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Pediatria n3
Aula 1 - VIOLÊNCIA A CRIANÇA
❖ Violência física, psicológica, sexual e por negligência. Além da alienação parenteral (extremamente
comum).
“SIC, segundo a mãe…”Não se afirma nada até porque você NÃO sabe e a partir do momento que você
compra a briga seu CRM está em jogo.
Quem mora na casa dessa criança? Lembrar de sempre ser questionado! A pouca situação que eu suspeito de
violência = INTERNAR sob hipótese de violência. Pede avaliação de instituto social. Informar aos pais de
forma CALMA e CLARA que internaremos e o motivo disso, sendo não necessário mentir/esconder. Que
exames pedir? Que medicamentos receitar e acionar conselho tutelar! Analisar o perfil da criança: o quão
quieta está, apática, tímida.
Uma forma de conseguir pegar mais informações é perguntar a história e daqui a pouco pedir para
relembrar, como é criança, é fácil se confundir. E pode ser esse momento que pegamos no “pulo”.
- Devemos incentivar o acolhimentos dos pais com a criança. Disciplina positiva com a criança! Ensinar
o PORQUÊ. Orientar como dar a papinha, o mamar. Justifica o motivo da negação do porque não
deixo e/ou porque quero que faça determinada coisa.
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Ana Roberta Alice Máximo
Pelo SUS, menor que 18 anos! Tem que ter um acompanhante para o exame físico.
- Levonorgestrel (pílula do dia seguinte), segunda escolha -> MÉTODO DE YUZPE
- Teste de gravidez
- DST
- HIV
- Sorologias → Hepatite B, HIV
- Gravidez (Beta HCG)
Auxiliar sempre sendo contra a violência. Contra a política de “bater para ensinar a não bater”.
Autoprovocada -> Envolve o comportamento suicida e o suicídio propriamente dito. Bullying na escola ou pai
não consegue manter uma conversação.
Violência interpessoal -> Ocorre na interação entre as pessoas, entre homens e mulheres. Crianças e pais,
nas quais estão caracterizadas as relações de poder. É dividida em violência intrafamiliar (abuso contra ao
idoso pro exemplo) e comunitária (algume conhecido ou estranho - estupro e violencia sexual)
Violência coletiva -> Em geral cometida por grandes grupos ou pelo Estado. Baseada, por exemplo, em
origem racial/étnica e social.
Bebê de 1 ano com suspeita -> Bebê quieto, choroso e irritado ao toque. Com bastante medo. Um painel de
suspeita começa a fazer xixi na cama depois da janela de fazer. Por exemplo, uma criança de 13 anos.
Pediatria ensina a não dar nomezinhos para as partes íntimas, mas sim ensinar o nome adequado. Para que
dessa forma aproximemos mais a realidade para as crianças que são partes e não devem encostar por causa
de respeito! E ensinar que NÃO pode ter “segredos”, bem como que não é normal adultos quererem ter
segredos com crianças.
Entender os conflitos de gerações! Atualmente, o mais fácil é a orientação e a liberdade de escolha. Não é
válido suspender coisas de felicidade (como celular, tablet - pois cria na criança um sentimento de vingança,
raiva), mais fácil validar em combinados demonstrando e justificando o MOTIVO do “castigo” (você não
brincara hoje porque combinamos que você faria a tarefa e você não fez).
O que chama atenção? Fratura de crânio em criança abaixo de 4 meses, lesão que não condiz pelo acidente
relatado, vários estágios de cicatrização (sequência de dias), lesão em lugares cobertos (interna da coxa ou
do braço, tronco, perianal, genital, pescoço e axila). Síndrome de Munchausen -> Mãe tirava o sangue da
criança e levava para o hospital relatando a anemia da criança. Diagnóstico de exclusão, aquela mãe que
relata mil coisas e durante a internação a criança se mantém bem e hígida.
Sinais de violência sexual em crianças e adolescentes -> Edema ou lesão em area genital sem outra doença
que se justifique, sangramento vaginal, lesão de palato ou dentes decorrente de sexo oral, edema ou lesões
em área genital, gravidez e aborto.
Colher o acolhimento -> Direto e cuidadoso evitando que tenha que contar a história mais vezes do que
necessário. No fim, deve ser feito profilaxias caso necessário. No Cosme, têm a notificação então o próprio
hospital faz, mas caso não tenha deve ser solicitado.
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Medicações:
- Penicilina G benzatina
- Ceftriaxona
- Azitromicina
- Contraceptivo
- DST (antirretrovirais) deve ser feito até 72h. O esquema deve ser mantido sem interrupção por
quatro semanas consecutivas. É recomendada em todos os casos de penetração vaginal e/ou anal,
- Checagem de calendário vacinal
FUNÇÃO -> SERVIÇO SOCIAL, PSICÓLOGA, NOTIFICAÇÃO E EXAMES A SEREM SOLICITADOS E MEDICAÇÃO
Exames:
- HIV, HEPATITE, SOROLOGIAS
- BETA HCG
Conduta -> Internei, recolho os exames e já inicio a medicação (DST PARA TODOS) prevenindo qualquer
período de incubação. Já dou os 3.
Violência física abaixo de 2 anos -> Conduta: Faz raio x de corpo inteiro, se não sabe se situar onde foi a
lesão. Mas caso a criança já seja maior e saiba onde apanhou, realize o RX do lugar específico.
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente: Pena:
multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência (BRASIL, 1990).
Febre Sem Sinais Localizatórios:
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abertura do caso:
- Quando faz um exame físico não encontra nenhum foco → geralmente, na maioria das vezes é
benigno e deve passar até 7 dias.
- a febre tem que ser menor que 7 dias, pois isso diferencia a febre de causa indeterminada → apos 7
dias
- os recem nascidos → tem que ser considerada essa febre → febre a partir de 37,8 → qualquer febre
nesse periodo = unidade hospitalar = investigacao
focar nos criterios de gravidade, sinais de alarme, paciente que e so uma virose e vai melhorar sozinho
febre de origem indeterminado → passa 21 dias de febre intermitente→ pensar em doenca autoimune,
cancer, malaria, TB → tem chances de ser alguma coisa → tem que investigar pq algo tem
a crianca quando fica com febre, fica vermelha → entao e normal a garganta ficar um pouco vermelha e ao
redor do timpano
usa-se antiinflamatorio na pediatria quando tem alguma doenca ortopedic a e persistencia do canal arterial
→ pois por ex. o ibuprofeno pode gerar insuficiencia renal, por promover vasoconstricao e assim gera uma
NTA
paciente teve febre, ficou bom, depois volta a ter febre, e sinais de inflamacao, catarro → indica que evoluiu
com um foco de infeccao → isso nao significa que nao tem foto de infeccao → tem sim, de VAS.
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- urocultura
- rx de tórax
- LCR
SABER ESSE QUADRO P/ VIDA:
→ critérios de rochester → acima é pra definir se o paciente é de alto risco ou não. tem que ser sim
para todas as perguntas. se tiver 1 ja considera.
se tiver sinais de toxemia, tem comprometimento do estado geral, deve-se fazer todos os exames
criança de 0-36 meses com FSSL com comprometimento do estado geral → SIM - em qualquer idade →
INTERNA + monitorização → pede o TUDÃO = HMG/PCR + LCR +hmc + eas urocultura + RX TÓRAX + entrar
com antibiótico de largo espectro para bactéria. (maior que 30 dias ceftriaxona + oseltamivir , <30 dias ampi
+ genta)
- oseltamivir (não usa com menos de 30 dias, a não ser que a mãe foi diagnosticada com influenza
grave), antiviral usada na suspeita de influenza → paciente grave antb + oseltamivir
→ 1-3 meses:
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- febre sem sinais localizatórios → pede painel viral HMG+PCR+EAS → ver se é de alto risco ou baixo
risco, se alto risco(critérios de rochester) → INTERNA → HMC+UROC LCR + RX TORAX + entra com
antibiótico p bacteria(aqui ja pode fazer ceftriaxone).
- baixo risco → precisa fazer reavaliação diária obrigatória, porém se é um paciente que mora
extremamente longe ou a mãe tem 9 filhos → interna nao inicia o antibiótico empírico mas
monitora
- PACIENTES COM SINAIS TÓXICOS → o que é grave? → qualquer sinal de toxemia → não está
mamando, não acorda, não chora, tempo de enchimento capilar(no pé, calcanhar ou esterno,
normal=3 seg), sonolência? Fazendo xixi? chora com lágrimas não chora com lágrimas ou sem?
(desidratação), irritabilidade intensa, fontanela depressiva ou abaulada, avalia fontanelas(pois não
há como usar o kerning ou brudzinski) → VAI PRA UTI DIRETO! → ceftriaxona + oseltamivir!!
- fontanela aberta e abaulada →indica hipertensão intracraniana → coleta liquor pois nao ira gerar
herniação pois tem espaço
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< 30 dias
- bacterias: strep agalactiae, ecoli, listeria
- virus: herpes - simples, enterovirus.
→ ampi + genta
1-3 meses
- aumento da etiologia viral
- inverno → VSR, influenza
- verao: enterovirus
- coronavírus
- bacterianas: e coli, strep. agalactiae ,, s aureus,
listeria, salmonella, neisseria, pneumococo,
influenzae
→ ceftriaxone
→ maior de 30 dias com sinais de toxicidade → cef +
oseltamivir
3-6 meses:
- a maioria é viral: VSR, influenza, enterovirus, herpes
simples 6 e 7, coronavírus
- bactérias: s. pneumoniae
Aula 4 - Convulsões
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❖ Tônico-clônica (tônica com apneia e cianose e posteriormente clônica com abalos generalizados e
perda de consciência, pode haver relaxamento esfincteriano - pode ver poças de xixi, depois de 1
minutos 1 minuto e meio - quando ela acorda, ela não consegue lembrar). Mais comum na infância.
❖ Mioclonica (contração muscular de curta duração choque).
Quando uma convulsão é prolongada ou recorre rapidamente antes de período de consciência -> mau
convulsivo.
Quais condições podem estar associadas? Provocadas / reativas
❖ Hiponatremia, hipocalemia, hipomagnesemia (pode ocasionar). Nosso corpo funciona a partir de
cargas elétricas, o sódio tem um componente importante na osmolaridade sérica. Hiponatremia faz
com que o sódio saia do neurônio e vá para fora -> ocasiona um edema cerebral. Hipernatremia ->
estimula uma desidratação neuronal, por isso ter cuidados de reposição de eletrólitos, 20% em 24h
e depois ir repondo progressivamente. Magnésio -> arma fatal, hipomagnesemia atrapalha as
sinapses e aumenta o risco de convulsão (atua na estabilidade da bainha de mielina).
❖ Hipoglicemia -> outro fator componente da osmolaridade sérica, tanto hipo como hiper, devido ao
edema ou desidratação do neurônio. Fórmula da osmolaridade: 2 x sódio + glicose / 18 + ureia / 6 =>
Tanto uréia, glicemia e sódio interferem
❖ Encefalopatia urêmica -> pode quando em excesso > 200 ou subir de forma muito rápida pode
ocasionar desidratação com posterior convulsão. Cuidado com a prescrição da diálise, precisa baixar
a ureia bem devagar. Até 15%, em 1 dia pode abaixar.
❖ Encefalopatia hipertensiva -> aumento da pressão intracraniana, aumentando a possibilidade da
convulsão. Sobe a pressão muito rápido
❖ Estresse / privação de sono -> alteração do limiar convulsivo. Quantidade de estresse produzido,
excesso de radicais livres. (exemplo: luzes brancas de baladas antigas - alterações de densidades)
❖ Neuropatias -> anoxia perinatal, leucomalácia (lesão permanente resultado de uma anóxia perinatal,
condução muito pouca de certa região, não tem mielinização, com muito escape convulsivo)
❖ Erros inatos do metabolismo -> Erros de eliminação de componentes hepáticos, metabólicos
hepáticos como a amônia (ocasiona uma acidose metabólica muito importante). Cirrose hepática ->
Flapping, alteração do nível de consciência. Mas por que? Fígado quando não funciona, não
consegue descartar essa amônia -> hálito de acetona (parecido com a uremia), intoxica o neurônio.
Alteração do nível de consciência pela acidose, perde a capacidade de responder a sinapses =
convulsiona pela acidose.
Tirando o período neonatal em que a anóxia é mais comum. De 6 meses a 5 anos a principal causa ->
Convulsão febril -> O aumento rápido que ocasiona
❖ Sexo masculino - devido o amadurecimentos da mielinização mais tardia quando comparada
❖ Idade característico: 6 meses a 5 anos. Como não tenho a perfeita mielinização das fibras neuronais,
qualquer alteração de temperatura ela aumenta o limiar convulsivo da criança. Antigamente usava-
se compressa de água fria mas se você não bloqueia a liberação de citocinas o organismo vai
entender que a temperatura está baixa e irá lançar bem mais citocinas, aumenta o risco de uma
nova convulsão. Hoje, tiramos as roupinhas mas evitamos dar um banho frio = damos anti térmico
adequado na dose adequada
❖ Sempre acompanhada de febre - pode até estar baixa no momento em que pego o paciente, mas
não sei quanto graus atingiu em casa
❖ Curta duração
❖ Benigna
❖ Não requer investigação diagnóstica
→ Sempre faz diazepam durante as crises EV ou intrarretal, dá suporte de O2 durante a crise. Observa se tem
obstrução nas vias aéreas -> se tiver hemodinâmico bom, sigo normalmente -> avalia se há fraturas. Colocar
em maca rígida, posicionar a cabeça em leve extensão, aspiração de vias aéreas e passar a sonda para
esvaziar estômago (para evitar broncoaspiração) enquanto isso alguém está ajudando com o acesso ->
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diazepam e espera. Em caso de melhora, colhe a história, faz o exame físico completo (para procurar o foco
da febre)!
❖ < de 30 dias - fenobarbital
❖ > que 30 dias - diazepam 0.6 ml por kg diluir de 1 para 1 e espera se em 15 minutos não melhorar
pode refazer até em 3x.
Deixa monitorizado (FUNDAMENTAL).
Provocadas ->
❖ Intoxicação exógena
❖ Infecciosa: meningites, abscesso.
❖ Auto-imune como LES, neoplasia
❖ Sangramentos intracranianos: AVC, MAVs, trauma, síndrome do bebe sacudido (sangramento
quanto edema cerebral - AVC em um bebe que não tem má formação).
Epilepsia -> alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro de maneiras recorrentes,
convulsões que ocorrem sem condições tóxicas, metabólicas ou febris de base. Diagnóstico de exclusão com
um eletroencefalo alterado, mas preciso descartar uma hipótese secundária. A partir dos 5 anos, após ter o
amadurecimento da mielinização completa. Antes dessa idade não posso bater o martelo!!
Se for uma crise convulsiva febril em uma criança de 6 meses a 5 anos: investigamos a causa da FEBRE. Mas
não faz investigação de SNC. Agora se não corresponde aos critérios de convulsão febril -> Investigação:
❖ Anamnese e exame físico história neonatal (anoxia neonatal), desenvolvimento psicomotor
❖ Avaliação de sinais vitais, avaliar saturação baixa
❖ Eletrólitos (sódio, potássio, cálcio), hemograma, glicemia, gasometria (acidose metabólica), função
renal e hepática
❖ Exames de neuroimagem - isso a depender do caso, observar os olhos (desvio do olhar, estrabismo)
-> rastreamento de TC (pois é bastante rápido), e se tiver tempo posso fazer a RM
❖ Punção lombar, avaliar sinais de rigidez meníngea
❖ EEG - cardiopatias
❖ Outros: auto-anticorpos, ecocardiograma, dosagem de amônia, observar policitemia
Tratamento ->
Oferece oxigênio, aspiração de vias aéreas e estômago.
Tratamento da convulsão -> Se não for na hora da crise suspeita de anoxia neonatal, por exemplo, mantenho
o anticonvulsivante de manutenção em geral.
Se não fecha critério para uma crise convulsiva febril -> faz diazepam na crise e usa fenobarbital (se não tiver,
fenitoina) de manutenção.
Meningite
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- 1.neisseria meningitidis → meningococo → é uma das mais agressivas, com alto potencial
de morte e sequelas;
- 2- pneumoniae → pneumococo(a vacinacao pega apenas 10 subtipos e existem milhares) ;
- 3-haemofilus influenzae;
- 4-tuberculose e LES
etiologia:
- viral é mais comum na infância → enterovírus, herpes (aciclovir),
varicela zoster, citomegalovírus, caxumba, epstein-barr
- bacteriana→ menos comum, mas mais grave → 1- neisseria
meningitidis; 2- streptococcus pneumoniae; 3- haemophilus.
- fúngica → mais rara, candida; aspergillus; histoplasma → muito
comum em criança que tem prótese valvar, ou
imunocomprometido.
0-1 mês → streptococcus agalactiae, L. monocytogenes, E. coli, Klebsiella sp., Enterobacter e outros Gram
negativos;
meio de transmissão:
- gotículas, aerossóis, contato próximo com secreções
- transmissão vertical pelo streptococcus → durante o trabalho de parto
- transmissão horizontal → apos o nascimento
- transplacentária
- transmissão com contiguidade → ossos nasais que vai para a meningite, pode ocorrer
principalmente na sinusite, infecção de VAS
- mastoidite, sinusite, otite media porem rara
- neurocirurgia
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- lactente tem mais quadros inespecíficos → hipotermia, bebe mole, irritabilidade, letargia → por ter
fontanela aberta deve-se analisar → pois se tiver alteração no líquor → a fontanela ficará
endurecida, uma bolinha, o normal e ela ser depressiva
- em crianças mais velhas → kernig e brudzinski – rigidez de nuca.
manifestações clínicas:
- petéquias e púrpura → 40 - 60% de meningococcemia
- geralmente vem depois de um quadro viral
- Podem ocorrer também convulsões, paralisias, tremores, rebaixamento do sensório, transtornos
pupilares, hipoacusia, ptose palpebral, nistagmo e oftalmoplegia.
- Os quadros de meningite viral geralmente são mais brandos e associados principalmente a sintomas
de vias aéreas.
- A positividade das culturas é variável, podendo chegar a 90% na ausência de administração prévia
de antimicrobianos.
- Podem ser solicitadas também provas específicas para identificação dos patógenos através de testes
imunológicos de pesquisa de anticorpos, pesquisa do agente etiológico por reação em cadeia da
polimerase (PCR), estudos de neuroimagem e meios específicos de coloração e cultura,
principalmente nos casos suspeitos de infecção fúngica.
características do líquor:
- a glicemia sempre deve-se coletar a sérica e a do líquor,
pois se tiver hipoglicemia acaba tendo pouca no líquor
então ele ta com hipoglicemia, não significa meningite
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- viral → glicose normal, predomínio de linfócito, células nucleadas até 200 se passar já é bacteriana,
límpido.
tratamento:
Corrigir o status hemodinâmico;
- Via aérea segura;
- Monitorização;
- Exames complementares; e Internações.
antibiótico:
- < 3m → ampicilina IV 200-400 mg/kg/dia 6/6 horas + gentamicina 6 mg/kg/dia. → ampi e genta →
RM (não precisa decorar dose nesse)
- > 3m → ceftriaxona 100mg/kg/dia 12/12h → escolar
- via de tratamento é ENDOVENOSA por um período de 7 - 14, podendo chegar ate 28 dias se tem
válvula.
corticóide:
- corticoide é controverso na meningocócica, usa-se no haemofilus e pneumocócica:
- Dexametasona IV → 0,15 mg/kg por 4 dias
- iniciar o uso antes da administração do antibiótico ou em até 4 horas após a primeira dose do
antibiótico;
- Haemophilus e Pneumococo.
quimioprofilaxia:
- indicada para contato íntimos;
- Até 48h da exposição;
- Rifampicina, Ceftriaxona ou Ciprofloxacino.
- só para meningite bacteriana, viral não precisa.
complicação:
- Edema cerebral;
- coma;
- Choque séptico;
- Comprometimento dos pares cranianos;
- Ventriculite:
- Surdez; hidrocefalia; epilepsia;
- Cegueira; hemiplegia.
- Necrose tecidual; Amputações.
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3 meninos doentes -> Bárbara, 8 anos. Luiz, 3 anos e Augusto, 11 meses. Começou pelo pai e depois toda
família começou com enjoo e vômito. RESSALTO -> Diarreia do viajante (diagnóstico diferencial) e como toda
a casa ficou. Orientar noções de higiene, fator epidemiológico de transmissão. Bárbara iniciou a 7 dias hoje
está com o cocô pastoso e ruim de comer mas não há mais vômitos. Questionar sobre quanto TEMPO tem
de diarreia?! Por exemplo: Gastroenterite viral (mais comum) -> evolução de 5/7 dias, com cocô pastoso
fluido muito bem (a filha mais velha já está entrando em curva de melhora, com resolução do quadro clínico -
> indicativo também de ser algo viral). O que posso fazer? Não há necessidade de exame complementar pois
não mudaria a conduta.
Diarreia -> esverdeada ou amarela tudo bem, agora preto (sangue), branco (colestase) e muco chama a
atenção!
Desidratação é o meu primeiro sinal de alarme! O que está ingerindo supre o que está faltando? Sinal da
prega, mucosa (abre a boca), saliva fluida ou não? Diurese como está? Meu olho está brilhando ou não? está
chorando com lágrima? Nível de consciência: sonolência, abatida. Olho fundo ou não, saliva espessa ou não,
pulso perfusão está lentificado?
Para a mãe posso falar: Infecção viral (virose, evita falar). Pois você tem que fazer a mãe acreditar que de fato
um dipirona pode resolver, sem necessidade de exames complementares.
Em que situação poderia pedir exames complementares? Ter sangue ou muco, não - principal Shigella e
Salmonella (pois se penso em quadro bacteriano, já direciona o tratamento sem a necessidade de fazer um
exame complementar). Agora, se essa criança for imunossuprimidas PRECISO realizar o exame, alterações no
exame físico (prostração, sonolência) e se abrir durante surtos intra hospitalar, surtos em creche.
Situações -> quando o paciente entra e faz um limbo da observação (literatura 6 horas) caso após a
intervenção (pode ir para casa se estiver tudo bem) mas se mantém um quadro de desidratação e dificuldade
respiratória -> e aí, INTERNO.
Erros grosseiros CORRIJO -> por exemplo, se a criança está tomando refrigerante na mamadeira pois tem
açúcar. Dessa forma, corrijo mas se for mamadeira de farinha láctea (deixo para corrigir mais tarde).
A -> Está com quadro de diarreia mas não está desidratada e atuamos de todas as formas para evitar que ela
desidrate. Seguimos com um soro de hidratação, zinco e probiótico? não sei), antiemético se tiver, ATB não -
> Água de coco, zinco (bom), floratil, enterogermina (gosto palatável mas não temos respaldo científico para
passar), repoflor. Menor que 3s
B -> Hipohidratado, perfusão de 3s (até 3s é normal) - 3-5. Plano B intra hospitalar e vigilância (reavaliando)
C -> maior que 5s de perfusão. Plano C: INTERNAR em caso de não aceitação de soro para hidratação
(ENDOVENOSO). Holiday -> Internar e outras infinitas situações. Por exemplo, criança que internou para
cirurgia de fimose e terá que ter dieta 0 antes de adentrar a cirurgia, mas tenho que fazer uma hidratação no
caso = CALCULAR HOLIDAY.
Quando solicitar exames complementares? Quais exames complementares pedirei?
❖ Hemograma: Anemia, Hemoconcentração, Leucócitos (mais importante fica tendenciada a uma
infecção). PCR
❖ Eletrólitos: Cálcio, potássio, magnésio
❖ Função renal
❖ Gasometria venosa: Saber se precisa fazer reposição
❖ Glicemia
❖ Exame de fezes: EPF (giardia), cultura das fezes
❖ Pesquisa de rotavírus
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Teste de intolerância à lactose não nesse momento porque vamos estar focando em algo bem específico e
não em um quadro amplo viral/bacteriano. Quanto tempo demora? Quais agentes etiológicos? Quais os
planos de tratamento? Orientação de sinais de alarme?
❖ Dentro dos vírus, o mais comum é o rotavírus. Plano A -> Crianças mais velhas: 200 ml de soro a
cada episódio de vômito e zinco 1 vez por dia por 10 a 14 dias e o probiótico? Retornar se a criança
ficar muito sonolenta, recusando alimentação, sangue nas fezes -> peço que retorne. IMOSEC não!
Pois retarda o trânsito intestinal, antigamente acreditava-se que dessa forma não teria mais
diarreia. Mas hoje, observamos que se for quadro viral/bacteriano o parasita fica mais tempo
dentro do intestino (dando maior oportunidade para reprodução e disseminação).
Por estar persistindo podemos pensar em intolerância à lactose como diagnóstico diferencial. O teste
genético só indica predisposição, quando pode surgir é independente. Mas pode ocorrer em qualquer
momento da vida. O que fecha diagnóstico -> Teste oral de intolerância à lactose.
Definição -> Os transtornos do espectro autista são distúrbios do neurodesenvolvimento que se manifestam
nos primeiros anos de vida, comprometem a comunicação e as interações sociais e geram comportamentos,
interesses ou atividades restritos e repetitivos.
❖ A proporção é maior em meninos, as meninas TEA são mais raras a nível de estatística
Impacta a família de diversas maneiras, vêm aderido a diversos medos e preconceitos. Essas situações
demandaram mais esforços e dedicações, conforme o grau. Diagnóstico exclusivo da psiquiatria infantil
❖ Aos 12 meses, não responde quando chamado
❖ Aos 14 meses, não aponta para demonstrar um objeto de interesse
❖ Aos 18 meses, não brinca de maneira simbólica, usando a imaginação
Em todas as idades:
❖ Evita contato visual
❖ Atraso da fala
❖ Dá respostas desconexas
❖ Tem interesses obsessivos
❖ Ecolalia - Fala em terceira pessoa
❖ Movimentos repetitivos frequentes - normalmente o balanço ou flapping (brinca com as mãos,
nervoso), pode estar andando nas pontas dos pés
❖ Hipersensibilidade sensorial - certos ruídos irritam de maneira bastante intensa: pode ser barulho
comum, ou de carro. A luz não é comum, mas pode existir
O diagnóstico diferencial -> atraso global do desenvolvimento pode dar a entender um déficit de atenção.
Quanto mais precoce, melhor! TEA não é doença, e não posso falar de cura, mas posso falar de melhoria do
espectro autista. Para isso precisa ser estimulada, pode evoluir de um moderado para um leve. O
acompanhamento permite uma diferenciação dos casos. DD -> Surdez, não ouve. Não atende os estímulos.
Diagnóstico diferencial ->
❖ Surdez
❖ Deficiência intelectual
❖ TDAH intenso
❖ Transtorno opositivo e desafiador (TOD)
❖ Síndrome de Rett
❖ Síndrome de Landau-Kleffner / CSWS (afasia adquirida com epilepsia)
❖ Transtorno bipolar
❖ Esquizofrenia (em adolescentes, pois eh raro em crianças)
❖ Erros inatos do metabolismo (fenilcetonúria)
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❖ Atraso de fala -> ela pode ter um atraso e não necessariamente ser TEA, após começar a falar tem o
desenvolvimento normal.
Instrumentos de diagnóstico -> Existem muitas escalas e instrumentos de diagnóstico do TEA.
Recomendamos que o pediatra se familiarize com a M-CHAT e a CARS.
M-CHAT-RIF:
❖ Aplicável a crianças de 16 a 30 meses
❖ 20 perguntas com respostas "Sim" ou "Não"
❖ Um escore acima de 8 significa "alto risco" de TEA
❖ As autoras enfatizam que há alta taxa de "falso-positivos" por isso criaram a seção de "follow-up",
que consiste em explorar os detalhes dos itens que foram positivos no escore inicial
❖ Duração < 5 minutos
CARS:
❖ Aplicável a crianças a partir de dois anos
❖ Clínico pontua 15 itens de acordo com a história e observação da criança; cada item vale de 1 a 4
❖ Escore varia de 15 a 60
❖ Escore final: 15-29,5 = sem autismo; 30-36,5 = autismo
❖ Leve a moderado: 37-60 = autismo grave.
❖ Duração de 20-30 minutos
Quem faz isso na prática: Neuropsicólogo, o pediatra só pode quando tem destreza sobre o instrumento!
Diagnóstico clínico
Critérios de diagnóstico -> Potencial intelectual maior. Deve ser feito acompanhamento quando a criança não
apresenta todos os critérios, mas o médico tem uma forte intuição. Deve ser feita uma equipe
multidisciplinar.
Déficits persistentes na comunicação social e nas interações sociais:
❖ Não há reciprocidade, não imita
❖ Interações fragmentadas
❖ Contato visual fraco
❖ Comunicação não verbal comprometida (apontar, dar tchau, mandar beijo, bater palmas no
parabéns)
❖ Desinteresse ou aversão a outras crianças
❖ Ausência de atenção compartilhada
❖ Dificuldade em brincar em grupo
Epidemiologia
- países subdesenvolvidos
- baixo nível socioeconômico
- hábitos alimentares
- higiene
- saneamento básico
As complicações e presença de sintomas estão relacionados diretamente à carga parasitária.
Fisiopatologia:
- depende do local que se alojam no corpo
- ID → má absorção, perda de peso, esteatorreia e def de zinco e ferro
- cólon → dor abd, hematoquezia e anemia
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síndrome de Loeffler → uma pneumonite eosinofílica causada pela migração pulmonar das larvas e parasitas.
Os parasitos que causam essas alterações são Necator americanus, Ancylostoma duodenale, Strongyloides e
A. lumbricoides.
- tosse seca
- fbre baixa
- dispneia
- anorexia ou urticaria
- duram 10 - 16 é consiste no tempo de migracao das larvas para o pulmao
ASCARIDÍASE
- Ascaris lumbricoide → mais comum no munso
- geram lesoes teciduaus ou obstrucao intestinal → carga parasitaria intensa
- normalmente nao gera sintomas mas pode ter:
- dor abdominal
- diarreia
- nausea
- grande numero de vermes → obstrucao intestinal e peritonite
- o verme pode se localizar em locais anormais gerando por ex. apendicite, coledoco, boca,
narinas e ducto nasolacrimal
tratamento → albendazol
ANCILOSTOMÍASE
- Nematódeos: Necator americanus e Ancylostoma duodenale.
- após penetrarem através da pele, passam pelos vasos linfáticos, ganham a corrente sanguínea e
penetram os pulmões migram para a traquéia e faringe, são deglutidas e chegam ao intestino
delgado → ATINGEM A MATURIDADE AO FINAL DA 6 - 7 SEMANAS → passam a produzir milhares de
ovos/dia
quadro clínico:
- é a principal relacionada a anemia ferropriva, pode causar lesao cutaneas leves, eritematopapuloas
tratamento → albendazol
estrongiloidíase
- helminto: Strongyloides stercoralis, é uma doença parasitária frequentemente assintomática.
- com liberação de ovos nas fezes de 21 a 28 dias após a infecção.
- quadro clinico: diarréia, dor abdominal e flatulência, acompanhadas ou não de anorexia, náusea,
vômitos e dor epigástrica, que pode simular quadro de úlcera péptica
tratamento → albendazol ou tiabendazol
- Em pacientes que irão realizar doses altas de corticóide geralmente se realizam profilaxia com
ivermectina.
ENTEROBIOSE
- verme que causa coceira
- neomatodeo: Enterobius vermicularis
- quadro clinico: prurido anal noturno, alteracao no sono → femeas adultas e ocos, dor abdominal,
tewnesmo fezes com sangue
tratamento → pamoato de pirvinio, mebendazol ou albendazol
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Ana Roberta Alice Máximo
GIARDIASE
- Giardia lamblia → cisto e tofozoito
- quadro clinico → diarreia aguda e cronica do tipo disabsortiva( é uma diarreia osmótica associada ao
déficit da absorção – a má absorção de lipídeos pode induzir diarreia com fezes gordurosas, de odor
fétido e difíceis de escoar, frequentemente associada a perda ponderal)
tratamento → Dose única de Secnidazol ou Tinidazol, Metronidazol por 7 dias ou albendazol por 5 dias.
AMEBIASE
- Entamoeba hystolytica
- quadro clinico: Pode ocorrer diarreia aguda de caráter sanguinolento ou mucóide, febre e calafrios,
sangue e/ou muco nas dejeções.
- A forma extraintestinal mais comum é o abcesso no fígado, mas pode ocorrer nos pulmões
ou no cérebro. Quando não diagnosticadas a tempo, podem levar o paciente ao óbito.
tratamento → sicnidazol. forma grave → metronidazol
TRICURÍASE
- Trichuris trichiura
- reacao inflamtoria no ceco e colon ascendente → necrose por linquenfacao da mucosa intestinal
- O sintoma clássico é o tenesmo, ocasionando na principal complicação dessa parasitose: o prolapso
retal.
albendazol
Definição: A diarreia aguda é definida como a eliminação súbita de fezes mal formadas ou líquidas acima do
habitual associada a frequência aumentada no número de evacuações.
Três ou mais episódios de evacuações amolecidas ou líquidas nas últimas 24 horas. A diminuição da
consistência habitual das fezes é um dos parâmetros mais considerados à isso na literatura, na vida real 1
episódio conta (dependendo da forma, e tenho uma conduta de acordo).
No Brasil, observou-se redução importante na mortalidade infantil que passou de 70 óbitos por mil nascidos
vivos na década de 1970 para cerca de 15 óbitos por mil nascidos vivos à isso devido a diminuição do número
de óbitos por diarreia e desidratação à condutas evoluíram para uma forma mais adequada.
2º lugar como causa de mortalidade infantil e representava 24,3% dos óbitos (1980) para a 4ª posição e foi
responsável por 4,1% dos óbitos (2005). O que pode ter acontecido para melhorar? Intervenção precoce
(hidratação), vacinação para rotavírus, melhora no saneamento básico.
Considera-se que este grande avanço na saúde pública brasileira foi decorrente das melhorias das condições
gerais de vida da população e da disseminação entre profissionais da área da saúde e da própria comunidade
dos princípios fundamentais do tratamento da diarreia aguda e desidratação, além da inclusão da vacina
contra rotavírus.
Classificação:
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Ana Roberta Alice Máximo
❖ Diarreia aguda: até 14 dias à início abrupto (não é uma regra), causada por agente infeccioso e com
caráter autolimitado. A desnutrição pode ocorrer e episódios sucessivos ocorrem
❖ Diarreia persistente: 14 dias ou mais (até 30 dias), pode provocar desnutrição e desidratação à
grupo com alto risco de complicações e elevada letalidade
❖ Diarreia crônica: > 30 dias ou por 3 ou mais episódios de curta duração e intervalo de tempo inferior
a 2 meses à deve-se questionar o início e a evolução
❖ Diarreia esteatorreica: com gordura à pela má absorção de lipídios
❖ Diarreia factícia: distúrbios psiquiátricos
❖ Diarreia iatrogênica: procedimentos cirúrgicos
Fisiopatogenia:
O patógeno irá agredir a vilosidade intestinal de forma que tudo o que é substrato que estaria na luz
intestinal para formar a barreira (mucosa) e fazer a quebra das enzimas para a entrada ao meio intracelular
(entre as vilosidades) irá perder essa porta de entrada porque o patógeno irá acabar com a vilosidade
intestinal então o soluto que aproveitaria a enzima para fazer penetração para o meio intracelular não
poderá realizar essa passagem e irá ficar na luz intestinal e por movimentação de soluto irá induzir o
transporte de água do meio intersticial para luz intestinal favorecendo a osmose, o meio intraluminal estará
mais concentrado favorecendo então um quadro de diarreia líquida -> no caso da diarreia osmótica
O meio intraluminal é cheio de bactéria (microbiota intestinal) e o açúcar/lactose, frutose, amido são
combustíveis para as bactérias intraluminais, como a absorção estará impedida o soluto ficará retido na luz
intestinal e as bactérias irão fermentar de forma que não há enzima para realizar o transporte do soluto para
o meio intracelular irá ficar retido na luz intestinal induzindo a fermentação da flora/transporte maior de
água para luz intestinal e consequentemente retenção de água no lúmen irá levar então a um quadro de
gases/barriga inchada/diarreia.
Obs.: no leite materno há muita lactose, porém não se restringe o leite materno (retirada de lactose) - às
vezes é a forma de hidratação da criança, no caso de diarreia aguda à apenas em um caso de diarreia já
persistente.
Mecanismos:
Diarreia osmótica: Presença de solutos osmoticamente ativos e poucos absorvíveis no lúmen intestinal,
levando a retenção de água no lúmen.
Enteropatógeno -> Lesão do epitélio -> atividade das dissacaridases -> absorção/digestão de açúcares
causando um aumento da osmolaridade luminal e consequente aumento de líquido fecal -> diarreia osmótica
(muito líquida)
Mais comum porque o rotavírus é mais comum e atua mais nestes casos
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Ana Roberta Alice Máximo
Diarreia secretória: Secreção excessiva de fluidos pela mucosa intestinal, secundários a distúrbio do
transporte hidroeletrolítico;
Não haverá muito o componente de movimentação de soluto. Neste caso vai haver uma enzima (uma toxina
bacteriana) que irá na luz intestinal, na mucosa intestinal -> atuando no receptor que faz com que ela fique
instável logo o receptor de Na e Cl atua no cAMP atrapalhando todo o mecanismo então ao invés de absorver
mais, ela bloqueia, e ao invés de não secretar, ela estimula a secreção de forma geral: patógeno estará ali na
luz intestinal bloqueando a absorção e estimulando a secreção para dentro da luz intestinal favorecendo a
diarreia.
❖ Bactéria causa mais diarreia secretória, diarreia secretória à quadro de muita diarreia ou seja maior
volume
Diarreia invasiva: Patógeno faz aderência e penetração lesionando toda a vilosidade intestinal -> penetração
e agressão à mucosa intestinal causando diarreia com muco e sanguinolenta
❖ Inflamação e lesão
❖ Quadro bacteriano, pode ser viral à MAS GERALMENTE É BACTERIANO. Pode haver mais de um
mecanismo, uma fisiopatologia não vai influir na outra e elas podem coexistir uma sobre a outra
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Ana Roberta Alice Máximo
Bactérias: E. coli, Shigella, Salmonella, Yersinia, Campylobacter; V. cholerae, Clostridium botulinum ->
relacionada a pacientes com internação prolongada/uso de antibioticoterapia prolongada, na qual interfere
na flora e favorece o quadro de diarreia -> tem que trocar o antibiótico.
Causas não infecciosas -> tratamento sem sucesso -> trata e a criança ainda está apresentando diarreia.
Como alergias e intolerância, erros alimentares, dietéticas, medicamentosa, funcional (síndrome do intestino
irritável), doenças inflamatórias autoimunes e outras.
Transmissão:
Síndromes clínicas:
Diarreia aguda aquosa (90%), seja bacteriana e viral -> agentes virais na maioria dos casos
❖ Rotavírus
❖ E.coli (enterotoxigênica e enteropatogênica)
❖ V. cholerae
❖ Giardia duodenais
❖ Cryptosparidium
Desinteria (diarréia aguda com sangue): 10% tem-se a lesão na mucosa intestinal geralmente associada a
agentes bacterianos
❖ Shigella
❖ Salmonella
❖ Campylobacter
❖ Entamoeba histolytica
❖ E. coli (enteroinvasiva, enterohemorrágica e enteroagregativa
Vacina:
Incubação: < 48 h com febre e vômitos associados, com duração média de 2 dias -> diarreia aquosa e
volumosa que pode persistir por 5 a 7 dias
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Ana Roberta Alice Máximo
Diagnóstico clínico, apenas algumas situações particulares. Pode ter diagnóstico complementar caso haja
necessidade: ELISA (pesquisa para rotavírus nas fezes)
Vacina: 2 e 4 meses (privado: 2, 4 e 6). Primeira dose até 3 meses e 15 dias e segunda dose até 7 meses e 29
dias. Após estes períodos não toma mais.
Bactérias: Há também padrão autolimitado, reforçando que a maioria dos casos não necessita de antibiótico
❖ E. coli
Enteropatogênica:
Diarreia aquosa profusa (água de arroz) -> Patognomônico desta diarreia e vômitos também são frequentes
devido ao alto risco de desidratação. Deve iniciar antibioticoterapia.
Giardia duodenais:
❖ Desde assintomática até um quadro de distensão abdominal, dor abdominal, diarreia e diarreia
estearorreica (com gordura) pela má absorção
❖ Tratamento: Albendazol, Nitazoxanida (anita), Tinidazol
Shigella: Principal causa de desinteria, responsável por 60% das crianças que chegam com sangue nas fezes à
saber trará à antibioticoterapia
Pode disseminar-se por via hematogênica ocasionando septicemia à principalmente lactentes jovens,
imunodeprimidos, desnutridos -> devem ser investigados na emergência.
❖ Toxina shiga like: ocasiona anemia hemolítica microangiopática, síndrome hemolítica urêmica
❖ Aumento leucócitos à leucocitose com desvio à esquerda (infecção bacteriana)
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Ana Roberta Alice Máximo
E. coli:
Enteroinvasiva: clínica semelhante a Shigella, em alguns casos pelo excesso de vômito/diarreia -> pode levar
a um distúrbio relacionado ao sódio, pode apresentar hiponatremia -> pede-se eletrólitos
❖ Sorotipo: O157, H7
❖ Carne bovina mal cozida e leite não pasteurizado
❖ Crianças > 5 a 9 anos de idade
❖ Diarréia sanguinolenta, vômitos, dor abdominal em cólica, febre ausente ou febre baixa
Salmonella:
Relação com infecções intra hospitalar, creches à grandes aglomerados, relação com a alimentação da
instituição frequentada
Diarreia seguida de desinteria, náuseas e vômitos e pode acompanhar eventos sistêmicos graves. Tem muita
relação com infecção à distância por exemplo sepsemia, meningite, osteomielite relacionado ao quadro de
diarreia.
Manifestações clínicas:
Fatores importantes que podem interferir na apresentação: idade, estado nutricional, alteração
morfofuncional (síndrome do intestino curto, ileostomia, colostomia), agente causador (ex.: Rotavírus mais
favorável que a Shigella), manejo.
Apresentação clínica: diarréia, vômito e febre podem estar associados, hiporexia, prolapso retal a depender
da quantidade de evacuações e etiologia, cólicas abdominais e tenesmo.
Complicações:
Diagnóstico:
❖ CLÍNICO
Exceções à lactentes jovens (3-4m), desnutrido grave, imunodeprimidos, pacientes com algum quadro de
patologia crônica ou relacionado ao sistema endócrino, TGI, renal, surtos em creches e hospitais (encontra
onde tem a falha no sistema), quadros graves
Exames complementares:
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Ana Roberta Alice Máximo
Tratamento:
❖ Objetivo: Prevenir e repor as perdas fecais de água e eletrólitos, proporcionar aporte proteico e
calórico para proibir a instalação, ou mesmo a piora da desnutrição.
❖ Terapia de reidratação oral (exceto plano C -> endovenoso) e alimentação o mais precoce possível
Alimentação:
Planos A, B e C
❖ Plano A -> Soro de reidratação oral, água de coco, soro caseiro pode ser uma alternativa ->
tratamento domiciliar. Zinco -> 10, 14 dias + Probiótico + Orientar sinais de alarme
❖ Plano B -> Soro de desidratação oral, em caso de vômito ofertar antiemético -> Tratamento intra-
hospitalar. Reavalia depois de 4-6 horas -> sem sinal de desidratação, sem melhora -> passagem de
sonda nasogástrica. Após a reavaliação -> evoluiu para desidratação grave para Plano C
(endovenoso)
❖ Plano C -> Soro venoso com desidratação grave/contra indicação de reidratação oral (íleo paralítico,
abdômen agudo, alterações no estado de consciência) -> punção venosa calibrosa/intraóssea.
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Ana Roberta Alice Máximo
Objetivo descalonamento para o plano B -> depois para o plano A para concluir o tratamento em
casa (domiciliar)
Indicações de sonda:
Quando interromper a reidratação venosa? Somente quando o paciente puder ingerir soro de reidratação
oral em quantidade suficiente para mantê-lo hidratado
Probióticos podem ser utilizados em todos os planos. Exemplos de probióticos: Lactobacillus reuteri
(ProVance), Saccharomyces boulardii (Floratil), Bacillus clausii (Enterogermina)
Zinco -> utilizado em todos os planos de 10 a 14 dias com a função de cicatrizar/otimizar regeneração celular
dos enterócitos gerando uma redução do período de diarreia/risco de recorrência
Critérios de internação:
❖ Choque hipovolêmico
❖ Desidratação grave
❖ Perda de peso > ou = a 10%
❖ Manifestações neurológicas (letargia/convulsão)
❖ Vômitos biliosos/de difícil controle
❖ Falha na reidratação oral
❖ Suspeita de doença cirúrgica, faltam condições satisfatórias para tratamento
domiciliar/acompanhamento ambulatorial.
Antibioticoterapia:
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❖ Atualização MS -> indicado o uso da ondansetrona (vonau), antiemético de ação central que não
tem efeito sedativo
Probiótico: OMS e MS não mencionam a possibilidade de probiótico no tratamento da diarreia aguda, porém
as sociedades de gastrologia orientam porque diminui em 24 horas o quadro de diarreia
*Rececadotrila (Tiorfan): Age no desequilíbrio que o patógeno faz na membrana (na instabilidade da
membrana) -> interfere no influxo de líquido, reduzem a secreção intestinal não sendo utilizado em todos os
casos de diarreia. Não é para qualquer diarreia.
Prevenção: Aleitamento materno, orientação de prática de higiene pessoal e coletiva, vacinação: rotavírus.
Aula - Parasitoses
QUESTIONAMENTOS: Não conseguimos ter controle, andar descalço pega verme? SIM! Chão contaminado a
chance é bem maior, tanto com fezes humanos como de animais.
Entretanto, devemos estimular o contato com a natureza. Dentro da pediatria -> quanto mais contato com a
natureza, mais estimula a imunidade e menos alérgica torna-se.
Tratar todo mundo de 6 em 6 meses caiu por terra. Pela clínica, não precisamos necessariamente solicitar
exames de fezes e sim tratar exame de fezes empíricas.
Tratamento parasitário -> Albendazol + Metronidazol (mais conhecido). Mãe chega referindo prurido anal,
esta em carne viva (bem ferido), o que devo pensar? Pode acontecer por continuidade, tanto por infecção
urinária como outra infecção mas também tenho que pensar em violência sexual
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Ana Roberta Alice Máximo
❖ Necator americanus
❖ Ancylostoma duodenale
Transmitidos por contaminação fecal do solo
❖ Protozoários -> Ameba e Giárdia
Recomendações de estratégias coletivas de combate e tratamento. A OMS -> intervenções de controle
baseadas na administração periódica de anti-helmínticos em grupos de pessoas (pré-escolar, escolar,
mulheres em idade reprodutiva no segundo e terceiro trimestres e mulheres que amamentam, adultos em
certas ocupações de alto risco, como apanhadores de chá ou mineiros) vivendo em áreas de risco, apoiadas
com estratégias para melhorar o saneamento básico e a educação para saúde.
PERGUNTAS:
1) Mas como desenovelver os animais?
1) Tem os helmintos e protozoários, como se distribuem no organismo?
2) Tem alguns que fazem ciclo pulmonar. Quais são?
3) Sd de Lufer, o que e? Consolidação migratória
Síndrome nefrótica ou patologia autoimune -> em que preciso iniciar tratamento corticóide e
imunossupressor, não posso deixar o corticoide correr solto sem antes fazer a descolonização. Posso fazer
ivermectina por 2 dias, primeira escolha.
Antigamente, o Brasil estava em risco moderado onde se era recomendado que todos fizessem a profilaxia 1x
por ano. Hoje subentende-se que a conduta deve ser individualizada.
Temos que nos atentar a crianças que são mais prováveis de se contaminar: Qual a alimentação? Compra
água? Criança que chupa dedo? Toma banho em chuveiro? Tem criança que fica na bolha sem estar em
contato direto com fatores de risco e crianças que tem todo dia.
Métodos de diagnóstico -> Exame de amostras focais ou de outras amostras com presença de ovos, larvas
ou, às vezes, vermes adultos ou seus segmentos.
Eliminação intermitente de ovos e/ou larva se a variação da carga da infestação. Várias amostras (pelo
menos 3) coletadas durante o período de 10 dias são mais sensíveis para detectar parasitas (coletas
sequenciadas aumentam a possibilidade e visualizadas no microscópio). Se for coletar 3 dias seguidos: onde
posso guardar? O certo é a geladeira, pois implica em resultado falso-negativo caso armazenado em lugar
errado. Colher o coco da manhã e estar no laboratório até em 1 hora. Além da análise direta das fezes, o
diagnóstico de algumas helmintíases pode ser realizado ou inferido por outros exames, tais como
hemograma, sorologia e testes moleculares.
❖ Teste de biologia molecular -> PCR para Giardia
❖ F. Hemograma -> Eosinofilia (>600/mm3 ou >6%), hemoglobina de < ou igual 5g/dL (60%) e baixa
concentração de ferritina (33%). Eosinofilia + anemia = pode me dar uma clínica de alergia.
❖ G. escarro -> Ascaridíase, ancilostomose ou S. sterocordis durante a fase de migração larval da
infecção, o diagnóstico pode ser feito encontrando-se as larvas no escarro ou nas lavagens gástricas.
Pode sufocar a criança -> uma das complicações
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Ana Roberta Alice Máximo
PROTOZOÁRIOS -> Receito medicamento e solicito que procure o médico da família investigação para a
família. Trato a casa inteira!! Alguns protozoários ficam em suspensão no ar.
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Ana Roberta Alice Máximo
Faz sentido ter manchinhas hipocrômicas? Hipovitaminose pode gerar. Pode pegar no posto, mas
metronidazol é ruim porém a melhor opção. Secnidazol dose única MAS não é líquido (comprimido muito
grande) então não ganha espaço.
❖ Zinco -> 10 a 14 dias. Deve ser receitado, melhor visto em fluidoterapia
Albendazol repito depois de 15 dias, por que? Por causa do tempo do ovo eclodir (consigo pegar os
bichinhos crianças e os adultos).
Posso fazer junto? Tem contraindicação, qual? Não!
REGRA -> SANTA, SOBRE OS PARASITAS QUE FAZEM CICLO PULMONAR
Trichiuriase - Invés de Toxacara canis, mais raro com uma eosinofilia bizarra
HELMINTOS
Ciclo biológico: os ovos são eliminados com as fezes e contaminam o solo. A transmissão se dá pela ingestão
do ovo com larva madura, pela contaminação das mãos na terra, geofagia (comer terra), contaminação de
água e alimentos.
O ovo eclode no intestino delgado, liberam a larva, que no ceco atravessa a mucosa e por via linfática ou
venosa passa pelo fígado, atinge o átrio direito, artérias pulmonares e se aloja nos alvéolos. Sofre evoluções
larvárias, ascende pelas vias aéreas até a faringe, é deglutida e vai se alojar no lúmen do intestino delgado. O
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Ana Roberta Alice Máximo
ciclo é de 15 a 30 dias até este momento e vai demorar mais 30 a 60 dias para se tornar adulto e a fêmea
iniciar a postura de ovos.
Depende da intensidade da infecção -> Depende do status imunológico + a quantidade de larvas que a
criança tem. A principal ação das larvas é no pulmão: pneumonite larvária, com febre, tosse, expectoração,
dispneia, eosinofilia periférica moderada ou intensa.
❖ Síndrome de Löeffler – duração de uma ou duas semanas.
Vermes adultos: no intestino o quadro é assintomático, ou há sintomas inespecíficos. Quando ocorre
infestação média (mais de 30 vermes), ou maciça (mais de 100 vermes) as manifestações são perigosas:
A) Ação espoliadora -> consumo de grande parte dos macronutrientes e micronutrientes ingeridos pela
criança, desnutrição protéico-energética, baixa estatura, desenvolvimento comprometido
B) Suboclusão ou obstrução intestinal -> O enovelamento de grande número de parasitas obstrui o
lúmen do intestino delgado. O paciente, em geral desnutrido, apresenta cólicas, distensão
abdominal, anorexia, vômitos biliosos, desidratação e às vezes diarreia no início do quadro. É
comum a criança eliminar as lombrigas pela boca, narinas ou ânus, antes ou durante a vigência do
quadro. Pode ocorrer isquemia de alça, necrose, perfuração ou volvo do intestino. Pode dar
apendicite, colecistite, colangite, pancreatite.
Hidratação venosa, dieta 0 para obstrução em outro contexto ainda coloco a sonda para esvaziamento
gástrico. Posso passar sonda com óleo mineral para desnovelação. E outra medicação -> salina hipertônica,
para se irritarem e saírem pela porta intestinal. Se não fizer isso, ou não der certo -> laparotomia.
❖ Deve ser feito: Raio-x, palpação
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Ana Roberta Alice Máximo
infestação por A. duodenale, anorexia, fraqueza, cefaléia, palpitações, sopro cardíaco, hipoproteinemia e
edema por enteropatia perdedora de proteínas. Tornam-se indivíduos de baixa produtividade.
❖ Avaliar entre os dedos dos pés para ver se porta de entrada (cortezinho por exemplo).
Trichiuríase ou Tricocefalíase (Trichuris trichiura): acomete comunidades rurais com instalação sanitária
insuficiente e contaminação de fezes humanas ou animais.
Ciclo biológico: os ovos são eliminados com as fezes e demoram de 13 a 20 dias para se tornar infectantes. O
homem ingere os ovos, que sofrem ação de sucos digestivos e libertam as larvas. Estas sofrem várias mudas e
somente 90 dias após a contaminação tornam-se vermes adultos e iniciam a oviposição.
Patogenia e manifestações clínicas: o verme adulto introduz a extremidade anterior na mucosa intestinal
para se fixar. Diariamente muda de lugar e assim provoca erosões e ulcerações múltiplas.
Geralmente é assintomática ou de manifestações leves, quando a criança possui poucos vermes no ceco. No
entanto, em crianças desnutridas, especialmente pré-escolares, que vivem em comunidades aglomeradas e
com ausência total de saneamento básico, pode se instalar a trichiuríase maciça.
O intestino grosso inteiro, do ceco ao reto, pode estar infectado com vermes em número de 2 a 5 mil. Em
quase todos os casos ocorre distensão abdominal e cólicas, vômitos, disenteria crônica com fezes
mucossanguinolentas, tenesmo, anemia hipocrômica e microcítica e desnutrição proteico-energética.
Prolapso retal ocorre em alguns pacientes (se chegar paciente do interior com prolapso, perguntar se tratou
parasitose?). Pode causar apendicite aguda. Dor em quadrante inferior direito ou periumbilical
Há boa recuperação de peso e estatura nas crianças com trichiuríase maciça após o tratamento específico.
Ciclo biológico: após a cópula o macho é eliminado e morre. A fêmea fecundada não solta os ovos até que
seu útero esteja repleto. Então ela migra para a região anal, onde faz a postura. Sua presença nesta região
causa intenso prurido, o que favorece a transmissão direta do ânus para a boca, principalmente por crianças,
adultos sem cuidados de higiene e doentes mentais. A transmissão indireta também é possível, com a
inalação de ovos presentes na poeira e utensílios domésticos (heteroinfecção).
Os ovos ingeridos liberam as larvas no intestino e estas se fixam no ceco. O ciclo é de 30 a 50 dias até a
evolução para a forma adulta.
Patogenia e manifestações clínicas: o parasita pode provocar inflamação superficial na mucosa colônica e
alguns sintomas, como náusea, cólica abdominal, tenesmo e puxo. Mas o sintoma predominante é o intenso
prurido anal, pior à noite, pela presença das fêmeas no local. A criança pode ficar em desespero e apresentar
insônia, tal o sofrimento induzido pelo prurido. Ocorre processo inflamatório na região anal. Nas meninas o
verme pode migrar para a região genital e pode ser encontrado na vulva, uretra, vagina e até na cavidade
peritoneal. Causa intenso prurido vulvar, corrimento, estimulação erótica e até complicações anexiais.
❖ Consigo colocar fita gomada (exame novo) e individualizar o parasita. Às vezes chega com queixa de
dor para fazer xixi, só compramos a ideia de infecção urinária depois de fazer o exame físico na
criança. Pois pode ser esse caso de parasitose que inflamou a região vulvar. Se o EAS veio positivo
não importa, só me convence quando é negativo
Ciclo evolutivo: é complexo e envolve uma fase no intestino delgado do hospedeiro, protagonizada por
fêmeas, e uma fase estercoral (daí a origem do nome), com machos e fêmeas exercendo reprodução em vida
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Ana Roberta Alice Máximo
livre, no solo. As larvas originárias dos ovos provenientes das fêmeas de vida livre ou das fêmeas existentes
no intestino humano evoluem rapidamente para a forma infectante filarióide. Existe mais de uma forma de
transmissão.
❖ Na primo-infecção, as larvas presentes no solo penetram o homem através da pele e depois migram
para o ciclo pulmonar igual aos ancilostomídeos. Na autoinfecção, os ovos provenientes das fêmeas
habitantes do intestino eclodem e rapidamente as larvas evoluem em etapas até a forma infectante
e, antes de serem excretadas com as fezes, penetram a mucosa no íleo, nos cólons ou penetram a
pele na região perianal.
Por via linfática ou venosa atingem o coração direito, para em seguida fazer o ciclo pulmonar. As larvas
deglutidas vão se tornar fêmeas adultas no duodeno e jejuno, onde se alojam no interior das criptas da
mucosa. Transcorrem cerca de 20 dias entre a penetração das larvas na pele ou mucosa e o início da
oviposição.
Patogenia e manifestações clínicas: a estrongiloidíase pode ser assintomática, oligossintomática ou com
formas graves.
❖ A dermatite larvária pode ocorrer nos pés, mãos, nádegas ou região anogenital.
❖ Pneumonite larvária, com dispnéia, tosse, febre e eosinofilia podem ocorrer, porém são menos
frequentes do que na ascaridíase.
A infecção por vermes localizados nas criptas do intestino delgado proximal determina manifestações
diversas, tais como anorexia, náuseas, vômitos, distensão abdominal, dor em cólica ou queimação, muitas
vezes no epigástrio (síndrome pseudo-ulcerosa). O paciente pode apresentar síndrome de má absorção
exuberante (diarreia secretora ou esteatorréia e desnutrição proteico-energética), com duração de várias
semanas ou meses.
Nos pacientes que recebem corticosteróides (mais de 7-10 dias), ou nos imunodeprimidos por doenças
crônicas debilitantes, como desnutrição, neoplasias, doença inflamatórias intestinais, doenças autoimunes,
nefropatias, alcoolismo, os vermes infectam todo o intestino e a auto infecção interna ocorre maciçamente.
As larvas filarióides migram para o fígado, pulmões e inúmeras outras vísceras e glândulas, geralmente
originando bacteremia, pois carregam consigo as enterobactérias intestinais. Assim se desenvolve a
estrongiloidíase disseminada, grave e de alta mortalidade. Associa sintomas intestinais, respiratórios e de
sepse ou meningite por coliformes. Alguns infectados não conseguem eliminar o parasita espontaneamente,
por força de seu próprio sistema imune. Permanecem portadores crônicos, graças à auto infecção interna.
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Ana Roberta Alice Máximo
PROTOZOÁRIOS
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Ana Roberta Alice Máximo
FUNDAMENTOS DA HV DE MANUTENÇÃO
necessidades hidroeletrolíticos
- HOLIDAY E SILDER (ao estudar o leite materno, identificaram algumas necessidades que usamos ate
hoje) viram a quantidade de volume necessaria para nem concentrar nem diluir a urina e pra manter
uma taxa de diurese de 1 - 2ml/hora
→ <10kg —-----------------> 100 x P
→ 10 a 20 kg —--------------> 1.000 + 50 ( P – 10)
→ > 20 hkg —----------------> 1.500 + 20 (P – 20)
ML - KCAL/ DIA
OU
→ <10kg —-----------------> 4 X P
→ 10 a 20 kg —--------------> 40 + 2 ( P - 10)
→ > 20 hkg —----------------> 60 + 1 (P - 20)
ML/HORA
SODIO
sodio → é ele que exerce a osmolaridade (280 - 290); tonicidade, pra definir a quantidade de particulas que
sao capazes de puxar liquido e manter liq no intravascular
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Ana Roberta Alice Máximo
→ segundo holiday era 32meq → que serio isotonico (podem fazer hiponatremia, gera edema, anasarca, se
edemacia a celula nervosa = edema cerebral = aumenta PIC, diminui perfusao cerebral, herniacao de tronco)
POTASSIO
→ recomendado manter um K de 25meq/L
→ segundo holiday 2 a 3 meq/10kcal por dia
CLORO
→ vem junto com o sodio
→ normal 100meq/L
→ SF → contem 154meq/L tanto de sodio e cloro (o cloro ta em excesso) → com isso pra igualar o rim
excreta H2CO3 pela URINA → acidose metabolica HIPERCLOREMICA = AC METABOLICA DE AG NORMAL (MAS
NAO FOI COMPROVADO QUE GERE PREJUIZO PRO ORGANISMO)
o cloro em excesso
o principal cation é o NA
anios →CL, H2CO3 e AG
GLICOSE
- 2,5 - 5% de glicose
- acesso periferico nao pode infundir mais de 12,5 de uma solucao com glicose e
- cateter venoso central nao pode mais de 25%
em quem repor
- TODO O RESTO É COM SORO ISOTONICO!!!!!
GATROENTERITES AGUDAS:
- repor em solucao 3 pra 1
- 3 partes de soro glicosado a 5% + 1 parte SF → isso da 40meq/L (MINISTERIO DA SAUDE)
COMO CALCULAR????
SF 5% —--------> 1.000ml
NACL 20% —---> 40 ml
KCL 19,1% —----> 10ml
NA adequado?
NACL 20% —> 1ML —----- 3 ,4 MEQ
paciente recebe 40ml —-- x
x= 136meq de sodio/ L – ISOTONICO
K adequado?
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Ana Roberta Alice Máximo
- 25meq/L
kcl 19,1% —--> 1ml —--- 2,5meq
paciente ta recebendo 10ml —- x
x= 25 meq/ L
grave → diminuicao de nivel de consciência, comatoso, hipotonico, letargico, olhos muito fundos, sinal da
prega muito lenta
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Ana Roberta Alice Máximo
PLANO C
→ soro de MANUTENÇÃO - HOLIDAY (HIPOTONICO) → O SER HUMANINHO NAO TA COMENDO!!! OU VAI
OPERAR e nao pode comer, nao ta comendo
- SG 5% (como nao vai ta comendo precisa de glicose, potassio)
27kg
0 —- 10kg —> 100ml 100 X 10 = 1.000
10 —-20kg —> 50ml/kg = 50 X 10 = 500
>20kg —-> 20ml = 20 X 7 = 140
total = 1.640
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Ana Roberta Alice Máximo
SODIO NORMAL:
→ 135 - 145meq
- paciente chega, com sodio chega dentro do valor da normalidade 140 → se repor com 3meq X pCAL
Na → PARA MANTER ELA BEM → constajnte de normalidade 3 meq x pcal na
- 3 x 16,4 = 49,2 meq (do exemplo) → NA em meq
- ja se ela chegar com o sodio abaixo → AUMENTA O NUMERO 3, PARA 4 OU 5 para ESTABILIXAR O
SODIO DELA
- 2 x 16,4 = 32,8 → K em meq
prescricao:
1. dieta
2. SG 5% —- 1640
3. NA CL 10% — 28 9
4. KCL 20% — 12,6
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