luiz de Queiróz; Julg.
30/09/2015; DJESP 13/10/2015)

APELAÇÃO CÍVEL. REVISIONAL. CARTÃO DE CRÉDITO. AUSÊNCIA DE


CONTRATO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. DEVER DE EXIBIÇÃO.
DESCUMPRIMENTO. ART. 359 DO CPC. PRESUNÇÃO DE VERDADE.
JUROS REMUNERATÓRIOS. LIMITAÇÃO. TAXA MÉDIA DE MERCADO.
CAPITALIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE CONTRATAÇÃO. ABUSISVIDADE.
COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. LIMITAÇÃO.
I. Presumem-se verdadeiros os fatos alegados na inicial e que seriam
provados por meio do documento em relação ao qual foi descumprida
a determinação de exibição (art. 359, CPC). II. O limite de juros fixado
no Decreto nº 22.626/33 ( Lei de Usura) não se aplica às entidades
financeiras. III. Ausente nos autos o contrato celebrado entre as partes,
deve a cobrança de juros remuneratórios ser limitada à taxa média de
mercado nas operações da espécie, salvo se a taxa cobrada for mais
vantajosa para o autor. lV. Inexistindo a prova de contratação da
capitalização mensal de juros, resta caracterizada a abusividade da sua
cobrança. V. Não demonstrada a contratação dos juros de mora e da
multa, deve a comissão de permanência se limitar à taxa de juros
remuneratórios do contrato, sem cumulação com qualquer outro
encargo. VI. Negado provimento a primeira apelação e dado parcial
provimento a segunda. V.V.p.: I. Cuidando-se de relação de consumo e
havendo pedido do consumidor, a revisão do contrato pode ser
realizada (art. 6o, V, primeira parte, do CDC), de sorte a abranger as
cláusulas contratuais abusivas. Consoante a melhor interpretação do
art. 6º, VIII, do CDC pelo STJ 'o Juiz pode ordenar ao banco réu a
juntada de cópia de contrato e de extrato bancário, atendendo aos
princípios da inversão do ônus da prova e da facilitação da defesa do
direito do consumidor em Juízo' (RSTJ 154/438), bem como que 'o
banco tem a obrigação de exibir em juízo a documentação que deve
guardar, relacionada com o desempenho de sua atividade' (RSTJ
185/447). II. Se o contrato celebrado pelas partes não foi juntado aos
autos, os juros remuneratórios passam a ser limitados a 12% ao ano, a
fim de evitar prejuízo ao mutuado, que poderia ter pactuado juros
menores à taxa do mercado. (TJMG; APCV 1.0701.12.019191-4/002;

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Rel. Des. Vicente de Oliveira Silva; Julg. 02/06/2015; DJEMG


26/06/2015)

Não fosse bastante isso, Excelência, concluímos que a Embargada cobrara da


embargante, ao longo de todo trato contratual, taxas remuneratórias bem acima da média
do mercado.

Tais argumentos podem ser facilmente constatados com uma simples análise junto
ao site do Banco Central do Brasil. Há de existir, nesse tocante, uma redução à taxa mensal,
posto que foi a média aplicada no mercado no período da contratação, para a espécie de
contrato utilizado como parâmetro: cheque especial. Não sendo esse o entendimento,
aguarda-se sejam apurados tais valores em sede de prova pericial, o que de logo requer.

Nesse mesmo enfoque:

APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO


REVISIONAL. CARTÃO DE CRÉDITO. OBJETO.
Contrato de cartão de crédito, não informado número, com limite de
r$1.932,00 cadastros de inadimplentes. Descabimento da inscrição em
órgãos protetivos de crédito diante da abusividade constatada. No
ponto, apelo provido. Depósito judicial. A realização de depósito do
montante que a parte autora entende como devido constitui faculdade
concedida à parte, sendo inclusive dispensada a autorização judicial
para sua efetivação, mormente que não elide a mora. No ponto, apelo
desprovido. Multa diária. Possibilidade. Mostra-se cabível a fixação de
astreintes (multa diária) para hipótese de descumprimento de
obrigação de fazer (abstenção da inscrição em órgãos restritivos), cujo
implemento admite a concessão de tutela específica, com adoção das
providências necessárias a assegurar a observância do provimento
jurisdicional, observado o disposto no artigo 461 do CPC. No ponto,
apelo provido. Juros remuneratórios. Devem observar a taxa média de
mercado fixada pelo BACEN para o período da contratação, conforme
entendimento sedimentado pelo STJ e pacificado nesta câmara.
Inexistindo uma tabela de juros divulgada pelo BACEN para os
contratos de cartão de crédito, utiliza-se, como referência, a média
para os contratos de cheque especial. No caso, os juros contratados
encontram-se acima da taxa média de mercado, devendo ser limitados.
No ponto, apelo provido. Juros moratórios. Consoante o que
disciplinam os arts. 1º e 5º do Decreto nº 22.626/33, os juros
moratórios devem ser fixados em 1% ao mês. Nesse sentido também é
a Súmula n. 379 do STJ. Assim, possível a cobrança dos juros
moratórios limitados a 1% ao mês e desde que não exigida a comissão
de permanência. No ponto, apelo desprovido. Comissão de
permanência. Permitida a cobrança da comissão de permanência
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durante o período de inadimplemento, desde que expressamente


pactuada e não cumulada com demais encargos, conforme Súmula n.
472 do STJ. No caso, ausente comprovação da contratação do encargo,
deve ser afastada a cobrança. No ponto, apelo provido. Capitalização.
Admite-se a capitalização de juros com periodicidade inferior à anual
em contratos celebrados após 31.3.2000, data da publicação da
medida provisória n. 1.963-17/2000 (em vigor como MP 2.170-
36/2001) e desde que expressa e claramente pactuada, incumbindo ao
credor demonstrar a sua existência outrossim, na atual orientação do
STJ, oriunda do RESP n. 973.827/RS, em caráter repetitivo, é permitida
a capitalização de juros mensal quando a taxa anual de juros
ultrapassar o duodécuplo da taxa mensal. No caso, inexiste cláusula
autorizando a capitalização de juros e ausente, também, menção da
taxa anual de juros, pois o contrato e as faturas não informam tais
encargos. Logo, possível afastar a capitalização de juros em qualquer
periodicidade. No ponto, apelo provido. Conhecimento parcial. Índice
de c conhecimento do pedido quanto à aplicação do INPC como índice
de correção monetária, já que se trata de inovação recursal, uma vez
que sequer restou ventilado na petição inicial. Assim, afasta-se o
pedido, sob pena de supressão de grau de jurisdição. Apelo não
conhecido no ponto. Tarifas administrativas. Pedido genérico. É
impossível o conhecimento de pedido genérico, porquanto desatendido
o requisito previsto no art. 282, III, CPC. Necessário especificar
claramente quais as taxas e tarifas que entende ser abusivas, pois
ausente especificação, como no caso, não pode ser conhecido o pedido
genérico, sob pena de sentenciar-se questões não aventadas. No
ponto, apelo não conhecido. Mora. Diante da existência da abusividade
nos encargos da normalidade, vai afastada a mora e a cobrança de
seus encargos. No ponto, apelo provido. Repetição do indébito e
compensação. Cabimento da repetição do indébito e compensação de
valores diante das modificações impostas ao contrato. No ponto, apelo
parcialmente provido. Recurso conhecido em parte e parcialmente
provido nesta. (TJRS; AC 0040236-62.2015.8.21.7000; Portão; Vigésima
Quarta Câmara Cível; Rel. Des. Jorge Maraschin dos Santos; Julg.
25/03/2015; DJERS 30/03/2015)

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO REVISIONAL CUMULADA COM BUSCA E


APREENSÃO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. ART.
538 DO CPC. ABUSIVIDADE DOS JUROS REMUNERATÓRIOS.
DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA. SÚMULA N. 83/STJ. BUSCA E
APREENSÃO. NÃO CABIMENTO.
1. Não viola o art. 535 do CPC o acórdão que, integrado pelo julgado
proferido nos embargos de declaração, dirime, de forma expressa,
congruente e motivada, as questões suscitadas nas razões recursais. 2.
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Embargos de declaração não se prestam à manifestação de


inconformismo ou à rediscussão do julgado. O intuito procrastinatório
da parte enseja a multa prevista no art. 538, parágrafo único, do CPC.
Incidência da Súmula n. 83/stj. 3. É inviável a aplicação da taxa de
juros remuneratórios pactuada no contrato na hipótese em que a corte
a quo tenha considerado cabalmente demonstrada sua abusividade em
relação à taxa média do mercado. Incidência da Súmula n. 83/stj. 4.
Evidenciada a abusividade das cláusulas contratuais, afasta-se a mora
do devedor (recurso especial repetitivo n. 1.061.530/rs). 5. Afastada a
mora, é incabível a busca e apreensão. 6. Recurso Especial
parcialmente conhecido e desprovido. (STJ; REsp 1.409.353; Proc.
2013/0332801-3; SC; Terceira Turma; Rel. Min. João Otávio de
Noronha; DJE 27/08/2015)

APELAÇÃO CÍVEL DO MUTUÁRIO. CONTRATO BANCÁRIO. NÃO


RECOLHIMENTO DO PREPARO RECURSAL. DESERÇÃO CONFIGURADA.
RECURSO NÃO CONHECIDO. O PREPARO RECURSAL DEVE SER
COMPROVADO NO MOMENTO DE INTERPOSIÇÃO DO RECURSO. NO
CASO, EM RAZÃO DE PECULIARIDADE CONSTATADA. ERRO MATERIAL
NA SENTENÇA, NO PONTO EM QUE AFRMOU QUE O RECOR RENTE ERA
BENEFCIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA, CONTRARIANDO O QUE FORA
DECIDIDO A RESPEITO. FOI OPORTUNIZADA À PARTE O
RECOLHIMENTO DO PREPARO, CONTUDO, TAL PROVIDÊNCIA NÃO FOI
TOMADA. ASSIM, NÃO RECOLHIDO O PREPARO NO PRAZO
CONCEDIDO, TORNASSE EVIDENTE A DESERÇÃO DO RECURSO, NÃO
DEVENDO O MESMO SER CONHECIDO. APELAÇÃO CÍVEL DA
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA REVISIONAL DE CONTRATO BANCÁRIO FALTA
DE INTERESSE RECURSAL EM RELAÇÃO À PARTE DAS MATÉRIAS
ARGUIDAS RECURSO CONHECIDO EM PARTE MÉRITO PRINCÍPIO PACTA
SUNT SERVANDA IMPOSSIBILIDADE DE QUE SEJAM ACOBERTADAS
IRREGULARIDADES E ABUSIVIDADES APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR JUROS REMUNERATÓRIOS DETERMINAÇÃO
DE OBSERVÂNCIA DA TAXA MÉDIA DURANTE O PERÍODO DE
CONTRATAÇÃO COMISSÃO DE PERMANÊNCIA POSSIBILIDADE DE
COBRANÇA COM DETERMINADOS LIMITES TAXA DE ABERTURA DE
CADASTRO (TAC) CONTRATO NÃO JUNTADO AOS AUTOS
IMPOSSIBILIDADE DE COBRANÇA. RECURSO CONHECIDO EM PARTE E,
NESTA EXTENSÃO, NÃO PROVIDO.
I. Ausente o interesse recursal da parte quanto à questão da qual não
restou sucumbente e quanto a outras que sequer foram tratadas nos
autos. II. O princípio pacta sunt servanda não é absoluto, devendo ser
interpretado de forma relativa, em virtude do caráter público das
normas violadas no contrato, sendo uníssono no Superior Tribunal de
justiça o entendimento no sentido de se admitir a revisão de cláusulas
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consideradas abusivas pelo Código de Defesa do Consumidor (cdc). III.


Se os juros remuneratórios contratados excedem a taxa média de
mercado geral, fxada pelo Banco Central do Brasil, fca autorizada a
revisão contratual, para reduzi-los ao patamar legal, conforme tabela
do Banco Central do Brasil (bacen), durante todo o período de
contratação do cartão de crédito. lV. No julgamento dos recursos
especiais nº 1.058.114/rs e nº 1.063.343/rs, submetidos ao rito dos
recursos repetitivos, previsto no art. 543-c da Lei adjetiva, o Superior
Tribunal de justiça sedimentou o entendimento no sentido de que nos
contratos bancários é válida a cláusula que institui comissão de
permanência para viger após o vencimento da dívida, limitada à soma
dos encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato, ou
seja: a) juros remuneratórios à taxa média de mercado, não podendo
ultrapassar o percentual contratado para o período de normalidade da
operação; b) juros moratórios até o limite de 12% ao ano e c) multa
contratual limitada a 2% do valor da prestação, nos termos do art. 52,
§ 1º, do Código de Defesa do Consumidor (cdc). V. As tarifas bancárias
de abertura de cadastro (tac) e ou outras denominações que lhes dê o
mercado, somente são admitidas quando expressamente estabelecidas
no instrumento e baseadas em contratos celebrados até 30 de abril de
2008. Acórdão. (TJMS; APL 0823760-15.2012.8.12.0001; Campo
Grande; Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Marco André Nogueira
Hanson; DJMS 01/09/2015; Pág. 40)

D) DA AUSÊNCIA DE MORA

De outro bordo, não há que se falar em mora da Embargante.

A mora reflete uma inexecução de obrigação diferenciada, maiormente quando


representa o injusto retardamento ou o descumprimento culposo da obrigação. Assim, na
espécie incide a regra estabelecida no artigo 394 do Código Civil, com a complementação
disposta no artigo 396 desse mesmo Diploma Legal.

CÓDIGO CIVIL
Art. Art. 394 - Considera-se em mora o devedor que não efetuar o
pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e
forma que a lei ou a convenção estabelecer.
Art. 396 - Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não
incorre este em mora

Do mesmo teor a posição do Superior Tribunal de Justiça:

RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO DO ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO


CPC. AUSÊNCIA DE CARÁTER PROTELATÓRIO. SÚMULA N. 98/STJ.
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OFENSA À SÚMULA. IMPOSSIBILIDADE. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO.


SUSPENSÃO. AÇÃO REVISIONAL AJUIZADA ANTERIORMENTE.
DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA. SÚMULA N. 83/STJ. 1.
É inviável a aplicação da multa de que trata o parágrafo único do art.
538 do código de processo civil se os embargos declaratórios foram
opostos com o manifesto intento de prequestionar a matéria deduzida
no apelo especial, e não com o propósito de procrastinar o feito. 2. Não
se conhece do apelo no que tange a violação de Súmula, que não se
enquadra no conceito de Lei federal, não podendo, portanto, ser objeto
de discussão em Recurso Especial. 3. Reconhecida a abusividade dos
encargos contratuais, em sede de ação revisional anteriormente
ajuizada, descaracteriza-se a mora e impõe-se a suspensão da ação de
busca e apreensão. 4. Recurso Especial parcialmente conhecido e
provido. (STJ; REsp 1.385.439; Proc. 2013/0163185-6; SC; Terceira
Turma; Rel. Min. João Otávio de Noronha; DJE 09/09/2015)

Nesse sentido é a doutrina de Washington de Barros Monteiro:

“A mora do primeiro apresenta, assim, um lado objetivo e um lado


subjetivo. O lado objetivo decorre da não realização do pagamento no
tempo, lugar e forma convencionados; o lado subjetivo descansa na
culpa do devedor. Este é o elemento essencial ou conceitual da mora
solvendi. Inexistindo fato ou omissão imputável ao devedor, não incide
este em mora. Assim se expressa o art. 396 do Código Civil de 2002. “
(MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. 35ª Ed. São
Paulo: Saraiva, 2010, vol. 4. Pág. 368)

Como bem advertem Cristiano Chaves de Farias e Nélson Rosenvald:

“Reconhecido o abuso do direito na cobrança do crédito, resta


completamente descaracterizada a mora solvendi. Muito pelo
contrário, a mora será do credor, pois a cobrança de valores indevidos
gera no devedor razoável perplexidade, pois não sabe se postula a
purga da mora ou se contesta a ação. “ (FARIAS, Cristiano Chaves de;
ROSENVALD, Nelson. Direito das Obrigações. 4ª Ed. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2010. Pág. 471)

Em face dessas considerações, conclui-se que a mora cristaliza o retardamento por


um fato, quando imputável ao devedor. É dizer, quando o credor exige o pagamento do
débito, agregado com encargos excessivos, retira-se do devedor a possibilidade de arcar com
a obrigação assumida. Por conseguinte, não pode lhes ser imputados os efeitos da mora.

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Entende-se, uma vez constatada a cobrança de encargos abusivos durante o


“período da normalidade” contratual, restará afastada eventual condição de mora da
Embargante.

O Superior Tribunal de Justiça, ao concluir o julgamento de recurso repetitivo sobre


revisão de contrato bancário (REsp nº. 1.061.530/RS), quanto ao tema de “configuração da
mora” destacou que:

“ORIENTAÇÃO 2 – CONFIGURAÇÃO DA MORA


a) O reconhecimento da abusividade nos encargos exigidos no período
da normalidade contratual (juros remuneratórios e capitalização)
descaracteriza a mora;
b) Não descaracteriza a mora o ajuizamento isolado de ação revisional,
nem mesmo quando o reconhecimento de abusividade incidir sobre os
encargos inerentes ao período de inadimplência contratual. “
( os destaques são nossos )

E do preciso acórdão em liça ainda podemos destacar que:

“Os encargos abusivos que possuem potencial para descaracterizar a


mora são, portanto, aqueles relativos ao chamado ‘período da
normalidade’, ou seja, aqueles encargos que naturalmente incidem
antes mesmo de configurada a mora. “
( destacamos )

Por todo o exposto, de rigor o afastamento dos encargos moratórios, ou seja,


comissão de permanência, multa contratual e juros moratórios.

E) DA COMISSÃO DE PERMANÊNCIA E OUTROS ENCARGOS

Entende a Embargante, inclusive fartamente alicerçado nos fundamentos antes


citados, que a mesmo não se encontra em mora.

Caso este juízo entenda pela impertinência desses argumentos, o que se diz apenas
por argumentar, devemos também destacar que é abusiva a cobrança da comissão de
permanência cumulada com outros encargos moratórios/remuneratórios, ainda que
expressamente pactuada. É pacífico o entendimento do Colendo Superior Tribunal de
Justiça, no sentido de que em caso de previsão contratual para a cobrança de comissão de
permanência, cumulada com correção monetária, juros remuneratórios, juros de mora e
multa contratual, impõe-se a exclusão da incidência desses últimos encargos. Em verdade, a
comissão de permanência já possui a dupla finalidade de corrigir monetariamente o valor do
débito e de remunerar o banco pelo período de mora contratual.

Nesse sentido:
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APELAÇÕES CÍVEIS. REVISIONAL DE CONTRATO DE FINANCIAMENTO


ATRELADO A CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. DECADÊNCIA
INOCORRENTE. INAPLICABILIDADE DO ARTIGO 26, INCISO II, DO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. LEI DE USURA. INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS NÃO SE SUBMETEM AOS SEUS LIMITES. SÚMULAS NºS.
596, 648 E VINCULANTE N. 7, TODAS DO C. SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. POSSIBILIDADE EM CONTRATOS
REGIDOS POR LEIS ESPECIAIS QUE A AUTORIZEM, ASSIM TAMBÉM EM
PACTOS CELEBRADOS AO DEPOIS DA EDIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA
N. 2.170-36/01 E DESDE QUE EXPRESSAMENTE AVENÇADA. COBRANÇA
DE COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. REGULARIDADE SE NÃO CUMULADA
COM JUROS REMUNERATÓRIOS/MORATÓRIOS, CORREÇÃO
MONETÁRIA E/OU MULTA CONTRATUAL. TARIFAS BANCÁRIAS.
CADASTRO. LEGALIDADE. COBRANÇA AUTORIZADA PELA NORMA
REGULAMENTADORA DO CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL.
PRECEDENTE DO E. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AVALIAÇÃO DE
BEM. CONSISTÊNCIA. SERVIÇO CONTRATADO E PRESTADO AO
REQUERENTE, COM COBRANÇA AUTORIZADA PELO CONSELHO
MONETÁRIO NACIONAL E BANCO CENTRAL. REGISTRO DE CONTRATO.
Ausente previsão expressa em norma padronizadora, ao que se agrega
a indevida transferência ao consumidor de custos atrelados a
interesses do agente financeiro. Serviços de terceiro. Exigência
indevida, despida de maiores informes ao devedor. Repetição simples.
Sentença reformada. Recurso do autor improvido, com parcial
provimento do aparelhado pela acionada, anotada observação. (TJSP;
APL 0005666-95.2014.8.26.0032; Ac. 8660097; Araçatuba; Décima
Segunda Câmara Extraordinária de Direito Privado; Rel. Des. Tércio
Pires; Julg. 31/07/2015; DJESP 06/08/2015)

F) EM CONCLUSÃO

Ante o exposto, a Embargante requer que Vossa Excelência se digne indeferir a


petição inicial da Ação Monitória em estudo, em face da inépcia da Inicial. Subsidiariamente,
pede que sejam JULGADOS IMPROCEDENTES os pedidos formulados na Ação Monitória em
espécie, condenando a Embargada no ônus de sucumbência.

Não sendo esse o entendimento, o que se diz apenas por argumentar, requer sejam
afastados os encargos contratuais em debate tidos como ilegais.

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas, nomeadamente por


intermédio da prova pericial.

Respeitosamente, pede deferimento.


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Paulo Timóteo
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Porto Velho-RO., 18 de Dezembro de 2013

PAULO TIMOTEO BATISTA


OAB/RO 2437

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