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Sistema Nervoso Autônomo - anatomia do simpatico,


parassimpático e plexos viscerais
Neuroanatomia Méd (Universidade de Itaúna)

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Baixado por Carlos (carlosviniciuslopeslima@gmail.com)
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Letícia de Moura Amarante

Sistema Nervoso Autônomo: Anatomia do Simpático,


Parassimpático e dos Plexos Viscerais

Sistema Nervoso simpático

Aspectos Anatômicos
Tronco simpático
• A principal formação anatômica do
sistema simpático é o tronco

Parte torácica do plexo visceral


simpático, formado por uma
cadeia de gânglios unidos por
ramos inter-ganglionares.
• Cada tronco simpático se
estende, de cada lado, da base do
crânio até o cóccix, onde
terminam se fundindo com o do Coração
lado oposto.
• Os gânglios do tronco simpático se
dispõem de cada lado da coluna
vertebral e, por isso, são
denominados gânglios

Plexo pré-vertebral
paravertebrais.
• Na porção cervical geralmente Vísceras abdominais
encontram-se três gânglios: os
gânglios cervical superior, Gânglio
cervical médio e cervical inferior. simpático
Tronco
• Usualmente, o gânglio cervical simpático
F. simpática pré-ganglionar
inferior está fundido ao primeiro F. simpática Gânglio impar
Vísceras pélvicas
gânglio torácico, formando o pós-ganglionar

gânglio cervicotorácico ou
estrelado.
• Na porção torácica do tronco simpático a quantidade de gânglios (10 a 12) é geralmente
menor que o número de nervos espinhais torácicos, uma vez que muitos gânglios vizinhos
acabam se fundindo.
• Na porção lombar há de 3 a 5 gânglios, na porção sacral de 4 a 5 e na coccígea apenas
1 gânglio, para onde os dois troncos se convergem e terminam.

Nervos esplâncnicos e gânglios pré-vertebrais


•• Da porção torácica do tronco simpático originam-se, a partir de T5, os três nervos
esplâncnicos, são eles:
✓ Nervo esplâncnico maior Esses nervos têm trajeto descendente, perfuram o
✓ Nervo esplâncnico menor diafragma e penetram na cavidade abdominal,
✓ Nervo esplâncnico imo onde terminam nos gânglios pré-vertebrais.

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• Os gânglios pré-vertebrais se situam anteriormente à coluna vertebral e à aorta


abdominal, em geral, próximos à origem dos ramos abdominais da aorta e, por isso, eles
são nomeados de acordo com esses ramos, veja:
✓ Gânglios celíacos direito e esquerdo: situados na origem do tronco celíaco.
✓ Dois gânglios aórtico-renais: se localizam na origem das artérias renais.
✓ Gânglio mesentérico superior: situa-se próximo à artéria de mesmo nome.
✓ Gânglio mesentérica inferior: encontra-se próximo à artéria mesentérica inferior.
• O nervo esplâncnico maior termina no gânglio celíaco, enquanto o esplâncnico menor
termina no gânglio aórtico renal.
• Os nervos esplâncnicos são constituídos de fibras pré-ganglionares e aferentes
viscerais, apesar de supostamente se originarem de gânglios paravertebrais.

Ramos comunicantes
• Ligando o tronco simpático aos nervos espinhais, existem feixes nervosos
denominados ramos comunicantes. Estes podem ser de dois tipos:
✓ Ramos comunicantes brancos: são responsáveis, na verdade, por ligar a medula
no tronco simpático e são constituídos de fibras pré-ganglionares e aferentes
viscerais. Como os neurônios pré-ganglionares só existem nos segmentos
medulares de T1 a L1, as fibras pré-ganglionares só são encontradas nestes níveis,
o que explica a presença de ramos comunicantes brancos apenas nas regiões
torácica e lombar alta.
✓ Ramos comunicantes cinzentos: são constituídos de fibras pós-ganglionares
(amielínicas) que dão a coloração mais escura a esses feixes. Atuam ligando o
tronco simpático a todos os nervos espinhais, sendo encontrados, portanto, ao
longo de toda a medula.

Filetes vasculares e nervos cardíacos


• Do tronco simpático e, sobretudo, dos gânglios pré-vertebrais destacam-se feixes
nervosos que se acolam à adventícia das artérias, distribuindo-se com elas até as
vísceras.
• Da porção cranial do gânglio cervical superior destaca-se o nervo carotídeo interno,
que pode se ramificar, dando origem ao plexo carotídeo interno, que penetra no crânio,
nas paredes da artéria carótida interna.
• Dos gânglios pré-vertebrais saem filetes nervosos que se acolam às paredes da aorta
abdominal e dos seus ramos.
• Do tronco simpático emergem ainda filetes nervosos que chegam às vísceras por um
trajeto independente das artérias. Entre estes tem-se, por exemplo, os nervos cardíacos
cervicais superior, inferior e médio que se destacam dos gânglios cervicais
correspondentes e distribuem-se ao coração.

Localização dos Neurônios Pré-ganglionares Simpáticos,


Destino e Trajeto das Fibras Pré-ganglionares
• No sistema nervoso simpático os corpos dos neurônios pré-ganglionares ficam situados
na coluna lateral da medula, no nível de T1 a L2. Daí saem as fibras pré-ganglionares
seguindo o seguinte trajeto:
✓ Entram na raiz ventral dos nervos espinais
✓ Ganham o tronco dos nervos espinhais
✓ Passam pelo ramo ventral dos nervos espinhais

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✓ Chegam ao tronco simpático, através dos ramos comunicantes brancos.


• As fibras pré-ganglionares terminam seu trajeto fazendo sinapse com neurônios pós-
ganglionares que podem estar situados:
✓ Em um gânglio paravertebral no mesmo nível: nesse caso as fibras pré-vertebrais
chegam até o gânglio através de ramos comunicantes brancos.
✓ Em um gânglio paravertebral situado acima ou abaixo deste nível (T1-L2): nessa
situação as fibras pré-vertebrais chegam até o gânglio através de ramos
interganglionares, fibras situadas no interior do próprio tronco simpático, uma vez
que acima de T1 ou abaixo de L2 não emergem fibras pré-ganglionares que possam
formar ramos comunicantes que realizem tal percurso.
✓ Em um gânglio pré-vertebral: nesse caso as fibras pré-ganglionares chegam até o
gânglio através dos nervos esplâncnicos que atuam como ramos comunicantes
brancos bem longos. Nesse trajeto as fibras pré-ganglionares passam por ganglios
paravertebrais sem, no entanto, realizarem sinapse com seus neurônios.

Localização dos Neurônios Pós-ganglionares Simpáticos,


Destino e Trajeto das Fibras Pós-ganglionares
• No sistema nervoso simpático os neurônios pós-ganglionares encontram-se situados
nos gânglios pré e paravertebrais, de onde saem as fibras pós-ganglionares, cujo o
destino é sempre uma glândula, um músculo liso ou um músculo cardíaco.
• As fibras pós-ganglionares podem seguir três trajetos diferentes para chegarem até seu
destino:
✓ Por intermédio de um nervo espinhal: nesse caso as fibras pós-ganglionares
voltam aos nervos espinhais através dos ramos comunicantes cinzentos e se
distribuem no território de inervação desse nervo. Assim, todos os nervos
espinhais possuem fibras pós-ganglionares que, dessa forma, conseguem chegar aos
músculos eretores dos pelos, às glândulas sudoríparas e aos vasos cutâneos.
✓ Por intermédio de um nervo independente: nessa situação as fibras pós-
ganglionares são levadas diretamente às vísceras que serão inervadas, por meio
de um nervo independente.
✓ Por intermédio de uma artéria: nesse caso as fibras pós-ganglionares se acolam
à uma artéria e seguem junto a ela no seu trajeto de vascularização. É seguindo
a parede dos vasos que irrigam as vísceras abdominais que as fibras pós-
ganglionares inervam essas estruturas. Do mesmo modo, as fibras pós-
ganglionares que emergem do gânglio cervical superior formam o nervo e o
plexo carotídeo interno que acompanham a artéria carótida interna no seu
trajeto intracraniano, inervando vasos intracranianos, o corpo pineal, a hipófise
e a pupila.

Inervação simpática da pupila


• As fibras pré-ganglionares relacionadas com a inervação da pupila ficam situadas na
coluna lateral da medula torácica alta (T1 e T2). Essas fibras saem pelas raízes ventrais,
atingem os nervos espinhais correspondentes e passam ao tronco simpático pelos
respectivos ramos comunicantes brancos. As fibras pré-ganglionares, então, sobem o
tronco simpático e terminam estabelecendo sinapses com os neurônios pós-
ganglionares do gânglio cervical superior.
• As fibras pós-ganglionares saem do gânglio cervical superior pelo nervo e pelo plexo
carotídeo interno que ascende pelo pescoço e penetram no crânio, com a artéria

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carótida interna. Quando essa artéria passa pelo seio cavernoso, as fibras pós-
ganglionares se destacam das suas paredes e seguem o seguinte trajeto:
✓ Passam pelo gânglio ciliar, pertencente ao sistema parassimpático, SEM realizarem
sinapses
✓ Saem do gânglio ciliar pelo nervo ciliar curto.
✓ Chegam no bulbo ocular, através do nervo ciliar curto, onde formam um rico plexo
nervoso no musculo dilatador da pupila.
• Durante esse longo trajeto, as fibras simpáticas podem sofrer lesões por processos
compressivos na região torácica e abdominal. Nesses casos, nota-se que a pupila fica
permanentemente contraída por ação do parassimpático, não contrabalanceada com o
simpático. Este é o principal sinal da chamada síndrome de horner, cujo os sintomas são:
✓ Miose
✓ Queda da pálpebra
✓ Vasodilatação cutânea e sudorese deficiente na face (interrupção da inervação
simpática para a pele)

Sistema Nervoso Parassimpático

• Os neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso simpático estão localizados no tronco


encefálico e na medula sacral, o que permite dividir esse sistema em duas partes: uma parte
cranial e outra parte sacral.

Parte Cranial do Sistema Nervoso Parassimpático


• A parte cranial do sistema nervoso parassimpático é constituída por núcleos do tronco
encefálico, gânglios e fibras nervosas que se relacionam com alguns nervos
cranianos.
• Os corpos dos neurônios pré-ganglionares no sistema parassimpático ficam
localizados nos núcleos do tronco encefálico, cujas fibras pré-ganglionares atingem
gânglios através dos III, VII, IX, X (oculomotor, facial, hipoglosso e vago, respectivamente)
pares cranianos.
• Nos gânglios, as fibras pré-ganglionares realizam sinapses com as fibras pós-
ganglionares que saem para inervar glândulas, músculos lisos e músculo cardíaco.
• Os gânglios da parte cranial do sistema nervoso simpático e suas conexões serão
apresentados a seguir:
✓ Gânglio ciliar: fica situado na cavidade orbitária, lateralmente ao nervo óptico,
relacionando-se com o nervo oftálmico do trigêmeo. Recebe fibras pré-
ganglionares do nervo oculomotor (III par) e envia fibras pós-ganglionares ao
bulbo ocular, através dos nervos ciliares curtos, inervando os músculos ciliar e
esfíncter da pupila.
✓ Gânglio pterigopalatino: fica localizado na fossa pterigopalatina, ligado ao ramo
maxilar do trigêmeo. Recebe fibras pré-ganglionares do nervo facial e manda
fibras pós-ganglionares à glândula lacrimal.
✓ Gânglio ótico: fica situado junto ao ramo mandibular do trigêmeo, logo abaixo
do forame oval. Recebe fibras pré-ganglionares do nervo glossofaríngeo (IX
par) e manda fibras pós-ganglionares para a glândula parótida, através do
nervo auriculotemporal.

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✓ Gânglio submandibular: localiza-se junto ao nervo lingual. Recebe fibras pré-


ganglionares do nervo facial (VII par) e manda fibras pós-ganglionares para as
glândulas submandibular e sublingual.

Observação:
- Apesar dos ramos do nervo trigêmeo estarem relacionados anatomicamente aos ganglios
parassimpáticos, esse nervo, ao emergir do crânio, não possui fibras parassimpáticas,
recebendo-as durante seu trajeto, a partir de anastomoses com o nervos facial (VII par) e
glossofaríngeo (IX par).

• Existe ainda na parede ou nas proximidades das vísceras abdominais e torácicas,


grande número de gânglios parassimpáticos, geralmente pequenos e formados por
células isoladas. Nas paredes do tubo digestivo, esses gânglios fazem parte do plexo
submucoso ou de Meissner e do mioentérico ou de Auerhach. Tais gânglios recebem
fibras pré-ganglionares do nervo vago (X par) e enviam fibras pós-ganglionares para
as vísceras do tórax e do abdômen.
Observação: as fibras pré-ganglionares chegam ao gânglio por um nervo diferente daquele
do qual ela saiu do tronco encefálico.
• O quadro abaixo mostra de maneira sucinta os núcleos da parte craniana do sistema nervoso
parassimpáticos e suas relações com as fibras pré e pós-ganglionares e com os órgãos
inervados:

Posição do Fibra pré- Posição do Órgão inervado


neurônio pré- ganglionar (nervo) neurônio pós-
ganglionar ganglionar
Núcleo de Edinger- Nervo oculomotor Gânglio ciliar M. esfíncter da
Westphal (III par) pupila e músculo
ciliar
Núcleo salivatório Nervo facial (VII par Gânglio Glândulas
superior – N. intermédio) submandibular submandibular e
sublingual
Núcleo salivatório Nervo Gânglio ótico Glândula parótida
superior glossofaríngeo (IX
par)
Núcleo lacrimal Nervo facial (VII par Gânglio Glândula lacrimal
– N. intermédio) pterigopalatino

Núcleo dorsal do Nervo vago (X par) Gânglio nas vísceras Vísceras torácicas e
vago torácicas e abdominais
abdominais

Parte Sacral do Sistema Nervoso Parassimpático


• Na parte sacral do sistema nervoso parassimpático os neurônios pré-ganglionares ficam
situados nos segmentos sacrais S2, S3 e S3.
• As fibras pré-ganglionares saem da medula através das raízes ventrais dos nervos
espinhais e atingem o tronco destes nervos, dos quais elas se destacam para formar os
nervos esplâncnicos pélvicos.

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• Por meio dos nervos esplâncnicos pélvico,s as fibras pré-ganglionares atingem as


vísceras da cavidade pélvica, onde acabam fazendo sinapse com neurônios pós-
ganglionares situados em gânglios dessa região.
• Os nervos esplâncnicos pélvicos também podem ser chamados de nervos eretores, uma
vez que estão relacionados com o fenômeno da ereção. Portanto, a lesão destes nervos
causa impotência sexual.

[III]
Constrição da pupila
Gânglio ciliar
Glândula lacrimal
Gânglio
[VII] pterigopalatino Glândula parótida
[IX]

Gânglio ótico Glândula sublingual


[X]
Gânglio submandibular
Trajeto das
fibras
Parte torácica do

parassimpáticas
plexo visceral

cranianas pelos
nervos
cranianos

Coração
Nível de transição da
inervação do nervo
vago para os nervos
Trajeto das esplâncnicos pélvicos
fibras
parassimpáticas
Plexo pré-vertebral

sacrais pelos
nervos Sinapse com os
esplâncnicos neurônios pós-
pélvicos Vísceras ganglionares
abdominais nos intestinos

S2-S4
Tecido erétil
do pênis ou
Fibra parassimpática pré-ganglionar clitóris na
Fibra parassimpática pós-ganglionar mulher.
Vísceras pélvicas

Plexos Viscerais

Conceito
• Nas cavidades abdominal, torácica e pélvica encontram-se emaranhados de filetes
nervosos e gânglios, constituídos por elementos tanto do sistema simpático quanto
do parassimpático, além de fibras aferentes viscerais, formando os chamados plexos
viscerais.
• Os plexos viscerais são compostos pelos seguintes elementos:
✓ Fibras simpáticas pré e pós-ganglionares

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✓ Fibras parassimpáticas pré e pós-ganglionares


✓ Fibras viscerais aferentes
✓ Gânglios parassimpáticos
✓ Gânglios pré-vertebrais simpáticos.

Plexos da Cavidade torácica e Inervação do coração


• Na cavidade torácica encontra-se três plexos: os plexos cardíaco, pulmonar e esofágico,
cujas fibras parassimpáticas são originadas do vago, enquanto as simpáticas dos
gânglios cervicais e dos 6 primeiros gânglios torácicos.
• Dentre os plexos torácicos a inervação autônoma do coração merece destaque:

✓ O plexo cardíaco está intimamente relacionado ao plexo pulmonar e é formado pelos


seguintes elementos:
 Três nervos cardíacas cervicais do simpático: superior, médio e inferior
 Dois nervos cardíacos cervicais do vago: superior e inferior

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 Nervos cardíacos torácicos do simpático


 Nervos cardíacos torácicos do vago

Apesar do coração estar situado na


cavidade torácica ele recebe inervação
predominantemente cervical

✓ Os nervos cardíacos se convergem para base do coração, onde ramificam-se e


sofrem amplas anastomoses, formando o plexo cardíaco. Neste observa-se
numerosos gânglios parassimpáticos.
✓ O plexo cardíaco externo corresponde a dois plexos internos: os plexos
subepicárdicos e subendocárdicos, formados por células ganglionares e ramos
terminais das fibras parassimpáticas e simpáticas.
✓ A inervação autônoma do coração é abundante na região do nó sinoatrial, uma
vez que ela exerce papel fundamental no controle do ritmo cardíaco, sendo o
parassimpático cardioinibidor e o simpático cardioacelerador.

Observação:
- Envolvimento da inervação autônoma do coração na doença de Chagas: há muito tempo
sabe-se que nessa doença há intensa destruição dos gânglios parassimpáticos do plexo
cardíaco, levando à desnervação parassimpática do coração que seria responsável pela
chamada cardiopatia chagásica. Entretanto, atualmente descobriu-se que, na fase aguda dessa
doença, ocorre também total destruição da inervação simpática do coração. Contudo, um fato
novo é que em fases ulteriores da doença ocorre reinervação simpática e parassimpática do
órgão.

Plexos da cavidade abdominal


Plexo celíaco
• Na cavidade abdominal, encontra-se um plexo muito grande situado na parte profunda
da região epigástrica, adiante da aorta e dos pilares do diafragma, ao nível do tronco
celíaco, denominado plexo celíaco.
• No plexo celíaco localizam-se os gânglios simpáticos celíaco, mesentérico superior e
aórtico-renais, dos quais irradiam plexos secundários ou subsidiários do plexo celíaco
por toda cavidade abdominal.
• A maioria dos nervos que contribuem com fibras pré-ganglionares para o plexo
celíaco tem origem torácica. As principais delas são:
✓ Nervos esplâncnicos maior e menor: destacam-se de cada lado do tronco
simpático de T5 a T12 e terminam realizando sinapses nos gânglios pré-
vertebrais
✓ Troncos vagais posterior e anterior: são oriundos do plexo esofágico e contêm,
cada um, fibras originadas dos nervos vago direito e esquerdo.
• As fibras parassimpáticas do vago passam pelos gânglios pré-vertebrais (SEM fazer
sinapses) e terminam realizando sinapses com gânglios e células ganglionares das
vísceras abdominais.
• Do plexo celíaco, como já citado, irradiam plexos secundários que se distribuem por toda
cavidade abdominal, acompanhando os vasos sanguíneos. Esses plexos podem acontecer
em pares ou serem únicos, observe:
✓ Plexos secundários pares:

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 Plexo renal
 Plexo suprarrenal
 Plexo uterovárico
 Plexo testicular
✓ Plexos secundários impares:
 Plexo hepático
 Plexo lienal
 Plexo pancreático
 Plexo gástrico
 Plexo mesentérico superior
 Plexo mesentérico inferior
 Plexo aórtico-abdominal.

Plexos entéricos
• Os plexos entéricos estão localizados no interior das paredes do trato gastrointestinais
e são dois:
✓ Plexo entérico submucoso (ou de Meissner)
✓ Plexo entérico mioentérico (ou de Auerbach)
• Os plexos entéricos são formados por neurônios pós-ganglionares parassimpáticos
colinérgicos, neurônios sensoriais e interneurônios. A maioria destes neurônios
encontrados nas paredes do trato gastrointestinal, constituindo os plexos entéricos, não
estão diretamente ligados ao sistema nervoso central.
• Esses plexos atuam no controle de células musculares lisas, de glândulas produtoras
de muco, e de vasos sanguíneos locais. Os neurônios sensoriais entéricos detectam
o estado químico dos conteúdos do trato gastrointestinal e o grau de estiramento da
parede desse ducto, promovendo a inibição da musculatura lisa distal e a contração da
proximal, para que os movimentos peristálticos sejam adequadamente coordenados para
movimentar o bolo alimentar.
• Fica evidente, pois, que os plexos entéricos apresentam certa independência funcional
do SNA, o que levou a uma possível consideração de uma terceira divisão do sistema
nervoso autônomo, o sistema nervoso entérico. Entretanto, a visão mais aceita é que o SNA
confere ritmo e coordenação em relação às informações provenientes de todo
organismo a esse plexo, inclusive com comportamentos emocionais.

Observação
- Na doença de Chagas há intensa destruição dos neurônios que constituem os plexos
entéricos, o que ocasiona grandes dilatações do esôfago e do intestino, conhecidas,
respectivamente, como megaesôfago e megacolo.

Plexos da cavidade pélvica


• As vísceras da cavidade pélvica são inervadas pelo plexo hipogástrico, o qual se divide
em duas porções – uma superior e outra inferior –, os plexos hipogástricos superior e
inferior.
• O plexo hipogástrico superior se situa anteriormente ao promontório, entre as artérias
ilíacas direita e esquerda. Esse plexo continua cranialmente com o plexo aórtico-
abdominal, constituindo o nervo pré-sacral, formado por filetes nervosos.
• Os plexos hipogástricos são formados, sobretudo, pelos seguintes elementos:

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✓ Filetes nervosos que se destacam do plexo aórtico-abdominal, contendo fibras


viscerais aferentes e fibras pós-ganglionares simpáticas, provenientes,
principalmente, do gânglio mesentérico inferior
✓ Nervos esplâncnicos pélvicos, trazendo fibras pré-ganglionares da parte sacral
do sistema parassimpático. Essas fibras terminam fazendo sinapses em gânglios
situados nas paredes das vísceras pélvicas
✓ Filetes nervosos que se destacam de gânglios torácicos e sacrais do tronco
simpático.

Inervação da bexiga

• As fibras viscerais aferentes da bexiga:


✓ As fibras viscerais aferentes que saem da bexiga atingem a medula através do
sistema simpático ou do palassimpático:
 As fibras chegam na medula através sistema simpático: nesse caso as
fibras sobem pelos nervos hipogástricos e plexo hipogástrico superior,

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conduzindo impulsos que atingem os segmentos torácicos e lombares


baixos da medula (L10 T2)
 As fibras chegam na medula pelo sistema parassimpático: as fibras que
acompanham o parassimpático seguem pelos nervos esplâncnicos
pélvicos, ganham as raízes dorsais dos nervos sacrais S2, S3 e S4, e
terminam na medula sacral.
✓ Ao chegar na medula as fibras aferentes viscerais da bexiga ligam-se às vias
ascendentes que terminam no cérebro.
✓ As fibras aferentes que chegam à região sacral fazem parte do arco reflexo da
micção, juntamente com a parte eferente a cargo da inervação parassimpática da
bexiga.
• As fibras viscerais eferentes da bexiga:
✓ Os neurônios pré-ganglionares ficam situados na medula sacral (S2, S3 e S4) e
dão origem a fibras pré-ganglionares.
✓ As fibras pré-ganglionares saem da medula através das raízes ventrais dos
nervos sacrais S2, S3 e S4 e em seguida adentram estes nervos.
✓ Dos nervos sacrais S2, S3 e S4 destacam-se os nervos esplâncnicos pélvicos,
através dos quais as fibras pré-ganglionares dirigem aos gânglios
parassimpáticos, situados no plexo pélvico da parede da bexiga.
✓ Desses gânglios parassimpáticos saem fibras pós-ganglionares que inervam a
musculatura lisa da parede da bexiga e o músculo esfíncter da bexiga.
✓ Os impulsos parassimpáticos que seguem por essa via promovem o relaxamento
do músculo esfíncter da bexiga e contração do músculo detrusor, o que induz o
esvaziamento vesical.
• O sistema simpático tem pouca ou nenhuma importância na micção.
• O estímulo para o reflexo da micção é representado pela distensão da parede vesical.
Entretanto, o ato puramente reflexo existe normalmente apenas na criança até o fim do
primeiro ano de vida e a partir desse período esse fenômeno passa a ser controlado, até
certo ponto, voluntariamente pelo indivíduo.

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