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ASSISTÊNCIA AO PRÉ NATAL DE BAIXO RISCO

DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ:
 Atraso menstrual há mais de 15 dias e menos de 12 semanas = Realizar o TIG (Teste
Imunológico de Gravidez) urinário– elevada taxa de falso negativo.
 Se mantendo amenorreia = repete teste em 15 dias.
 BHCG: Detecção entre 8 e 11 dias da concepção
 Positivo: > 25
 Indeterminado 2 e 25

CALENDÁRIO DE CONSULTAS
 Até 28° semana: mensal
 Da 28° semana até a 36 ° semana: quinzenal
 Da 36 ° até 41 ° semana: semanal
 Devem ser realizadas no mínimo 6 consultas: sendo 1 no primeiro trimestre, duas no
segundo e três no terceiro.
 Todas as gestantes devem ser encaminhadas a maternidade com 41 semanas para
indução do parto, salvo particularidades.

ROTEIRO DA CONSULTA OBSTÉTRICA:


1) ANAMNESE + EXAME FÍSICO:

 GANHO DE PESO NA GESTAÇÃO: Avaliar encaminhamento nutricionista


 AVALIAÇÃO DE RISCO PRÉ NATAL (Na primeira consulta e nas consultas
subsequentes)
 VIDE FOLHA PRÓPRIA

 ENCAMINHAR AO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO (Na primeira consulta)

 EXAMES DA PRIMEIRA CONSULTA:


 Hemograma;
 Tipagem sanguínea e fator RH;
 Coombs indireto (se Rh negativo);
 Glicemia de jejum;
 Teste rápido de triagem para sífilis e ou VDRL;
 Teste rápido diagnostico Anti Hiv;
 ANTI HIV;
 Toxoplasmose IgG e IgM;
 Sorologia para hepatite B (HbsAG)
 Urina Tipo I e urocultura;
 USG obstétrica TV (não é obrigatório), com a função de verificar a IG e cronicidade;
 Sorologia para HTLV (se possível)
 Anti-HBS
ATENÇÃO: Entre 5 e 8 semanas para determinar IG, localização do SG e corionicidade.
 Entre 11 e 13 semanas + 6 dias: Morfológico de Primeiro trimestre (com doppler de
artéria uterina se alto risco)
 Citopatológico de colo de útero (se necessário – Oportunidade única de acesso ao
serviço de saúde?)
Obs: O MS (2012) recomenda que a coleta endocervical não seja realizada, o que não
é corroborado por outros autores, inclusive as Diretrizes para Rastreamento de Colo do
Útero do próprio ministério (2016);
 Parasitológico de fezes (se indicação clinica. Ex: anemia – Hb < 11);
 Eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra, tiver antecedentes
familiares de anemia falciforme ou apresentar histórico de anemia crônica);
* POP pré-natal próprio inclui a essa rotina: Dosagem de TSH e sorologia ou teste rápido para
Hepatite C.

EXAMES DO SEGUNDO TRIMESTRE:


 Hemograma;
 Coombs indireto (se Rh negativo);
 Teste rápido de triagem para sífilis e ou VDRL / RPR;
 Teste rápido diagnostico Anti Hiv;
 Toxoplasmose IgG e IgM (se suscetível);
 Sorologia para hepatite B (HbsAG, se não imunizada)
 Urina Tipo I e urocultura;
 TOTG com 75 g de dextrosol em 0, 60 e 120 minutos (Realizar entre 24 e 28 semanas) –
se Glicemia de jejum no primeiro trimestre normal – Recomendação do Manual de
Rastreamento e Diagnóstico de Diabetes Mellitus Gestacional no Brasil (2017);
* USG Morfológica de Segundo trimestre com medida de colo- Entre 20 e 24 semanas - Não é
rotina do MS;
* POP Pré-natal pessoal inclui a essa rotina: Nova coleta de Urina tipo I e urocultura.

EXAMES DO TERCEIRO TRIMESTRE:


 Hemograma;
 Glicemia de Jejum: Em desacordo com a Recomendação do Manual de Rastreamento e
Diagnóstico de Diabetes Mellitus Gestacional no Brasil (2017);
 Urinocultura e Urina Tipo I;
 HbsAg (se sucetível);
 VDRL;
 Anti-HIV;
 Sorologia para HTLV (se possível)
* Cultura para Streptococos do Grupo B (GBS): NÃO É RECOMENDADO PELO MS (2012).
Porém ACOG e CDC americano recomendam a realização do swab vaginal e retal entre 35 e 37
semanas para todas as pacientes.;
* POP pre natal do HELGJ de 2017 inclui a essa rotina: sorologia ou teste rápido para Hepatite C.

Particularidades:
 Coombs Indireto: Repetido com 28, 32, 36 e 40 semanas se a paciente for Rh negativo.
 Sorologia para toxoplasmose IgG e IgM a cada 2/3 meses se a paciente for susceptível ou,
se possível de 1/1 mês.
Observações quanto a rotina de exames:
Só são obrigatórios, segundo o Ministério da Saúde, exames cuja a doença possa receber
intervenções e seu prognóstico alterado. Desta forma sorologias para herpes, rubéola, hepatite C
e citomegalovírus não devem ser solicitados rotineiramente de acordo com o MS.
USG não é um exame obrigatório, pois não existe comprovação científica de que, rotineiramente
realizada, tenha qualquer efetividade sobre a redução da morbidade e mortalidade perinatal e
materna. Quando houver disponibilidade deve ser realizada nas circunstâncias expostas no texto
acima.
SUPLEMENTAÇÃO:
Ferro e Folato com o objetivo de prevenir a instalação de baixos níveis de hemoglobina no parto e
puerpério.
 Ácido Fólico 400mcg/dia no baixo risco e 5 mg/dia no alto risco : desde 90 dias antes
da concepção até no mínimo 16 semanas de gestação.
 Ferro Elementar Recomenda-se a suplementação 40 mg/dia de ferro elementar (200 mg
de sulfato ferroso). Orienta-se que a ingesta seja realizada uma hora antes das refeições.
Deve ser mantida no pós parto e no pós aborto por 3 meses.
 Vitamina A: nutriente que atua no sistema imunológico, auxiliando no combate às
infecções, diarreia e sarampo. Ajuda também no crescimento e desenvolvimento, além de
atuar no bom funcionamento da visão. Suplementação indicada em todos os estados da
região nordeste e nos municípios do Estado de Minas Gerais (no norte do Estado e nos
Vales do Jequitinhonha e do Mucuri). Deverá ser realizada megadose de 200.000 UI de
vitamina A (1 cápsula VO).
VACINAS
 Tétano e Coqueluche
ESTADO VACINAL RECOMENDAÇÃO
Gestantes não vacinadas Administrar as duas primeiras doses
previamente para dT de dT (intervalo de 60 dias) e a última
dose de dTpa, a partir da 20 °
semana de gestação.
Gestantes vacinadas com uma dose Administrar uma dose de dT e uma
de dT dose dTpa a partir da 20 ° semana
de gestação com intervalo de 60 dias
entre as doses, mínimo de 30 dias.
Gestantes vacinadas com duas Completar esquema com uma dose
doses de Dt de dTpa a partir da 20 ° semana de
gestação.
Gestante com esquema de dT Administrar uma dose de dTpa a
completo independente da partir da 20 ° semana de gestação¹ .
necessidade de reforço de dT
Gestante com esquema dT completo Administrar uma dose de dTpa a
e que receberam dTpa na gestação partir da 20 ° semana de gestação.
anterior
¹ Esta vacina já serve como reforço para tétano para as pacientes com esquema vacinal completo
contra dT há mais de 5 anos.
Se a paciente não realizar a dTpa na gravidez, essa deverá ser realizada até 45 dias pós parto.
 Influenza: Toda gestante, independente da IG, deverá receber esta vacina durante a
campanha anual contra influenza sazonal.
 Hepatite B: Vacinar após o primeiro trimestre: Gestantes com esquema incompleto:
completar o esquema com 3 doses
 Gestantes com esquema completo: não vacina-las.
 Febre Amarela: Em situações de exposição inevitável , a vacina pode ser administrada,
pois o risco da doença durante a gestação é maior que o risco da vacinação.

LEIS TRABALHISTAS E LICENÇA MATERNIDADE:


- Sempre que for a consulta de pré natal ou fizer algum exame necessário ao acompanhamento
da gravidez poderá exigir declaração de comparecimento e sua ausência será justificada;
- A gestante tem o direito de mudar de função no seu trabalho, caso o mesmo possa provocar
problemas a sua saúde ou do bebê;
- A partir da data de confirmação da gravidez, e até 5 meses após o parto a gestante tem
estabilidade no emprego e não pode ser demitida, a não ser por justa causa;
- A gestante tem direito de licença maternidade de 120 dias com remuneração integral e
benefícios legais a partir do 8° mês de gestação;
- A mulher tem direito de ser dispensada do trabalho por dois períodos de 30 minutos para
amamentar o bebê, até os 6 meses;
- O pai do RN tem direito a licença paternidade de 5 dias após o nascimento;
- Nos casos de aborto espontâneo ou previsto por lei será pago o salário-maternidade por duas
semanas.

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