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Atendimento a criança e adolescente vítima de abuso sexual:

• Atendimento ambulatorial:
o Percepção de algum sinal diferente do usual na criança (corrimento, marcas de
agressão...)
• Atendimento de urgência:
o Acolhimento de forma humanizada, ambiente adequado com respeito a
diversidade, evitando julgamentos morais
• Condutas burocráticas:
o Notificação compulsória e imediata ao SINAN (até 24h)
o Notificação ao Conselho Tutelar ou a Vara da Infância e juventude (para
menores de idade) --> casos suspeitos ou confirmados. Ou seja, não precisa da
confirmação pra notificar.
o Orientar sobre o direito de lavrar um boletim de ocorrência policial e de se
submeter ao corpo de delito no IML --> não é obrigatório, mas pode ser feito
caso a pessoa queira.
• Condutas médicas:
o Exame físico completo e ginecológico (caso a paciente não seja mais virgem,
esse exame é analisado caso a caso):
▪ Avaliar lesões (lacerações, hematomas)
▪ Anotar no prontuário e fotografar
▪ Buscar o material genético/DNA do agressor e fixar por meio de papel
filtro. O material biológico só é enviado para a delegacia se o paciente
abrir um processo penal, mas deve ser guardado.
o Solicitação de exames: (é feito inicialmente para identificar possíveis doenças
“antigas”, e será feito um acompanhamento seriado dos exames, com constantes
repetições, para avaliar o desenvolvimento de qualquer patologia).
▪ Coleta de conteúdo vaginal
▪ Anti-HIV
▪ VDRL
▪ Sorologias para hepatite B e C
▪ Hemograma e função hepática
▪ Beta-HCG
o Prescrição de medicamentos:
▪ Profilaxia de ISTs não virais:
• Sífilis: penicilina G benzatina
• Gonorréia: ceftriaxona
• Clamídia: azitromicina
• Tricomoníase: metronidazol
▪ Profilaxia de ISTs virais:
• Hepatite B: caso já tenha feito ignora, mas se não se souber o
status vacinal ou for incompleto se faz o esquema que é:
imunoglobulina + vacina (3 doses)
o Iniciar em até 14 dias.
• HIV: tenofovir + lamivudina + dolutegravir
o Iniciar em até 72h após a agressão, com duração de 28
dias.
▪ Anticoncepção de emergência
• Levonorgestrel:
o Impede a fecundação (não é abortivo)
o Se a pessoa estiver usando método contraceptivo de alta
eficácia regularmente, não precisa entrar com a PDS.
o Iniciar o mais precocemente possível, preferencialmente
em até 72h, máximo 5 dias.
o Não há contraindicações.
▪ E mesmo se com a contracepção de emergência a vítima engravida?
• Orientar das 3 opções da paciente: 1) Seguir a gestação e ficar
com o bebê; 2) Seguir a gestação e encaminhar para a adoção; 3)
Interrupção da gestação decorrente de violência sexual (até a 20a
semana de gestação).
• Aspectos éticos e legais:
o BO: define instauração de inquérito e da investigação
o Laudo do IML: é a prova criminal.
o Sigilo médico é dever legal do profissional. Não pode ser quebrado.
▪ Só pode ser quebrado se houver risco para o próprio paciente ou para
terceiros (ex: HIV positivo descoberto com parceiro fixo que não saiba).

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