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Curso: Português

Teoria e Questões Comentadas


Prof. Bruno Spencer - Aula 01
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Aula 01 – Classes Gramaticais


Curso: Português
Professor: Bruno Spencer

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Aula 01 – Classes Gramaticais

Olá amigos!
Em primeiro lugar, quero agradecer pela confiança que depositaram
em nosso curso. Vamos oferecer a vocês um material completo e objetivo
de Português, para que possam melhorar seus conhecimentos e praticar a
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matéria de forma eficaz e eficiente.


Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões, fiquem à vontade para nos
contactarem pelo fórum.
Portanto, mãos à obra e bons estudos!!!

Sumário

1 - Substantivo....................................................................................... 4
2 - Adjetivo ............................................................................................ 7
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3 - Artigo ............................................................................................. 12
4 - Numeral ......................................................................................... 13
5 - Pronome ......................................................................................... 14
6 - Verbo ............................................................................................. 14
7 - Advérbio ......................................................................................... 15
8 – Palavras Denotativas ....................................................................... 20
9 - Preposição ...................................................................................... 21
10 - Conjunção ..................................................................................... 22
11 - Interjeição .................................................................................... 22

Nesta aula vamos ver um assunto muito importante, em que


precisamos estar bem seguros, pois é a BASE do conhecimento da Língua
Portuguesa. Trata-se das classes gramaticais.
Temos em nosso idioma 10 classes gramaticais, além das palavras
denotativas (item 8).
Vamos apenas revisá-las, focando os principais pontos de cada uma,
a fim de abordarmos o conteúdo de forma EFICIENTE e EFICAZ.
Vamos lembrar quais são elas?

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•Nomeiam as coisas, os seres, lugares,


SUBSTANTIVOS sensações e estados. (NOMES)

•Qualificam os nomes ou substantivos.


ADJETIVOS
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•Acompanham e definem os nomes ou


ARTIGOS substantivos.

•Enumeram, ordenam as coisas.


NUMERAIS

•Acompanham ou substituem os
PRONOMES nomes.
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•Indicam ação, estados ou fenômenos.


VERBOS

•Modificam verbos, adjetivos ou outros


ADVÉRBIOS advérbios.

•Modificam o sentido de uma outra


PALAVRAS DENOTATIVAS palavra ou da oração.

•Ligam palavras ou termos, sendo um


PREPOSIÇÕES principal e um subordinado.

•Ligam palavras ou orações.


CONJUNÇÕES

•Expressam emoções, sentimentos,


INTERJEIÇÕES surpresa e etc...

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1 - Substantivo

Os SUBSTANTIVOS são as palavras que NOMEIAM as coisas, seres e


fenômenos. Eles têm um papel principal na oração, pois são eles que AGEM
(sujeitos) e que SOFREM A AÇÃO (objeto). Nesta aula, porém, trataremos
apenas da morfologia das palavras (valor intrínseco).
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Na aula 03, abordaremos detalhadamente as funções sintáticas das palavras


(função das palavras na oração).
Vamos à classificação dos substantivos. Lembram???

Comuns – servem para X Próprios – denominam nomes de


denominar seres ou coisas de pessoas, lugares, entidades de
mesma espécie. forma única, específica.
Ex. casa, menino, água Ex. Lucas, Recife, Clube Português
Simples – formados por apenas X Compostos – Formados por mais
um elemento formador (radical) de um radical.
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Ex. trabalho, tapete, crachá Ex. couve-flor, guarda-costas,


passatempo
Concretos – seres materiais ou X Abstratos – nomeiam coisas
que existem independentemente imateriais, tais como sentimentos,
de outros. qualidades e estados de espírito.
Ex. casa, cabelo, céu, mar Ex. amor, riqueza, disciplina,
ordem, progresso
Primitivos – Não derivam de X Derivados – Derivam de outra
outra palavra. palavra.
Ex. terra, casa, verão Ex. terreiro, casarão, veraneio
Coletivos – Denominam um CONJUNTO de coisas ou seres de uma mesma
espécie.
Ex. Alcateia (lobos), enxame (abelhas), flora (plantas de uma região),
biblioteca (livros)

Note que um só substantivo, possui muitas classificações, de acordo com o


critério em que é classificado.
Exemplos:
 casa (comum, simples, concreto e primitivo)
 flora (comum, simples, concreto, primitivo e coletivo)

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Além da tradicional classificação, devemos lembrar das FLEXÕES que


sofrem os substantivos:
 gênero (masculino ou feminino)
 número (singular ou plural)
 grau (aumentativo ou diminutivo)
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1.1 – Flexão de Gênero

Existem diferentes maneiras de diferenciar os gêneros masculino e


feminino na Língua Portuguesa. Uma das maneiras mais utilizadas é o
emprego da vogal “a”, para designar o gênero feminino, quer seja
acrescentando-a no final da palavra, substituindo a vogal “o”, ou mesmo
acrescentando o artigo “a” antes da palavra.
Ex. cantor/cantora, menino/menina, o motorista/a motorista

Há casos em que se utiliza de uma mesma palavra para designar os


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dois gêneros, sem alteração alguma. Ou ainda, em alguns casos podemos


entender que não há gênero.
Ex. a criança, o tempo, o casal, o dia, a noite

Em alguns casos pode-se lançar mão dos adjetivos macho e fêmea, e


em outros utilizarmos uma palavra totalmente diversa para designar o gênero
oposto.
Ex. peixe macho / peixe fêmea; jacaré macho / jacaré fêmea; boi / vaca;
homem / mulher

ATENÇÃO!
Há situações em que a mudança do artigo, que antecede o nome,
muda o seu sentido e não o seu gênero.
Ex. o grama (unidade de medida) / a grama (relva); o capital (dinheiro) / a
capital (sede de governo)

1.2 – Flexão de Número

Vamos revisar o plural dos substantivos compostos, assunto que, às


vezes, gera alguma dúvida nas pessoas.

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Pluraliza-se apenas o primeiro:


 substantivo + preposição + substantivo – ex. câmaras de ar, pães
de ló, pés de moleque
 substantivo + substantivo (quando o segundo qualifica ou restringe o
sentido do primeiro) – ex. pombos-correio, peixes-boi, bolsas-família
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OBS – Neste último caso, é facultativo o uso de plural nos dois termos,
porém a primeira forma é a mais tradicional.
Ex. pombos-correios, peixes-bois, bolsas-famílias

Pluraliza-se apenas o segundo:


 palavras compostas sem hífen – ex. girassóis, pontapés, planaltos
 verbo + substantivo – ex. beija-flores, guarda-roupas, para-choques
 palavras repetidas - ex. tico-ticos, quebra-quebras
 termo invariável + termo variável – ex. recém-nascidos, abaixo-
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assinados, vaga-lumes, ave-marias

Pluralizam-se os dois:
 substantivo + substantivo – ex. tenente-coronel / tenentes-coronéis
 substantivo + adjetivo – ex. guada-noturno / guardas-noturnos
 adjetivo + substantivo – ex. curto-circuito / curtos-circuitos
 numeral + substantivo – ex. sexta-feira / sextas-feiras

Pluraliza-se apenas o ARTIGO:


 verbo + advérbio – ex. os fala-mansa, os bota-fora
 verbo + substantivo plural – ex. os saca-rolhas, os salva-vidas

1.3 – Flexão de Grau

Os substantivos flexionam-se nos graus diminutivo e aumentativo.


Exemplos:
 menino – menininho – meninão – menino pequeno - menino grande
As formas contendo os sufixos “ão” e “inho” são chamadas de sintéticas
(formadas de uma só palavra), enquanto flexões formadas pelo acréscimo das
palavras pequeno e grande, são chamadas de analíticas.

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Exemplos:

 barquinho (diminutivo sintético) – barcaça (aumentativo sintético) –


barco pequeno (diminutivo analítico) – barco grande (aumentativo
analítico)
 casinha ou casebre (diminutivo sintético) – casarão (aumentativo
sintético) – casa pequena (diminutivo analítico) – casa grande
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(aumentativo analítico)

Outros exemplos de diminutivo sintético:


 livreto, cabrito, riacho, burrico, serrote, vilarejo, flautim...

Mais alguns exemplos de aumentativo sintético:


 muralha, bocarra, fogaréu, homenzarrão, mulherona...

ATENÇÃO!!!
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Nosso objetivo nessa aula é revisar o conhecimento básico sobre as classes


gramaticais e entendê-las mais profundamente.
NÃO é produtivo gastar tempo decorando todas as regras ou conceitos, porém
é importante a leitura atenta da teoria e a prática dos exercícios.
Vamos em frente!

2 - Adjetivo

Os adjetivos são palavras que QUALIFICAM o nome (substantivo ou


pronome que o substitua).
Exemplo: Bons jogadores fazem jogadas decisivas.
Observe que os adjetivos “bons” e “decisivas” qualificam os nomes
“jogadores” e “jogadas”, ampliando o sentido da oração.

Os adjetivos também podem vir expressos por um conjunto de


palavras, são as locuções adjetivas.
Exemplos:
 abraço de irmão = abraço fraterno
 água da chuva = água pluvial

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Abaixo, mais alguns exemplos de locuções adjetivas:

LOCUÇÃO
ADJETIVA ADJETIVO
de abelha apícola
de abdômen abdominal
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de ano anual
de asno asinino
de astro sideral
de audição ótico ou óptico
de boca bucal
de cão canino
de estrela estelar
de face facial
de gado pecuário
de gato felino
de gelo glacial
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de guerra bélico
de junho junino
de lua lunar
de mãe maternal
de pai paternal
de páscoa pascal
de pombo columbino
de rim renal
de serpente ofídico
de sol solar
de tarde vespertino
de verão estival
sem piedade impiedoso

Os adjetivos também se flexionam em gênero, número e grau de forma


análoga aos substantivos.

OBSERVAÇÃO:
No feminino e no plural de adjetivos compostos formados por adjetivo
+ adjetivo, flexiona-se o último termo.
Ex. chapéu azul-claro – capa azul-clara – capas azul-claras

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Exceções:
São invariáveis:
 ultravioleta, sem-vergonha, azul-marinho, cor de rosa, azul celeste,
laranja (cor)
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OBSERVAÇÃO:
As cores cinza, laranja, rosa, significam cor de rosa, cor de laranja, cor de
cinza, assim como marinho, celeste, significam cor de mar e cor de céu, todos
eles DERIVAM DE SUBSTANTIVO e são invariáveis.
Ex. chapéu rosa-claro – chapéus rosa-claro

De acordo com Domingos Paschoal Cegalla, flexionam os dois elementos na


palavra surdo-mudo (surdos-mudos).
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Vamos ver um esquema com o resumo sobre a flexão dos adjetivos em grau.

sintético
comparativo
analítico
GRAU DO
ADJETIVO
sintético
superlativo
analítico

Exemplos do grau comparativo:


Ela é mais alta que você. (comparativo analítico de superioridade)
Ela é maior que você. (comparativo sintético de superioridade)
Ela é menos alta que você. (comparativo analítico de inferioridade)
Ela é menor que você. (comparativo sintético de inferioridade)
Ela é tão alta quanto você. (comparativo de igualdade)

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Observe as frase abaixo:


Ele é o mais baixo da turma. Ele é o menos alto da turma
Apesar de ambas terem o mesmo sentido, a primeira se trata de um
comparativo de superioridade, enquanto a segunda de um comparativo de
inferioridade.
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O grau superlativo indica um alto grau das qualidades e conta ainda com duas
variações: absoluto ou relativo.
Exemplos:
Ela é muito/extremamente bela. (superlativo absoluto analítico)
Ela é belíssima. (superlativo absoluto sintético)
Ela é a mais bela de todas. (superlativo relativo analítico de superioridade)
Este é o melhor livro que já li. (superlativo relativo sintético de superioridade)

Note que no superlativo relativo há uma espécie de “comparação”, enquanto


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no absoluto, apenas há um acréscimo no grau do adjetivo.

1) FCC/TJ/TRE-MS/Administrativa/2007
Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções aqui e ali na literatura,
no teatro ou na música erudita, pouco temos a oferecer ao resto do mundo em
matéria de grandes manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou
a canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando uma
densidade raramente obtida por nossos melhores artistas plásticos ou
compositores sinfônicos. Outras artes, ditas “menores”, desempenham um
papel fundamental na cultura brasileira. É o caso da crônica e da telenovela.
Gêneros inequivocamente menores e que, no entanto, alcançam níveis de
superação artística nem sempre observada em seus congêneres de outros
quadrantes do planeta.
Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério de valoração continua
sendo a norma européia: a epopéia, o romance, a sinfonia, as “belas artes” em
geral. O movimento é dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não
se geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, “lá” também –
onde quer que seja esse lugar – nunca floresceu uma canção popular como a
nossa que, sem favor, pode compor um elenco com o que de melhor já foi feito

em matéria de poesia e de melodia no Brasil.

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Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente tudo. No conto “Um


homem célebre”, ele nos mostra Pestana, compositor que deseja tornar-se um
Mozart mas, desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes de
imenso apelo popular. Morre consagrado – mas como autor pop. Aliás, não foi
à toa que Caetano Veloso colocou uma frase desse conto na contracapa de
Circuladô (1991). Um de nossos grandes artistas “menores” por excelência,
Caetano sempre soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo
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às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]


O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando para outros campos (e
gramados) da sociedade brasileira. É o caso da consagração do futebol como
esporte nacional, a partir da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela
imprensa carioca, recebendo status de futebol-arte.
Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope de alguns carnavalescos
é bastante sintomático: eles são os encenadores da mais vista de todas as
nossas óperas, o Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma
ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das imensas “qualidades
artísticas” dos desfiles nacionais...
Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em Formação da literatura
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brasileira (“Comparada às grandes, a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é


ela, e não outra, que nos exprime.”), pode-se arriscar que muito da produção
artística brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras paragens.
Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos Nelson Rodrigues, Tom Jobim,
Nássara, Cartola – produtores de “miudezas” da mais alta estatura. Afinal são
eles, e não outros, que expressam o que somos.
(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de 2000, p.106,
(Idéias que desafiam o senso comum)

Brasileiro se realiza em arte menor. (1a frase)


O adjetivo flexionado de maneira idêntica ao do grifado acima está na
expressão:
a) com raras exceções.
b) é bastante sintomático.
c) de imenso apelo popular.
d) grandes manifestações artísticas.
e) por nossos melhores artistas plásticos.
Comentários:
O adjetivo “menor” encontra-se flexionado no grau comparativo sintético de
superioridade, sendo originado do adjetivo pequeno.

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Alternativa A – Incorreta – O adjetivo “raras” está flexionado no gênero


feminino e no plural.
Alternativa B – Incorreta – O adjetivo “bastante” não se flexiona em gênero, e,
em relação ao número, encontra-se no singular.
Alternativa C – Incorreta – “Imenso” e “popular” encontram-se no singular,
sendo que apenas o primeiro flexiona-se em gênero. O primeiro está flexionado
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no grau superlativo absoluto sintético.


Alternativa D – Incorreta - “Grandes” e “artísticas” estão no plural. Apenas o
segundo flexiona-se em gênero.
Alternativa E – Correta – O adjetivo “melhores”, assim como “menor”, flexiona-
se apenas em número e grau, este também está flexionado no grau
comparativo sintético de superioridade.
Gabarito: E

3 - Artigo
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Os artigos acompanham os substantivos, dando-lhes um caráter geral


(artigos indefinidos) ou específico (artigos definidos). Flexionam-se em gênero
e número.

Definidos – o, a, os, as
Indefinidos – um, uma, uns, umas

Exemplos:
 Comprou uma boneca. (sentido geral)
 Comprou a boneca que a filha queria. (sentido específico)

ATENÇÃO – Podemos usar um artigo para MUDAR a classe gramatical de


um termo, fazendo com que ele funcione como SUBSTANTIVO.

Exemplos:
 Ele aprecia o cantar dos pássaros. (a forma verbal “cantar” passou a
funcionar como substantivo)
 Ouviram um sonoro não. (o termo “não” - advérbio de negação - passou
a funcionar como substantivo)

 Olhem o azul do mar. (o adjetivo “azul” funciona como substantivo)

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4 - Numeral

Os numerais são palavras que indicam quantidade, ordem,


multiplicidade ou divisão. Dividem-se em cardinais, ordinais, multiplicativos
e fracionários.

Cardinais – Servem para indicar um determinado número ou quantidade.


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Ex. Ele viu quatorze anjos em seu sonho.

Ordinais – Indicam uma ordem ou posição.


Ex. Ela ficou em primeiro lugar no concurso.

Multiplicativos – Dão ideia de multiplicação.


Ex. Eu tenho o dobro da sua idade.

Fracionários – Indicam uma fração ou divisão.


Ex. A metade dos candidatos não estudaram para a prova.
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OBS. O termo AMBOS é considerado um numeral.

Abaixo uma tabela para recordarmos!


Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários
um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos

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dezessete décimo sétimo - dezessete avos


dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
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cinquenta quinquagésimo - cinquenta avos


sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
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setecentos septingentésimo - septingentésimo


oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou - nongentésimo
mil noningentésimo
milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

5 - Pronome

Os pronomes foram abordados separadamente na aula 00.

6 - Verbo

“O Verbo se fez carne e habitou entre nós. ”


Os verbos são estruturas fundamentais do idioma, que indicam as ações,
os estados, os fatos e os fenômenos.
Assim como os pronomes, abordaremos esse assunto numa aula
específica (aula 02), a fim de melhor concentrarmos neste assunto, devido à
sua importância e à grande quantidade de informações que contém.

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7 - Advérbio

São palavras que modificam verbos, adjetivos ou outros advérbios.


Indicam tempo, lugar, modo, intensidade, negação, dúvida, afirmação, ordem
ou interrogação.
OBSERVAÇÃO: Apesar de serem termos invariáveis, muitos advérbios
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aceitam a flexão em grau.

Exemplo:
Ele jogou bem.
Ele jogou tão bem quanto Neymar. (comparativo de igualdade)
Ele jogou melhor que Neymar (comparativo de superioridade)
Ele jogou muito bem. (superlativo analítico)
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NÃO CONFUNDIR o numeral fracionário “meia” com o advérbio “meio”.


Exemplo:

 Ela comeu meia melancia. (comeu a metade da melancia)

 Ela ficou com a barriga meio cheia após comer a melancia.


Repare que “meio” é advérbio de intensidade, portanto INVARIÁVEL,
significando “um pouco”. Aqui, não cabe a palavra “meia”, ok?

Fique atento às locuções adverbiais.


Elas ocorrem quando duas ou mais palavras juntas adquirem o valor de um
advérbio.
Exemplo:

 Tomaram a decisão às escuras.

 As pessoas saíam às pressas.

Colocamos uma lista de advérbios classificados e com suas respectivas


locuções a seguir, para melhor nos familiarizarmos com esta classe.
NÃO aconselho decorar a lista, pois devemos sempre analisar o
sentido em que a palavra está inserida no texto para podermos classificá-la
corretamente.

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LOCUÇÃO
TIPO ADVÉRBIO
ADVERBIAL
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hoje, ontem, amanhã,


às vezes, à tarde, à
logo, antes, depois,
noite, de manhã, de
agora, tarde, cedo,
repente, de vez em
outrora, ainda,
quando, de quando em
TEMPO antigamente, nunca,
quando, a qualquer
jamais, sempre, já,
momento, de tempos
enfim, afinal, breve,
em tempos, em breve,
constantemente,
hoje em dia
imediatamente

Aqui, ali, acolá, dentro,


fora, adiante, atrás, além,
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lá, cá, detrás, aquém, à distancia, de longe,


LUGAR além, abaixo, acima, longe, de perto, em cima, à
perto, aí, aonde, adentro, direita, à esquerda,
afora, embaixo, ao lado, em volta
externamente

bem, mal, assim, pior, às pressas, às claras, às


melhor, depressa, cegas, à toa, à vontade, às
devagar, calmamente, escondidas, aos poucos,
propositadamente, desse jeito, desse modo,
MODO dessa maneira, em geral,
pacientemente,
amorosamente, frente a frente, lado a
generosamente, lado, a pé, de cor, em vão,
bondosamente a maior

muito, pouco, demais,


tão, quanto, menos,
mais, em excesso,
pouco, bastante, de todo, de muito, por
INTENSIDADE
demasiado, quão, tanto, completo
assaz, que (equivale a
quão), tudo, nada, todo,
quase,

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acaso, porventura,
possivelmente,
DÚVIDA provavelmente, por certo, quem sabe
quiçá, talvez,
casualmente
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não, nem, nunca, de modo algum, de


NEGAÇÃO forma nenhuma, de
jamais, tampouco
jeito nenhum

sim,
indubitavelmente,
certamente,
AFIRMAÇÃO realmente, decerto, com certeza, sem
efetivamente, certo, dúvida
decididamente,
realmente, deveras
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primeiramente,
ORDEM segundamente, em primeiro lugar, por
ultimamente último

onde?(lugar),
como?(modo),
INTERROGAÇÃO quando?(tempo), por que?(causa),
quanto?(preço e para que?(finalidade
intensidade)

2) FGV/Analista Legislativo/SEN/Informática Legislativa/Análise


de Sistemas/2008
Desafios do crescimento econômico
A crise do sistema financeiro internacional, que ameaça lançar o mundo numa
profunda recessão, revela a importância do papel do governo no funcionamento
da economia em diferentes dimensões, sobretudo na promoção de uma melhor
operação dos mercados, da estabilidade e do crescimento econômico.

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Entretanto, após algumas décadas de excessivo crescimento dos gastos


governamentais e da crise financeira que se abateu sobre inúmeros governos,
particularmente em países da América Latina, a eficiência da ação pública
começou a ser questionada.
Novamente vigoravam idéias de que as economias deveriam ser liberalizadas
da ação governamental, de que, quanto menos governo, melhor e de que o
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setor privado por si só resolveria todos os problemas.


Na realidade, o que se notou foi uma grande confusão. Em vez de defendermos
um governo eficiente, comprometido com o crescimento econômico, acabamos
por tentar excluir o governo das funções econômicas, esquecendo seu
importante papel. Era muito comum a idéia de que a privatização e a
liberalização dos mercados seriam condições eficientes para que os países
entrassem numa rota de crescimento econômico.
Entretanto, a realidade mostrou que essa bandeira não tem sustentação. A crise
financeira que estamos atravessando e não sabemos ainda suas reais
conseqüências sobre a economia mundial realça um fato inconteste: faltou a
presença do governo, mediante uma regulação mais ativa do mercado
financeiro.
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Recente estudo promovido pela Comissão para o Crescimento Econômico, cujo


objetivo primordial é entender o fenômeno do desenvolvimento com base na
experiência mais exitosa dos países durante as décadas de 1950 a 1980,
transmite informações relevantes para o entendimento do momento que
vivemos, ainda que seu objetivo seja totalmente distinto.
Em primeiro lugar, não estão em xeque as inegáveis e insubstituíveis virtudes
que os mercados possuem quando funcionam de maneira mais livre, sem
interferências externas, na alocação dos recursos.
Entretanto, não podemos esquecer que as ações tomadas pelos diversos
agentes econômicos se baseiam em perspectivas de retornos privados e,
portanto, na ânsia de obter tais retornos, mercados como o financeiro podem
gerar instabilidades. O papel da regulação, tarefa que deve ser executada por
autoridades governamentais, não pode ser esquecido.

Por outro lado, apesar da virtude dos mercados, não se pode esquecer que eles
não são garantia para a promoção de desenvolvimento econômico ou a melhor
distribuição de renda.
O relatório da comissão enfatiza o papel do governo no processo de
desenvolvimento econômico, mostrando inicialmente que o processo de
desenvolvimento é um fenômeno complexo e difícil de ser entendido. "Não
damos aos formuladores de políticas públicas uma receita ou uma estratégia de
crescimento. Isso porque não existe uma única receita a seguir."
Mais adiante, afirma: "Não conhecemos as condições suficientes para o
crescimento. Podemos caracterizar as economias bemsucedidas do pós guerra,

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mas não podemos apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito nem
os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas."
Certamente essas frases devem nos deixar algo perplexos, especialmente
quando ouvimos as certezas que dominam a maioria dos analistas econômicos
espalhados pelo mundo, em especial quando tratam de fornecer fórmulas
prontas para o crescimento dos países.
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A comissão reconhece que a dificuldade do entendimento sobre o fenômeno do


crescimento dificulta a ação governamental na definição das estratégias a serem
seguidas. A recomendação dada é a de que o governo "não deve ficar inerte,
por temor de malograr; os governos devem testar diversos programas e devem
ser rápidos em aprender quando dão errado. Se dão um passo errado, devem
tentar um plano diferente, e não submergir na inação ou recuar."
Outra recomendação dada pela comissão se relaciona com a tentativa de adoção
de receitas prontas de outros países: "Os planos de ação ruins de hoje em geral
são os bons planos de ontem, mas aplicados por tempo demasiado."
Em suma, a comissão defende um governo crível, comprometido com o
crescimento e eficiente. Um governo forte, capaz de realizar investimentos na
área de educação, saúde e infraestrutura a fim de elevar a rentabilidade dos
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investimentos privados.
É com uma ação eficiente do governo e do setor privado que certamente
poderemos promover o desenvolvimento dos países.
(Carlos Luque. Folha de São Paulo, 30 de setembro de 2008.)

Assinale a alternativa em que a palavra indicada, no texto, se classifique como


advérbio.
a) livre
b) profunda
c) melhor
d) algo
e) após
Comentários:
Alternativa A - A palavra “livre” é um adjetivo que qualifica a palavra
“maneira”.
Alternativa B - A palavra “profunda” é um adjetivo. Repare que ela qualifica o
substantivo “recessão”.
Alternativa C - Igualmente às alternativas anteriores, “melhor” qualifica o
nome “operação”.
Alternativa D - Embora a palavra “algo” seja originalmente um pronome
indefinido, no entanto, temos que ter ATENÇÃO ao sentido empregado pelo

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examinador.
Repare que o sentido de “algo” nessa oração é de “um tanto” ou “um pouco”,
modificando o adjetivo “perplexo”, portanto, sendo empregada como
advérbio.
Alternativa E – A palavra “após” é preposição que liga as orações do período.
Estudaremos esse assunto com mais detalhes na aula sobre períodos e
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conectivos.
Gabarito: D

8 – Palavras Denotativas

Tais palavras já foram classificadas como advérbios outrora.


Atualmente, por não enquadrarem-se perfeitamente em nenhuma das outras
classes, são classificadas separadamente pela Nomenclatura Gramatical
Brasileira.
Indicam contextos diversos, modificando sentido de uma palavra
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ou mesmo da oração, tais como: situação, designação, exclusão, inclusão,


limitação, realce, retificação, explanação ou afetividade.

SITUAÇÃO - afinal, então, mas, agora...


Ex. Afinal, decidiu se vai estudar

DESIGNAÇÃO - eis.
Ex. Senhor, eis me aqui.

EXCLUSÃO - menos, exceto, salvo, fora, sequer...


Ex. Todos, menos ele, foram ao teatro.

INCLUSÃO - inclusive, também, até, além disso...


Ex. Comemos bem, teve até sobremesa!

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LIMITAÇÃO - apenas, unicamente, somente, só...


Ex. Só o amor constrói.

REALCE - mesmo, lá, embora, é que, sobretudo...


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Ex. Eu mesmo é que não dou palpite em briga alheia.

RETIFICAÇÃO - isto é, ou melhor, aliás...


Ex. Chegarei pela manhã, ou melhor, na hora do almoço.

EXPLANAÇÃO - por exemplo, a saber...


Ex. Coma coisas saudáveis, por exemplo, brócolis.
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AFETIVIDADE - ainda bem, infelizmente, felizmente...


Ex. Felizmente chegamos bem.

9 - Preposição

São palavras invariáveis que ligam dois termos da oração, sendo um


principal (regente ou subordinante) e um dependente (regido ou
subordinado).
São classificadas em: essenciais e acidentais.
As preposições essenciais são aquelas originalmente classificadas como
preposição, enquanto as acidentais são palavras de outras classes empregadas
como preposição.

Exemplos de preposições essenciais:


a, ante, após, até, com, contra, de desde, em, entre, para, perante, por, sem,
sob, sobre, trás.
Exemplos de preposições acidentais:
conforme, consoante, segundo, durante, mediante

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Vamos ver alguns exemplos de orações com preposições:


 Voltou para casa depois do trabalho. (“voltou” – principal / “casa” –
dependente)
Note que o termo “voltou” necessita do complemento “para casa”, para ter
um sentido completo.
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 Pensei em você. (“pensei” – principal ou regente / “você” – regido)


Se você diz para alguém: Pensei, fatalmente, você ouvirá a pergunta em quê?
Ao responder em você, finalmente, estará completando o sentido da frase.

Assim como outras classes, as preposições também formam LOCUÇÕES,


quando se associam a outras palavras (advérbios ou locuções adverbiais) para
exercer a mesma função de preposição.
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Eis algumas locuções prepositivas:


Abaixo de, acima de, a fim de, além de, apesar de, atrás de, através de, antes
de, junto a, ao encontro de, embaixo de, em frente a, longe de, por causa de,
por trás de, em virtude de, na proporção de, à custa de...
Exemplos:
 Ele passou no concurso apesar de todas as dificuldades.
 Caminhou ao encontro de seu Mestre com alegria.

10 - Conjunção

Conjunção significa união ou ligação. São palavras que ligam termos de


mesma função sintática em uma oração ou orações em um período
composto. Elas podem ser coordenativas ou subordinativas.
As conjunções serão estudadas detalhadamente na aula 04 - Períodos e
Conectivos.

11 - Interjeição

É um termo que exprime uma ideia de forma independente, expressando


um forte sentimento, emoção, saudação e outros.

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Domingos Pachoal Cegalla, define interjeições como “frases resumidas”,


porque elas contêm em si o sentido implícito de toda uma frase.
Exemplo: Ai!!!
Apenas essa interjeição já diz tudo, você sabe que alguém sentiu dor.
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Vamos a alguns exemplos de interjeições e algumas idéias que elas


podem expressar.
Note que, algumas são originalmente ou exclusivamente
interjeições enquanto outras pertencem a outras classes gramaticais,
mas que são usadas em alguns contextos como interjeição.

Aclamação •viva!

Admiração •uau! nossa! caramba!

Advertência •cuidado! atenção! devagar!

Agradecimento •obrigado! grato!


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Alegria •oh! viva! aleluia!

Alívio •ufa!

Aprovação •muito bem! boa! isso!

Desculpa •perdão! desculpa!

Desejo •oxalá! tomara!

Despedida •adeus! até logo! tchau!

Dor •ai! ui! oh!

Reprovação •ora! francamente! vixe!

Saudação •salve! ave! bom dia!

Silêncio •psiu! silêncio!

Ok pessoal... mandem suas dúvidas pelo fórum, terei satisfação em


clareá-las!
Lembrando que a FCC não tem histórico de cobrar taxativamente este
assunto (especialmente se os itens Pronome, Preposição, Conjunção e Verbo,
que serão vistos em aulas a parte), por isso utilizaremos muitas questões de
outras bancas. Porém, não deixem de respondê-las, pois este assunto é
parte da BASE do conhecimento da Língua Portuguesa.
Vamos aos exercícios!!!

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12 - Questões Comentadas

3) FCC/Ass Tec Leg/AL-PB/2013


José Lins do Rego é brasileiríssimo. Outro dia, um amigo conversou comigo
sobre as pretendidas influências estrangeiras na obra do paraibano. Falamos
em Thomas Hardy, em D. H. Lawrence. Não estava certo. José Lins do Rego é
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ele mesmo. É paraibano. É brasileiro, brasileiríssimo. É brasileiro com amor à


terra, às mulheres, à conversa, aos gracejos, com a memória do avô que era
governador da província, do tio que vendeu o engenho, com a memória
vivíssima de todas as tristezas da sua gente brasileira. Risos e lágrimas: eis o
seu mundo.
O grande valor literário da obra de José Lins do Rego reside no fato de que o
seu assunto e o seu estilo correspondem-se plenamente. Assim, conta-se a
decadência do patriarcalismo, com as suas inúmeras tragédias e uns raros raios
de graça e humor. Desse modo, José Lins do Rego consegue acertadamente o
que quer; e isso me parece o maior elogio que se pode fazer a um escritor.
Concebendo a cultura no sentido de Gilberto Freire, como expressão global da
vida política e do espírito, social e individual, vital e humana, José Lins do Rego
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é a expressão literária da cultura da sua terra.


[Adaptado de Otto Maria Carpeaux. O brasileiríssimo José Lins do Rego.
(prefácio) Fogo Morto. Rio de Janeiro: José Olympio. 50. ed. 1998. p. XVXVI]

O elemento flexionado de modo a indicar uma qualidade em um grau muito


elevado está destacado em:
a) ... o seu assunto e o seu estilo correspondem-se plenamente.
b) ... com a memória vivíssima de todas as tristezas de sua gente…
c) ... com as suas inúmeras tragédias...
d) ... e uns raros raios de graça e humor.
e) ... conta-se a decadência do patriarcalismo...
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O termo “plenamente” não é sequer um adjetivo,
mas um advérbio que modifica o verbo “correspondem-se”.
Alternativa B – Correta – O termo “vivíssima” corresponde ao grau superlativo
absoluto sintético do adjetivo “viva”.
Alternativa C – Incorreta – O termo “tragédias” é um substantivo e não um
adjetivo. Em alguns casos, ele pode ser empregado como adjetivo, porém não
é o que ocorreu aqui.
Ex. Isso é uma tragédia.

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Repare que no exemplo acima o termo “tragédia” qualifica o pronome “isso”,


por isso é um adjetivo.
Alternativa D – Incorreta – O adjetivo “raros” não está flexionado em grau. São
exemplos de sua flexão: mais raros que (comparativo de superioridade),
muito raros (superlativo absoluto analítico), raríssimos (superlativo absoluto
sintético).
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Alternativa E – Incorreta – O termo “decadência” é um substantivo cujo


significado é similar a queda, derrocada. O adjetivo dele derivado é “decadente”
ou a locução “em decadência”.
Ex. O governo está decadente. O governo está em decadência.
Gabarito: B

4) FCC/AJ/TRT 3/Judiciária/Oficial de Justiça/Avaliador


Federal/2015
A matéria abaixo, que recebeu adaptações, é do jornalista Alberto Dines, e foi
veiculada em 9/05/2015, um dia após as comemorações pelos 70 anos do fim
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da Segunda Guerra Mundial.


Quando a guerra acabar…
Abre parêntese: há momentos − felizmente raros − em que a história pessoal
se impõe às percepções conjunturais e o relato na primeira pessoa, embora
singular, parcial, às vezes suspeito, sobrepõe-se à narrativa impessoal, ampla,
genérica. Fecha parêntese.
O descaso e os indícios de esquecimento que, na sexta-feira (8/5), rodearam
os setenta anos do fim da fase europeia da Segunda Guerra Mundial
sobressaltaram. O ano de 1945 pegou-me com 13 anos e a data de 8 de maio
incorporou-se ao meu calendário íntimo e o cimentou definitivamente às
efemérides históricas que éramos obrigados a decorar no ginásio.
Seis anos antes (1939), a invasão da Polônia pela Alemanha hitlerista − e logo
depois pela Rússia soviética − empurrou a guerra para dentro da minha casa
através dos jornais e do rádio: as vidas da minha avó paterna, tios, tias, primos
e primas dos dois lados corriam perigo. Em 1941, quando a Alemanha rompeu
o pacto com a URSS e a invadiu com fulminantes ataques, inclusive à Ucrânia,
instalou-se a certeza: foram todos exterminados.
A capitulação da Alemanha tornara-se inevitável, não foi surpresa, sabíamos
que seria esmagada pelos Aliados. Nova era a sensação de paz, a certeza que
começava uma nova página da história e perceptível mesmo para crianças e
adolescentes. A prometida quimera embutida na frase “quando a guerra acabar”
tornara-se desnecessária, desatualizada.
A guerra acabara para sempre. Enquanto o retorno dos combatentes brasileiros
vindos da Itália era saudado delirantemente, matutinos e vespertinos − mais

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calejados do que a mídia atual − nos alertavam que a guerra continuava feroz
não apenas no Extremo Oriente, mas também na antiquíssima Grécia, onde
guerrilheiros de direita e de esquerda, esquecidos do inimigo comum − o
nazifascismo − se enfrentavam para ocupar o vácuo de poder deixado pela
derrotada barbárie.
Sete décadas depois − porção ínfima da história da humanidade −, aquele que
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foi chamado Dia da Vitória e comemorado loucamente nas ruas do mundo


metamorfoseou-se em Dia das Esperanças Perdidas: a guerra não acabou. Os
Aliados desvincularam-se, tornaram-se adversários. A guerra continua, está aí,
espalhada pelo mundo, camuflada por diferentes nomenclaturas, inconfundível,
salvo em breves hiatos sem hostilidades, porém com intensos ressentimentos.
(Reproduzido da Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e do Correio Popular
(Campinas, SP), 9/5/2015; intertítulo do Observatório da Imprensa, edição
849)

A guerra continua, está aí, espalhada pelo mundo, camuflada por diferentes
nomenclaturas, inconfundível, salvo em breves hiatos sem hostilidades, porém
com intensos ressentimentos.
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Justifica-se o emprego do advérbio aí, na frase, do seguinte modo:


a) a palavra delimita o lugar da guerra, aquele em que o interlocutor se
encontra.
b) a palavra remete ao lugar a que se fez referência anteriormente: ao espaço
dos Aliados.
c) a palavra tem o sentido de "nesse ponto", como em "É aí que está o X da
questão".
d) a palavra compõe expressão que tem o sentido de "apresenta-se por lugares
incertos, de modo disseminado".
e) a palavra tem seu sentido associado ao da palavra inconfundível, para
expressarem, juntas, a ideia de "contorno único".
Comentários:
Para respondermos a esta questão, precisamos ler um pouco mais do texto para
entendermos o contexto em que o período está inserido.
“Sete décadas depois − porção ínfima da história da humanidade −, aquele
que foi chamado Dia da Vitória e comemorado loucamente nas ruas do mundo
metamorfoseou-se em Dia das Esperanças Perdidas: a guerra não
acabou. Os Aliados desvincularam-se, tornaram-se adversários. A guerra
continua, está aí, espalhada pelo mundo, camuflada por diferentes
nomenclaturas, inconfundível, salvo em breves hiatos sem hostilidades, porém
com intensos ressentimentos.”

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Portanto, podemos inferir que o advérbio “aí” não está referindo-se a um lugar
específico, mas no sentido que a guerra se encontra presente de forma
disseminada por todo o mundo.
Gabarito: D

5) FCC/DP/DPE-RS/2011
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EUA dizem que um ataque ao Irã uniria o país, hoje dividido


WASHINGTON (Reuters) − Um ataque militar contra o Irã uniria o país, que está
dividido, e reforçar a determinação do governo iraniano para buscar armas
nucleares, disse o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, nesta
terça-feira.
Em pronunciamento ao conselho diretor do Wall Street Journal, Gates afirmou
ser importante usar outros meios para convencer o Irã a não procurar ter armas
nucleares e repetiu as suas preocupações de que ações militares somente iriam
retardar − e não impedir − que o país obtenha essa capacidade.
(http://noticias.uol.com.br/ultimasnoticias/reuters/2010/11/16/euadizemqueu
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ataqueaoirauniriaopaishojedividido.jhtm?action=print, em 16/11/2010)

A palavra para é uma


a) preposição derivada da regência verbal da palavra meios.
b) conjunção que liga uma oração coordenada a uma subordinada.
c) preposição que liga meios a um verbo intransitivo.
d) preposição derivada da regência nominal da palavra meios.
e) proposição que liga meios a um verbo.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – A preposição derivada da regência nominal da
palavra “meios” (meios para algo).
Alternativa B – Incorreta – A palavra “para” é uma preposição com valor
semântico de finalidade (“para convencer o Irã a não procurar ter armas
nucleares”).
Alternativa C – Incorreta – O verbo “convencer” não é intransitivo.
Alternativa D – Correta
Alternativa E – Incorreta – A palavra “para” não é uma “proposição”, mas uma
preposição. De fato, ela liga “meios” ao verbo “convencer”.
Gabarito: D

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6) FCC/DP/DPE-RS/2011
Lição de bom senso
O Ministério da Educação (MEC) contornou com habilidade e bom senso a
polêmica gerada em torno do veto, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE),
de um livro do escritor Monteiro Lobato, sob o pretexto de que contém
expressões racistas. A alternativa encontrada pelo ministro foi a de acrescentar
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um esclarecimento de que, em 1933, quando a obra foi publicada pela primeira


vez, o país tinha hábitos diferentes e algumas expressões não eram
consideradas ofensivas, como ocorre hoje. É importante que esse tipo de
decisão sirva de parâmetro para situações semelhantes, em contraposição a
tentações apressadas de recorrer à censura.
O caso mais recente de tentativas de restringir a livre circulação de ideias
envolve a obra Caçadas de Pedrinho, na qual a turma do Sítio do Pica-Pau
Amarelo sai em busca de uma onça-pintada. Ocorre que, ao longo de quase oito
décadas de carreira do livro, o Brasil não conseguiu se livrar de excessos na
vigilância do politicamente correto, nem de intolerâncias como o racismo. Ainda
assim, já não convive hoje com hábitos como o de caça a animais em extinção
e avançou nas políticas para a educação das relações étnico-raciais.
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Assim como em qualquer outra manifestação artística, portanto, o livro que


esteve sob ameaça de censura precisa ter seu conteúdo contextualizado. Se a
personagem Tia Nastácia chegou a ser associada a estereótipos hoje vistos
como racistas, é importante que os educadores se preocupem em deixar claro
para os alunos alguns aspectos que hoje chamam a atenção apenas pelo fato
de o país ter evoluído sob o ponto de vista de costumes e de direitos humanos.
No Brasil de hoje, não há mais espaço para a impunidade em relação a atos
como o racismo. Isso não significa, porém, que seja preciso revolver o passado,
muito menos sem levar em conta as circunstâncias da época.
(Editorial Zero Hora, 18/10/2010)

A passagem ..., em contraposição a tentações apressadas de recorrer à censura


contém o elemento gramatical a, que
a) define quais são as tentações, porque é um artigo.
b) não define quais são as tentações, porque é artigo.
c) define quais são as tentações, porque é uma preposição.
d) não define quais são as tentações, porque é artigo indefinido.
e) não define quais são as tentações, porque é preposição.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – Se houvesse um artigo “a”, ele deveria estar no
plural (AS) para concordar em número com o nome “tentações”.

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Alternativa B – Incorreta – Os artigos servem para definir os nomes.


Alternativa C – Incorreta – As preposições não servem para definir, mas para
ligar dois termos, sendo um principal (regente ou subordinante) e um
dependente (regido ou subordinado).
Alternativa D – Incorreta – Os artigos definidos são: A(S) e O(S), já os artigos
UM, UNS, UMA(S) são os artigos indefinidos.
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Alternativa E – Correta – O nome “contraposições” exige o uso da preposição


A (contraposições a algo). Caso houvesse artigo, o termo deverias ser
flexionado no plural e craseado (preposição A + artigo AS = ÀS)
Gabarito: E

7) FCC/ACI/CGM-São Luís)/Pref-SL/Abrangência Geral/2015


Considere o trecho abaixo − adaptado de Gramática de usos do português, de
Maria Helena de Moura Neves (São Paulo: Edtora UNESP, 2000, p. 628 e 633),
e o que se tem em I, II e III.
A preposição com funciona no sistema de transitividade, isto é, introduz
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complemento; pode introduzir, por exemplo, complemento de verbo ou de


adjetivo.
I. Depois das devidas explicações, o cliente concordou com os advogados / a
preposição com introduz complemento de verbo.
II. Identificou-se desde o primeiro momento com os ideais do grupo / a
preposição com introduz complemento de adjetivo.
III. Triste com a situação, procurou os amigos para esclarecer os fatos. / a
preposição com introduz complemento de adjetivo.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I, II e III.
c) I e II, apenas.
d) II, apenas.
e) I e III, apenas.
Comentários:
Item I – Correta – Quem concorda, concorda com alguém, por isso a preposição
COM é necessária à complementação do verbo CONCORDAR.
Item II – Incorreta – A despeito de sua posição na frase, a preposição COM foi
utilizada em virtude do verbo IDENTIFICAR-SE (identificou-se com algo).
Item III – Correta – Quem fica triste, fica triste com algo. Portanto, triste
(adjetivo) é complementado por “com a situação”.

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Gabarito: E

8) FGV / Aux. Leg. Op. / ALE-MA / Bombeiro Hidráulico / 2013


A Lei seca
A nova Lei Seca ajudou a reduzir o número de mortes nas estradas
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federais no feriado de Páscoa, mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ainda está
em alerta para a principal causa de óbitos nas rodovias brasileiras: a colisão
frontal. Com o objetivo de reduzir esse tipo de acidente, o governo planeja
aprovar um pacote de medidas ainda este mês no Congresso, endurecendo
multas e reforçando a fiscalização, a exemplo do que ocorreu em dezembro para
coibir a mistura entre álcool e direção.
Segundo a PRF, a Lei Seca por si só não é capaz de reduzir a colisão
frontal, porque esse tipo de acidente é resultado de outros fatores, como a
disposição das estradas brasileiras e a imprudência dos motoristas, mesmo sem
consumo de álcool. Além disso, a fiscalização é dificultada, já que a colisão pode
ocorrer em qualquer ponto ao longo das rodovias, principalmente na zona rural,
onde a maioria conta com apenas uma pista para ida e outra para volta.
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"É um acidente muito fatal. Se vem um carro a 100 km/h e outro, no


sentido oposto, também a 100 km/h, é a mesma coisa que pegar um carro e
bater num muro de concreto a 200 km/h", afirma o inspetor da PRF Stênio Pires.
"Por isso que nós queremos endurecer a legislação. É praticamente um
homicídio, correndo o risco de matar uma pessoa de uma forma muito cruel",
completa.
Em 2011, foram 2.652 mortes nesse tipo de acidente, quase 2.200 em
zona rural. Segundo a PRF, apesar de representar 3,5% dos acidentes, essa
modalidade provoca 40% dos óbitos. Os números de 2012 ainda estão sendo
auditados e não foram divulgados, mas a instituição utiliza dados dos últimos
feriados para avaliar que a Lei Seca não conseguiu inibir essas mortes nas
estradas federais.
(Rosane d’Agostino)
O substantivo “imprudência” está ligado ao adjetivo “imprudente”.
Entre os substantivos e adjetivos a seguir, assinale a correspondência incorreta.
a) Lei / Legal
b) Morte / Mortal
c) Acidente / Acidental
d) Álcool / Alcoolismo
e) Rodovia / Rodoviário
Comentários:

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Observe que em quatro alternativas há um substantivo e um adjetivo derivado


daquele. No entanto, em uma delas, há dois substantivos. Conseguiu
identificar? Vou comentar a questão com exemplos fictícios.
Alternativa A – Incorreta – Ex. Ato legal - “Legal” qualifica o nome “ato”, logo
é adjetivo.
Alternativa B – Incorreta – Ex. Golpe mortal - “Mortal” qualifica “golpe”, logo
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

é adjetivo.
Alternativa C – Incorreta – Ex. Lance acidental - “Acidental” qualifica “lance”,
logo é adjetivo.
Alternativa D – Correta – Ex. O alcoolismo mata muitas pessoas. Note que o
termo “alcoolismo” não qualifica qualquer termo, ele é um substantivo, sujeito
da oração, pois é ele quem exerce a ação.
Alternativa E – Incorreta – Ex. Policial rodoviário - “Rodoviário” qualifica o
substantivo “policial”, logo é adjetivo.
Gabarito: D
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9) FGV / Analista Legislativo / SEN / Apoio Técnico e Administrativo


/ Tradução e Interpretação / 2008
Constituição à brasileira
Vinte anos. Congresso superlotado, emoção quase palpável, o presidente
da Constituinte, deputado Ulysses Guimarães, 71, muito à vontade, no auge da
glória, expressão de felicidade no rosto altivo, termina vigoroso discurso. De pé,
ergue os longos braços para exibir um livro de 292 páginas, capa verde-
amarela, 245 artigos e 70 disposições transitórias, que chama de Constituição
Cidadã, porque acha que recuperará como cidadãos milhões de brasileiros.
"Mudar para vencer! Muda, Brasil!", grita entusiasmado.
Foram 20 meses de muito poder, palco iluminado, pressão, choques,
trabalho extenuante, abertura à participação popular. Esperava muito da Carta,
seu maior feito. E também a Presidência da República.
De outubro a dezembro de 1988, em ambiente nacional de sinistrose e
medo de hiperinflação, funcionou o chamado "pacto social", reunindo governo,
empresários, trabalhadores e, no fim, políticos. Espaço de diálogo e negociação.
Deu certo. Os entendimentos foram essenciais para amenizar o impacto inicial
da Constituição.
A convocação da Assembléia Nacional Constituinte ganhara força na reta
final da ditadura. Tancredo Neves, candidato a presidente, prometera fazê-lo.
Hábil, usava o compromisso para se desvencilhar de questões embaraçosas.
Seu eventual mandato seria de quatro, cinco ou seis anos? "Será o que a
Constituinte fixar." Um dia, na intimidade, perguntei: "Seis anos, doutor
Tancredo?". "Muito", respondeu. "Quatro?". "Pouco." Indispensável, mas

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também fonte de instabilidade, a Constituinte podia quase tudo. Quando foi


instalada, fevereiro de 1987, o presidente Sarney me disse que, apesar de tema
conjuntural, a duração de seu mandato ocuparia o centro das atenções. Tinha
certeza de que iam politizar o assunto. Coisas da política, do poder e da paixão.
Havia forte enxame de moscas azuis no Congresso Nacional, muitos
presidenciáveis. Difícil governar com inflação alta, economia em baixa e um
suprapoder em cima.
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No Palácio do Planalto, inesgotável romaria de parlamentares, parte de


nariz empinado, salto 15 ou mais, exalando poder e importância.
A questão do mandato realmente pegou fogo. Em 15/11/1987, um
domingo, a Comissão de Sistematização votou quatro anos para Sarney. A terra
tremeu no Plano Piloto. Final da manhã, telefonema do general Ivan de Souza
Mendes, ministro-chefe do SNI. Está ansioso e preocupado. Pede que eu vá
depressa ao Palácio da Alvorada, residência presidencial.
Meia hora depois, encontro lá o presidente Sarney, os ministros militares
e muitos civis. Dia tenso, perigoso. Grande atividade, agitação, nervosismo. O
presidente ouvia muito e falava pouco. Aguentou firme. Não arredou pé do
compromisso democrático. Começo da noite, li nota à imprensa, em que ele
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reafirmava o respeito a todas as decisões que viessem a ser adotadas pela


Constituinte. Inclusive eleições em 1988.
No final do processo, acirrada disputa da duração do mandato e do
sistema de governo. Deu presidencialismo e cinco anos. Mas a alma
parlamentarista ficou, como mostra, por exemplo, o instituto das medidas
provisórias, inspirado no parlamentarismo italiano. Abundante remessa de
matérias polêmicas para a legislação infraconstitucional permitiu aprovar o texto
definitivo em 23/9/1988. Conforme pesquisa do jurista Saulo Ramos, precisava
de 289 leis de concreção, sendo 41 complementares.
A nova Carta serviu bem ao país? Críticos dizem que é irrealista, rica em
contradições e ambiguidades, economicamente desequilibrada e anacrônica,
excessiva em matérias e detalhamentos, mas repleta de lacunas. Que provocou
o maior desastre fiscal da história brasileira, induzindo a disparada do déficit
público, da dívida interna e da carga tributária.
Afirmam que as imperfeições sufocaram o Congresso. Citam o advento
de 56 emendas, 69 leis complementares, além de milhares de propostas de
emenda rejeitadas ou em tramitação.
Também exuberante demanda de interpretações ao STF e implacável
bombardeio de medidas provisórias.
Aspas para Sarney: "Logo, logo se viu que a Constituição Cidadã criava
mais direitos que obrigações, mais despesas que fontes de recursos. Um dos
efeitos danosos foi a necessidade de emendá-la continuamente. A cada emenda,
o governo se torna refém da parte menos nobre do Congresso."

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Ela fez bem à nação? Politicamente, sim. Completou a transição, é


profundamente democrática, assegurou o Estado de Direito. Tem muitas
virtudes. A mais abrangente de todas, trouxe avanços notáveis em campos
como o dos direitos e das garantias individuais, liberdades públicas, meio
ambiente, fortalecimento do Ministério Público, regras de administração pública,
planejamento e Orçamento, nas cláusulas pétreas.
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Seu coração, feito de democracia, de cidadania e de esperança, não


perdeu a identidade.
(Ronaldo Costa Couto. Folha de São Paulo, 7 de outubro de 2008.)

Assinale a alternativa em que se tenha correta passagem para o plural da forma


capa verde-amarela, alterando-se a cor.
a) capas cinzas-chumbo
b) capas amarelo-canários
c) capas cinza-claro
d) capas rosa-claras
e) capas azuis-bebês
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Comentários:
LEIA sempre O ENUNCIADO da questão ANTES DE LER O TEXTO!
Caso precise ler o texto, já saberá onde focar a atenção. Vamos em frente!!!

O plural correto de capa verde-amarela seria capas verde-amarelas,


pois são dois adjetivos formando uma palavra composta (adjetivo+adjetivo) e
nesse caso apenas a última é flexionada.
Alternativa A – Incorreta – O plural de capa cinza-chumbo é capas cinza-
chumbo. O termo “cinza” significa cor de cinza e “chumbo” cor de chumbo,
assim como azul-marinho = azul cor de mar, todos são invariáveis.
Alternativa B – Incorreta - É o mesmo caso do item anterior (amarelo cor de
canário), portanto, invariável.
Alternativa C – Correta – CUIDADO! Embora o plural esteja correto, a
alternativa NÃO responde à questão, pois o plural não se forma da mesma forma
do termo “capas verde-amarelas”, como pede o enunciado. Lembre-se que a
palavra “cinza” quer dizer “cor de cinza”, portanto é invariável.
Vamos revisar:
No plural de adjetivos compostos formados por adjetivo + adjetivo, flexiona-
se apenas o último termo.
Ex. capa azul-clara – capas azul-claras
Exceções:

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OBSERVAÇÃO:
As cores cinza, laranja, rosa, significam cor de rosa, cor de laranja, cor de
cinza, assim como marinho, celeste, significam cor de mar e cor de céu, todos
eles DERIVAM DE SUBSTANTIVO e são invariáveis.
Alternativa D – Incorreta – O plural correto seria da mesma foma da alternativa
anterior - capas rosa-claro.
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Alternativa E – Incorreta – Seria correta a grafia: capas azul-bebê.


Temos apenas uma alternativa com plural correto, no entanto difere do
plural de “verde-amarelo”, como solicitado na questão. No entanto, não dá para
brigar com o examinador. Vá no “menos errado”.
Gabarito: C

10) FCC/Ana. Jud./TRF 2/Apoio Especializado/Taq./2012


Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.
Em "Antropologia do Ponto de Vista Pragmático", o filósofo Immanuel
Kant apresenta suas considerações a respeito do caráter dos povos. Lá
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encontramos páginas sobre os ingleses, alemães, franceses, espanhóis, turcos,


entre outras nacionalidades.
Mas há nisso tudo um detalhe intrigante. Kant nunca saíra de sua cidade,
Köninsberg (hoje, Kaliningrado). Não por outra razão, as tais páginas são um
conjunto bisonho de lugares-comuns.
Esta pequena anedota diz muito a respeito de uma certa maneira de
pensar que consiste em acreditar que a experiência nunca fornecerá nada capaz
de reorientar uma ideia clara. O acesso à experiência acumulada em livros e
relatos já forneceria o embate necessário para nos orientarmos no pensamento.
Qualquer coisa que eu, enquanto particularidade, experimente seria
parcial, limitado e restrito a um contexto. Por essa razão, seu valor seria muito
frágil.
Quase 200 anos depois, outro filósofo, Michel Foucault, resolveu fazer um
caminho inverso. "Há muitos acontecimentos do mundo que forçam o
pensamento a se reorientar", dirá Foucault. "Devemos ir lá onde tais
acontecimentos estão."
E com tal ideia na cabeça, o filósofo francês foi ao Irã acompanhar de
perto a revolução que acabou por levar o aiatolá Khomeini ao poder. Vários
artigos seus sobre tal processo apareceram no jornal "Corriere dela Sera".
As análises de Foucault não passaram à posteridade como o melhor
exemplo de acuidade. De fato, ele compreendeu posteriormente os riscos nos
quais a revolução tinha

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entrado, mas espera-se de um filósofo que ele consiga apreender os riscos antes
deles estarem evidentes a todos.
Se a força da ideia, assim como a crença de que não há nada de novo
sob o sol, pode nos cegar, o mesmo vale para o entusiasmo pelo acontecimento.
Entre estes dois polos, encontramos uma peculiar afirmação feita por um
terceiro filósofo, Theodor Adorno. Logo após a audição de uma peça de John
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Cage, "Concerto para Piano", Adorno volta para casa e escreve: "Eu não sei
exatamente o que pensar".
Diante de um acontecimento tal como a obra de Cage, Adorno reconhecia
que o melhor a fazer era dizer: "Eu não sei o que isto significa, só sei que
precisarei de tempo para o pensamento voltar a se orientar". Abdicar deste
tempo devido ao medo diante da angústia da indecisão seria o pior de todos os
erros.
Este é o erro que cometemos com mais facilidade. Ele é o que mais fere.
Às vezes, a indecisão prolongada é o tempo que o pensamento exige para se
reconstruir diante dos acontecimentos.
(Wladimir Safatle. "Ideias e acontecimentos". Folha de S. Paulo, opinião, 3/1/2012, p.2)
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Flexiona-se de maneira idêntica a lugares-comuns a palavra


a) ave-maria.
b) amor-perfeito.
c) salário-maternidade.
d) alto-falante.
e) bate-boca.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O plural correto seria as ave-marias.
Alternativa B – correta - “amores-perfeitos” (substantivo + adjetivo) Flexionam-
se os dois termos, igualmente a “lugares-comuns”. Perfeito!
Alternativa C – incorreta – Embora sejam dois substantivos, o segundo limita o
sentido do primeiro (apenas o segundo flexiona-se, porém, atualmente, é
aceito a flexão dos dois).
Alternativa D – incorreta – Ficaria correto: os alto-falantes (adjetivo + adjetivo)
flexiona-se o último termo.
Alternativa E – incorreta – O correto seria os bate-bocas (verbo + substantivo)
flexiona-se o último termo.
Gabarito: B

11) FCC/Prof B/SEDU ES/Arte/2016

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Medo da eternidade
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.
Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em
Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou
bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar:
com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
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Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola
me explicou:
− Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida
inteira.
− Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.
− Não acaba nunca, e pronto.
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de
príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o
elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu
que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para
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chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-
rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual
eu já começara a me dar conta.
Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.
− E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que
certamente deveria haver.
− Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar
o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você
perca, eu já perdi vários.
Perder a eternidade? Nunca.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda
perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
− Acabou-se o docinho. E agora?
− Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha
na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha
que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita.
Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna
me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade
ou de infinito.
Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava
era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

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Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de
o chicle mastigado cair no chão de areia.
− Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora
não posso mastigar mais! A bala acabou!
− Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às
vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no
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sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e
esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da
mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.
Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
06 de junho de 1970
(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro:
Rocco, 1999, p.289-91)

Um dos elementos mais importantes na organização do texto de Clarice


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Lispector é o advérbio de tempo, como o que se encontra grifado em:


I. Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. (1º
parágrafo)
II. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando
possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. (7º
parágrafo)
III. – E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que
certamente deveria haver. (9º parágrafo)
IV. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. (16º parágrafo)
Atende ao enunciado APENAS o que consta de
a) I, II e IV.
b) II e IV.
c) II e III.
d) I e III.
e) I, III e IV.
Comentários:
Item I – O advérbio “jamais” indica tempo ou negação.

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hoje, ontem, amanhã,


às vezes, à tarde, à
logo, antes, depois,
noite, de manhã, de
agora, tarde, cedo,
repente, de vez em
outrora, ainda,
quando, de quando em
TEMPO antigamente, nunca,
quando, a qualquer
jamais, sempre, já,
momento, de tempos
enfim, afinal, breve,
em tempos, em breve,
constantemente,
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hoje em dia
imediatamente

Item II – O termo “eis” é uma palavra denotativa de designação.

DESIGNAÇÃO - eis.
Ex. Senhor, eis me aqui.

Item III – O advérbio “agora” indica tempo.


Item IV – A preposição “sem” tem valor semântico de exclusão ou negação.
Gabarito: D
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12) FCC/Vic Dir/Pref Campinas/2016


Pequenas injustiças no calor da hora
Nestes dias tumultuados de incerteza política que estamos vivendo, há outras
incertezas de menor visibilidade, que vêm de longe, e fazem parte de um
sistema articulado de crise social e de decadência de que anomalias de agora
são apenas parte do problema. Os sociólogos definem situações desse tipo como
estados de anomia, caracterizados pela perda da eficácia dos valores e das
regras sociais que tornam a vida em sociedade possível. O Brasil,
aparentemente, está ultrapassando o limite dessa segurança coletiva. Alguns
episódios recentes são indicativos do que está acontecendo.
Alunos do curso de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
em Porto Alegre, a que se juntou um da Pontifícia Universidade Católica,
segundo as notícias, na noite do último dia 19, diante da residência estudantil,
agrediram a socos e pontapés um estudante do Curso de Veterinária, Nerlei
Fidelis, de 31 anos, que estava acompanhado de um sobrinho. Da nação
Caingangue, ele é um dos 76 alunos indígenas que ingressaram na Universidade
através do vestibular especial ali implantado.
(...). Os agressores incriminaram em Nerlei o fato de ser índio, e deram início a
agressão com a pergunta “o que esses índios estão fazendo aí?”
Os preconceitos de vários tipos, no Brasil, raciais, sociais, religiosos, de gênero
e outros estão fundados no pressuposto de que cada um é livre e tem direitos
nos limites do espaço a ele ou ela destinado. Não se trata, portanto, apenas de
racismo, palavra que escamoteia um conjunto grande de preconceitos. Trata-se

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de uma concepção remotamente fundada no preconceito de casta ou no


preconceito estamental, próprio de uma sociedade baseada no pressuposto de
que as pessoas nascem e morrem socialmente desiguais.
O Brasil sempre foi um país intolerante e, de vários modos, autoritário.
Construímos um conjunto de disfarces formais e meramente rituais para
enfrentar o desconforto da intolerância e das injustiças que dela decorrem. Mas,
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nos momentos de crise e de tensão sociais, os disfarces derretem-se sob o calor


da hora e ficamos nus diante do espelho. Nunca conseguimos construir uma
verdadeira identidade social. No papel, sim, mas, na vida, não. Com facilidade
tendemos ao corporativismo e são muitos os que se fecham numa identidade
restrita, sobreposta ao que deveria ser a identidade de todos, a da Pátria.
(Adaptado de: MARTINS, José de Souza. Pequenas injustiças no calor da hora.
In: O ESTADO DE S. PAULO. Aliás, E2, Domingo, 3 de abril de 2016.)

No segundo parágrafo, considerando o referente da expressão Da nação


Caingangue, a preposição “de” em contração com o artigo “a” (da) introduz a
ideia de
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a) procedência.
b) autoria.
c) tempo.
d) oposição.
e) companhia.
Comentários:
Pessoal, o “referente” é tão somente o termo a que a expressão se refere, que
nesse caso é “um estudante do Curso de Veterinária, Nerlei Fidelis, de 31 anos,
que estava acompanhado de um sobrinho”.
A expressão “Da nação Caingangue” indica a origem ou procedência do
estudante indígena.
Gabarito: A

13) FCC/Ana Amb/SEMA MA/Biólogo/2016


COP-21 já foi. E agora, o que virá?
O Acordo do Clima aprovado em Paris em dezembro de 2015 não resolve o
problema do aquecimento global, apenas cria um ambiente político mais
favorável à tomada de decisão para que os objetivos assinalados formalmente
por 196 países sejam alcançados.
Como todo marco regulatório, o acordo estabelece apenas as condições para
que algo aconteça, e, nesse caso, não há sequer prazos ou metas. As propostas

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apresentadas voluntariamente pelos países passam a ser consideradas “metas”


que serão reavaliadas a cada 5 anos, embora a soma dessas propostas não
elimine hoje o risco de enfrentarmos os piores cenários climáticos com a
iminente elevação média de temperatura acima de 2º C.
Sendo assim, o que precisa ser feito para que o Acordo de Paris faça alguma
diferença para a humanidade? A 21ª Conferência do Clima (COP-21) sinaliza um
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caminho. Para segui-lo, é preciso realizar muito mais − e melhor − do que tem
sido feito até agora. A quantidade de moléculas de CO2 na atmosfera já
ultrapassou as 400 ppm (partes por milhão), indicador que confirmaria −
segundo o Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPC) da ONU − a
progressão rápida da temperatura acima dos 2 °C.
A decisão mais urgente deveria ser a eliminação gradual dos U$ 700 bilhões
anuais em subsídios para os combustíveis fósseis.
Sem essa medida, como imaginar que a nossa atual dependência de petróleo,
carvão e gás (75% da energia do mundo é suja se modifique no curto prazo?
Para piorar a situação, apesar dos investimentos crescentes que acontecem
mundo afora em fontes limpas e renováveis de energia (solar, eólica, biomassa,
etc.), nada sugere, pelo andar da carruagem, que testemunhemos a inflexão da
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curva de emissões de gases estufa. Segundo a vice-presidente do IPCC, a


climatologista brasileira Thelma Krug, a queima de combustíveis fósseis segue
em alta e não há indícios de que isso se modifique tão cedo.
Como promover tamanho freio de arrumação em um planeta tão acostumado a
emitir gases estufa sem um novo projeto educacional? Desde cedo a garotada
precisa entender o gigantesco desafio civilizatório embutido no combate ao
aquecimento global.
O Acordo do Clima é certamente um dos maiores e mais importantes da história
da diplomacia mundial. Mas não nos iludamos.
Tal como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada pela ONU em
1948), o Acordo sinaliza rumo e perspectiva, aponta o que é o certo, e se
apresenta como um compromisso coletivo. Tornar o Acordo realidade exige
atitude. Diária e obstinada.
(Adaptado de: TRIGUEIRO, André. http://g1.globo.com/natureza/blog/mundo-
sustentavel/2.html)

Ao relacionar os segmentos destacados, o vocábulo “para” expressa sentido de


“em proveito de” na seguinte passagem do texto:
a) o acordo estabelece apenas as condições para que algo aconteça (2º
parágrafo)
b) o Acordo de Paris faça alguma diferença para a humanidade? (3º parágrafo)
c) Para segui-lo, é preciso realizar muito mais (3º parágrafo)

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d) um ambiente político mais favorável à tomada de decisão para que os


objetivos [...] sejam alcançados. (1º parágrafo)
e) Para piorar a situação, [...] nada sugere [...] que testemunhemos a inflexão
da curva de emissões de gases estufa. (5º parágrafo)
Comentários:
Pessoal, para esse tipo de questão, recomendo o método da substituição,
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assim podemos perceber se a expressão “encaixa” no sentido do período.


Alternativa B – Correta – o Acordo de Paris faça alguma diferença em proveito
da humanidade?
Gabarito: B

14) CESPE/AUFC/TCU/Controle Externo/Auditoria


Governamental/2015

Com os avanços das tecnologias informáticas, atividades como ir ao banco,


assistir a filmes, fazer compras, acompanhar processos judiciais, estudar a
distância e solicitar serviços passaram a ser realizadas até mesmo a partir de
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um simples smartphone. A tecnologia alterou a noção de tempo, distância e


espaço e produziu grandes impactos que afetam a forma com que cada um se
relaciona, trabalha, produz, se comunica e se diverte. Não é à toa que,
paralelamente ao mundo real, há um mundo representado virtualmente — o
denominado ciberespaço — com código e linguagem próprios, mas que se inter-
relaciona — e muito — com o mundo real. Hoje, essa relação de
interdependência entre os mundos real e virtual é tão forte que se torna difícil
pensar na existência de um sem o outro. A administração pública também está
cada vez mais imersa nesse mundo. Tanto que o uso da tecnologia tem
permitido a expansão e a melhoria dos serviços oferecidos à sociedade e
alterado a forma como o governo trabalha e se relaciona com o público.

Inovação tecnológica, dados abertos e big data: um novo momento para o


exercício do controle social. In: Revista do Tribunal de Contas da União, ano
46, n.º 131, set.–dez./2014, p. 9. Internet:
<http://portal2.tcu.gov.br>(comadaptações).

Considerando as ideias e as estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item


a seguir.

Na linha 5, a alteração na posição do adjetivo “simples” em relação a


“smartphone” — escrevendo-se smartphone simples — não prejudica a correção
gramatical nem altera o sentido do texto.

Certo

Errado

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Comentários:

Note que a mudança na posição do adjetivo altera o seu sentido, ainda que de
uma forma sutil, ou seja, que não é tão perceptível, porém precisamos estar
atentos.

“Com os avanços das tecnologias informáticas, atividades como ir ao banco,


assistir a filmes, fazer compras, acompanhar processos judiciais, estudar a
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distância e solicitar serviços passaram a ser realizadas até mesmo a partir de


um simples smartphone”

O trecho acima, quer dizer que, hoje, podemos fazer diversas coisas impensadas
no passado apenas com um smartphone.

Ao mudarmos a posição do adjetivo para: “... com um smartphone simples”,


estaríamos dizendo que podemos fazer essas coisas com um smartphone
barato ou de pouca tecnologia, quando não é esse o sentido original do texto.

Gabarito: Errado
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15) FGV / ACI / SEFAZ RJ / 2011


Cidadania e Responsabilidade Social do Contador como agente da
conscientização tributária das empresas e da sociedade
Entende-se que a arrecadação incidente sobre os diversos(e) setores
produtivos é necessária para a manutenção da máquina governamental, para a
sustentação do Estado em suas atribuições sociais e para aplicação na melhoria
da qualidade de vida da população. É imprescindível que a tributação seja
suportável e mais bem distribuída e que contribuam com justiça e se beneficiem
dessa contribuição.
A conjuntura atual exige maior qualificação em todas as áreas do
conhecimento; assim, a profissão contábil deve despertar para a
conscientização tributária. Conceitos como parceria e corresponsabilidade no
sistema tributário somente podem ser efetivados se a sociedade como um todo
estiver mais esclarecida e comprometida. Apresentar alguns(b) fatores como a
falta de conscientização tributária e participação cidadã pode representar um
alerta, mas não é o suficiente(a).
Ao analisar o progresso da humanidade, percebe-se que o
desenvolvimento social e econômico foi possível porque o homem sistematizou
formas de organização entre os povos. A necessidade de organização fez com
que o Estado se tornasse o elemento direcionador desse processo. E, como
forma de se autofinanciar, criou o tributo a fim de possibilitar as condições
mínimas de sobrevivência para a sociedade civil. E, como partícipe e ponto
referencial de controle, exatidão e confiança, surgiu o profissional contábil.

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O contador aqui citado na forma masculina sem querer suscitar questões


de gênero não pode mais ser visto como o profissional dos números, e sim um
profissional que agrega valor, espírito investigativo, consciência crítica e
sensibilidade ética. Se a atual conjuntura exige maior qualificação profissional,
o conhecimento contábil deve transcender o processo específico e visualizar
questões globais pertinentes ao novo mundo do trabalho, que exige criatividade,
perfil de empreender e habilidade de aprender, principalmente nas relações
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sociais.
Sendo assim, alguns conceitos tornam-se essenciais para estabelecer a
relação entre Estado, sociedade, empresa e o contador. O Estado tem por
missão suprir as necessidades básicas da população; assim, sua eficiência e
transparência tornam-se mister do processo.
Entre a sociedade, a empresa e o Estado, está o profissional contábil,
que, por sua(c) vez, é o elo entre Fisco e contribuinte. É de fundamental
importância que esse profissional aprimore seu entendimento tributário,
percebendo sua necessidade. Ratifica-se, assim, o conceito de que a
conscientização tributária pode representar um ponto de partida para a
formação cidadã como uma das formas eficazes de atender às demandas
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sociais, com maior controle sobre a coisa pública.


É dever do Estado manter as necessidades básicas da população; e, para
isso, são impostas obrigações. Os contribuintes, porém, não possuem apenas
deveres, mas também plenos direitos.
Se o Fisco aqui referenciando-se o estadual é por demais significativo
para o funcionamento da máquina administrativa, sua eficiência e transparência
tornam-se mister do processo. Nesse sentido, se a evasão tributária é uma
doença social, seu combate ou tratamento não pode ficar restrito aos seus
agentes; é necessário o envolvimento de toda a sociedade. Entretanto,
interesses diversos sempre deixaram a sociedade à margem do processo, como
se ela não precisasse participar de forma efetiva das decisões econômicas e, em
contrapartida, contribuir de forma direta e irrestrita para a própria(d)
sustentação.
(...)
(Merlo, Roberto Aurélio; Pertuzatti, Elizandra. Disponível em
<www.rep.educacaofiscal.com.br/material/fisco_contador.pdf>. Com adaptações)

Assinale a palavra que, no texto, NÃO desempenhe papel adjetivo.


a) suficiente
b) alguns
c) sua
d) própria
e) diversos

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Comentários:
Alternativa A – Correta – O termo “suficiente” pode ser adjetivo quando
acompanha e qualifica um substantivo. Neste caso, ele assume valor de
substantivo, sendo determinado pelo artigo “o” (o suficiente). Veja o capítulo
sobre artigos!
Alternativa B – Incorreta – O pronome “alguns” tem valor adjetivo, pois
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acompanha o substantivo “fatores” determinando-o. (Note que poderíamos ter


muitos, poucos, nenhum, mas temos “alguns”.)
Alternativa C – Incorreta – Tem valor adjetivo, pois determina o substantivo
“vez” (Que vez?? A sua.).
Alternativa D – Incorreta – Qualifica o nome “sustentação”, por isso tem valor
adjetivo.
Alternativa E – Incorreta – Faz referência ao termo “setores produtivos”,
quantificando-o de forma imprecisa ou indeterminada. Logo, também tem valor
adjetivo
Gabarito: A
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16) CONSULPLAN / Analista Judiciário / TRE SC / Apoio


Especializado /Engenharia /2008
O homem – gravador
Dizer que ele era louco por música é pouco. Lionel Mapleson era filho do
secretário musical da rainha Vitória, sobrinho de um dos maiores empresários
ingleses de óperas e já havia estudado canto e violino. Mas só sossegou quando
conseguiu, aos 25 anos, virar bibliotecário do Metropolitan Opera de Nova York,
desde aquela época a maior casa americana de espetáculos de música erudita.
Nascido na Inglaterra e radicado dos EUA, Mapleson era amigo pessoal
de Thomas Edison, de quem adquiriu um fonógrafo. Naquele ano de 1900, esse
aparelho enorme, com cilindros de cera em vez de discos e um cornetão do
tamanho de uma pessoa, era o que havia de mais moderno em termos de
gravação e reprodução de som.
Fascinado com seu novo brinquedinho, Mapleson teve uma idéia genial:
gravar as apresentações de ópera do Metropolitan para colecioná-las e ouvi-las
quando quisesse. Até então, ninguém tinha tido a sacada de gravar shows ao
vivo. Mesmo porque, como já foi possível perceber, aquele gravadorzinho do
começo do século 20 estava longe de ser um aparelho de bolso. Só mesmo com
muita influência para convencer os administradores da casa a colocar o
trambolho dentro do ponto – um buraco na beira do palco de onde auxiliares
sopravam o texto da ária para os cantores. Mas, como prejudicava a visão, o
fonógrafo foi gongado pela platéia. O jeito foi levá-lo para a coxia, o que justifica

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a péssima qualidade das gravações: “É como ouvir concerto num camarim cheio
de gente através de uma porta que fica abrindo e fechando”, definiu um amigo.
Por 4 anos, Mapleson gravou centenas de cilindros de dois minutos, entre
eles os únicos registros de óperas cantadas por Jean de Reszke, o maior tenor
do mundo até aparecer Caruso. Também são dele as primeiras gravações de
hits eruditos como a ária Ritorna Vincitor da ópera Aída, de Verdi, e o Coro dos
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Soldados, do Fausto de Gounod. Mas a festa acabou quando grandes


gravadoras, pegando carona na idéia de Mapleson, fecharam contratos para
registrar os recitais. Delicadamente, o Metropolitan pediu que ele levasse seu
brinquedinho de volta para casa. E Mapleson voltou ao anonimato. Até tentou
negociar com gravadoras londrinas para ter seus
cilindros transformados em discos. Mas isso só aconteceu no final de sua vida,
quando as gravações foram redescobertas por colecionadores e acabaram
reeditadas em elepês.
Mapleson morreu aos 72 anos, ainda como bibliotecário do teatro, sem
imaginar que os frutos da sua inocente idéia traria muita alegria aos fãs de
música erudita e inspiraria a maior dor de cabeça da indústria fonográfica: a
pirataria.
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(Texto Ayrton Mugnaini Jr.Revista “ Superinteressante”. Julho/2008 p. 54.)

A frase que NÃO apresenta qualquer exemplo de comparativo ou superlativo é:


a) “... e já havia estudado canto e violino.”
b) “... desde aquela época a maior casa americana...”
c) “... havia de mais moderno em termos de gravação...”
d) “... por Jean Reszke, o maior tenor de óperas cantadas do mundo...”
e) “... e inspiraria a maior dor de cabeça da indústria...”
Comentários:
Alternativa A – correta – A oração não apresenta qualquer comparação ou
gradação de qualidade (ex. altíssimo, muito alto...).
Alternativa B – incorreta – O termo “a maior” é superlativo relativo de
superioridade.
Alternativa C – incorreta – “mais moderno” - superlativo relativo de
superioridade
Alternativa D – incorreta – “o maior” - superlativo relativo de superioridade
Alternativa E – incorreta – “a maior” - superlativo relativo de superioridade
Gabarito: A

17) FGV / Técnico Legislativo / SEN / Polícia Legislativa /


Policial Legislativo Federal / 2008

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Maldades contra Machado


Entre os terríveis efeitos da crise econômica global está o de prejudicar
as festividades relativas ao centenário da morte de Machado de Assis, ocorrido
na segunda-feira 29 de setembro, quando os mercados desabaram no mundo
inteiro.
Não é a primeira vez, nem a segunda, que Machado de Assis se vê
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atropelado pelos eventos da economia.


A primeira humilhação mais fundamental teve a ver com o patrimônio
que deixou para seus herdeiros. Em julho de 1898, temendo por sua saúde,
escreveu um testamento, deixando para Carolina, sua esposa, entre outros
bens, 7.000 contos em títulos da dívida pública do empréstimo nacional de
1895. Esses títulos entraram em moratória pouco antes da data desse
testamento.
Em 1906, com a morte de Carolina, Machado escreveu um novo
testamento, declarando possuir não mais 7, mas 12 apólices do empréstimo de
1895, ou seja, as sete originais mais títulos novos que recebeu pelos juros e
principal não pagos.
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A moratória perdurou até 1910, quando a nova herdeira, a menina Laura,


filha de sua sobrinha, começou a receber juros. Em 1914, uma nova moratória
interrompe os pagamentos até 1927, e novamente em 1931. Depois de alguns
pagamentos em 1934, veio um "calote" completo em 1937. Nos 40 anos entre
1895 e 1935, menos de 18% do empréstimo foi amortizado, e os juros foram
pagos apenas em 12 anos.
O Estado a que Machado serviu e honrou ao longo de sua vida devastou-
lhe a herança, a pecuniária ao menos, com essa sucessão de "calotes". E, a
partir de 1943, quando os pagamentos foram retomados, a inflação funcionou
como uma crueldade superveniente, pois os títulos não tinham correção
monetária.
Como se não bastasse a desfeita, ou para tentar uma compensação, em
1987, resolvemos homenagear Machado de Assis em uma cédula de mil
cruzados. A cédula foi colocada em circulação em 29 de setembro de 1987,
exatos 79 anos da morte do escritor, e nesse dia valia pouco menos de US$ 20.
Em 16 de janeiro de 1989, em conseqüência do Plano Verão e da
mudança do padrão monetário, Machado recebe um vergonhoso carimbo
triangular cortando-lhe três zeros: a cédula agora correspondia a um cruzado
novo, que nascia valendo cerca de US$ 1, conforme a cotação oficial. No
"paralelo" valia bem menos.
Em 31 de outubro de 1990, depois de três anos de militância, a cédula
com Machado deixa de circular por valer menos de um centavo de dólar.
Só se pode imaginar o que Machado diria disso tudo.
(Gustavo Franco. Folha de São Paulo, 4 de outubro de 2008.)

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Assinale a alternativa em que se encontre um advérbio.


a) terríveis
b) partir
c) menos
d) mais
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e) inteiro
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O termo “terríveis” qualifica o substantivo “efeitos”,
logo concluímos que se trata de um adjetivo, ok?
Alternativa B – Incorreta – A palavra “partir” é forma infinitiva do mesmo verbo
e faz parte da locução prepositiva “a partir de” que significa “de agora em
diante”.
Alternativa C – Incorreta – A palavra “menos” é pronome indefinido e é usada
com esse mesmo sentido (menos de...).
Alternativa D – Correta – A expressão “não mais” tem valor adverbial e
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modifica o verbo “possuir”, dando ideia de modificação.


Alternativa E – Incorreta – Semelhante à alternativa A, o termo “inteiro”
qualifica o substantivo “mundo”.
Gabarito: D

18) FGV / Técnico Legislativo / SEN / Policial Legislativo Federal


/ 2008
A palavra centenário corresponde a cem anos.
Assinale a alternativa em que não tenha havido correta associação da noção
temporal à palavra indicada.
a) 400 anos quadringentenário
b) 400 anos quadricentenário
c) 600 anos sesquicentenário - 150anos
d) 150 anos tricinqüentenário
e) 7 anos septenário
Comentários:
Questão raríssima cobrando conhecimentos de numerais.
Alternativa A – Correta – 400 anos
Alternativa B – Correta – 400 anos
Alternativa C – Incorreta – igual a tricinquentenário – 150 anos

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(3 x cinquentenário)
Alternativa D – Correta – 150 anos
Alternativa E – Correta – 7 anos
Gabarito: C
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19) FGV / AFRE / SEFAZ RJ / 2011


Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica
No Brasil, embora exista desde 1988 o permissivo constitucional para
responsabilização penal das pessoas jurídicas em casos de crimes ambientais
(artigo 225, parágrafo 3º), é certo que a adoção, na prática, dessa possibilidade
vem se dando de forma bastante(b) tímida, muito em razão das inúmeras
deficiências de técnica legislativa encontradas na Lei 9.605, de 1998, que a
tornam quase que inaplicável neste âmbito.
A partir de uma perspectiva que tem como ponto de partida os debates
travados no âmbito doutrinário nacional, insuflados pelos também acalorados
debates em plano internacional sobre o tema e pela crescente aceitação da
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possibilidade da responsabilização penal da pessoa jurídica em legislações de


países de importância central na atividade econômica globalizada, é possível
vislumbrar que, em breve, discussões sobre a ampliação legal do rol das
possibilidades desse tipo de responsabilização penal ganhem cada vez mais(a)
espaço no Brasil.
É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das empresas
principalmente, as transnacionais, decorrerá também de ajustamentos de
postura administrativa decorrentes da adoção de critérios de responsabilização
penal da pessoa jurídica em seus países de origem. Tais mudanças,
inevitavelmente, terão que abranger as práticas administrativas de suas
congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar respingos de
responsabilização em sua matriz.
Na Espanha, por exemplo, a recentíssima reforma do Código Penal que
atende diretivas da União Europeia sobre o tema trouxe, no artigo 31 bis, não
só a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica (por delitos que
sejam cometidos no exercício de suas atividades sociais, ou por conta, nome,
ou em proveito delas), mas também estabelece regras de como essa
responsabilização será aferida nos casos concretos (ela será aplicável [...], em
função da inoperância de controles empresariais, sobre atividades
desempenhadas pelas pessoas físicas que as dirigem ou que agem em seu
nome). A vigência na nova norma penal já trouxe efeitos práticos no cotidiano
acadêmico e empresarial, pois abundam, naquele país, ciclos de debates acerca
dos instrumentos de controle da administração empresarial, promovidos por
empresas que pretendem implementar, o quanto antes(e), práticas

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administrativas voltadas à prevenção de qualquer tipo de responsabilidade


penal.
Dessa realidade legal e da tendência político-criminal que dela se pode
inferir, ganham importância, no espectro de preocupação não só(d) das
empresas estrangeiras situadas no Brasil, mas também das próprias empresas
nacionais, as práticas de criminal compliance.
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Tem-se, grosso modo, por compliance a submissão ou a obediência a


diversas obrigações impostas às empresas privadas, por meio da
implementação de políticas e procedimentos gerenciais adequados, com a
finalidade de detectar e gerir os riscos da atividade da empresa.
Na atualidade, o direito penal tem assumido uma função muito próxima
do direito administrativo, isto é, vêm-se incriminando, cada vez mais, os
descumprimentos das normas regulatórias estatais, como forma de reforçar a
necessidade de prevenção de riscos a bens juridicamente tutelados. Muitas
vezes, o mero descumprimento doloso dessas normas e diretivas
administrativas estatais pode conduzir à responsabilização penal de funcionários
ou dirigentes da empresa, ou mesmo à própria responsabilização da pessoa
jurídica, quando houver previsão legal para tanto.
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Assim sendo, criminal compliance pode ser compreendido como prática


sistemática de controles internos com vistas a dar cumprimento às normas e
deveres ínsitos a cada atividade econômica, objetivando prevenir possibilidades
de responsabilização penal decorrente da prática dos atos normais de gestão
empresarial.
No Brasil, por exemplo, existem regras de criminal compliance previstas
na Lei dos Crimes de Lavagem de Dinheiro Lei 9.613, de 3 de março de 1998
que sujeitam as pessoas físicas e jurídicas que tenham como atividade principal
ou acessória a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros,
compra e venda de moeda estrangeira ou ouro ou títulos ou valores mobiliários,
à obrigação de comunicar aos órgãos oficiais sobre as operações tidas como
"suspeitas", sob pena de serem responsabilizadas penal(c) e
administrativamente.
Porém, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros,
assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam
sujeitas às normas de seus países de origem, não tardará para que as práticas
que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros
segmentos da economia. Trata-se, portanto, de um assunto de relevante
interesse para as empresas nacionais e estrangeiras que atuam no Brasil, bem
como para os profissionais especializados na área criminal, que atuarão cada
vez mais veementemente na prevenção dos riscos da empresa. (...)
(Leandro Sarcedo e Jonathan Ariel Raicher. In: Valor Econômico. 29/03/2011 com adaptações)

Assinale a palavra que, no texto, NÃO tenha valor adverbial.


a) mais

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b) bastante
c) penal
d) só
e) antes
Comentários:
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Alternativa A – Correta – Note que a palavra “mais”, que neste caso é pronome
indefinido, acompanha e determina o substantivo “espaço”, portanto tem valor
de adjetivo.
Alternativa B – Incorreta – OK, a palavra “bastante” acompanha e modifica o
adjetivo “tímida”, portanto tem função de advérbio.
Alternativa C – Incorreta – OK, a palavra “penal” (penalmente) modifica o
adjetivo “responsabilizadas”. Há uma sequência de advérbios terminados em
“mente” (penalmente e administrativamente), nesse caso o sufixo pode ser
utilizado no último apenas.
Alternativa D – Incorreta – OK, o termo “só” tem função adverbial, pois se
trata de uma palavra denotativa de limitação. Esta classe tem grande
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similaridade com os advérbios.


Alternativa E – Incorreta – OK, o termo “antes” refere-se ao verbo
“implementar”, portanto também tem função adverbial.
Gabarito: A

20) FGV / AP / TCE-BA / 2014


Desenvolvimento Urbano
As cidades representam o duplo desafio com o qual a União Europeia se
depara atualmente: aumentar a competitividade satisfazendo simultaneamente
determinados requisitos de ordem social e ambiental.
As cidades são os centros da atividade econômica da Europa, assim como
da inovação e do emprego. Mas também elas se debatem com uma série de
problemas, nomeadamente, a tendência para a suburbanização, a concentração
da pobreza e do desemprego em zonas urbanas e os problemas resultantes de
um crescente congestionamento. Problemas tão complexos como esses
requerem imediatamente respostas integradas a nível dos transportes, da
habitação, da formação e do emprego, bem como respostas adaptadas às
necessidades locais. As políticas regional e de coesão europeias têm como
objetivo fazer face a estes desafios.
Foram afetados cerca de 21,1 mil milhões de euros ao desenvolvimento
urbano para o período entre 2007 e 2013, o que representa 6,1% do orçamento
total da política de coesão europeia. Desse montante, 3,4 mil milhões de euros
destinam‐se à reabilitação de sítios industriais e terrenos contaminados, 9,8 mil

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milhões de euros a projetos de regeneração urbana e rural, 7 mil milhões de


euros a transportes urbanos limpos e 917 milhões de euros à habitação. Outros
investimentos em infraestrutura nos domínios da investigação e da inovação,
dos transportes, do ambiente, da educação, da saúde e da cultura têm também
um impacto significativo nas cidades.
(Comissão Europeia)
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Os advérbios terminados pelo sufixo –mente são formados a partir da forma


feminina dos adjetivos; no texto aparecem quatro desses advérbios:
atualmente, simultaneamente, nomeadamente e imediatamente.
São exemplos visíveis da formação citada:
a) atualmente, simultaneamente e imediatamente.
b) apenas nomeadamente e simultaneamente.
c) apenas nomeadamente e imediatamente.
d) todos os quatro advérbios.
e) apenas simultaneamente, nomeadamente e imediatamente.
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Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O adjetivo “atual” é masculino e feminino (o
atual/a atual), portanto não se enquadra nos requisitos do enunciado.
Alternativa B – Incorreta – O adjetivo “imediato” tem como feminino “imediata”
de onde deriva o advérbio “imediatamente”. Portanto, não pode ser a letra B.
Alternativa C – Incorreta – “Simultânea” é feminino de “simultâneo” e dela
deriva o advérbio “simultaneamente”.
Alternativa D – Incorreta – Não é possível, pois o advérbio “atualmente” não se
enquadra de maneira visível, como pede o enunciado.
Alternativa E – Correta – O advérbio “nomeadamente” vem do adjetivo
feminino “nomeada”, cujo masculino é “nomeado”. Portanto, a alternativa está
correta.
Gabarito: E

21) CESPE/AA/ICMBio/2014

De acordo com uma lista da International Union for the Conservation of Nature,
o Brasil é o país com o maior número de espécies de aves ameaçadas de
extinção, com um total de 123 espécies sofrendo risco real de desaparecer da
natureza em um futuro não tão distante. A Mata Atlântica concentra cerca de
80% de todas as aves ameaçadas no país, fato que resulta de muitos anos de
exploração e desmatamentos. Atualmente, restam apenas cerca de 10% da

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floresta original, não sendo homogênea essa proporção de floresta


remanescente ao longo de toda a Mata Atlântica. A situação é mais séria na
região Nordeste, especialmente nos estados de Alagoas e Pernambuco, onde a
maior parte da floresta original foi substituída por plantações de cana-de-
açúcar. É nessa região que ainda podem ser encontrados os últimos exemplares
das aves mais raras em todo o país, como o criticamente ameaçado limpa-folha-
do-nordeste (Philydor novaesi). Essa pequena ave de dezoito centímetros vive
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no estrato médio e dossel de florestas bem conservadas e ricas em bromélias,


onde procura artrópodes dos quais se alimenta. Atualmente, as duas únicas
localidades onde a espécie pode ser encontrada são a Estação Ecológica de
Murici, em Alagoas, e a Serra do Urubu, em Pernambuco.

Pedro F. Develey et al. O Brasil e suas aves. In: Scientific American Brasil,
2013 (com adaptações).

Julgue o item seguinte, relativo às ideias e aos aspectos estruturais do texto


acima.

Nas sequências “toda a Mata Atlântica” e “todo o país”, os artigos definidos “a”
e “o” são opcionais, podendo ser suprimidos sem que haja prejuízo à correção
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gramatical e à significação dos períodos de que fazem parte..

Certo

Errado

Comentários:

A supressão dos artigos “a” e “o” nos trechos acima indicados têm o mesmo
efeito. Gramaticalmente, as orações continuam corretas, porém sofrem
alteração no sentido. Quando se utiliza o artigo “a”, por exemplo, em “toda a
mata atlântica”, a expressão tem sentido de a mata atlântica inteira. Por
outro lado, quando omitimos o artigo a expressão quer dizer qualquer mata
atlântica.

Da mesma forma acontece com a expressão “todo o país” = o país inteiro,


enquanto “todo país” = qualquer país.

Gabarito: Errado

22) FGV/ACI/SEFAZ RJ/2011

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(Rodrigo Zoom. http://tirasnacionais.blogspot.com)


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Na fala da mãe, há
a) um artigo.
b) dois artigos.
c) três artigos.
d) cinco artigos.
e) quatro artigos.
Comentários:
Ah (interjeição), filho! Basta ser uma boa pessoa, fazer o bem ao próximo, não
mentir e comer os legumes.
Gabarito: E

23) FGV / ACI / SEFAZ RJ / 2011

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Em relação à expressão Putz!, enunciada pelo menino, analise as afirmativas a


seguir:
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I. Constitui exemplo de palavra formada por onomatopeia.


II. Classifica-se como interjeição.
III. É exemplo de estrangeirismo.
Assinale
a) se apenas a afirmativa III estiver correta.
b) se apenas a afirmativa I estiver correta.
c) se todas as afirmativas estiverem corretas.
d) se apenas a afirmativa II estiver correta.
e) se nenhuma afirmativa estiver correta.
Comentários:
Alternativa A – Incorreto – Não é caso de estrangeirismo, pois não há tal palavra
em língua estrangeira.
Alternativa B – Incorreto – Onomatopeia são palavras que imitam sons de
coisas ou bichos, tal como: au, miau, pow, cocoricó, bang e etc.
Alternativa C – Incorreta – Já vimos que os itens I e III estão errados.
Alternativa D – Correta – É um exemplo clássico de interjeição. Expressa uma
reação de surpresa do filho diante das palavras de sua mãe.
Alternativa E – Incorreta – A alternativa II está correta.
Gabarito: D

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24) FGV/Analista Legislativo/SEN/Apoio Técnico e


Administrativo/Tradução e Interpretação/2008
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No texto, puts grila pode ser classificado como:


a) advérbio.
b) adjetivo.
c) interjeição.
d) conjunção.
e) substantivo.
Comentários:
Alternativa A – Incorreto – Os advérbios modificam verbos, adjetivo ou outros
advérbios.
Alternativa B – Incorreto – Os adjetivos qualificam os substantivos.
Alternativa C – Correta – As intejeições são “mini frases”, tipicamente
exclamativas e exprimem sentimentos incontidos, tais como surpresa, dor,
alegria e etc.
Alternativa D – Incorreta – As conjunções ligam termos e orações.

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Alternativa E – Incorreta – Os substantivos nomeiam as coisas, fenômenos


seres e sentimentos.
Gabarito: C

25) CESPE/Auditor/TCE ES/2012


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O Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que tribunais regionais do


trabalho utilizaram indexadores de correção monetária e juros diferentes dos
previstos na legislação para pagamentos de passivos a servidores e juízes. O
Conselho Superior da Justiça do Trabalho, instância de supervisão
administrativa dos tribunais trabalhistas, provocado pelo TCU, recalculou o
montante devido desses passivos, reduzindo o valor de R$ 2,4 bilhões para R$
1,2 bilhão, aproximadamente.

De acordo com o relatório, o valor total de R$ 1,5 bilhão já foi pago em duas
parcelas (2010 e 2011). Unidade técnica do TCU vai monitorar as providências
adotadas pelos órgãos responsáveis para a recomposição aos cofres públicos
dos valores pagos indevidamente.
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No relatório, identificou-se que os erros cometidos na quantificação e no registro


dos passivos de pessoal, em todo o país, se referiam a diferenças da conversão
dos salários de unidade real de valor (URV), a diferenças remuneratórias do
recálculo da parcela autônoma de equivalência e a diferenças no adicional de
tempo de serviço que deveria ser pago entre janeiro de 2005 e maio de 2006.
O montante não inclui o valor referente ao cálculo do VPNI e a eventuais
compensações nem possíveis valores pagos acima do teto remuneratório
constitucional.

O tribunal deu início à fiscalização em outros tribunais regionais após constatar


passivos indevidos na ordem de aproximadamente R$ 270 milhões em um
desses órgãos do país. Nesse processo, determinou-se a suspensão dos
pagamentos até que os cálculos fossem revistos.

Internet: <http://portal2.tcu.gov.br> (com adaptações).

A partir das ideias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item
subsequente.

O emprego do plural em “bilhões” e do singular em “bilhão” deve-se à presença


dos numerais “2,4” e “1,2”, respectivamente.

Certo

Errado

Comentários:

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O numeral bilhão flexiona-se de acordo com o número inteiro (que vem antes
da vírgula). Portanto, até 1,99 bilhão, usamos o singular. A partir de 2 bilhões,
usamos o plural.

Gabarito: Certo
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26) CESPE/Técnico/MPU/Apoio Técnico e


Administrativo/Segurança Institucional e Transporte/2015

O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do Estado brasileiro e da


democracia. A sua história é marcada por processos que culminaram
consolidando-o como instituição e ampliando sua área de atuação.

No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito lusitano. Não havia o
Ministério Público como instituição. Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e
as Ordenações Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores de justiça,
atribuindo-lhes o papel de fiscalizar a lei e de promover a acusação criminal.
Existiam ainda o cargo de procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa)
e o de procurador da Fazenda (defensor do fisco).
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Só no Império, em 1832, com o Código de Processo Penal do Império, iniciou-


se a sistematização das ações do Ministério Público. Na República, o Decreto n.º
848/1890, ao criar e regulamentar a justiça federal, dispôs, em um capítulo,
sobre a estrutura e as atribuições do Ministério Público no âmbito federal.

Foi na área cível, com a Constituição Federal de 1988, que o Ministério Público
adquiriu novas funções, com destaque para a sua atuação na tutela dos
interesses difusos e coletivos. Isso deu evidência à instituição, tornando-a uma
espécie de ouvidoria da sociedade brasileira.

Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações).

Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto, julgue o item que se


segue.

O adjetivo “lusitano” diz respeito a português, ou seja, originário de Portugal.

Certo

Errado

Comentário:

Perfeito. Alguns adjetivos substituem as locuções adjetivas (ex. de abelha =


apícola; de cão = canino e etc).

Gabarito: Certo

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27) CESPE/AJ/TST/Judiciária/2008
Texto para o item
Um cenário polêmico é embasado no desencadeamento de um estrondoso
processo de exclusão, diretamente proporcional ao avanço tecnológico, cuja
projeção futura indica que a automação do trabalho exigirá cada vez menos
trabalhadores implicados tanto na produção propriamente dita quanto no
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controle da produção. Baseando-se unicamente nessa perspectiva, pode-se


supor que a sociedade tecnológica seria caracterizada por um contexto no qual
o trabalho passaria a ser uma necessidade exclusiva da classe trabalhadora. O
capital, podendo optar por um investimento de porte em automação, em
informática e em tecnologia de ponta, cada vez mais barata e acessível, não
mais teria seu funcionamento embasado exclusivamente na exploração dos
trabalhadores, cada vez mais exigentes quanto ao valor de sua força de
trabalho. Embora não se possa falar de supressão do trabalho assalariado, a
verdade é que a posição do trabalhador se enfraquece, tendo em vista que o
trabalho humano tende a tornar-se cada vez menos necessário para o
funcionamento do sistema produtivo.
Gilberto Lacerda Santos. Formação para o trabalho e alfabetização
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informática. In: Linhas Críticas, v. 6, n.º 11, jul/dez, 2000 (com adaptações).

Julgue o seguinte item a respeito das ideias e da organização do texto acima.


Devido às relações de sentido entre as palavras do texto é correta a substituição
do pronome "cuja" pela preposição de para expressar noção de posse entre
"avanço tecnológico" e "projeção futura".
Certo
Errado
Comentários:
“proporcional ao avanço tecnológico, cuja projeção futura indica que a
automação do trabalho”
...proporcional ao avanço tecnológico, de projeção futura indica que a
automação do trabalho...
Realmente, tanto a preposição “de” como o pronome “cujo” são utilizados para
indicar posse. No entanto, no caso acima, a troca de um termo pelo outro
provoca uma série de erros na frase.
Primeiramente, a ideia de posse desaparece, surgindo uma ideia de qualificação
ao termo “avanço tecnológico”. Assim, o sentido da frase fica alterado.
Veremos mais à frente que a vírgula entre “tecnológico” e “de projeção” é
inadequada, tornando a frase gramaticalmente incorreta.
Gabarito: Errado

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28) FGV/ Analista Legislativo/SEN/Comunicação Social,


Eventos e Contatos/Produtor para Revisão de Conteúdos
Jornalísticos/2008
A preposição define a relação entre dois termos da frase e a clareza de uma
afirmação.
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Assinale a afirmativa em que as preposições estejam empregadas


corretamente.
a) O processo de divórcio entre A e B tornou-se mais complexo, já que há
débitos para com a Justiça e muitos beneficiados da morte de seu progenitor.
b) Em comemoração ao aniversário do seu mandato, o político fez carreata a
quatro cidades e pediu proteção aos ameaçados de morte.
c) Optou-se em não censurar ninguém para analisar a questão sobre diversos
aspectos, visto que o prazo de pagar o IPTU já se esgotou.
d) Há muitos protestos contra o plano, uma vez que há dúvidas sobre a sua
eficácia e dificuldades de obter dados concretos para sua execução.
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e) A desistência em se candidatar a governador e posterior recusa de concorrer


para qualquer outro cargo deve-se ao fato de ter sido acusado por envolvimento
no crime de peculato.
Comentários:
Questão de alto nível da FGV, extraída da prova de Analista Legislativo do
Senado – Produtor para Revisão de Conteúdos Jornalísticos. Vamos lá?
De cara, vemos que há diversas preposições em cada alternativa, portanto
vamos à caça dos erros!
Alternativa A – Incorreta – No trecho “beneficiados da morte de seu progenitor”
há um erro no emprego de preposição, pois deveria ser grafado beneficiados
com a morte de seu progenitor.
As demais preposições estão empregadas corretamente.
Alternativa B – Incorreta – Há um erro clássico de regência (emprego de
preposição).
É comum encontrarmos a estrutura “em comemoração a”, no entanto ela está
errada, pois a forma correta seria: na comemoração do aniversário...
Alguns autores afirmam que o erro se trata de uma confusão com a regência
do verbo homenagear (em homenagem a).
Alternativa C – Incorreta – Seria correta a seguinte estrutura: “Optou-se por
não censurar ninguém por analisar a questão...”.
O verbo optar pede a preposição “por” (quem opta, opta POR algo).

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Na sequencia, verificamos que ninguém é censurado PARA alguma coisa, mas


POR alguma coisa, ok?
Alternativa D – Correta – Tudo no lugar certo!
“protestos contra” algo, “dúvidas sobre” alguma coisa e “dificuldade de” - OK
Alternativa E – Incorreta – Encontramos o erro logo no início da frase, pois quem
desiste, desiste de alguma coisa.
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Gabarito: D

29) FGV/ADP/DPE RO/Analista em Redação/2015


Substituindo os segmentos sublinhados por adjetivos formados com a ajuda de
elementos prefixais ou sufixais, a substituição adequada é:
a) Injeções aplicadas sob a pele nem sempre são dolorosas. / sobrecutâneas;
b) Os terrenos entre os rios são valorizados. / interpluviais;
c) A tinta que não pode ser apagada é útil nos documentos. / indelével;
d) A crença na vida após a morte é muito antiga. / imortal;
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e) Produtos que podem ser exportados trazem lucro ao país. / pré-


industrializados.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – sob a pele = subcutâneas
Alternativa B – Incorreta – entre os rios = interfluviais
Alternativa C – Correta – que não pode ser apagada = indelével
Alternativa D – Incorreta - após a morte = póstuma
Alternativa E – Incorreta - que podem ser exportados = exportáveis
Gabarito: C

30) FGV/ADP/DPE RO/Analista em Redação/2015


A frase em que está ausente qualquer forma de superlativação é:
a) Aquele senador é rico, rico, rico.
b) O automóvel do vizinho está bem velho.
c) Há grandes fortunas em vastas áreas de terra.
d) Está friozinho aqui!
e) A Giselle está elegantérrima!
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – rico, rico, rico = riquíssimo/muito rico

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A expressão utilizada de forma coloquial, tem sentido superlativo, ainda que


não se enquadre nas formas tradicionais.
Alternativa B – Incorreta – bem velho = superlativo absoluto analítico
Alternativa C – Correta – Repare que no termo “grandes fortunas”, o
substantivo “fortunas” apenas é qualificado pelo adjetivo “grandes”, não se
tratando assim de uma superlativação, inclusive porque esse grau pertence
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aos adjetivos.
Alternativa D – Incorreta – friozinho = diminutivo sintético empregado em
sentido coloquial superlativo
Alternativa E – Incorreta – elegantérrima = superlativo absoluto sintético
Gabarito: C

Bons estudos e mantenham o foco!!!


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13 - Lista de Exercícios

1) FCC/TJ/TRE-MS/Administrativa/2007
Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções aqui e ali na literatura,
no teatro ou na música erudita, pouco temos a oferecer ao resto do mundo em
matéria de grandes manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou
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a canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando uma
densidade raramente obtida por nossos melhores artistas plásticos ou
compositores sinfônicos. Outras artes, ditas “menores”, desempenham um
papel fundamental na cultura brasileira. É o caso da crônica e da telenovela.
Gêneros inequivocamente menores e que, no entanto, alcançam níveis de
superação artística nem sempre observada em seus congêneres de outros
quadrantes do planeta.
Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério de valoração continua
sendo a norma européia: a epopéia, o romance, a sinfonia, as “belas artes” em
geral. O movimento é dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não
se geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, “lá” também –
onde quer que seja esse lugar – nunca floresceu uma canção popular como a
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nossa que, sem favor, pode compor um elenco com o que de melhor já foi feito
em matéria de poesia e de melodia no Brasil.
Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente tudo. No conto “Um
homem célebre”, ele nos mostra Pestana, compositor que deseja tornar-se um
Mozart mas, desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes de
imenso apelo popular. Morre consagrado – mas como autor pop. Aliás, não foi
à toa que Caetano Veloso colocou uma frase desse conto na contracapa de
Circuladô (1991). Um de nossos grandes artistas “menores” por excelência,
Caetano sempre soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo
às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]
O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando para outros campos (e
gramados) da sociedade brasileira. É o caso da consagração do futebol como
esporte nacional, a partir da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela
imprensa carioca, recebendo status de futebol-arte.
Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope de alguns carnavalescos
é bastante sintomático: eles são os encenadores da mais vista de todas as
nossas óperas, o Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma
ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das imensas “qualidades
artísticas” dos desfiles nacionais...
Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em Formação da literatura
brasileira (“Comparada às grandes, a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é
ela, e não outra, que nos exprime.”), pode-se arriscar que muito da produção
artística brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras paragens.
Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos Nelson Rodrigues, Tom Jobim,

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Nássara, Cartola – produtores de “miudezas” da mais alta estatura. Afinal são


eles, e não outros, que expressam o que somos.
(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de 2000, p.106,
(Idéias que desafiam o senso comum)

Brasileiro se realiza em arte menor. (1a frase)


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O adjetivo flexionado de maneira idêntica ao do grifado acima está na


expressão:
a) com raras exceções.
b) é bastante sintomático.
c) de imenso apelo popular.
d) grandes manifestações artísticas.
e) por nossos melhores artistas plásticos.

2) FGV/Analista Legislativo/SEN/Informática Legislativa/Análise


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de Sistemas/2008
Desafios do crescimento econômico
A crise do sistema financeiro internacional, que ameaça lançar o mundo numa
profunda recessão, revela a importância do papel do governo no funcionamento
da economia em diferentes dimensões, sobretudo na promoção de uma melhor
operação dos mercados, da estabilidade e do crescimento econômico.
Entretanto, após algumas décadas de excessivo crescimento dos gastos
governamentais e da crise financeira que se abateu sobre inúmeros governos,
particularmente em países da América Latina, a eficiência da ação pública
começou a ser questionada.
Novamente vigoravam idéias de que as economias deveriam ser liberalizadas
da ação governamental, de que, quanto menos governo, melhor e de que o
setor privado por si só resolveria todos os problemas.
Na realidade, o que se notou foi uma grande confusão. Em vez de defendermos
um governo eficiente, comprometido com o crescimento econômico, acabamos
por tentar excluir o governo das funções econômicas, esquecendo seu
importante papel. Era muito comum a idéia de que a privatização e a
liberalização dos mercados seriam condições eficientes para que os países
entrassem numa rota de crescimento econômico.
Entretanto, a realidade mostrou que essa bandeira não tem sustentação. A crise
financeira que estamos atravessando e não sabemos ainda suas reais
conseqüências sobre a economia mundial realça um fato inconteste: faltou a

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presença do governo, mediante uma regulação mais ativa do mercado


financeiro.
Recente estudo promovido pela Comissão para o Crescimento Econômico, cujo
objetivo primordial é entender o fenômeno do desenvolvimento com base na
experiência mais exitosa dos países durante as décadas de 1950 a 1980,
transmite informações relevantes para o entendimento do momento que
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vivemos, ainda que seu objetivo seja totalmente distinto.


Em primeiro lugar, não estão em xeque as inegáveis e insubstituíveis virtudes
que os mercados possuem quando funcionam de maneira mais livre, sem
interferências externas, na alocação dos recursos.
Entretanto, não podemos esquecer que as ações tomadas pelos diversos
agentes econômicos se baseiam em perspectivas de retornos privados e,
portanto, na ânsia de obter tais retornos, mercados como o financeiro podem
gerar instabilidades. O papel da regulação, tarefa que deve ser executada por
autoridades governamentais, não pode ser esquecido.

Por outro lado, apesar da virtude dos mercados, não se pode esquecer que eles
não são garantia para a promoção de desenvolvimento econômico ou a melhor
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distribuição de renda.
O relatório da comissão enfatiza o papel do governo no processo de
desenvolvimento econômico, mostrando inicialmente que o processo de
desenvolvimento é um fenômeno complexo e difícil de ser entendido. "Não
damos aos formuladores de políticas públicas uma receita ou uma estratégia de
crescimento. Isso porque não existe uma única receita a seguir."
Mais adiante, afirma: "Não conhecemos as condições suficientes para o
crescimento. Podemos caracterizar as economias bemsucedidas do pós guerra,
mas não podemos apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito nem
os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas."
Certamente essas frases devem nos deixar algo perplexos, especialmente
quando ouvimos as certezas que dominam a maioria dos analistas econômicos
espalhados pelo mundo, em especial quando tratam de fornecer fórmulas
prontas para o crescimento dos países.
A comissão reconhece que a dificuldade do entendimento sobre o fenômeno do
crescimento dificulta a ação governamental na definição das estratégias a serem
seguidas. A recomendação dada é a de que o governo "não deve ficar inerte,
por temor de malograr; os governos devem testar diversos programas e devem
ser rápidos em aprender quando dão errado. Se dão um passo errado, devem
tentar um plano diferente, e não submergir na inação ou recuar."
Outra recomendação dada pela comissão se relaciona com a tentativa de adoção
de receitas prontas de outros países: "Os planos de ação ruins de hoje em geral
são os bons planos de ontem, mas aplicados por tempo demasiado."

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Em suma, a comissão defende um governo crível, comprometido com o


crescimento e eficiente. Um governo forte, capaz de realizar investimentos na
área de educação, saúde e infraestrutura a fim de elevar a rentabilidade dos
investimentos privados.
É com uma ação eficiente do governo e do setor privado que certamente
poderemos promover o desenvolvimento dos países.
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(Carlos Luque. Folha de São Paulo, 30 de setembro de 2008.)

Assinale a alternativa em que a palavra indicada, no texto, se classifique como


advérbio.
a) livre
b) profunda
c) melhor
d) algo
e) após
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3) FCC/Ass Tec Leg/AL-PB/2013


José Lins do Rego é brasileiríssimo. Outro dia, um amigo conversou comigo
sobre as pretendidas influências estrangeiras na obra do paraibano. Falamos
em Thomas Hardy, em D. H. Lawrence. Não estava certo. José Lins do Rego é
ele mesmo. É paraibano. É brasileiro, brasileiríssimo. É brasileiro com amor à
terra, às mulheres, à conversa, aos gracejos, com a memória do avô que era
governador da província, do tio que vendeu o engenho, com a memória
vivíssima de todas as tristezas da sua gente brasileira. Risos e lágrimas: eis o
seu mundo.
O grande valor literário da obra de José Lins do Rego reside no fato de que o
seu assunto e o seu estilo correspondem-se plenamente. Assim, conta-se a
decadência do patriarcalismo, com as suas inúmeras tragédias e uns raros raios
de graça e humor. Desse modo, José Lins do Rego consegue acertadamente o
que quer; e isso me parece o maior elogio que se pode fazer a um escritor.
Concebendo a cultura no sentido de Gilberto Freire, como expressão global da
vida política e do espírito, social e individual, vital e humana, José Lins do Rego
é a expressão literária da cultura da sua terra.
[Adaptado de Otto Maria Carpeaux. O brasileiríssimo José Lins do Rego.
(prefácio) Fogo Morto. Rio de Janeiro: José Olympio. 50. ed. 1998. p. XVXVI]

O elemento flexionado de modo a indicar uma qualidade em um grau muito


elevado está destacado em:
a) ... o seu assunto e o seu estilo correspondem-se plenamente.

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b) ... com a memória vivíssima de todas as tristezas de sua gente…


c) ... com as suas inúmeras tragédias...
d) ... e uns raros raios de graça e humor.
e) ... conta-se a decadência do patriarcalismo...
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4) FCC/AJ/TRT 3/Judiciária/Oficial de Justiça/Avaliador


Federal/2015
A matéria abaixo, que recebeu adaptações, é do jornalista Alberto Dines, e foi
veiculada em 9/05/2015, um dia após as comemorações pelos 70 anos do fim
da Segunda Guerra Mundial.
Quando a guerra acabar…
Abre parêntese: há momentos − felizmente raros − em que a história pessoal
se impõe às percepções conjunturais e o relato na primeira pessoa, embora
singular, parcial, às vezes suspeito, sobrepõe-se à narrativa impessoal, ampla,
genérica. Fecha parêntese.
O descaso e os indícios de esquecimento que, na sexta-feira (8/5), rodearam
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os setenta anos do fim da fase europeia da Segunda Guerra Mundial


sobressaltaram. O ano de 1945 pegou-me com 13 anos e a data de 8 de maio
incorporou-se ao meu calendário íntimo e o cimentou definitivamente às
efemérides históricas que éramos obrigados a decorar no ginásio.
Seis anos antes (1939), a invasão da Polônia pela Alemanha hitlerista − e logo
depois pela Rússia soviética − empurrou a guerra para dentro da minha casa
através dos jornais e do rádio: as vidas da minha avó paterna, tios, tias, primos
e primas dos dois lados corriam perigo. Em 1941, quando a Alemanha rompeu
o pacto com a URSS e a invadiu com fulminantes ataques, inclusive à Ucrânia,
instalou-se a certeza: foram todos exterminados.
A capitulação da Alemanha tornara-se inevitável, não foi surpresa, sabíamos
que seria esmagada pelos Aliados. Nova era a sensação de paz, a certeza que
começava uma nova página da história e perceptível mesmo para crianças e
adolescentes. A prometida quimera embutida na frase “quando a guerra acabar”
tornara-se desnecessária, desatualizada.
A guerra acabara para sempre. Enquanto o retorno dos combatentes brasileiros
vindos da Itália era saudado delirantemente, matutinos e vespertinos − mais
calejados do que a mídia atual − nos alertavam que a guerra continuava feroz
não apenas no Extremo Oriente, mas também na antiquíssima Grécia, onde
guerrilheiros de direita e de esquerda, esquecidos do inimigo comum − o
nazifascismo − se enfrentavam para ocupar o vácuo de poder deixado pela
derrotada barbárie.
Sete décadas depois − porção ínfima da história da humanidade −, aquele que
foi chamado Dia da Vitória e comemorado loucamente nas ruas do mundo

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metamorfoseou-se em Dia das Esperanças Perdidas: a guerra não acabou. Os


Aliados desvincularam-se, tornaram-se adversários. A guerra continua, está aí,
espalhada pelo mundo, camuflada por diferentes nomenclaturas, inconfundível,
salvo em breves hiatos sem hostilidades, porém com intensos ressentimentos.
(Reproduzido da Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e do Correio Popular
(Campinas, SP), 9/5/2015; intertítulo do Observatório da Imprensa, edição
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849)

A guerra continua, está aí, espalhada pelo mundo, camuflada por diferentes
nomenclaturas, inconfundível, salvo em breves hiatos sem hostilidades, porém
com intensos ressentimentos.
Justifica-se o emprego do advérbio aí, na frase, do seguinte modo:
a) a palavra delimita o lugar da guerra, aquele em que o interlocutor se
encontra.
b) a palavra remete ao lugar a que se fez referência anteriormente: ao espaço
dos Aliados.
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c) a palavra tem o sentido de "nesse ponto", como em "É aí que está o X da


questão".
d) a palavra compõe expressão que tem o sentido de "apresenta-se por lugares
incertos, de modo disseminado".
e) a palavra tem seu sentido associado ao da palavra inconfundível, para
expressarem, juntas, a ideia de "contorno único".

5) FCC/DP/DPE-RS/2011
EUA dizem que um ataque ao Irã uniria o país, hoje dividido
WASHINGTON (Reuters) − Um ataque militar contra o Irã uniria o país, que está
dividido, e reforçar a determinação do governo iraniano para buscar armas
nucleares, disse o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, nesta
terça-feira.
Em pronunciamento ao conselho diretor do Wall Street Journal, Gates afirmou
ser importante usar outros meios para convencer o Irã a não procurar ter armas
nucleares e repetiu as suas preocupações de que ações militares somente iriam
retardar − e não impedir − que o país obtenha essa capacidade.
(http://noticias.uol.com.br/ultimasnoticias/reuters/2010/11/16/euadizemqueu
ataqueaoirauniriaopaishojedividido.jhtm?action=print, em 16/11/2010)

A palavra para é uma


a) preposição derivada da regência verbal da palavra meios.

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b) conjunção que liga uma oração coordenada a uma subordinada.


c) preposição que liga meios a um verbo intransitivo.
d) preposição derivada da regência nominal da palavra meios.
e) proposição que liga meios a um verbo.
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6) FCC/DP/DPE-RS/2011
Lição de bom senso
O Ministério da Educação (MEC) contornou com habilidade e bom senso a
polêmica gerada em torno do veto, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE),
de um livro do escritor Monteiro Lobato, sob o pretexto de que contém
expressões racistas. A alternativa encontrada pelo ministro foi a de acrescentar
um esclarecimento de que, em 1933, quando a obra foi publicada pela primeira
vez, o país tinha hábitos diferentes e algumas expressões não eram
consideradas ofensivas, como ocorre hoje. É importante que esse tipo de
decisão sirva de parâmetro para situações semelhantes, em contraposição a
tentações apressadas de recorrer à censura.
Cópia registrada para (CPF: )

O caso mais recente de tentativas de restringir a livre circulação de ideias


envolve a obra Caçadas de Pedrinho, na qual a turma do Sítio do Pica-Pau
Amarelo sai em busca de uma onça-pintada. Ocorre que, ao longo de quase oito
décadas de carreira do livro, o Brasil não conseguiu se livrar de excessos na
vigilância do politicamente correto, nem de intolerâncias como o racismo. Ainda
assim, já não convive hoje com hábitos como o de caça a animais em extinção
e avançou nas políticas para a educação das relações étnico-raciais.
Assim como em qualquer outra manifestação artística, portanto, o livro que
esteve sob ameaça de censura precisa ter seu conteúdo contextualizado. Se a
personagem Tia Nastácia chegou a ser associada a estereótipos hoje vistos
como racistas, é importante que os educadores se preocupem em deixar claro
para os alunos alguns aspectos que hoje chamam a atenção apenas pelo fato
de o país ter evoluído sob o ponto de vista de costumes e de direitos humanos.
No Brasil de hoje, não há mais espaço para a impunidade em relação a atos
como o racismo. Isso não significa, porém, que seja preciso revolver o passado,
muito menos sem levar em conta as circunstâncias da época.
(Editorial Zero Hora, 18/10/2010)

A passagem ..., em contraposição a tentações apressadas de recorrer à censura


contém o elemento gramatical a, que
a) define quais são as tentações, porque é um artigo.
b) não define quais são as tentações, porque é artigo.
c) define quais são as tentações, porque é uma preposição.

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d) não define quais são as tentações, porque é artigo indefinido.


e) não define quais são as tentações, porque é preposição.

7) FCC/ACI/CGM-São Luís)/Pref-SL/Abrangência Geral/2015


Considere o trecho abaixo − adaptado de Gramática de usos do português, de
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Maria Helena de Moura Neves (São Paulo: Edtora UNESP, 2000, p. 628 e 633),
e o que se tem em I, II e III.
A preposição com funciona no sistema de transitividade, isto é, introduz
complemento; pode introduzir, por exemplo, complemento de verbo ou de
adjetivo.
I. Depois das devidas explicações, o cliente concordou com os advogados / a
preposição com introduz complemento de verbo.
II. Identificou-se desde o primeiro momento com os ideais do grupo / a
preposição com introduz complemento de adjetivo.
III. Triste com a situação, procurou os amigos para esclarecer os fatos. / a
preposição com introduz complemento de adjetivo.
Cópia registrada para (CPF: )

Está correto o que se afirma em:


a) I, apenas.
b) I, II e III.
c) I e II, apenas.
d) II, apenas.
e) I e III, apenas.

8) FGV/Aux. Leg. Op./ALE-MA/Bombeiro Hidráulico/2013


A Lei seca
A nova Lei Seca ajudou a reduzir o número de mortes nas estradas
federais no feriado de Páscoa, mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ainda está
em alerta para a principal causa de óbitos nas rodovias brasileiras: a colisão
frontal. Com o objetivo de reduzir esse tipo de acidente, o governo planeja
aprovar um pacote de medidas ainda este mês no Congresso, endurecendo
multas e reforçando a fiscalização, a exemplo do que ocorreu em dezembro para
coibir a mistura entre álcool e direção.
Segundo a PRF, a Lei Seca por si só não é capaz de reduzir a colisão
frontal, porque esse tipo de acidente é resultado de outros fatores, como a
disposição das estradas brasileiras e a imprudência dos motoristas, mesmo sem
consumo de álcool. Além disso, a fiscalização é dificultada, já que a colisão pode
ocorrer em qualquer ponto ao longo das rodovias, principalmente na zona rural,
onde a maioria conta com apenas uma pista para ida e outra para volta.

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"É um acidente muito fatal. Se vem um carro a 100 km/h e outro, no


sentido oposto, também a 100 km/h, é a mesma coisa que pegar um carro e
bater num muro de concreto a 200 km/h", afirma o inspetor da PRF Stênio Pires.
"Por isso que nós queremos endurecer a legislação. É praticamente um
homicídio, correndo o risco de matar uma pessoa de uma forma muito cruel",
completa.
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Em 2011, foram 2.652 mortes nesse tipo de acidente, quase 2.200 em


zona rural. Segundo a PRF, apesar de representar 3,5% dos acidentes, essa
modalidade provoca 40% dos óbitos. Os números de 2012 ainda estão sendo
auditados e não foram divulgados, mas a instituição utiliza dados dos últimos
feriados para avaliar que a Lei Seca não conseguiu inibir essas mortes nas
estradas federais.
(Rosane d’Agostino)

O substantivo “imprudência” está ligado ao adjetivo “imprudente”.


Entre os substantivos e adjetivos a seguir, assinale a correspondência incorreta.
a) Lei / Legal
Cópia registrada para (CPF: )

b) Morte / Mortal
c) Acidente / Acidental
d) Álcool / Alcoolismo
e) Rodovia / Rodoviário

9) FGV/Analista Legislativo/SEN/Apoio Técnico e


Administrativo/Tradução e Interpretação/2008
Constituição à brasileira
Vinte anos. Congresso superlotado, emoção quase palpável, o presidente
da Constituinte, deputado Ulysses Guimarães, 71, muito à vontade, no auge da
glória, expressão de felicidade no rosto altivo, termina vigoroso discurso. De pé,
ergue os longos braços para exibir um livro de 292 páginas, capa verde-
amarela, 245 artigos e 70 disposições transitórias, que chama de Constituição
Cidadã, porque acha que recuperará como cidadãos milhões de brasileiros.
"Mudar para vencer! Muda, Brasil!", grita entusiasmado.
Foram 20 meses de muito poder, palco iluminado, pressão, choques,
trabalho extenuante, abertura à participação popular. Esperava muito da Carta,
seu maior feito. E também a Presidência da República.
De outubro a dezembro de 1988, em ambiente nacional de sinistrose e
medo de hiperinflação, funcionou o chamado "pacto social", reunindo governo,

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empresários, trabalhadores e, no fim, políticos. Espaço de diálogo e negociação.


Deu certo. Os entendimentos foram essenciais para amenizar o impacto inicial
da Constituição.
A convocação da Assembléia Nacional Constituinte ganhara força na reta
final da ditadura. Tancredo Neves, candidato a presidente, prometera fazê-lo.
Hábil, usava o compromisso para se desvencilhar de questões embaraçosas.
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Seu eventual mandato seria de quatro, cinco ou seis anos? "Será o que a
Constituinte fixar." Um dia, na intimidade, perguntei: "Seis anos, doutor
Tancredo?". "Muito", respondeu. "Quatro?". "Pouco." Indispensável, mas
também fonte de instabilidade, a Constituinte podia quase tudo. Quando foi
instalada, fevereiro de 1987, o presidente Sarney me disse que, apesar de tema
conjuntural, a duração de seu mandato ocuparia o centro das atenções. Tinha
certeza de que iam politizar o assunto. Coisas da política, do poder e da paixão.
Havia forte enxame de moscas azuis no Congresso Nacional, muitos
presidenciáveis. Difícil governar com inflação alta, economia em baixa e um
suprapoder em cima.
No Palácio do Planalto, inesgotável romaria de parlamentares, parte de
nariz empinado, salto 15 ou mais, exalando poder e importância.
Cópia registrada para (CPF: )

A questão do mandato realmente pegou fogo. Em 15/11/1987, um


domingo, a Comissão de Sistematização votou quatro anos para Sarney. A terra
tremeu no Plano Piloto. Final da manhã, telefonema do general Ivan de Souza
Mendes, ministro-chefe do SNI. Está ansioso e preocupado. Pede que eu vá
depressa ao Palácio da Alvorada, residência presidencial.
Meia hora depois, encontro lá o presidente Sarney, os ministros militares
e muitos civis. Dia tenso, perigoso. Grande atividade, agitação, nervosismo. O
presidente ouvia muito e falava pouco. Aguentou firme. Não arredou pé do
compromisso democrático. Começo da noite, li nota à imprensa, em que ele
reafirmava o respeito a todas as decisões que viessem a ser adotadas pela
Constituinte. Inclusive eleições em 1988.
No final do processo, acirrada disputa da duração do mandato e do
sistema de governo. Deu presidencialismo e cinco anos. Mas a alma
parlamentarista ficou, como mostra, por exemplo, o instituto das medidas
provisórias, inspirado no parlamentarismo italiano. Abundante remessa de
matérias polêmicas para a legislação infraconstitucional permitiu aprovar o texto
definitivo em 23/9/1988. Conforme pesquisa do jurista Saulo Ramos, precisava
de 289 leis de concreção, sendo 41 complementares.
A nova Carta serviu bem ao país? Críticos dizem que é irrealista, rica em
contradições e ambiguidades, economicamente desequilibrada e anacrônica,
excessiva em matérias e detalhamentos, mas repleta de lacunas. Que provocou
o maior desastre fiscal da história brasileira, induzindo a disparada do déficit
público, da dívida interna e da carga tributária.

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Afirmam que as imperfeições sufocaram o Congresso. Citam o advento


de 56 emendas, 69 leis complementares, além de milhares de propostas de
emenda rejeitadas ou em tramitação.
Também exuberante demanda de interpretações ao STF e implacável
bombardeio de medidas provisórias.
Aspas para Sarney: "Logo, logo se viu que a Constituição Cidadã criava
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mais direitos que obrigações, mais despesas que fontes de recursos. Um dos
efeitos danosos foi a necessidade de emendá-la continuamente. A cada emenda,
o governo se torna refém da parte menos nobre do Congresso."
Ela fez bem à nação? Politicamente, sim. Completou a transição, é
profundamente democrática, assegurou o Estado de Direito. Tem muitas
virtudes. A mais abrangente de todas, trouxe avanços notáveis em campos
como o dos direitos e das garantias individuais, liberdades públicas, meio
ambiente, fortalecimento do Ministério Público, regras de administração pública,
planejamento e Orçamento, nas cláusulas pétreas.
Seu coração, feito de democracia, de cidadania e de esperança, não
perdeu a identidade.
Cópia registrada para (CPF: )

(Ronaldo Costa Couto. Folha de São Paulo, 7 de outubro de 2008.)

Assinale a alternativa em que se tenha correta passagem para o plural da forma


capa verde-amarela, alterando-se a cor.
a) capas cinzas-chumbo
b) capas amarelo-canários
c) capas cinza-claro
d) capas rosa-claras
e) capas azuis-bebês

10) FCC/Analista Jud./TRF-2/Apoio Especializado/


Taquigrafia/2012
Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.
Em "Antropologia do Ponto de Vista Pragmático", o filósofo Immanuel
Kant apresenta suas considerações a respeito do caráter dos povos. Lá
encontramos páginas sobre os ingleses, alemães, franceses, espanhóis, turcos,
entre outras nacionalidades.
Mas há nisso tudo um detalhe intrigante. Kant nunca saíra de sua cidade,
Köninsberg (hoje, Kaliningrado). Não por outra razão, as tais páginas são um
conjunto bisonho de lugares-comuns.

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Esta pequena anedota diz muito a respeito de uma certa maneira de


pensar que consiste em acreditar que a experiência nunca fornecerá nada capaz
de reorientar uma ideia clara. O acesso à experiência acumulada em livros e
relatos já forneceria o embate necessário para nos orientarmos no pensamento.
Qualquer coisa que eu, enquanto particularidade, experimente seria
parcial, limitado e restrito a um contexto. Por essa razão, seu valor seria muito
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frágil.
Quase 200 anos depois, outro filósofo, Michel Foucault, resolveu fazer um
caminho inverso. "Há muitos acontecimentos do mundo que forçam o
pensamento a se reorientar", dirá Foucault. "Devemos ir lá onde tais
acontecimentos estão."
E com tal ideia na cabeça, o filósofo francês foi ao Irã acompanhar de
perto a revolução que acabou por levar o aiatolá Khomeini ao poder. Vários
artigos seus sobre tal processo apareceram no jornal "Corriere dela Sera".
As análises de Foucault não passaram à posteridade como o melhor
exemplo de acuidade. De fato, ele compreendeu posteriormente os riscos nos
quais a revolução tinha entrado, mas espera-se de um filósofo que ele consiga
apreender os riscos antes deles estarem evidentes a todos.
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Se a força da ideia, assim como a crença de que não há nada de novo


sob o sol, pode nos cegar, o mesmo vale para o entusiasmo pelo acontecimento.
Entre estes dois polos, encontramos uma peculiar afirmação feita por um
terceiro filósofo, Theodor Adorno. Logo após a audição de uma peça de John
Cage, "Concerto para Piano", Adorno volta para casa e escreve: "Eu não sei
exatamente o que pensar".
Diante de um acontecimento tal como a obra de Cage, Adorno reconhecia
que o melhor a fazer era dizer: "Eu não sei o que isto significa, só sei que
precisarei de tempo para o pensamento voltar a se orientar". Abdicar deste
tempo devido ao medo diante da angústia da indecisão seria o pior de todos os
erros.
Este é o erro que cometemos com mais facilidade. Ele é o que mais fere.
Às vezes, a indecisão prolongada é o tempo que o pensamento exige para se
reconstruir diante dos acontecimentos.
(Wladimir Safatle. "Ideias e acontecimentos". Folha de S. Paulo, opinião, 3/1/2012, p.2)

Flexiona-se de maneira idêntica a lugares-comuns a palavra


a) ave-maria.
b) amor-perfeito.
c) salário-maternidade.
d) alto-falante.

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e) bate-boca.

11) FCC/Prof B/SEDU ES/Arte/2016


Medo da eternidade
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.
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Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em
Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou
bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar:
com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola
me explicou:
− Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida
inteira.
− Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.
− Não acaba nunca, e pronto.
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Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de


príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o
elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu
que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para
chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-
rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual
eu já começara a me dar conta.
Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.
− E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que
certamente deveria haver.
− Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar
o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você
perca, eu já perdi vários.
Perder a eternidade? Nunca.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda
perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
− Acabou-se o docinho. E agora?
− Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha
na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha
que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita.
Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna

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me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade


ou de infinito.
Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava
era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de
o chicle mastigado cair no chão de areia.
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− Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora


não posso mastigar mais! A bala acabou!
− Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às
vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no
sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e
esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da
mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.
Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
06 de junho de 1970
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(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro:


Rocco, 1999, p.289-91)

Um dos elementos mais importantes na organização do texto de Clarice


Lispector é o advérbio de tempo, como o que se encontra grifado em:
I. Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. (1º
parágrafo)
II. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando
possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. (7º
parágrafo)
III. – E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que
certamente deveria haver. (9º parágrafo)
IV. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. (16º parágrafo)
Atende ao enunciado APENAS o que consta de
a) I, II e IV.
b) II e IV.
c) II e III.
d) I e III.
e) I, III e IV.

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12) FCC/Vic Dir/Pref Campinas/2016


Pequenas injustiças no calor da hora
Nestes dias tumultuados de incerteza política que estamos vivendo, há outras
incertezas de menor visibilidade, que vêm de longe, e fazem parte de um
sistema articulado de crise social e de decadência de que anomalias de agora
são apenas parte do problema. Os sociólogos definem situações desse tipo como
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estados de anomia, caracterizados pela perda da eficácia dos valores e das


regras sociais que tornam a vida em sociedade possível. O Brasil,
aparentemente, está ultrapassando o limite dessa segurança coletiva. Alguns
episódios recentes são indicativos do que está acontecendo.
Alunos do curso de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
em Porto Alegre, a que se juntou um da Pontifícia Universidade Católica,
segundo as notícias, na noite do último dia 19, diante da residência estudantil,
agrediram a socos e pontapés um estudante do Curso de Veterinária, Nerlei
Fidelis, de 31 anos, que estava acompanhado de um sobrinho. Da nação
Caingangue, ele é um dos 76 alunos indígenas que ingressaram na Universidade
através do vestibular especial ali implantado.
(...). Os agressores incriminaram em Nerlei o fato de ser índio, e deram início a
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agressão com a pergunta “o que esses índios estão fazendo aí?”


Os preconceitos de vários tipos, no Brasil, raciais, sociais, religiosos, de gênero
e outros estão fundados no pressuposto de que cada um é livre e tem direitos
nos limites do espaço a ele ou ela destinado. Não se trata, portanto, apenas de
racismo, palavra que escamoteia um conjunto grande de preconceitos. Trata-se
de uma concepção remotamente fundada no preconceito de casta ou no
preconceito estamental, próprio de uma sociedade baseada no pressuposto de
que as pessoas nascem e morrem socialmente desiguais.
O Brasil sempre foi um país intolerante e, de vários modos, autoritário.
Construímos um conjunto de disfarces formais e meramente rituais para
enfrentar o desconforto da intolerância e das injustiças que dela decorrem. Mas,
nos momentos de crise e de tensão sociais, os disfarces derretem-se sob o calor
da hora e ficamos nus diante do espelho. Nunca conseguimos construir uma
verdadeira identidade social. No papel, sim, mas, na vida, não. Com facilidade
tendemos ao corporativismo e são muitos os que se fecham numa identidade
restrita, sobreposta ao que deveria ser a identidade de todos, a da Pátria.
(Adaptado de: MARTINS, José de Souza. Pequenas injustiças no calor da hora.
In: O ESTADO DE S. PAULO. Aliás, E2, Domingo, 3 de abril de 2016.)

No segundo parágrafo, considerando o referente da expressão Da nação


Caingangue, a preposição “de” em contração com o artigo “a” (da) introduz a
ideia de
a) procedência.

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b) autoria.
c) tempo.
d) oposição.
e) companhia.
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13) FCC/Ana Amb/SEMA MA/Biólogo/2016


COP-21 já foi. E agora, o que virá?
O Acordo do Clima aprovado em Paris em dezembro de 2015 não resolve o
problema do aquecimento global, apenas cria um ambiente político mais
favorável à tomada de decisão para que os objetivos assinalados formalmente
por 196 países sejam alcançados.
Como todo marco regulatório, o acordo estabelece apenas as condições para
que algo aconteça, e, nesse caso, não há sequer prazos ou metas. As propostas
apresentadas voluntariamente pelos países passam a ser consideradas “metas”
que serão reavaliadas a cada 5 anos, embora a soma dessas propostas não
elimine hoje o risco de enfrentarmos os piores cenários climáticos com a
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iminente elevação média de temperatura acima de 2º C.


Sendo assim, o que precisa ser feito para que o Acordo de Paris faça alguma
diferença para a humanidade? A 21ª Conferência do Clima (COP-21) sinaliza um
caminho. Para segui-lo, é preciso realizar muito mais − e melhor − do que tem
sido feito até agora. A quantidade de moléculas de CO2 na atmosfera já
ultrapassou as 400 ppm (partes por milhão), indicador que confirmaria −
segundo o Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPC) da ONU − a
progressão rápida da temperatura acima dos 2 °C.
A decisão mais urgente deveria ser a eliminação gradual dos U$ 700 bilhões
anuais em subsídios para os combustíveis fósseis.
Sem essa medida, como imaginar que a nossa atual dependência de petróleo,
carvão e gás (75% da energia do mundo é suja se modifique no curto prazo?
Para piorar a situação, apesar dos investimentos crescentes que acontecem
mundo afora em fontes limpas e renováveis de energia (solar, eólica, biomassa,
etc.), nada sugere, pelo andar da carruagem, que testemunhemos a inflexão da
curva de emissões de gases estufa. Segundo a vice-presidente do IPCC, a
climatologista brasileira Thelma Krug, a queima de combustíveis fósseis segue
em alta e não há indícios de que isso se modifique tão cedo.
Como promover tamanho freio de arrumação em um planeta tão acostumado a
emitir gases estufa sem um novo projeto educacional? Desde cedo a garotada
precisa entender o gigantesco desafio civilizatório embutido no combate ao
aquecimento global.

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O Acordo do Clima é certamente um dos maiores e mais importantes da história


da diplomacia mundial. Mas não nos iludamos.
Tal como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada pela ONU em
1948), o Acordo sinaliza rumo e perspectiva, aponta o que é o certo, e se
apresenta como um compromisso coletivo. Tornar o Acordo realidade exige
atitude. Diária e obstinada.
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(Adaptado de: TRIGUEIRO, André. http://g1.globo.com/natureza/blog/mundo-


sustentavel/2.html)

Ao relacionar os segmentos destacados, o vocábulo “para” expressa sentido de


“em proveito de” na seguinte passagem do texto:
a) o acordo estabelece apenas as condições para que algo aconteça (2º
parágrafo)
b) o Acordo de Paris faça alguma diferença para a humanidade? (3º parágrafo)
c) Para segui-lo, é preciso realizar muito mais (3º parágrafo)
d) um ambiente político mais favorável à tomada de decisão para que os
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objetivos [...] sejam alcançados. (1º parágrafo)


e) Para piorar a situação, [...] nada sugere [...] que testemunhemos a inflexão
da curva de emissões de gases estufa. (5º parágrafo)

14) CESPE/AUFC/TCU/Controle Externo/Auditoria


Governamental/2015

Com os avanços das tecnologias informáticas, atividades como ir ao banco,


assistir a filmes, fazer compras, acompanhar processos judiciais, estudar a
distância e solicitar serviços passaram a ser realizadas até mesmo a partir de
um simples smartphone. A tecnologia alterou a noção de tempo, distância e
espaço e produziu grandes impactos que afetam a forma com que cada um se
relaciona, trabalha, produz, se comunica e se diverte. Não é à toa que,
paralelamente ao mundo real, há um mundo representado virtualmente — o
denominado ciberespaço — com código e linguagem próprios, mas que se inter-
relaciona — e muito — com o mundo real. Hoje, essa relação de
interdependência entre os mundos real e virtual é tão forte que se torna difícil
pensar na existência de um sem o outro. A administração pública também está
cada vez mais imersa nesse mundo. Tanto que o uso da tecnologia tem
permitido a expansão e a melhoria dos serviços oferecidos à sociedade e
alterado a forma como o governo trabalha e se relaciona com o público.

Inovação tecnológica, dados abertos e big data: um novo momento para o


exercício do controle social. In: Revista do Tribunal de Contas da União, ano
46, n.º 131, set.–dez./2014, p. 9. Internet:
<http://portal2.tcu.gov.br>(comadaptações).

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Considerando as ideias e as estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item


a seguir.

Na linha 5, a alteração na posição do adjetivo “simples” em relação a


“smartphone” — escrevendo-se smartphone simples — não prejudica a correção
gramatical nem altera o sentido do texto.

Certo
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Errado

15) FGV/ACI/SEFAZ-RJ/2011
Cidadania e Responsabilidade Social do Contador como agente da
conscientização tributária das empresas e da sociedade
Entende-se que a arrecadação incidente sobre os diversos(e) setores
produtivos é necessária para a manutenção da máquina governamental, para a
sustentação do Estado em suas atribuições sociais e para aplicação na melhoria
da qualidade de vida da população. É imprescindível que a tributação seja
suportável e mais bem distribuída e que contribuam com justiça e se beneficiem
Cópia registrada para (CPF: )

dessa contribuição.
A conjuntura atual exige maior qualificação em todas as áreas do
conhecimento; assim, a profissão contábil deve despertar para a
conscientização tributária. Conceitos como parceria e corresponsabilidade no
sistema tributário somente podem ser efetivados se a sociedade como um todo
estiver mais esclarecida e comprometida. Apresentar alguns(b) fatores como a
falta de conscientização tributária e participação cidadã pode representar um
alerta, mas não é o suficiente(a).
Ao analisar o progresso da humanidade, percebe-se que o
desenvolvimento social e econômico foi possível porque o homem sistematizou
formas de organização entre os povos. A necessidade de organização fez com
que o Estado se tornasse o elemento direcionador desse processo. E, como
forma de se autofinanciar, criou o tributo a fim de possibilitar as condições
mínimas de sobrevivência para a sociedade civil. E, como partícipe e ponto
referencial de controle, exatidão e confiança, surgiu o profissional contábil.
O contador aqui citado na forma masculina sem querer suscitar questões
de gênero não pode mais ser visto como o profissional dos números, e sim um
profissional que agrega valor, espírito investigativo, consciência crítica e
sensibilidade ética. Se a atual conjuntura exige maior qualificação profissional,
o conhecimento contábil deve transcender o processo específico e visualizar
questões globais pertinentes ao novo mundo do trabalho, que exige criatividade,
perfil de empreender e habilidade de aprender, principalmente nas relações
sociais.

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Sendo assim, alguns conceitos tornam-se essenciais para estabelecer a


relação entre Estado, sociedade, empresa e o contador. O Estado tem por
missão suprir as necessidades básicas da população; assim, sua eficiência e
transparência tornam-se mister do processo.
Entre a sociedade, a empresa e o Estado, está o profissional contábil,
que, por sua(c) vez, é o elo entre Fisco e contribuinte. É de fundamental
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importância que esse profissional aprimore seu entendimento tributário,


percebendo sua necessidade. Ratifica-se, assim, o conceito de que a
conscientização tributária pode representar um ponto de partida para a
formação cidadã como uma das formas eficazes de atender às demandas
sociais, com maior controle sobre a coisa pública.
É dever do Estado manter as necessidades básicas da população; e, para
isso, são impostas obrigações. Os contribuintes, porém, não possuem apenas
deveres, mas também plenos direitos.
Se o Fisco aqui referenciando-se o estadual é por demais significativo
para o funcionamento da máquina administrativa, sua eficiência e transparência
tornam-se mister do processo. Nesse sentido, se a evasão tributária é uma
doença social, seu combate ou tratamento não pode ficar restrito aos seus
Cópia registrada para (CPF: )

agentes; é necessário o envolvimento de toda a sociedade. Entretanto,


interesses diversos sempre deixaram a sociedade à margem do processo, como
se ela não precisasse participar de forma efetiva das decisões econômicas e, em
contrapartida, contribuir de forma direta e irrestrita para a própria(d)
sustentação.
(...)
(Merlo, Roberto Aurélio; Pertuzatti, Elizandra. Disponível em
<www.rep.educacaofiscal.com.br/material/fisco_contador.pdf>. Com adaptações)

Assinale a palavra que, no texto, NÃO desempenhe papel adjetivo.


a) suficiente
b) alguns
c) sua
d) própria
e) diversos

16) CONSULPLAN/Analista Judiciário/TRE-SC/Apoio


Especializado/Engenharia/2008
O homem – gravador
Dizer que ele era louco por música é pouco. Lionel Mapleson era filho do
secretário musical da rainha Vitória, sobrinho de um dos maiores empresários

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ingleses de óperas e já havia estudado canto e violino. Mas só sossegou quando


conseguiu, aos 25 anos, virar bibliotecário do Metropolitan Opera de Nova York,
desde aquela época a maior casa americana de espetáculos de música erudita.
Nascido na Inglaterra e radicado dos EUA, Mapleson era amigo pessoal
de Thomas Edison, de quem adquiriu um fonógrafo. Naquele ano de 1900, esse
aparelho enorme, com cilindros de cera em vez de discos e um cornetão do
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tamanho de uma pessoa, era o que havia de mais moderno em termos de


gravação e reprodução de som.
Fascinado com seu novo brinquedinho, Mapleson teve uma idéia genial:
gravar as apresentações de ópera do Metropolitan para colecioná-las e ouvi-las
quando quisesse. Até então, ninguém tinha tido a sacada de gravar shows ao
vivo. Mesmo porque, como já foi possível perceber, aquele gravadorzinho do
começo do século 20 estava longe de ser um aparelho de bolso. Só mesmo com
muita influência para convencer os administradores da casa a colocar o
trambolho dentro do ponto – um buraco na beira do palco de onde auxiliares
sopravam o texto da ária para os cantores. Mas, como prejudicava a visão, o
fonógrafo foi gongado pela platéia. O jeito foi levá-lo para a coxia, o que justifica
a péssima qualidade das gravações: “É como ouvir concerto num camarim cheio
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de gente através de uma porta que fica abrindo e fechando”, definiu um amigo.
Por 4 anos, Mapleson gravou centenas de cilindros de dois minutos, entre
eles os únicos registros de óperas cantadas por Jean de Reszke, o maior tenor
do mundo até aparecer Caruso. Também são dele as primeiras gravações de
hits eruditos como a ária Ritorna Vincitor da ópera Aída, de Verdi, e o Coro dos
Soldados, do Fausto de Gounod. Mas a festa acabou quando grandes
gravadoras, pegando carona na idéia de Mapleson, fecharam contratos para
registrar os recitais. Delicadamente, o Metropolitan pediu que ele levasse seu
brinquedinho de volta para casa. E Mapleson voltou ao anonimato. Até tentou
negociar com gravadoras londrinas para ter seus
cilindros transformados em discos. Mas isso só aconteceu no final de sua vida,
quando as gravações foram redescobertas por colecionadores e acabaram
reeditadas em elepês.
Mapleson morreu aos 72 anos, ainda como bibliotecário do teatro, sem
imaginar que os frutos da sua inocente idéia traria muita alegria aos fãs de
música erudita e inspiraria a maior dor de cabeça da indústria fonográfica: a
pirataria.
(Texto Ayrton Mugnaini Jr.Revista “ Superinteressante”. Julho/2008 p. 54.)

A frase que NÃO apresenta qualquer exemplo de comparativo ou superlativo é:


a) “... e já havia estudado canto e violino.”
b) “... desde aquela época a maior casa americana...”
c) “... havia de mais moderno em termos de gravação...”

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d) “... por Jean Reszke, o maior tenor de óperas cantadas do mundo...”


e) “... e inspiraria a maior dor de cabeça da indústria...”

17) FGV/Técnico Legislativo/SEN/Polícia Legislativa/Policial


Legislativo Federal/2008
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Maldades contra Machado


Entre os terríveis efeitos da crise econômica global está o de prejudicar
as festividades relativas ao centenário da morte de Machado de Assis, ocorrido
na segunda-feira 29 de setembro, quando os mercados desabaram no mundo
inteiro.
Não é a primeira vez, nem a segunda, que Machado de Assis se vê
atropelado pelos eventos da economia.
A primeira humilhação mais fundamental teve a ver com o patrimônio
que deixou para seus herdeiros. Em julho de 1898, temendo por sua saúde,
escreveu um testamento, deixando para Carolina, sua esposa, entre outros
bens, 7.000 contos em títulos da dívida pública do empréstimo nacional de
Cópia registrada para (CPF: )

1895. Esses títulos entraram em moratória pouco antes da data desse


testamento.
Em 1906, com a morte de Carolina, Machado escreveu um novo
testamento, declarando possuir não mais 7, mas 12 apólices do empréstimo de
1895, ou seja, as sete originais mais títulos novos que recebeu pelos juros e
principal não pagos.
A moratória perdurou até 1910, quando a nova herdeira, a menina Laura,
filha de sua sobrinha, começou a receber juros. Em 1914, uma nova moratória
interrompe os pagamentos até 1927, e novamente em 1931. Depois de alguns
pagamentos em 1934, veio um "calote" completo em 1937. Nos 40 anos entre
1895 e 1935, menos de 18% do empréstimo foi amortizado, e os juros foram
pagos apenas em 12 anos.
O Estado a que Machado serviu e honrou ao longo de sua vida devastou-
lhe a herança, a pecuniária ao menos, com essa sucessão de "calotes". E, a
partir de 1943, quando os pagamentos foram retomados, a inflação funcionou
como uma crueldade superveniente, pois os títulos não tinham correção
monetária.
Como se não bastasse a desfeita, ou para tentar uma compensação, em
1987, resolvemos homenagear Machado de Assis em uma cédula de mil
cruzados. A cédula foi colocada em circulação em 29 de setembro de 1987,
exatos 79 anos da morte do escritor, e nesse dia valia pouco menos de US$ 20.
Em 16 de janeiro de 1989, em conseqüência do Plano Verão e da
mudança do padrão monetário, Machado recebe um vergonhoso carimbo
triangular cortando-lhe três zeros: a cédula agora correspondia a um cruzado

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novo, que nascia valendo cerca de US$ 1, conforme a cotação oficial. No


"paralelo" valia bem menos.
Em 31 de outubro de 1990, depois de três anos de militância, a cédula
com Machado deixa de circular por valer menos de um centavo de dólar.
Só se pode imaginar o que Machado diria disso tudo.
(Gustavo Franco. Folha de São Paulo, 4 de outubro de 2008.)
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Assinale a alternativa em que se encontre um advérbio.


a) terríveis
b) partir
c) menos
d) mais
e) inteiro

18) FGV/Técnico Legislativo/SEN/Policial Legislativo


Cópia registrada para (CPF: )

Federal/2008
A palavra centenário corresponde a cem anos.
Assinale a alternativa em que não tenha havido correta associação da noção
temporal à palavra indicada.
a) 400 anos quadringentenário
b) 400 anos quadricentenário
c) 600 anos sesquicentenário - 150anos
d) 150 anos tricinqüentenário
e) 7 anos septenário

19) FGV/AFRE/SEFAZ RJ/2011


Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica
No Brasil, embora exista desde 1988 o permissivo constitucional para
responsabilização penal das pessoas jurídicas em casos de crimes ambientais
(artigo 225, parágrafo 3º), é certo que a adoção, na prática, dessa possibilidade
vem se dando de forma bastante(b) tímida, muito em razão das inúmeras
deficiências de técnica legislativa encontradas na Lei 9.605, de 1998, que a
tornam quase que inaplicável neste âmbito.
A partir de uma perspectiva que tem como ponto de partida os debates
travados no âmbito doutrinário nacional, insuflados pelos também acalorados
debates em plano internacional sobre o tema e pela crescente aceitação da

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possibilidade da responsabilização penal da pessoa jurídica em legislações de


países de importância central na atividade econômica globalizada, é possível
vislumbrar que, em breve, discussões sobre a ampliação legal do rol das
possibilidades desse tipo de responsabilização penal ganhem cada vez mais(a)
espaço no Brasil.
É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das empresas
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principalmente, as transnacionais, decorrerá também de ajustamentos de


postura administrativa decorrentes da adoção de critérios de responsabilização
penal da pessoa jurídica em seus países de origem. Tais mudanças,
inevitavelmente, terão que abranger as práticas administrativas de suas
congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar respingos de
responsabilização em sua matriz.
Na Espanha, por exemplo, a recentíssima reforma do Código Penal que
atende diretivas da União Europeia sobre o tema trouxe, no artigo 31 bis, não
só a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica (por delitos que
sejam cometidos no exercício de suas atividades sociais, ou por conta, nome,
ou em proveito delas), mas também estabelece regras de como essa
responsabilização será aferida nos casos concretos (ela será aplicável [...], em
Cópia registrada para (CPF: )

função da inoperância de controles empresariais, sobre atividades


desempenhadas pelas pessoas físicas que as dirigem ou que agem em seu
nome). A vigência na nova norma penal já trouxe efeitos práticos no cotidiano
acadêmico e empresarial, pois abundam, naquele país, ciclos de debates acerca
dos instrumentos de controle da administração empresarial, promovidos por
empresas que pretendem implementar, o quanto antes(e), práticas
administrativas voltadas à prevenção de qualquer tipo de responsabilidade
penal.
Dessa realidade legal e da tendência político-criminal que dela se pode
inferir, ganham importância, no espectro de preocupação não só(d) das
empresas estrangeiras situadas no Brasil, mas também das próprias empresas
nacionais, as práticas de criminal compliance.
Tem-se, grosso modo, por compliance a submissão ou a obediência a
diversas obrigações impostas às empresas privadas, por meio da
implementação de políticas e procedimentos gerenciais adequados, com a
finalidade de detectar e gerir os riscos da atividade da empresa.
Na atualidade, o direito penal tem assumido uma função muito próxima
do direito administrativo, isto é, vêm-se incriminando, cada vez mais, os
descumprimentos das normas regulatórias estatais, como forma de reforçar a
necessidade de prevenção de riscos a bens juridicamente tutelados. Muitas
vezes, o mero descumprimento doloso dessas normas e diretivas
administrativas estatais pode conduzir à responsabilização penal de funcionários
ou dirigentes da empresa, ou mesmo à própria responsabilização da pessoa
jurídica, quando houver previsão legal para tanto.

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Assim sendo, criminal compliance pode ser compreendido como prática


sistemática de controles internos com vistas a dar cumprimento às normas e
deveres ínsitos a cada atividade econômica, objetivando prevenir possibilidades
de responsabilização penal decorrente da prática dos atos normais de gestão
empresarial.
No Brasil, por exemplo, existem regras de criminal compliance previstas
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na Lei dos Crimes de Lavagem de Dinheiro Lei 9.613, de 3 de março de 1998


que sujeitam as pessoas físicas e jurídicas que tenham como atividade principal
ou acessória a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros,
compra e venda de moeda estrangeira ou ouro ou títulos ou valores mobiliários,
à obrigação de comunicar aos órgãos oficiais sobre as operações tidas como
"suspeitas", sob pena de serem responsabilizadas penal(c) e
administrativamente.
Porém, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros,
assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam
sujeitas às normas de seus países de origem, não tardará para que as práticas
que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros
segmentos da economia. Trata-se, portanto, de um assunto de relevante
Cópia registrada para (CPF: )

interesse para as empresas nacionais e estrangeiras que atuam no Brasil, bem


como para os profissionais especializados na área criminal, que atuarão cada
vez mais veementemente na prevenção dos riscos da empresa. (...)
(Leandro Sarcedo e Jonathan Ariel Raicher. In: Valor Econômico. 29/03/2011 com adaptações)

Assinale a palavra que, no texto, NÃO tenha valor adverbial.


a) mais
b) bastante
c) penal
d) só
e) antes

20) FGV/AP/TCE-BA/2014
Desenvolvimento Urbano
As cidades representam o duplo desafio com o qual a União Europeia se
depara atualmente: aumentar a competitividade satisfazendo simultaneamente
determinados requisitos de ordem social e ambiental.
As cidades são os centros da atividade econômica da Europa, assim como
da inovação e do emprego. Mas também elas se debatem com uma série de
problemas, nomeadamente, a tendência para a suburbanização, a concentração
da pobreza e do desemprego em zonas urbanas e os problemas resultantes de

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um crescente congestionamento. Problemas tão complexos como esses


requerem imediatamente respostas integradas a nível dos transportes, da
habitação, da formação e do emprego, bem como respostas adaptadas às
necessidades locais. As políticas regional e de coesão europeias têm como
objetivo fazer face a estes desafios.
Foram afetados cerca de 21,1 mil milhões de euros ao desenvolvimento
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urbano para o período entre 2007 e 2013, o que representa 6,1% do orçamento
total da política de coesão europeia. Desse montante, 3,4 mil milhões de euros
destinam‐se à reabilitação de sítios industriais e terrenos contaminados, 9,8 mil
milhões de euros a projetos de regeneração urbana e rural, 7 mil milhões de
euros a transportes urbanos limpos e 917 milhões de euros à habitação. Outros
investimentos em infraestrutura nos domínios da investigação e da inovação,
dos transportes, do ambiente, da educação, da saúde e da cultura têm também
um impacto significativo nas cidades.
(Comissão Europeia)

Os advérbios terminados pelo sufixo –mente são formados a partir da forma


feminina dos adjetivos; no texto aparecem quatro desses advérbios:
Cópia registrada para (CPF: )

atualmente, simultaneamente, nomeadamente e imediatamente.


São exemplos visíveis da formação citada:
a) atualmente, simultaneamente e imediatamente.
b) apenas nomeadamente e simultaneamente.
c) apenas nomeadamente e imediatamente.
d) todos os quatro advérbios.
e) apenas simultaneamente, nomeadamente e imediatamente.

21) CESPE/AA/ICMBio/2014

De acordo com uma lista da International Union for the Conservation of Nature,
o Brasil é o país com o maior número de espécies de aves ameaçadas de
extinção, com um total de 123 espécies sofrendo risco real de desaparecer da
natureza em um futuro não tão distante. A Mata Atlântica concentra cerca de
80% de todas as aves ameaçadas no país, fato que resulta de muitos anos de
exploração e desmatamentos. Atualmente, restam apenas cerca de 10% da
floresta original, não sendo homogênea essa proporção de floresta
remanescente ao longo de toda a Mata Atlântica. A situação é mais séria na
região Nordeste, especialmente nos estados de Alagoas e Pernambuco, onde a
maior parte da floresta original foi substituída por plantações de cana-de-
açúcar. É nessa região que ainda podem ser encontrados os últimos exemplares
das aves mais raras em todo o país, como o criticamente ameaçado limpa-folha-
do-nordeste (Philydor novaesi). Essa pequena ave de dezoito centímetros vive

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no estrato médio e dossel de florestas bem conservadas e ricas em bromélias,


onde procura artrópodes dos quais se alimenta. Atualmente, as duas únicas
localidades onde a espécie pode ser encontrada são a Estação Ecológica de
Murici, em Alagoas, e a Serra do Urubu, em Pernambuco.

Pedro F. Develey et al. O Brasil e suas aves. In: Scientific American Brasil,
2013 (com adaptações).
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Julgue o item seguinte, relativo às ideias e aos aspectos estruturais do texto


acima.

Nas sequências “toda a Mata Atlântica” e “todo o país”, os artigos definidos “a”
e “o” são opcionais, podendo ser suprimidos sem que haja prejuízo à correção
gramatical e à significação dos períodos de que fazem parte..

Certo

Errado

22) FGV/ACI/SEFAZ-RJ/2011
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(Rodrigo Zoom. http://tirasnacionais.blogspot.com)

Na fala da mãe, há
a) um artigo.
b) dois artigos.
c) três artigos.

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d) cinco artigos.
e) quatro artigos.

23) FGV/ACI/SEFAZ-RJ/2011
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Em relação à expressão Putz!, enunciada pelo menino, analise as afirmativas a


seguir:
I. Constitui exemplo de palavra formada por onomatopeia.
II. Classifica-se como interjeição.
III. É exemplo de estrangeirismo.
Assinale
a) se apenas a afirmativa III estiver correta.
b) se apenas a afirmativa I estiver correta.
c) se todas as afirmativas estiverem corretas.
d) se apenas a afirmativa II estiver correta.
e) se nenhuma afirmativa estiver correta.

24) FGV/Analista Legislativo/SEN/Apoio Técnico e


Administrativo/Tradução e Interpretação/2008

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No texto, puts grila pode ser classificado como:


a) advérbio.
b) adjetivo.
c) interjeição.
d) conjunção.
e) substantivo.

25) CESPE/Auditor/TCE ES/2012

O Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que tribunais regionais do


trabalho utilizaram indexadores de correção monetária e juros diferentes dos
previstos na legislação para pagamentos de passivos a servidores e juízes. O
Conselho Superior da Justiça do Trabalho, instância de supervisão
administrativa dos tribunais trabalhistas, provocado pelo TCU, recalculou o
montante devido desses passivos, reduzindo o valor de R$ 2,4 bilhões para R$
1,2 bilhão, aproximadamente.

De acordo com o relatório, o valor total de R$ 1,5 bilhão já foi pago em duas
parcelas (2010 e 2011). Unidade técnica do TCU vai monitorar as providências

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adotadas pelos órgãos responsáveis para a recomposição aos cofres públicos


dos valores pagos indevidamente.

No relatório, identificou-se que os erros cometidos na quantificação e no registro


dos passivos de pessoal, em todo o país, se referiam a diferenças da conversão
dos salários de unidade real de valor (URV), a diferenças remuneratórias do
recálculo da parcela autônoma de equivalência e a diferenças no adicional de
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tempo de serviço que deveria ser pago entre janeiro de 2005 e maio de 2006.
O montante não inclui o valor referente ao cálculo do VPNI e a eventuais
compensações nem possíveis valores pagos acima do teto remuneratório
constitucional.

O tribunal deu início à fiscalização em outros tribunais regionais após constatar


passivos indevidos na ordem de aproximadamente R$ 270 milhões em um
desses órgãos do país. Nesse processo, determinou-se a suspensão dos
pagamentos até que os cálculos fossem revistos.

Internet: <http://portal2.tcu.gov.br> (com adaptações).

A partir das ideias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item
subsequente.
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O emprego do plural em “bilhões” e do singular em “bilhão” deve-se à presença


dos numerais “2,4” e “1,2”, respectivamente.

Certo

Errado

26) CESPE/Técnico/MPU/Apoio Técnico e


Administrativo/Segurança Institucional e Transporte/2015

O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do Estado brasileiro e da


democracia. A sua história é marcada por processos que culminaram
consolidando-o como instituição e ampliando sua área de atuação.

No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito lusitano. Não havia o
Ministério Público como instituição. Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e
as Ordenações Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores de justiça,
atribuindo-lhes o papel de fiscalizar a lei e de promover a acusação criminal.
Existiam ainda o cargo de procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa)
e o de procurador da Fazenda (defensor do fisco).

Só no Império, em 1832, com o Código de Processo Penal do Império, iniciou-


se a sistematização das ações do Ministério Público. Na República, o Decreto n.º
848/1890, ao criar e regulamentar a justiça federal, dispôs, em um capítulo,
sobre a estrutura e as atribuições do Ministério Público no âmbito federal.

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Foi na área cível, com a Constituição Federal de 1988, que o Ministério Público
adquiriu novas funções, com destaque para a sua atuação na tutela dos
interesses difusos e coletivos. Isso deu evidência à instituição, tornando-a uma
espécie de ouvidoria da sociedade brasileira.

Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações).


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Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto, julgue o item que se


segue.

O adjetivo “lusitano” diz respeito a português, ou seja, originário de Portugal.

Certo

Errado

27) CESPE/AJ/TST/Judiciária/2008
Texto para o item
Cópia registrada para (CPF: )

Um cenário polêmico é embasado no desencadeamento de um estrondoso


processo de exclusão, diretamente proporcional ao avanço tecnológico, cuja
projeção futura indica que a automação do trabalho exigirá cada vez menos
trabalhadores implicados tanto na produção propriamente dita quanto no
controle da produção. Baseando-se unicamente nessa perspectiva, pode-se
supor que a sociedade tecnológica seria caracterizada por um contexto no qual
o trabalho passaria a ser uma necessidade exclusiva da classe trabalhadora. O
capital, podendo optar por um investimento de porte em automação, em
informática e em tecnologia de ponta, cada vez mais barata e acessível, não
mais teria seu funcionamento embasado exclusivamente na exploração dos
trabalhadores, cada vez mais exigentes quanto ao valor de sua força de
trabalho. Embora não se possa falar de supressão do trabalho assalariado, a
verdade é que a posição do trabalhador se enfraquece, tendo em vista que o
trabalho humano tende a tornar-se cada vez menos necessário para o
funcionamento do sistema produtivo.
Gilberto Lacerda Santos. Formação para o trabalho e alfabetização
informática. In: Linhas Críticas, v. 6, n.º 11, jul/dez, 2000 (com adaptações).

Julgue o seguinte item a respeito das ideias e da organização do texto acima.


Devido às relações de sentido entre as palavras do texto é correta a substituição
do pronome "cuja" pela preposição de para expressar noção de posse entre
"avanço tecnológico" e "projeção futura".
Certo
Errado

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28) FGV/Analista Legislativo/SEN/Comunicação Social,


Eventos e Contatos/Produtor para Revisão de Conteúdos
Jornalísticos/2008
A preposição define a relação entre dois termos da frase e a clareza de uma
afirmação.
Assinale a afirmativa em que as preposições estejam empregadas
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corretamente.
a) O processo de divórcio entre A e B tornou-se mais complexo, já que há
débitos para com a Justiça e muitos beneficiados da morte de seu progenitor.
b) Em comemoração ao aniversário do seu mandato, o político fez carreata a
quatro cidades e pediu proteção aos ameaçados de morte.
c) Optou-se em não censurar ninguém para analisar a questão sobre diversos
aspectos, visto que o prazo de pagar o IPTU já se esgotou.
d) Há muitos protestos contra o plano, uma vez que há dúvidas sobre a sua
eficácia e dificuldades de obter dados concretos para sua execução.
e) A desistência em se candidatar a governador e posterior recusa de concorrer
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para qualquer outro cargo deve-se ao fato de ter sido acusado por envolvimento
no crime de peculato.

29) FGV/ADP/DPE RO/Analista em Redação/2015


Substituindo os segmentos sublinhados por adjetivos formados com a ajuda de
elementos prefixais ou sufixais, a substituição adequada é:
a) Injeções aplicadas sob a pele nem sempre são dolorosas. / sobrecutâneas;
b) Os terrenos entre os rios são valorizados. / interpluviais;
c) A tinta que não pode ser apagada é útil nos documentos. / indelével;
d) A crença na vida após a morte é muito antiga. / imortal;
e) Produtos que podem ser exportados trazem lucro ao país. / pré-
industrializados.

30) FGV/ADP/DPE RO/Analista em Redação/2015


A frase em que está ausente qualquer forma de superlativação é:
a) Aquele senador é rico, rico, rico.
b) O automóvel do vizinho está bem velho.
c) Há grandes fortunas em vastas áreas de terra.
d) Está friozinho aqui!
e) A Giselle está elegantérrima!

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14 - Gabarito

1 E 7 E 13 B A 19 A 25 C
2 D 8 D 14 E E 20 E 26 C
3 B 9 C 15 A E 21 E 27 E
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

4 D 10 B 16 A E 22 E 28 D
5 D 11 D 17 D E 23 D 29 C
6 E 12 A 18 C C 24 C 30 C

15 – Referência Bibliográfica

1. CEGALLA, DOMINGOS PASCHOAL - Novíssima Gramática da Língua


Portuguesa, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 2008.
Cópia registrada para (CPF: )

2. BECHARA, EVANILDO – Moderna Gramática Portuguesa, Nova Fronteira,


Rio de Janeiro, 2009.

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