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CARTACAPITAL Ferramenta anticolonial


poderosa: os 30 anos de COMPARTILHE:
interseccionalidade

ISRAEL X GAZA: Acompanhe as últimas notícias

CARTACAPITAL

Ferramenta anticolonial poderosa: os


30 anos de interseccionalidade
Carla Akotirene, autora de Interseccionalidade, pela Coleção Feminismos Plurais,
escreve um artigo especial sobre os 30 anos do conceito
POR CARLA AKOTIRENE | 18.09.2019 17 H48
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CARTACAPITAL Ferramenta anticolonial


poderosa: os 30 anos de COMPARTILHE:
interseccionalidade

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Recomendada s
Há 30 anos a pensadora negra
estadunidense Kimberlé Crenshaw Live
exclusiv
não previu o quão longe o seu termo O futuro
guerra
interseccionalidade viajaria nas Israel-
ciências humanas e pautas Gaza, so
olhar de
identitárias. Ao sistematizar o um
especial
“conhecimento situado de mulheres em Orie
Médio
negras” como instrumento normativo,
propôs a interseccionalidade como Antonia
Quintão
uma sensibilidade hermenêutica no do
campo da teoria crítica feminista de Geledés
fala do
raça, sobre em quais condições poder
libertad
jurídicas, estruturais e subjetivas, da
educaçã
mulheres negras poderiam ser no
CriaCast
representadas por si mesmas e
compreendidas nos tribunais.
Rio
40
graus
Contudo, a interseccionalidade vem
NEWSLETTERS atravessando o século
EDIÇÃO XXI disputada
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no léxico, em escala global por


Cartas
CARTACAPITAL
movimentos identitários, grupos
Ferramenta anticolonial
Capitais
poderosa: os 30 anos de
acadêmicos, programas de governos, à
COMPARTILHE:
interseccionalidade
revelia da capacidade heurística
contestar perdas das garantias
fundamentais do grupo particular.


Usos inadequados liberais
revelam justamente o que
querem esconder: a vontade
colonialista moderna de
obstruir as mulheres negras no
seu Lugar de Fala.

Afinal, é através da
interseccionalidade que os Estados-
nações assumiriam o compromisso
signatário de criar leis e políticas
públicas em atenção à Conferência
Mundial de Durban, África do Sul,
em 2001, para combaterem o
racismo, à discriminação racial, às
violências correlatas, à intolerância e
xenofobia.

Ajustando logo o compromisso


decolonial feminista negro ante os
epistemícidios projetados do
Ocidente frente ao Outro, a meu ver,
quaisquer políticas de identidade,
necessita, metodologicamente, situar
a matriz de poder colonial moderna,
manifesta naquela ocupação ilegal,
NEWSLETTERS depredação, repartimento
EDIÇÃO DA SEMANAdo LOGIN ASSINE

continente africano, tráfico de


CARTACAPITAL
pessoas, expropriação de riquezas,
Ferramenta anticolonial
poderosa: os 30
ódio anos de violências
religioso, militar,
COMPARTILHE:
interseccionalidade
doméstica e sexual, exploração
infantil e nacionalismos, de modo que
identidades, são antes, permanências
do colonialismo ao qual elas não
conseguiriam ser idênticas.
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poderosa: os 30 anos de COMPARTILHE:
interseccionalidade

Kimberle Crenshaw, feminista negra que cunhou o

conceito Interseccionalidade. Foto: Mohamed Badarne

Pautas dos direitos humanos, ou


consequente debate a respeito das
diferenças que sejam, necessitam
compreender que África e seus
descendentes na diáspora conhecem
mais sobre desumanização de
aparências, preconceitos e
discriminações, porque vivem o
racismo estruturalmente e têm
pavimentação discursiva a este
respeito.
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poderosa: os 30 anos de COMPARTILHE:
Má fé pós-moderna, até poderia
interseccionalidade

afirmar, entendendo os
deslocamentos epistêmicos da
política de tradução, certamente no
bojo geopolítico dos conceitos do
Norte, vêm subjacentes o repertório
afrocêntrico da interseccionalidade,
dos anos 2001 para cá.
Coincidentemente, período em que
os Estados Unidos começaram a
guerra contra o terrorismo – após o
atentado às Torres Gêmeas – daí a
potência sul global terminológica caiu
no esvaziamento discursivo
financiado pelas agendas ocidentais.

Na conjuntura atual, lutas identitárias


emergentes partidas já hegemônicas
da Europa e Estados Unidos se
articulam anti gordofobia, antibulliny,
LGBTIQ brancas, feminismos
interseccionais, humanismos
ecológicos, absolutamente contra
quase todas as subordinações,
explorações e iniquidades a que
conhecemos, menos contra o racismo
patriarcal.
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CARTACAPITAL Ferramenta anticolonial


poderosa: os 30 anos de COMPARTILHE:
interseccionalidade
Contrária ao exposto, a jurista
empregou a interseccionalidade
dispondo-se elucidar a
marginalização da categoria raça nas
causas de discriminações de gênero e
a marginalização de gênero nas
discriminações raciais. Em tese, as
mulheres negras eram submetidas às
perdas dos seus direitos legais,
inclusive, nas doutrinas
antidiscriminação, pois os
movimentos antirracistas e feministas
inobservavam a raça aplicável apenas
aos homens negros, bem como a
categoria gênero às mulheres
brancas.

Se o direito informa classe e a justiça


é informada por raça teríamos
insumos jurídicos falhos por
contradição dos próprios movimentos
antirracista e feminista, que lutavam
um de costas para outro, endossavam
NEWSLETTERS os tribunais às recusas
EDIÇÃO das queixas
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apresentadas por mulheres negras,


CARTACAPITAL
aonde a discriminação racial sofrida
Ferramenta anticolonial
poderosa:
poroselas,
30 anos de ser entendida
para COMPARTILHE:
interseccionalidade
juridicamente implicaria numa
experiência de gênero a que somente
brancas poderiam falar.

Tal experiência interseccional da


identidade exigia das mulheres negras
a decisão de hierarquizar, em
separado, as duas causas de racismo e
sexismo, invés de articulá-las juntas.
O emblemático caso da General
Motors responde o porquê de até
década de 60 a multinacional alegava
improcedência do racismo visto como
os homens negros estavam
empregados na linha de montagem. A
denúncia de sexismo caia no
descrédito quando a acusada provava
a oferta e preenchimento de vagas por
mulheres brancas nos serviços
administrativos.

Sofisticada, a jurista demonstra
NEWSLETTERS EDIÇÃO DA SEMANA LOGIN ASSINE
como a categoria trabalho
guarda consigo o privilégio
CARTACAPITAL Ferramenta anticolonial
epistêmico
poderosa: os 30 anos de fora dos mesmos
COMPARTILHE:
interseccionalidade
efeitos do racismo e sexismo.

Doravante, a inelegibilidade das


mulheres negras às vagas de emprego
compunha os argumentos da
escolaridade baixa, função específica,
perfil corpóreo e salários ofertados,
apreciados de modo relevante nas
lógicas de reestruturação produtiva,
ao contrário do racismo e do sexismo
que seguiam institucionalizados para
obstaculização do grupo ao mercado
de trabalho e posteriores sistemáticas
dos tribunais, ausentes da abordagem
interseccional, induzindo o direito
advogar em prejuízo das vítimas.
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poderosa: os 30 anos de COMPARTILHE:
interseccionalidade

A socióloga brasileira Lélia Gonzalez, fundamental

pensadora feminista negra.

Além da proponente, Kimberlé


Crenshaw, prefiro as metáforas de
acidentes para a aplicação prática da
interseccionalidade. Opto
“amefricanizar” a retórica análoga à
Lélia Gonzalez, usando a
encruzilhada como o lugar
multideterminado dos trânsitos de
raça, classe, gênero, sexualidade,
fluxos e sobreposições de acidentes
identitários. As mulheres negras são
frequentemente vitimadas por
estarem mais vezes posicionadas nas
avenidas da diferença,
interdependência e interação
estruturais.
Inevitavelmente, o socorro político da
NEWSLETTERS cosmo-visão ocidental
EDIÇÃO agrava oLOGIN
DA SEMANA estado ASSINE

social duma vítima enxergada


CARTACAPITAL
diferente da mulher universal e os
Ferramenta anticolonial
poderosa: os sentidos
seus 30 anos dede humanidade sequer
COMPARTILHE:
interseccionalidade
serem auferidos. A mulher negra na
avenida do acidente não pode contar
com a assistência feminista, pois que a
raça retira as condições do socorro, as
ferramentas trazidas são
brancocêntricas.

Por sua vez, o socorro do movimento


antirracista vem à procura da raça, ao
se deparar com gênero desconsidera a
multidimensionalidade do acidente e
da vítima mulher. De tal modo,
mulher negra gendrificada, é quem
produz, sozinha, as condições
ancestrais de se levantar contra os
impactos coloniais, políticos e
jurídicos.

Exu, voz ancestral da cultura yorubá,


movimenta as avenidas e alimenta-se
na encruzilhada, razão dele próprio
preferir a oferenda analítica
NEWSLETTERS interseccionalidade, essa
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demonstração cruzada preparada


CARTACAPITAL
durante as dinâmicas das mulheres
Ferramenta anticolonial
poderosa: os 30eanos
negras na de
ética de cuidado com os
COMPARTILHE:
interseccionalidade
Outros acidentados, também, no
trânsito das avenidas e seus
respectivos eixos de subordinação
sexual, de classe, território e etc.

Publicado em 1989, o artigo


Demarginalizing the Intersection of
Race and Sex: A Black Feminist
Critique of Antidiscrimination
Doctrine, Feminist Theory and
Antiracist Politics, discutiu a
marginalização submetida às
mulheres negras em sua experiência
interseccional, comprovadamente
maior que a soma do racismo e
sexismo, ou seja, da mera análise de
classe trabalhadora. O ressarcimento
da intelectualidade ancestral aparece
de Kimberlé Crenshaw a Sojourner
Truth, pensadora não alfabetizada,
pioneira do feminismo negro, cuja
leitura interseccional, em 1851, na
Convenção dos Direitos da Mulher,
Ohio, discursou: “Eu não sou uma
mulher?”
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poderosa: os 30 anos de COMPARTILHE:
interseccionalidade

Sojourner Truth: ‘Eu não sou uma mulher?’

Se os patriarcas racistas impediram o


povo negro de ler, jamais conseguiram
manipular a voz improvisada da
feminista abolicionista Sojourner
Truth. Ela antecipou até a filósofa
francesa Simone de Beauvoir, em
1949, no livro Segundo Sexo, a
propósito da mulher torna-se
culturalmente o “outro.” A pensadora
interseccional indagou ao público o
seu sexo, descredenciando o
determinismo e presunções biológicas
quanto marcadores fixos da
identidade universal das mulheres,
heterossexuais, produzidas e
interpretadas pela visão branco
patriarcal.
A identidade religiosa da oradora
NEWSLETTERS desmitificou a onipotência
EDIÇÃO DA SEMANAdo Deus
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masculino, segundo o qual, ela disse


CARTACAPITAL
que à luz coube à mulher. Dezesseis
Ferramenta anticolonial
poderosa: os 30
anos anosde
antes de Marx teorizar a
COMPARTILHE:
interseccionalidade
categoria trabalho, imersa na
exploração e devir socialista,
brilhantemente, Sojourner Truth
tinha sugerido o parto da mulher
negra, trabalho produtivo e
reprodutivo, somado àqueles pesados,
feitos apenas por homens negros e
mais a escravização, como
significantes do capitalismo, que diga-
se de passagem expõe o lucro
mediante racismo e sexismo. Afinal,
crianças negras foram produzidas,
vendidas, retiradas da propriedade da
mãe preta e da maternagem
obrigatória.

Ao declarar nunca ter sido ‘ajudada a


pular poças de lama ou subir nas
carruagens’, Sojourner Truth indicou
a categoria gênero, antes do
movimento feminista escolhê-la como
descritiva e analiticamente central, na
segunda onda feminista, explicativa
das relações de poder entre homens e
mulheres isolada da raça,
respondendo a opressão patriarcal
experienciada pelas mulheres brancas
da classe média.

É Sojourner Truth quem sugere


articulação de agendas mistas,
dizendo-se lutar pelo sufrágio e
NEWSLETTERS abolicionismo, clamando
EDIÇÃO norteLOGIN
DA SEMANA e sul ASSINE

estadunidenses nos efeitos de


CARTACAPITAL
libertação política das mulheres e dos
Ferramenta anticolonial
poderosa: os 30 anos
negros, marcode revolucionário! Lógico,
COMPARTILHE:
interseccionalidade
perspectivas anteriores ao termo
interseccionalidade nos fazem citar
Frances Beal, em 1969; Lélia
Gonzalez, em 1983; Glória Anzáldua,
em 1984; Angela Davis, em 1981;
bell hooks, em 1981; Audre Lorde,
em 1984. E o Coletivo Combahee
River, em 1974, na lesbianidade das
feministas de cor declararem:
comprometidas a lutar contra a
opressão racial, sexual, heterossexual
e classista, e que nossa tarefa
específica é o desenvolvimento de
uma análise e prática integradas
baseadas no fato de que os sistemas
maiores de opressão se interligam.

No Brasil, institutos de pesquisa


alheios às contribuições
interseccionais vêm do contexto
anterior, de apagamento epistêmico
feminista negro, é preciso admitir;
ambos além do mais, movimento
feminista e movimento antirracista,
juntos, incidem nos altos índices de
violência doméstica e feminicídios,
haja vista esperam que o Estado crie
metodologias aplicáveis à experiência
das mulheres negras sem a
coparticipação teórico-metodológica
destas.
O movimento negro omisso às
NEWSLETTERS masculinidades violentas
EDIÇÃO por um
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lado, as pesquisadoras brancas usando


CARTACAPITAL
teorias e prestígios acadêmicos na
Ferramenta anticolonial
poderosa: os 30 anos de
instrumentalidade dosCOMPARTILHE:
governos
interseccionalidade
sobre gestão, implantação e avaliação
de políticas para as mulheres,
refletem desleituras sinalizadas em
Kimberlé Crenshaw, 30 anos atrás.

***

A Lei Maria da Penha, instrumento


jurídico de 2006, está longe de ser
interseccional. Fruto da conquista de
gênero articulada pelas feministas
brancas homenageia a farmacêutica
branca vítima do professor
universitário Viveros, reconhecendo
obviamente, o patriarcado
estruturado, aberto a todas as
mulheres, excluindo sua atenção na
prática às vítimas em situação de rua.

Grosso modo, aplicar privação de


liberdade para agressores de mulheres
desconsiderando até que ponto os
homens brancos negociam a
impunidade com as polícias, ajustam
identidades patriarcais diante dos
juízes, é perigoso, do ponto de vista
epistêmico. Ademais, as mulheres
negras têm na prisão a marca da
escravização moderna, o
encarceramento em massa
suficientemente abordado pela
pesquisadora Juliana Borges auxilia,
entendemos,
NEWSLETTERS a biopolítica.
EDIÇÃO DA SEMANA LOGIN ASSINE

Defensoras da Lei Maria da Penha


CARTACAPITAL Ferramenta anticolonial
informada
poderosa: os 30 anosde
de gênero ignoram a Lei
COMPARTILHE:
interseccionalidade
de Execução Penal que foi informada
por raça, o inverso é aplicável,
também. A saber, a prisão não
atravessa a experiência branca por
meio de classe, seus ilícitos passam
impunes e opostos a gênero
racializado, que volta e meia sentencia
as mulheres negras nas celas. Dos
braços do agressor a vítima vai para
os braços do Estado após darem fim à
violência doméstica por meio dos
homicídios. A polícia interventiva
sempre o é atendendo a vítima que
não seja moradora de território
marginalizado. As mulheres negras
sofrem coação, ingressam no tráfico
de drogas durante as visitas íntimas,
por último, lidam com novos
agressores feminizados, leia-se
genitálias femininas, impositoras de
convivências e afetividades violentas
nas celas domésticas e sem direito a
medida protetiva de gênero.

Some-se ao fato das produções


teóricas sobre violência contra a
mulher atravessarem a década de 80,
logo quando surgiram às primeiras
delegacias especializadas de
atendimento à mulher,
exclusivamente aportadas às autoras
brancas do Brasil, Estados Unidos e
NEWSLETTERS Europa Ocidental. Qual
EDIÇÃO DA o resultado
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político? Diminuição da
CARTACAPITAL
vulnerabilidade das mulheres brancas
Ferramenta anticolonial
poderosa: os 30 anos de
e sobressaltados índices de violência
COMPARTILHE:
interseccionalidade
contra as mulheres negras na última
década.

Desde 1993 Kimberlé Crenshaw


publicou Mapeando as margens:
interseccionalidade, políticas de
identidade e violência contra
mulheres de cor, trazendo a
interseccionalidade à presença do
direito, proteção, migração,
abrigamento e políticas públicas,
incorporadas pelas especificidades
das mulheres negras em dimensão
econômico-política cabível, do
antirracismo e do feminismo atuarem,
mas em virtude disso a marca da
branquitude feminista impede as
necessidades serem atendidas,
conforme ocorre na luta antirracista
marcadamente masculinizada.

Ativistas negros reivindicam o fim da


violência policial através da luta
coletiva contra o genocídio da
população negra. Agora, não
questionam as masculinidades
hegemônicas decididas a espancar,
abusar e violentar suas companheiras,
obrigando-as a recorrer a polícia,
numa contradição infame pouco
resolutiva, se avaliadas as chances
delas desistirem da marca colonial do
NEWSLETTERS Estado nasEDIÇÃO
suas comunidades
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criminalizadas por raça, ao mesmo


CARTACAPITAL
tempo, estarem elas suscetíveis de
Ferramenta anticolonial
poderosa: os 30 anos defluxos deCOMPARTILHE:
interromper trabalhos com
interseccionalidade
o tráfico de drogas por exemplo,
sinalizados paralelamente punitivistas
contra quem traz os aparelhos
repressivos para dentro das
comunidades.

Precisamos compreender às duras


penas, quiçá, o instrumento político
racionalizado, a interseccionalidade,
impõe garantias discursivas aos
movimentos políticos e ao Estado por
meio de governanças, leis e políticas
públicas, a fim de alcançarem
experiências de grupos extremamente
vulnerabilizados.

Se hoje temos condições de executar a


política racial na Educação, Saúde,
Cultura, Desenvolvimento Agrário,
devemos notar ministérios como a
SEPPIR-Secretaria Especial de
Políticas de Promoção da Igualdade
Racial, demográfica redistribuição
racial das oportunidades
implementada pela esquerda,
ancorada nas ações pós Durban; os
especialistas foram
instrumentalizados pela produção
intelectual de Kimberlé Crenshaw –
Documento para o encontro de
especialistas em aspectos da
discriminação racial relativos ao
NEWSLETTERS gênero, 2002, ‘ engajados
EDIÇÃO DA SEMANAna luta
LOGIN ASSINE

antirracista, antissexista, não


CARTACAPITAL
confessional, finalmente,
Ferramenta anticolonial
poderosa: os 30 anos de na forma
compreendidos das leis e
COMPARTILHE:
interseccionalidade
desenho jurídico de como, quais e por
onde as políticas públicas setoriais,
transversalmente, são efetivadas.

A ex ministra Matilde Ribeiro (a


primeira) e Luiza Bairros em seguida,
praticamente já no fechamento
ministerial com o golpe da direita,
impuseram o pensamento feminista
negro antirracista à luz da
hermenêutica, ali, gestoras e não
militantes, igualmente, aos demais
ministros das pastas colaterais que
precisaram operacionalizar os anseios
identitários da interseccionalidade,
sensibilidade da jurisprudência que
possibilita o Estado, ente regulador
das desigualdades sociais, materializar
as expectativas de segmentos
humanos promovendo a igualdade
racial, atravessando instâncias
jurídicas, e cooperação técnica.

O Sistema Nacional de Promoção da


Igualdade Racial; a Lei 10.639/03, no
ensino da História e Cultura Afro-
brasileira e Africana; a titulação das
terras das comunidades
remanescentes de quilombos; os
programas de combate ao racismo
institucional; as reservas de cotas
raciais para negro, estatuto da
NEWSLETTERS igualdade racial;
EDIÇÃO foram possíveis
DA SEMANA LOGIN ASSINE

graças ao argumento jurídico e


CARTACAPITAL
orçamentário, executado a partir da
Ferramenta anticolonial
poderosa: os 30 anos de
interseccionalidade, a COMPARTILHE:
fim dos
interseccionalidade
impactos e efeitos da política
universalizada deixarem a cobertura
branca pobre masculina e se
comprometerem junto aos direitos
humanos universalmente, sem as
superinclusões e subinclusões
descritas por Kimberlé Crenshaw.

Por outro lado, é inaceitável que os


direitos sexuais e reprodutivos
continuem pautados, de modo cabal
no elemento gênero supondo as
mesmas condições de aborto
clandestino e violência obstétrica
para as mulheres. A
interseccionalidade sugere desse
modo lermos a condição social das
negras: pauperizadas, jovens
condicionadas a insegurança, porque
sem a ferramenta de luta capaz de nos
visibilizar, seremos sempre
interrompidas, apagadas como a
Vereadora Marielle Franco, pela
política, Estado, leis e identidade
interseccional revelada na avenida da
morte. Encruzilhada é lugar de
decisão.

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