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RESUMO:
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Instituto S. João de Deus – Casa de Saúde do Telhal
Introdução à Identidade Hospitaleira e Cultura Assistencial
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Introdução à Identidade Hospitaleira e Cultura Assistencial
O doente, por mais desprezível que fosse aos olhares dos homens, era,
para, ele, um filho de Deus, um irmão de Cristo, um outro Cristo, a quem
procurava minorar o sofrimento.
Aceite a «loucura» como uma afecção da mente, uma doença, foi possível
então reivindicar direitos, mesmo os mais elementares, para os doentes
mentais. Têm direito a uma vida humana, ao conforto, ao afecto, aos
cuidados de saúde e a tudo quanto possa melhorar a sua situação. As
suas deficiências não podem limitar os seus direitos fundamentais.
Tenhamos presente o grande progresso do desenvolvimento da
humanidade no âmbito dos direitos do homem – foi o reconhecimento
efectivo da eminente dignidade do ser humano e, nomeadamente, do
doente mental.
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A noção de valor é uma noção complexa, visto que, se, por um lado, se
refere a algo específico («algo irredutível, novo e distinto dos restantes
âmbitos do ser» - na frase de Ortega y Gasset), por outro lado, não se
concebe sem o referenciar a outras categorias, como o bem, a justiça,
etc…
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Sem nos debruçarmos sobre todas elas, vamos apenas referir aquelas que
são constantes nas classificações observadas e com base na relação dos
valores à pessoa humana:
Que valores têm os doentes mentais? Que são eles capazes de valorizar?
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Contudo, há, desde logo uma que parece essencial se se tiver presente a
verdade da ideia a seguir expressa: «ninguém se estima sem ser ou ter
sido estimado por alguém».
Há, por isso, que utilizar todos os meios disponíveis com o objectivo de
desenvolver os sentimentos de auto-imagem positiva e de auto-estima
dos doentes.
A vida não foi dada ao homem para sofrer. Todo o sofrimento, incluindo a
doença, surge como um mal, um obstáculo ao desenvolvimento da vida.
Impossível de se lhe conhecer o porquê; permanece um mistério
intangível.
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Parece que o doente não traz nada de útil a uma sociedade consumista
que se guia, frequentemente, por critérios de produtividade e eficácia.
Alguém pode pensar – se se move somente numa dimensão quantitativa e
materialista – que um doente terá que ser suportado com resignação. E,
no entanto, a experiência confirma que, muitas vezes, o sofrimento pode,
para além do mais, constituir um factor de relativização das coisas, de
humanização e de solidariedade. Na valorização do sofrimento encontra-
se o único caminho para fugir da sua força demolidora…
Para além do que foi dito, é hoje indiscutível que a pessoa com doença
mental deve ser considerada na sua globalidade bio-psico-socio-cultural,
pelo que se impõe uma extensão alargada de cuidados diversificados às
famílias, à comunidade e, muito especialmente, àqueles que privam ou
trabalham nas instituições.
Por fim, gostaria, de terminar esta reflexão que quis fazer convosco,
pondo em realce dois valores que, em especial na vida das pessoas com
doença mental e daqueles que as rodeiam, é fundamental cultivar
contínua e persistentemente. Refiro-me à esperança e à caridade.
Mas a esperança humana tem limites – espera na sua própria força que
não é, bem o sabemos, infinita.
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