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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS


FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS E MEIO AMBIENTE

ANDRÉ DE SOUSA SILVA

AVALIAÇÃO DE INDICADORES OPERACIONAIS: ESTUDO DE CASO NA


OPERAÇÃO DE MINA DA MINERAÇÃO BURITIRAMA S.A.

MARABÁ, PA
2020
ANDRÉ DE SOUSA SILVA

AVALIAÇÃO DE INDICADORES OPERACIONAIS: ESTUDO DE CASO NA


OPERAÇÃO DE MINA DA MINERAÇÃO BURITIRAMA S.A.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdade de
Engenharia de Minas e Meio
Ambiente da Universidade Federal do
Sul e Sudeste do Pará – Unifesspa, em
cumprimento às exigências para
obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia de Minas e Meio
Ambiente.
Orientador: Prof. M.Sc. Louis
Dostoievsky Gomes Tabosa

MARABÁ, PA
2020
AGRADECIMENTOS

Meu agradecimento primeiramente é a Deus que me mostrou no dia dia apesar das
dificuldades que eu não entrei nessa jornada por acaso, que nos momento mais difíceis
deixou claro a sua companhia em segundo aos meus pais que sempre me incentivou e sempre
acreditou nos meus objetivos, agradeço minha irmã que me ajudou no momento que eu mais
precisei financeiramente, que mesmo na dificuldade fez por mim o que poucos fariam, e a
minha namorada que sempre estevo ao meu lado, compreendendo sempre a minha difícil
rotina.
Agradeço imensamente aos meus amigos que foram minha família ao longo desses 5 anos,
Eduardo Willian, João Pedro, Gabriel, José Lucas, Leo Richard, Mateus Montenegro e em
especial ao Jonas Varão, um amigo sem maldade no coração que Deus me presenteou,
sempre me ajudando no que precisei sem medir esforços e finalmente ao Clefson Pereira,
um irmão que a faculdade me deu que vou levar comigo para o resto na minha vida, o cara
que tornou meus dias mais felizes e que torço pelo seu melhor dia após dia.

Agradeço aos meus mestres, por todo o aprendizado repassado, em especial aos professores
Denilson Silva Costa, Evaldiney Ribeiro e Karina e aquele que não mais está presente nesse
mundo e não pode deixar de ser lembrado Dennin Tomás Quispe Arapa.

Agradeço a todos supracitados por terem acreditado em mim.


RESUMO

A análise do desempenho busca a maior diversidade possível de indicadores operacionais.


Estes indicadores são utilizados para medir e analisar o desempenho das empresas ou
especificamente de uma área dentro dela. Os objetivos estratégicos de uma organização
necessitam de fundamentais ferramentas como os indicadores de desempenho que garanta
que empresa sempre esteja em busca de crescente competitividade de mercado e satisfação
constante das exigências dos clientes. Sendo assim, as operações executadas e as estratégias
das empresas devem estar em conformidade com o planejamento. as estratégias das empresas
devem estar alinhadas ao seu planejamento e à execução dos processos. A metodologia
discute os principais indicadores utilizados pela operação de lavra da empresa Mineração
Buritirama S.A. A abordagem do tema propõe a formulação de um plano de ação a fim de
agir sobre a situação problemas diante dos códigos de paradas operacionais gerenciáveis
onde mostra o tempo troca de turno como maior problema. A eficiência de um plano de ação
revela-se de grande oportunidade e importância, já que ele está explicitamente ligado aos
índices de utilização dos equipamentos comprometendo à eficiência produtiva da empresa.
A conclusão do tema proposto busca atuação direta no enforque de Horas Improdutivas
auxiliando o processo operação de mina.

Palavras-chave: Indicadores de Desempenho, Operação de Lavra, Planejamento.


ABSTRACT

These indicators are used to measure and analyze the performance of companies or
specifically an area within it. The strategic objectives of an organization require fundamental
tools such as performance indicators that ensure that the company is always looking for
increasing market competitiveness and constant satisfaction of the customers' requirements.
Therefore, the operations carried out and the strategies of the companies must comply with
the planning. companies' strategies must be aligned with their planning and the execution of
processes. The methodology discusses the main indicators used by the mining operation of
the company Mineração Buritirama SA The approach of the theme proposes the formulation
of an action plan in order to act on the situation problems in face of the manageable
operational stop codes where it shows the time shift change as the biggest problem. The
efficiency of an action plan proves to be of great opportunity and importance, since it is
explicitly linked to the equipment utilization rates, compromising the company's productive
efficiency. The conclusion of the proposed theme seeks direct action in the hanging of
Unproductive Hours assisting the mine operation process.

Keywords: Performance Indicators. Mining Operation, Planning.


SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
2 – OBJETIVOS..................................................................................................................... 3
3 – REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 6
3.1 INDICADORES ................................................................................................................ 9
3.1.1 – Disponibilidade Física ................................................................................................. 9
3.1.2 – Utilização Física......................................................................................................... 10
3.1.3 – Rendimento Operacional ........................................................................................... 11
3.1.4 - Movimentação de Massa ............................................................................................ 11
3.2 – MEDIDA DE DESEMPENHO .................................................................................... 12
4 – METODOLOGIAS E FERRAMENTAS UTILIZADAS .......................................... 13
4.1 - METODOLOGIA .......................................................................................................... 13
4.1.1 - Tratamento e análise dos dados .................................................................................. 14
4.2 - INSTRUMENTOS DA QUALIDADE ......................................................................... 15
4.2.1 - Brainstorming ............................................................................................................. 15
4.2.2 - Estratificação .............................................................................................................. 15
4.2.3 – Diagramas .................................................................................................................. 15
4.2.4 - Diagrama de linhas ..................................................................................................... 16
4.2.5 - Diagramas de Pareto ................................................................................................... 16
4.2.6 – Diagrama Build Up .................................................................................................... 16
5 - ESTUDO DE CASO ....................................................................................................... 18
5.1 - A empresa ...................................................................................................................... 18
5.2 – A operação de lavra ...................................................................................................... 18
5.3 – Objeto de estudos .......................................................................................................... 20
6 – RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................. 22
6.1 – Resultado das análises................................................................................................... 22
7 – CONCLUSÃO ................................................................................................................ 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 33
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Modelo de gráfico Build UP ................................................................................ 17


Figura 2. Gráfico de Indicadores UF, DF e Pluviometria do ano 2019 referente a frota de
transporte. ............................................................................................................................ 22
Figura 3. Rendimento operacional mensal das frotas de transporte 2019. .......................... 23
Figura 4. Rendimento Operacional (RO) por turma agosto a dezembro de 2019. .............. 24
Figura 5. Detalhamento de Horas Improdutivas (HI) referente ao mês de outubro/2019. .. 25
Figura 6. Indicador de HI em Troca de Turno outubro/2019. ............................................. 25
Figura 7. Imagem do Sistema Google Earth com a rota para chegar à mina de B4, a partir
da Vila União pela portaria principal. ................................................................................. 26
Figura 8. Imagem do Sistema Google Earth com a rota para chegar à mina de B4, a partir
da Vila União pela estrada do Marreco. .............................................................................. 27
Figura 9. Evolução mensal de movimentação global do B4, 2019. .................................... 29
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

C1 - Cava 01

C2 - Cava 02

CVM - Cadeia de Valor Mineral

DF - Disponibilidade Física

DMT - Distância Média de Transporte

ERP - Enterprise Resource Planning (Sistemas Integrado de Gestão Empresarial)

HC - Hora Calendário

HI - Hora Improdutiva

HM - Hora Manutenção

KPI - Key Performance Indicator

OM - Outras Movimentações

PDE - Pilha de Disposição de Estéril

RO - Rendimento Operacional

ROM - Run of Mine (Minério Bruto)

REM - Relação Estéril Minério

UF - Utilização Física
1

1 – INTRODUÇÃO

É evidente e crescente a atenção que se dá com a rentabilidade e sustentabilidade das


grandes e pequenas empresas mineradoras que constitui um vínculo primordial da sociedade
atual. O mundo muda a uma velocidade frenética e a globalização apresenta-se como um
processo de seleção natural, onde só os mais resistentes e com maior capacidade de
adaptação de mercado sobrevivem.

Mediante as constantes crises econômica, os diversos setores da economia, incluindo


assim a mineração, foram estimulados para as questões ambientais e de segurança pautada
na criação de valor. Onde a produção das organizações nos dias de hoje deve ser cada vez
mais eficientes, operando hoje na garantia do amanhã. As empresas deixaram de ser unidades
solitárias passando a ser empoderadas por um sistema, considerados como peças integrantes
de um sistema que envolve todas as partes interessadas.

No decorrer dos últimos anos têm surgido um conjunto de referências que visam a
regularização de boas práticas aplicadas às empresas. Por questões históricas, tipicamente as
empresas começam por efetivar a norma ISO 9001, acompanhada a seguir do referencial
ambiental, a norma ISO 14001, e por fim a OHSAS 18001, relacionada com a saúde e
segurança do trabalho.

Com o acréscimo da implementação dos sistemas integrado supracitados, surgiu a


necessidade de analisar como são determinados os indicadores que permitem avaliar a
eficiência dos mesmos. Mediante isto, para que fosse possível quantificar e qualificar os
benefícios provenientes da integração da cadeia de valor mineral, é necessário a identificação
dos KPIs (Indicadores-Chave de Desempenho), embora tenha origem na expressão em
inglês, esta sigla é utilizada amplamente na mineração brasileira, esses indicadores, então,
poderão ser esquematizados no decorrer do processo produtivo e poderão fornecer base de
dados medidas em situações e tempos diferentes. Isso permitirá que a análise dos benefícios
da integração das atividades possa ser quantificada, numericamente, de forma a custear as
tomadas de decisões quanto aos investimentos necessários, através de conveniente análise
do retorno do investimento confrontado com o esperado aumento de eficiência.

A determinação do desempenho pode ser definida como a quantificação da eficiência


e da eficácia de uma empresa. A correta aferição e avaliação do desempenho dos processos
2

e do sistema produtivo em geral constituem a única forma de garantir os objetivos


estratégicos da empresa, qualidade, tempo, flexibilidade e custo.

Em vigor atual nas organizações, não é esperado que exista um “conjunto de KPIs”,
necessita antes, que aponte as questões que cada organização deve colocar para identificar
os KPIs aplicáveis à sua realidade, com o objetivo de avaliar a eficiência do sistema de gestão
e apoiar a decisão, levando assim os resultados em consideração para respectivos
planejamentos estratégicos.

O planejamento estratégico é de fundamental importância para as empresas, pois é a


partir dele que o gestor irá estabelecer metas e objetivos a longo prazo para a organização.
Planejar de maneira estratégica significa utilizar os recursos disponíveis de uma forma
eficiente levando ao aumento da produtividade da empresa. Uma organização que possui um
planejamento estratégico bem estruturado consegue ter um panorama do futuro da empresa
sem correr grandes riscos (FALSARELLA; JANNUZZI, 2017).

A avaliação dos dados e a efetividade da mitigação operacional, têm a capacidade de


produzir grandes benefícios para as empresas, para os equipamentos, pois podem gerar
economias, ganhos de produtividade e de capital, aumento de arrecadação e redução de
emissões ao meio ambiente. Na prática, essa busca pela eficiência de um sistema faz com
que a empresa se modele cada vez mais para atingir seus objetivos. Objetivos que são
avaliados por seus indicadores e que representam uma das vantagens competitivas dentro
deste segmento. pois o empenho técnico e econômico para isto deve ser sujeito de
quantificação e análise quanto ao seu impacto na qualidade e economicidade das operações
de mina, sendo este o objetivo principal desse estudo.
3

2 – OBJETIVOS
Baseado no contexto introdutório supracitado, grandes investimentos são realizados
em termos de planejamento operacional e avaliação de resultados através de indicadores. É
nesta conjuntura que a Mineração Buritirama S.A. vem se reinventando estrategicamente
para alcançar a máxima eficiência de produtividade. Para tal, seria necessário que todo o
material rodante tanto de escavação como também de transporte da operação da mina
estivesse em circulação contínua para a produção do ROM e Estéril.

O objetivo principal deste estudo é determinar e explorar até que ponto os indicadores
chave de desempenho são úteis e usados para avaliar a eficiência dos sistemas de gestão da
Mineração Buritirama S.A. no que diz respeito a lavra do minério de manganês.
Conseguintemente, pretende-se definir um conjunto de indicadores-chave de desempenho,
pontuando as atividades de mitigação, após análise, que venha comtemplar o principal
objetivo deste trabalho de conclusão de curso.

O objetivo dos indicadores de desempenho é medir o que está sendo realizado e


gerenciar de forma adequada para o cumprimento das metas propostas. Os KPIs implicam
numa cultura organizacional de melhoria de desempenho e permitem que os gestores das
empresas se comuniquem aos seus liderados o quão ágil um processo é e como seu
desempenho está sendo realizado ao longo de um tempo estabelecido. Obtendo demais
informações, cabe ao gestor responsável e sua equipe traçar planos de ação para o alcance
de determinadas metas ou até mesmo utilizar-se dos KPIs para se inteirar se estão ou não na
direção correta.

Uma das estimativas dessa pesquisa foi mapear e apresentar um plano de ação para
o indicador de “Horas Improdutivas (HI)” dos equipamentos destinados pra área de
Operação de Mina, a fim de estabelecer ações sobre as atividades que resultam na parada
dos equipamentos de escavação e transporte, reduzindo seu tempo de paradas operacionais
gerenciáveis. As ações auxiliaram na aproximação do tempo ótimo de cada atividade e,
consequentemente, aproximação da meta do indicador, visando um melhor monitoramento
do desempenho organizacional com a utilização do KPI. Os seguintes objetivos foram
formulados.

► Determinar e quantificar os principais fatores que afetam a produtividade da frota de


escavação e transporte na mina por meio de dados estatísticos.
4

► Identificar, comparar e analisar os principais atrasos que ocasiona falhas no atual


processo de extração para chegar à capacidade potencial estipulado nas metas.

► Identificar oportunidade de melhoria de tonelagem associada a cada KPI.

► Recomendar melhorias práticas que visam KPIs prioritários para aumentar a


produtividade no que tange os alvos.

► Desenvolver uma solução de frota otimizada para a atual movimentação dos materiais
originados da lavra através das equações básicas de mineração.

No entanto, o objetivo deste trabalho é analisar o uso de ferramentas gerenciais aplicadas à


gestão de indicadores de desempenho na esfera logística das massas extraídas da mina,
comparando o comportamento dos KPIs no segundo e no terceiro trimestre de 2019.

Segundo Souza (2013), comparar o plano de lavra com sua execução é importante
para o aprimoramento dos planos seguintes. Quando um plano de lavra não pode ser
executado como planejado tem-se uma decisão intuitiva de alterar o plano e, possivelmente,
a estratégia do longo prazo é prejudicada.

Esse estudo de caso realizado junto a mais importante empresa mineradora de


Manganês brasileiras da atualidade permitiu a organização e tabulação dos KPIs, mais
importantes nas atividades de planejamento de lavra e operação de mina, os quais
subsidiarão análises de incrementos de desempenho e ganhos operacionais para se efetuar a
análise quantitativa e qualitativa dos benefícios da integração. A partir dos indicadoras
analisados, foram posteriormente examinados os principais KPIs das empresas de
mineração, sendo os que estão diretamente ligados a planejamento de lavra e operação de
mina. Foram mapeados os seguintes indicadores de acordo com as etapas do processo
produtivo da mineração:

a. KPIs relacionados ao planejamento de lavra: Inclinação máxima de rampas,


índice de aderência da lavra ao planejamento e relação estéril/minério.
b. Indicadores relacionados à operação de lavra: Índice de utilização,
disponibilidade de máquinas e caminhões, indisponibilidade para manutenção corretiva,
indisponibilidade para manutenção preventiva, largura de rampa, horas introdutivas,
rendimento operacional, disponibilidade física de máquinas e caminhões, distância média de
5

transporte, tempo médio entre falhas, horas extras manutenções / total de horas de
manutenção, horas de manutenção programada / total de horas de manutenção disponível,
redução na emissão de CO2, produtividade da mão de obra total, custo por tonelada
produzida, número de não conformidades de segurança, número de não conformidades de
meio ambiente, custo de operação, consumo de diesel por tonelada produzida, custo por hora
por frota, custo total de produção mais custo de capital por tonelada produzida, custo por
tonelada movimentada, custo de remoção de estéril, custo por tonelada por frota, eficiência
geral dos equipamentos de perfuração e carregamento, eficiência geral dos equipamentos de
transporte, fator de carga, velocidade do transporte.

A partir do banco de dados estabelecido por essa pesquisa e a tratativa que se tem na
atualidade dos dados históricos, é possível que se dê continuidade a esse trabalho, pretende-
se atingir todos os indicadores supracitados, que diante a falta de recursos de TI ainda
inviabiliza a objetividade de muitos desses resultados.
6

3 – REFERENCIAL TEÓRICO

Gestão é um processo que é usado para atingir metas organizacionais. Comporta-se


assim, como elemento fundamental na garantia de vantagem competitiva frente ao ambiente
acirrado no qual as organizações encontram-se (GUPTA; RAMESH, 2015). Nesse sentido,
as organizações são induzidas a nortearem seus esforços numa administração com foco na
eficiência, com vistas a atingir os objetivos estabelecidos (TATARYNOWICZ et al, 2016).
A gestão, como função administrativa, deve ser capaz de identificar necessidades locais que
permitam a empresa evoluir, atendendo a demandas apresentadas e criando qualidade em
forma de melhoria contínua (GHOUMRASSI; ȚIGU, 2017).
Key Performance Indicators (KPI) – Surgiu no Reino Unido, na sequência do
relatório "Rethinking Construction" publicado em 1998, foram desenvolvidos diversos
indicadores, designados por KPI – Key Performance Indicators – utilizados pelas empresas
da indústria da construção e pelo próprio governo para avaliar o nível de desempenho dessa
indústria e definir metas anuais a atingir.
Segundo Nader (2013) KPIs são indicadores que servem para medir, gerenciar e
validar parâmetros que possam ser quantificados para o monitoramento de setores
operacionais, tornando assim uma maior facilidade da integração da cadeia de valor, mais
especificamente no caso da mineração a Cadeia de Valor Mineral (CVM), uma vez que estes
são estabelecidos, eles mostram o quanto um determinado setor está em risco, ou se está
dentro das normalidades. Para que se possa obter um gerenciamento adequado, deve obter
ferramentas para medir e controlar de acordo com a Tabela 1.
Tabela 1. Principais KPIs a serem monitorados durante a vida útil de uma mina.

KPI Justificativas
Índice de aderência do plano de curto Permite a avaliação da reconciliação do
prazo ao de longo (georreferenciado). planejamento de lavra de curto prazo ao de
longo prazo.
Índice de reconciliação geológica de curto Permite a avaliação da reconciliação
prazo com a de longo prazo. geológica de curto prazo com a de longo
prazo.
Índice de reconciliação da lavra com a Permite a avaliação da reconciliação da
geologia de curto prazo. lavra com a geologia de curto prazo.
7

Número de não conformidades de Permite a avaliação do sistema de


segurança. segurança adotado pela empresa.
Número de não conformidades de meio Permite a avaliação da filosofia adotada
ambiente. pela empresa em relação a questões
ambientais.
Número de não conformidades de Permite a avaliação da qualidade do
qualidade. produto.
Índice de aderência da produção real à Permite a avaliação da aderência da
planejada. produção real com a planejada.
Índice de aderência da produtividade real à Permite a avaliação da aderência da
planejada. produtividade real à planejada.
Índice de aderência do custo de produção Permite a avaliação da aderência do custo
real ao planejado. de produção real ao planejado.
Índice de aderência dos preços dos Permite a avaliação da aderência dos
produtos reais aos planejados. preços reais dos produtos aos preços
planejados.
Fonte: Nader et. al (2012)

Segundo Passos et al. (2010), a reconciliação, com o controle de indicadores de


desempenhos, propiciou: benefícios relacionados ao fortalecimento da interação entre os
setores da mina (geologia, operações, processos e outros), melhoria do padrão de qualidade
e do nível de compreensão dos dados coletados, ganho de eficiência, economia de tempo dos
empregados e melhor utilização global de recursos.
É evidente que em todos os setores que move a economia de um estado ou até mesmo
empreendimentos de pequeno potencial econômico buscam sempre as melhores condições
de trabalho e qualidade no serviço, segundo Campos (1992), é o produto ou serviço que
atende perfeitamente às necessidades do cliente no tempo, forma, seguro, acessível e
confiável. Ainda segundo Campos (1992), controle significa localizar o problema, analisar
e padronizar o processo, estabelecendo itens de controle.

Hacker & Brotherton (1998:18) complementam, ressaltando que um efetivo sistema


de indicadores deve propiciar capacitação aos administradores de uma organização para
determinar se as atividades programadas ocorrem de fato, na direção do atendimento dos
objetivos da empresa.
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Os instrumentos considerados como itens de controle são os que podem ser medidos
para o gerenciamento de um processo, estabelecendo metas através de planejamento de
controle e desenvolvendo índices numéricos que possam aferir a qualidade global que são
encontrados no processo. O estabelecimento de metas é basicamente sobre quais os
equipamentos de controle devem ser analisados, qual a frequência e qual a unidade de
medida (CAMPOS, 1992; WERKEMA, 1995). A importância da definição dos indicadores
de controle deixa claro a todos os envolvidos dentro de uma empresa as suas
responsabilidades e o seu papel (LIMA E SEVERIANO FILHO, 1999).

Algumas mineradoras utilizam índices de desempenho no setor de manutenção de


equipamentos. Indicadores como disponibilidade física e utilização de equipamentos são
KPI utilizados ao se comparar os valores dos índices previstos pela manutenção e utilizados
pelo planejamento de lavra na otimização de frotas em um plano de lavra. A comparação é
entre os valores executados e os fornecidos pelo despacho eletrônico das minas (Rodrigues,
2013).

Segundo Rodrigues (2013), existem KPI que envolvem equipamentos de mina. A


reconciliação da distância média de transporte (DMT) é um deles. Esse KPI mede a
eficiência entre a distância média de transporte planejada com a distância média de
transporte executada para a movimentação de minério e estéril fornecida pelo despacho
eletrônico. Outros importantes KPI são as velocidades dos caminhões e o consumo de
combustível.

Quando obtido os resultados, Todos os mesmos dos KPI são comparados às metas e
estipulado pelo plano de lavra, daí calculam-se as variações e os resultados visualizados em
gráficos. Estes esses resultados devem ser de fácil acesso a equipe de supervisão da lavra.

Dentro das unidades da empresa foram controlados vários tipos de indicadores que
são divididos por itens de controles e variáveis, estes sendo KPI. Os controles feitos pela
área de lavra e manutenção de equipamentos são disponibilizados mensalmente em
apresentação para todos os supervisores deste setor, cada KPI com a sua meta. Os KPI
separados por tipos de indicadores são (SOUZA, 2014):

• Operação (DF) Disponibilidade, também chamada de Disponibilidade Física, mede


a relação entre as horas que sobraram após a execução dos serviços de manutenção
(horas disponíveis) e as horas calendário. Medida feita por porcentagem.
9

• Operação (UF) Utilização, também chamada de Utilização Física, mede a relação


entre as horas efetivamente utilizadas na produção e as horas disponíveis. Medida
feita por porcentagem.
• Rendimento Operacional (RO)
• Movimentação (massa produzida de ROM e movimentação global mensalmente
avaliada) Medida em tonelada esse controle influencia na remuneração variável.
• Mina (Relação Estéril Minério) REM;
• Distância Média de Transporte (DMT),

Os Indicadores e o planejado são definidos, informados, entendidos e decididos entre


todas os setores, especialmente entre operação e manutenção no caso que foi estudado.

Na grande maioria, mineradoras não dão a devida importância aos KPIs. Contata-se
que essa avaliação feia nas mineradoras, foi necessária uma equipe exclusiva para o
tratamento dos indicadores, interagindo entre as áreas de operação de mina, planejamento
de lavra, manutenção de equipamentos e beneficiamento (Rodrigues, 2013).

3.1 INDICADORES

Os KPIs não estão apenas designados nas relações financeiras de uma empresa, a
análise dos indicadores pode direcionar o caminho para alcançar os objetivos estratégicos de
uma organização. Para obtenção dos resultados desejados é cabível aos gestores e suas
equipes escolher os indicadores de desempenho que melhor se adequa a modalidade
operacional da empresa para que sim tenha apoio aos diagnósticos futuros.

3.1.1 – Disponibilidade Física

Segundo Gregory, (2000), a palavra de disponibilidade é extremamente flexível e a


sua correta determinação é primordial para os cálculos de rendimento em longo prazo. Os
fatores tais como desorganização da mina, condições de acessibilidade adversas, operações
em vários turnos e manutenção preventiva e corretiva fora do programado poderão reduzir a
disponibilidade do equipamento.

• Disponibilidade Física - (DF) que corresponde à parcela das horas programadas em


que o equipamento está apto para operar, isto é, não está à em manutenção.
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Eq. 01
𝐻𝐶 − 𝐻𝑀
𝐷𝐹 = . 100%
𝐻𝐶
Onde;
- DF é a disponibilidade física que representa a percentagem do tempo que o equipamento
fica à disposição operacional para a produção na empresa;

- HC corresponde às horas calculadas por mês (Hora Calendário), na base dos turnos
previstos, já levando em conta a disponibilidade mecânica;

- HM corresponde às horas de manutenção na Oficina e em Campo, incluindo a falta de


peças no estoque, manutenção externas ou falta de equipamentos auxiliares.
No setor de manutenção, usa-se como fundamental indicador de desempenho o fator
de Disponibilidade Física (DF), com o objetivo de mensurar a disponibilidade de um
equipamento, formando assim a meta da gestão, que é “certificar a disponibilidade e
contabilidade dos equipamentos no melhor custo x benefício possível”. A DF, determina
como a diferença do número total de horas de um período (horas calendário) e o número
total de horas de manutenção (preventiva, corretiva) dividida pelo número total de horas do
período considerado, de acordo com a proposta da gestão esse é um indicador de aquisição
dos resultados no processo de manutenção. Já que se pretende a deixar o equipamento apto
para a produção, a DF adquire um peso desproporcional na gerência, a ponto de ser o único,
entre os 14 indicadores da área de manutenção, conhecido por todos os empregados.

3.1.2 – Utilização Física

Os fatores tais como número de unidades ou compatibilidade de porte, maior ou


menor que o planejado; falta de operador; imperícia condições de acesso e preparação das
frentes de lavra influencia na utilização de um equipamento.

• Utilização Física - UF e representa a porcentagem de horas que o ativo esteve apto


(operando) em relação à quantidade de horas disponível para operar.
Eq. 02
𝐻𝑇
𝑈𝐹 = . 100%
𝐻𝐶 − 𝐻𝑀
Onde:
- HT é total de horas efetivamente trabalhadas;
11

- HC corresponde às horas calculadas mês (Hora Calendário), na base dos turnos previstos,
levando em conta a disponibilidade mecânica;

- HM são as horas de manutenção na oficina ou no campo dos equipamentos, incluindo a


falta de peças no estoque, manutenção externa e equipamentos auxiliares.

3.1.3 – Rendimento Operacional

Rendimento Operacional (RO) significa rendimento operacional e representa a


porcentagem do total de horas o ativo operou.
Eq. 03
𝑅𝑂 = 𝐷𝐹. 𝑈𝐹
O Rendimento Operacional tem diversos aspectos e deve ser monitorado em paralelo
com as metas. Dessa forma, a gestão operacional dos equipamentos que pode ser definida
como a combinação harmônica da operação, trabalho e capital para a obtenção dos objetivos
de produção.

3.1.4 - Movimentação de Massa

A movimentação de massa da lavra por caminhões é o mais utilizado em todo o


mundo. Com o surgimento da mecanização alavancou-se a capacidade de lavra das minas,
as rampas começaram a ser vencidas e o aprofundamento das cavas tornou-se realidade. Os
equipamentos foram sendo modernizados e os conceitos de desmonte, carregamento e
transporte se consolidaram. Com o avanço da tecnologia surgiram variações, tais como as
escavadeiras elétricas a cabo, diesel-elétricas e hidráulicas. Segundo Lopes (2010), os
caminhões acompanharam o porte das escavadeiras, mas por falta de tecnologia, foram
barrados pelo tamanho dos pneus, caso que ocorreu no mesmo período com as carregadeiras.

A lavra com transporte por caminhões consiste basicamente de desmonte do material


“in situ”, que normalmente é executado por meio de perfuração e desmonte por explosivo
ou mecanicamente (tratores, escavadeiras ou carregadeiras, dependendo da resistência do
material). Outra possibilidade, dependendo da geologia do minério lavrado é a própria
escavadeira ou carregadeira escavar e carregar o equipamento de transporte, no caso,
caminhões. O transporte do material por caminhões até a estação de britagem, descarga no
silo e retorno até a frente de lavra, finaliza o ciclo do método (LOPES, 2010).
12

3.2 – MEDIDA DE DESEMPENHO

Um indicador de desempenho é estimado quando ele pode ser expresso em números.


Ou seja, torná-lo calculável. As metas devem seguir os mesmos métodos de medição.
Considerado como complemento do planejamento e controle administrativo operacional da
mina sendo capaz de constituir influência sobre pessoas e sobre os processos na operação
garantindo possivelmente uma maior confiabilidade da execução do que foi determinado
pelo procedimento.

Os indicadores são compostos de:


• Índice: representa o padrão de medida ou unidade de medida dos indicadores;
• Referencial comparativo: é um índice utilizado como padrão de comparação;
• Meta: é um índice definido como ponto a ser alcançado num futuro previamente
determinado. Este componente se torna uma motivação para o desenvolvimento da gestão,
à medida que os gestores trabalham desenvolvendo métodos para que as metas sejam
alcançadas. As metas são constituídas por três componentes: objetivo, valor e prazo;
• Fórmula de obtenção do indicador: metodologia utilizada para que o índice seja
apurado.

As características dos indicadores devem ser tais como:


• Coerência e sensibilidade a mudanças ao longo do tempo (adaptabilidade);
• Econômico em sua medição.
• Claro (de fácil entendimento);
• Baseado em informações facilmente acessíveis e em aspectos práticos e claros que
podem ser rastreados rapidamente (rastreabilidade);
• Significância para avaliação do sistema sendo importantes e abrangentes;
• Ser válido, objetivo e consistente;
• Facilidade de interação com outros indicadores do sistema;

Quanto a classificação de indicadores, devem ser;

• Estratégicos - determinam a posição da organização quanto a direção da consecução


de sua visão, refletindo assim, o desempenho em relação aos fatores críticos para o êxito.
13

• Indicadores de Produtividade (eficiência): São encontrados dentro dos processos e


tratam da utilização dos recursos para a geração de produtos e serviços. Servem para
identificar e prevenir problemas nos processos, estando ligados intimamente aos indicadores
de qualidade.
• Indicadores de Qualidade (eficácia): estão mais ligados às saídas do processo
representando a eficácia com que o processo sob estudo atende às necessidades de seus
clientes indicando a sua satisfação e as características do produto/serviço.
• Indicadores de Efetividade (impacto): Objetivam medir o grau de modificação da
situação-problema (desafio) que deu origem à ação estratégica.
• Indicadores de capacidade: medem a capacidade de resposta de um processo através
da relação entre as saídas produzidas por unidade de tempo.

4 – METODOLOGIAS E FERRAMENTAS UTILIZADAS

Conforme supracitado no capítulo introdutório, o trabalho busca analisar o


desempenho da empresa, considerando a influência do tipo de projeto e do tipo de área de
interesse (stakeholder), com objetivo da proposta de um sistema de indicadores de
desempenho dentro do setor da Operação de Lavra da empresa.

4.1 - METODOLOGIA

O trabalho foi desenvolvimento em sete etapas, conforme segue:


a. Desenvolvimento bibliográfico.
- Verificação da literatura de stakeholders para guiar os colaboradores a serem consultados
na pesquisa de campo;
- Verificação da literatura do modelo de indicadores de desempenho para o desenvolvimento
da última etapa desse estudo (Sugestão do sistema de indicadores).
b. Pesquisa de dados sobre as atividades desenvolvidas na área de operação de mina da
empresa;
c. Avaliação das informações sobre as atividades para a identificação de uma tipologia
conveniente a prática operacional da lavra;
d. Pesquisa de campo com outras áreas, (Beneficiamento, Manutenção e Planejamento)
para entender a importância dessas áreas que são cliente da operação de lavra que
14

desenvolvem atividades de tipologias distintas (stakeholders), isso serve para absorver o


nível de importância de cada indicador definido com base na revisão bibliográfica;
e. Estudo dos resultados da pesquisa de campo:
- Validação dos indicadores sugeridos com base na pesquisa bibliográfica
- Análise da influência dos stakeholders e dos indicadores desses desenvolvidos em paralelo
a operação de lavra.
f. Avaliação crítica das ferramentas utilizadas pela empresa para o acompanhamento
dos indicadores junto ao planejamento.
g. Proposta de solução de um sistema de indicadores de desempenho com base na
natureza e a causa da afecção.

4.1.1 - Tratamento e análise dos dados

Os diversos tipos de evidências foram coletados juntos a base de dados da empresa,


bem como, acesso as planilhas de operação de mina, entrevista com equipe do escritório
(Sala das Engenharias) e um levantamento prévio com a equipe gestora.
Os dados foram recolhidos a partir de acompanhamentos já realizados na empresa
pelas Administração anterior, software operacionais adaptado de acordo com necessidade
desse estudo, informações históricas das variáveis já estabelecidas e o Sistemas Integrado de
Gestão Empresarial (ERP). Quanto aos projetos já desenvolvidos dentro da organização
antes do início desse estudo, houve a obtenção do que foi levantado de informações no
decorrer os anos anteriores a 2019, a partir de indicações dadas pelo responsável pela
Operação de Minas que compartilhou dados operacionais desta e outras mineradoras onde
já foi colaborador com perfil da Buritirama S.A, possibilitando a possível visão de
Benchmarking entre as empresas. Por não haver uma base de dados única e consolidada
houve consulta e adaptação de planilhas de controle de projetos e ERP da empresa.
Sistemas ERP são softwares utilizados para a integração completa de setores
operacionais, são funcionais para as empresas devido ao fato de existir uma base de dados
local, tornando o acesso rápido e fácil. O tipo de módulos a ser utilizados é definido pelo
escopo de uma determinada empresa.
Segundo Souza (2000), define o sistema ERP como software que oferece soluções
para integração de informações relacionados com uma determina companhia, no qual são
divididos em módulos que comunicam entre si.
15

Para contemplar e facilitar a coleta de dados de todo processo operacional foram


utilizadas ferramentas tais como; PowerBi, Pacote do Microsoft Office (Excel, Power Point
e Word), além do software “Mining Control”, um software de controle operacional e
gerenciamento de equipamentos ligados a mineração gerido pela empresa FAST2Mine.

4.2 - INSTRUMENTOS DA QUALIDADE

Quando a qualidade, é referenciada e natural, com conceito baseado em diversos


fatores que podem estar diretamente relacionados ao usuário, a produção, a satisfação do
cliente e outros. Para que haja um planejamento e avaliação das variáveis internas e externas
de uma empresa, é fundamental que tenha instrumentos para a gestão da qualidade. Sendo
assim, o estudo apresentado no decorrer deste trabalho utiliza alguns instrumentos da
qualidade que auxiliam na formulação de métodos e processos para implementação de uma
metodologia e planos de ação.

4.2.1 - Brainstorming

O brainstorming (tempestade de ideias) é uma ferramenta na qual, alguns indivíduos


formam um grupo de discussão para lançar ideias livremente, sem críticas, em um
determinado tempo (JUNIOR et al., 2006). Para o melhor desempenho desse instrumento de
qualidade os grupos devem ser precisos, contando com a presença de um orador para lidar
com os componentes do grupo e coordenar a discussão.
A intenção do brainstorming é obter ideias livremente, sem impedimento e, após
levantamento de ideias, cada uma é discutida com o objetivo de proporcionar a melhoria
contínua, sem ignorar a discussão de questões que envolvam projetos e ações a serem
tomadas.

4.2.2 - Estratificação

A estratificação é uma ferramenta utilizada para o desdobramento dos dados. Seu


principal objetivo é auxiliar na análise e na pesquisa para o desenvolvimento de
oportunidades de melhoria, pois, possibilita a visualização da real composição dos dados
estratificados.

4.2.3 – Diagramas
16

Diagrama ou gráfico de barras é a representação mais utilizada para visualizar a


informação de um conjunto de dados qualitativos ou quantitativos discretos, organizados na
forma de uma tabela de frequências. Para construir este gráfico, começa-se por desenhar um
eixo horizontal (ou vertical), onde se assinalam as diferentes categorias ou classes presentes
na tabela. Por cima (ou ao lado) de cada categoria ou classe, desenha-se uma barra com altura
proporcional à frequência observada nessa categoria ou classe. Desenha-se ainda um eixo
vertical (horizontal), onde se marcam as frequências (MARTINS. 2018).

4.2.4 - Diagrama de linhas

Os diagramas de linhas trazem informações como uma série de pontos de dados que
estão interligadas por segmentos de linha reta. Os conjuntos são dispostos ao longo do eixo
x e as estatísticas são mostradas ao longo do eixo y. Diferentemente dos gráficos de série de
tempo que traz apenas data e hora ao longo do eixo da categoria, os gráficos de linhas
consiste em utilizar campos de string ao longo do eixo de conjuntos.

4.2.5 - Diagramas de Pareto

O Gráfico de Pareto também é um gráfico de barras feito a partir de uma coleta de


dados e, quando se quer priorizar uma causa ou um problema de uma determinada
conjuntura. O Diagrama de Pareto surgiu através de estudos de Vilfredo Pareto, economista
italiano do século XIX, que estudou os princípios de distribuição de renda no país. Ele
verificou que 20% da população detinham 80% da riqueza.

4.2.6 – Diagrama Build Up

Gráfico build up, conhecido também como; gráfico cascata, gráfico queda d’água,
gráfico bridge ou gráfico esteira exemplificado na figura 01. O gráfico build up em sua
essência, nada mais é do que um gráfico de barras empilhadas e demonstra o quanto os
valores crescem ou diminuem a partir da sua origem. É utilizado para mostrar a evolução de
um resultado ou o quanto determinadas situações irão afetar positivamente ou negativamente
o resultado.
17

Figura 1. Modelo de gráfico Build UP

Fonte: https://www.excelpraontem.com.br/grafico-build-up/
18

5 - ESTUDO DE CASO

5.1 - A empresa

A Mineração Buritirama tem sede em São Paulo (SP) e possui instalações industriais
de lavra e beneficiamento no distrito de Vila Nova União, município de Marabá (PA), além
de um escritório de apoio e pátio de estocagem na cidade de Marabá. A Mineração
Buritirama é pertencente e controlada pelo Grupo Buritipar, que tem como atividade
primária a produção e comercialização de minério de manganês. Está localizada a 135km do
centro de Marabá, e mais quatro estados brasileiros; Amazonas, Mato Grosso, Minas Gerais
e Rondônia.
As ocorrências de manganês no município de Marabá encontram-se na Serra do
Buritirama próxima ao rio Itacaíunas, onde a mineração, situada na grande província mineral
da Serra dos Carajás, no estado do Pará, o segundo maior produtor mundial de manganês,
com cerca de 90% de sua produção destinada à exportação.
A empresa vem priorizando o crescimento na qualidade de seus produtos a nível
mundial, sempre com relações respeitosas e boa relação com seus clientes e fornecedores de
suprimentos, com isso a Buritirama S.A vem garantindo a confiança da marca dia após dia.
Em sua trajetória, sua tarefa foi se diversificando. E nos últimos 02 anos, houve uma
ascensão radical na sua cadeia produtiva com investimento em tecnologias, com propósito
de sempre apresentar o melhor e suprir as necessidades dos clientes. A empresa lançou
diversas inovações e através do seu Sistema de Gestão da Qualidade obteve-se da
certificação NBR ISO 9001.

5.2 – A operação de lavra

Em particular, o método de extração de minério do Grupo Buritipar, constitui-se a


céu aberto. Segundo Couto (1990), define como explorações mineiras à céu aberto, aquelas
em que os trabalhos de escavação são desenvolvidos ao ar livre e dirigidas a depósitos
superficiais, ou aquelas em que os locais de trabalho não são constituídos por escavações
cercadas em todo o seu perímetro pelos terrenos encaixantes.
O processo operacional de lavra se dá a céu aberto, com equipamento de escavação
de pequenos e médio porte e caminhões rodoviários. Após a operação de lavra o ROM da
mina passa apenas pela etapa de britagem para então obtenção do produto; sinter feed, e
lump.
19

As operações de carregamento e transporte consistem em retirar o material extraído


da frente de lavra até diferentes pontos de descarga.
Segundo QUEVEDO (2009), em minas a céu aberto as atividades se iniciam com a
preparação da área a ser lavrada para que ela possa ser perfurada e detonada, quando
necessário. Então a escavação e o carregamento são feitos por equipamentos de carga (pás
carregadeiras ou escavadeiras) que estão alocados nas frentes de lavra. Estes retiram o
material e o carregam nos equipamentos de transporte, caminhões, correias transportadoras,
vagões, entre outros. O equipamento de transporte transporta o material até um determinado
ponto de descarga, esses pontos de descargas podem ser britadores, pilha estéril ou pilha
pulmão, e o ciclo da operação recomeça, sendo realizada de forma contínua.
Na mineração existem vários métodos e sistemas de transporte de material, entretanto
os mais comuns são os transportes por caminhões e transportes por correias.

A operação de Lavra do minério de manganês aqui pesquisada é constituída por


caminhões semi-rodoviários, com equipamentos próprios e alugados. Os mesmos são
relacionados abaixo na tabela 2 que mostra os equipamentos próprios e a tabela 3 que são os
equipamentos alugados. É importante salientar que esses são os equipamentos utilizados na
operação da mina, atendendo o dimensionamento para a produção planejada para o ano de
2019.
Tabela 2. Equipamentos próprios (Buritirama S.A.)
N° Frota Equipamento Modelo
3 Trator de esteira 750JLT
3 Escavadeira ZX470
1 Retroescavadeira 416E
26 Caminhão Basculante Axor /4144K 6 x 4

Fonte: Elaborado pelo autor


Tabela 3. Equipamentos locados (Entersa Engenharia)
N° Frota Equipamento Modelo
8 Caminhão Articulado A30 6x6
4 Escavadeira 374D
6 Trator Esteira D8T
3 Caminhão Pipa 6x4 20.000 l Axor 2831 - 6X4
3 Caminhão Comboio 4x2 Atron 1718
1 Prancha Carreta 4 eixos 6x4
1 Pá Carregadeira 938K
3 Motoniveladora 140M
1 Retroescavadeira 416F2
Fonte: Elaborado pelo autor

Esse estudo objetivou a possibilidade de comparar a medição de contratos entre


Buritirama S.A e terceirizada (ENTERSA ENGENHARIA) responsável por equipamentos
locados.
20

Esses equipamentos atuam especificamente apenas na movimentação do material


proveniente da mina (Cava 01 e Cava 02), essa movimentação não é constituída apenas do
material de ROM, havendo também há movimentação de Minério de Oportunidade
(Marginal), Estéril, e OM (Outras Movimentações) de infraestrutura de mina, diante desse
cenário se faz necessário a divisão de frota especificamente para atender diferentes tipos de
materiais, destinando assim 06 caminhões articulados (A30) para movimentação de estéril e
26 caminhões Axor 4144 para movimentação do ROM.
A jornada de trabalho da operação Buritirama é dividida entre 4 turmas, sendo turno
com horas denominada 12/36 já a operação da contratada ENTERSA é dividida em 3 turmas
sendo turno de horas denominado de 08/24.

5.3 – Objeto de estudos

Explorar a utilização do sistema Mining Control (FAST2Mine) dentro da operação


de lavra, e os indicadores chave da Mineração Buritirama S.A. na operação de mina,
coordenado pelo responsável técnico Raul Mateus da Silva Junior.
Como procedimento em campo, a oportunidade de estágio foi dado como credencial
para elaboração desse estudo dentro da empresa, o acesso aos dados de análise foram
disponibilizados de acordo com as necessidades estratégicas da operação, a fonte de dados
primárias foram adquiridas por (observação e entrevistas) as fontes secundárias
(bibliográfica e documental), durante 10 meses de estudo, que iniciou em Março de 2019
até o fim de 2019, não houve aplicação de advertências no procedimento desse estudo.
Essa pesquisa objetivou um aprofundamento sobre as dificuldades enfrentadas ao
decorrer de todo processo operacional, analisando todos os procedimentos a fim de obter o
melhor desempenho produtivo. Logo de início como obtenção de dados foi percebido que
havia uma defasagem de registros em todas atividades do ciclo, tanto de escavação como de
transporte, por serem imputada pelo operador ou motorista do equipamento num tablet com
software Mining Control dentro dos equipamentos.
Houve surgimento de diversos desafios para adaptação de uma melhor coleta de
dados, por motivo de não haver uma uniformidade de modelo e capacidade de carga dos
equipamentos submetendo a uma pesquisa minuciosa.
Para alguns indicadores que são mais comuns nas organizações, a empresa utiliza o
benchmarking para se estabelecer as metas. Já para outros, quando há dificuldade de
21

similaridade com outras empresas, a metodologia para estabelecer as metas foi inicialmente
a medição histórica versus uma melhoria proposta.
Diante do exposto, os indicadores da frota de transporte necessitam de análise
separadamente, mesmo tendo a capacidade de carregamento de massa dos dois modelos
iguais, o que faz serem analisados de forma distintas é a DMT, a pilha de estéril está
localizado ao lado das cavas, C2 com DMT de 0,5km e 1,2km da C1, quando a
movimentação do ROM, a DMT até a pátio da Pilha Pulmão que é de 8km. Essa estratégia
de separação atende do plano de lavra, que visa melhor desempenho no transporte de ROM
em longas distâncias e versatilidade na movimentação de estéril mesmo em condições de
acesso comprometida em estações chuvosas.
Esse estudo leva em consideração o transporte apenas do material que tem
origem/destino Mina B4 a Pilha Pulmão e OM (Outras Movimentações) realizadas com
equipamentos dimensionados para operação da mina que esteja fazendo serviços extras para
infraestrutura de mina.
22

6 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 – Resultado das análises

Analisando os dados encontrados juntos aos interesses dos colaboradores da


empresas, considera-se que os principais interesses de indicadores são os que medem o
desempenho dos equipamentos DF e UF, sendo que os mesmo são fundamentais para
justificar não só a movimentação, como no caso da DF utilizado para os fechamentos
mensais do que consta em contrato de locação. Esses resultados podem ser monitorados ao
longo do tempo através de um plano base convenientemente elaborado. A partir da análise
dos indicadores, apresentam-se, na figura 2, os indicadores de Disponibilidade e Utilização
dos equipamentos de transporte, que mostra a evolução do indicador de UF após o início
dessa pesquisa em Maio/19, que foi intensificado através de campanha para os operadores
da importância do acerto no apontamento das atividades desenvolvidas dentro do aplicativo
do FAST2Mine no tablet instalado dentro do equipamento, permitindo um resultado mais
preciso que devem ser monitorados ao longo de toda atividade operacional. O plano de lavra
que adota como meta 85% para DF e de 75 para UF o que e considerado conveniente para o
monitoramento e melhoria da operação dos equipamentos da Lavra, a análise dos
equipamentos de Infraestrutura de mina são analisados separadamente devido a
movimentação de materiais serem considerados extra e não pode entrar na contagem da
movimentação interna da mina.

Figura 2. Gráfico de Indicadores UF, DF e Pluviometria do ano 2019 referente a frota de transporte.

Fonte: Elaborado pelo autor

No decorrer do ano de 2019, apenas em 01 (um) mês foi atingido a meta de DF. É
normal que os índices de DF no decorrer dos meses venha a cair, isso se dá devido a
depreciação dos equipamentos, associado as condições de acesso da mina impacta ainda
23

mais nessa queda. Muito já foi feito para minimizar esses impactos nos caminhões, em
melhoramento dos acessos tais como, alargamentos do acesso, sinalização, alteamento de
declividade, cortes de aclividades, drenagem e outros medidas.

Quando tratado de UF, em nenhum mês foi atingido o que foi planejado, sendo que
a evidência da sazonalidade causa um impacto direto das horas trabalhadas, quanto maior o
índice de chuvas na região toda mais comprometido fica produtividade da operação como é
expressa na linha de que representa a pluviometria na figura 3.

Esses indicadores poderão ser desdobrados para as outras áreas ou grupo de


equipamentos, disponibilizando uma visão clara de como está o andamento da operação. No
caso das anomalias encontradas nos números, essas devem ser identificadas as causas,
avaliados os impactos no processo e tomadas ações visando o ganho de eficiência ou
mitigação. Buscando conciliar a geologia de mina de curto prazo com os outros processos
da mineração é de fundamental importância para adequação dos resultados. Para que isso
seja possível, é necessário apresentar um exemplo teórico do processo completo de
reconciliação, onde a geologia de mina busca fornecer informações sobre a jazida que
possibilitem a produção de minérios dentro das especificações definidas para os produtos da
mineração. O Rendimento Operacional (RO) demonstrou um índice de 29,7% abaixo do
planejado conforme a figura 3.

Figura 3. Rendimento operacional mensal das frotas de transporte 2019.

Fonte: Elaborado pelo autor.

O RO deixa evidente os baixos índices, o que mostra valores discrepantes quando


relacionados com o mês anterior, alguns dos impactos que ocasionaram essas baixar foram
paradas não planejadas que aconteceram nos meses de julho e setembro, em julho houve
uma parada geral determinada pela direção por motivos administrativos e em setembro
24

houve a paralisação geral de 4 dias de toda atividade que potencialmente pudesse gerar
transporte, os impactos.

Esses modelos de indicadores de UF, DF e RO, são gerados não somente com foco
na operação global na mina, esses mesmos modelos foram desenvolvidos para apresentar o
desempenho por turma como consta da Figura 4, essa ferramenta só foi possível através da
iniciativa do interesse dessa pesquisa a partir do mês de agosto devido à falta de análise nos
meses anteriores, ferramenta elaborada através de tabela dinâmica no Excel que possibilitou
ao longo da pesquisa gerar relatórios por turno (Anexo 01), mostrando não somente o
desempenho do turno corrente, mas também o andamento da movimentação acumulada por
turma em relação ao plano de lavra conforme Figura 4.

Figura 4. Rendimento Operacional (RO) por turma agosto a dezembro de 2019.

Figura: Elaborado pelo autor.

O banco de dados gerou indicadores de manutenção, o acesso a esses dados foram


limitados, as informações disponibilizadas para essa pesquisa foram apenas as horas de
manutenção preventiva e corretiva, impossibilitando adentrar no detalhamento para absorver
a causa problema desse indicador e possivelmente desenvolver reabilitação do resultado no
decorrer da pesquisa.

A figura 4 mostras dados atípico nos meses no que diz respeito ao RO da turma “D”,
esse levantamento de dados só foram possíveis após o mês de agosto por causa de um erro
desconhecido no sistema que não conseguia conciliar o momento das trocas de turno da
operação dos equipamentos locados. Quando possível, houve a percepção de que a turma
25

“D” vinha ocasionando o impacto no dado global de RO, só que isso não se comprovou
quando a turma “D” conseguiu trabalha com nível de desvio aceitável das outras turmas.

Foi necessário diluir o resultado para se chegar diretamente a causa do problemas,


no caso da baixo índice de UF foi imprescindível saber onde está a principal causa do
problema, dessa forma as HI (Horas Improdutivas) foram desmembradas e apresentada
isoladamente como mostra o exemplo da Figura 5, referente ao mês de outubro/2019 em um
gráfico de Pareto.

Figura 5. Detalhamento de Horas Improdutivas (HI) referente ao mês de outubro/2019.

Fonte: Elaborado pelo autor

Foi identificado que o tempo de troca de turno da frota de transporte que são os
maiores causadores de HI dentro do processo, chegando no mês de outubro a 217% acima
do planejado conforme ilustrado na Figura 6. Quanto as horas gerenciáveis de ALMOÇO e
CEIA essas estavam dentro de limite aceitável conforme o planejado.

Figura 6. Indicador de HI em Troca de Turno outubro/2019.

Fonte: Elaborado pelo autor


26

Os dados representativos para esse mês mostravam uma diferença de 1.279 horas em
troca de turno, o que representaria em movimentação de massa, de acordo com a REM
realizada de 5,3, uma perda de 39,2 mil toneladas de estéril e 8 mil toneladas de minério.
Diante dessa problemática, após uma avaliação minuciosa nessas HI de troca de turno foi
detectado diversos fatores que ocasionam essa abundante discrepância, uma delas foram os
equipamentos que chegam no horário de turno e por conta do absenteísmo dos motoristas,
esse equipamento que necessita ser imputado no tablet pelo condutor ficaria repetindo o
código de troca de turno do último motorista, que por esse motivo necessitaria de uma meta
de tempo limite para o código de troca de turno, caso esse equipamento ultrapassasse o tempo
de 01 (uma) hora, uma notificação é enviada ao CCO para que o controlador apropriasse o
código de parada operacional, nessa situação de apropriação adequada da parada operacional
não iria resultar em aumento de horas de UF, apenas resultaria numa justa apropriação das
paradas operacionais.

Essa correção de HI em tempo de troca de turno mostrou outra situação que


necessitou de mitigação imediata, os dados trouxeram um fator alarmante que não deveria
aparecer nos Gráficos de Pareto, constatou-se que 12,5% do tempo de troca de turno
levantado até o mês de outubro era por falta de operador, essa situação foi levada ao
Departamento de Recursos Humanos que por sua vez solicitou um dimensionamento de
pessoas, esse dimensionamento confirmou o baixo número de efetivo para esse grupo de
equipamentos de transporte.

Outra situação de mitigação para redução do tempo de troca de turno é a realocação


de área de vivência, uma nova área está sendo construída a 200m da C1 com estimativa de
inauguração para o mês de março de 2020, o que vai reduzir significativamente esse tempo
de parada operacional. O tempo de retomada atual entre troca de turno chega em média a 1h
enquanto o planejado seria apenas 15 minutos.

Figura 7. Imagem do Sistema Google Earth com a rota para chegar à mina de B4, a partir da Vila União pela
portaria principal.
27

Fonte: Elaborado pelo autor

Vila União é o ponto de partida dos funcionários e está exatos 1,4 km da portaria
principal da Buritirama S.A, onde está atualmente instalado o relógio de registro de ponto
de todos os funcionários. Para acessar a área de operação de mina, é necessário que se
percorra mais 4,7 km, até ao pátio de estacionamento, onde é apropriado o primeiro código
operacional , deve-se seguir pelo acesso 8,3 km vazio até chegar ao B4 para início da jornada
de trabalho. A nova área de vivencia proposta como demonstra a figura 8, onde usará uma
vicinal rural já existente de 4,6 km, diminuindo significativamente o tempo de retomada
operacional, foram realizadas 04 simulações utilizando o percurso até a nova área de
vivencia do B4 (figura 9), atingindo uma média de tempo de troca de turno em 27 minutos,
representando 36% do tempo que é realizado com o percurso representado pela Figura 7.

Figura 8. Imagem do Sistema Google Earth com a rota para chegar à mina de B4, a partir da Vila União pela
estrada do Reizinho.

Fonte: Elaborado pelo autor


28

Figura 9. Instalações da nova área de vivência no B4.

Fonte:. Tirado pelo autor

O passo seguinte após obter o resultado demonstrativo do realizado nos indicadores


de DF, UF e RO, foi acompanhar o desempenho da movimentação de massa proveniente da
mina de B4, que conforme o índice de UF em relação ao planejado que ficou 39% abaixo da
meta daria pra prognosticar o estado final dos resultados.

Quando tratada as informações de movimentação global da massa da mina o gráfico


da evolução dessa movimentação quando comparado a meta do plano de lavra mostra uma
baixa de 17,1%, figura 10. Para buscar a máxima aproximação com o plano, foram mitigadas
algumas medidas dentro da HI com os códigos de paradas operacionais gerenciáveis de fácil
acesso, tais como; limpeza de báscula, condições de acessos, abastecimento, aguardando
frente, aguardando equipamento de carga entre outros, esses códigos de fácil gerenciamento
foram mapeados dentro da mina para minimizar o tempo de paradas. Acredita-se que quando
solucionado os problemas de HI na fonte, haverá uma aproximação do que consta no plano
de lavra.
29

Figura 10. Evolução mensal de movimentação global do B4, 2019.

Fonte: Elaborado pelo autor

Os dados possibilitaram saber que a reconciliação com o controle de indicadores de


desempenhos, propiciou: benefícios relacionados ao fortalecimento da comunicação entre
os setores da empresa (geologia, planejamento, processos e outros), assim como confiança
no padrão de qualidade e do nível de compreensão dos dados absorvidos, ganho na eficiência
operacional, racionamento do tempo dos colaboradores e melhor UF dos recursos
disponíveis.

Quando observada as atividades desenvolvidas em uma empresa de mineração como


um todo, constata-se que várias atividades internas estão envolvidas diretamente nos planos
mensais de lavra. Um simples erro ocasiona consequências em cadeia e acarreta esse erro
não apenas para o plano vigente como também para planos futuros, até mesmo os anos a
seguir. Um plano mensal mal elaborado e/ou executado fora do que foi planejado em algum
momento, em geral breve momento, ocasionará dificuldades em setores da mina como
processo, manutenção de equipamentos, operação de mina, planejamento de lavra, geologia
de mina, infraestrutura, licenciamento ambiental, geotecnia, comercial etc. A medida
conveniente “reconciliação” para adaptar o realizado com o planejado foi mensurada pela
equipe de qualidade e geologia, que por motivos desconhecido não disponibilizaram as
etapas desse processo.

Segundo Câmara et al. (2014), nem sempre o que é planejado para a lavra é cumprido
e ocasionalmente, divergências entre o planejamento de lavra e a produção ocorrem.
Comparar as estimativas de teores de minério estimados com o planejado assim como a
30

modelagem com a medição da massa realizada, com a massa e teores lavrados e beneficiados
são formas de aferir os resultados de produção como a meta estipulada no plano. Esse
importante KPI monitorado dentro do setor mineral é considerado como reconciliação da
lavra, esse indicador mostra problemas entre a estimativa planejada e fornecendo um perfil
operacional. A frequência de controle desse KPI é, em geral, mensal e as medições são
realizadas no lugar em que foi realizada a lavra, estando ou não no plano de lavra.

Segundo AMARAL (2008), a importância do planejamento de lavra está relacionada


a diversas etapas ao longo de todo o horizonte de operações de uma mina, compreendendo
desde os primeiros estudos de viabilidade econômica até o encerramento das operações. De
acordo com o horizonte de tempo e os objetivos aos quais estão relacionados, os planos de
lavra podem ser classificados como de longo, médio e curto prazo.

Essa pesquisa se estendeu da mesma forma pra frotas de escavação e infraestrutura


de mina, sendo que os equipamentos de escavação tiveram destaque positivos apenas do que
diz respeito da DF, onde a meta é 82% e fechou o ano com 92%. O comportamento dos
dados dessas frotas não foram muita diferente do que mostram os dados expostos do
transporte, diversos outros relatórios foram possíveis absorver no andamento desse estudo,
relatórios estes como:

- RDO (anexo), documento gerado pelo software da FAST2Mine adaptado as


necessidades surgidas nessa pesquisa, assim como também o

- “Registro de Manutenção” este podendo ser detalhado ou não.

- Registro de horas improdutivas.

- Desempenho de abastecimento por comboísta.

- Análise por operador de paradas operacionais gerenciáveis. (tempo de lancha,


almoço, janta, necessidades pessoais e demais paradas operacionais.

Essa pesquisa também propiciou o adiantamento da construção e instalação de uma


Sala de Controle Operacional (CCO) iniciando suas atividades em outubro/2019, a mesma
vem monitorando todos os indicadores e trabalhando em conjunto com a gestão para
adicionarem novos indicadores com metodologias que buscam eficiências operacionais a
cada plano de lavra.
31

Itens de controle são os que podem ser medidos para o gerenciamento de um


processo, estabelecendo um planejamento de controle com metas e métodos por meio de
índices numéricos que medem a qualidade total e são estabelecidos sobre os processos. O
estabelecimento de metas é basicamente sobre quais os itens de controle devem ser
avaliados, qual a frequência e qual a unidade de medida (Campos, 1992).

Após essa pesquisa, iniciativas isoladas da empresa surgiram dentro de outros setores
para melhor compreensão de seus processos de forma mais adequada. Se esses KPIs forem
devidamente mapeados de forma sistemática, poderão ser o elemento-chave para a medição
dos resultados, positivos ou não, da aplicação de determinadas tecnologias e, até mesmo, da
integração de processos. Desta forma, através do controle dos KPIs adequados e de sua
medição sistemática, a aplicação de processos tecnológicos, para a integração da cadeia de
valor mineral, poderá ser convenientemente avaliada, tanto em relação aos resultados
alcançados, quanto em relação aos investimentos necessários à sua realização, o que
possibilitará a avaliação do retorno dos investimentos e os benefícios reais da integração da
cadeia de valor mineral.
32

7 – CONCLUSÃO

Esse trabalho apresentou a empresa Mineração Buritirama S.A a importância de se


identificarem os KPIs expressivo a sua etapas industriais, para, assim, poderem classificar
seu impacto na gestão das atividades da operação de mina, tanto no aspecto científico,
tecnológico e econômico, quanto no aspecto do desenvolvimento pessoal e social dos
colaboradores da empresa.

Essa pesquisa possibilitou para o ano 2020 uma revisão do plano de lavra para que
não ocasionasse os desvios inesperados detectado nos anos anteriores. Porém, como os
resultados dessa pesquisa mostraram uma baixa aderência ao planejado, apenas os ajustes
não seriam úteis ao processo e geometria dos planos de lavra e sim consideráveis mudanças
não somente no plano de lavra, assim como também ao dimensionamento da frota,
dimensionamento de pessoas, plano de manutenção chegando até o orçamento. Melhorias
estão sendo desenvolvidas embasadas nesse estudo, que propiciou significativos ganhos de
gestão e operacionais, possibilitando ainda um cumprimento expressivo de procedimentos.

A metodologia proposta estabelece um enfoque lógico e disciplinado, que permitirá


a Mineração Buritirama S.A, em sua operação de lavra integrar todo processo interligado a
essa área e, através da análise dos resultados, estabelecer o potencial de retorno econômico
e de eficiência dessa interligação. Tal fato tem o potencial de propiciar a essa empresa
benefícios proporcional aos dos setores automatizados mais avançados da indústria
minerária.
33

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