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ATRIBUIÇÕES E
COMPETÊNCIA
Corregedoria dos Presídios

Versão 1 – Atualizado em 23/02/2022

SGP 4 – Diretoria de Capacitação, Desenvolvimento de Talentos, Estenotipia, Novos Projetos,


Governança em Gestão de Pessoas e Análise de Desempenhos Funcionais

ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIA | CORREGEDORIA DOS PRESÍDIOS


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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 3

307 – Habeas Corpus................................................................................................................. 3

1710 – Mandado de Segurança................................................................................................. 5

CORREGEDORIA DOS PRESÍDIOS ................................................................................................... 6

50162 – Assistência jurídica, educacional, social e religiosa..................................................... 7

50163 – Assistência material..................................................................................................... 9

50164 – Assistência médica ...................................................................................................... 9

50166 – Integridade física ....................................................................................................... 11

50167 – Interdição do estabelecimento prisional .................................................................. 11

50169 – Remoção do preso provisório ................................................................................... 12

50171 – Visitas periódicas aos estabelecimentos prisionais .................................................. 13

50177 – Requisição de preso por outro Estado ...................................................................... 13

50178 – Requisição de preso por autoridade policial ............................................................. 13

50179 – Óbito .......................................................................................................................... 14

50180 – Pedido de entrevista ................................................................................................. 14

50181 – Expedição de alvará de soltura ................................................................................. 15

50036 – Regime Disciplinar Diferenciado ............................................................................... 15

50042 – Saída Temporária ...................................................................................................... 15

50165 – Autorização de visita ................................................................................................. 17

50168 – Permissão de saída .................................................................................................... 17

50170 – Trabalho externo ....................................................................................................... 18

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 19

CRÉDITOS..................................................................................................................................... 19

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INTRODUÇÃO
Antes de adentrarmos especificamente ao que temos atualmente disponível para
cadastro e andamento no fluxo “Corregedoria dos Presídios – Atos”, não podemos
deixar de mencionar duas ações cujas classes estão relacionadas como ativas para
tramitação no fluxo “Execução Penal – Atos”, mas que, em muito guardam relação com
os assuntos de Corregedoria dos Presídios.

São elas as classes 307 – Habeas Corpus e 1710 – Mandado de Segurança.

Ambas são petições iniciais e possuem classes de ação, reguladas por procedimento
próprio.

Como dito acima, essas classes tramitam pelo fluxo “Execução Penal – Atos”, pois
conforme entendimento adotado pela equipe da Assessoria da Corregedoria Geral da
Justiça – biênio 2016/2017, por abordar matéria de cunho jurisdicional, não poderiam
ter tratamento pelo fluxo “Corregedoria dos Presídios – Atos”, reservado, em tese, para
questões administrativas.

Nem por isso, poderiam ser ignoradas, dada à relevância e impacto nos procedimentos
padrões de Corregedoria dos Presídios.

307 – Habeas Corpus


A ação mandamental tem previsão na Constituição Federal:

Art. 5º. (...)


LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder;

Vamos ver um exemplo na prática:

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- sentenciado condenado e preso atingiu o integral cumprimento da pena;


- guia de recolhimento, por algum motivo, não foi emitida ou cadastrada até
aquele momento e
- o processo criminal não está disponível para que o próprio Juízo da condenação
dê o necessário tratamento de urgência.

Embora esteja muito claro o constrangimento caso a pessoa seja mantida presa, a
direção da unidade prisional não tem poderes para liberação da pessoa sem o respectivo
alvará de soltura.

Caberá nesse caso, a atuação do Juízo Corregedor dos Presídios, concedendo o habeas
corpus e determinando a expedição do respectivo alvará de soltura.

Encerrada a questão jurisdicional, vejamos as questões do sistema.

Entendida a necessidade de utilização da ação para solução de circunstância excepcional


aos casos de vencimento de pena sem que a parte presa possua processo de execução
em andamento. Mas o que fazer para regularizar o BNMP?

Realmente, como a pessoa não está presa por ordem daquela ação, o modelo de alvará
de soltura a ser emitido deverá ser aquele que não haverá comunicação com o BNMP,
ou seja, o modelo “504742 – Alvará de Soltura – Crime – Exclusivo VEC-DEECRIM”.

Além disso, após a juntada, caberá ao Deecrim comunicar ao Juízo de conhecimento a


respeito da soltura, encaminhando cópia do alvará devidamente cumprido para ulterior
alimentação do histórico de partes nos autos do processo pelo qual o sentenciado
encontrava-se preso.

Por sua vez, a unidade judicial deverá regularizar a situação junto ao BNMP 2.0,
cadastrando excepcionalmente o alvará de soltura.

Essa situação posta representaria quase essencialmente a efetiva utilização do habeas

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corpus perante o Juízo Corregedor dos Presídios. Mas se atualmente a jurisprudência


tem admitido a referida ação para uma infinidade de questões, isso também se aplica
para a questão que abordamos neste tópico? Poderíamos afirmar que não, mas isso
quem vai decidir é o Juízo.

Ou seja, ao recebermos uma petição inicial corretamente dirigida ao Juízo, por mais
absurdo seja o seu conteúdo, não cabe ao cartorário fazer qualquer juízo de valor. O
cadastro será efetuado e o processo submetido ao Juízo competente para apreciação.

1710 – Mandado de Segurança

Art. 5º. (...)


LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus
ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

Da mesma forma abordada quando do habeas corpus, também o peticionamento do


mandado de segurança será por meio da classe de petição inicial.

Cadastrada a ação, o processamento se dá conforme disposto na Lei nº 12.016/2009.

Importante mencionar que envolvendo questões atinentes à corregedoria dos presídios


ou execução penal, o Ministério Público, caso não seja parte, deverá funcionar como
litisconsorte.

Em todo caso, embora de caráter jurisdicional pelo tratamento legal e constitucional


reservado a essas ações, ambas serão conhecidas e julgadas pelo Juízo Corregedor dos
Presídios (ou da Execução, conforme o entendimento) quando se tratar de abuso ou
ilegalidade perpetradas, em tese, pelo diretor do estabelecimento prisional.

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Como exemplo, uma situação comum que será tratada por mandado de segurança é o
pedido de autorização para visitação de pessoa presa cuja pedido administrativo tenha
sido indeferido pelo diretor da unidade prisional.

Fica claro, como já mencionado anteriormente, que o poder para julgar tanto o habeas
corpus como o mandado de segurança decorre da atividade própria da Corregedoria dos
Presídios, mas que encontra-se vinculada ao fluxo “Execução Penal – Atos” e não
“Corregedoria dos Presídios – Atos”.

CORREGEDORIA DOS PRESÍDIOS


Serão de competência do fluxo “Corregedoria dos Presídios – Atos”, os assuntos
direcionados para processamento e julgamento de reclamações ou denúncias quanto a
qualquer supressão dos direitos que são resguardados legalmente às pessoas presas pela
Constituição Federal e Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84), além de Tratados e
Convenções Internacionais dos quais o Brasil é signatário.

Lei de Execução Penal:


Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do
Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à
convivência em sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:


I – material;
II- à saúde;
III– jurídica;
IV educacional;
V - social;
VI - religiosa.

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50162 – Assistência jurídica, educacional, social e religiosa


Da Assistência Jurídica

Lei de Execução Penal:


Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos
internados sem recursos financeiros para constituir
advogado.

Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de


assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria
Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais.
§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio
estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no
exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos
penais.
§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local
apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público.
§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados
Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a
prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus,
sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem
recursos financeiros para constituir advogado.

Da Assistência Educacional

Lei de Execução Penal:


Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução
escolar e a formação profissional do preso e do internado.

Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se


no sistema escolar da Unidade Federativa.

Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação


geral ou educação profissional de nível médio, será
implantado nos presídios, em obediência ao preceito
constitucional de sua universalização.
§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao
sistema estadual e municipal de ensino e será mantido,
administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não
só com os recursos destinados à educação, mas pelo sistema

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estadual de justiça ou administração penitenciária.


§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas
cursos supletivos de educação de jovens e adultos.
§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal
incluirão em seus programas de educação à distância e de
utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos
presos e às presas.

Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de


iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional
adequado à sua condição.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional
adequado à sua condição.

Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de


convênio com entidades públicas ou particulares, que
instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.

Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada


estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as
categorias de reclusos, provida de livros instrutivos,
recreativos e didáticos.

Da Assistência Social

Lei de Execução Penal:


Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o
preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade.

Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:


I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II- relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os
problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das
saídas temporárias;
IV- promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a
recreação;
V- promover a orientação do assistido, na fase final do
cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o
seu retorno à liberdade;

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VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios


da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do
preso, do internado e da vítima.

Da Assistência Religiosa

Lei de Execução Penal:


Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será
prestada aos presos e aos internados, permitindo-se-lhes a
participação nos serviços organizados no estabelecimento
penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.
§1º No estabelecimento haverá local apropriado para cultos
religiosos.
§2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a
participar de atividade religiosa.

50163 – Assistência material


Da Assistência Material

Lei de Execução Penal:


Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado
consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e
instalações higiênicas.

Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços


que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além
de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos
e não fornecidos pela Administração.

50164 – Assistência médica


Da Assistência à Saúde

Lei de Execução Penal:


Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de
caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento
médico, farmacêutico e odontológico.

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§ 1º (Vetado).
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado
para prover a assistência médica necessária, esta será
prestada em outro local, mediante autorização da direção do
estabelecimento.
§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher,
principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao
recém-nascido.

Normas de Serviço da Corregedoria Geral de Justiça

Art. 565. O cumprimento do dever do médico da repartição de


saúde local, de proceder à visita médica ao menos uma vez
por semana, será fiscalizado pelo Juiz Corregedor
Permanente, mediante conferência regular do livro próprio e
oitiva dos presos.

Art. 566. Nas visitas médicas semanais proceder-se-á:


I - ao atendimento e tratamento ambulatorial dos presos;
II - à constatação do estado de saúde geral e de asseio pessoal
dos reclusos;
III - à fiscalização da alimentação fornecida, das condições de
higiene das celas, pátios, corredores e instalações sanitárias;
IV - à vacinação dos reclusos, quando necessário.

Art. 567. Além das visitas semanais, o órgão médico, por um


dos seus integrantes, atenderá, sempre que requisitado por
autoridade judiciária ou policial, aos reclusos que
necessitarem de assistência médica, providenciando o seu
isolamento, de acordo com aquelas autoridades, quando se
tratar de moléstia contagiosa.

Art. 568. Havendo necessidade de intervenção cirúrgica ou de


tratamento especializado urgente, o órgão de saúde
comunicará, incontinenti, essa circunstância à autoridade
judiciária, solicitando as providências julgadas necessárias à
prestação da assistência ao recluso.

Art. 569. A injustificada ausência de médico na visita semanal,


bem como a informação do profissional de saúde acerca da
ausência de recursos materiais ou humanos necessários à

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prevenção ou tratamento de enfermidades da população


carcerária, serão comunicadas pelo Juiz Corregedor
Permanente à Secretaria da Administração Penitenciária, ao
Ministério Público e à Defensoria Pública do Estado de São
Paulo.

50166 – Integridade física


Constituição Federal:
Art. 5º (...)
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
desumano ou degradante;

Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça:


Art. 575. Sempre que houver notícia de violência a preso
recolhido à disposição da Justiça, será expedida, de imediato,
requisição de exame de corpo de delito, a fim instruir a
respectiva sindicância.

Havendo suspeita de tortura, ainda há que se observar o protocolo de tratamento


estabelecido na Resolução nº 414/2021 - CNJ.

50167 – Interdição do estabelecimento prisional


Iniciada por qualquer dos legitimados: Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária, Defensoria Pública (Artigos 64, X, e 81-B, VI, da Lei de Execução Penal).

Além disso, conforme previsão nas NSCGJ:

Art. 571. A autoridade responsável pelo presídio informará ao


juiz corregedor, mensalmente e sempre que houver
necessidade, a situação da população carcerária, bem como
as condições de funcionamento do estabelecimento.

Etapas do procedimento:
Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça:

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Art. 576. Verificada a situação precária do estabelecimento


carcerário, o Juiz Corregedor Permanente baixará portaria
instaurando processo de interdição.

Art. 577. Dos autos da interdição constarão os seguintes


documentos:
I - relatório passado pela autoridade competente;
II - laudo médico sobre as condições sanitárias e higiênicas do
estabelecimento prisional, subscrito por 2 (dois) médicos;
III - laudo técnico sobre as condições de segurança e de
utilização do prédio, subscrito por 1 (um) engenheiro;
IV - fotografias de todos os ângulos do estabelecimento
prisional, assinalando suas deficiências e precariedades;
V - comunicação do órgão executivo competente, sobre a
possibilidade ou não de efetuar obras de reforma ou reparo,
ou de nova construção, conforme as conclusões do laudo
técnico.

Art. 578. Ultimadas as diligências, sem prejuízo de outras


julgadas de interesse e com manifestação do Ministério
Público, observar-se-á o seguinte procedimento:
I - os autos serão conclusos ao Juiz Corregedor Permanente,
para análise da conveniência, ou não, da interdição;
II - em caso positivo, o juiz, antes de decretá-la, encaminhará
o feito à Corregedoria Geral da Justiça, para aprovação da
interdição que se mostrar justificada;
III - em seguida, os autos serão devolvidos à comarca de
origem e o Juiz Corregedor Permanente, se for a hipótese,
decretará a interdição, expedindo a competente portaria.
IV - encerrado o procedimento, remeter-se-ão cópias da
portaria de interdição à Corregedoria Geral da Justiça e à Vara
das Execuções Criminais da Capital, dando-se ciência aos
Secretários da Segurança Pública e da Justiça.

50169 – Remoção do preso provisório

Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça:


Art. 559. O Juiz Corregedor Permanente do Presídio, não
sendo o preso de sua comarca, não deverá se opor à entrada,

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saída ou retorno do mesmo, cuja movimentação será lançada


pelo diretor do estabelecimento penal no sistema
informatizado oficial.

50171 – Visitas periódicas aos estabelecimentos prisionais


Procedimento a ser utilizado no caso de demanda iniciada a partir de notificação ou
constatação de irregularidades durante as visitas periódicas aos estabelecimentos
prisionais por qualquer do Órgãos da Execução Penal (Título III da Lei de Execução
Penal).

50177 – Requisição de preso por outro Estado


Atualmente, as Normas de Serviço dispensaram a intervenção judicial nas
movimentações carcerárias dentro do Estado de São Paulo, deixando a critério da
Secretaria da Administração Penitenciária a avaliação quanto ao interesse público nas
remoções.

Por outro lado, as requisições do preso para outro Estado da Federação dependerão de
autorização Judicial.

50178 – Requisição de preso por autoridade policial

Normas de Serviço da Corregedoria Geral de Justiça


Art. 563. As requisições de presos serão atendidas sem
formalidades, quando transmitidas por aparelhos de fac-
símile, correio eletrônico (e-mail) ou ofício requisitório (por
carga em protocolo ou correio) da autoridade judiciária ou
policial.
§ 1º Sempre que o papel não venha por carga em protocolo
ou pelo correio, será nele anotada a identidade do portador.
§ 2º O destinatário confirmará, por meio idôneo, a
autenticidade da requisição.
§ 3º Nas requisições feitas por autoridade policial deverá
constar o motivo da impossibilidade de realização do ato na

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própria unidade prisional, quando existente local apropriado,


e, sempre que possível, proceder-se-á de modo a evitar
conflito com os horários de maior fluxo das audiências
judiciais.

50179 – Óbito

Normas de Serviço da Corregedoria Geral de Justiça


Art. 570. Os assentos de óbitos ocorridos nas prisões serão
assinados pela autoridade policial e pelos peritos que os
tiverem atestado.
Parágrafo único – Para fins de controle correcional, sempre
que o preso vier a óbito, seja dentro da unidade ou mesmo em
atendimento externo, deverá ser comunicado ao Juízo
Corregedor, que adotará o seguinte procedimento:
I – o expediente será registrado como “pedido de
providências” no fluxo da Corregedoria dos Presídios;
II – em caso de entender cabível eventual investigação por
omissão ou responsabilidade dos agentes públicos
responsáveis pela custódia, sem que haja iniciativa da própria
autoridade administrativa, o Juiz Corregedor deliberará a
respeito, requisitando instauração de inquérito policial ou
mesmo apuração da conduta do agente público perante a
esfera competente.
III – recebida a resposta confirmando o início dos
procedimentos perante os órgãos competentes, determinará
o arquivamento do procedimento, com ciência ao Ministério
Público.

50180 – Pedido de entrevista


São comuns pedidos de profissionais da imprensa para entrevista com a pessoa presa,
bem como aqueles formulados por estudantes a fim de coletarem dados para pesquisas
acadêmicas. A Administração Penitenciária não libera a entrevista, mesmo mediante
solicitação do preso, sem que haja autorização judicial.

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50181 – Expedição de alvará de soltura


Como mencionado no início da aula, se provocado por terceiro interessado, o pedido
poderá ser recebido como habeas corpus.

Na maioria dos casos, o expediente iniciará administrativamente como “Pedido de


Providências” mediante provocação da direção do estabelecimento prisional.

50036 – Regime Disciplinar Diferenciado

Resolução 616/2013 – Órgão Especial TJSP:


Art. 7°. O C. Conselho Superior da Magistratura, mediante
provocação do Corregedor Geral da Justiça, considerando a
extensão territorial e a quantidade de unidades prisionais nela
situadas, poderá designar um ou mais juízes da Unidade
Regional para:
I (...)
II (...)
Parágrafo único. O Juízo da Unidade Regional do DEECRIM da
1ª Região Administrativa Judiciária é o competente para
apreciar os pedidos de inclusão de presos, condenados ou
provisórios, formulados em execuções criminais digitais, no
regime disciplinar diferenciado, bem assim a inclusão ou
transferência de presos, condenados ou provisórios, para
estabelecimentos carcerários federais, sendo competente
para processar as respectivas execuções criminais digitais
durante o trâmite do procedimento. (Parágrafo Único com
redação dada pela Resolução nº 774/2017)

50042 – Saída Temporária


Os expedientes podem ser formados para análise conjunta de determinada população
carcerária, quando encaminhados pela direção do estabelecimento prisional ou ainda em
expedientes individuais, quando formulados por interessado ou representante da parte.

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Lei de Execução Penal


Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-
aberto poderão obter autorização para saída temporária do
estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:
I - visita à família;
II - frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como
de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da
Execução;
III - participação em atividades que concorram para o retorno
ao convívio social.
Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a
utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo
condenado, quando assim determinar o juiz da execução.

Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do


Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a
administração penitenciária e dependerá da satisfação dos
seguintes requisitos:
I - comportamento adequado;
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o
condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.

Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior


a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro)
vezes durante o ano.
§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao
beneficiário as seguintes condições, entre outras que
entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a
situação pessoal do condenado:
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser
visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo do
benefício;
II - recolhimento à residência visitada, no período noturno;
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e
estabelecimentos congêneres.
§ 2º Quando se tratar de frequência a curso
profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior,
o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das
atividades discentes.
§ 3º Nos demais casos, as autorizações de saída somente

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poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e


cinco) dias de intervalo entre uma e outra.

Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando


o condenado praticar fato definido como crime doloso, for
punido por falta grave, desatender as condições impostas na
autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do
curso.
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária
dependerá da absolvição no processo penal, do cancelamento
da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento
do condenado.

50165 – Autorização de visita


Também abordado no início da aula, se provocado por terceiro interessado, o pedido
poderá ser recebido como mandado de segurança.

Por outro lado, o expediente iniciará administrativamente como “Pedido de


Providências”, mediante provocação da pessoa presa que pretende a inclusão de
visitante excluída ou negada pela administração penitenciária.

50168 – Permissão de saída

Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça


Art. 560. As permissões de saídas locais de presos, mesmo os
de outras comarcas, para tratamento médico de urgência que
não possa ser prestado no estabelecimento prisional, ou em
razão de falecimento ou doença grave do cônjuge,
companheiro, ascendente, descendente ou irmão,
dependerão de autorização do diretor do estabelecimento
penal, nos termos do parágrafo único do art. 120 da LEP, que
providenciará a anotação no sistema informatizado oficial.
Para outros fins, dependerão de autorização do Corregedor
dos Presídios ou da Polícia Judiciária.

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50170 – Trabalho externo

Lei de Execução Penal


Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em
regime fechado somente em serviço ou obras públicas
realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou
entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a
fuga e em favor da disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez
por cento) do total de empregados na obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à
empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do
consentimento expresso do preso.

Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela


direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina
e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um
sexto) da pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho
externo ao preso que vier a praticar fato definido como crime,
for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário
aos requisitos estabelecidos neste artigo.

Importante

Sempre devem ser observadas as cautelas necessárias quando os assuntos


tratados forem de cunho administrativo (ex.: comunicação prévia ao juízo
sobre revista em celas) ou implicarem em dados sensíveis da parte (ex.:
relatório de saúde do preso) ou até mesmo de terceiros (ex. expedientes
de saída temporária onde conste o endereço do familiar a ser visitado).

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REFERÊNCIAS
Constituição Federal
Lei de Execução Penal
Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça
Resolução nº 616/2013 – TJSP
Resolução nº 414/2021 - CNJ

CRÉDITOS
• SGP 4 – Diretoria de Capacitação, Desenvolvimento de Talentos, Estenotipia,
Novos Projetos, Governança em Gestão de Pessoas e Análise de Desempenhos
Funcionais
• DEEX – Departamento Estadual de Execuções Criminais

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