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CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO

OSWALDO CRUZ

PEDRO RICARDO PESSOA QUEIROZ

ATENÇÃO FARMACÊUTICA PARA SÍFILIS

SÃO PAULO

2022
PEDRO RICARDO PESSOA QUEIROZ

ATENÇÃO FARMACÊUTICA PARA SÍFILIS

Monografia apresentada ao Centro de Pós-


Graduação, Pesquisa e Extensão Oswaldo
Cruz como parte dos requisitos exigidos
para a conclusão do curso de Farmacologia
Clínica.

Orientador: Me. Júlio Eduardo Pereira de


Souza

São Paulo

2022
AGRADECIMENTOS

Eu, Pedro Ricardo Pessoa Queiroz, agradeço a Deus pela força e saúde para que pudesse
chegar até aqui. Agradeço a todos os professores que contribuíram para o meu aprendizado, e
em especial meu amigo e orientador Júlio Eduardo pela orientação na conclusão deste trabalho.
Agradeço a todos que participaram direta e indiretamente desse momento e agradeço todo apoio
que eles me deram. Agradeço a minha esposa Natacha por toda a ajuda e paciência que teve
comigo durante esse período.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Treponema pallidum: desenho esquemático......................................................................... 10


Figura 2 - Tíbia em formato de sabre .................................................................................................... 15
Figura 3 - Estágio primário - Lesão Cutânea - Cancro duro região peniana ......................................... 16
Figura 4 - Estágio primário - Cancro duro região oral .......................................................................... 16
Figura 5 - Estágio secundário - Lesão Cutânea - Região do tronco ...................................................... 17
Figura 6 - Estágio secundário - Lesão Cutânea - Palmas das mãos ..................................................... 18
Figura 7 - Estágio terciário - Goma sifilítica na pele ............................................................................ 19
Figura 8 - Estágio terciário – Lesão Cutânea na pele ............................................................................ 19
Figura 9 - Taxa de detecção (por 100.000 habitantes) de sífilis adquirida, gestantes e congênita (por
mil nascidos vivos), de 2010 a 2020. .................................................................................................... 21
Figura 10 - Treponema pallidum, microscopia de campo escuro. ........................................................ 23
Figura 11 - Teste de imunofluorescência direta positivo para T.pallidum ............................................ 24
Figura 12 - Reação de Floculação do VDRL ........................................................................................ 26
Figura 13 - Resultado do teste Rapid Plasma Reagent.......................................................................... 27
Figura 14 - Resultado positivo do Teste de FTA-Abs........................................................................... 28
RESUMO

A sífilis é uma das infecções sexualmente transmissíveis (IST), causada pelo Treponema pallidum de
evolução crônica, que pode ser transmitida sexualmente ou verticalmente. A doença pode ser dividida
em sífilis adquirida, sífilis em gestantes ou sífilis congênita, dividida em vários estágios como
primária, secundária e terciária. Os profissionais farmacêuticos devem estar aptos a reconhecer as
manifestações clínicas da sífilis e outras IST, pois as farmácias e drogarias são consideradas uma das
entradas para os pacientes no sistema de saúde. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão
sistemática da literatura sobre sífilis, com foco no comportamento do farmacêutico quanto à
percepção, identificação da posologia e medicações corretas além da sua importância na assistência
farmacêutica. Observou-se que o farmacêutico pode ajudar os pacientes a prevenir e a tratar a sífilis
por meio da atenção farmacêutica, reduzindo a automedicação, analisando múltiplos medicamentos e
suas interações medicamentosas e efeitos adversos. Tendo como maior dificuldade, a necessidade de
maior investimento em políticas públicas de conscientização e treinamento dos profissionais da saúde
a fim de reduzir o número de infectados, bem como a necessidade de maior reconhecimento do
profissional farmacêutico como agente promotor da saúde.

Palavras-chave: Sífilis, Sífilis Congênita. Treponema pallidum. Atenção Farmacêutica


ABSTRACT

Syphilis is one of the sexually transmitted infections (STI), caused by the chronically evolving
Treponema pallidum, which can be transmitted sexually or vertically. The disease can be divided into
acquired syphilis, syphilis in pregnant women, or congenital syphilis, divided into various stages such
as primary, secondary, and tertiary. Pharmaceutical professionals must be able to recognize the clinical
manifestations of syphilis and other STDs, because pharmacies and drugstores are considered one of the
entrances for patients in the health care system. The objective of this study was to perform a systematic
review of the literature on syphilis, focusing on the behavior of the pharmacist regarding perception,
identification of the correct posology and medications, and their importance in pharmaceutical
assistance. It was observed that the pharmacist can help patients to prevent and treat syphilis through
pharmaceutical care, reducing self-medication, analyzing multiple medications and their drug
interactions and adverse effects. The greatest difficulty is the need for more investment in public policies
to raise awareness and train health professionals in order to reduce the number of infected people, as
well as the need for greater recognition of the pharmaceutical professional as a health promoter agent.

Keywords: Syphilis, Congenital Syphilis. Treponema pallidum. Pharmaceutical Care


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 7
2. OBJETIVOS .................................................................................................................................. 9
3. METODOLOGIA ......................................................................................................................... 9
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................... 10
4.1. MICROBIOLOGIA .................................................................................................................. 10
4.2. TRANSMISSÃO....................................................................................................................... 10
4.3. CLASSIFICAÇÃO DA SÍFILIS ............................................................................................... 12
4.3.1. Sífilis Adquirida .................................................................................................................. 12
4.3.2. Sífilis em gestantes............................................................................................................... 13
4.3.3. Sífilis congênita .................................................................................................................... 13
4.4. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA SÍFILIS.......................................................................... 15
4.4.1. Sífilis primária ..................................................................................................................... 15
4.4.2. Sífilis secundária.................................................................................................................. 16
4.4.3. Sífilis terciária...................................................................................................................... 18
4.4.4. Sífilis latente ......................................................................................................................... 19
4.5. EPIDEMIOLOGIA ................................................................................................................... 19
4.6. DIAGNÓSTICO........................................................................................................................ 21
4.6.1. Técnicas diretas ................................................................................................................... 22
4.6.1.1. Observação ao microscópio de campo escuro ................................................................... 22
4.6.1.2. Imunofluorescência Direta (IFD) ...................................................................................... 23
4.6.1.3. Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) .......................................................................... 24
4.6.2. Técnicas Indiretas ............................................................................................................... 24
4.6.2.1. Testes não-treponêmicos ................................................................................................... 25
4.6.2.1.1. Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) .............................................................. 26
4.6.2.1.2. Rapid Plasma Reagin (RPR) ............................................................................................. 26
4.6.2.2. Testes treponêmicos .......................................................................................................... 27
4.6.2.2.1. Absorção de Anticorpos Treponêmicos Fluorescentes (FTA-Abs) ................................... 28
4.6.2.2.2. Ensaio de Hemaglutinação Treponema pallidum (TPHA) ............................................... 28
4.7. TRATAMENTO ....................................................................................................................... 29
4.7.1. Tratamento da sífilis precoce ............................................................................................. 30
4.7.2. Tratamento da sífilis tardia ................................................................................................ 30
4.7.3. Tratamento em caso de alergia à penicilina ...................................................................... 30
4.7.3.1. Sífilis precoce .................................................................................................................... 30
4.7.3.2. Sífilis terciária ................................................................................................................... 31
4.7.3.3. Sífilis latente tardia de duração indeterminada. ................................................................ 31
4.7.4. Sífilis Congênita ................................................................................................................... 31
4.7.5. Neurossífilis.......................................................................................................................... 32
4.8. ATENÇÃO FARMACÊUTICA ............................................................................................... 33
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 37
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 38
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 39
7

1. INTRODUÇÃO

Conforme a Organização mundial da Saúde (OMS), as infecções sexualmente


transmissíveis (IST), incluindo a sífilis, ainda representam um grande problema para a saúde
pública mundial, uma vez que milhares de pessoas são infectadas ano após ano. Sendo assim,
com esta enorme proporção, as IST representam um valor considerável para o gasto com saúde
pública em todo o globo, principalmente nos países subdesenvolvidos (OMS, 2013).

Nos últimos 10 anos, no Brasil, foi constatado um crescimento nas notificações de casos de
sífilis congênita, adquirida e sífilis em gestantes que, em parte, pode ser imposto ao
aperfeiçoamento do sistema de vigilância e ao aumento do uso de testes rápidos. (MADEIRA
et al, 2019).

No geral, a transmissão da sífilis ocorre nas relações sexuais sem devida proteção, ou em
alguns casos pelo contato com as lesões de pessoas infectadas. Mesmo que esteja disponível
diversos tipos de tratamentos, os indivíduos apresentam grande chance de reinfecção,
agravando ainda mais a estatística da sífilis no Brasil (DORADO et al., 2014). Em grande parte,
os casos de reinfecção são subnotificados devido ao pouco conhecimento e costume com a
doença, bem como por parte dos agentes de saúde que necessitam de educação periódica
referente ao assunto (LAFETÁ, 2016).

As manifestações clínicas da Sífilis, são classificadas em primaria, secundária e terciária


(SILVA, 2020). Já a sua classificação vai de acordo com seu meio de transmissão sendo: sífilis
adquirida, gestante e sífilis congênita (BRASILd, 2021).

Assim que ocorre a infecção, surge a sífilis primária é possível identifica-la devido a
presença de úlceras (sinal de crescimento bacteriano). Entretanto na fase secundária surge
lesões cutâneas na pele, principalmente no tronco, pés e mãos, além de lesões mucosas, febre,
fraqueza muscular, alopecia, etc. Já na fase terciária, é mais tardia e pode aparecer anos após a
infecção e é caracterizado por lesões na pele, rim, ossos, fígado, entre outros (DORADO et al,
2014).

A infecção pelo Treponema pallidum não confere imunidade permanente, por isso, é
necessário diferenciar entre a persistência de exames reagentes (cicatriz sorológica) e a
reinfecção pelo T. pallidum. Sendo assim o diagnóstico laboratorial da sífilis pode-se utilizar
os testes treponêmicos e os não treponêmicos (BRASIL, 2006).
8

A benzilpenicilina benzatina é o medicamento de escolha para o tratamento de sífilis, sendo


a única droga com eficácia documentada durante a gestação. Não há evidências de resistência
de T. pallidum à penicilina no Brasil e no mundo. Outras opções para não gestantes, como a
doxiciclina e a ceftriaxona, devem ser usadas somente em conjunto com um acompanhamento
clínico e laboratorial rigoroso, para garantir resposta clínica e cura sorológica. (BRASIL, 2020).

Nesse conjunto de circunstâncias, o profissional farmacêutico tem grande representação


quanto à atenção ao tratamento da sífilis, pois pode orientar o correto uso do medicamento
(MINAS, 2013). Bem como o acompanhamento farmacoterapêutico e a relação direta entre o
farmacêutico e o usuário (PEREIRA; FREITAS, 2008). Através da assistência farmacêutica,
pode-se melhorar as políticas públicas de saúde levando em consideração a diversidade dos
usuários, sua individualidade e necessidades que variam de acordo com o perfil epidemiológico
da região em que o profissional atua (LIMA,2019).
9

2. OBJETIVOS

Este trabalho busca apresentar a sífilis e também os seus diferentes tipos, tendo como
enfoque principal a sífilis congênita e de quais maneiras os farmacêuticos podem atuar na
promoção à saúde, diagnóstico e correto uso dos medicamentos.

3. METODOLOGIA

Para este trabalho, foi efetuada revisão bibliográfica referente ao tema atenção
farmacêutica para a Sífilis, na qual foram realizadas buscas e consultas em artigos científicos,
pesquisando no Google, revistas e jornais online, Scientific Eletronic Library Online (SciELO)
, site do Ministério da Saúde do Brasil, Conselho Federal de Farmácia e Biblioteca Virtual em
Saúde do Ministério da Saúde. Além disso utilizou-se as seguintes palavras chaves: Sífilis,
Sífilis Congênita, Treponema pallidum e Atenção Farmacêutica.

A revisão bibliográfica consiste no estudo de livros digitais, teses, artigos de revisão e


originais, que são lidos para avaliar seu conteúdo e selecionar aqueles que são mais relevantes
para os objetivos do presente trabalho. Utilizou-se materiais de pesquisa disponíveis em
espanhol, inglês e português em publicações entre 2001 e 2021.
10

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1. MICROBIOLOGIA

A sífilis é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum, gênero Treponema, da
família dos Treponemataceae. O T. pallidum tem forma de espiral (10 a 20 voltas), com cerca
de 5-20μm de comprimento e apenas 0,1 a 0,2μm de espessura. Não possui membrana celular
e é protegido por um envelope externo com três camadas ricas em moléculas de ácido N-acetil
murâmico e N-acetil glucosamina. Apresenta flagelos que se iniciam na extremidade distal da
bactéria e encontram-se junto à camada externa ao longo do eixo longitudinal. Move-se por
rotação do corpo em volta desses filamentos (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006).

Figura 1 - Treponema pallidum: desenho esquemático

Fonte: AVELLEIRA; BOTTINO, 2006

4.2. TRANSMISSÃO

A sífilis é transmitida por meio das relações sexuais sem proteção, contato com sangue
ou produtos sanguíneos como agulhas contaminadas ou transfusão com sangue não testado, da
mãe para o filho em qualquer fase da gestação ou no parto, em que se enquadra no tipo sífilis
congênita e pela amamentação. (BRASILa, 2021). Caso a sífilis não seja tratada precocemente,
11

é possível que comprometa alguns órgãos como olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema
nervoso. (FIOCRUZ, 2020). Mesmo que possua um tratamento acessível, a sífilis ainda atinge
milhões de pessoas ao redor do mundo. (CIDACS, 2021).

Em geral as pessoas com sífilis são assintomáticas e isso contribui para manter o círculo
de transmissão da doença. Se não tratada, a doença pode evoluir para complicações sistêmicas
graves, após vários anos da infecção inicial. (FREITAS et al, 2020). Por ser inicialmente
assintomática o paciente abandona o tratamento, por entender, de forma erronia, que está
curado, ou por receio de serem alvo de preconceito, tornando-se um agente transmissor da
doença (CAVALCANTE et al, 2013).

Ainda não existe vacina contra a sífilis, e a infecção pela bactéria causadora não confere
imunidade protetora. Isso significa que as pessoas poderão ser infectadas tantas vezes quantas
forem expostas ao T. pallidum (BRASIL,2021).

No geral, para que tenha a infecção, vai depender do estágio em que encontra-se a
doença na pessoa (DORADO et al, 2014). A infectividade da sífilis por transmissão sexual é
maior (cerca de 60%) nos estágios iniciais (primária, secundária e latente recente), diminuindo
gradualmente com o passar do tempo (latente tardia e terciária) (PAULO,2021).

A sífilis, nas formas congênita e na gestante, é de notificação compulsória, sendo


obrigatória sua realização por profissionais de saúde, sendo que sua inobservância confere
infração à legislação de saúde. Mas, mesmo assim, a subnotificação é frequente, como
verificado em estudos realizados em Palmas (TO) e no Estado de São Paulo, em que por meio
da busca ativa verificou‑se o triplo de casos identificados, em comparação com os notificados
(LAFETÁ et al, 2016). Neste contexto, o SINAN, Sistema de Informação de Agravos de
Notificação foi desenvolvido com o fim de coletar dados sobre agravos, que possuem
notificação em todo o território brasileiro e é alimentado, principalmente, pela notificação e
investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de
notificação compulsória (SINAN,2021). Desta forma, o SINAN recebe as informações
pertinentes para que seja possível tomar decisões de escala federal, estadual e municipal no que
diz a gestão em saúde. (TIAGO et al, 2017).

Para se combater a sífilis as melhores formas são através de prevenção (como fazer o
uso correto de preservativos) e campanhas direcionadas ao público-alvo. Porém, Entre os
fatores sociodemográficos, a pouca escolaridade, baixa renda e situação conjugal (união estável
ou não estável) são apontadas como situações de risco e uma expressão de que a sífilis se
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relaciona com a pobreza, embora não se limite a ela. Alienado a estes fatos, não menos
importante são os comportamentos que vulnerabilizam as mulheres, associando-se a maior
risco, como a menor idade da primeira relação sexual e da gestação, elevado número de
parceiros sexuais, não adesão a práticas de sexo seguro, uso de drogas ilícitas e psicoativas,
entre outros (MACÊDO et al, 2017).

4.3. CLASSIFICAÇÃO DA SÍFILIS

4.3.1. Sífilis Adquirida

Sendo uma doença infecto-contagiosa sistêmica, a sífilis adquirida é transmitida por


meio da relação sexual desprotegida, sendo as principais áreas a genital ou anal. Trata-se de
uma infecção assintomática, levando o infectado a impercepção da presença da doença,
tornando-se um risco de contaminação a terceiros. A sífilis adquirida pode apresentar várias
manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos
estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. (BRASIL,
2010).

Geralmente, na fase primária, apresenta-se ferida única, no local de entrada da bactéria (pênis,
vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece cerca de 10 a 90
dias depois do contágio. (GERAIS, 2022). Na fase secundária, os sinais e sintomas aparecem
entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Podem surgir
manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés,
além de febre, dor de cabeça e mal estar. A fase terciária provoca sintomas bem mais graves
acometendo os órgãos internos, sistema cardíaco e até mesmo o sistema nervoso central (SNC),
podendo surgir entre 1 e 40 anos após o início da infecção, além de poder até levar à morte.
Quanto ao tempo após a infecção, se classifica em latente precoce (menos de um ano) ou latente
tardia (mais de um ano) (BRASILc, 2021).
13

4.3.2. Sífilis em gestantes

Com a transmissão por meio de relações sexuais, igualmente à sífilis adquirida, o que
traz maior receio nestes casos é a gestante ser acometida pela infecção, e não haver o prévio
reconhecimento e tratamento adequado da doença, podendo acarretar na contaminação vertical,
A transmissão vertical do T. pallidum pode ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio
clínico da doença materna (BRASIL, 2006).

Sendo assim, durante o pré-natal, a identificação precoce das gestantes portadoras de


sífilis e o seu pronto tratamento são as principais medidas na prevenção da transmissão vertical,
apesar de a quase totalidade das gestantes brasileiras (98%) começar o pré-natal, estima-se que
pelo menos 10% delas não realizam um único teste sorológico para sífilis (CESAR et al, 2020).

O Ministério da Saúde recomenda que o rastreamento da Sífilis em gestantes seja


realizado na primeira consulta do pré-natal (idealmente, no 1º trimestre da gestação), no início
do 3º trimestre (28ª semana), no momento do parto, independentemente de exames anteriores e
por fim, em caso de aborto/natimorto, testar para sífilis, independentemente de exames
anteriores. (BRASIL, 2020)

O aumento da prevalência de sífilis em gestantes eleva o risco de ocorrência de sífilis


congênita, fato observado a partir do acompanhamento das taxas de incidência por sífilis
congênita no Brasil (TIAGO et al, 2017).

4.3.3. Sífilis congênita

A sífilis congênita é transmitida pela mãe não tratada ou tratada inadequadamente para
criança durante a gestação esse tipo de transmissão é chamado de transmissão vertical (GOIÁS,
2019).

O Treponema pallidum, estando presente na corrente sanguínea da gestante, ultrapassa


a barreira placentária e adentra na corrente sanguínea do feto. A transmissão pode ocorrer em
qualquer fase da gestação, estando, entretanto, na dependência do estado da infecção na
gestante, ou seja, quanto mais recente a infecção, mais treponemas estarão circulantes e,
portanto, mais gravemente o feto será atingido (GOIÁS, 2019). Inversamente, infecção antiga
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leva à formação atenuada de anticorpos pela mãe, o que atenuará a infecção ao feto, produzindo
lesões mais tardias na criança (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006). Segundo a secretaria
municipal da cidade de São Paulo, a taxa de transmissão vertical em mulheres não tratadas varia
de 70 a 100% nas fases primária, secundária e latente recente da doença materna e é de 30%
nas fases mais tardias da infecção materna. Além disso, entre os desfechos adversos resultantes
da sífilis materna não tratada, 40% resultarão em perdas gestacionais precoces, 11% em morte
fetal a termo e 12 a 13% em partos pré-termo ou baixo peso ao nascimento. (PAULO,2021).

Geralmente os sintomas da sífilis congênita podem aparecer logo após o nascimento,


durante ou após os primeiros 2 anos de vida. Sendo assim, conforme a idade em que começam
a aparecer os sintomas, a sífilis congênita pode ser classificada em precoce, quando os sintomas
surgem logo após o nascimento ou até os 2 anos, e tardia, quando aparecem a partir dos 2 anos.
(SEDICIAS, 2022)

A sífilis congênita precoce (acometimento ósseo, neurológico, hematológico e


hepatoesplênico) as crianças podem nascer prematuras, com hepatoesplenomegalia, alteração
no sistema nervoso central, palidez e lesões muco-cutânea. Já na fase tardia (estigmas
decorrentes de remodelação e deformidades ósseas) as lesões são irreversíveis, ocorrendo após
dois anos de idade. As principais manifestações clínicas são articulações de Clutton,
denominado “nariz em sela”, palato em ogiva e aprendizado dificultado (SILVA,2020). Além
disso, a criança ainda pode nascer com alterações de visão ou audição (SEDICIAS, 2022).

Apesar de ser uma doença passível de tratamento e prevenção a um custo acessível, no


Brasil houve um aumento de três vezes na sua prevalência entre os nascidos vivos nos últimos
dez anos (SILVA, 2020). A realização de um pré-natal de qualidade permite uma abordagem
efetiva da gestante infectada com o tratamento oportuno desta, dos parceiros infectados e da
criança em gestação. Abaixo segue exemplo de deformidade óssea causada pela sífilis
congênita tardia.
15

Figura 2 - Tíbia em formato de sabre

Fonte: coggle.it/diagram/WOAUfkTdKQABIwbl/t/infecções- neonatais

Cabe ressaltar que, a sífilis congênita afeta os recém-nascidos em maior número, do que
qualquer outra doença neonatal (DORADO et al, 2014).

4.4. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA SÍFILIS

A progressão natural e histórica da doença mostra evolução que alterna entre períodos
de atividade com características clínicas, imunológicas e histopatológicas distintas (sífilis
primária, secundária e terciária) e períodos de latência (sífilis latente). Além disso divide-se em
sífilis recente, nos casos em que é feito em até um ano depois da infecção o seu diagnóstico, e
sífilis tardia, quando o diagnóstico é realizado após um ano. (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006).

4.4.1. Sífilis primária

A sífilis primária é caracterizada pelo surgimento de lesão ulcerada indolor com bordas
endurecidas, no local do contágio, denominado como cancro duro, com cerca de 90 % dos casos
localizados na região genital. Geralmente entre três a quatro semanas há cicatrização
espontânea mesmo não sendo realizado tratamento, isso se deve a uma resposta imunológica
do indivíduo. O diagnóstico dessa fase se dá pelo raspado da lesão, no qual será possível
observar a bactéria por meio de microscópio de campo escuro (SILVA,2020).

Os principais sintomas consistem em ferida, geralmente única, no local de entrada da


bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece
16

entre 10 e 90 dias após o contágio. Em pessoas que realizam relações sexuais pela via anal, há
o surgimento do cancro que se localiza na região anorretal, que pode vir a ser confundida com
uma fissura anal, por apresentar hemorragia e dor ao defecar (DORADO et al, 2014). Essa lesão
é rica em bactérias e é chamada de “cancro duro”. Normalmente, ela não dói, não coça, não
arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha e essa ferida
desaparece sozinha, independentemente de tratamento (BRASIL, 2020).

Figura 3 - Estágio primário - Lesão Cutânea - Cancro duro região peniana

Fonte: DORADO et al, 2014

Figura 4 - Estágio primário - Cancro duro região oral

Fonte: DORADO et al, 2014

4.4.2. Sífilis secundária

A sífilis secundária caracteriza-se pela disseminação do T. pallidum para todos os


órgãos, pelo do sangue e ocasiona uma diversidade de sintomas através da resposta imunológica
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realizada pelo organismo hospedeiro, acometendo a pele e os órgãos internos (AVELLEIRA;


BOTTINO, 2006)

A sífilis secundária geralmente é observada entre as duas semanas após o


desaparecimento da lesão primária. Essa fase possui um período de latência de dois anos. As
manifestações mais frequentes dessa fase da doença são lesões subcutâneas, denominadas
roséolas, disseminada por todo o corpo sendo comum acometer a região plantar, palmar e
tronco. Algumas vezes pode ocorre descamação, caracterizando o aspecto psoriasiforme da
lesão (SILVA, 2020).

Sendo assim, as principais manifestações desta fase são as lesões cutâneas, as quais
ocorrem em grande quantidade, predominantemente no tronco (Figura 3) e nas extremidades
(mãos e pés) (Figura 4). Tais erupções medem de 0,5-2 cm (DORADO et al, 2014). Se a lesão
acontece nas áreas úmidas do corpo, chama-se de condilomas planos. Se afeta a mucosa oral
ou genital, são esbranquiçadas e podem ser de 3 tipos: erosivas, papuloerosivas ou ulcerosas
(DORADO et al, 2014).

Figura 5 - Estágio secundário - Lesão Cutânea - Região do tronco

Fonte: DORADO et al, 2014


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Figura 6 - Estágio secundário - Lesão Cutânea - Palmas das mãos

Fonte: DORADO et al, 2014

4.4.3. Sífilis terciária

Segundo o Ministério da Saúde o Brasil, a sífilis terciaria pode surgir entre 1 e 40 anos
após o início da infecção (BRASILc, 2021). O desenvolvimento deste estágio ocorre em cerca
de um terço dos infectados, sendo estes os que não realizaram o tratamento corretamente
(ERRANTE, 2016).

A sífilis terciária corresponde à forma tardia da doença não tratada ou incorretamente


tratada nas fases anteriores. As manifestações clínicas dessa fase são caracterizadas pela
formação de granulomas destrutivos que surgem de três a sete meses depois do contágio, sendo
estas lesões desenvolvidas em pele (Figura 7) ou mucosa. Chamamos essas lesões de gomas
sifilíticas, que são nodulares e indolores, e tendem a se tornarem úlceras e deixar cicatrizes
(DORADO et al, 2014). Também podem ocorrer manifestações cardiovascular e neurológica,
conhecida como neurossífilis (SILVA,2020).
19

Figura 7 - Estágio terciário - Goma sifilítica na pele

Fonte: (SILVEIRA, 2020)

Figura 8 - Estágio terciário – Lesão Cutânea na pele

Fonte: AVELLEIRA; BOTTINO, 2006

4.4.4. Sífilis latente

Uma fase assintomática e sem sinais de infecção, pode ser detectada apenas realizando
exames sorológicos nos pacientes que apresentaram sintomas da sífilis primária e secundária.
Depois de sanados os sintomas de forma espontânea, começa a fase latente (DORADO et al,
2014). É subdividida em latente recente (infecção até um ano passado) e latente tardia (infecção
com mais de um ano passado, porém o infectado ainda transmiti a doença.) (GERAIS,2022).

4.5. EPIDEMIOLOGIA

De acordo com a OMS, estimasse que a incidência de casos de IST curáveis em 376,4
milhões, entre os quais 6,3 milhões de casos de sífilis conforme dados de 2009 a 2016
20

(MIRANDA, 2020). A prevalência global estimada de sífilis, em homens e mulheres, foi de


0,5%, com valores regionais variando de 0,1 a 1,6%. Ainda segundo a OMS, o panorama da
sífilis no Brasil não diverge do de outros países. Os números de casos são preocupantes, o que
demonstra a necessidade de reforço às ações de vigilância, prevenção e controle da infecção.
(FIOCRUZ, 2019).

De acordo com o Boletim Epidemiológico 2021 (BRASILb, 2021), de e 2010 a 2018,


no Brasil, houve aumento no número de casos sífilis em gestantes, congênita e adquirida. Isso
se deve a vários fatores, entre eles: escassez de penicilina, maior cobertura de teste, falha no
uso de preservativos e resistência utilização de penicilina por profissionais de saúde (BRASILb,
2021).

No Brasil, em 2020, notificou-se 115.371 casos de sífilis adquirida, 61.441 de sífilis em


gestantes e 22.065 de sífilis congênita e 186 números de óbitos por sífilis congênita. A seguir
apresenta-se os números de casos no Brasil, distribuído pelas regiões Norte, Nordeste, Sudeste,
Sul e Centro Oeste (Quadro 1) (BRASILb, 2021).

Quadro 1 - Quadro referente ao número de casos de sífilis em 2020 no Brasil

Nascidos Sífilis Sífilis em Sífilis Óbitos sífilis


UF/Região vivos em adquirida em gestantes em congênita em congênita em
2019 2020 2020 2020 2020
Norte 313.696 8.239 6.098 1.810 32
Nordeste 805.275 15.601 12.589 6.220 43
Sudeste 1.102.997 54.586 28.578 9.828 80
Sul 386.097 27.201 8.995 2.971 16
Centro Oeste 241.081 9.744 5.181 1.236 15

Fonte: Adaptado Boletim Epidemiológico 2021

Na figura abaixo (Figura 9), podemos observar a evolução das taxas de sífilis de 2010 a
2020. Nesse período, verifica-se que a taxa de incidência de sífilis congênita chegou a alcançar,
no ano de 2018, 9,0 casos por 1.000 nascidos vivos, com queda nos anos de seguintes, atingindo
7,7 casos por 1.000 nascidos vivos em 2020. Já a taxa de detecção de sífilis em gestantes
alcançou 21,8 casos por 1.000 nascidos vivos em 2019 e decresceu para 21,6 por 1.000 nascidos
vivos em 2020 (BRASILb, 2021).
21

Figura 9 - Taxa de detecção (por 100.000 habitantes) de sífilis adquirida, gestantes e


congênita (por mil nascidos vivos), de 2010 a 2020.

Fonte: Boletim Epidemiológico 2021

Embora se observe uma diminuição dos casos de sífilis em quase todo o país, cabe
ressaltar que parte dessa redução pode estar relacionada à identificação de problemas de
transferência de dados entre as esferas de gestão do SUS, o que pode ocasionar diferença no
total de casos entre as bases de dados municipal, estadual e federal de sífilis (BRASILb,2021).

4.6. DIAGNÓSTICO

Para realizar o diagnóstico da doença, estão disponíveis técnicas diretas, que identificam
a bactéria inteira ou parcialmente, e também técnicas indiretas, identificam as respostas dos
anticorpos do corpo do hospedeiro ao patógeno (DORADO et al, 2014). Entretanto, a utilização
de testes sorológicos permanece como sendo a principal forma de se estabelecer o diagnóstico
da sífilis (BRASIL, 2006).

Os Centros de Controles de Doenças (CDC) preconizam triagem de sífilis para mulheres


grávidas durante o pré-natal. Os clínicos devem manter-se atentos à sintomas da sífilis
22

congênita, principalmente quando as crianças forem filhas de mães que não fizeram pré-natal
(SILVA, 2020).

4.6.1. Técnicas diretas

As técnicas diretas são: microscopia de campo escuro que é realizado com amostra
coletada diretamente da lesão (BRASIL, 2010), imunofluorescência direta (IFD) e amplificação
genômica (Reação em Cadeia da Polimerase - PCR), são usados apenas nos estágios iniciais do
cancróide (sífilis primária e secundária), que são ricos em bactérias que tornam essas técnicas
eficazes: Como essas técnicas procuram bactérias e/ou suas estruturas. O uso dessas técnicas
em um estágio posterior é coagido a ineficiências (DORADO et al, 2014).

4.6.1.1. Observação ao microscópio de campo escuro

Para esta técnica, a úlcera deve ser limpa com gaze estéril e solução salina. Após esse
procedimento, é necessário pressionar a base do cancro até que a secreção saia. Uma lâmina
deve ser colocada contra essa secreção e uma lamínula deve ser colocada imediatamente sobre
a secreção na lâmina. O material é levado ao microscópio com condensador de campo escuro,
em que é possível, com luz indireta, a visualização do T. pallidum vivo e móvel. (Figura 10). É
considerado um teste rápido, de baixo custo e definitivo. A sensibilidade varia de 74 a 86%,
podendo a especificidade alcançar 97% dependendo da experiência do avaliador. A técnica não
é recomendada para úlceras na cavidade oral e ânus, já que não é muito específica e diferentes
espiroquetas não-patogênicas podem ser confundidas (DORADO et al, 2014).
23

Figura 10 - Treponema pallidum, microscopia de campo escuro.

Fonte: OMS, 2013

4.6.1.2. Imunofluorescência Direta (IFD)

Exame altamente específico e com sensibilidade maior que 90%. Praticamente elimina a
possibilidade de erros de interpretação com treponemas saprófitas. É chamado de DFA-TP
(diret fluorescent-antibody testing for T. pallidum (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006). É
utilizada em sífilis primária, terciária e congênita (DORADO et al, 2014). As microscopias com
material corado e de imunofluorescência direta têm-se tornado pouco utilizadas no Brasil. As
colorações com prata e demais corantes histológicos possuem baixa sensibilidade e
especificidade para T. pallidum, além de serem técnicas mais complexas (THEEL; KATZ;
PILLAY) (BRASIL, 2021d). O melhor local e o tempo de evolução das lesões cutâneas para
realizar biópsia para o exame de imunofluorescência direta (IFD) dependem da enfermidade
em investigação. Em termos gerais, a biópsia deve ter uma extensão adequada (punch 4mm),
bem como uma profundidade que represente epiderme e derme suficientes. Além disso, quanto
menor for o traumatismo realizado durante o procedimento, melhor será a amostra para análise.
Nesta técnica, lâminas com secreções de úlcera são fixadas com anticorpos monoclonais,
coradas e secas para posterior observação em microscópio de fluorescência. Essa visualização
se deve ao uso de rótulos emissores de fluorescência, como fluorocromos (Figura 11) (AOKI
et al, 2010).
24

Figura 11 - Teste de imunofluorescência direta positivo para T.pallidum

Fonte: OMS, 2013

4.6.1.3. Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)

Devido à sensibilidade e especificidade notáveis, a PCR é um método aplicável para o


diagnóstico de infecções causadas por organismos que não podem ser cultivados. É uma
metodologia que tem detectado com êxito a presença de Treponema pallidum em diferentes
produtos biológicos como ulcerações de pele, biópsias, líquido amniótico, lesões gástricas,
sangue periférico e outros fluidos corporais. (FRAGA, 2013)

O teste da reação em cadeia da polimerase (PCR, do inglês polymerase chain reaction)


pode detectar o DNA equivalente a <10 organismos em um espécime, por meio da amplificação
de segmentos de genes específicos de DNA genômico de T. pallidum. Esse teste pode ser
utilizado para examinar espécimes de qualquer exsudato de lesão, tecido ou fluido corpóreo,
podendo o espécime ser fresco, congelado ou fixado e embebido em parafina (BRASIL, 2015).

A técnica amplificará os ácidos nucleicos e poderá ser usada com amostras frescas. Pode
ser feito com várias amostras, mas as amostras que garantem melhores resultados são aquelas
coletadas de úlceras genitais e lesões exsudativas. (DORADO et al, 2014).

4.6.2. Técnicas Indiretas

As técnicas de diagnóstico indireto são sorológicas, divididas em Treponema e não-


treponêmicas (DORADO et al. 2014). Testes não treponêmicos são mais baratos, então para
fins econômicos e complexidade, é melhor aplicá-los (DORADO et al., 2014). Segundo
Dorado et al. (2014), resultados de reatividade positiva em testes não treponêmicos, requer
25

confirmação por meio de testes treponêmicos e, independentemente do estágio da doença e/ou


Tratamento, teste de Treponema pallidum positivo para toda a vida. Em conformidade com as
normas utilizadas pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Organização Mundial
da Saúde (OMS), Ministério da Saúde (2021) recomendam que o diagnóstico se dê da
seguinte maneira:
Em casos de sífilis adquirida, em pessoas sintomáticas, é necessário apenas um teste,
podendo ser este treponêmico ou não treponêmico.

Ao se analisar o caso de sífilis em gestantes, estes critérios apresentam uma certa


diferenciação, pois abrange todas as fases que são: pré-natal, parto e puerpério.

 Se tratando de gestantes assintomáticas, considera-se apenas um ou dois testes reagentes


sem tratamento prévio da gestante.
 Se for gestante sintomática, define-se apenas com um teste treponêmico, de qualquer
título, ou não treponêmico (BRASIL, 2006).

4.6.2.1. Testes não-treponêmicos

Testes não-treponêmicos detectam anticorpos dirigidos para combater antígenos das


células danificadas do hospedeiro pela infecção. Os mais usados são o VDRL e o RPR. Ambos
possuem especificidade entre 95 a 99% e sensibilidade entre 85 a 100% (DORADO et al, 2014).

São testes que detectam anticorpos não treponêmicos, anteriormente denominados


anticardiolipínicos, reagínicos ou lipoídicos. Esses anticorpos não são específicos para
Treponema pallidum, porém estão presentes na sífilis. Os testes não treponêmicos podem ser:

• qualitativos – rotineiramente utilizados como testes de triagem para determinar se uma


amostra é reagente ou não;

• quantitativos – são utilizados para determinar o título dos anticorpos presentes nas
amostras que tiveram resultado reagente no teste qualitativo e para o monitoramento da resposta
ao tratamento. O título é indicado pela última diluição da amostra que ainda apresenta
reatividade ou floculação visível (BRASIL,2021).
26

4.6.2.1.1. Venereal Disease Research Laboratory (VDRL)

VDRL é uma reação que acontece entre um antígeno lipídico, em especial a cardiolipina,
e o soro do paciente, que leva a formação de flocos, que podem ser vistos ao microscópio óptico
(ERRANTE, 2016).

São testes quantitativos, ambos de baixo custo, que ficam positivos entre as segunda e
quarta semanas após aparecimento do cancro de inoculação e apresentando títulos mais
elevados nas formas secundárias, recente latente e tardia. Por serem quantitativos e a pela
tendência de se tornarem negativos entre seis e 12 meses, são os mais indicados para
acompanhamento pós-terapêutico da doença (NADAL, 2007).

O VDRL continua sendo o teste escolhido para a detecção de reagina nos espécimes no
líquido cefalorraquidiano (LCR) obtidos de pacientes com neurossífilis (BRASIL, 2015).

Compostos antigênicos (lecitina, colesterol e cardiolipina purificada) ligam-se e formam


micelas, que quando em contato com anticorpos causam a formação de flocos que podem ser
vistos a olho nu ou sob um microscópio óptico (Figura 12). No entanto, não são todos os
anticorpos que vem da sífilis, podendo resultar falso positivo. Sendo assim, este teste não é
definido unicamente para sífilis (BRASILc, 2021).

Figura 12 - Reação de Floculação do VDRL

Fonte: BOENO,2015

4.6.2.1.2. Rapid Plasma Reagin (RPR)

O Rapid Plasma Reagin (RPR) foi desenvolvido em 1957 e se aplica a amostras de soro
e plasma. Além da mistura habitual (cardiolipina-colesterol-lecitina), contém cloreto de colina,
27

que dispensa a inativação da amostra; EDTA, que aumenta a estabilidade da suspensão


antigênica, e carvão coloidal (SÁEZ-ALQUÉZAR et al, 2008).

O RPR, possui uma boa estabilidade e é uma variação do VDRL, e proporciona a


utilização de plasma, proporcionando também uma visualização a olho nu (Figura 13)
(ERRANTE, 2016).

Figura 13 - Resultado do teste Rapid Plasma Reagent

Fonte: laboratoryinfo.com/rpr, 2021

Durante as fases de incubação e sífilis terciária, os resultados podem ser negativos.


Resultados falso-positivos foram descritos em gestantes, pacientes com lúpus, usuários de
drogas injetáveis e pacientes com tuberculose. (DORADO et al, 2014).

4.6.2.2. Testes treponêmicos

Os testes treponêmicos detectam anticorpos contra antígenos do Treponema pallidum e,


portanto, são mais específicos do que os testes não treponêmicos. Alguns dos testes de
Treponema mais comumente usados são: ensaio de hemaglutinação do Treponema pallidum
(TPHA), aglutinação de partículas do Treponema pallidum (TP-PA) e absorção do anticorpo

Os testes treponêmicos não são utilizados para monitorar o tratamento e têm sido pouco
usados em procedimentos de triagem, sob a alegação de terem menor sensibilidade do que os
não treponêmicos durante as primeiras semanas da infecção. Na verdade, os testes treponêmicos
ELISA, que detectam anticorpos das classes IgG e IgM utilizando como frações antigênicas
proteínas recombinantes (TpN47, TpN14 e TpN15), têm apresentado elevada sensibilidade,
28

igual ou superior à dos testes não treponêmicos na fase inicial da infecção (SÁEZ-ALQUÉZAR
et al, 2008).

4.6.2.2.1. Absorção de Anticorpos Treponêmicos Fluorescentes (FTA-Abs)

O teste FTA-abs é considerado “padrão-ouro” dentre os treponêmicos, sendo eficaz e


positivo na confirmação de testes não treponêmicos. O mesmo baseia-se na imunofluorescência
indireta, ou seja, detecta o anticorpo antitreponêmico por meio da utilização de T. pallidum
fixado em lâminas5. O teste rápido é um ensaio imunocromatográfico que detecta anticorpos
específicos no soro ou sangue total do paciente. Possui alta sensibilidade e especificidade, com
rápido resultado, sendo obtido cerca de 5 a 20 minutos depois, no entanto quando positivo
(Figura 14) deve-se realizar um teste sorológico para obter confirmação (SILVA, 2020)

Figura 14 - Resultado positivo do Teste de FTA-Abs

Fonte: OMS, 2013

4.6.2.2.2. Ensaio de Hemaglutinação Treponema pallidum (TPHA)

O TPHA e MHA-TP são testes baseados na hemoaglutinação. O teste TPHA utiliza na


reação o antígeno lisado de T. pallidum, possuindo alta especificidade e sensibilidade, sendo
identificado a presença do anticorpo mesmo após a cura. O teste MHA-TP baseia-se na
hemoaglutinação passiva de eritrócitos de ovelhas sensibilizadas com o antígeno T. pallidum,
quando o mesmo entra em contato com anticorpos do soro do paciente, resultando no
diagnóstico positivo (SILVA, 2020).
29

4.7. TRATAMENTO

Através de uma descoberta de Fleming em 1928 é que surgiu a Penicilina, mas somente
nos anos de 1943, a sífilis começou a ser tratada com o antibiótico Penicilina, e ainda é utilizada
atualmente, atua em todas as fases da doença. Esse fármaco interage na síntese do
peptidoglicano presente na parede celular do Treponema pallidum, levando à entrada de água
e, consequentemente, à morte do microrganismo21. A escolha da dose ideal do tratamento
baseia-se na fase da doença, no caso de gestantes, a administração medicamentosa com
Penicilina benzatina parenteral G deve ser realizada no primeiro trimestre da gestação, assim
como seu parceiro, para tentar evitar transmissão ao feto, caso não ocorra a terapêutica
adequada, o feto deverá ser tratado (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006, SILVA, 2020).

Para qualquer tipo de sífilis, a penicilina é a droga mais indicada. No entanto, a


necessidade de identificar o caso exato, o tipo de sífilis, pois o estágio e a apresentação clínica
da infecção são importantes para a forma medicamentosa indicada (Penicilina
potássica/cristalina, procaína ou benzatina), dose, via de administração e duração do tratamento
(DORADO et al, 2014, BRASIL, 2020).

A droga impede que as enzimas catalisadoras da formação de precursores da parede


celular atuem. Com isso, não há restauração da parede, que é submetida continuamente à ação
hidrolítica da lisozima produzida pelo organismo. A penicilina é, portanto, bactericida, desde
que utilizada em doses e intervalos adequados (GUNSBURG; SANTOS, 2010).

O tratamento é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo a


benzilpenicilina benzatina o medicamento de escolha e a única droga com eficácia durante a
gestação. Para prevenção da sífilis congênita, tanto as gestantes quanto seus parceiros devem
fazer os exames de diagnóstico. (GERAIS,2022)
30

4.7.1. Tratamento da sífilis precoce

Para os estágios da doença primária, secundária e latente há menos de 1 ano:

Em crianças com mais de um ano: a dose de Penicilina G-benzatina é de 50.000 U / kg


(máximo de 2,4 MU), também administrada em dose única intramuscular (DORADO et al,
2014).

Em adultos: Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única (1,2 milhão UI
em cada glúteo) (MORALES-MÚNERA et al, 2014, BRASIL, 2020).

4.7.2. Tratamento da sífilis tardia

Para os estágios da doença terciária e latente há mais de 1 ano:

Em crianças: a dose de penicilina G-benzatina deve ser ajustada por peso (50.000 U /
kg, máximo de 2,4 MU/por semana), por via intramuscular durante 3 semanas (DORADO et
al, 2014).

Em adultos: é realizado com Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM, uma vez
por semana (1,2 milhão UI em cada glúteo) por 3 semanas (MORALES-MÚNERA et al, 2014,
BRASIL, 2020).

4.7.3. Tratamento em caso de alergia à penicilina

4.7.3.1. Sífilis precoce

Para os estágios da doença primária, secundária e latente há menos de 1 ano e na


ocorrência de alergia à penicilina as indicações são as seguintes:

1- Doxiciclina 100 mg por via oral duas vezes ao dia por 15 dias (BRASIL, 2020).
31

2- Ceftriaxona 1 g por via intramuscular ou intravenosa uma vez por dia durante 10-14
dias (DORADO et al, 2014).
3- Azitromicina 2 g por via oral em dose única (DORADO et al, 2014).

4.7.3.2. Sífilis terciária

Para a sífilis terciária as indicações são:

1- Doxiciclina 100 mg por via oral duas vezes ao dia por 30 dias (BRASIL, 2020).
2- Ceftriaxona 1 g por via intramuscular ou intravenosa uma vez por dia durante 10-14
dias (DORADO et al, 2014)

4.7.3.3. Sífilis latente tardia de duração indeterminada.

Neste caso as diretrizes são:

1- Doxiciclina 100 mg por via oral duas vezes ao dia por 30 dias (BRASIL,
2020).

4.7.4. Sífilis Congênita

Na sífilis congênita, o recém-nascido é tratado com penicilina cristalina, procaína ou


benzatina, dependendo das manifestações clínicas. Os recém-nascidos de mães tratadas
inadequadamente ou não tratadas, devem ser submetidos a diversos testes, sendo o
medicamento administrado de modo intravenoso quando houver alterações sorológicas ou
liquórica, e intramuscular quando os resultados forem não reagentes, existindo um
acompanhamento por VDRL. Nos recém-nascidos de mães tratadas adequadamente, também
deve-se realizar exames. Caso sejam reagentes os mesmos devem ser tratados como
anteriormente (SILVA, 2020)
32

Toda gestante infectada pelo T. pallidum deve ser tratada nos casos de Sífilis recente:
sífilis primária, secundária e latente recente (com até um ano de evolução), com penicilina
Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única (1,2 milhão UI em cada glúteo). Para
Sífilis tardia: sífilis latente tardia (com mais de um ano de evolução) ou latente com duração
ignorada e sífilis terciária o tratamento deve ser realizado com Benzilpenicilina benzatina 2,4
milhões UI, IM, 1x/semana (1,2 milhão UI em cada glúteo) por 3 semanas. Dose total: 7,2
milhões UI, IM (BRASIL, 2020).

É muito importante ressaltar que a gestante e seu companheiro devem ser orientados de
forma direta, clara e correta para que as informações cheguem com precisão até eles. Pessoas
com renda e escolaridade baixas tendem a ter mais barreiras para absorver informações
(VASCONCELOS et al., 2016). Vários são os fatores que influenciam quanto a adesão do
parceiro ao tratamento da sífilis, dos quais podemos citar os fatores socioeconômicos, culturais,
educacionais e o próprio tratamento, como medicação e via de administração (HILDEBRAND,
2010).

4.7.5. Neurossífilis

Para Neurossífilis o tratamento é o seguinte:

1- Benzilpenicilina potássica/cristalina, 3 a 4 milhões UI, 4/4h, IV, ou por


infusão contínua, totalizando 18-24 milhões por dia, por 14 dias
(BRASIL,2020).
2- Ceftriaxona 2 g, IV, 1x/dia, por 10 a 14 dias (BRASIL,2020).

Para as crianças com sífilis congênita que apresentem neurossífilis, a cristalina é o


medicamento de escolha, sendo obrigatória a internação hospitalar. Na ausência de
neurossífilis, a criança com sífilis congênita pode ser tratada com Benzilpenicilina procaína
fora da unidade hospitalar, por via intramuscular, ou com Benzilpenicilina potássica/cristalina,
por via endovenosa, internada.

A seguir será apresentado o quadro indicando a dosagem para tratamento da sífilis


(Quadro 2)
33

Quadro 2 - Tratamento e monitoramento de sífilis

Fonte: (BRASIL, 2020)

4.8. ATENÇÃO FARMACÊUTICA

A profissão farmacêutica, assim como todas as outras, vem sofrendo transformações ao


longo do tempo. Tais transformações são desencadeadas pelo desenvolvimento de pesquisas de
novos fármacos, crescimento da indústria farmacêutica, criação e atualização de protocolos
clínicos e normativas legais que regem o sistema de saúde suplementar e sistema único de saúde
(SUS).
34

Diante desta condição tecnológica mais avançada, o farmacêutico, na farmácia, passou


a ser visto pela sociedade como um vendedor de medicamentos. Sendo assim, a insatisfação de
alunos e professores da Universidade de São Francisco (EUA) fez com que, criassem o
movimento denominado “Farmácia Clínica”, aproximação do farmacêutico ao paciente e à
equipe de saúde, possibilitando o desenvolvimento de habilidades relacionadas à
farmacoterapia (PEREIRA; FREITAS, 2008).

Com o desenvolvimento da Farmácia Clínica, por volta da década de 1970, autores


dedicaram-se em redefinir o papel do farmacêutico com relação ao paciente, pois anteriormente
a Farmácia Clínica estava restrita ao ambiente hospitalar e alinhada principalmente para a
análise da farmacoterapia dos pacientes, sendo que o farmacêutico ficava próximo apenas à
equipe de saúde (PEREIRA; FREITAS, 2008).

Sendo assim, foram criadas algumas metodologias para acompanhamento clínico


farmacêutico, como exemplo os Métodos: Minnesota, que foi desenvolvido na Universidade de
Minnesota em 1988 que visa a análise pelo farmacêutico baseado no Prontuário Médico
Orientado por Problemas para que seja possível desenvolver o raciocínio clínico e sistema de
documentação adaptado à prática farmacêutica podendo identificar problemas relacionado à
medicamentos específicos dos pacientes. Já a metodologia Dáder que foi desenvolvida na
Espanha em 1999, na universidade de Granada, consiste em procedimentos para
acompanhamento farmacoterapêutico do paciente em qualquer âmbito assistencial, de forma
sistematizada, documentada e continuada, possibilitando assim o monitoramento e a construção
de um plano terapêutico (SOUZA,2019)

Para garantir o desenvolvimento da prática farmacêutica e o uso racional de


medicamentos no sistema de saúde, é preciso garantir o acesso, estabelecer a necessidade do
uso, realizar uma prescrição apropriada de acordo com as condições do paciente e os critérios
de eficácia e segurança, na forma farmacêutica e posologia adequadas. (GERAIS, 2010).

É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia


racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da
qualidade de vida (CBAF, 2002).

O aconselhamento ao paciente sobre o uso de medicamentos deve ser um processo de


comunicação interativa bidirecional entre paciente e farmacêutico, que visa estimular as
habilidades do paciente para lidar com medicamentos e com o processo de autocuidado. Deve
ser um processo de aprendizagem tanto para o farmacêutico, quanto para o paciente. Os
35

aspectos físicos, psicológicos, sóciocultural, emocional e intelectual, assim como as crenças


sobre saúde e os valores do paciente devem ser respeitados e considerados no processo de
acompanhamento farmacoterapêutico (GERAIS, 2010).

A adesão ao tratamento é imprescindível para a efetividade da farmacoterapia. E as


razões mais comuns para a não adesão são o desaparecimento dos sintomas, o aparecimento de
RAM, a percepção de que o medicamento não é efetivo ou a posologia é complicada ou
inconveniente. Sendo assim é preciso estabelecer uma relação prescritor–paciente –
farmacêutico e fornecer informações, recomendações e instruções ao paciente são estratégias
para melhorar a adesão do paciente ao tratamento (GERAIS, 2010).

Como parte não menos importante do farmacêutico é de receber ou fornecer os


medicamentos ou outros produtos para a saúde sem registro/notificação junto a Anvisa, quando
aplicável, sem rastreabilidade de sua origem, sem documento fiscal ou equivalente, ou em
desacordo com a legislação vigente, garantindo assim a eficácia do medicamento (CFF, 2021).

Os medicamentos tornaram-se uma ferramenta essencial para a terapêutica, tratamento


e a prevenção de diversas enfermidades, apresentando como resultado a melhora da qualidade
de vida das pessoas. Para que a farmacoterapia seja um sucesso e produza os resultados
esperados, é fundamental que o fármaco seja usado para a condição clínica apropriada, prescrito
na forma farmacêutica, doses e período de duração do tratamento adequado e que o regime
terapêutico prescrito seja cumprido (ROCHA, 2014)

A prestação do farmacêutico deve ser a atenção que um dado paciente requer e recebe
com garantias do uso seguro e racional dos medicamentos garantindo assim a eficácia da
farmacoterapia (GERAIS, 2010).

Vários estudos mostram que o acompanhamento farmacoterapêutico tem um impacto


clínico significativo na vida dos pacientes, melhorando os resultados em saúde além de,
diminuir a taxa de hospitalização e aumentar o encaminhamento dos pacientes a serviços de
menor complexidade assistencial. O envolvimento do farmacêutico no cuidado centrado e
individualizado tem sido associado à melhoria na saúde dos pacientes, com impacto econômico
positivo (GERAIS,2010).

A percepção dos farmacêuticos frente a nova prática clínica, antes emoldurada por um perfil
mais administrativo, hoje decorrente das necessidades de melhoria nas condições de saúde dos
usuários do SUS e apontamentos de necessidade de suporte técnico para a equipe
36

multidisciplinar, carece de mudança contínua e de aprendizagem realizada com a prática clínica


(SOUZA, 2019).

Outro ponto a ser destacado é a necessidade de capacitação continuada em farmacoterapia


e na busca de evidências em saúde. Não há como haver um serviço clínico de qualidade, que
melhore desfechos em saúde com farmacêuticos que não estão em constante atualização do
conhecimento. (BRASIL, 2014).

De acordo a resolução do conselho federal de Nº 585 de 29 de agosto de 2013, a crescente


morbimortalidade referente às doenças e agravos não transmissíveis e à farmacoterapia refletiu
nos organismos de saúde e demandou um novo perfil do farmacêutico. Assim, o farmacêutico
moderno se engaja diretamente no cuidado ao paciente, promove o uso racional de
medicamentos e reorganiza sua prática de acordo com as necessidades dos pacientes, familiares,
cuidadores e sociedade. Dessa forma, o farmacêutico clínico pode auxiliar a orientar as
gestantes nos serviços de pré-natal, orientar a importância do diagnóstico e informar o casal
sobre a importância do uso do preservativo durante o diagnóstico da sífilis e o tratamento
adequado e simultâneo (tanto da gestante quanto do parceiro) durante a gestação.

De frente ao enorme escopo de atribuições do farmacêutico em vários campos de atuação,


é importante destacar a importância deste profissional no que diz respeito ao enfrentamento da
sífilis (PORTO, 2020).
37

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi apresentado neste trabalho que a Sífilis é doença infecciosa com presença em todos
os continentes, e afeta milhares de pessoas todos os anos. É causada por uma bactéria chamada
Treponema pallidum e tem forma de espiral (AVALLEIRA; BOTTINO, 2006).

A sua transmissão ocorre por meio de relações sexuais ou pelo contato direto com as
lesões cutâneas. É classificada em fase primária, secundária, terciária e latente (SILVA, 2020).
Podendo ser identificada através de técnicas diretas e indiretas, bem como realizado o
tratamento através da utilização da penicilina (DORADO et. al, 2014).

Faz-se necessário reforçar a importância da atuação do farmacêutico, seja no âmbito das


análises clínicas, saúde suplementar e SUS no qual se relacionam ao diagnóstico e uso racional
de medicamentos.
38

6. CONCLUSÃO

De acordo com o presente trabalho, é possível observar profundamente a sífilis, uma


Infecção Sexualmente Transmissível, quais são os causadores da infecção, de que maneira
ocorrem as manifestações clínicas, quais diagnósticos e tratamentos estão disponíveis, uma vez
que se trata de uma doença com presença global e com milhares de pessoas infectadas.

No contexto atual, tornam-se necessárias políticas públicas que visam a orientação e


combate à sífilis, bem como a capacitação dos profissionais de saúde introduzindo
periodicamente as ferramentas e tratativas disponíveis para o enfrentamento a doença.

Como reforço não menos importante ao enfrentamento ao T. palliadum, são os


farmacêuticos, uma vez que podem atuar no nível básico da saúde e nos demais setores de
saúde, orientando o uso correto de medicamentos e o correto cumprimento da farmacoterapia.
São profissionais que são capazes de sanar quaisquer duvidas além de agregar conhecimento
para as equipes multiprofissionais.
39

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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