Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Durante o processo de passagem/ avanço, a sociedade vai deixando de ser menos complexa
para mais complexa. Isto é, a sociedade está cada vez mais se subdividindo em partes (setores)
mais especializadas – funções específicas. Surgindo autoridades específicas de cada setor. Em
sociedades menos complexas há uma homogeneidade maior e as pessoas acumulam funções.
Ex.: pajé é autoridade médica e religiosa; na sociedade moderna uma autoridade da medicina
é o médico e uma autoridade religiosa é o pastor/ padre
Niklas Luhmann
Mito de Sísifo
AS TRÊS TESES QUE INFORMAM ESTE LIVRO E OS TRES SENTIDOS DA PALAVRA “RETÓRICA”
TOPICO 1.1 –
Common Law direito é construído pelos costumes e os tribunais estão no centro da
Introdução do Estudo do Direito - Cultura Anglo Saxã
Direito compartilhado por todos porque possui base costumeira
Criado “de baixo para cima”
Criado como costume e esses costumes são aos poucos vão sendo institucionalizados
João Maurício Adeodato diz que há um segundo modelo para o estudo do direito, o
sistema do Civil Law (Alemanha) – direito deve ser construído pela lei, o poder
legislativo é um agente principal e o judiciário como coadjuvante
- introduzir os alunos a conceitos básicos do direito, nomenclatura
Valorizar a jurisprudência das cortes – importação de uma cultura norte-americanizada
TOPICO 1.2
-as regras estão organizadas de forma hierárquica (regras superiores e inferiores)
-quando se estudam as dogmáticas se estudam as regras para controlar comportamento e
decidir conflitos. Mas diante de tantas regras, é necessário se estabelecer um critério de
organização: a hierarquia (pirâmide)
-na base da pirâmide teremos um conjunto extenso de regras, mas a medida que
subimos na pirâmide, teremos uma restrição na quantidade de regras. Essas regras que
estão na parte de baixo da pirâmide estarão as regras de conduta, que servem para
controlar comportamento: a) proibindo comportamento b) permitindo
comportamento c) obrigando comportamento; por meio da sanção (castigo) e
indução (prêmio/vantagem)
-acima dessas regras de conduta, existem as metarregras, que controlam as regras
de condutas. Controlam a interpretação das regras de conduta, restringindo o
processo de interpretação. Ex.: no campo do direito penal de vale o princípio de
presunção de inocência, isto é, quando há dúvidas ao final do processo o reu deve ser
absolvido. (regra de interpretação = metarregra)
AULA 11/09/2023
Tópico 1.4
1. O que é interpretar
-Dizer o significado
- Tentativa de produzir um sentido novo na palavra
-Atividade por meio da qual dizemos o sentido e o alcance das palavras
-Ao interpretar, não estamos descobrindo o sentido das palavras – isto é, não há um
sentido prévio oculto, que se poderia ser descoberto. Se pudesse ser descoberto,
todos chegariam a uma mesma conclusão e, se não chegasse a essa conclusão estaria
interpretando errado.
-Quando nós interpretamos, nós construímos/ atribuímos sentidos as palavras –
atribuímos um alcance a esta palavra.
2. O que é argumentar
-Convencer os circunstantes de que aquela interpretação é a melhor que existe para
aquela situação.
-Quanto mais sua argumentação for sutil no sentido de disfarçar sua intenção, mais
eficiente ela é. Ou seja, não deixar transparecer
-Apresenta mecanismos decisórios para um caso concreto.
-A argumentação abandona o campo da produção/ preparo do sentido que
- Metáfora do Mágico
-Uma vez que o sentido para aquele texto/ palavra foi construído, você irá sustentar que
aquele sentido construído é o “mais correto” para aquela situação em comparação a
outras.
-A argumentação está imunizando o sentido que a interpretação criou contra possíveis
críticas a essa interpretação.
-Antecipa as críticas para criar argumentos contra elas
-O recurso é criticar ou colocar em dúvida a interpretação do magistrado
3. O que é decidir
- Significado é diferente de Significante
- Significante => palavra (letras e sílabas) + som (fonema)
- Significado => sentido + alcance
- Non Liquet – Não Liquidade - O juiz não pode deixar de decidir os conflitos mesmo
diante de uma lacuna.
- O juiz recorre ainda mais a hermenêutica (criando um novo sentido) e argumentação
(sustentação/ convencimento) diante de lacunas
-Proibição do Non Liquet – o juiz está proibido de deixar de decidir qualquer que seja o
processo, mesmo em situação de lacunas.
-DECISÃO.
- O Estado diz que é probido fazer justiça com as próprias mãos, portanto só o Estado
pode julgar – ou seja, ele não pode se negar a decidir conflitos para garantir civilização.
AULA 13/09/2023
Aristóteles
- Para Aristóteles é necessário fazer uma distinção entre Ciência e Prudência
- “Analíticos Posteriores” (livro)
-Na ciência buscamos a ideia de certeza, precisão e exatidão.
-No campo das prudências trabalhamos com a ideia de probabilidade, verossimilhança.
-O Direito não é uma ciência, mas sim uma prudência. Portanto, deve ser estudado no
campo da retórica.
-No Ethos, estudamos a reputação e a credibilidade do orador (o orador por ele ser quem
é, antes mesmo de começar o discurso, garante credibilidade a ele). O Pathos é o estudo
da emoção, interessa ao orador a capacidade de desenvolver gatilhos aptos a despertar
emoções a plateia, tornando-a mais ou menos propensa a aceitar o discurso. No Logos,
interessa a coerência do discurso – faça a melhor relação/ entrelaçamento possível entre
os seus argumentos, de modo a não deixar brechas para contrargumentações – Dê o
máximo de detalhes possível, buscando encadear os argumentos de modo mais
entrelaçado possível.
Erística
- Sofistas
- “Jogar sujo” - mentir, blefar, enganar, levar a engano...
- O que é o processo? A retórica diz que é um jogo e, assim como em um jogo, é
possível blefar.
-Estudamos a erística para imunizar-se do blefe/mentira no processo. “Ficar esperto”
-Identifica-se o blefe/ mentira, aprendendo as técnicas do blefe e da mentira.
TÓPICO 1.5
A) Eventos Singulares
-Os eventos têm como principal característica a singularidade
-Os eventos não se repetem, não são exatamente iguais aos outros – sempre tem algo
que o torna único.
-Quando usamos a linguagem para nos referir aos eventos, a linguagem é sempre
genérica
Ex.: quando vc prova uma calça M e fica apertada e uma calça G fica folgada – seu
corpo tem medidas únicas, a calça é fabricada a partir de medidas genéricas. O corpo é o
evento e a calça é a linguagem. O juiz é como se fosse uma costureira. A costureira se
depara com a singularidade do corpo e ajusta a calça ao corpo – o juiz se depara com a
singularidade do caso e ajusta a generalidade da lei a singularidade do conflito.
-Equidade – esforço que o magistrado faz diante do caso concreto/ conflito, ajustando a
generalidade da lei a singularidade do caso.
-Max Weber – Tipos Ideais – o máximo que vamos conseguir fazer é um esforço de
aproximação. O que chamamos de conceito, são esforços de aproximação que nunca são
precisos e exatos na tentativa de explicar ou descrever por meio da linguagem o que
captamos através da percepção sensorial.
-Omnicompreensiva/ Olística – teorias que tentam explicar tudo da forma mais
abrangente possível – o autor do livro diz que são teorias que devemos desconfiar, já
que a linguagem é limitada, por tras delas há uma tentativa de enganar os incautos/
inocentes
-Etnometodológicas – é uma forma de abordar os fenômenos sociais,
inclusive o direito, que parte de uma desconfiança para com teorias que
procuram explicar a sociedade em um sistema, tal como procedem as
correntes dominantes desde a fundação da sociologia.
AULA 18/09/2023
Grécia – Diké, olhos abertos, espada e balança, de pé, a balança sem “fiel” (ponto de
equilíbrio entre os fatos)
-Para a Grécia antiga, a visão era o mais importante dos cinco sentidos, a justiça para ser
feita tinha que se aproximar o máximo possível da verdade – direito justo.
-A espada representa força/violência, ou seja, se o direito precisar recorrer à força para
se impor, assim será feito. A balança representa equidade, fazer justiça num caso
concreto e fazer justiça de uma forma “única”.
- Não é prevciso uma pessoa com grau de conhecimento especializado/ capacitado para
fazerr o direito num caso concreto, mas qualquer pessoa com o mínimo de “Bom senso”
poderia fazer.
Jusnaturalismo
-Dicotomia do Direito Natural x Positivo é válida
-Séculos 15a.C a 18d.C.
-Pretende ser “universal” – ser aplicado a todos ao mesmo tempo
1. Jusnaturalismo da Era Antiga (Cosmológico)
-Direito Natural é aquele que nos é dado pela natureza/ Universo
-Ainda não havia a ideia de Deus, mas o que havia era um politeísmo nesse momento
histórico – quando se tinha “deuses’, não havia um Deus criador, mas deuses que
surgiram junto com o Universo. Os deuses tinham papel de fiscalizar, guardar as leis
naturais do Universo.
2. Jusnaturalismo Medieval
-Surge a ideia de um Deus único
-O direito natural é criado por Deus
-O direito natural é imutável
-Hierarquia – caso haja um conflito em uma regra de direito positivo x natural,
prevalecerá o direito natural (que era dito pela Igreja)
3. Jusnaturalismo Moderno (Racional)
- “Descobrimento da América” e Renascimento Cultural
-Queda do discurso da igreja e protagonismo do discurso científico
-Antropocentrismo – todo o conhecimento é produzindo pelo homem, em favor do
homem
-O jusnaturalismo moderno racional, o direito busca sua justificação não mais em Deus,
mas na Razão
-Descobrimos o direito por meio da razão – a razão é capaz de levar qualquer ser
humano a descobrir/ identificar a natureza humana (conjunto das necessidades e
características compartilhadas por todas os seres humanos e conseguimos percebê-las
através da racionalidade)
-Começam a aparecer os primeiros Estados (França, Portugal, Inglaterra...)
-O direito natural preexiste ao Estado, portanto o Estado precisa respeitá-lo
Positivismo Jurídico
-Na explicação do Positivismo jurídico, todo direito é >exclusivamente< positivo
-A partir do início século XIX (século das codificações e constituições)
-Movimento das Codificações – os países passaram a se interessar a elaborar
códigos para melhor organizar o sistema de leis (Código Civil Frances – Código de
Napoleão); o direito agora está ordenado, concentrado e organizado em um só local: o
código;
-A ideia de Estado está justificada não mais num discurso jusnaturalista, mas sim
justificado por uma Constituição (direitos naturais passam a ser positivos; direitos
absolutos passam a ser relativos, pois dependem da interpretação dos operadores do
direito e do Estado); justificativas da resolução de conflitos com base na constituição,
não mais em “direitos absolutos”.
-O Direito positivo está em constante modificação
-O Direito positivo é um direito criado, construído socialmente pelos homens
-O direito positivo é regional, sendo moldado as especificidades de cada região
-O direito positivo no período medieval era produzido pelos feudos, não havia ainda
Estado
-O direito positivo na era moderna é criado pelo Estado
Direito Objetivo
-Na Roma antiga, essa ideia estava ligada a um direito previsto em algum texto de lei,
alguma norma que pudesse ser consultada para alegar que aquele direito está garantido
-Positivismo Jurídico (Hobbes): O direito subjetivo só é direito se estiver previsto em
um direito objetivo. O direito subjetivo está hierarquicamente inferior, submetido ao
direito objetivo. Não existem direitos subjetivos prévios aos direitos objetivos, estão
submetidos aos direitos objetivos.
-Antropologia do Homem – a ideia de que o homem é o lobo do homem, o homem é por
natureza egocêntrico e agressivo; o que torna a convivência humana é o processo
gradativo de civilização
-Não havia garantia de que viveriam por muito tempo, já que a natureza egocêntrica e
agressiva geraria conflitos
-Hobbes dizia que era preciso criar um Ente que garantisse o mínimo de segurança
-Quem celebraria o contrato social seriam os indivíduos entre si, fazendo concessões
recíprocas e criando um Ente que garantisse que o contrato fosse cumprido.
-O Estado é resultado do contrato social
-O Estado precisaria ser absolutista, já que precisava ter superpoderes e não poderia ser
questionado para garantir segurança.
-O que faz um direito ser objetivo é o arbítrio do Estado.
-O direito subjetivo teria como fundamento último o direito objetivo, que por sua vez
tem por fundamento último o arbítrio (poder pelo poder, pautado na violência, sem
fundamentação).
Direito Subjetivo
-Na Roma antiga, essa ideia estava ligada à faculdade de fazer ou deixar de fazer algo
(ação ou omissão)
-Jusnaturalismo (Rousseau): uma pessoa tem um direito subjetivo (enquanto sujeito)
independentemente de estar previsto em algum código ou lei; esses direitos existiriam,
portanto, por si só não dependendo da existência dos direitos objetivos. – Direito
Natural, direitos inerentes aos seres humanos (existem por si só)
-O Estado é uma das partes envolvidas – O Estado e os indivíduos que estão celebrando
o contrato, sendo que os indivíduos (cidadãos) já possuíam direitos antes de negociar
com o Estado. Os indivíduos não cederam uma parte desses direitos e outra parte se
dispuseram a flexibilizar esses direitos que originalmente possuíam para celebrar o
contrato, dessa forma o Estado garante os direitos subjetivos (naturais) com o trato de
que os cidadãos estariam flexibilizando outros direitos.
-Contrato sinalagmático (contrato no qual ambas as partes fazem concessões recíprocas)
-O homem nasce bom por natureza, a propriedade o corrompe.
-Ao longo dos séculos (a partir do século XIX) surgem autores que tentam explicar o
que é o direito subjetivo de forma que não recaia no jusnaturalismo nem na
arbitrariedade do positivismo
Teoria da Vontade
-Escola Histórica do Direito
-Fundamento do direito subjetivo seria a vontade humana
-Savigny
Teoria do Interesse
-Escola da Jurisprudência do Interesse
-Verdadeiro e melhor fundamento para o direito objetivo seria o Interesse
-Philip Heck
Teoria Eclética
-Escola Pandectas
-Fundamentação do direito subjetivo é a combinação da vontade + interesse
-Jelineck
Tese Monista
-Hans Kelsen
-Monismo: deixou de ser dois, virou um
-A dicotomia de direito subjetivo x objetivo é uma falsa dicotomia, porque, a rigor,
são conceitos complementares. Portanto não é uma oposição, mas sim uma
complementariedade de conceitos – não dá para entender um sem recorrer ao outro.
-Diferentemente de Hobbes, que diz que há uma hierarquia em que o direito
subjetivo é submetido ao direito objetivo – levando também a um monismo, Kelsen
diz que todo o direito é ao mesmo tempo, de modo complementar (e não
hierárquico), subjetivo e objetivo.
Tópico 2.4
-Quando apareceram as primeiras constituições no século xix, tudo que antes era
chamado de direito natural deixou de existir e foi arrastado para dentro das
constituições, transformando-se em direitos positivos.
-O direito subjetivo deve ter algum amparo na constituição (direito positivo).
-Depois da constitucionalização do direito, se alguém alega que tem um direito
subjetivo e este não está na constituição, este não é um direito, mas uma ideologia.
-Esse “direito subjetivo” precisa ser disputado primeiramente no campo da política
para que esse seja legalizado e a ideologia seja transformado em norma (direito
objetivo)
-Do nascimento de Cristo até o século XIX, o que imperava era o jusnaturalismo, do
século XIX até a segunda guerra mundial o que imperou foi o positivismo, depois da
segunda guerra mundial é o pós-positivismo.
-Na Grécia, fazia-se a distinção da esfera pública e privada – essa distinção era
atribuída ao campo da filosofia
-Esfera Privada – esfera marcada pela desigualdade entre os indivíduos (pai x filho;
senhor x escravo)
-Esfera Pública – os cidadãos vão até a Ágora debater os assuntos de interesse
público em nome de alcançar aquilo que era melhor para a Polis. Dentro da esfera
pública todos os cidadãos gregos eram iguais entre si; Na Grécia antiga, a esfera
pública deve atender alguma exigências: 1.cidadãos devem ser todos tratados de
forma igual entre si 2. Os assuntos debatidos devem ser de interesse público, não de
interesse individual/ particular 3. Deve prevalecer a ideia de liberdade (todo cidadão
deve ser livre para manifestar sua opinião, não deve haver censura) 4. Tudo deve ser
o mais transparente possível (não deve haver privilégios ou perseguições)
-A Política (Aristóteles) - O cidadão na Grécia antiga era apenas o homem grego
(não são cidadãos: mulheres, estrangeiros e escravos)
-Ulpiano foi o primeiro a propor um “critério mais seguro” para distinção de direito
público x privado: participação do Estado na relação jurídica
-Qualquer relação jurídica em que haja a participação do Estado, mesmo em que do
outro lado esteja um indivíduo, é de direito público
-Alguns autores defendem que existem relações em que o Estado está presente, mas
que são de interesse particular, isto é, de direito privado.
-Uma segunda teoria para tentar distinguir publico x privado seria: o direito público
é marcado por interesses da coletividade
-Mas surgiram críticas também a essa teoria: a definição da palavra interesse é
problemática, pois é demasiadamente vaga
-Buscando algum critério de segurança jurídica para se fazer essa distinção, surgiu
uma terceira teoria: iniciativa processual – quem pode provocar o poder judiciário
caso haja um conflito?
-Não é um critério absolutamente seguro e confiável, pois também é passível de
objeções
Direito Publico
-Derivado da República (coisa de todos)
-Presença ou interesse por parte do Estado
Direito Privado
-Direito inerente, próprio, específico do campo dos indivíduos, particulares
-Ausência do Estado
-
-Existem teóricos que defendem o direito publico x privado é uma falsa dicotomia
(Hans Kelsen) – todo direito é público, o que chamamos de direito privado é aquilo que
o direito público não teve interesse em regular (residualidade)
-Teoria Eclética- combinação de pelo menos dois dos critérios (a. participação do
Estado; b. interesse público; c. iniciativa processual; d. igualdade ou desigualdade entre
as partes de uma relação) para distinguir o que é direito público – simultaneidade de
critérios
- Tricotomia: Público (ex.: penal) x Privado (ex.: civil) x Sociais (ex.: trabalho.
Previdenciário)
AULA 27/09/2023
Tal perspectiva, mais próxima da retórica, encontrou eco em um mundo de rápidas mudanças,
no qual as fronteiras entre as diversas “ciências humanas e sociais” são elastecidas e não
reforçadas, o que torna desejável a interdisciplinaridade. Nesse contexto, o estudo da
linguagem passou a ser o elemento catalisador. A evolução das teorias da linguagem segue o
caminho de esvaziamento das ontologias que se percebe em outras áreas do conhecimento. A
tese do desconstrutivismo, no sentido em que é compreendida e utilizada aqui, é que o
pensamento diante da experiência é figurativo, imagético, metafórico, mas a ideia não é
exclusiva dos desconstrutivistas: “A relação humana com a realidade é indireta, complexa,
retardada, seletiva e sobretudo “metafórica” (página 125 pdf, 79 do livro)
-O círculo hermenêutico começa porque existe diante de você um texto (que é genérico) antes
de começar o processo de interpretação, quando um conflito aparece, você se vê obrigado a
consultar o texto para interpretá-lo
-Interpretação doutrinária – meramente consultiva, opinativa, a título de recomendação –
recomendação que professores e juristas dão em seus livros (não obrigatória)
-A interpretação do magistrado é obrigatória de ser acatada
Aula 25/10/2023
Capítulo 4
-Jusnaturalismo é um gênero que admite várias subdivisões
1. Jusnaturalismo Cósmico: Era Antiga (antiguidade clássica)
-Grécia e Roma Antiga
-Como os autores desse período pensavam a questão do Direito Natural
-Séc IX a.C até IV d.C
-Filosofia Socrática (platão e Aristóteles), pós-socrática e Roma Antiga (marco túlio cícero)
-Sócrates é um “marco” na filosofia, pois ele foi o primeiro autor a fazer a pergunta “o que é a
ética”. Isto é, os pré-socráticos (Heráclito, Ptolomeu, Parmênides, Anaximandro, etc) não se
interessaram, não tinham levantado que tinham a ver com a questão da ética.
-“É possível separar o bom do mau direito?” – Pergunta ética - Para Adeodato, não é possível.
-Os sofistas eram o grupo dos “professores” – vendiam o conhecimento
-Para Platão, o conhecimento não poderia ser vendido. “Academia” – aqui entram pessoas
interessadas com o estudo e que tenham compromisso ético com o conhecimento, mas que
não estão aqui para comprar o conhecimento. – O conhecimento não deve estar ao acesso de
todos, porque precisamos passar por um prévio filtro ético, porque se esse conhecimento
chegar as mãos de quem não tem formação ética pode gerar consequências nocivas a polis.
-De um lado está Platão e Aristóteles com a sua Filosofia Ontológica, defendendo o que eles
consideram direito Natural e mostrando as diferenças do Direito Natural x Positivo.
-Do outro lado estão os sofistas, dizendo-nos que o que existe efetivamente é o direito positivo
e defendendo a filosofia explicada através do ponto de vista da retórica. Os principais sofistas,
que eram contemporâneos de Platão: Górgias, Protágoras, Isócrates, Trazímaco, Corax, Calicles
– lançaram diversas ideias no campo da retórica e que foram difamados e ojerizados por Platão
(Gorgias e República) e Aristóteles (Ética a Nicômaco).
-Aristóteles, em Ética a Nicômaco, apresenta uma comparação meticulosa e condensada entre
Direito Natural e Direito Positivo.
-Direito Natural é o direito que apresenta as regras >gerais< para toda a Cidade Estado
(polis) – as regras que se aplicam a todos os cidadãos da polis (apenas o homem, grego – não
estrangeiro, que não é escravo e que possui um escravo – para que o cidadão possa pensar nos
problemas coletivos, não pode se preocupar nos seus próprios interesses, portanto seria
necessário ter um escravo para assegurar que esses interesses sejam garantidos – trabalho está
relacionado a busca pela sobrevivência, dessa forma o escravo trabalha pelo seu senhor –
então, quando o cidadão vai à Ágora, não vai estar preocupado “ com seu próprio umbigo”)
enquanto o Direito positivo é o conjunto de regras específicas voltadas para determinados
grupos dentro da cidade Estado (apenas aos guerreiros, apenas aos magistrados etc.)
-Direito natural seria um direito que é “dado” aos homens, não construído, mas uma
dádiva recebida do Universo/ Cosmo e o fato do ser humano ser racional permite que tenha
acesso a esse Direito (para os gregos não existe Deus, mas deuses – os gregos não consideram
Deus como sinônimo de criador, mas um sinônimo de Demiurgo, que pode ser entendido como
um artesão/ arquiteto do Universo, ou seja, não cria, mas organiza – os deuses teriam surgido
simultaneamente ao Universo, cabendo-lhes a função de organização e zelo/ fiscalização das
regras) – razão como um canal direto
-O Direito Natural, quando confrontado com o Direito Positivo, caso entre em
divergência/ contrariedade, a regra do Direito Natural deve prevalecer/ predominar sobre o
Positivo.
-Alguns estudiosos, especificamente de Aristóteles, entram em divergência se
Aristóteles defendeu ou não um quarto critério de diferenciação de Direito Natural e Positivo.
Esse quarto critério seria o da imutabilidade do Direito Natural, enquanto o Direito Positivo
seria mutável.
-O Direito Natural na Idade Média (séc. V ao séc. XV) sofre bastante influência da Igreja
Católica. Idade Moderna (a partir do séc XVI)
-O Cristianismo que surgiu no século IV d.C foi o principal responsável pela derrocada do
Império Romano, dando início a Idade Média – “Idade das Trevas” (pouco conhecimento
racional – equívoco)
-Alta Idade Média/ Baixa Idade Média
-Com a decadência do Império Romano, estabelece-se um vácuo que dá início ao feudalismo
na Europa, não existindo ainda o conceito de Estado – e, esse vácuo é preenchido pela Igreja.
-Com a queda do Império Romano, é a Igreja que assume esse lugar de poder na Europa – se
tornando um “embrião” do que viria a se chamar estado a partir do século XVII (Idade
Moderna).
-Nessa percepção de mundo que havia na Idade Média (Europa, Africa e parte da Asia) estava
esse território que era subdividido em feudos e que acima dos feudos estava a Igreja, de forma
que acima das regras dos feudos, estão as regras dos papas – se submetendo a Igreja e
pagando tributos a ela.
-No primeiro momento, muito influenciado pelas ideias do apóstolo Paulo e santo Agostinho, a
ideia que vai vigorar é a ideia de que o Direito Natural é um direito criado por Deus, mas é um
direito irracional, pois os desígnios de Deus quase sempre são incompreensíveis aos homens,
porque Deus não precisa explicar aos homens e os homens quase nunca entenderiam os
desígnios de Deus. Está fora do alcance da compreensão humana.
-Na segunda metade da Idade Média, são Tomás de Aquino, vai nos dizer que essas regras de
Direito Natural são criadas por Deus, mas que são compreensíveis por meio da razão, mas
apenas por algumas pessoas escolhidas por Deus e essas pessoas seriam os membros da Igreja
– ou seja, as regras do Direito Natural seriam acessíveis por meio do intermediário da Igreja.
-Racionalismo do Jusnaturalismo teológico
- No jusnaturalismo teológico racionalista, os desígnios divinos são passíveis de compreensão
racional, mas quem os pode compreender é a Igreja
-Neoaristotélico (São Tomás de Aquino)
-Adaptação da Ética a Nicomaco à Bíblia, usa Aristóteles a favor da doutrina Cristã
-Só quem pode compreender a Palavra de Deus são os membros da Igreja católica
(concentração de poder)
Aula 30/10/2023
Jusnaturalismo Antropológico
-O fim da idade média nos coloca no início da Idade Moderna (século XVI)
-Período das grandes navegações (“descobrimento” da América e Oceania)
-Renascimento cultural
-Tese do Antropocentrismo (devemos promover conhecimento sem a censura da Igreja) –
Florença no século XVI é como o Vale do Silício no século XXI
-O renascimento cultural acabou “ascendendo a faísca” da Reforma Protestante
-A Igreja estava sofrendo críticas externas, mas com a Reforma Protestante essa “censura”
começou a ser combatida internamente.
-Martinho Lutero tinha a ideia de moralizar a Igreja – resgatar as “origens” da Igreja, do
Cristianismo antigo que se professava na Roma Antiga
-São Francisco de Assis – austeridade, simplicidade, voto de pobreza
-Lutero diz que quando voltamos ao velho testamento, Moisés não falou com Deus através da
Igreja, mas falou diretamente com Ele no Monte Sinai para justificar que os fiéis podiam pensar
por si mesmos e não precisavam dos filtros da Igreja para ter acesso aos desígnios divinos.
-Kant: “ouse pensar”
-O Direito Natural estaria “acima de Deus” – Não foi criado por Deus
-Os desígnios do Direito Natural não poderiam mudar arbitrariamente a qualquer momento as
regras do Direito Natural, pois quando Deus as criou também se submete a essas regras pois
ele não é um “insensato”.
-Para o Jusnaturalismo Antropológico: agora o Direito Natural não mais é criado por Deus, mas
pode ser acessível por meio da razão
-Nesse momento o direito está se tornando um direito “descobrível” pela razão, por conta
disso estaríamos criando pouco a pouco um jusnaturalismo cada vez mais racionalista – a nossa
razão cada vez mais vai aprofundando, descobrindo os desígnios de Deus, portanto, se
aprofundando no Direito Natural
-Teoria Mecanicista x Teoria Organicista: No final do xvi para o xvii, o jusnaturalismo
antropológico vai descobrir o conceito de sistema – num primeiro momento foi compreendida/
explicada como um “mecanismo” criado pelo homem (tal qual como o relógio), partindo da
ideia de um conjunto de elementos que são iguais e estão agrupados exatamente por serem
iguais – num segundo momento esse conceito de sistema começa a sofrer influência de outras
áreas, como a biologia e os sistemas passam a ser compreendidos como um “organismo”, um
corpo vivo, são elementos diferentes que estão juntos porque se complementam nas
diferenças e, assim, formam um organismo – E, num terceiro momento, sistema aparece como
um “ordenamento, o sistema aparece como um conjunto de elementos que podem ser iguais
ou diferentes entre si, mas que estão agrupados por uma finalidade/ objetivo comum.
Jusnaturalismo Democrático
-Na virada para o século XVIII
-Jusnaturalismo de Conteúdo Variável/ Jusnaturalismo Procedimentalista/ Jusnaturalismo
Democrático
-se todos nós podemos igualmente pensar, todos nós podemos descobrir igualmente o Direito
Natural mas não chegaremos necessariamente a uma mesma conclusão
-Quando nós universalizamos a razão, nós universalizamos a divergência
-Se agora o conteúdo do direito natural é passível de modificação/ mutabilidade, uma vez que
agora pode ser discutido e haver divergências, agora o Direito Natural adota o princípio de
maioria para ser definido.
-O princípio da maioria será utilizado diante de um impasse de conclusão para definição do
Direito Natural a ser seguido (Rousseau) – o “soberano” agora não é mais o Rei, Deus, Clero ou
Nobreza, mas agora o soberano é o Povo – já começando a “flertar” com o juspositivismo
- O fim do XVIII assistiremos três grandes acontecimentos: primeiras constituições aparecendo
(Constituição Americana de 1786 – primeira constituição do mundo ocidental), Revolução
Francesa (iluminismo) e anunciou a Revolução Industrial que viria ser aprofundada no século
XIX (mudança nos modelos da economia)
-Não é possível distinguir o “bom” do “mau” direito para Adeodato, pois se afirmasse que seria
possível, cairia nos mesmos problemas que a sociedade enfrentou em outros momentos
históricos e que a Filosofia Retórica quer combater
-A filosofia retórica está alicerçada a três pilares fundamentais: 1 . Ceticismo (colocar em
dúvida) 2. Humanismo (tolerância a diferenças, pluralidade, convívio entre os diferentes que
fomentava um ambiente de negócios favorável e produção de riqueza) 3. Historicismo
(Relativismo – os valores não são passíveis de absolutização, mas são relativos); de modo que a
dúvida, a tolerância e o relativismo evitam que se caia numa patrulha ideológica e moralista
que já aconteceu no passado)
-Convivência na complementariedade
AULA 01/11/2023
Capítulo 5 – Premissas do Positivismo Jurídico
AULA 06/11/2023
POSITIVISMO
Legalismo (Exegetismo)
- Maurice Bugnet, Blondeau
-Séc XIX
-Francesa
-Iluminismo (Montesquieu)
-Tripartição dos poderes
-Revolução Francesa
-Poder Legislativo
-A Lei/ O Código é protagonista da elaboração do que é o direito
-Essa escola desenvolve Métodos de Interpretação com o objetivo de castrar o
magistrado no ato de interpretar (tolher/ limitar a interpretação do juiz)
-A finalidade do ato de interpretar deve ser descobrir a vontade do legislador; dois
momentos no ato de interpretação: 1. Elaboração do texto 2. Quando alguém pega
aquele texto para interpretar numa determinada interpretação – quando há uma distância
entre esses momentos, torna-se um problema para ser interpretado, dessa forma deve-se
ser consultada a intenção do elaborador da lei no momento em que a lei foi elaborada
para ser interpretado de acordo com o momento da elaboração – subjetivismo,
diferentemente de quando aplicado em situações casuais, não é sobre liberdade de
interpretação, mas sobre a necessidade de ser aplicada a interpretação do elaborador da
lei sem margens de outras interpretações – a interpretação não é livre, mas deve ser
utilizado um método para tal.
1.Método Gramatical – interprete mantendo-se preso o tempo todo ao que está
no texto
2.Método Lógico – o juiz deve se atrelar as regras básicas da lógica de forma a
tolher qualquer tipo de criatividade
3.Método Histórico – Volte no tempo em que o legislador estava se deparando e
discutindo o porquê da elaboração do texto, reconstruindo o cenário histórico em que o
legislador elaborou aquele texto
-Decisão Judicial/ Silogismo
-Silogismo-> Premissa maior (lei) + Premissa menor (caso concreto) = Conclusão
(sentença) – Automatização do processo de decidir
-Lei = Norma
-Revolução industrial – o mundo europeu está saindo de uma economia baseada na
agricultura para uma economia baseada na indústria
-Dentro dessa escola passamos a valorizar a ideia de código – Código Civil Francês/
Código de Napoleão) – Código = uno, completo, coerente.
Normativismo
-Início do século XX - 1921
-Revolução Russa
-Crise da bolsa de NY
-Hans Kelsen
-Teoria Pura do Direito – objetivo de criticar/ refutar/ contra argumentar a corrente/
pensamento (Sociologismo Jurídico) predominante anterior ao normativismo, que dizia
que além das ciências naturais, a única ciência autônoma seria a sociologia,
desconsiderando o direito como uma ciência, demonstrando a “pureza” do direito
através do método
-Direito é uma Ciência
-Método = Dogmática Jurídica
-Objeto = Norma Jurídica
-Norma ≠ Lei
-Norma é um juízo hipotético – juízo = frase/ oração, no caso da norma ele tem caráter
hipotético, de modo que sempre vai aparecer de forma condicional
-Estrutura: Se Ilícito (infração), então (imputação-> responsabilizar) deve (controlar
comportamento) ser Sanção
-A norma jurídica é formada por uma norma primária (sanção) e uma secundária (que
descreve o ilícito)
-Em outras normas se encontram infrações, portanto não é uma característica particular
da norma jurídica, mas só a norma jurídica permite se aplicar sanções, portanto esta é a
principal.
-Norma Jurídica: 1. Norma Genérica -> Legislador -> Lei;
2. Norma Específica-> Juiz-> Sentença
Ex.: Código penal, Art 121 (homicídio) – Lei (norma genérica).: Proibido matar
(norma secundária - infração), pena de 6 a 20 anos (norma primária – sanção)
Sentença– 12 anos, 8 meses e 3 dias (norma específica)
-O legislador estabelece uma “moldura” (limite) para o juiz interpretar e decidir o
conflito diante da singularidade do caso concreto.
-Existe interpretação correta? Para Kelsen, não. A operação de interpretar não é
exclusivamente lógica, mas está submetida a subjetivismos, sendo assim está sujeita a
interferências valorativas e ideológicas.
-No Legalismo, temos um protagonismo do legislativo para um papel coadjuvante para
o judiciário, enquanto no Normativismo os dois são vistos como protagonistas.
Realismo Jurídico
-Por oposição, o realismo não tem nem aceita atitudes normativas no conhecimento, a
função do estudo do direito não é dizer como o direito deve ser, mas sim como ele é “na
realidade”. Daí a necessidade de definir o mundo “real”.
-Nesse sentido, o realismo está ligado ao empirismo, à ideia de que o conhecimento
possível vem dos órgãos dos sentidos.
1. Escandinavo – Axel Hägerström, Anders Lundstedt, Karl Olivecrona e Alf Ross
-Enfatizando o fato e o conceito de efetividade ou eficácia como principais
elementos do conhecimento jurídico.
-Preocupação com a cientificidade de seu estudo
-o realismo tradicional permanece apenas na negação das posturas normativas,
porém, ao reduzir o direito aos fatos sociais, não consegue distinguir claramente
os fatos juridicamente relevantes dos irrelevantes, ou seja, distinguir o direito de
outros fatos sociais. Por isso é necessário considerar as ideias normativas como
parte do fenômeno jurídico, como realidades psicológicas específicas.
-Século XX
-Entre as guerras
-Poder Judiciário: Atuação dos tribunais
-Norma específica = Resultado da Interpretação
-Norma = Texto
-Direito não é o texto de lei, mas é o que decorre da atuação dos tribunais a partir da
produção de sentenças e acordos – Direito produzido
- Na escola de Exegese, norma e lei seriam a mesma coisa, isto é, norma genérica. No
entanto, no normativismo de Hans Kelsen, ele trabalha com o conceito de norma
jurídica e subdivide esse conceito em norma genérica (encontrada no texto de lei) e
norma específica (resultado da atividade do magistrado) – Para Realismo só existirá a
norma específica, porque para essa escola aquilo que chamamos de norma sempre
resulta da interpretação do magistrado, o que há antes da interpretação do magistrado é
apenas um texto (de lei, de contrato, de jurisprudência, etc) – só é direito o que resulta
da atividade do tribunal
-O Realismo considera norma é a soma do texto que se leva em conta durante o
processo de interpretação, os valores (incluindo as ideologias que infuenciarão o
intérprete no processo de interpretação) e o caso concreto (não é a experiencia/ situação
vivida, mas um relato que foi feito pela autoridade, ex polícia ou delegado) que está
sendo apreciado
Norma = Texto + Valores (e ideologias) + Caso Concreto
-Em comum, concentram-se sobre a atividade judicial (judge-made law) no caso
concreto: direito é aquilo que a decisão do caso (o juiz) diz que é direito.
-Uma das diferenças é que no realismo escandinavo os autores estão mais preocupados
em demonstrar que o Direito é uma ciência – cientificidade do direito. Enquanto o
norte-americano não parece dar muita importância a essa discussão, mas se preocupa
mais entender por quem o direito é dito e como ele é dito – muito mais afetado por uma
corrente filosófica do século xx (filosofia pragmática) – mais preocupado em como o
direito manda e decide os conflitos do que saber se o direito é ou não uma ciência.
-O problema de Alf Ross no realismo escandinavo nessa tentativa de demonstrar que o
direito, mesmo sendo decidido através da arbitrariedade dos juízes, é a tentativa de
traçar um paralelo entre psicologia e direito redundando no início do século XX o
surgimento da corrente do psicologismo jurídico- se isso se passa dentro da cabeça do
juiz, não através da lei, a cabeça do juiz é influenciado pelos valores e ideologias
-Não é a intenção descrever um mundo ideal, como ele deveria ser feito o direito, mas
descrever como efetivamente o direito é feito.
-Encarar o juiz de uma forma realista, invés de esperar que o juiz vá se despir de sua
condição humana para decidir os conflitos.
-Portanto, o comportamento frequente, usual, cotidiano dos tribunais é que o magistrado
se depara com o caso concreto e, normalmente, na primeira audiência, quando ele bate
os olhos na pessoa que está sendo acusada e a partir da descrição do que foi relatado
como sendo o caso, o juiz faz um pré-julgamento de como ele vai decidir aquele caso e
a seguir, usando o momento de produção das provas para produzir as provas no sentido
de confirmar aquele pré-julgamento e, por fim, vai buscar na legislação um artigo de lei
que esteja em sintonia com o pré-julgamento já formulado.
-O juiz não se informa primeiramente para depois decidir, na prática, o que ocorre é que
o juiz toma uma decisão e busca argumentos para justificar essa decisão com as
informações que vão surgindo ao longo do processo.
-