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DIREITO AMBIENTAL

Não perderia tempo lendo TODA a doutrina, EXCETO quanto aos princípios, e jurisprudência.

Ambiental, ainda que caia uma parte doutrinária, tende muito a ser mais lei seca (65%) + jurisprudência (25%)
+ 10% doutrina.

Então, trate de ler a lei seca, PGE-ES,PGE-SE também que o dia...e AGU repetiu um pouco também.
20% de jurisprudência, o restante praticamente lei seca...

De verdade, leia mesmo!

DOUTRINA/ MATERIAIS – SUGESTÕES


ANA CATARINA FERREIRA LIMA
anacatarina.lima16@gmail.com
MANUAL DE DIREITO AMBIENTAL (2023) – ROMEU THOMÉ

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ANA CATARINA FERREIRA LIMA


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Felipe Pedrosa (@conteudospge – material sensacional)

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ANA CATARINA FERREIRA LIMA


anacatarina.lima16@gmail.com

Para a produção deste material contamos com a colaboração do Curso Conteúdos PGE (preparatório
especializado em procuradorias – e que foi a BASE para a elaboração desse Raio-X, olhe, o material que André Felipe
Pedrosa é realmente muito bom!).

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SUMÁRIO

1 Direito Ambiental. 1.1 conceito e objeto. 1.2 Princípios fundamentais. 1.3 O Direito Ambiental como Direito Econômico.
1.4 A natureza econômica das normas de Direito Ambiental. 1.5 Repartição de competências em matéria ambiental 1.6
Normas constitucionais relativas à proteção ambiental. 1.7 O Direito Ambiental na Constituição Federal. 1.8 Meio
ambiente como direito fundamental. 1.9 Meio ambiente natural, artificial, cultural e do trabalho. 1.10 Biodiversidade e
desenvolvimento sustentável. 1.11 Recursos naturais e bens ambientais. 1.11.1 Conceitos. 1.12 Bens culturais. 1.12.1
Significado. 1.12.2 Princípios da tutela do patrimônio cultural. 1.13 Deveres ambientais. 1.14 Função social da
propriedade. 5
2 Normas gerais e normas de cooperação para os entes federados em matéria ambiental Lei Complementar Federal
140/2011. 5
3 Zoneamento ambiental. 4 Licenciamento ambiental. 5. Estudo de impacto ambiental. 5.1 Conceito, competências,
natureza jurídica e requisitos. 26
5.2 Resolução do CONAMA nº 1/1986, publicada no DOU em 17/2/1986 (Relatório de Impacto Ambiental – EIA-RIMA). 5.3
Resolução do CONAMA nº 237/1997, publicada no DOU em 22/12/1997 (Licenciamento Ambiental). 26
6 Decreto nº 99.274/1990 (Política Nacional do Meio Ambiente). 26
5.2 Resolução do CONAMA nº 1/1986, publicada no DOU em 17/2/1986 (Relatório de Impacto Ambiental – EIA-RIMA).
39
5.3 Resolução do CONAMA nº 237/1997, publicada no DOUFERREIRA
ANA CATARINA em 22/12/1997
LIMA(Licenciamento Ambiental). 39
anacatarina.lima16@gmail.com
6 Decreto nº 99.274/1990 (Política Nacional do Meio Ambiente). 39
10 Recursos hídricos. 10.1 Lei nº 9.433/1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos e Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos — SINGREH). 10.1.1 Objetivos, diretrizes gerais, competências, comitês de bacia hidrográfica e outorga pelo
uso da água. 39
10.3 Resolução do CNRH nº 16/2001 (Outorga de direito de uso de recursos hídricos). 39
10.3 Resolução do CNRH nº 16/2001 (Outorga de direito de uso de recursos hídricos). 40
12. Recursos florestais. 12.1 Código Florestal. 41
13.2 Lei nº 12.651/2012 (Proteção da Vegetação Nativa). 13.3 Resoluções do CONAMA nº 302/2002 e nº 303/2002
(publicadas no DOU em 13/05/2002). 41
13.4 Lei nº 11.284/2006 (Gestão de Florestas Públicas). 13.5 Gestão e concessão florestal. 13.5.1 Significados. 14
Populações Tradicionais. 41
14.1. Decreto 6.040/2007 41
13.3 Resoluções do CONAMA nº 302/2002 e 46
13.3 Resoluções do CONAMA nº 303/2002 (publicadas no DOU em 13/05/2002). 46
14.1. Decreto 6.040/2007 46
13. Espaços territoriais especialmente protegidos. 13.1 Áreas de preservação permanente em área urbana e rural e
reserva legal. 13.1.2 Lei nº 9.985/2000 (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza). 13.1.3 Tipos de
unidades, objetivos e categorias. 13.1.4. Compensação ambiental. 46
6 Responsabilidades. 6.1 Efeito, impacto e dano ambiental. 6.2 Poluição. 6.3 Responsabilidade administrativa, civil e penal.
6.4 Tutela processual. 55

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8. Poder de polícia e Direito Ambiental. 8.1 Infrações ambientais. 8.2 Crimes ambientais. 8.3 Sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. 8.4 Das infrações e sanções administrativas
ambientais. Da apuração das infrações administrativas. 9 Responsabilidade ambiental. 9.1 Conceito de dano e a reparação
do dano ambiental. 9.2 Efetivação da proteção normativa ao meio ambiente. Poder Judiciário, Ministério Público e
Administração Pública. 55

Resultado
Questões:

1 Direito Ambiental. 1.1 conceito e objeto. 1.2 Princípios fundamentais. 1.3 O Direito Estudei:
Ambiental como Direito Econômico. 1.4 A natureza econômica das normas de Direito
Ambiental. 1.5 Repartição de competências em matéria ambiental 1.6 Normas
constitucionais relativas à proteção ambiental. 1.7 O Direito Ambiental na Constituição
Federal. 1.8 Meio ambiente como direito fundamental. 1.9 Meio ambiente natural,
artificial, cultural e do trabalho. 1.10 Biodiversidade e desenvolvimento sustentável. 1.11
Recursos naturais e bens ambientais. 1.11.1 Conceitos. 1.12 Bens culturais. 1.12.1
Significado. 1.12.2 Princípios da tutela do patrimônio cultural. 1.13 Deveres ambientais.
1.14 Função social da propriedade.
2 Normas gerais e normas de cooperação para os entes federados em matéria ambiental
Lei Complementar Federal 140/2011.

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


anacatarina.lima16@gmail.com

Comentários: doutrina +lei seca + jurisprudência

Atenção, de início, julgados MUITO IMPORTANTES:

#SeLigaNaJuris

• É constitucional — uma vez observadas as regras do sistema de repartição competências e a importância do


princípio do desenvolvimento sustentável como justo equilíbrio entre a atividade econômica e a proteção
do meio ambiente — norma estadual que proíbe a atividade de pesca exercida mediante toda e qualquer
rede de arrasto tracionada por embarcações motorizadas na faixa marítima da zona costeira de seu
território.
STF. Plenário. ADI 6.218/RS, Rel. Min. Nunes Marques, redatora do acórdão Min. Rosa Weber, julgado em
01/07/2023 (Info 1102).

• É constitucional norma estadual que veda a pulverização aérea de agrotóxicos na agricultura local e sujeita

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o infrator ao pagamento de multa.
Essa norma representa maior proteção à saúde e ao meio ambiente se comparada com as diretrizes gerais
fixadas na legislação federal. Além disso, essa norma estabelece restrição razoável e proporcional às técnicas
de aplicação de pesticidas.
Os Estados-membros podem editar normas mais protetivas à saúde e ao meio ambiente quanto à utilização
de agrotóxicos.
STF. Plenário. ADI 6137/CE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 29/05/2023 (Info 1096).

• Cabe aos municípios promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos que possam
causar impacto ambiental de âmbito local.
STF. Plenário. ADI 2142/CE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/6/2022 (Info 1060).

• É inconstitucional interpretação do art. 264 da Constituição do Estado do Ceará de que decorra a supressão
da competência dos Municípios para regular e executar o licenciamento ambiental de atividades e
empreendimentos de impacto local.
STF. Plenário. ADI 2142/CE, Rel. Min.
ANARoberto Barroso,
CATARINA julgado
FERREIRA em 24/6/2022 (Info 1060).
LIMA
anacatarina.lima16@gmail.com

• É inconstitucional — por invadir a competência legislativa geral da União (art. 24, VI, §§ 1º e 2º, da CF/88) e
violar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225, § 1º, IV, da CF/88) — norma estadual
que cria dispensa do licenciamento ambiental para atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente.
STF. Plenário. ADI 4529/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 21/11/2022 (Info 1076).

• Em ação que tem por objeto apenas a reparação de danos morais e materiais suportados por pescadores
em razão do rompimento da barragem de Fundão em Mariana/MG, não se discutindo a responsabilização
do Estado, não prevalece a competência da 12ª Vara Federal de Belo Horizonte, permitindo-se o ajuizamento
no foro de residência do autor ou no local do dano.
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1.966.684-ES, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 17/10/2022 (Info
758).

• A repartição de competências comuns, instituída pela LC 140/2011, mediante atribuição prévia e estática

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das competências administrativas de fiscalização ambiental aos entes federados, atende às exigências do
princípio da subsidiariedade e do perfil cooperativo do modelo de Federação, cuja finalidade é conferir
efetividade nos encargos constitucionais de proteção dos valores e direitos fundamentais.
STF. Plenário. ADI 4757/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/12/2022 (Info 1079). – Saiba o inteiro teor

• É inconstitucional regra que autoriza estado indeterminado de prorrogação automática de licença ambiental.
STF. Plenário. ADI 4757/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/12/2022 (Info 1079). Eu já disse, inteiro
teorrrrr….(PRINCIPALMENTE PARA DISCURSIVAS – A IDEIA DO INTEIRO TEOR)

• No exercício da cooperação administrativa cabe atuação suplementar — ainda que não conflitiva — da União
com a dos órgãos estadual e municipal.
STF. Plenário. ADI 4757/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/12/2022 (Info 1079). APOSTA

• A indenização de dano ambiental deve abranger a totalidade dos danos causados, não sendo possível ser
decotadas em seu cálculo despesas referentes à atividade empresarial (impostos e outras).
STJ. 2ª Turma. REsp 1.923.855-SC,ANA
Rel.CATARINA
Min. Francisco Falcão,LIMA
FERREIRA julgado em 26/04/2022 (Info 734).
anacatarina.lima16@gmail.com

• A omissão na fiscalização e mitigação dos danos ambientais enseja a imposição judicial de obrigações
positivas para o Município a fim de solucionar o problema cuja extensão temporal e quantitativa revela
afronta à dimensão ecológica da dignidade humana. (leitura do inteiro teor)
STJ. 2ª Turma. AREsp 2.024.982-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 14/06/2022 (Info 742).

• CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É inconstitucional a revogação de Resolução do Conama que protegia
o meio ambiente sem que ela seja substituída ou atualizada por outra que também garanta proteção.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/9f319422ca17b1082ea49820353f14ab>.
Acesso em: 14/06/2022

• É constitucional lei estadual que proíba a utilização de animais para desenvolvimento, experimentos e testes
de produtos cosméticos, de higiene pessoal, perfumes e seus componentes.
A proteção da fauna é matéria de competência legislativa concorrente (art. 24, VI, da CF/88).

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A Lei federal nº 11.794/2008 possui uma natureza permissiva, autorizando, a utilização de animais em
atividades de ensino e pesquisas científicas, desde que sejam observadas algumas condições relacionadas
aos procedimentos adotados, que visam a evitar e/ou atenuar o sofrimento dos animais.
Mesmo o que o tema tenha sido tratado de forma mais restrita pela lei estadual, isso não se mostra
inconstitucional porque, em princípio, é possível que os Estados editem normas mais protetivas ao meio
ambiente, com fundamento em suas peculiaridades regionais e na preponderância de seu interesse,
conforme o caso. (STF. Plenário. ADI 5996, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 15/04/2020 (Info 975).

• Exatamente assim, caiu no TJDFT 2023 – CEBRASPE:

(CEBRASPE – 2023 – TJDFT – JUIZ) Conforme o entendimento do STF, se determinado estado


da Federação, com fundamento em suas peculiaridades regionais e na preponderância de seu
interesse, publicar lei que proíba a utilização de animais para desenvolvimento, experimentos
e testes de produtos cosméticos, de higiene pessoal, perfumes e seus componentes, essa lei
será

(A) inconstitucional, por ser competência privativa da União legislar sobre o assunto. (B)
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
inconstitucional, já que é competência exclusiva da União legislar sobre o assunto.
anacatarina.lima16@gmail.com

(C) constitucional, por ser competência concorrente da União, dos estados e dos municípios
legislar sobre o assunto.

(D) constitucional, por ser competência privativa dos estados legislar sobre o assunto.

(E) constitucional, por ser competência concorrente da União, dos estados e do Distrito Federal
legislar sobre o assunto. (GABARITO: E)

Sabe, o art 225 da CF?


Bom, ele cai bastante!!!!

O direito ao meio ambiente vem previsto no Artigo 225 da Constituição, prevendo que se trata de um dever e
direito de todos. Desta forma, trata-se de um direito fundamental de terceira dimensão ou geração, visto que é de
titularidade indeterminada (toda a coletividade), bem como um direito difuso.

A Constituição de 1988 protege o meio ambiente equilibrado tanto como direito subjetivo, quanto como

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direito objetivo.
Dimensão objetiva: Reconhece o direito ao meio ambiente equilibrado como dever ou tarefa estatal.
Dimensão subjetiva: Admite o meio ambiente equilibrado como direito individual e de liberdade de cada
indivíduo de acesso, uso e gozo de um ambiente saudável.

Segundo decisão do Superior Tribunal de Justiça, o grande risco oferecido, a toda a humanidade, pelo dano
ambiental, é um dos principais argumentos para que o direito a sua reparação seja considerado imprescritível.

(...) 4. O meio ambiente deve ser considerado patrimônio comum de toda humanidade, para a garantia de sua
integral proteção, especialmente em relação às gerações futuras. Todas as condutas do Poder Público estatal devem
ser direcionadas no sentido de integral proteção legislativa interna e de adesão aos pactos e tratados internacionais
protetivos desse direito humano fundamental de 3a geração, para evitar prejuízo da coletividade em face de uma
afetação de certo bem (recurso natural) a uma finalidade individual. 5. A reparação do dano ao meio ambiente é
direito fundamental indisponível, sendo imperativo o reconhecimento da imprescritibilidade no que toca à
recomposição dos danos ambientais. (...) Afirmação de tese segundo a qual É imprescritível a pretensão de
reparação civil de dano ambiental. (RE 654.833, Relator(a):
ANA CATARINA ALEXANDRE
FERREIRA LIMA DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em
anacatarina.lima16@gmail.com
20/04/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-157 DIVULG 23-06-2020 PUBLIC 24-06-2020)

(CEBRASPE – 2023 – JUIZ TJDFT) Em determinado empreendimento imobiliário, a pessoa física


responsável pelo imóvel causou danos ao meio ambiente, o que deu origem a processos
administrativo e judicial.

Nessa situação hipotética, eventual aplicação de multa administrativa será

(A) imprescritível, não se aplicando a teoria do fato consumado e não sendo cumulável eventual
condenação judicial de obrigações de fazer e de indenizar.

(B) imprescritível, sendo prescritível a reparação dos danos ambientais, podendo eventual
condenação judicial de obrigação de fazer ser cumulada com a de indenizar.

(C) prescritível, aplicando-se a teoria do fato consumado, havendo prazo em dobro da


prescrição para a reparação dos danos ambientais.

(D) prescritível, sendo imprescritível a reparação dos danos ambientais, podendo eventual
condenação judicial de obrigação de fazer ser cumulada com a de indenizar.

(E) imprescritível, tal qual a reparação dos danos ambientais, não sendo cumulável eventual

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condenação judicial de obrigações de fazer e de indenizar.

Gabarito D

Existe inclusive doutrina que trata do tema como cláusula pétrea, visto que inegavelmente o direito ao meio
ambiente é tido como fundamental.

#SeLigaNaJuris

• O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado se configura como direito fundamental da pessoa
humana. A mera revogação de normas operacionais fixadoras de parâmetros mensuráveis necessários ao
cumprimento da legislação ambiental, sem sua substituição ou atualização, aparenta comprometer a
observância da Constituição Federal, da legislação vigente e de compromissos internacionais. STF. Plenário.
ADPF 747 MC-Ref/DF, ADPF 748 MC-Ref/DF e ADPF 749 MC-Ref/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em
27/11/2020 (Info 1000).
• ANA CATARINA FERREIRA LIMA
anacatarina.lima16@gmail.com
#QuestãodeProva
1) (CESPE - JUIZ TJDFT): O reconhecimento material do direito fundamental ao ambiente justifica-se na medida em
que tal direito é extensão do direito à vida, sob os aspectos da saúde e da existência digna com qualidade de vida,
ostentando o status de cláusula pétrea, consoante entendimento do STF.
( ) Certo ( ) Errado

2) (JUIZ FEDERAL - 2013): O direito ao meio ambiente é um direito de interesse difuso.


( ) Certo ( ) Errado

3) (AGU - 2010) O meio ambiente é um direito difuso, direito humano fundamental de terceira geração, mas não
é classificado como patrimônio público.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1) Certo; 2) Certo; 3) Errado

O conceito de meio ambiente é bastante amplo, incluindo o direito ao meio ambiente do trabalho, cultural,

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natural e artificial (CESPE - TJBA - Juiz). Por outro lado, a lei da PNAMA define meio ambiente da seguinte forma:

“Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.”

(PGM FOR) O conceito de meio ambiente que vem embutido na norma jurídica não abrange o conjunto de leis que
rege a vida em todas as suas formas. R: Falso! Abrange em todas as suas formas!

(MPRR - CESPE) Até o advento da lei que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente, não existia uma definição
legal e(ou) regular de meio ambiente. A partir de então, conceituou-se meio ambiente como o conjunto de
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas. R: Correto!

Meio Ambiente

Trabalho

Cultural
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
anacatarina.lima16@gmail.com
Artificial

Natural

Além disso, o meio ambiente deve ser preservado em favor da atual geração e também das futuras gerações,
consagrando, portanto, o princípio da solidariedade intergeracional. Vejamos:

“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

É importante salientar que apesar de o meio ambiente ser considerado bem de uso comum do povo, a
proteção ambiental também inclui áreas privadas, que devem respeitar o que dispõe a legislação pátria.

Neste sentido, a CESPE - CD - 2014 considerou INCORRETA: O meio ambiente é um bem de uso comum do
povo, portanto, todas as áreas ambientalmente protegidas são públicas.

(CESPE - TRF2 - Juiz) O princípio da responsabilidade ambiental entre gerações é meramente prospectivo e, por isso,

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não está positivado na CF. R: FALSO! Como vimos, existe previsão na CF e também não é meramente prospectivo,
pois busca também assegurar para a geração atual.

Ainda no artigo 225, um tema muito cobrado é a parte de energia nuclear. Vejamos o que dispõe a Carta
Magna:

“§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei
federal, sem o que não poderão ser instaladas.”

Desta forma, a CESPE considerou CERTO (MPPI): O estado-membro não poderá propor nem aprovar legislação
que autorize a criação da usina nuclear, porque, caso o faça, essa lei será declarada inconstitucional.

Outro tema muito cobrado nesta parte são os biomas que se constituem como patrimônio nacional. São eles:

a) Floresta Amazônica brasileira;


b) a Mata Atlântica;
c) a Serra do Mar;
d) o Pantanal Mato-Grossense e
e) a Zona Costeira. ANA CATARINA FERREIRA LIMA
anacatarina.lima16@gmail.com

• Obs: O termo “patrimônio nacional” é utilizado no sentido de valor e importância de tais biomas para a
proteção ambiental e não como bem pertencente à União.
RE 300244, STF: “Não é a Mata Atlântica, que integra o patrimônio nacional a que alude o artigo 225, §4º,
da Constituição Federal, bem da União”.

Atenção! As provas fazem pegadinhas incluindo a caatinga e o cerrado! Cuidado! Vejamos: (CESPE) Na
hipótese considerada, o lote concedido faz parte do bioma brasileiro cerrado, que está protegido como patrimônio
nacional pela Constituição. R: FALSO!

Bem como os imóveis inseridos nestas áreas não são considerados públicos. Neste sentido (CESPE - 2013): A
Constituição Federal de 1988, ao consagrar a proteção à Floresta Amazônica brasileira, à Mata Atlântica, à Serra do
Mar, ao Pantanal Mato-grossense e à Zona Costeira, definindo-os como patrimônio nacional, converteu em bens
públicos os imóveis particulares abrangidos pelas referidas florestas e matas. R: FALSO!

Como dito no material sobre bens públicos, em direito administrativo, algumas terras públicas são dotadas da

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chamada indisponibilidade absoluta. Vejamos:

As terras devolutas ou arrecadadas pelos estados por ações discriminatórias são indisponíveis quando
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

Vale salientar, por fim, que quando estivermos diante de mineração, quem explora deve recompor o meio
ambiente conforme determinação dos órgãos ambientais. Vejamos:

“§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma
da lei.”

Ei, sem brincadeira: DIFERENCIE os BENS DA UNIÃO (art.20 da CF) vs BENS ESTADUAIS (art 26 da CF), ok?

Obs: lembrar que as terras ocupadas pelos quilombolas são de propriedade das comunidades quilombolas, e
não da União.

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


anacatarina.lima16@gmail.com
COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE DANO AMBIENTAL

“Sem arengar... Avia, macho!” (é expressão de ALAGOAS, rapaz...)

Veja, avalie saber bem a competência legislativa em matéria ambiental, beleza?

“Federalismo cooperativo ecológico” (TEMA BACANA) – aprofunde, se a banca quiser te surpreender:

Veja:
#LeiaoArtigo

Página | 13
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=10289072&pgI=11&pgF=15
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
anacatarina.lima16@gmail.com

Desafios do federalismo cooperativo na gestão ambiental: impasses e perspectivas na atuação dos Consórcios
Públicos.

https://periodicos.ufba.br/index.php/RBDA/article/download/33327/19313

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO (ART. 22 DA CF) - ATENÇÃO.

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE – (ART 24 DA CF)


É concorrente, conforme artigo 24, CRFB. No entanto, os Estados devem observar as leis federais.

Página | 14
De acordo com Marcelo abelha:
“É claro que, como determinam os §§ 1º e 2º do art. 24, eventual lei estadual que disponha
sobre a responsabilidade civil ambiental não pode, em hipótese alguma, ofender os pilares
que forem estabelecidos pela norma geral sobre o assunto (no caso, o art. 14, § 1º, da Lei n.
6.938/81)”.

Inclusive os Municípios detêm esta competência, vejamos:


#SeLigaNaJuris
• O Município é competente para legislar sobre meio ambiente com União e Estado, no limite de seu
interesse local e desde que tal regramento seja e harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais
entes federados (art. 24, VI, c/c 30, I e II, da CRFB). [RE 586.224, rel. min. Luiz Fux, j. 5-3-2015, P, DJE de 8-
5-2015, Tema 145.]

• É inconstitucional norma estadual que estabelece hipóteses de dispensa e simplificação do licenciamento


ambiental para atividades de lavra a céu aberto por invadir a competência legislativa da União para editar
normas gerais sobre proteção do meio ambiente, nos termos previstos no art. 24, §§ 1º e 2º, da Constituição
Federal. Vale ressaltar também que o estabelecimento de procedimento de licenciamento ambiental
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
estadual que torne menos eficiente a proteção do meio ambiente equilibrado quanto às atividades de
anacatarina.lima16@gmail.com
mineração afronta o caput do art. 225 da Constituição por inobservar o princípio da prevenção.STF.
Plenário. ADI 6650/SC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/4/2021 (Info 1014);

• O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando se tratar
de interesse local. Ex: é constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja a aplicação
de multas para os proprietários de veículos automotores que emitem fumaça acima de padrões
considerados aceitáveis. STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson
Fachin, julgado em 29/6/2017 (Info 870)

Ei, psiu...

Deixe de ler a LC 140 não, viu?! – caiu na AGU 2023 – APOSTO QUE PODE VIR NA PGE-RN!

Outra coisa, com base no entendimento do STF:

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CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Análise da constitucionalidade da LC 140/2011. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em:
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6cb993c8fa82ad11ff71fad64d213a72
. Acesso em: 11/02/2023

O Supremo Tribunal Federal decidiu que é inconstitucional a concessão automática de licença ambiental para
funcionamento de empresas que exerçam atividades classificadas como de risco médio (STF. Plenário. ADI 6808/DF,
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 28/4/2022 (Info 1052).

Pode diferenciar competência subsidiária vs supletiva.


Saber o que é competência federal, o que é competência estadual.
Além disso, em caso de conflito de competência o que prevalece?

Art. 2 da LC 140 é MUITO IMPORTANTE!!!

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


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ATUAÇÃO SUPLETIVA = ação do ente que SUBSTITUI o ente originário;
ATUAÇÃO SUBSIDIÁRIA = ação do ente que AUXILIA no desempenho de atribuições decorrentes das
competências comuns, quando SOLICITADO pelo ente originário;

• É possível a edição de medidas provisórias tratando sobre matéria ambiental, mas sempre veiculando
normas favoráveis ao meio ambiente. Normas que importem diminuição da proteção ao meio ambiente
equilibrado só podem ser editadas por meio de lei formal, com amplo debate parlamentar e participação da
sociedade civil e dos órgãos e instituições de proteção ambiental, como forma de assegurar o direito de
todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Dessa forma, é inconstitucional a edição de MP que
importe em diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado, especialmente em se tratando de
diminuição ou supressão de unidades de conservação, com consequências potencialmente danosas e graves
ao ecossistema protegido A proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida
provisória, ainda que não conste expressamente do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88.
STF. Plenário.ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896).

Página | 16
Ação popular ambiental: a ação popular pode ter como objeto danos ambientais, sendo proposta por
qualquer cidadão. Marcelo abelha destaca a importância do tema em matéria ambiental:

Contudo, reconhece-se a importância social e política da ação popular, porque é o único remédio que permite
ao cidadão, individualmente, promover em juízo, de forma direta, a proteção do meio ambiente, sem que se precise
recorrer a interpretações ou exegeses pouco tradicionais.

Importante ressaltar que a ação popular ambiental não está sujeita ao prazo prescricional de 5 anos, pois os
danos ambientais são imprescritíveis.
#SeLigaNaJuris

• As leis estaduais que proíbem o uso do amianto são constitucionais. O art. 2º da Lei federal nº 9.055/95,
que autorizava a utilização da crisotila (espécie de amianto), é inconstitucional. Houve a
inconstitucionalidade superveniente (sob a óptica material) da Lei nº 9.055/95, por ofensa ao direito à
saúde (art. 6º e 196, CF/88); ao dever estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de
normas de saúde, higiene e segurança (art. 7º, inciso XXII, CF/88); e à proteção do meio ambiente (art. 225,
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CF/88). Com isso, é proibida a utilização de qualquer forma de amianto. STF. Plenário.ADI 3937/SP, rel. orig.
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Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/8/2017 (Info 874). STF. Plenário. ADI
3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 29/11/2017 (Info 886).

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É proibida, em todo o Brasil, a utilização de qualquer forma
de amiantoo. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/66fae5b05c0f64c4d2bdcdf1ad85f7
b2>. Acesso em: 20/02/2023

1.2 CONCEITO DE MEIO AMBIENTE E SEUS ASPECTOS.

Tema dentro dos próximos conteúdos =)

Se ligue basicamente em aprofundar o art. 225 da CF, viu?!

Constitucionalização da proteção ao meio ambiente! Eis o tema!

Ah, e se a banca quiser tirar onda, ela entra no voto da ADC 42, anote aí!

Página | 17
#QuestãodeProva

1) CESPE/CEBRASPE, TJ-BA/JUIZ, 2019 (Adaptada): De acordo com a jurisprudência do STF, o conceito de meio
ambiente inclui as noções de meio ambiente cultural, artificial, natural e do trabalho.

( ) Certo ( ) Errado

2) CESPE/CEBRASPE, PGM FORTALEZA, 2017: O conceito de meio ambiente que vem embutido na norma jurídica
não abrange o conjunto de leis que rege a vida em todas as suas formas.

( ) Certo ( ) Errado

3) PGE PA (BANCA PRÓPRIA), 2011 (Adaptada): O meio ambiente poder ser classificado em natural, artificial,
cultural, do trabalho e patrimônio genético.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1) Certo; 2) Errado; 3) Certo


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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS(...)

Em resumo: princípios ambientais?

Você precisa TATUAR na TESTA!

• Tese A) O direito de acesso à informação no Direito Ambiental brasileiro compreende:


i) o dever de publicação, na internet, dos documentos ambientais detidos pela Administração não sujeitos a
sigilo (transparência ativa);
ii) o direito de qualquer pessoa e entidade de requerer acesso a informações ambientais específicas não
publicadas (transparência passiva); e
iii) direito a requerer a produção de informação ambiental não disponível para a Administração (transparência
reativa);
• Tese B) Presume-se a obrigação do Estado em favor da transparência ambiental, sendo ônus da
Administração justificar seu descumprimento, sempre sujeita a controle judicial, nos seguintes termos:
i) na transparência ativa, demonstrando razões administrativas adequadas para a opção de não publicar;

Página | 18
ii) na transparência passiva, de enquadramento da informação nas razões legais e taxativas de sigilo; e
iii) na transparência ambiental reativa, da irrazoabilidade da pretensão de produção da informação
inexistente;
• Tese C) O regime registral brasileiro admite a averbação de informações facultativas sobre o imóvel, de
interesse público, inclusive as ambientais;
• Tese D) O Ministério Público pode requisitar diretamente ao oficial de registro competente a averbação de
informações alusivas a suas funções institucionais.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.857.098-MS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 11/05/2022 (Tema IAC 13) (Info 737).
– LEITURA DE INTEIRO TEOR- EM DISCURSIVAS

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


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• O Poder Executivo tem o dever constitucional de fazer funcionar e alocar anualmente os recursos do Fundo
Clima, para fins de mitigação das mudanças climáticas, estando vedado seu contingenciamento, em razão
do dever constitucional de tutela ao meio ambiente (CF, art. 225), de direitos e compromissos
internacionais assumidos pelo Brasil (CF, art. 5º, § 2º), bem como do princípio constitucional da separação
dos poderes (CF, art. 2º c/c art. 9º, § 2º, LRF).

STF. Plenário. ADPF 708/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/7/2022 (Info 1061).

Princípios importantes do Direito Ambiental - Resumo do livro de Romeu Thomé:

1) Desenvolvimento sustentável: possui três vertentes, quais sejam:

Página | 19
1) Desenvolvimento econômico, 2) Preservação ambiental e
3) Equidade social. Devem ser efetivamente respeitadas de forma simultânea, sob pena de ser ineficaz.
Aplicação no STF:

Direito fundamental do ser humano, devendo a reparação ambiental ser considerada como imprescritível
(REsp 1.120.117-AC).

De acordo com o brilhante Marcelo Abelha:


“O princípio do desenvolvimento sustentável busca, para o progresso econômico e social, que seja
mais racional a utilização dos recursos ambientais, de forma a não apenas satisfazer as necessidades
das gerações presentes, mas também não comprometer a capacidade das gerações futuras de
satisfazer as suas próprias necessidades”.

O desenvolvimento sustentável é o modelo que procura coadunar os 3 PILARES: aspectos ambiental,


econômico e social, buscando um ponto de equilíbrio entre a utilização dos recursos naturais, o crescimento econô
mico e a equidade social. Pode ser extraído do art. 225 e 170, VI, da CF

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


2) Prevenção e precaução (Clássico de provas objetivas): o primeiro leva em consideração o dano que
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possui certeza científica, cujos efeitos já são conhecidos pelo homem. O segundo leva em consideração os riscos
potenciais, tendo em vista que os danos ainda não possuem conhecimento científico exato.

É com base no princípio da precaução que parte da doutrina sustenta a possibilidade de inversão do ônus da
prova nas demandas ambientais, carreando ao réu (suposto poluidor) a obrigação de provar que a sua atividade não
é perigosa nem poluidora.

De acordo com Thomé:

“Ausência de certeza científica absoluta não deve servir de pretexto para postergar a adoção
de medidas efetivas de modo a evitar a degradação ambiental. Na dúvida, opta-se pela
solução que proteja imediatamente o ser humano e conserve o meio ambiente (in dubio pro
salute ou in dubio pro natura)". E continua, afirmando que "em certos casos, em face da
incerteza científica, a relação de causalidade é presumida com o objetivo de evitar a
ocorrência de dano. O princípio da precaução legitima a inversão do ônus da prova, de forma
que cabe ao empreendedor provar que sua atividade não é poluidora (REsp 972902).

Certeza do dano -> prevenção; Dano incerto -> precaução.

Página | 20
Atenção COVID-19 –
STF com base nesses princípios tem imposto medidas de enfrentamento à pandemia, nos princípios da
prevenção e da precaução.

#SeLigaNaJuris

• É dever do Poder Público elaborar e implementar plano para o enfrentamento da pandemia COVID-19 nas
comunidades quilombolas. STF. Plenário. ADPF 742/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min.
Edson Fachin, julgado em 24/2/2021 (Info 1006).

• STF determina que governo federal adote medidas para conter o avanço da Covid-19 entre indígenas. STF.
Plenário. ADPF 709 Ref-MC/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3 e 5/8/2020 (Info 985).

• STF estendeu a vigência das medidas de combate à covid-19 elencadas na Lei 13.979/2020 e que estavam
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
previstas para terminar em 31/12/2020
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• A prudência — amparada nos princípios da prevenção e da precaução — aconselha que continuem em


vigor as medidas excepcionais previstas nos arts. 3º ao 3º-J da Lei nº 13.979/2020, dada a continuidade da
situação de emergência na área da saúde pública. STF. Plenário. ADI 6625 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 6/3/2021 (Info 1008)

3) Ubiquidade: o meio ambiente pode sofrer danos que circundam vários lugares, não sendo possível
determinar onde começa ou acaba, sendo difícil saber o exato dimensionamento. De acordo com Marcelo Abelha:

Basta pensar, por exemplo, que, se o entorno não encontra fronteiras, também não é fácil delimitar a extensão
de um dano ao meio ambiente. Como consequência, eventual reparação deve ser a mais ampla possível, levando
em consideração não apenas o ecossistema diretamente afetado, mas todos aqueles outros que sofrem
consequências negativas, ainda que reflexas, da poluição.

Página | 21
Como exemplo desse princípio, podemos lembrar do dano ambiental de Mariana (MG), que poluiu o litoral do
Espírito Santo.

4) Usuário pagador: Aquele que utiliza o recurso ambiental deve pagar pela sua utilização, tendo em
vista que os recursos ambientais são FINITOS e de titularidade coletiva, difusa. É utilizado em caso de atividades não
poluentes, em que há preocupação com a QUANTIDADE. Vejamos lição de Marcelo:

Já a segunda expressão, usuário-pagador, também tem por base a mesma ideia, de imputar-se àquele que faz
uso do bem ambiental em seu exclusivo proveito os prejuízos sentidos por toda a sociedade. A diferença, contudo,
é que, agora, as preocupações não se voltam mais à poluição do meio ambiente, mas ao uso dos bens ambientais.
Repita-se, ainda que não haja qualquer degradação.

Também há previsão na Lei 9.433/97 (Política Nacional de Recursos Hídricos) = a água constitui um recurso
natural limitado, dotado de valor econômico (art. 1º). A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva a)
reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor; e b) incentivar a
racionalização do uso da água (art. 19)
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5) INFORMAÇÃO: toda a população deve ter acesso a atividades de educação ambiental e em todos os
níveis de ensino, tendo em vista que são titulares do direito ao meio ambiente ecologicamente saudável. Aliás,
existe previsão expressa no texto constitucional sobre esse tema. Participação por meio de audiências públicas. No
caso de populações tradicionais é imprescindível a consulta pública (convenção 169/OIT)

6) PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL OU EQUIDADE:


É o pacto entre as gerações, além disso, decorre do princípio do desenvolvimento sustentável.
Pode ser extraído do caput do art. 225 da CF, pela imposição de defender o meio-ambiente para as futuras
gerações.

#Questões comentadas – princípios ambientais:

PGM FOR: Por disciplinar situações que podem ocorrer antes do dano, o princípio da prevenção não inclui a
restauração de recursos ambientais. Falso! A prevenção também se preocupa com o dano ambiental ocorrido, de
forma que serão adotadas medidas compensatórias.

Página | 22
PGM Araguari: O princípio da participação limitada estabelece condições restritivas para a intervenção individual e
de diferentes grupos sociais na formulação e execução da política do meio ambiente. Falso! Não existe participação
limitada, mas ampla, de forma que deve ser incentivada a participação popular e a educação ambiental (“em todos
os níveis de ensino” – CRFB).

JUIZ TJRS: Entre o princípio da precaução e da prevenção, na realidade, existe diferença de grau e não tanto de
espécie. O princípio da precaução passa a noção de maior certeza sobre os efeitos de determinada técnica e leva
em consideração o potencial lesivo, determinando-se que sejam evitados os danos já conhecidos. Já com o princípio
da prevenção, planeja- se regular o uso de técnicas sobre as quais não há uma certeza quanto aos efeitos,
procurando-se evitar os resultados danosos, com a lógica do in dubio pro natura ou in dubio pro ambiente. Falso! O
princípio da precaução é utilizado quando existe incerteza científica. Os conceitos foram invertidos na questão.

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


De acordo com Tomé: anacatarina.lima16@gmail.com

“De acordo com o princípio da prevenção, é preciso tomar as medidas necessárias para evitar
o dano ambiental porque as consequências de se iniciar determinado ato, prosseguir com
ele ou suprimi-lo são conhecidas de plano. O nexo causal é cientificamente comprovado.

De acordo com o princípio da precaução, é preciso tomar as medidas necessárias para se


evitar o dano ambiental por não se conhecer as consequências ou reflexos que determinado
ato, ou empreendimento, ou aplicação científica causarão ao meio ambiente no espaço e/ou
no tempo. Há incerteza científica não dirimida quanto ao impacto ambiental de determinada
atividade.”

PGM SSA: O princípio do poluidor pagador pode incidir também em casos de conduta lícita do particular. Certo! No
direito ambiental, a existência de licença ou consentimento válido não afasta a responsabilização pelo efeito
danoso, tendo em vista que se trata de bem de titularidade difusa.

PGE PI: A aplicação do princípio do poluidor-pagador prescinde da verificação da ilicitude da conduta. Correto!
Exatamente o que dispõe na questão de salvador, um ano depois! Esse é o motivo que vale a pena fazer muitas
questões para treino.

Página | 23
Juiz TJPB: A função socioambiental da propriedade está prevista no Código Civil como um limite às faculdades do
proprietário. Certo! Vejamos o que dispõe o código civil:

“§ 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas
e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a
flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem
como evitada a poluição do ar e das águas.”

Cuidado com prevenção, precaução, poluidor-pagador,usuário-pagador.

“Súmula 618-STJ: A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental.


STJ. Corte Especial. Aprovada em 24/10/2018, DJe 30/10/2018.”

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


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Página | 24
Cuidado com a VEDAÇÃO DO RETROCESO ECOLÓGICO/ EFEITO CLIQUET AMBIENTAL (temaço):
#LeiaoArtigo
O Brasil e a vedação constitucional de retrocessos ambientais

https://www.conjur.com.br/2019-mai-25/ambiente-juridico-brasil-vedacao-retrocessos-ambientais
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
A aplicação do princípio daanacatarina.lima16@gmail.com
proibição do retrocesso ambiental no Brasil e na Espanha

https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-ambiental/a-aplicacao-do-principio-da-proibicao-do-retrocesso-
ambiental-no-brasil-e-na-espanha/

Cuidado com a prática da vaquejada e dos rodeios – STF e depois o efeito BACKLASH:

Página | 25
https://www.conjur.com.br/2020-jun-17/eliseu-belo-emenda-vaquejada-efeito-backlash

Resultado
Questões:

Estudei:

3 Zoneamento ambiental. 4 Licenciamento ambiental. 5. Estudo de impacto ambiental. 5.1


Conceito, competências, natureza jurídica e requisitos.
5.2 Resolução do CONAMA nº 1/1986, ANA publicada
CATARINA no DOU em
FERREIRA 17/2/1986 (Relatório de
LIMA
Impacto Ambiental – EIA-RIMA). 5.3 Resolução do CONAMA nº 237/1997, publicada no DOU
anacatarina.lima16@gmail.com
em 22/12/1997 (Licenciamento Ambiental).
6 Decreto nº 99.274/1990 (Política Nacional do Meio Ambiente).

Comentários: lei seca (prioritariamente)

É uma lei muito técnica, mas você concorda comigo que quer ganhar algumas questões né isso?
Então veja bem a ESTRUTURA do SISNAMA – atente ali para as atribuições de cada órgão.
E por favor, os instrumentos da PNMA.
Servidão ambiental, adora cair!
Opa, e cuidado também com a TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL, beleza (TCFA)?!

Artigos importantes da Lei 6.938/1981: art. 2, 4, 6, 8, 9, 9-A, 9-B, 9-C, 14, 17.

Página | 26
#SeLigaNaJuris

• É inconstitucional, por violar o princípio da separação dos poderes, lei estadual que exige autorização prévia
do Poder Legislativo estadual (Assembleia Legislativa) para que sejam firmados instrumentos de cooperação
pelos órgãos componentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. Também é inconstitucional
lei estadual que afirme que Fundação estadual de proteção do meio ambiente só poderá transferir
responsabilidades ou atribuições para outros órgãos componentes do SISNAMA se houver aprovação prévia
da Assembleia Legislativa. STF. Plenário. ADI 4348/RR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
10/10/2018 (Info 919).

LEI DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Estrutura do SISNAMA:
a) órgão superior - Conselho de Governo
b) órgão consultivo e deliberativo - CONAMA
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c) órgão central - MMA anacatarina.lima16@gmail.com
d) órgãos executores - IBAMA e ICMBio (autarquias federais)
e) órgãos seccionais (estaduais)
f) órgãos locais (municipais)

Servidão ambiental: pode ser instituída de três maneiras:


a) Instrumento público;
b) Instrumento particular;
c) Termo administrativofirmado em órgão pertencente ao SISNAMA.

A servidão não se aplica à reserva legal e APP mínimas exigidas e o regime de proteção deve ser no mínimo o
mesmo da reserva legal. Ademais, deve ser averbada no cartório de registro de imóveis para conferir publicidade a
terceiros.

A instituição da servidão ambiental pode ser gratuita ou onerosa, temporária (mínimo de 15 anos) ou perpétua
(para fins creditícios equivale à RPPN). Caso seja alienada, também deve ser objeto de registro no cartório de imóveis

Página | 27
do comprador.

TCFA – aspectos relevantes para os estados e Municípios:

“Art. 17-P. Constitui crédito para compensação com o valor devido a título de TCFA, até o
limite de sessenta por cento e relativamente ao mesmo ano, o montante efetivamente pago
pelo estabelecimento ao Estado, ao Município e ao Distrito Federal em razão de taxa de
fiscalização ambiental.

§ 1º Valores recolhidos ao Estado, ao Município e ao Distrital Federal a qualquer outro título,


tais como taxas ou preços públicos de licenciamento e venda de produtos, não constituem
crédito para compensação com a TCFA.

§ 2º A restituição, administrativa ou judicial, qualquer que seja a causa que a determine, da


taxa de fiscalização ambiental estadual ou distrital compensada com a TCFA restaura o
direito de crédito do IBAMA contra o estabelecimento, relativamente ao valor compensado.

Art. 17-Q. É o IBAMA autorizado a celebrar convênios com os Estados, os Municípios e o


Distrito Federal para desempenharem atividades de fiscalização ambiental, podendo
repassar-lhes parcela da receita obtida com a TCFA.”

No caso de multa ambiental, dispõe


ANAoCATARINA
artigo 76 FERREIRA
da Lei 9.605 que as infrações administrativas de multa
LIMA
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aplicadas pelo Estado e Município substituem as federais aplicadas para o mesmo caso. Vejamos:

“Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou
Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência.”

Para complementar:

A jurisprudência desta Corte preconiza que o prazo para a cobrança da multa aplicada em virtude de infração
administrativa ao meio ambiente é de cinco anos, nos termos do Decreto n.º 20.910/32, aplicável por isonomia por
falta de regra específica para regular esse prazo prescricional.
#SeLigaNaJuris

• DIREITO ADMINISTRATIVO. AUTO DE INFRAÇÃO E APLICAÇÃO DE MULTA COM BASE NO ART. 14, I, DA LEI N.
6.938/1981.

O art. 14, I, da Lei n. 6.938/1981, por si só, constitui fundamento suficiente para embasar a autuação de
infração e a aplicação de multa administrativa em decorrência de queimada não autorizada.

Página | 28
A Lei n. 6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, prevê no art. 14, I, a aplicação
de multa simples ou diária, com a especificação do respectivo valor, para os casos de "não cumprimento das
medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da
qualidade ambiental". A hipótese de queimadas ilegais insere-se nesse dispositivo legal, que constitui base
suficiente para a imposição da multa por degradação do meio ambiente, não sendo válido o argumento de
que se trata de norma genérica, tampouco a conclusão de que não poderia embasar a aplicação da
penalidade. Ademais, qualquer exceção a essa proibição geral, além de estar prevista expressamente em lei
federal, deve ser interpretada restritivamente pelo administrador e pelo magistrado. REsp 996.352-PR, Rel.
Min. Castro Meira, julgado em 5/2/2013.

Atenção! As resoluções do CONAMA possuem força normativa (FCC – 2016). Vejamos o que dispõe o STJ sobre
o tema:
#SeLigaNaJuris

• Possui o CONAMA autorização legal para editar resoluções que visem à proteção das reservas ecológicas,
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
entendidas como as áreas de preservação permanentes existentes às margens dos lagos formados por
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hidrelétricas. Consistem elas normas de caráter geral, às quais devem estar vinculadas as normas estaduais
e municipais, nos termos do artigo 24, inciso VI e §§ 1º e 4º, da Constituição Federal e do artigo 6º, incisos
IV e V, e §§ 1º e 2º, da Lei n. 6.938/81 [...]". REsp 194.617/PR

De acordo com Frederico Amado:

“Resoluções, quando se tratar de deliberação vinculada a diretrizes e normas técnicas,


critérios e padrões relativos à proteção ambiental e ao uso sustentável dos recursos
ambientais;”

E especificamente sobre as resoluções, dispõe o brilhante autor:

“A questão dos limites do poder normativo do CONAMA, mutatis mutandis, gera a mesma
polêmica do poder normativo das agências reguladoras, pois é sabido que, em regra, o poder
regulamentar tem por fundamento de validade a lei em sentido estrito, que deve fixar, ao
menos, os parâmetros a serem pormenorizados pelo ato regulamentar, ou seja, é vedada a
delegação incondicionada do Poder Legislativo ao Poder executivo (Princípio da Estrita
Legalidade), sendo a função política legiferante irrenunciável e indelegável, salvo as
exceções previstas constitucionalmente.

Página | 29
Contudo, por questões de conveniência ambiental ou em aplicação direta ao direito
fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, considerado como
fundamento primário de inúmeros atos do Conselho, pois é preciso uma regulação estatal
específica da matéria, aliada ao fato de as resoluções do CONAMA serem, normalmente,
regras de boa qualidade técnica, não é comum a sua invalidação pelo Poder Judiciário.
Importante frisar que o poder normativo do CONAMA não sucumbiu diante do artigo 25, dos
ADCT, da CRFB, pois não se trata de delegação de função legislativa ao Poder Executivo, haja
vista o estabelecimento de parâmetros legais em sentido estrito para o exercício das
atribuições do Conselho, sendo, portanto, legítimos os regulamentos editados.”

Sobre a política nacional do meio ambiente, alguns aspectos ainda são relevantes de tecer comentários, tais
como a competência do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que costuma ser muito cobrado em
provas. Vejamos o que dispõe a Lei:

“Art. 8º Compete ao CONAMA:

I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades


efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA;

II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis
conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais,
estaduais e municipais, bem assimFERREIRA
ANA CATARINA a entidades
LIMA privadas, as informações indispensáveis para
apreciação dos estudos
anacatarina.lima16@gmail.com respectivos relatórios, no caso de obras ou
de impacto ambiental, e
atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio
nacional.

III - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)

IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de


executar medidas de interesse para a proteção ambiental;

V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais


concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de
participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;

VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos


automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;

VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do


meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.

Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do
Conama.”

Outro ponto importante na legislação, diz respeito aos instrumentos postos à disposição do PNAMA. São eles:

“Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:


I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;

Página | 30
II - o zoneamento ambiental;
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia,
voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual
e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas
extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à
preservação ou correção da degradação ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder
Público a produzí-las, quando inexistentes;
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos
recursos ambientais.
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e
outros.”

CUIDE DE DECORAR OS PRAZOS DAS LICENÇAS AMBIENTAIS.

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


anacatarina.lima16@gmail.com

Licenciamento Ambiental:

Inicialmente, vale ressaltar que apesar do nome licença, trata-se em verdade de uma autorização
administrativa, pois sua concessão é ato discricionário do poder público, bem como podem existir mudanças nos
critérios. De acordo com Marcelo Abelha:

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O que se pode dizer é que, a rigor, a licença ambiental é realmente uma licença administrativa, especialmente
por seu caráter definitivo, cujo cancelamento pode gerar direito do particular a receber uma indenização.

Entretanto, possui enorme carga de discricionariedade, densificada na necessidade de o órgão ambiental


contemplar o equilíbrio entre o direito ao desenvolvimento e a proteção do meio ambiente.

Olhe, diferencie – licenciamento de licença:

O licenciamento ambiental é o processo administrativo complexo que tramita perante a instância


administrativa responsável pela gestão ambiental, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, e que tem com o
objetivo assegurar a qualidade de vida da população por meio de um controle prévio e de um continuado
acompanhamento das atividades humanas capazes de gerar impactos sobre o meio ambiente. O licenciamento
ambiental das atividades que utilizam recursos naturais decorre do Poder de Polícia da Administração Pública –
Poder Executivo.

A licença ambiental é uma espécieANA


de outorga comFERREIRA
CATARINA prazo de validade
LIMA concedida pela Administração Pública
anacatarina.lima16@gmail.com
para a realização das atividades humanas que possam gerar impactos sobre o meio ambiente, desde qu sejam
obedecidas determinadas regras, condições, restrições e medidas de controle ambiental. Dessa forma, o
licenciamento ambiental deve ser compreendido como o processo administrativo no decorrer ou ao final do qual a
licença ambiental poderá ou não ser concedida

A licença é devida em razão da utilização anormal dos recursos naturais, tendo em vista que poderá ocasionar
danos à coletividade. Por exemplo, para tirar uma pá de areia da praia não é necessário licença, mas para retirar um
caminhão, será necessário.

Não cabe ao Poder Judiciário conceder licença caso o Poder Público seja omisso em concedê-la, sob pena de
invasão nos Poderes executivos. Vejamos a decisão do STF sobre o tema:

#SeLigaNaJuris

• Se não é possível considerar o projeto como inviável do ponto de vista ambiental, ausente nesta fase
processual qualquer violação de norma constitucional ou legal, potente para o deferimento da cautela
pretendida, a opção por esse projeto escapa inteiramente do âmbito desta Suprema Corte. Dizer sim ou não

Página | 32
à transposição não compete ao Juiz, que se limita a examinar os aspectos normativos, no caso, para proteger
o meio ambiente. 6. Agravos regimentais desprovidos” (ACO-MC-AgR 876, de 19.12.2007).

Fases da licença:

Segundo MILARÉ (2013), o licenciamento ambiental consiste na conexão de atos em três fases:
• Fase deflagratória – onde o interessado requer a licença;
• Fase instrutória – onde será realizada a arrecadação dos componentes que irão contribuir com a decisão
administrativa;
• Fase decisória - em que é aprovada ou não a licença.

Ademais, a licença pode ser alterada ou até mesmo cancelada em determinadas situações. Nesse sentido
vejamos o artigo 19 da Resolução 237 do CONAMA:

“Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os


condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida,
quando ocorrer:
I - Violação ouANA
inadequação
CATARINA de quaisquer
FERREIRAcondicionantes
LIMA ou normas legais.
II - Omissão ouanacatarina.lima16@gmail.com
falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da
licença.
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.”

Para que seja expedida uma licença, existe uma série de etapas, como, por exemplo, licença prévia, licença de
instalação e finalmente, licença de operação. Cada uma delas possui prazo certo de vigência prevista na resolução
do Conama.

O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de
elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior
a 5 (cinco) anos. ( LP – até 5 anos);
O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de
instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos. (LI – até 6 anos);
O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos de controle ambiental e será
de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos.

Vale ressaltar que o órgão ambiental estadual ou municipal pode estabelecer prazos diferentes desses,

Página | 33
devendo o aluno ter cuidado especialmente nas provas de segunda fase, p.ex. na PGE MT foi cobrada as licenças e
prazos específicos da lei estadual.

Agora vejamos os aspectos importantes da LC 140/2011:

“Art. 2º Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se:


I - licenciamento ambiental: o procedimento administrativo destinado a licenciar
atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental;

Atuação supletiva x subsidiária – muita atenção!!!


II - atuação supletiva: ação do ente da Federação que se substitui ao ente federativo
originariamente detentor das atribuições, nas hipóteses definidas nesta Lei Complementar;
III - atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a auxiliar no desempenho
das atribuições decorrentes das competências comuns, quando solicitado pelo ente
federativo originariamente detentor das atribuições definidas nesta Lei Complementar.”

Apenas um ente federativo pode exercer a competência para licenciar a atividade,


importante!

Art. 13. Os empreendimentos


ANA CATARINA e atividades
FERREIRA são licenciados ou autorizados, ambientalmente,
LIMA
por um único ente federativo, em conformidade
anacatarina.lima16@gmail.com com as atribuições estabelecidas nos
termos desta Lei Complementar.

§ 1º Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão responsável


pela licença ou autorização, de maneira não vinculante, respeitados os prazos e
procedimentos do licenciamento ambiental.

§ 2º A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais é autorizada pelo


ente federativo licenciador.

§ 3º Os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros serviços afins devem


guardar relação de proporcionalidade com o custo e a complexidade do serviço prestado
pelo ente federativo.

Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos para tramitação
dos processos de licenciamento.

§ 1º As exigências de complementação oriundas da análise do empreendimento ou atividade


devem ser comunicadas pela autoridade licenciadora de uma única vez ao empreendedor,
ressalvadas aquelas decorrentes de fatos novos.

§ 2º As exigências de complementação de informações, documentos ou estudos feitas pela


autoridade licenciadora suspendem o prazo de aprovação, que continua a fluir após o seu
atendimento integral pelo empreendedor. § 3o O decurso dos prazos de licenciamento, sem

Página | 34
a emissão da licença ambiental, não implica emissão tácita nem autoriza a prática de ato que
dela dependa ou decorra, mas instaura a competência supletiva referida no art. 15.

§ 4º A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de


120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença,
ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental
competente. Aqui tenham cuidado com as questões que colocam o prazo de 180 dias!!!

Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de
licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses:

I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou


no Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou
distritais até a sua criação;

II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município,


o Estado deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação; e

III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e


no Município, a União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um
daqueles entes federativos.

Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio
técnico, científico,
ANAadministrativo ou financeiro,
CATARINA FERREIRA LIMA sem prejuízo de outras formas de
anacatarina.lima16@gmail.com
cooperação.

Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor
da atribuição nos termos desta Lei Complementar.

Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso,
de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo
administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo
empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.

§ 1º Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental decorrente


de empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao órgão a que se refere o caput,
para efeito do exercício de seu poder de polícia.

§ 2º Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o ente


federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer
cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para as
providências cabíveis.

§ 3º O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da
atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva
ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação
ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que

Página | 35
detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput.

Cuidado com o LICENCIAMENTO AMBIENTAL MÚLTIPLO:


Ele é vedado no Brasil. O licenciamento ambiental múltiplo é aquele licenciamento realizado por mais de uma
esfera de governo. Ocorre que o licenciamento deve ser federal, estadual ou municipal, não sendo possível que dois
entes se unam para fazê-lo. Esta proibição não existe de hoje, sendo prevista inicialmente no art. 7º da Resolução
CONAMA 237/87, declarada inconstitucional por ter extrapolado o seu poder regulamentar. Atualmente, tal
proibição permanece, pois agora consta do art. 13 da Lei Complementar 140/11.
Todavia, a competência para fiscalização pode ser concomitante (art. 17 da Lei PNMA). No caso de atuação de
mais de um órgão ambiental, prevalecerá o auto de infração ambiental lavrado por aquele órgão que detenha a
atribuição de licenciamento.

Licenciamento – competência da União Federal: De acordo com a LC 140/2011, são as seguintes hipóteses
de competência da União:

“XIV - promover oANA


licenciamento
CATARINA ambiental
FERREIRAde empreendimentos e atividades:
LIMA
anacatarina.lima16@gmail.com
a)localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;

b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona


econômica exclusiva;

c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; e) localizados ou desenvolvidos em 2


(dois) ou mais Estados;

f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder


Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto
na Lei Complementar 97, de 9 de junho de 1999;

g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor


material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de
suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN); ou”

Município: São as competências de licenciamento do Município, tal como previsto na LC 140/2011:

“b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de


Proteção Ambiental (APAs);

a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia

Página | 36
definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios
de porte, potencial poluidor e natureza da atividade.”

Estados Membros: competência residual: tudo que não for de competência da União ou dos Municípios. Obs.:
Lembrar que o Distrito Federal acumula as competências destinadas aos Estados e Municípios.

O STF decidiu que é inconstitucional norma de Constituição Estadual que impõe condições locais para a
construção de instalações nucleares e de energia elétrica (STF. Plenário. ADI 7076/PR, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 24/6/2022 (Info 1060).

o STF decidiu que a Constituição Estadual não pode suprimir a competência municipal para realizar o
licenciamento de atividades e empreendimentos que causem impacto de âmbito local (STF. Plenário. ADI 2142/CE,
Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/6/2022 (Info 1060)

Via de regra, no caso de unidade de conservação, a competência para licenciar atividades é do ente instituidor,
salvo na APA. Por exemplo, parque nacional quem licencia é a União Federal; Parque municipal, o município, etc.

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


anacatarina.lima16@gmail.com
No entanto, quando a unidade for APA, segue os critérios acima, pouco importa quem foi o ente que a criou.

De acordo com a Lei do PNAMA, o licenciamento ambiental deve ser amplamente divulgado, para que as
pessoas tomem conhecimento do mesmo. Vejamos:

“§ 1º Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados


no jornal oficial, bem como em periódico regional ou local de grande circulação, ou em meio
eletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental competente.”

#QuestõesComentadas:

Advogado – Câmara de Santa Helena: A Resolução do CONAMA nº 01/86 enumera exaustivamente as atividades
obrigatoriamente sujeitas ao estudo de impacto ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
Falso!

“Artigo 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório


de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual
competente, e do IBAMA e1n caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras
do meio ambiente, tais como: (...) Trata-se de um rol exemplificativo.”
#SeLigaNaJuris

Página | 37
• DIREITO CONSTITUCIONAL E AMBIENTAL. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE LEI MUNICIPAL.
PARÂMETRO. CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. REPRODUÇÃO DE REGRA PREVISTANA LEI MAIOR. POSSIBILIDADE.
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE. ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL. DISPENSA PELO MUNICÍPIO.
IMPOSSIBILIDADE. ADI 1.086/SC. PRECEDENTES. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 07.11.2012.
O entendimento adotado no acórdão recorrido não diverge da jurisprudência firmada no âmbito deste
Supremo Tribunal Federal, no sentido de violar o art. 225, § 1º, IV, da Lei Maior, a previsão legal que dispense
a elaboração de estudo prévio de impacto ambiental. Fundada a declaração de inconstitucionalidade
proferida pela Corte de origem na incompatibilidade do art. 33, § 2º, da Lei Complementar Municipal
055/2004 com o art. 150, § 1º, IV, da Constituição do Estado do Rio Grande do Norte, reprodução da regra
contida no art. 225, § 1º, IV, da Constituição Federal, não se divisa a alegada ofensa aos dispositivos
constitucionais suscitados. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos
que lastrearam a decisão agravada. Agravo regimental conhecido e não provido. (STF - RE: 739998 RN ,
Relator: Min. ROSA WEBER, Data de Julgamento: 12/08/2014, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-165
DIVULG 26-08-2014 PUBLIC 27-08-2014)

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


anacatarina.lima16@gmail.com
• Os danos ambientais são regidos pela teoria do risco integral. A pessoa que explora a atividade econômica
ocupa a posição de garantidor da preservação ambiental, sendo sempre considerado responsável pelos
danos vinculados à atividade. Logo, não se pode admitir a exclusão da responsabilidade pelo fato exclusivo
de terceiro ou força maior. No caso concreto, a construção de um posto de gasolina causou danos em área
ambiental protegida. Mesmo tendo havido a concessão de licença ambiental – que se mostrou equivocada
– isso não é causa excludente da responsabilidade do proprietário do estabelecimento. Mesmo que se
considere que a instalação do posto de combustível somente tenha ocorrido em razão de erro na concessão
da licença ambiental, é o exercício dessa atividade, de responsabilidade do empreendedor, que gera o risco
concretizado no dano ambiental, razão pela qual não há possibilidade de eximir-se da obrigação de reparar
a lesão verificada. STJ. 3ª Turma. REsp 1612887-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/04/2020 (Info
671).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O erro na concessão de licença ambiental não configura fato de
terceiro capaz de interromper o nexo causal na reparação por lesão ao meio ambiente. Buscador Dizer o
Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ad8d3a0a0f0a084a97fad357c649

Página | 38
438c>. Acesso em: 20/02/2023

Olha, você vai ter quer as resoluções da CONAMA.


A CESPE tem abusado delas em alguns concursos, assim, frisamos sua necessidade.

5.2 Resolução do CONAMA nº 1/1986, publicada no DOU em 17/2/1986 (Relatório de Impacto Ambiental – EIA-
RIMA).
Artigos mais importantes: 1,5,8

5.3 Resolução do CONAMA nº 237/1997, publicada no DOU em 22/12/1997 (Licenciamento Ambiental).


Artigos mais importantes: 1,3,6,8,14,19

6 Decreto nº 99.274/1990 (Política Nacional do Meio Ambiente).


Artigos mais importantes: 3,5-A,7, 25 a 32

Resultado
Questões:
10 Recursos hídricos. 10.1 Lei nº 9.433/1997
ANA CATARINA(Política Nacional
FERREIRA de Recursos Hídricos e
LIMA
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos — SINGREH). 10.1.1 Objetivos, Estudei:
anacatarina.lima16@gmail.com
diretrizes gerais, competências, comitês de bacia hidrográfica e outorga pelo uso da água.

10.3 Resolução do CNRH nº 16/2001 (Outorga de direito de uso de recursos hídricos).

Comentários: lei seca

Ah, não estou querendo ler?!

Por favor, leia os artigos da lei de recursos hídricos 1º, 5º, 9º, 12, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 35, 38 e 44;

Página | 39
#QuestõesdeProva
PGE/AM 2016 (CESPE): No que diz respeito à PNRH, à proteção da vegetação nativa (Lei n. 12.651/2012) e à gestão
de florestas públicas (Lei n. 11.284/2006), julgue o item que se segue. Conforme os fundamentos da PNRH, a gestão
de tais recursos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.
( ) Certo ( ) Errado

PGM/FORTALEZA 2017 (CESPE): De acordo com a Lei n. 9.433/1997, a unidade territorial para a implementação da
Política Nacional de Recursos Hídricos é a bacia hidrográfica, cuja gestão é centralizada e de responsabilidade dos
entes da Federação por ela abrangidos.
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
( ) Certo ( ) Errado
anacatarina.lima16@gmail.com

Gabarito: 1) Certo; 2) Errado

10.3 Resolução do CNRH nº 16/2001 (Outorga de direito de uso de recursos hídricos).


Artigos mais importantes: 1 a 6, 12, 20 , 24, 25, 28

Página | 40
Resultado
Questões:

Estudei:
12. Recursos florestais. 12.1 Código Florestal.

13.2 Lei nº 12.651/2012 (Proteção da Vegetação Nativa). 13.3 Resoluções do CONAMA nº


302/2002 e nº 303/2002 (publicadas no DOU em 13/05/2002).

13.4 Lei nº 11.284/2006 (Gestão de Florestas Públicas). 13.5 Gestão e concessão florestal.
13.5.1 Significados. 14 Populações Tradicionais.

14.1. Decreto 6.040/2007

Comentários: lei seca + jurisprudência

Nós sabemos, o código florestal é gigaaaaante.


Complemento desse tópico no tópico abaixo (ok?)
Mas ou você faz a leitura, ou ela continuará te perseguindo
ANA CATARINA FERREIRAnasLIMA
provas.
anacatarina.lima16@gmail.com
Artigos importantes do código florestal: até o art. 11 de todo jeito!
Mas, sugiro que você leia ele todo, vai por mim.
Até artigos “bizarros”, são cobrados pela CESPE (bizarro mesmo – é aqui que entra a humildade que falamos
no começo)
Ah, mas manda um BIZU:
Atenção aos artigos mais cobrados: 3º, 4º, 7º, 8º, 12, 15, 16, 17, 22, 26, 27, 28, 44, 48, 52, 54, 59, 64, 65.

#SeLigaNaJuris
• O art. 15 do novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) autorizou que a APP fosse considerada para cálculo
do percentual da Reserva Legal do imóvel. Essa previsão representou uma redução de proteção ambiental.
Isso porque a legislação revogada, em regra, não admitia o computo das áreas de preservação permanente
no cálculo da reserva legal, que deviam ser somadas, salvo expressas exceções.
O STF declarou a constitucionalidade do art. 15 da Lei nº 12.651/2012 tendo em vista que ele está de acordo
com o “desenvolvimento nacional” (art. 3º, II, da CF/88) e o “direito de propriedade” (art. 5º, XXII, da CF/88)

Página | 41
(STF. Plenário. ADC 42, Rel. Luiz Fux, julgado em 28/02/2018).
Com isso, a jurisprudência se firmou no sentido de que o art. 15 do Código Florestal pode ser aplicado para
situações consolidadas antes de sua vigência.
Vale ressaltar, contudo, que, no caso concreto, o título judicial objeto da controvérsia derivou de transação
penal formalizada e homologada no Juizado Especial Criminal. Essa circunstância revela-se distinta e afasta
o alegado esvaziamento do conteúdo normativo do art. 15 do Código Florestal, em especial, por não se
encontrar abarcada pelos precedentes do STF que autorizam a aplicação imediata do novo Código Florestal.
Nesse contexto, a homologação da transação penal configura uma cobertura do pronunciamento judicial
sobre a matéria, apta a impedir a compreensão da retroatividade do dispositivo legal, com apoio no princípio
tempus regit actum (LEITURA DE INTEIRO TEOR PARA DISCURSIVAS)
STF. 2ª Turma. ARE 1.287.076 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 20/6/2023 (Info 1100).
• São inconstitucionais as normas que, a pretexto de reestruturarem órgãos ambientais, afastam a
participação da sociedade civil e dos Governadores do desenvolvimento e da formulação de políticas
públicas, bem como reduzem, por via de consequência, o controle e a vigilância por eles promovidos.
LEITURA DE INTEIRO TEOR
STF. Plenário. ADPF 651/DF, Rel. Min.
ANA Cármen Lúcia,
CATARINA julgado LIMA
FERREIRA em 28/4/2022 (Info 1052).
anacatarina.lima16@gmail.com
• O art. 15 da Lei nº 12.651/2012, que admite o cômputo da área de preservação permanente no cálculo do
percentual de instituição da reserva legal do imóvel, não retroage para alcançar situações consolidadas antes
de sua vigência. Em matéria ambiental, deve prevalecer o princípio tempus regit actum, de forma a não se
admitir a aplicação das disposições do novo Código Florestal a fatos pretéritos, sob pena de retrocesso
ambiental. STJ. 1ª Turma. REsp 1646193-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. Acd. Min. Gurgel de
Faria, julgado em 12/05/2020 (Info 673).

• Os arts. 2º, III; 3º, II, “c”; e 17, da Lei nº 20.922/2013, do Estado de Minas Gerais, ampliaram os casos de
ocupação antrópica em áreas de preservação permanente previstos na norma federal vigente à época (no
caso, a Lei nº 11.977/2009, revogada pela Lei nº 13.465/2017).
Com isso, essa lei estadual, além de estar em descompasso com o conjunto normativo elaborado pela União,
flexibilizou a proteção ao meio ambiente local, tornando-o mais propenso a sofrer danos.
A legislação mineira, ao flexibilizar os casos de ocupação antrópica em áreas de Preservação Permanente,
invadiu a competência da União, que já havia editado norma que tratava da regularização e ocupação
fundiária em APPs. (STF. Plenário. ADI 5675/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 17/12/2021
(Info 1042).

Página | 42
LEITURA OBRIGATÓRIA:

• O STF analisou a constitucionalidade do Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) e decidiu:


1) declarar a inconstitucionalidade das expressões “gestão de resíduos” e “instalações necessárias à
realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais”, contidas no art. 3º, VIII, b, da
Lei nº 12.651/2012;
2) dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, VIII e IX, da Lei, de modo a se condicionar a
intervenção excepcional em APP, por interesse social ou utilidade pública, à inexistência de alternativa
técnica e/ou locacional à atividade proposta;
3) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, XVII e ao art. 4º, IV, para fixar a interpretação
de que os entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes configuram área de preservação
permanente;
4) declarar a inconstitucionalidade das expressões “demarcadas” e “tituladas”, contidas no art. 3º, parágrafo
único;
5) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 48, § 2º, para permitir compensação apenas
entre áreas com identidade ecológica;
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
anacatarina.lima16@gmail.com
6) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 59, §§ 4º e 5º, de modo a afastar, no decurso
da execução dos termos de compromissos subscritos nos programas de regularização ambiental, o risco de
decadência ou prescrição, seja dos ilícitos ambientais praticados antes de 22.7.2008, seja das sanções deles
decorrentes, aplicando-se extensivamente o disposto no § 1º do art. 60 da Lei 12.651/2012, segundo o qual
“a prescrição ficará interrompida durante o período de suspensão da pretensão punitiva”.
Todos os demais dispositivos da Lei foram considerados constitucionais.
STF. Plenário. ADC 42/DF, ADI 4901/DF, ADI 4902/DF, ADI 4903/DF e ADI 4937/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados
em 28/2/2018 (Info 892).

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Análise da constitucionalidade do novo Código Florestal (Lei 12.651/2012).
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/517f24c02e620d5a4dac1db388664a63>.
Acesso em: 20/02/2023

CONCESSÃO FLORESTAL (GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS) - LEI 11.284 DE 2006.

1. Via de regra, a concessão florestal não confere direito para venda de créditos de carbono. Salvo quando for
área de reflorestamento, convertida para uso alternativo do solo e haja previsão para tanto.

Página | 43
2. Existem três tipos de concessão:

a) ao setor privado;
b) às comunidades locais e
c) gestão direta governamental pelo órgão competente integrante do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação.

Neste sentido (PGE/BA - CESPE): "Não é permitida a gestão das florestas públicas por meio de concessão
florestal a pessoas que não se enquadrem no conceito de populações tradicionais". FALSO!

3. O Serviço Florestal Brasileiro não emite licença, apenas solicita para o órgão competente do SISNAMA (AGU-
2015 - CESPE).

4. É *VEDADA* a declaração de inexigibilidade nas concessões florestais (Art. 12).

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


anacatarina.lima16@gmail.com
Neste sentido: (CESPE - JUIZ FEDERAL): "As concessões florestais são formalizadas mediante contratos
administrativos, precedidos de licitação, salvo nas hipóteses de declaração de inexigibilidade". FALSO! Não pode
ocorrer a declaração de inexigibilidade.

5. Os Estados e Municípios podem elaborar normas suplementares sobre o tema (MPE-AC - CESPE).

Por este motivo, foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa (MPE-AC): A competência para legislar
sobre gestão de florestas públicas é privativa da União. R: FALSA!
Vejamos como está previsto em Lei: Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão as adaptações
necessárias de sua legislação às prescrições desta Lei, buscando atender às peculiaridades das diversas modalidades
de gestão de florestas públicas. Desta forma, também possuem competência legislativa.

6. É possível a delegação a consórcio de pessoas jurídicas.

Neste sentido: (CESPE - JUIZ FEDERAL): "É vedado ao poder público delegar o direito de praticar manejo
florestal sustentável a consórcio de pessoas jurídicas". FALSO!

Página | 44
7. A modalidade de licitação é a CONCORRÊNCIA e a outorga é a título oneroso.

Neste sentido (CESPE - TJPI): "As licitações para concessão florestal serão realizadas na modalidade
concorrência, e outorgadas a título oneroso ou gratuito, de acordo com as características da licença de operação
concedida ao concessionário". Falso! somente pode ocorrer à título oneroso, não gratuito.

7.1 (TJGO - JUIZ) As licitações para concessões florestais são realizadas na modalidade concorrência,
obrigatoriamente. R: Correto!

8. O Serviço Florestal Brasileiro atua exclusivamente na gestão das florestas públicas, com competência para
exercer a função de órgão gestor. Lembrar que ele também é o gestor do FNDF.

9. PGR: "Antes da realização de concessões florestais, as florestas públicas ocupadas ou utilizadas por
comunidades tradicionais serão identificadas para destinação por meio de reservas extrativistas e reservas de
desenvolvimento sustentável". Correto! ANA
Vejamos a previsão
CATARINA legal: Antes
FERREIRA LIMAda realização das concessões florestais, as
anacatarina.lima16@gmail.com
florestas públicas ocupadas ou utilizadas por comunidades locais serão identificadas para a destinação, pelos órgãos
competentes, por meio de criação de reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentável.

10. (FCC - Procurador do TCE): " (...) poderá ter a participação de empresas em consórcio, as quais serão
solidariamente responsáveis perante o poder concedente". Correto! É a previsão legal: a pessoa jurídica líder do
consórcio é responsável pelo cumprimento do contrato de concessão perante o poder concedente, sem prejuízo da
responsabilidade solidária das demais consorciadas.

11. Concessão florestal é o contrato celebrado por prazo determinado e após prévia licitação, que outorga
delegação onerosa do direito de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa
unidade de manejo, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda às exigências do respectivo edital de
licitação e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco (TJAP).

CONCESSÃO FLORESTAL

É contrato administrativo no qual o poder público delega ao particular a exploração sustentável das florestas

Página | 45
públicas.
O art. 3°, VII da Lei 11.284/06 define concessão florestal como “a delegação onerosa, feita pelo poder
concedente, do direito de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa
unidade de manejo, mediante licitação (modalidade concorrência), à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que
atenda às exigências do respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta
e risco e por prazo determinado”.

13.3 Resoluções do CONAMA nº 302/2002 e


Artigos mais importantes: 2,3

13.3 Resoluções do CONAMA nº 303/2002 (publicadas no DOU em 13/05/2002).


Artigos mais importantes: 2

14.1. Decreto 6.040/2007


Artigos mais importantes:3

ANA CATARINA FERREIRA LIMA Resultado


anacatarina.lima16@gmail.com
Questões:

13. Espaços territoriais especialmente protegidos. 13.1 Áreas de preservação permanente Estudei:
em área urbana e rural e reserva legal. 13.1.2 Lei nº 9.985/2000 (Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza). 13.1.3 Tipos de unidades, objetivos e categorias.
13.1.4. Compensação ambiental.
Comentários: lei seca + jurisprudência

Tema de ALTA relevância!

Saiba tudo de Área de Preservação Permanente (APP): natureza jurídica, alteração e supressão, regime de
proteção desapropriação – aposta

Identicamente, sobre: Área de Reserva Legal (ARL): natureza jurídica, o percentual da ARL, o cadastro
ambiental rural, as modalidades de manejo florestal sustentável.

#SeLigaNaJuris
• É inconstitucional a redução ou a supressão de espaços territoriais especialmente protegidos, como é o caso
das unidades de conservação, por meio de medida provisória. Isso viola o art. 225, § 1º, III, da CF/88. Assim,

Página | 46
a redução ou supressão de unidade de conservação somente é permitida mediante lei em sentido formal. A
medida provisória possui força de lei, mas o art. 225, § 1º, III, da CF/88 exige lei em sentido estrito. A proteção
ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida provisória, ainda que não conste
expressamente do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88. STF. Plenário. ADI 4717/DF, Rel.
Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896).

#QuestãodeProva
PGM Manaus 2018: Compete ao poder público definir espaços territoriais ambientalmente protegidos, sendo a
sua supressão permitida somente através de lei. Certo.

Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-AP Prova: FGV - 2022 - TJ-AP - Juiz de Direito Substituto
Tendo em vista a grande especulação imobiliária do Município X, o prefeito decide reduzir a área de determinada
Unidade de Conservação, para permitir a construção de novas unidades imobiliárias.
Sobre o caso, é correto afirmar que o prefeito:
Alternativas
A)não pode mudar as dimensões da Unidade de Conservação por decreto, o que apenas pode ser feito por lei
específica (gabarito)
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
B)pode reduzir as dimensões da Unidadeanacatarina.lima16@gmail.com
de Conservação caso ela tenha sido criada por decreto do chefe do Poder
Executivo municipal;
C)apenas pode alterar as dimensões da Unidade de Conservação caso ela tenha sido criada após 05 de outubro
de 1988;
D)pode reduzir as dimensões da Unidade de Conservação caso não haja derrubada de vegetação nativa e não
atinja área de proteção integral;
E)não pode alterar a área da Unidade de Conservação, o que depende de estudo prévio de impacto ambiental e
de licenciamento ambiental.

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (SNUC)

Fonte: Frederico Amado, Marcelo Abelha Rodrigues e Bessa Antunes


Atualizado em Outubro de 2020

Página | 47

Unidades de Proteção integral que podem ser privadas: Monumento Natural e Refúgio da Vida Silvestre;

Unidades de Uso sustentável que podem ser privadas: APA, RPPN e Relevante Interesse Ecológico;
Áreas que permitem a ocupação por população tradicional: Reserva Extrativista, Floresta Nacional e Reserva
de Desenvolvimento Sustentável (RE, RDS e FN).

(PGM-CG CESPE 2019) “As populações tradicionais residentes em unidades de conservação deverão ser,
obrigatoriamente, realocadas pelo poder público e, por conseguinte, indenizadas ou compensadas pelas
benfeitorias existentes no local onde habitavam”. FALSO! Algumas unidades admitem a ocupação por populações
tradicionais. ANA CATARINA FERREIRA LIMA
anacatarina.lima16@gmail.com
Áreas que permitem a ocupação por população tradicional: Reserva Extrativista, Floresta Nacional e Reserva
de Desenvolvimento Sustentável (RE, RDS e FN).
Reserva ecológica e Estação biológica não precisam de consulta prévia (PGE-MA e PGM-SLZ, ambas da FCC).

Obs.: mas continuam precisando de estudos prévios e de autorização por ato legal;
Reserva da Biosfera pode ser de Domínio Público ou Privado (PGE-AM);
A zona de amortecimento pode ser definida no momento da criação ou posteriormente;

As Unidades de Conservação podem ser geridas por OSCIP (PGM-Londrina 2019), que não irão possuir o Poder
de Polícia.
Cuidado! As unidades do tipo Reserva Particular do Patrimônio Natural devem ser geridas por particulares.

Nas UC de proteção integral são permitidas atividades lucrativas (JUIZ/TRF2);

Não há ilegalidade em criar mais de uma UC decorrente de um único procedimento administrativo (MS

Página | 48
25.347/DF);

A RPPN é perpétua e deve constar em termo firmado perante o órgão ambiental, posteriormente levado a
registro;

O uso de imagens de unidade de conservação com finalidade comercial será cobrado conforme estabelecido
em ato administrativo pelo órgão executor.

Conservação in situ é a conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de


populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios
onde tenham desenvolvido suas propriedades características.

São características das unidades de conservação: a) Oficialidade; b) Regime especial de fruição; c) Finalidade
de proteção do equilíbrio ecológico e d) Delimitação territorial.

● Estação Ecológica: ANA CATARINA FERREIRA LIMA


anacatarina.lima16@gmail.com
DECORE FILHOOOO, DECORE MINHA FIAA...

Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PC-AM Prova: FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº 01
De acordo com a Lei nº 9.985/00, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, dentro
do Grupo das Unidades de Uso Sustentável, aquela definida como área com cobertura florestal de espécies
predominantemente nativas e que tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a
pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas, é chamada de
Alternativas
A)Estação Ecológica.
B)Reserva Biológica.
C)Floresta Nacional (gabarito)
D)Parque Nacional.
E)Área de Proteção Ambiental.

É unidade de proteção integral e tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas
científicas. Devem ser de posse e domínio públicos, sendo proibida a visitação (salvo com finalidades educacionais).

Página | 49
É possível a realização de pesquisas científicas, desde que autorizados pelo órgão responsável.

Reserva Biológica: é unidade de proteção integral, com objetivo de preservação integral da biota e demais
atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais,
excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para
recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais.
Na reserva biológica, é proibida a visitação pública (salvo com caráter educacional) e são de posses e domínio
público. As pesquisas são permitidas com autorização do órgão responsável.

Parque Nacional: é unidade de proteção integral (não confundir com floresta nacional), tem como objetivo
básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a
realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de
recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
O parque nacional (florestas também) é de posse e domínio público, sendo possível a visitação (conforme
previsto no manejo) e a pesquisa científica deve ser previamente autorizada.
Por fim, lembrar que pode existir Parque Estadual ou
ANA CATARINA Parque Natural
FERREIRA LIMA Municipal.
anacatarina.lima16@gmail.com

Monumento Natural: é unidade de proteção integral, tem como objetivo básico preservar sítios naturais
raros, singulares ou de grande beleza cênica.

Pode ser composta por terras particulares (desde que não haja incompatibilidade) e a visitação pública deve
acontecer conforme o plano de manejo.

Refúgio da Vida Silvestre: é unidade de proteção integral, tem como objetivo proteger ambientes naturais
onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna
residente ou migratória.

Área de Preservação Ambiental: É unidade do grupo uso sustentável, em geral extensa, com um certo grau
de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes
para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a
diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos
naturais.

Página | 50
As APA’s podem ser constituídas por terras públicas ou privadas, caso em que podem ser estabelecidas
restrições ao uso da propriedade e as condições de visita/pesquisa científica serão decididas pelo órgão gestor.

Área de Relevante Interesse Ecológico: É de uso sustentável, área em geral de pequena extensão, com pouca
ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da
biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o
uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.

Floresta Nacional: é unidade do uso sustentável, sendo uma área com cobertura florestal de espécies
predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a
pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas.
Obs: não confundir com parque nacional, que é de uso integral!

Reserva Extrativista: é de uso sustentável, sendo área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja
subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de
animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicosFERREIRA
ANA CATARINA proteger os meios de vida e a cultura dessas populações,
LIMA
anacatarina.lima16@gmail.com
e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.

Reserva de Fauna: é de uso sustentável, de domínio público, sendo vedada o exercício de caça amadora ou
profissional e sendo possível a comercialização dos produtos e subprodutos decorrentes de pesquisas.

Reserva de Desenvolvimento Sustentável: é unidade sustentável, que consiste em área natural que abriga
populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais,
desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel
fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.
Reserva Particular do Patrimônio Natural: é de uso sustentável, privada e gravada com perpetuidade, com o
objetivo de conservar a diversidade biológica.

#QuestãodeProva
PGM MANAUS 2018 (CESPE): A reserva de desenvolvimento sustentável é um exemplo de unidade de conservação
de proteção integral.
( ) Certo ( ) Errado

Página | 51
PGM FORTALEZA 2017 (CESPE): Nos parques nacionais, que são unidades de proteção integral, é permitida a
realização de atividades educacionais e de recreação bem como o turismo ecológico. Certo.
( ) Certo ( ) Errado

Polícia Federal 2018 (CESPE): Por pertencerem ao SNUC, especificamente ao grupo das unidades de uso sustentável,
os parques nacionais pertencem ao domínio público, sendo mantidas as áreas particulares incluídas em seus limites.
( ) Certo ( ) Errado

Polícia Federal 2018 (CESPE): Terras indígenas e estações ecológicas estão inseridas na lista de unidades de
conservação de proteção integral.
( ) Certo ( ) Errado

Errado. Terra indígena não é unidade de conservação

Gabarito: 1)Errado; 2)Certo; 3) Errado; 4)ANA


Errado
CATARINA FERREIRA LIMA
anacatarina.lima16@gmail.com

Cuidado:

ÓRGÃOS DA SNUC:
a) Órgão consultivo e deliberativo: CONAMA
b) Órgão central: MMA
c) Órgãos executores: IBAMA E ICMBIO

Psiu... não esquece ZONA DE AMORTECIMENTO!!!! (sempre cai na CESPE).

Página | 52
Essas zonas de amortecimento serão fixadas no ato de criação da unidade de conservação ou ulteriormente,
sendo que deverão ser ouvidos previamente os proprietários ou possuidores afetados, pois terão uma restrição ao
uso da propriedade ou posse.
Vale registrar que das doze unidades que vimos, dez precisam ter zona de amortecimento e apenas duas que não
precisarão. A lei diz que a APA e a RPPM não terão zona de amortecimento (art. 25)

Sobre os indígenas, saiba tudo sobre o RE 1.017.365:

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


anacatarina.lima16@gmail.com

https://cimi.org.br/repercussaogeral/

Bem como os seguintes julgados:

#SeLigaNaJuris

• CAVALCANTE, Márcio André Lopes. STF determinou, como tutela provisória incidental na ADPF, que a
União adote providências para assegurar a vida, a saúde e a segurança de povos indígenas. Buscador
Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/73f9ddba165b5c59c61dd64960ba8b2d>.
Acesso em: 20/02/2023

Página | 53
• CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O Ministério Público Federal é parte legítima para pleitear
indenização por danos morais coletivos e individuais em decorrência do óbito de menor indígenaa.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/95cc7ef498e141173576365264fc5fba>.
Acesso em: 20/02/2023

• CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É obrigatória a intervenção da FUNAI em ação de destituição de


poder familiar que envolva criança cujos pais possuem origem indígenaa. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em:

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


anacatarina.lima16@gmail.com

<https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/34f98c7c5d7063181da890ea8d25265a>.
Acesso em: 20/02/2023

• CAVALCANTE, Márcio André Lopes. STF determina que governo federal adote medidas para conter o
avanço da Covid-19 entre indígenas. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

Página | 54
<https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ce1aad92b939420fc17005e5461e6f48>. Acesso
em: 20/02/2023

• CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Em ação possessória ajuizada pelo fazendeiro que teve o imóvel
invadido por indígenas, não cabe a realização de laudo antropológico para examinar se são terras
indígenas. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a1a609f1ac109d0be28d8ae112db1bbb>. Acesso
em: 20/02/2023

Resultado
Questões:
6 Responsabilidades. 6.1 Efeito, ANA impacto e dano
CATARINA ambiental.
FERREIRA LIMA 6.2 Poluição. 6.3
Responsabilidade administrativa, civil anacatarina.lima16@gmail.com
e penal. 6.4 Tutela processual. Estudei:

8. Poder de polícia e Direito Ambiental. 8.1 Infrações ambientais. 8.2 Crimes ambientais. 8.3
Sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente. 8.4 Das infrações e sanções administrativas ambientais. Da apuração das
infrações administrativas. 9 Responsabilidade ambiental. 9.1 Conceito de dano e a reparação
do dano ambiental. 9.2 Efetivação da proteção normativa ao meio ambiente. Poder
Judiciário, Ministério Público e Administração Pública.

Comentários: lei seca + jurisprudência

TEMA DE ALTA RELEVÂNCIA!

Estude bem tanto a responsabilidade civil por dano ambiental, quanto a responsabilidade administrativa
ambiental (poder de polícia, sanções).

Quanto à responsabilidade civil por dano ambiental: responsabilidade solidária; Imprescritibilidade da


pretensão de reparação civil por dano ambiental; Inaplicabilidade da teoria do fato consumado;

Página | 55
Responsabilidade extracontratual do Estado por danos ao meio ambiente; obrigação propter rem?

Julgados importantíssimos:

As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo possível exigi-las, à escolha
do credor, do proprietário ou possuidor atual, de qualquer dos anteriores, ou de ambos,
ficando isento de responsabilidade o alienante cujo direito real tenha cessado antes da
causação do dano, desde que para ele não tenha concorrido, direta ou indiretamente.

STJ. 1ª Seção. REsps 1.953.359-SP e 1.962.089-MS, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgados
em 13/9/2023 (Recurso Repetitivo – Tema 1204) (Info 787).

Obs: essa tese acima fixada complementa a Súmula 623 do STJ: As obrigações ambientais
possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual
e/ou dos anteriores, à escolha do credor.

A validade das multas administrativas por infração ambiental, previstas na Lei nº 9.605/98,
independe da prévia aplicação da penalidade de advertência.
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
STJ. 1ª Seção. REsps 1.984.746-AL e 1.993.783-PA, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em
anacatarina.lima16@gmail.com

13/9/2023 (Recurso Repetitivo – Tema 1159) (Info 787).

As razões que fundamentam a Súmula 652/STJ ("A responsabilidade civil da Administração


Pública por danos ao meio ambiente, decorrente de sua omissão no dever de fiscalização, é
de caráter solidário, mas de execução subsidiária") são aplicáveis à tutela do patrimônio
cultural.

STJ. 2ª Turma. REsp 1.991.456-SC, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 8/8/2023 (Info
783).

RESPONSABILIDADE POR DANOS AMBIENTAIS

Responsabilidade Civil Responsabilidade Responsabilidade Penal


Administrativa

Objetiva Subjetiva Subjetiva

Lei 6.938/81, Art. 14, § 1º. Lei 6.938/81, art. 14, caput. É vedada a responsabilidade
penal objetiva.

Página | 56
RESPONSABILIDADE CIVIL EM MATÉRIA AMBIENTAL

• A responsabilidade civil por dano ambiental é objetiva e solidária. E, nos casos em que o Poder Público concorre para
o prejuízo por omissão, a sua responsabilidade solidária é de execução subsidiária (ou com ordem de preferência).
STJ. 2ª Turma. AREsp 1.756.656-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 18/10/2022 (Info 758).

• Súmula 652-STJ: A responsabilidade civil da Administração Pública por danos ao meio ambiente, decorrente de sua
omissão no dever de fiscalização, é de caráter solidário, mas de execução subsidiária.

A responsabilidade civil vem evoluindo ao longo dos anos, desde a época de talião, olho por olho, dente por
dente, até a responsabilização pecuniária. Em matéria ambiental, temos a tríplice responsabilidade, civil, penal e
administrativa, todas independentes entre si.

Para que seja objetiva, ou seja, sem precisar pesquisar a culpa, é preciso que esteja prevista em lei, tal como
ocorre na responsabilidade civil ambiental, que tem previsão legal expressa na lei da política nacional do meio
ambiente.

Poluidor: para o direito ambiental, o conceito de poluidor é amplo, englobando pessoas físicas ou jurídicas,
de direito público ou privado, que causem direta ou
ANA CATARINA indiretamente
FERREIRA LIMA o dano, sendo inclusive solidária a
anacatarina.lima16@gmail.com
responsabilização. Vejamos:

“A tese recursal não prospera, tendo em vista que a responsabilidade por danos ambientais é
solidária entre o poluidor direto e o indireto, o que permite que a ação seja ajuizada contra qualquer
um deles, sendo facultativo o litisconsórcio. Precedentes do STJ.

Em matéria de proteção ambiental, há responsabilidade civil do Estado quando a omissão de


cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar for determinante para a concretização ou o
agravamento do dano causado, tal modalidade, conforme STJ, é objetiva e solidária, porém de
execução subsidiária (só responde se o particular não tiver meios).

Ademais, o estado deve propor, posteriormente, ação de ressarcimento, sob pena de dupla oneração
à sociedade, pelo dano e pelos valores despendidos.

A obrigação de recuperar a degradação ambiental é do titular da propriedade do imóvel, mesmo que


não tenha contribuído para a deflagração do dano, tendo em conta sua natureza propter rem, tal
como previsto no Código Florestal e também na jurisprudência pacificada do STJ.

Ou seja, mesmo não sendo o causador do dano, o proprietário responde objetivamente pelo dano
ambiental existente na propriedade.

A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o
nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo
descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de
responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar.

Página | 57
Para o fim de apuração do nexo de causalidade no dano ambiental, equiparam-se quem faz, quem
não faz quando deveria fazer, quem deixa fazer, quem não se importa que façam, quem financia para
que façam, e quem se beneficia quando outros fazem. (REsp 650.728/SC, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/10/2007, DJe 02/12/2009)”

Para fins do art. 543-C do Código de Processo Civil:

“a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo
o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato,
sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de
responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar; No tocante à ausência de
responsabilidade solidária pelos danos ambientais, é pacificada nesta Corte a orientação de que a
responsabilidade ambiental é objetiva e solidária de todos os agentes que obtiveram proveito da
atividade que resultou no dano ambiental não com fundamento no Código de Defesa do Consumidor,
mas pela aplicação da teoria do risco integral ao poluidor/pagador prevista pela legislação ambiental
(art. 14, § 1º, da Lei n. 6.938/81), combinado com o art. 942 do Código Civil. Precedentes.

De acordo com Marcelo Abelha:

“Não podemos nos esquecer, ainda, de que a responsabilidade nada mais é que decorrência de um
princípio maior, justamente o poluidor/usuário- pagador. Como já se disse, o princípio do poluidor-
pagador nada tem ANA
a ver com a nefasta
CATARINA ideia de que
FERREIRA se paga para poluir. O meio ambiente não é bem
LIMA
que possa se comerciar, como se fosse uma moeda de troca ao direito de poluir”.
anacatarina.lima16@gmail.com

Ademais, importante ressaltar que a responsabilização independe de ato ilícito. Vejamos:

“A legislação de regência e os princípios jurídicos que devem nortear o raciocínio jurídico do julgador
para a solução da lide encontram-se insculpidos não no códice civilista brasileiro, mas sim no art.
225, § 3º, da CF e na Lei n. 6.938/81, art. 14, § 1º, que adotou a teoria do risco integral, impondo ao
poluidor ambiental responsabilidade objetiva integral. Isso implica o dever de reparar
independentemente de a poluição causada ter-se dado em decorrência de ato ilícito ou não, não
incidindo, nessa situação, nenhuma excludente de responsabilidade. Precedentes. 2. Demandas
ambientais, tendo em vista respeitarem bem público de titularidade difusa, cujo direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado é de natureza indisponível, com incidência de
responsabilidade civil integral objetiva, implicam uma atuação jurisdicional de extrema
complexidade (...)” (AgRg no REsp 1.412.664/SP, rel. Min. Raul Araújo, 4ª Turma, julgado em 11-2-
2014, DJe 11-3-2014).”

Desta forma, não importa se o dano foi causado por caso fortuito ou força maior, o poluidor não tem como
excluir o nexo de causalidade. Isso é muito cobrado em provas!

Direto do DonodaVaga:

Página | 58
A ação melhor para responsabilização é Ação civil pública, sem prejuízo de ação popular ou outros meios.
Podendo RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS AO MEIO AMBIENTE ser
proposta PREVISÃO LEGAL -Art. 225, § 3º, da CF/88 pelo MP ou
pela pessoa -Art. 14, § 1º, da Lei 6.938/81 jurídica
COMPETÊNCIA Concorrente entre União, Estados e Distrito Federal (art. 24,
LEGISLATIVA VIII, da CF/88)
-Objetiva
CARACTERÍSTICAS -Solidária
-Reparação in natura
-Dano ambiental
PRESSUPOSTOS -Poluidor
-Nexo de causalidade
-Lesão ao equilíbrio ecológico = Poluição (art. 3°, III, da Lei
6.938/81)
-Atividade lícita ou ilícita
DANO AMBIENTAL -Dano difuso
-Material (patrimonial) ou moral (social)
-Imprescritível
-Autônomo em relação aos danos pessoais (individuais ou
coletivos) que são consequência da lesão ao equilíbrio ecológico
-Art. 3º, IV,LIMA
ANA CATARINA FERREIRA da Lei 6.938/81
anacatarina.lima16@gmail.com
POLUIDOR -Pessoas físicas ou jurídicas
-Pessoas de direito público ou privado
-Pessoas responsáveis direta ou indiretamente pela degradação
ambiental
NEXO DE -Presunção de que a atividade impactante é causadora do dano
CAUSALIDADE ao meio ambiente (princípio da precaução)
-Inversão do ônus da prova (art. 6°, VIII, do CDC)
prejudicada.

Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-AP Prova: FGV - 2022 - TJ-AP - Juiz de Direito Substituto

A sociedade Alfa Ltda., após obter licença ambiental para construção de estacionamento em
área inserida em Estação Ecológica, é processada em ação civil pública, em razão do dano
ambiental causado. O autor da ação comprova erro na concessão da licença, tendo em vista
que é vedada a construção dentro da referida Unidade de Conservação.

Em defesa, a sociedade Alfa Ltda. alega que realizou a construção amparada em licença

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ambiental presumidamente válida.

Sobre o caso, é correto afirmar que a ação deve ser:

A)rejeitada e a licença ambiental mantida, em respeito ao princípio da segurança jurídica e da


proteção da confiança;

B) rejeitada e a licença ambiental mantida, com a imputação de responsabilidade integral à


autoridade que concedeu a licença indevidamente;

C) acolhida em parte, para que a licença seja concedida, mas limitada temporalmente, até que
o réu possa ser ressarcido dos investimentos efetivamente realizados;

D) acolhida para a anulação da licença ambiental, mas não para a reparação da lesão
ambiental, tendo em vista que o dano foi causado por fato de terceiro, no caso, a concessão
da licença de forma errada;

E) acolhida, tendo em vista que os danos ambientais são regidos pelo modelo da
responsabilidade objetiva e pela teoria do risco integral (gabarito)

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


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Forma de reparação:
Deve ser buscada a reparação natural (in natura) da área (prioritária). Caso reste inviável, deve ser utilizada a
reparação em pecúnia. Vejamos:
“Qualquer que seja a qualificação jurídica do degradador, público ou privado, no Direito brasileiro a
responsabilidade civil pelo dano ambiental é de natureza objetiva, solidária e ilimitada, sendo regida
pelos princípios do poluidor-pagador, da reparação in integrum, da prioridade da reparação in
natura, e do favor debilis, este último a legitimar uma série de técnicas de facilitação do acesso à
Justiça, entre as quais se inclui a inversão do ônus da prova em favor da vítima ambiental. (...)” (STJ,
2ª Turma, REsp 1.071.741/SP, rel. Min. Herman Benjamin, DJ 16-12- 2010).”

Importante ressaltar também que os danos ambientais são considerados imprescritíveis, assim um dano
ocorrido em 1990 pode ser cobrado hoje, sem que seja possível alegar prescrição. Obs.: Tema está em análise pelo
STF.

Conquanto não se possa conferir ao direito fundamental do meio ambiente equilibrado a característica de
direito absoluto, certo é que ele se insere entre os direitos indisponíveis, devendo-se acentuar a imprescritibilidade
de sua reparação, e a sua inalienabilidade, já que se trata de bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida de todos os cidadãos (Art. 225, caput, da CF/1988).

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Desconsideração da Personalidade Jurídica:

Basta que a sociedade seja inadimplente para que seja desconsiderada a personalidade jurídica da empresa
(teoria menor), tendo em vista que o bem ambiental difuso deve ter maiores garantias que o patrimônio da
empresa. Há disposição legal para tanto:

“Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.”

Ônus da Prova:
É do empreendedor quando a conduta gerar incerteza científica sobre a poluição ou não, fundamentado no
princípio da precaução. De acordo com Marcelo Abelha:

“Com isso, queremos dizer que é a regra de direito material, vinculada ao princípio da precaução,
que determina que, em toda ação de responsabilidade civil ambiental na qual a existência do dano
esteja vinculada a uma incerteza científica (hipossuficiência científica), sabe-se de antemão que o
ônus de provar que os danos causados ao meio ambiente não resultaram da atividade econômica é
do próprio empreendedor”.
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
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O STJ também segue essa linha de raciocínio:

“Dessa forma, a aplicação do princípio da precaução pressupõe a inversão do ônus probatório:


compete a quem se imputa a pecha de ser, supostamente, o promotor do dano ambiental a
comprovação de que não o causou ou de que não é potencialmente lesiva a substância lançada no
ambiente” (STJ, 2ª Turma, REsp 1.060.753/SP, rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 1º- 12-2009)”.

Importante ressaltar também que nos casos em que houver dúvida sobre a poluição gerada pela conduta,
pode-se inverter o ônus da prova, cabendo ao empreendedor provar que não poluiu na situação em voga. Vejamos:

“No Direito Ambiental brasileiro, a inversão do ônus da prova é de ordem substantiva e ope legis,
direta ou indireta (esta última se manifesta, p. ex., na derivação inevitável do princípio da precaução),
como também de cunho estritamente processual e ope judicis (assim no caso de hipossuficiência da
vítima, verossimilhança da alegação ou outras hipóteses inseridas nos poderes genéricos do juiz,
emanação natural do seu ofício de condutor e administrador do processo).

Como corolário do princípio in dubio pro natura, ‘Justifica-se a inversão do ônus da prova,
transferindo para o empreendedor da atividade potencialmente perigosa o ônus de demonstrar a
segurança do empreendimento, a partir da interpretação do art. 6º, VIII, da Lei 8.078/1990 c/c o art.
21 da Lei 7.347/1985, conjugado ao Princípio Ambiental da Precaução’ (REsp 972.902/RS, Rel. Min.
Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 14.9.2009), técnica que sujeita aquele que supostamente gerou
o dano ambiental a comprovar ‘que não o causou ou que a substância lançada ao meio ambiente
não lhe é potencialmente lesiva’ (REsp 1.060.753/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe

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14.12.2009).”

Vale ressaltar que se existirem vários poluidores, todos podem responder, pois a responsabilidade deles será
solidária, como já mencionado, mas a formação de litisconsórcio é facultativa. De acordo com o STJ:

“(...) pois é pacífica a jurisprudência desta Corte Superior no sentido de que, mesmo na existência de
múltiplos agentes poluidores, obrigatoriedade na formação do litisconsórcio, uma vez que a
responsabilidade entre eles é solidária pela reparação integral do dano ambiental”. REsp 880160 RJ.

Outrossim, o tribunal também tem entendimento no sentido que é descabido a denunciação da lide ou
chamamento ao processo nesses casos.

#SeLigaNaJuris
• Incabível, por essa afirmação, a denunciação da lide.
Direito de regresso, se decorrente do fenômeno de violação ao meio ambiente, deve ser discutido em ação
própria. (...)” (STJ, 1ª Turma, REsp 232.187/SP, rel. Min. José Delgado, DJ 8-5-2000).

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


Responsabilidade Administrativa em matéria ambiental:
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Como mencionado acima, a responsabilização ambiental pode ocorrer nas três esferas: administrativa, penal
e civil. Vamos verificar agora os principais pontos da responsabilidade administrativa.

São independentes da civil e podem ocorrer com (material) ou sem dano (formais). “Exatamente por isso, as
infrações administrativas podem se classificar quanto à gravidade da perturbação causada como materiais e
formais. A primeira é aquela que causa efetivo dano ambiental. Já a segunda constitui mero descumprimento da
norma legal, sem qualquer dano”. Estão previstas também nas leis de crimes ambientais”.

Ou seja, é possível ocorrer infração administrativa sem efetivo prejuízo. Vejamos:

“Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.”

São autoridades competentes para lavrar o auto de infração: os funcionários de órgãos ambientais
integrantes do SISNAMA e agentes da capitania dos portos (Art. 72, parágrafo 1º, Lei 9.605). Vale ressaltar que o STJ

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entende ser possível que os técnicos do IBAMA possam lavrar autos de infração (AgInt no REsp 1565823/AL).

Vale ressaltar também que a autoridade ambiental que tiver conhecimento da infração ambiental é obrigado
a promover sua apuração imediata, sob pena de co-responsabilidade (Art. 70, P. 3º).

Cada Estado pode prevê a regulamentação específica do decreto federal, tendo em vista a autonomia que
possuem. O processo começa, via de regra, quando o auto de infração é lavrado, começando a correr o prazo para
defesa. Vejamos a previsão do Artigo 113 do decreto 6.514:

“Art. 113. O autuado poderá, no prazo de vinte dias, contado da data da ciência da autuação,
apresentar defesa contra o auto de infração, cuja fluência fica sobrestada até a data de realização da
audiência de conciliação ambiental.”

Vale ressaltar que, conforme o Art. 117 do mesmo decreto, não será aceita a defesa protocolada fora do
prazo, por quem não seja parte legítima ou perante órgão ambiental incompetente. Também é importante lembrar
que a mesma deve ser escrita e fundamentada, devendo o interessado especificar as provas que pretende produzir
(Art. 115).
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
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Após, vale lembrar os outros prazos, quais sejam:


a) 30 dias para julgamento da infração, contados da sua lavratura, apresentada ou não defesa;
b) 20 para recorrer à instância superior e
c) 5 dias para pagar a multa, contados da data de notificação da infração (Art. 71, lei 9.605).

Importante ressaltar que é possível a citação por edital nas infrações administrativas (Art. 96, P. 1º, IV, do
decreto). Assim como o auto de infração poderá ser convalidado se possuir vício sanável (Art. 99, o decreto).

Caso a parte deseje propor ação judicial visando anular o respectivo auto de infração ambiental, deverá existir
a intimação do Ministério Público, conforme decidiu o STJ no informativo nº 417).

A possibilidade de penalidades administrativa está fundada no poder de polícia do estado. Por fim, importante
ressaltar que o cidadão tem direito ao contraditório e ampla defesa nesses procedimentos, conforme Artigo 70, P.
4º, da Lei de crimes ambientais).

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Quais são as penas para os infratores? De acordo com a Lei 9.605, são as seguintes:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos,
petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade;
VIII- demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total de atividades;
XI - restritiva de direitos.

Caso o infrator cometa duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções. A pena
de advertência será aplicada para as infrações com menor potencialidade lesiva, ou seja, aquelas em que a multa
máxima cominada não ultrapasse o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), ou que, no caso de multa por unidade de
medida, a multa aplicável não exceda o valor referido.

Vale lembrar que a aplicação de advertência não excluirá as outras sanções e fica vedada a aplicação de nova
sanção de advertência no período de três (3) CATARINA
ANA anos contados do julgamento
FERREIRA LIMA da defesa da última advertência ou de
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outra penalidade aplicada.

A multa simples, por sua vez, será aplicada quando o infrator, por dolo ou culpa, não sanar as irregularidades
apontadas ou opuser embaraços à fiscalização ambiental. A mesma pode ser convertida em serviços de preservação,
melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

A multa diária será aplicada sempre que a infração se prolongar no tempo, conforme dispõe o Art. 10 do
decreto 6.514. As penas restritivas de direito por infração às normas administrativas são:

“§ 8º As sanções restritivas de direito são:

I - suspensão de registro, licença ou autorização;


II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de
crédito;
V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos.”

Em relação a multa, algumas observações são necessárias:

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a) valor: a multa varia entre R$ 50,00 (cinquenta reais) e R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais);
b) base de cálculo: unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de acordo com
o objeto jurídico lesado;
c) bis in idem: O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios
substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência e
d) destinação: serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, Fundo Naval, fundos estaduais ou
municipais de meio ambiente.

Via de regra, são dotadas de auto executórias. No entanto, há uma ressalva importante, que já foi cobrada
na segunda fase da PGE RJ e SP. Vejamos:

“ADMINISTRATIVO. AUTO-EXECUTORIEDADE DOS ATOS DE POLÍCIA.

Os atos de polícia são executados pela própria autoridade administrativa, independentemente de


autorização judicial. Se, todavia, o ato de polícia tiver como objeto a demolição de uma casa habitada,
a respectiva execução deve ser autorizada judicialmente e acompanhada por oficiais de justiça.
Recurso especial conhecido e provido.
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
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Diferentemente da responsabilidade civil, a administrativa NÃO é objetiva, pois depende da análise
da culpabilidade, conforme decidiu o STJ. Vejamos o que diz Frederico Amado:

No julgamento do Recurso Especial 1.251.697, de 12.04.2012, o STJ repeliu a tese da adoção da


responsabilidade objetiva na imposição de responsabilização administrativa ambiental, pois “a
aplicação de penalidades administrativas não obedece à lógica da responsabilidade objetiva da
esfera cível (para reparação dos danos causados), mas deve obedecer à sistemática da teoria da
culpabilidade, ou seja, a conduta deve ser cometida pelo alegado transgressor, com demonstração
de seu elemento subjetivo, e com demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano”.

Se existia alguma dúvida, o STJ afirmou que: “Nos termos da jurisprudência do STJ, como regra a
responsabilidade administrativa ambiental apresenta caráter subjetivo, exigindo dolo ou culpa para sua
configuração (REsp 1640243 / SC - 07/03/2017).

Mais recentemente, o STJ tratou, novamente do tema, onde restou decidido no Informativo nº 650 que:

A responsabilidade administrativa ambiental é de natureza subjetiva.

Por este motivo, a responsabilidade administrativa não possui caráter propter rem como a cível, vejamos o
que foi cobrado na AGU – CESPE:

Página | 65
Conforme jurisprudência do STJ, ao contrário da responsabilidade administrativa ambiental, em que se exige
pessoalidade da conduta, a responsabilidade civil ambiental pode ser exigida do novo proprietário do
empreendimento, que deverá promover a recomposição da área de preservação permanente ilegalmente ocupada.

A resposta é Correta!

A penalidade não pode passar da pessoa do infrator, sob pena de violação ao disposto na CRFB. Vale ressaltar
que o tema está sendo bastante cobrado pela CESPE nos últimos certames, motivo pelo qual é indicado ler a lei
9.605/98 e Decreto 6.514/2008 para que o aluno acerte os dispositivos legais quando forem cobrados no certame.

Prescrição: De acordo com o Art. 21 do Decreto 6.514, prescreve em cinco anos a ação da administração
objetivando apurar a prática de infrações contra o meio ambiente, contada da data da prática do ato, ou, no caso
de infração permanente ou continuada, do dia em que esta tiver cessado. Sobre o tema, vejamos a súmula do STJ:

Súmula 467, STJ: Prescreve em cinco (5) anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão
da Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental.

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


anacatarina.lima16@gmail.com
Importante também ressaltar que pode ocorrer prescrição intercorrente. Vejamos:
“Incide a prescrição no procedimento de apuração do auto de infração paralisado por mais de três
anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante
requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional
decorrente da paralisação”.

Se o fato também for considerado crime, a prescrição será regida pela lei penal. Caso ocorra a prescrição
administrativa, a obrigação de reparação dos danos será mantida intacta. Fiz algumas dicas para direcionar aos
principais pontos previstos em lei sobre o tema. Vejamos:

#Dicas - Infrações Administrativas Ambiental

1. Inicialmente, vejamos o que se entende por infração administrativa ambiental: Considera-se infração
administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e
recuperação do meio ambiente (Art. 70, LCA).

Complementando: Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às


autoridades relacionadas no parágrafo anterior (vamos ver quem são mais abaixo), para efeito do exercício do seu

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poder de polícia.

A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a promover a sua apuração
imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade.

2. Existem várias sanções para o caso de violação das normas administrativas, dentre as quais, destaco a
penalidade de multa, embargo e demolição de obras, que são as mais comuns de acontecerem.

(CESPE - 2019) Q: É lícita a cumulação de advertência com aplicação de multa para uma mesma conduta
infracional contra o meio ambiente. R: Correto! Existe previsão legal expressa aceitando tal cumulação.

3. Quem pode lavrar os autos de infrações? Os membros de fiscalização ambiental (SISNAMA) ou ainda os
agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha.

(CESPE - 2020) Q: O Ministério Público Federal tem


ANA CATARINA competência
FERREIRA LIMApara lavrar auto de infração, com vistas à
anacatarina.lima16@gmail.com
responsabilização ambiental administrativa, e para apreender produtos e instrumentos usados em infração
ambiental. R: Falso! O MP ou MPF não podem lavrar auto de infração administrativa ambiental, visto que não
possuem competência legal para tanto.

4. Atenção! As condutas infracionais não devem estar previstas em portarias. Neste sentido: "Consoante já
decidido pelo STF no julgamento da ADI-MC 1823/DF, é vedado ao IBAMA instituir sanções punitivas sem expressa
autorização legal. Diante dessas premissas e, ainda, do princípio da tipicidade, tem-se que é vedado à referida
autarquia impor sanções por infrações ambientais previstas apenas nas Portarias 44/93-N e 267/88-P. 4. Recurso
especial não provido. STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1075485 PA 2008/0157262-5 (STJ)".

Via de regra, as condutas infracionais possuem previsão legal e são detalhadas em decretos do Poder
Executivo. Por este motivo, a CESPE considerou INCORRETA na prova de Juiz do TJPR: "O IBAMA pode, mediante
portaria, vedar a prática de conduta nociva ao meio ambiente e fixar pena de multa para infratores".

5. Prazo prescricional: Súmula 467 do STJ: Prescreve em cinco anos, contados do término do processo
administrativo, a pretensão da administração pública de promover a execução da multa por infração ambiental.

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6. A Responsabilidade Administrativa Ambiental é de natureza SUBJETIVA (Informativo 650, STJ).

7. Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas,


CUMULATIVAMENTE, as sanções a elas cominadas. Cuidado aqui! Muitas questões tentam colocar como sendo
devida apenas a de maior valor.

8. Os valores arrecadados com as multas vão para o fundo naval, fundo nacional (estadual ou municipal) do
Meio Ambiente.

9. Importante: O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios
SUBSTITUI a multa federal na mesma hipótese de incidência.

10. Valores da multa ambiental:

*Mínimo de 50 reais; ANA CATARINA FERREIRA LIMA


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*Máximo de 50 milhões de reais.

11. As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, onde são assegurados os
princípios do contraditório e ampla defesa.

12. O prazo para apresentação de defesa e também para a apresentação de recurso será de vinte dias. Obs.:
É possível que a lei estadual ou municipal preveja prazos diferentes.

13. A pessoa jurídica de direito público pode ser alvo de aplicação de sanção administrativa derivada da prática
de infração ambiental (PGE-AC 2017).

14. Configurada infração ambiental grave, é possível a aplicação da pena de multa sem a necessidade de prévia
imposição da pena de advertência (art. 72, lei 9.605/98) (Jurisprudência do STJ);

Informativos e súmula sobre responsabilidade administrativa:

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Configurada infração ambiental grave, é possível a aplicação da pena de multa sem a necessidade de prévia
imposição da pena de advertência (art. 72 da Lei 9.605/1998) (REsp 1.318.051-RJ – Info 561).

Súmula 467, STJ: Prescreve em cinco (5) anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão
da Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental.

#SeLigaNaJuris
Agora vejamos os principais julgados da matéria ambiental, que devem ser lidos várias vezes:

• Art. 36 e seus § 1º, § 2º e § 3º da Lei 9.985, de 18-7- 2000. Constitucionalidade da compensação devida pela
implantação de empreendimentos de significativo impacto ambiental. Inconstitucionalidade parcial do § 1º
do art. 36. O compartilhamento-compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei 9.985/2000 não ofende
o princípio da legalidade, dado haver sido a própria lei que previu o modo de financiamento dos gastos com
as unidades de conservação da natureza. De igual forma, não há violação ao princípio da separação dos
poderes, por não se tratar de delegação do Poder Legislativo para o Executivo impor deveres aos
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
administrados. Compete ao órgão licenciador fixar o quantum da compensação, de acordo com a
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compostura do impacto ambiental a ser dimensionado no relatório – EIA/RIMA. O art. 36 da Lei 9.985/2000
densifica o princípio usuário-pagador, este a significar um mecanismo de assunção partilhada da
responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade econômica. Inexistente desrespeito
ao postulado da razoabilidade. Compensação ambiental que se revela como instrumento adequado à defesa
e preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações, não havendo outro meio eficaz para
atingir essa finalidade constitucional. Medida amplamente compensada pelos benefícios que sempre
resultam de um meio ambiente ecologicamente garantido em sua higidez. Inconstitucionalidade da
expressão "não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do
empreendimento", no § 1º do art. 36 da Lei 9.985/2000. O valor da compensação-compartilhamento é de
ser fixado proporcionalmente ao impacto ambiental, após estudo em que se assegurem o contraditório e a
ampla defesa. Prescindibilidade da fixação de percentual sobre os custos do empreendimento. [ADI 3.378,
rel. min. Ayres Britto, j. 14-6-2008, P, DJE de 20-6-2008.]

• Lei 1.315/2004, do Estado de Rondônia, que exige autorização prévia da Assembleia Legislativa para o
licenciamento de atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetivas e potencialmente

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poluidoras, bem como capazes, sob qualquer forma, de ausar degradação ambiental. Condicionar a
aprovação de licenciamento ambiental à prévia autorização da Assembleia Legislativa implica indevida
interferência do Poder Legislativo na atuação do Poder Executivo, não autorizada pelo art. 2º da
Constituição. Precedente: ADI 1.505. Compete à União legislar sobre normas gerais em matéria de
licenciamento ambiental (art. 24, VI, da Constituição).
Os atos administrativos gozam da presunção de merecimento. (...) A criação de reserva ambiental faz-se
mediante ato administrativo, surgindo a lei como exigência formal para a alteração ou a supressão – art.
<225>, III, do Diploma Maior. (...) Consulta pública e estudos técnicos. O disposto no § 2º do art. 22 da Lei
9.985/2000 objetiva identificar a localização, a dimensão e os limites da área da reserva ambiental. (...) A
implementação do conselho deliberativo gestor de reserva extrativista ocorre após a edição do decreto
versando-a.[MS 25.284, rel. min. Marco Aurélio, j. 17-6-2010, P, DJE de 13-8-2010.] = ADI 4.218 AgR, rel. min.
Luiz Fux, j. 13-12-2012, P, DJE de 19-2-2013

• Art. 182, § 3º, da Constituição do Estado de Santa Catarina. Estudo de impacto ambiental. Contrariedade ao
art. <225>, § 1º, IV, da Carta da República. A norma impugnada, ao dispensar a elaboração de estudo prévio
de impacto ambiental no caso deANA
áreas de florestamento
CATARINA FERREIRAou reflorestamento para fins empresariais, cria
LIMA
anacatarina.lima16@gmail.com
exceção incompatível com o disposto no mencionado inciso IV do § 1º do art. <225> da CF. [ADI 1.086, rel.
min. Ilmar Galvão, j. 7-6-2001, P, DJ de 10-8-2001.]

• Lei 7.380/1998, do Estado do Rio Grande do Norte. Atividades esportivas com aves das raças combatentes.
"Rinhas" ou "brigas de galo". Regulamentação. Inadmissibilidade. Meio ambiente. Animais. Submissão a
tratamento cruel. Ofensa ao art. <225>, § 1º, VII, da CF. (...) É inconstitucional a lei estadual que autorize e
regulamente, sob título de práticas ou atividades esportivas com aves de raças ditas combatentes, as
chamadas "rinhas" ou "brigas de galo". [ADI 3.776, rel. min. Cezar Peluso, j. 14-6-2007, P, DJ de 29-6-2007.]
= ADI 1.856, rel. min. Celso de Mello, j. 26-5-2011, P, DJE de 14-10-2011

• A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais, incentivando a valorização e
a difusão das manifestações, não prescinde da observância da norma do inciso VII do art. <225> da CF, no
que veda prática que acabe por submeter os animais à crueldade. Procedimento discrepante da norma
constitucional denominado "farra do boi". [RE 153.531, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 3-6- 1997, 2ª T, DJ
de 13-3-1998.] Vide ADI 1.856, rel. min. Celso de Mello, j. 26-5-2011, P, DJE de 14-10-2011

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• O art. <225>, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por
crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da
empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação. [RE 548.181, rel. min. Rosa
Weber, j. 6-8- 2013, 1ª T, DJE de 30-10-2014.]

• O Município é competente para legislar sobre meio ambiente com União e Estado, no limite de seu interesse
local e desde que tal regramento seja e harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes
federados (art. 24, VI c/c 30, I e II da CRFB). [RE 586.224, rel. min. Luiz Fux, j. 5-3-2015, P, DJE de 8-5-2015,
com repercussão geral.]

• O MPF possui legitimidade para propor, na Justiça Federal, ação civil pública que vise à proteção de zona de
amortecimento de parque nacional, ainda que a referida área não seja de domínio da União.
É imprescindível, sob pena de nulidade, a referência do prazo para apresentar defesa em notificação de
contribuinte para pagamento da Taxa de Fiscalização Ambiental (TCFA), conforme art. 11, II, do Decreto
70.235/1972.
Não se revela possível abranger no sistema de arrecadação diferenciado (SIMPLES NACIONAL), por ausência
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
de previsão legal, a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental -TCFA, cuja finalidade específica decorre do
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poder fiscalizador do IBAMA, em face da previsão contida no art. 145, II, da Constituição Federal de 1988,
conforme já decidiu o STF no julgamento do RE 416.601/DF.

LEI DE CRIMES AMBIENTAIS:

Tendo em vista que o direito ambiental é orientado pela precaução/prevenção, o legislador deve estabelecer
punição antes mesmo de ocorrer o dano, já que o mesmo não é complemente reparável. Vejamos o que diz Marcelo:

“Já na seara penal, também o legislador tem tido criatividade para transferir o momento de
consumação do crime da lesão para a ameaça. Ou seja, aperfeiçoa- se o crime no instante em que o
bem tutelado encontrar-se numa condição objetiva em que há apenas o risco de lesão. É o que se
chama de crimes de perigo.

1. De acordo com o entendimento deste Tribunal, a Lei de Crimes Ambientais deve ser interpretada à luz
dos princípios do desenvolvimento sustentável e da prevenção, indicando o acerto da análise que a doutrina e a
jurisprudência têm conferido à parte inicial do art. 54 da Lei n. 9.605/1998, de que a mera possibilidade de causar

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dano à saúde humana é idônea a configurar o crime de poluição, evidenciada sua natureza formal ou, ainda, de
perigo abstrato (ut, RHC 62.119/SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, Quinta Turma, DJe 05/02/2016)

A lei possui uma parte geral, onde são previstas agravantes, atenuantes, hipóteses de suspensão condicional
da pena e do processo, etc e outra parte, a parte especial, onde são previstas as penalidades, ocorrendo a tipificação.

A lei de crimes ambientais estabeleceu a responsabilidade penal da pessoa jurídica, que deve ser aferida
mediante a conduta de seus representantes, vale ressaltar que em matéria penal a responsabilidade é subjetiva.
Vejamos:
“É importante, porém, observar que a responsabilidade penal no sistema brasileiro é fincada
sempre na culpa, como elemento subjetivo. Em resumo, não existe responsabilidade penal
objetiva. Trata-se do princípio da culpabilidade.”

O STF entende que não é necessária a dupla imputação na seara criminal, tendo superado a sua antiga
jurisprudência. Vejamos:

“EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO PENAL. CRIME AMBIENTAL.


RESPONSABILIDADE ANAPENAL DA PESSOA
CATARINA JURÍDICA.
FERREIRA LIMA CONDICIONAMENTO DA AÇÃO PENAL À
IDENTIFICAÇÃO E À anacatarina.lima16@gmail.com DA PESSOA FÍSICA QUE NÃO ENCONTRA
PERSECUÇÃO CONCOMITANTE
AMPARO NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 1. O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não
condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea
persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa. A norma
constitucional não impõe a necessária dupla imputação. 2. As organizações corporativas
complexas da atualidade se caracterizam pela descentralização e distribuição de atribuições
e responsabilidades, sendo inerentes, a esta realidade, as dificuldades para imputar o fato
ilícito a uma pessoa concreta. 3. Condicionar a aplicação do art. 225, §3º, da Carta Política a
uma concreta imputação também a pessoa física implica indevida restrição da norma
constitucional, expressa a intenção do constituinte originário não apenas de ampliar o
alcance das sanções penais, mas também de evitar a impunidade pelos crimes ambientais
frente às imensas dificuldades de individualização dos responsáveis internamente às
corporações, além de reforçar a tutela do bem jurídico ambiental. 4. A identificação dos
setores e agentes internos da empresa determinantes da produção do fato ilícito tem
relevância e deve ser buscada no caso concreto como forma de esclarecer se esses indivíduos
ou órgãos atuaram ou deliberaram no exercício regular de suas atribuições internas à
sociedade, e ainda para verificar se a atuação se deu no interesse ou em benefício da
entidade coletiva. Tal esclarecimento, relevante para fins de imputar determinado delito à
pessoa jurídica, não se confunde, todavia, com subordinar a responsabilização da pessoa
jurídica à responsabilização conjunta e cumulativa das pessoas físicas envolvidas. Em não
raras oportunidades, as responsabilidades internas pelo fato estarão diluídas ou
parcializadas de tal modo que não permitirão a imputação de responsabilidade penal
individual. 5. Recurso Extraordinário parcialmente conhecido e, na parte conhecida,
provido.”

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A competência para julgamento desses crimes, via de regra, é da justiça comum, salvo se for cometido em
face da União, autarquias ou empresas públicas, que atrai a competência federal para o caso. Vale ressaltar que o
STF aprovou uma tese de RG sobre o tema:

“compete à Justiça Federal processar e julgar o crime ambiental de caráter transnacional que
envolva animais silvestres, ameaçados de extinção, espécimes exóticas, ou protegidos por
compromissos internacionais assumidos pelo Brasil”.

A iniciativa da ação penal é PÚBLICA INCONDICIONADA, tendo em vista se tratar de bem de interesse difuso,
essencial à sadia qualidade de vida. Vale ressaltar também que o STF entende ser possível a aplicação do princípio
da insignificância em matéria ambiental.

CRIME - INSIGNIFICÂNCIA - MEIO AMBIENTE.

Surgindo a insignificância do ato em razão do bem protegido, impõe-se a absolvição do acusado.

ANA CATARINA FERREIRA LIMA


No entanto, para que seja aplicado,anacatarina.lima16@gmail.com
depende da verificação das características do crime, de forma que em
algumas situações é inaplicável. Vejamos:

1. Inviável a aplicação do princípio da insignificância, a fim de afastar a tipicidade da


conduta prevista no art. 34 da Lei n. 9.605/1988 - crime formal, de perigo abstrato, que
prescinde, portanto, de qualquer resultado danoso para sua configuração - àquele que,
agindo em desacordo com as exigências legais ou regulamentares, é flagrado pescando,
com rede de arrasto e em período defeso, 3 kg de camarão, haja vista não apenas a época
do ano em que foi realizado o flagrante mas também a forma como foi praticado o delito se
mostrarem potencialmente capazes de colocar em risco a reprodução das espécies da fauna
local.

2. Predomina nesta Corte entendimento da possibilidade de aplicação do princípio da


insignificância aos crimes ambientais, devendo ser analisadas as circunstâncias específicas
do caso concreto para aferir, com cautela, o grau de reprovabilidade, a relevância da
periculosidade social, bem como a ofensividade da conduta, haja vista a fundamentalidade
do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado às presentes e futuras gerações,
consoante princípio da equidade intergeracional.

Vale ressaltar que, por estarmos falando de crimes ambientais, só será válido se estiverem previstos em lei,
não podem ser previstos em decretos como na responsabilidade administrativa, sob pena de ofender o princípio
penal mais importante: legalidade. Vejamos o que dispõe a CRFB:

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“não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.

Há teoria do fato consumado no direito ambiental?

Súmula 613-STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental. STJ.
1ª Seção. Aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018 (Info 624).

Olha, quanto aos crimes ambientais – cuidado na leitura (art. 2º a 28). Tenho percebido muitas questões da
CESPE, e ela adora essa temática. Responsabilidade penal da pessoa jurídica.

Em resumo:
Teoria do Risco – no Direito Ambiental: A corrente majoritária no nosso ordenamento afirma que a
responsabilidade ambiental está baseada na teoria do risco integral!

REPARAÇÃO DO DANO AMBIENTAL (Fonte – Ciclos):


ANA CATARINA FERREIRA LIMA
1ª opção: Restauração ao status quoanacatarina.lima16@gmail.com
ante
2ª opção: Compensação ambiental
3ª opção: Reparação pecuniária

A reparação natural ou in specie consiste na recomposição do meio ambiente degradado. Busca-se


reequilibrar o bem ambiental lesado, por meio da reversão da degradação ambiental sempre que isso for possível.
A segunda opção é a compensação ambiental. Esta solução é usada pelo Direito Ambiental como forma de
neutralizar ou contrabalançar um dano ambiental.
Por fim, subsiste a indenização pecuniária.
À evidência, é admissível apenas e tão somente quando a reconstituição apresentar-se inviável tática ou
tecnicamente.
O valor da indenização é depositado em um fundo: o fundo para reconstituição dos bens lesados, que é
destinado à compensação ecológica.
ATENÇÃO!! Há a possibilidade da reparação ambiental ser uma obrigação de fazer cumulada com a
indenização pecuniária, caso não tenha havido a completa compensação (Princípio da Reparação in integrum).

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Não confunda dano moral coletivo com dano social, ok?

Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: MPE-GO Prova: FGV - 2022 - MPE-GO - Promotor de Justiça Substituto
Na região da bacia do rio Araguaia, uma tentativa de assalto resultou em desastre ambiental. Conforme apurado
pela Polícia Rodoviária Estadual, dois homens em um veículo de passeio tentaram roubar um caminhão que
transportava 20 mil litros de agrotóxico. Após manobra empreendida pelos assaltantes na tentativa de fechar o
caminhão, o motorista perdeu o controle e a carreta tombou na margem do curso hídrico, despejando quase toda
a sua carga no leito do rio Araguaia. O agrotóxico provocou a morte de várias toneladas de peixes, justamente na
época da piracema, quando os cardumes sobem o rio para desovar, o que deixou centenas de pescadores sem poder
trabalhar e causou inúmeros prejuízos às populações ribeirinhas. Sabe-se que o caminhão pertencia à sociedade
empresária Alfa, que explora a atividade econômica de produção, transporte e distribuição de defensivos agrícolas.

Em face da situação hipotética formulada, de acordo com a jurisprudência sedimentada pelo Superior Tribunal
de Justiça, é correto afirmar que:
Alternativas
A)a sociedade empresária Alfa deve indenizar os prejuízos mencionados, uma vez que a responsabilidade por dano
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, o que torna dispensável a demonstração da existência
anacatarina.lima16@gmail.com

de nexo de causalidade apto a vincular o resultado lesivo ao comportamento daquele a quem se repute a condição
de agente causador;

B)afastado o rigor da teoria do risco integral, por falta de previsão expressa na legislação ambiental, a sociedade
empresária Alfa não deve indenizar os prejuízos mencionados, pois o fato de terceiro rompe o nexo de causalidade
na hipótese, sobretudo porque configura crime doloso e, portanto, fortuito externo;

C)embora inaplicável a teoria do risco integral, não contemplada expressamente na legislação ambiental, a
sociedade empresária Alfa deve indenizar os prejuízos mencionados, porquanto o fato de terceiro constitui, na
espécie, risco inerente à atividade explorada e, destarte, fortuito interno;
D)a sociedade empresária Alfa deve indenizar os prejuízos mencionados, uma vez que a responsabilidade por
dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, o que torna descabida a invocação de
excludentes de responsabilidade civil, como fato de terceiro, para afastar a obrigação de indenizar; (GABARITO)

E)afastado o rigor da teoria do risco integral, não contemplada expressamente na legislação ambiental, a sociedade

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empresária Alfa não deve indenizar os prejuízos mencionados, pois o fato de terceiro rompe o nexo de causalidade,
independentemente da distinção entre fortuito interno e externo.

CESPE/CEBRASPE
• Assunto analisado Relevância
na
disciplina
• 1. Organização da 5.7 %
Administração Pública
• 1.1. Administração Indireta 2.4 %
• 1.2. Empresas Públicas e 2.1 %
Sociedades de Economia Mista
• 1.3. Autarquias 0.9 %
• 1.4. Entidades Paraestatais 0.6 %
ou Terceiro Setor
• 1.5. Agências Reguladoras na 0.6 %
Organização da Administração
Pública
• 1.6. Consórcios públicos 0.6 %
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• 1.7. Administração Direta 0.3 %
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• 1.8. Órgãos Públicos 0.3 %
• 1.9. Desconcentração e 0.3 %
Descentralização
Administrativa
• 2. Licitações e Lei 8.666 de 5.1 %
1993.
• 2.1. Inexigibilidade de 1.8 %
licitação
• 2.2. Tipos e Modalidades – 1.5 %
Concorrência, tomada de
preços, convite, concurso e
leilão
• 2.3. Procedimento licitatório 0.9 %
e julgamento das propostas:
edital, habilitação, classificação,
homologação e adjudicação
• 2.4. Dispensa de licitação 0.6 %
• 2.5. Pregão - Lei nº 10.520 de 0.6 %
2002 e Decretos
Regulamentares
• 2.6. RDC - Regime 0.6 %
Diferenciado de Contratações -
Lei nº 12.462 de 2011
• 2.7. Princípios das Licitações 0.3 %

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• 2.8. Objeto e 0.3 %
Obrigatoriedade da Licitação
• 2.9. Crimes na Lei de 0.3 %
Licitações
• 2.10. Licitação nas Empresas 0.3 %
Estatais - Lei nº 13.303 de 2016
- Estatuto Jurídico da Empresa
Pública e da Sociedade de
Economia Mista
• 3. Responsabilidade civil do 4.5 %
estado
• 3.1. Previsão constitucional e 1.8 %
elementos da responsabilidade
civil objetiva do Estado
• 3.2. Reparação do dano, ação 1.5 %
de indenização, ação regressiva
e prescrição.
• 3.3. Excludentes e 0.6 %
atenuantes da responsabilidade
civil objetiva e teoria do risco
integral
• 3.4. Evolução da 0.3 %
responsabilidade civil estatal -
Teoria da irresponsabilidade,
teorias civilistas e teorias ANA CATARINA FERREIRA LIMA
publicistas anacatarina.lima16@gmail.com
• 3.5. Responsabilidade do 0.3 %
Estado por obras públicas, atos
legislativos e atos judiciais
• 4. Atos administrativos 4.2 %
• 4.1. Conceito e classificação 1.2 %
dos atos administrativos
• 4.2. Atos administrativos em 1.2 %
espécie
• 4.3. Requisitos do ato 1.2 %
administrativo – competência,
finalidade, forma, motivo e
objeto
• 4.4. Teoria das nulidades 0.9 %
• 4.5. Atributos do ato 0.3 %
administrativo – presunção de
legitimidade, imperatividade,
autoexecutoriedade e
tipicidade
• 4.6. Existência, Validade e 0.3 %
Eficácia do Ato Administrativo
• 5. Intervenção do estado na 4.2 %
propriedade
• 5.1. Noções gerais e 2.4 %
desapropriação
• 5.2. Limitação administrativa 1.2 %

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• 5.3. Tombamento 1.2 %
• 5.4. Servidão administrativa 0.6 %
• 5.5. Requisição 0.3 %
administrativa
• 6. Poderes da Administração 3.6 %
• 6.1. Poder de polícia 2.4 %
• 6.2. Poder normativo, poder 1.2 %
hierárquico e poder disciplinar
• 6.3. Abuso de Poder 0.6 %
• 6.4. Poder vinculado e 0.3 %
discricionário
• 7. Agentes públicos e Lei 3.0 %
8.112 de 1990
• 7.1. Provimento e vacância 1.2 %
• 7.2. Cargo, emprego, função 0.9 %
• 7.3. Concurso público 0.6 %
• 7.4. Regime previdenciário 0.6 %
• 7.5. Lei nº 8.112-1990 - 0.3 %
Regime jurídico dos servidores
públicos federais
• 7.6. Sistema constitucional 0.3 %
de remuneração
• 7.7. Associação sindical e 0.3 %
direito de greve
ANA CATARINA FERREIRA LIMA
• 7.8. Responsabilidades do 0.3 %
anacatarina.lima16@gmail.com
servidor
• 8. Improbidade 3.0 %
administrativa - Lei 8.429/92
• 8.1. Demais disposições da 1.5 %
Lei 8.429/92
• 8.2. Disposições gerais da 1.2 %
Improbidade Administrativa
• 8.3. Atos de Improbidade 0.9 %
Administrativa e suas Sanções
• 9. Regime jurídico 2.7 %
administrativo
• 9.1. Princípios - Legalidade, 2.1 %
Impessoalidade, Moralidade,
Publicidade e Eficiência
• 9.2. Princípios - 0.6 %
Proporcionalidade,
Razoabilidade, Motivação,
Autotutela e Outros Princípios
• 10. Bens Públicos na 2.1 %
Administração Pública
• 10.1. Conceito, classificação, 0.9 %
afetação e desafetação
• 10.2. Utilização dos bens 0.9 %
públicos

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• 10.3. Regime jurídico: 0.3 %
prerrogativas e garantias
• 11. Serviços Públicos 2.1 %
• 11.1. Delegação dos Serviços 1.2 %
Públicos - Concessão e
Permissão
• 11.2. Conceito e Classificação 0.9 %
dos Serviços Públicos
• 11.3. Parcerias público- 0.6 %
privadas
• 12. Processo Administrativo - 1.5 %
Lei 9.784/99
• 12.1. Início e interessados no 0.9 %
processo administrativo,
delegação e avocação de
competências
• 12.2. Demais aspectos da lei 0.6 %
9.784/99
• 13. Contratos Administrativos 1.5 %
• 13.1. Cláusulas Exorbitantes 0.9 %
e Equilíbrio Econômico-
Financeiro
• 13.2. Conceito e 0.6 %
Características
• 13.3. Duração, Extinção, 0.6 %CATARINA FERREIRA LIMA
ANA
Inexecução, Sanções e anacatarina.lima16@gmail.com
Responsabilidade
• 14. Controle da 1.2 %
administração pública
• 14.1. Controle 0.9 %
administrativo, judicial e
legislativo
• 14.2. Tribunais de Contas 0.3 %

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